Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doenças Parasitárias Aula 1: FUNDAMENTOS EM DOENÇAS PARASITÁRIAS DOS ANIMAIS CONCEITOS EM DOENÇAS PARASITÁRIAS • PARASITOLOGIA – Estudo sobre os parasitas, hospedeiros e ambiente. Estuda-se esses elementos no meio em que vivem.Também esse estudo investiga a prevalência, distribuição geográfica e fatores de risco associados a doenças parasitárias. Isso inclui o estudo da transmissão dos parasitas, a identificação de vetores e hospedeiros intermediários e a análise dos padrões de propagação da doença. Os parasitas podem ser classificados em : ⇒ Protozoários (unicelulares) ⇒ Helmintos (vermes) ⇒ Artrópodes (invertebrados com o exoesqueleto articulado) * Alguns artrópodes atuam como vetores, transmitindo parasitas entre hospedeiros (Exemplo: carrapato, ex: Rhipicephalus sanguineus) * DOENÇAS PARASITÁRIAS - Alterações patológicas ocasionadas por parasitas de modo direto ou mesmo indireto e suas implicações Como sabemos, as doenças parasitárias são causadas por protozoários, helmintos e artrópodes… e podem ter implicações significativas para a saúde do animal. Aqui estão alguns exemplos: 1. Hemoparasitoses: Incluem doenças como Babesioses, Ehrlichiosis, Tripanosomoses Equinas…; 2. Leishmanioses: Incluem a Leishmaniose Tegumentar Americana e a Leishmaniose Visceral (Calazar)... ; 3. Coccidioses: Incluem Toxoplasmose, Neosporose, Sarcocistoses…; 4. Helmintoses: Incluem Gastroenterites parasitárias dos Animais Domésticos, Pneumonias Verminóticas, Fasciolose, Euritrematose…; 5. Ectoparasitoses: Incluem Míiases (Dermatobiose, Gasterofilose, Oestrose, Bicheiras), Ixodidoses, Sarnas, Tungíase, Controle de Insetos (pulgas, piolhos) …. Para controlar doenças parasitárias em animais domésticos, é essencial entender a ecologia das doenças, manter a saúde e a higiene dos animais e realizar check-ups veterinários regulares. ● DIAGNÓSTICO - Sinais clínicos, epidemiologia, achados clínicos e laboratoriais… Um processo multifacetado.Os sinais clínicos são os sintomas observáveis no animal infectado. A epidemiologia estuda a distribuição e os determinantes das doenças em populações específicas. Os achados clínicos e laboratoriais podem incluir exames físicos, testes de laboratório e imagens médicas. É de extrema importância pois o diagnóstico será o que confirmará a presença ou não de uma doença parasitária, permitindo assim a realização de um tratamento adequado, prevenindo a propagação da própria doença no meio, além de ajudar identificar surtos de enfermidades parasitárias permitindo melhores intervenções da saúde pública ● TRATAMENTO - Aplicação terapêutica para condução do caso Envolve a aplicação de terapias específicas para eliminar o parasita e aliviar os sintomas da doença. Podendo-se incluir medicamentos antiparasitários, como as avermectinas, as quais são usadas contra várias parasitoses, e entre outras medidas de suporte com o objetivo de ajudar na recuperação do animal. A importância do tratamento reside na sua capacidade de restaurar a saúde do animal, prevenir a propagação da doença para outros animais ou humanos, e melhorar a qualidade de vida do animal. Além disso, o tratamento adequado pode prevenir complicações a longo prazo que podem ocorrer se a doença não for tratada.Em resumo, o tratamento de doenças parasitárias em animais domésticos é uma parte crucial do cuidado veterinário, que visa eliminar o parasita, aliviar os sintomas da doença e prevenir a propagação da doença. ● PROFILAXIA – Manejo clínico e sanitário, ações de vigilância e controle Envolve a prevenção e o controle dessas doenças através de manejo clínico e sanitário, bem como ações de vigilância. Isso pode incluir a administração regular de medicamentos antiparasitários, a manutenção de boas práticas de higiene, a vacinação, e a inspeção regular dos animais por um veterinário.A importância da profilaxia reside na sua capacidade de prevenir a ocorrência de doenças parasitárias, melhorar a saúde e o bem-estar dos animais domésticos, e prevenir a propagação de parasitas que podem ser zoonóticos, ou seja, que podem ser transmitidos de animais para humanos. Em resumo, a profilaxia é uma parte crucial do cuidado com animais domésticos, que visa prevenir e controlar doenças parasitárias através de práticas de manejo clínico e sanitário, e ações de vigilância. TRATAMENTO OU PROFILAXIA O tratamento e a profilaxia são duas abordagens distintas no manejo de doenças parasitárias