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Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de Matemática Departamento de Métodos Matemáticos 3a Prova de Cálculo III - MAA- 2012/02 1a Questão: (valor 2,5 pontos) Seja C curva parametrizada por σ(t) = ( cos (πt2 ), 1−et2 1−e4 , 2Ln(1+2t2) Ln(9) ) , com 0 ≤ t ≤ 2, e o campo vetorial F⃗ (x, y, z) = (2x ez , 3z2 , x2 ez + 6yz + 4z 1+z2 ). (a) (2,0) Mostre que F⃗ é conservativo em IR3, de duas maneiras distintas, sendo uma delas determinando uma função potencial para o campo. Supondo que F⃗ é conservativo, existe então uma função potencial U ∈ C1(IR3) tal que ∇U(P ) = F⃗ (P ), ∀P ∈ IR3. Montando o sistema de três equações obteremos ao resolvê- lo U(x, y, z) = x2ez + 3z2y + 2Ln(1 + z2) + k. Resta mostrar que esta função satisfaz as exigências acima, o que é verdade, pois é combinação de exponencial, polinômio e logaritmo, que são funções C1 para (x, y, z) ∈ IR3. Derivando em relação a x, depois em relação a y e por último em relação a z obteremos as componentes de F⃗ , provando assim, por teorema visto em sala, que F⃗ é conservativo em IR3. Outra maneira de verificar que F⃗ é conservativo em IR3 : IR3 é uma região simplesmente conexa, F⃗ é de classe C1(IR3) e rot(F⃗ )(P ) = 0⃗, ∀P ∈ IR3, logo,por teorema visto em sala, tem -se o resultado. (b) (0,5) Calcule o trabalho realizado por F⃗ ao longo da curva C. o ponto inicial de C é Pi = σ(0) = (1, 0, 0) e o ponto final é Pf = σ(2) = (−1, 1, 2), logo C é aberta. Então, por teorema já visto e pelo item (a) tem-se que W = ∫ Pf Pi F⃗ .d⃗l = U(Pf )− U(Pi) = e2 + 11 + 2Ln(5). 2a Questão: (valor 2,5 pontos) Seja Ω = {(x, y, z) ∈ IR3 ; x2 + y2 + z2 ≥ 14 ; z ≥ √ x2 + y2 } região ilimitada de IR3 e f(x, y, z) = 1 (x2+y2+z2)2 função cont́ınua em Ω. (a) (0,4) Esboce Ω. O esboço mostra uma região fora da esfera e acima do cone. (b) (0,4) Defina algebricamente uma sequência de subconjuntos Ωn ⊂ Ω, tais que, ∀n ∈ IN, Ωn sejam limitados , Ωn ⊂ Ωn+1 e lim n→∞ Ωn = Ω. Ωn = {(x, y, z) ∈ IR3 , x2 + y2 + z2 ≥ 14 , z ≥ √ x2 + y2 , x2 + y2 + z2 ≤ n2}, n ∈ IN. (c) (1,1) Esboce Ωn para um valor de n fixo arbitrário e calcule ∫ Ωn f(x, y, z) dV , usando mu- dança esférica de variáveis. O esboço mostra uma região fora da esfera menor, dentro da esfera maior e acima do cone.∫ Ωn 1 (x2+y2+z2)2 dV = ∫ 2π 0 ∫ π/4 0 ∫ n 1/2 1 ρ2 senφdρ dφdθ = 2π(1− √ 2 2 )(2− 1 n). (d) (0,6) Mostre que ∫ Ω f(x, y, z) dV converge e calcule seu valor.∫ Ωn | 1 (x2+y2+z2)2 |dV = ∫ 2π 0 ∫ π/4 0 ∫ n 1/2 1 ρ2 senφdρ dφdθ = 2π(1 − √ 2 2 )(2 − 1 n) ≤ 2π(1)(2) = 4π = α ∈ IR, ∀n ∈ IN, logo a integral converge, por teorema visto em sala, e seu valor é∫ Ω f(x, y, z)dV = limn→∞ ∫ Ωn f(x, y, z)dV = limn→∞ ∫ Ωn |f(x, y, z)|dV = limn→∞(2π)(1 −√ 2 2 )(2− 1 n) = 2π(2− √ 2). 3a Questão: (valor 2,5 pontos) Seja F⃗ (x, y, z) = (−2y + e sen (1+x4) , 2z , 2yz ) e C = S1 ∩ S2 curva interseção da esfera S1: x 2 + y2 + (z − 2)2 = 4 com o plano S2: y + z = 3. Calcule o trabalho realizado por F⃗ ao longo de C. Especifique orientação escolhida para C (obrigatório esboçar S1, S2 e C). A curva C é uma curva eliptica situada sobre a esfera e delimitando uma parte do plano. Orien- tando a parte do plano com a normal para cima, a curva C fica orientada no sentido decrescente dos x, para os pontos do primeiro octante. W = ∮ C F⃗ .d⃗l = ∫ S ⃗rot F .d⃗S = ∫ S ⃗rot F .n dS, utilizando o teorema de Stokes, onde n é a normal unitária apontando para cima de S que é uma parte do plano y + z = 3. Para calcular a integral de superf́ıcie escalar acima, observe que, em S tem-se z = g(x, y) = 3−y, logo dS = √ 1 + g2x + g 2 ydA, e n = (−gx,−gy,1)√ 1+g2x+g 2 y . Como gx = 0 e gy = −1, teremos, substituindo na expressão da integral de superf́ıcie escalar, que W = ∫ D ⃗rot(F ).