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Aula 03 - Parasitárias Silvio 19 08

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Sexta-feira, 19 de agosto
Doenças transmitidas por pulgas e carrapatos de cães e gatos
Erliquiose: é uma doença infecciosa causada pelas bactérias do gênero Erlichia. Erlichia canis é a principal espécie que atinge cachorros. A transmissão se dá pelo carrapato Rhipicephalus sanguineus, hospedeiro da bactéria. Essa doença é mais comum durante as estações mais quentes do ano, pois é a época em que os carrapatos são mais abundantes.
· Rhicephalus sanguineus é vetor de outras doenças, carrapato precisa estar infectado pelo microrganismo ou microrganismos para transmissão de um ou mais agentes. 
As fases da doença: no organismo do animal, as bactérias começam a se multiplicar nas células de defesa e se alastram por todo organismo. 
A doença possui três possíveis estágios –
Fase aguda (duração de 1 a 4 semanas, com sinais pouco específicos, febre, abatimento, anorexia e eventualmente secreções oculares e nasais, animais diagnosticados nessa fase geralmente se recupera, se não tratados a doença evolui para próxima fase).
Fase subclínica: pode durar de meses a anos, o animal encontra-se clinicamente saudável, com algumas pequenas alterações em exames laboratoriais. Os cães podem se recuperar espontaneamente ou evoluir para fase final da doença.
Fase crônica: Pancitopenia tropical canina, emagrecimento, falta de apetite, cansaço e febre. Os sintomas tornam-se mais graves (sangramento nasal e redução de células sanguíneas provocando anemia e plaquetas baixa), plaquetas são responsáveis pela coagulação do sangue ocasionando sangramentos pelo nariz ou olhos e pele (petéquias), o grau de mortalidade nesta fase é alto devido à debilidade do quadro do animal, os animais ficam mais suscetíveis a infecções secundárias.
A causa mortis em Erlichiose está frequentemente associada a hemorragia interna, severa doença autoimune e múltiplas infecções secundarias, devido ao comprometimento do sistema imune, da falência múltipla de um ou mais órgãos internos como coração, fígado, baço etc. Uma das marcantes ações da erlichiose é a redução dos elementos celulares do sangue. Embora os organismos vivam e se reproduzam nas células brancas, eles causam forte efeito no sistema linfático e potencialmente afetam múltiplos órgãos e sistemas.
Diagnóstico e tratamento: feito com base no relato do tutor, histórico do animal, sinais clínicos, anormalidades, exames laboratoriais e testes sorológicos. Pesquisa da presença de anticorpos (teste de imunofluorescência indireta, ELISA, imunobloting tendo possibilidade de teste negativo na fase aguda ou na fase crônica, na hipótese de baixo nível de anticorpos). 
· Na fase aguda é possível a demonstração de colônias nas células parasitadas em esfregaços finos, fixados em metanol e corados pelo Giemsa e panótico rápido. Testes com tecnologias moleculares PCR, onde se busca a presença do DNA do parasita.
Tratamento: 
· Diproprionato de imidocarb: 5mg/kg, duas doses, com intervalo de 15 dias – apresenta resultados controversos.
· Segunda opção: doxiciclina (tetraciclinas) 10mg/kg/dia – em 1 aplicação, durante 21 dias. 
· Não usar doxiciclina em casos de vômitos, complicações gástricas e aplasia de medula. 
· Doxiciclina VO não há problemas de ser utilizada, o que ocorre (comum para todos atb) muda-se o volume de dose, doxiciclina é segura tanto VO quanto injetável.
· Cloranfenicol: 15 a 20mg/kg – em 3 aplicações ao dia, período próximo da doxiciclina
· Transfusão sanguínea: quando o número de glóbulos vermelhos é inferior a 2.000.000/mm³
Anaplasmose: causada pela Anaplasma platys (A. platys) ou Anaplasma phagocytophilum (A. phagocytophilum) – são riquétsias intracelulares obrigatórias, pertencentes à família Anaplasmataceae. No Brasil, o agente mais comum é a A. platys que é transmitida provavelmente pelo carrapato R. sanguineus. Podem ocorrer coinfecções com E. canis e Babesia canis, que são transmitidas pelo mesmo vetor.
· Anaplasmose: infecta plaquetas e leva a um quadro conhecido como trombocitopenia cíclica canina. A trombocitopenia pode estar acompanhada de sinais como: anorexia, letargia, perda de peso ou depressão. Outras alterações laboratoriais que pode aparecer é anemia normocítica leve a moderada e não regenerativa, hiperglobulinemia e hipoalbuninemia. 