em animais domésticos: ● Tratamento: Refere-se à aplicação de terapias após o animal já ter sido infectado por um parasita. O objetivo é eliminar o parasita, aliviar os sintomas da doença e restaurar a saúde do animal. ● Profilaxia: Envolve medidas preventivas tomadas para evitar a infecção inicial pelo parasita. Isso pode incluir a administração regular de medicamentos antiparasitários, a manutenção de boas práticas de higiene e a vacinação. O tratamento ajuda a gerenciar doenças parasitárias que já ocorreram, enquanto a profilaxia ajuda a prevenir novas infecções. • SIMBIOSE Refere-se à relação entre o parasita e o hospedeiro. Nesse contexto, o parasita vive no ou sobre o hospedeiro e obtém os nutrientes necessários para sobreviver . Embora a simbiose geralmente se refira a uma relação mutuamente benéfica, no caso das doenças parasitárias, essa relação é prejudicial para o hospedeiro (animal doméstico), pois o parasita pode causar doenças e outros danos. Portanto, é importante para a saúde do animal doméstico identificar e tratar essas doenças parasitárias. • COMENSALISMO É uma relação ecológica onde um organismo (comensal) se beneficia do outro (hospedeiro) sem causar prejuízo a este. No entanto, é importante notar que o comensalismo em doenças parasitárias é raro, pois a maioria dos parasitas causa algum dano ao hospedeiro, classificando a relação como parasitismo. • PARASITISMO Refere-se à relação onde o parasita vive no ou sobre o animal (hospedeiro) e obtém os nutrientes necessários para sobreviver, geralmente causando danos ao hospedeiro. Isso pode resultar em várias doenças dependendo do tipo de parasita, como protozoários, helmintos e artrópodes. O tratamento adequado e a prevenção são essenciais para proteger a saúde do animal e prevenir a propagação da doença. • AÇÃO DOS PARASITAS SOBRE O HOSPEDEIRO Os parasitas podem afetar seus hospedeiros de várias maneiras. Aqui estão alguns exemplos de como eles podem agir: 1. Ação espoliativa: Os parasitas podem absorver nutrientes do hospedeiro. Por exemplo, os ancilostomídeos são conhecidos por absorver nutrientes do hospedeiro. 2. Ação tóxica: Alguns parasitas produzem substâncias tóxicas que podem prejudicar o hospedeiro. Isso pode resultar em reações alérgicas e danos teciduais. 3. Ação mecânica: Os parasitas podem causar danos físicos ao hospedeiro. Isso pode ocorrer devido ao enovelamento de parasitos ou ao bloqueio na absorção de nutrientes. Exemplos incluem helmintos e Giardia duodenalis. 4. Ação traumática: Isso ocorre quando os parasitas causam danos físicos ao hospedeiro durante a migração das larvas. Um exemplo é o rompimento de hemácias por Plasmodium falciparum. 5. Ação irritativa: Alguns parasitas podem causar irritação no hospedeiro. Isso pode ser causado pela ação de ventosas dos cestódeos. Os parasitas também podem influenciar o crescimento, a fecundidade, o estado nutricional, a suscetibilidade à predação e o comportamento do hospedeiro. No entanto, é importante notar que os parasitas evoluíram para reduzir sua capacidade de agressão aos seus hospedeiros. Isso ocorre porque a sobrevivência do parasita também depende da sobrevivência do hospedeiro. EPIDEMIOLOGIA E FATORES AMBIENTAIS A epidemiologia das doenças parasitárias em animais domésticos é um campo complexo que envolve a interação de vários fatores. Aqui estão alguns pontos-chave: 1. Presença de animais domésticos, animais silvestres e humanos: A proximidade entre esses grupos pode facilitar a transmissão de parasitas. Por exemplo,a leishmaniose é uma doença parasitária que pode ser transmitidade animais para humanos. 2. Mudanças ambientais: As alterações no ecossistema, como a destruição do habitat natural, podem levar ao desequilíbrio ecológico e aumentar o risco de doenças parasitárias. 3. Erro de manejo: Práticas inadequadas de manejo podem aumentar a exposição dos animais a parasitas. Por exemplo, a falta de controle de ectoparasitas pode levar a infestações por carrapatos e pulgas. 4. Ausência de saneamento básico: A falta de saneamento adequado pode aumentar o risco de doenças parasitárias, pois muitos parasitas se reproduzem em ambientes sujos ou úmidos. 5. Introdução de novas espécies: A introdução de novas espécies pode trazer novos parasitas para uma área, aumentando o risco de doenças parasitárias. 6. Vigilância e controle ineficientes: A falta de medidas eficazes de controle e vigilância pode permitir que as doenças parasitárias se espalhem. 