(0, 1, 1)dA, onde D é a projeção de S no plano xy. ⃗rot(F ) = (2z − 2, 0, 2). Para achar D basta achar ∂D, que será a curva projeção da curva C. Então, montando o sistema formado pelas equações de S1 e S2, obtemos que a equação de ∂D é x 2 7/2 + y2 7/4 = 1, que é uma elipse, com a = √ 7 2 e b = √ 7 2 . Então ficaremos com W = ∫ D(2z − 2, 0, 2).(0, 1, 1)dA = ∫ d(2)dA = 2AD = 2πa b = 7π√ 2 . 4a Questão: (valor 2,5 pontos) Seja S1 o parabolóide z = 2 + x 2 + y 2 2 , S2 o parabolóide z = 5 − 2x2 − y2, S3 o plano z = 1 e Ω o sólido limitado por S1, S2 e S3. Considere o campo vetorial F⃗ (x, y, z) = (ey 2 , 2zy, 3√ 2 z − z2). Calcule o fluxo de F⃗ para fora de S = ∂Ω, orientada com a normal exterior (obrigatório esboçar S e Ω). O sólido Ω é limitado superiormente ora pelo parabolóide S1 e ora pelo parabolóide S2 e sempre limitado inferiormente pelo plano S3. Como S é a fronteira de Ω, então S é fechada. Não há problemas de continuidade em F⃗ , logo pode- mos aplicar o teorema de Gauss, assim, o fluxo Φ será dado por : Φ = ∫ S F⃗ .d⃗S = ∫ Ω div(F ) dV =∫ Ω 3√ 2 dV = 3√ 2 V ol(Ω). Para calcular o volume de Ω, recorremos à soma de duas integrais: V ol(Ω) = ∫ D1 ∫ 2+x2+ y2 2 1 dz dA+∫ D2 ∫ 5−2x2−y2 1 dz dA, onde D1 é a região do plano xy limitada pela curva projetada pela interseção de S1 com S2, que será x 2 + y 2 2 = 1 e D2 é a região do plano xy externa à curva anterior e in- terna à curva projetada pela interseção de S2 com S3, que será x 2 + y 2 2 = 2. Como as curvas são elipses, primeiro usaremos uma mudança linear, para mudar para circunferências e depois usaremos mudança polar. Assim, primeiro x = u e y = √ 2v, com |J | = √ 2 e depois u = r cos θ e v = r sen θ, obtendo então V ol(Ω) = ∫ 2π 0 ∫ 1 0 ∫ 2+r2 1 √ 2rdz dr dθ + ∫ 2π 0 ∫ √2 1 ∫ 5−2r2 1 √ 2r dz dr dθ. Integrando obteremos o valor 5π √ 2 2 . Substituindo na fórmula do teorema de Gauss obteremos Φ = 15π2 . Lembretes: sen 2α = 1−cos (2α)2 cos 2 α = 1+cos (2α)2 sen 3α = cosα− cos2 α senα cos3 α = cosα− sen 2α cosα sen 4α = 38 − 1 2 cos (2α) + 1 8 cos (4α) cos 4 α = 38 + 1 2 cos (2α) + 1 8 cos (4α) sen (π6 ) = cos ( π 3 ) = 1 2 sen ( π 4 ) = cos ( π 4 ) = √ 2 2 sen ( π 3 ) = cos ( π 6 ) = √ 3 2 mudança polar mudança ciĺındrica mudança esférica x = r cos θ, |J | = r x = r cos θ, |J | = r x = ρ senφ cos θ, |J | = ρ2 senφ y = r sen θ y = r sen θ, z = z y = ρ senφ sen θ, z = ρ cosφ área interna à elipse Ln(e) = 1, Ln(1) = 0, Ln(ab) = bLn(a) Ln(a) < 0, se 0 < a < 1 x2 a2 + y 2 b2 = 1 é: πab Atenção: Redigir as soluções de modo claro e objetivo, justificando afirmativas com teoremas vistos em sala, após verificação da validade das hipóteses. Esboçar sólidos hachureando a parte da figura de modo claro, se pertence ao sólido. Orientar curvas e superf́ıces de modo claro, nos esboços, e consistente com os resultados algébricos.
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