· Diagnostico: é baseado na detecção de mórulas de A. platys em plaquetas do sangue total ou de papa de leucócitos (baixa sensibilidade).
· Tratamento de eleição para A. platys: Doxiciclina de 5mg/kg de 12-12 horas ou 10mg/kg 1 vez ao dia. Período de 8 a 10 dias podendo se estender por 28 dias por ser comum coinfecção com E. canis.
Babesiose canina (Piroplasmose canina): doença causada por protozoário que destrói glóbulos vermelhos e causa anemia. As espécies Babesia canis e Babesia gibsoni são as espécies mais reportadas no brasil. Os carrapatos da espécie R. sanguineus são os principais transmissores, também aparece como vetor o carrapato: Dermacentro ssp., em cães. Também há possibilidade de transmissão via transfusão sanguínea.
· Anemia severa compromete o transporte de O2 e o animal pode sofrer com fraqueza, cansaço e falta de ar (fadiga)
· Outros sintomas: hipertermia, mucosas pálidas e até amareladas por conta da anemia, falta de apetite, perda de peso e aumento do volume abdominal. Em casos mais graves pode haver comprometimento de rins e fígado. A ocorrência de hemoglobinúria aparece nos quadros de acentuada gravidade. 
· Áreas edemaciadas aparecem especialmente nas partes baixas do corpo, como membros, bolsa escrotal, vulva, baixo ventre e pode aparecer na região encefálica.
· Importante eliminar outras anemias hemolíticas (importância do diagnóstico diferencial), em especial anemias autoimunes, envenenamento ofídico, trombocitopenias febris como é o caso da erlichia, leishmania etc.
Diagnóstico laboratorial –
· Urinálise: hemoglobinúria e bilirrubinúria
· Hemograma: esfregaço de sangue capilar (primeira gota obtida a partir de uma escarificação da face interna do pavilhão auditivo e coloração de Stevenol ou Giemsa
· Coloca em evidência o parasita: elementos de orientação como monocitose, elementos de confirmação como presença de babesia intraeritrocitárias como formas arredondadas ou em pontilhado, geralmente em pares. Técnica de PCR.
Tratamento –
· Pentamidina: 4mg/kg IM profunda, ou 1mL/10kg da solução comercial a 2,5%
· Imidocarb: 4mg/kg SC ou IM
· Observação: uma soa dm é frequentemente suficiente, um segundo tratamento após 2 a 8 dias às vezes é preconizado ou necessário (recidivas)
· Transfusão sanguínea: se a anemia ultrapassar 2,5 x 10⁶ eritrócitos/mm³ ou Hb (hemoglobina) < 5g/100Ml
· Corticoterapia, se os elementos, clínicos e hematológicos, derem a entender que a hemólise continua. 
Vetor das doenças:
Febre maculosa: Amblyomma cajennense, Dermacentor spp., Rhipicephalus sanguineus
Hepazoonose: Amblyomma cajennense, Amblyomma ovale, Rhipicephalus (Boophilus)
Hemoplasmose: Rhipicephalus sanguineus
Rangeliose: Rhipicephalus sanguineus, Amblyomma aerolatum
Dipilidiose: doença parasitária causada pelo cestoide Dipylidium caninum. A forma adulta parasita o intestino delgado de caninos, felinos e acidentalmente o homem. No estágio larval o parasito localiza-se na cavidade geral dos hospedeiros intermediários que são as pulgas e piolhos. 
· A transmissão do Dipylidium ao hospedeiro definitivo ocorre quando o cão/gato ingere acidentalmente a pulga infectada ao lamber ou mordiscar a pele, na tentativa de aliviar o prurido causado pela pulga. 
· Pulgas: Ctenocephalides canis e Pulex irritans
· Piolhos mastigadores: Trichodectes canis
· Simples presença do vetor não significa que o animal terá a doença, o vetor precisa estar contaminado!
· Os sinais mais comuns em cães e gatos infectado é uma irritação anal associada a segmentos (proglótides) que são eliminados sobre a área onde o animal se arrastou. 
· O tutor percebe a presença do parasita (com tamanho de um grão de arroz) nas fezes ou na região perianal do seu animal. A infecção provoca sintomatologia ligeira, nomeadamente prurido anal. 
· Em casos mais severos, nosanimais mais jovens, poderá levar ao aparecimento de diarreias, perda de peso e crescimento retardado. 
Tratamento: praziquantel VO, 5mg/kg, Cestódeos (Dipylidium caninum) e nematódeos. Em paralelo ao tratamento com antiparasitário é fundamental proceder à eliminação da infestação por pulgas/piolhos do animal acometido, de possíveis animais contactantes e do ambiente.

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