7. Surgimento de doenças: O surgimento de novas doenças parasitárias pode ser influenciado por todos os fatores acima. Além disso, a resistência aos medicamentos antiparasitários é uma preocupação crescente. VIAS DE TRANSMISSÃO As doenças parasitárias em animais domésticos podem ser transmitidas de várias maneiras. Aqui estão algumas das principais vias de transmissão: 1.Contato direto: Isso pode ocorrer através do contato pessoal ou por objetos que foram contaminados pelo parasita. Por exemplo, a sarna é uma doença que pode ser transmitida através do contato direto com um animal infectado. 2. Água, alimentos, mãos sujas: Parasitas podem ser transmitidos através da ingestão de água ou alimentos contaminados, ou através do contato com mãos sujas. A toxoplasmose, por exemplo, pode ser adquirida pela ingestão de água e alimentos contaminados com microrganismos presentes nas fezes de gatos. 3.Solo contaminado por ovos ou larvas: Alguns parasitas, como o ancilóstomo, podem penetrar na pele durante o contato com água suja contaminada ou solo contaminado por ovos ou larvas. 4. Vetores: Alguns parasitas são transmitidos por vetores, como insetos. A leishmaniose, por exemplo, é transmitida através da picada de um mosquito infectado. 5. Mecanismo ainda desconhecido: Em alguns casos, a via de transmissão do parasita ainda não é conhecida. É importante notar que a prevenção e o controle eficazes das doenças parasitárias requerem uma abordagem integrada que leve em consideração todos esses fatores. PATOGENICIDADE DO PARASITA É a capacidade de causar doença em um hospedeiro suscetível. Vários fatores podem influenciar a patogenicidade de um parasita em animais domésticos: 1. Sistema imunológico: O sistema imunológico do hospedeiro desempenha um papel crucial na determinação da patogenicidade de um parasita. Um sistema imunológico forte pode ser capaz de combater a infecção, enquanto um sistema imunológico enfraquecido pode ser mais suscetível à doença . 2. Manejo nutricional: A nutrição adequada é essencial para a saúde geral do animal e pode influenciar a resistência a parasitas. Uma dieta pobre pode tornar o animal mais suscetível à infecção parasitária. 3. Manejo sanitário: Práticas sanitárias inadequadas podem aumentar a exposição dos animais a parasitas. Por exemplo, a falta de controle de ectoparasitas pode levar a infestações por carrapatos e pulgas. 4. Fatores genéticos: Alguns animais podem ter uma predisposição genética para certas infecções parasitárias. Por exemplo, certas raças de cães podem ser mais suscetíveis à leishmaniose. 5. Predisposição racial ou por espécie: Algumas raças ou espécies podem ser mais suscetíveis a certas infecções parasitárias do que outras. 6. Resistência parasitária: A resistência parasitária refere-se à capacidade de um parasita de resistir aos tratamentos antiparasitários. Isso pode ser causado por uma variedade de fatores, incluindo o uso excessivo ou inadequado de medicamentos antiparasitários. DOENÇAS PARASITÁRIAS DOS ANIMAIS As doenças parasitárias em animais domésticos são causadas por uma variedade de parasitas, incluindo ectoparasitas, helmintos, hemoparasitas e protozoários. Aqui estão algumas informações sobre cada tipo: 1. Ectoparasitoses: → Causadas por parasitas que vivem na superfície do corpo do hospedeiro (como pulgas, carrapatos e ácaros) → Alguns exemplos de doenças incluem: a dipilidiose (transmitida pelas pulgas), erliquiose, anaplasmose, babesiose e hepatozoonose (transmitidas pelo carrapato), e ainda leishmaniose e dirofilariose (transmitidas ao hospedeiro por flebotomíneos e mosquitos, respectivamente). 2. Helmintoses: → causadas por helmintos, que são vermes parasitas. → Eles podem viver no trato gastrointestinal, pulmões, fígado e outros órgãos. → A infecção pode ocorrer quando o animal ingere os ovos ou larvas do parasita, geralmente através da ingestão de alimentos ou água contaminados. 3. Hemoparasitoses: → Causadas por parasitas que infectam as células sanguíneas do hospedeiro. → Exemplos incluem a Erliquiose, Anaplasmose, Babesiose, e outras doenças transmitidas por carrapatos e mosquitos. 