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Universidade Federal do Rio de Janeiro Circuitos Elétricos I – EEL420 Conteúdo 8 - Introdução aos Circuitos Lineares e Invariantes ...................................................................1 8.1 - Algumas definições e propriedades gerais.....................................................................1 8.2 - Relação entre excitação e resposta.................................................................................2 8.2.1 - Resposta a excitação zero.......................................................................................2 8.2.2 - Resposta ao estado zero..........................................................................................3 8.2.3 - Resposta ao impulso...............................................................................................3 8.3 - Resposta a uma excitação arbitrária...............................................................................5 8.3.1 - Integral de convolução............................................................................................5 8.3.2 - Circuitos lineares e variantes no tempo..................................................................7 8.3.3 - Resposta completa..................................................................................................7 8.3.4 - Exemplos:...............................................................................................................7 8 Introdução aos Circuitos Lineares e Invariantes 8.1 Algumas definições e propriedades gerais Revisando os conceitos anteriores podemos classificar os circuitos como: 1) Circuitos lineares – cada elemento do circuito é linear ou uma fonte independente; 2) Circuito invariante – cada elemento do circuito é invariante ou uma fonte independente; 3) Circuito linear e invariante – cada elemento do circuito é linear e invariante ou uma fonte independente; 4) Circuitos não lineares ou variantes – aqueles que não são lineares ou não são invariantes. Nestas definições as fontes de tensão são tratadas separadamente pois a tensão e a corrente de uma fonte representam um papel diferente das demais variáveis de rede. Todas as fontes independentes são elementos não lineares (sua característica é uma linha reta que não passa sempre pela origem). Todas as fontes independentes são consideradas excitações do circuito. Damos o nome de estado do circuito no instante t0 a qualquer conjunto de condições iniciais que, juntamente com a excitação, determine univocamente todas as variáveis do circuito para todo t≥t0. Chamamos de estado zero aquele estado onde todas condições iniciais são nulas. Resposta ao estado zero é resposta de um circuito a uma excitação qualquer desde que o circuito esteja no estado zero. Resposta a excitação nula é a resposta do circuito quando a excitação é identicamente nula. A resposta completa de um circuito é definida como a resposta de um circuito devida tanto a excitação como ao estado inicial. Para circuitos lineares a resposta completa é a soma da resposta a excitação zero com a resposta ao estado zero; a resposta ao estado zero é uma função linear da excitação, a resposta à excitação zero é uma função linear do estado inicial. Neste capítulo, por conveniência e simplificação, também vamos considerar que os circuitos tenham uma única excitação e uma única variável (resposta ou saída). Também vamos considerar possível escrever uma equação diferencial ou sistema de equações que nos permita determinar todas as tensões de braço ou correntes de braço do circuito. Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ 1 8.2 Relação entre excitação e resposta Para circuitos lineares invariantes genéricos, com uma excitação e uma resposta a relação entre entrada e saída pode ser expressa por uma equação diferencial linear de coeficientes constantes: d n y dt n a1⋅ d n−1 y dt n−1 ...an⋅y=b0⋅ d m w dtm b1⋅ d m−1w dtm−1 ...bm⋅w onde y representa a entrada e w a saída. Se não existirem funções impulso ou suas derivadas, as condições iniciais são y 0 , dy 0 dt ,..., d n−1 y 0 dt n−1 A equação diferencial é obtida das leis de Kirchhoff e das caracterizações de braço com análise de nós e malhas como ilustrado anteriormente. As condições iniciais da equação diferencial são obtidas do estado inicial do circuito e das equações de rede. 8.2.1 Resposta a excitação zero A resposta a excitação zero é a resposta do circuito quando a excitação é nula. Assim a equação diferencial que descreve o sistema é d n y dt n a1⋅ d n−1 y dtn−1 ...an⋅y=0 O polinômio característico desta equação é sna1⋅s n−1...an−1⋅san=0 e as raízes deste polinômio são as chamadas freqüências naturais da variável de rede y. Se todas as raízes forem distintas então y t =∑ i=1 n k i⋅e si⋅t Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ 2 onde as constantes ki são determinadas pelas condições iniciais. Se alguma das raízes coincidirem então a resposta deve ser reescrita levando-se em conta os termos com potência de t adequadas. 8.2.2 Resposta ao estado zero A resposta ao estado zero é da forma y t =∑ i=1 n k i⋅e si⋅t y p t onde yp é uma solução particular que depende da excitação w e, por conveniência, podem ser escolhidas de acordo com a tabela abaixo. As constantes ki são obtidas pelas condições iniciais. Função forçada Solução assumida K A K⋅t A⋅tB K⋅t2 A⋅t 2B⋅tC K⋅sen⋅t A⋅sen ⋅t B⋅cos ⋅t K⋅e−a⋅t A⋅e−a⋅t 8.2.3 Resposta ao impulso O cálculo da resposta ao impulso é um problema delicado, pois o segundo membro da equação diferencial apresentará impulsos e suas derivadas. Apesar da dificuldade do cálculo este se justifica pela sua importância na determinação da resposta a uma excitação genérica. Seja a equação d n y dt n a1⋅ d n−1 y dt n−1 ...an⋅y=b0⋅ d m w dtm b1⋅ d m−1w dtm−1 ...bm⋅w cujas condições iniciais são Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ 3 y 0–=0 , dy 0 – dt =0 , ..., d n−1 y 0– dt n−1 =0 Se a função w for um impulso o segundo termo da equação contém impulsos e suas derivadas (funções singulares). Assim a resposta ao impulso depende da relação entre n e m: n>m a resposta ao impulso (h) não inclui funções singulares (caso próprio, a função possui mais pólos do que zeros); n=m a resposta ao impulso vai incluir um impulso b0⋅ ; n<m a resposta ao impulso (h) vai incluir mais de uma função singular (a função possui mais zeros do que pólos – função não causal). Para o caso próprio a solução pode ser obtida da seguinte forma: Como para t>0 o segundo termo da equação é zero a resposta do circuito será igual a resposta a excitação zero. Assim as funções singulares do segundo termo especificam apenas as condições iniciais do problema em t=0+ . Desta forma h t =∑i=1 n k i⋅e si⋅t⋅u t Os diferentes valores de k podem ser encontrados substituindo-se h(t) na equação diferencial original. Atenção especial deve ser dada a derivada da função u(t) e das funções singulares. Por exemplo d 2 y dt 2 4⋅dy dt 3⋅y=dw dt 2⋅w As raízes da equação característica são s1=−1 e s2=−3 Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ 4 h t =k1⋅e−tk2⋅e−3⋅t ⋅u t h˙ t =k1⋅e−tk2⋅e−3⋅t ⋅t −k 1⋅e−t−3⋅k 2⋅e−3⋅t ⋅ut h˙ t =k1k 2 ⋅t −k1⋅e−t – 3⋅k2⋅e−3⋅t ⋅u t h¨ t =k1k 2 ⋅˙t −k 1 – 3⋅k 2⋅tk1⋅e−t9⋅k 2⋅e−3⋅t ⋅u t substituindo w por δ e y por h na equação original temos h¨ t 4⋅h˙t 3⋅h t=k 1k 2⋅˙t3⋅k1k 2⋅t =˙t 2⋅t assim k 1k2=1 e 3⋅k1k 2=2 portanto k 1=0,5 e k2=0,5 8.3 Resposta a uma excitação arbitrária 8.3.1 Integral de convolução A resposta ao estado zero de um circuito linear e invariante devido a uma excitação arbitrária é função de sua resposta ao impulso e da excitação. Podemos chegar a esta conclusão facilmente se considerarmos que qualquer sinal iS pode ser aproximado por um somatório de pulsos ( p )deslocados no tempo e com amplitude igual a do sinal no instante de tempo em que o pulso inicia. Este é um processo semelhante ao da amostragem de sinais analógicos antes de se realizar a conversão analógico digital. Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ 5 p={ 0 t≤01 0t 0 ≤t Sendo iSA a aproximação do sinal iS então iSAt =iS t 0⋅p t−t 0⋅i S t1⋅pt−t 1⋅...i S t n−1⋅p t−t n−1⋅ iSAt =∑ k=0 n−1 iS t k ⋅p t−t k ⋅ Como o sistema é linear e invariante, então a resposta a um somatório de pulsos deslocados e multiplicados pela amplitude do sinal, é igual ao somatório das respostas individuais ( v SA ). Sendo a resposta ao pulso a função h então v SAt =∑ k=0 n−1 iS t ⋅h t−t k ⋅ Se o intervalo de tempo entre dois pulsos tender a zero o pulso tende a um impulso. Neste caso a resposta final do sistema passa a ser um somatório de respostas ao impulso deslocados no tempo e o somatório dos infinitos termos passa a ser uma integral. Sendo a resposta ao impulso a função h então v St =∫ t0 t iS t ' ⋅ht−t ' ⋅dt ' Observe que esta equação deve ser utilizada apenas para calcular a resposta no instante t. Isto ocorre porque o integrando desta equação também depende de t. Também vale a pena observar que a operação de convolução é linear e obedece as regras de comutação, associação, distribuição e pode ser encontrada expressa na sua forma simplificada iS t ∗h t . Apesar da forma compacta e elegante da solução do problema, resolver esta integral nem sempre é uma Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ 6 tarefa fácil. Normalmente usaremos esta equação transformada para o domínio da freqüência ou para obter uma solução numérica para o problema. 8.3.2 Circuitos lineares e variantes no tempo Circuitos lineares e variantes no tempo também podem ter sua resposta a excitação arbitrária descrita como uma integral de convolução, porém é necessário observar as características peculiares destes sistemas. A resposta ao impulso, agora, não depende apenas do tempo, como no caso anterior, mas também do momento em que a excitação é fornecida ao sistema. Assim a função resposta ao impulso é uma função de duas variáveis. Em geral a resposta ao impulso é definida como h t , que representa a resposta ao estado zero no instante de tempo t devido a um impulso unitário aplicado no instante . v t =∫ t0 t h t , t ' ⋅iS t ' ⋅dt ' 8.3.3 Resposta completa Para circuitos lineares, invariantes ou não a resposta completa do sistema é da forma y t = z t ∫ t0 t ht , t ' ⋅wt ' ⋅dt ' onde y é a resposta completa, z a resposta a excitação zero e w a excitação. É importante observar que a resposta do sistema é uma função linear da entrada apenas se as resposta a excitação zero for nula (na maioria das vezes isto significa que as condições iniciais do problema são nulas). 8.3.4 Exemplos: Determina a resposta ao estado zero para o circuito cuja: a) excitação é iS t =u t −u t−1 e a resposta ao impulso é h t =e−t⋅u t . Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ 7 v St =∫ 0 t h t−t ' ⋅iS t ' ⋅dt ' para 0≤t v St =∫ 0 t e− t−t '⋅dt '=e−t⋅et – e0 =1−e−t para t≥1 v St =∫ 0 1 e− t−t ' ⋅dt '=e−t⋅e1 – e0 =e−1⋅e−t b) excitação é iS t =sen⋅t ⋅u t e h t =u t −u t−1 v St =∫ 0 t h t−t ' ⋅iS t ' ⋅dt ' v St =∫ 0 t sen⋅t ⋅dt ' para 0≤t v St =∫ 0 t sen⋅t ⋅dt '= 1 ⋅[1−cos ⋅t ] para t≥1 v St =∫ t−1 t sen ⋅t ⋅dt '= 1 ⋅[cos⋅t−−cos⋅t ]=− 2 ⋅cos⋅t c) excitação é iS t =sen⋅t ⋅u t e h t =u t −u t−2 v St =∫ 0 t h t−t ' ⋅iS t ' ⋅dt ' Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ 8 v St =∫ 0 t sen⋅t ⋅dt ' para 0≤t v St =∫ 0 t sen⋅t ⋅dt '= 1 ⋅[1−cos ⋅t ] para t≥2 v St =∫ t−2 t sen⋅t ⋅dt '= 1 ⋅[cos ⋅t – 2⋅ –cos ⋅t ]=0 Circuitos Elétricos I – EEL420 – UFRJ 9 8 Introdução aos Circuitos Lineares e Invariantes 8.1 Algumas definições e propriedades gerais 8.2 Relação entre excitação e resposta 8.2.1 Resposta a excitação zero 8.2.2 Resposta ao estado zero 8.2.3 Resposta ao impulso 8.3 Resposta a uma excitação arbitrária 8.3.1 Integral de convolução 8.3.2 Circuitos lineares e variantes no tempo 8.3.3 Resposta completa 8.3.4 Exemplos:
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