4. Protozooses: → Causadas por protozoários, que são organismos unicelulares. → Eles podem causar uma variedade de doenças, incluindo a toxoplasmose, giardíase, malária e doença de Chagas. É importante notar que a prevenção e o controle eficazes dessas doenças parasitárias requerem uma abordagem integrada que leve em consideração todos esses fatores. Isso pode incluir medidas como a manutenção de boas práticas de higiene, o uso de medicamentos antiparasitários, a vacinação e o controle de vetores. TERMOS USADOS EM DPA Termo Significado Agente etiológico É um agente causador de uma doença. Pode ser um vírus, uma bactéria, um protozoário etc. Agente infeccioso É um microrganismo capaz de causar doenças em seres humanos. Estes agentes podem ser bactérias, vírus, fungos ou parasitas. Anfixenose É uma patologia causada por parasitas que circula tanto entre os seres humanos quanto entre os animais. Antropozoonose É uma doença primária de animais e que pode ser transmitida aos humanos. Antroponose São doenças em que o ser humano é o único reservatório, suscetível e hospedeiro. Enzoose É uma doença exclusiva de animais. Zooantroponose São doenças das pessoas, mas que podem ser transmitidas para os animais. Zoonose São doenças infecciosas capazes de ser naturalmente transmitidas entre outros animais e seres humanos. Endemia É a frequência de uma determinada doença, estando normalmente relacionada com uma região devido a fatores climáticos, sociais, higiênicos e biológicos. Epidemia ou surto epidêmico Uma doença passa a ser um surto quando diversos casos acontecem numa mesma região. A epidemia se caracteriza quando um surto acontece em diversas regiões. Fase aguda É a fase da doença que surge após a infecção, nela os sintomas clínicos são mais nítidos. Fase crônica É uma das fases em que um paciente passa a ter uma doença, sendo a fase posterior à fase aguda. Hospedeiro definitivo É o organismo que aloja o parasita em sua fase de maturidade ou em fase de reprodução sexuada. Hospedeiro intermediário É um organismo que abriga outro, tanto no seu interior, quanto no exterior, seja este um parasita, um comensal ou um mutualista. Morbidade É um termo utilizado na área da saúde para descrever a ocorrência de doenças ou condições anormais em uma determinada população. Mortalidade É um termo utilizado para descrever o número de óbitos ocorridos em uma determinada população em um determinado período de tempo. Parasitemia É a presença de parasitas no sangue. Parasito acidental É o parasito que exerce o papel de parasito, porém habitualmente possui vida não-parasitária. Parasito errático É o parasito que vive fora do seu habitat ou de seu hospedeiro normal. Parasito estenoxênico É o parasito que parasita espécie de vertebrados muito próximas. Eurixênico Refere-se a parasitas que podem viver em uma grande variedade de hospedeiros. Heteroxênico Refere-se ao ciclo de parasitas em que são caracterizados por só ser completado (ociclo) quando possui dois ou mais hospedeiros. Monoxênico Refere-se aos parasitas que realizam o seu ciclo evolutivo em um único hospedeiro. Período de incubação É o intervalo entre a data do primeiro contato com o vírus até o início dos sintomas da doença. Período pré-patente É o período decorrido entre a invasão (penetração) do agente etiológico no organismo até o aparecimento das primeiras formas detectáveis do agente (formas jovens iniciais como ovos, larvas, oocistos, etc). Vetor biológico É um ser vivo que carrega um microrganismo patógeno, mas não desenvolve a doença. Esse vetor entra em contato com um organismo doente, obtém o patógeno e o transmite a outro organismo, que pode não estar contaminado. Vetor mecânico É quando o parasito não se multiplica ou se desenvolve no vetor, esse simplesmente serve de transporte ao parasito. Patogenicidade É a capacidade de um agente biológico causar doença em um hospedeiro suscetível. Virulência É a capacidade que um agente biológico tem em produzir efeitos graves ou fatais. Etiopatogênese Refere-se à origem de uma doença. Sintomatologia É a análise detalhada dos sintomas de uma doença, para melhor interpretar o que aparece nos exames médicos. É a parte da medicina que se dedica ao estudo e interpretação dos sinais e sintomas presentes em exames médicos. Profilaxia É um conjunto de medidas que visam impedir ou reduzir o risco de transmissão de doenças. Isso pode incluir a manutenção de boas práticas de higiene, o uso de medicamentos antiparasitários, a vacinação e o controle de vetores . Sufixos OSE, IASE e ASE Estes sufixos são usados para designar doença, estado mórbido. O sufixo -OSE é relacionado a processos fisiológicos, patológicos e substâncias químicas. O sufixo -IASE é muitas vezes usado para denotar doenças. O sufixo -ASE é utilizado para nomear enzimas.
Compartilhar