Buscar

PARASITÁRIAS PROVA PRÁTICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

PERSISTÊNCIA DO ÚRACO
Definição
O úraco é uma estrutura embrionária que comunica a vesícula urinária em
desenvolvimento ao umbigo e saco alantóide para permitir que parte da urina fetal
seja encaminhada para a placenta e eliminada junto com a urina materna. O uraco
deve regredir à medida que se completa o desenvolvimento do feto, perdendo a
função ao nascimento, sendo a urina excretada pela uretra. Na persistência, o canal
do úraco apresenta-se desobstruído após o nascimento e como consequência, há
a eliminação da urina através do umbigo durante o armazenamento, ou expulsão da
urina através do umbigo e uretra durante a micção.
O úraco é um pequeno canal que corre junto aos vasos umbilicais, cuja
finalidade é a de eliminar a urina fetal para a cavidade alantóide, formando o líquido
alantóide.
A persistência ou a não regressão do conduto urinário fetal, que em
condições normais se oblitera logo após o nascimento, possibilita a eliminação da
urina através do umbigo. (livro: enfermidades dos cavalos)
Etiologia e patogenia
Pode ser congênita ou adquirida. Pode acontecer quando não ocorre o
fechamento do úraco ao nascimento ou quando o úraco fecha por alguns dias, mas
posteriormente reabre. O mecanismo correto pelo qual esse fechamento não ocorre
é desconhecido, mas existe possíveis causas para esses transtornos umbilicais,
como: torção por esforço excessivo de potros com retenção de mecônio, onfalite e
também pode ocorrer quando os agentes irritantes são aplicados aos restos
umbilicais.
(https://bibliodigital.unijui.edu.br/items/6d3a124f-341e-427b-a667-676f149de06a).
Algumas situações como a retenção de mecônio podem resultar em
persistência do úraco pois a retenção provoca tenesmo, o que aumenta a pressão e
o volume abdominal, aumentando o risco de úraco patente ou reabertura do úraco
adquirida, sendo esse tipo classificado como úraco patente mecânico. Outra causa
descrita de úraco patente é a permanência do potro em decúbito que, além de
aumentar o risco de doenças de umbigo remanescente, também pode resultar em
reabertura do úraco já que o animal não consegue urinar fisiologicamente. A
regressão pode levar mais tempo em casos em que o cordão umbilical foi enrolado
excessivas vezes pois essa prática pode causar obstrução parcial do úraco que tem
uma parede muito delgada e isso ocasiona dilatação do lúmen do úraco e isso faz
com que o tempo e regressão do mesmo seja maior e serve de porta de entrada de
bactérias, predispondo a persistência do úraco. (Retrospective analysis of factors
associated with umbilical diseases in foals; Perina, et al; 2024
https://doi.org/10.1016/j.jevs.2024.105045)
A persistência do úraco também pode ser resultado de um processo
infeccioso nas estruturas umbilicais internas e geralmente se manifesta em potros
com idade de 1 a 2 semanas de vida.
A patogenia da persistência do úraco envolve uma falha no processo normal
de fechamento do úraco durante o desenvolvimento fetal, que pode ser influenciada
por fatores genéticos, ambientais e mecânicos.
● Fatores genéticos: Pode haver uma predisposição genética para anomalias
no desenvolvimento do úraco. Estudos sugerem que certas mutações
genéticas podem aumentar o risco de persistência do úraco.
● Fatores ambientais: Exposição a substâncias teratogênicas durante a
gravidez, como certos medicamentos, toxinas ou agentes infecciosos, pode
interferir no desenvolvimento normal do úraco e aumentar o risco de
persistência do úraco.
● Fatores mecânicos: Anomalias no ambiente uterino, como restrição do
crescimento fetal, compressão do útero ou alterações no líquido amniótico,
podem interferir no desenvolvimento adequado do úraco.
O úraco patente associado à uma infecção pode desencadear condições
como a cistite, nefrite, piúria e até mesmo sepse.
Diagnóstico
O diagnóstico feito geralmente é o clínico com a observação da região
umbilical úmida ou com urina sendo eliminada por essa região esporadicamente ou
durante a micção, no entanto, caso essa alteração não seja observada, não se deve
descartar a possibilidade de úraco persistente. Exames complementares podem ser
utilizados para auxiliar no diagnóstico e, entre eles, tem-se a ultrassonografia que é
considerada o exame mais confiável nessas condições pois permite a observação
das diversas estruturas umbilicais em neonatos e é feito com o animal não sedado
https://bibliodigital.unijui.edu.br/items/6d3a124f-341e-427b-a667-676f149de06a
https://doi.org/10.1016/j.jevs.2024.105045
(potros tendem a tolerar bem o procedimento), em estação ao lado da égua ou em
decúbito lateral, estando adequadamente contido. (Alcantara; et al. Persistência de
úraco em potros: Revisão bibliográfica. Unifeob, 2022 / Vitale; et al. Ultrasonography
Evaluation of Umbilical Structures in Clinically Healthy Donkey Foals during the First
Week of Life. Animals 2021. https://doi.org/10.3390/ani11061650)
As alterações ultrassonográficas comumente encontradas na patologia
citada, compreendem: presença de estrutura tubular com conteúdo anecogênico,
em direção ao ônfalo (ALONSO et al., 2017) e a visualização de uma estrutura entre
as duas artérias umbilicais, sem forma bem definida, com parede delgada e
conteúdo hipoecóico e pontos hiperecóicos. No entanto, o úraco não é facilmente
diferenciado dos tecidos circundantes, além de seu lúmen não ser claramente
definido. Quando visualizado, possui parede mais delgada do que a da veia e das
artérias, sendo a ecogenicidade de sua parede semelhante à da parede dos vasos
(BOMBARDELLI et al., 2018).
Diagnóstico diferencial
● Abscessos;
● Eventração;
● Tumores;
● Hematomas/Traumas
● (Infecção umbilical): Uma infecção no umbigo pode causar secreção anormal.
Geralmente, há sinais de inflamação, como vermelhidão, inchaço e dor.
● Cisto umbilical: Um cisto umbilical é uma pequena bolsa cheia de fluido que
pode se desenvolver no local do umbigo. Geralmente é inofensivo e não está
associado à bexiga.
● Tumor umbilical: Embora seja incomum, certos tumores podem se
desenvolver no umbigo, como carcinoma basocelular ou melanoma.
Tratamento
O tratamento da persistência do úraco em potros vai depender de alguns
fatores como a apresentação clínica do paciente e o tempo de evolução da
condição, podendo ser abordado de forma conservadora ou cirúrgica. Pode ser
feita uma antibioticoterapia com o uso de sulfonamidas, cefalosporinas,
penicilinas e aminoglicosídeos. Recomenda-se a administração de uma dose
elevada de aminoglicosídeos uma vez ao dia para alcançar uma concentração
plasmática mais alta do fármaco, resultando em um potencial bactericida mais
eficaz com um tempo de ação limitado, quando comparado a doses múltiplas
administradas diariamente. (Silva, 2023)
O tratamento conservador é baseado no uso de antibióticos de amplo
espectro, seguidos da manutenção do abdômen limpo e seco do potro, com
imersão de duas a quatro vezes por dia do coto do cordão umbilical externo
com clorexidina diluída em solução de iodopovedina (Andrade, 2020).
Intervenção cirúrgica raramente é necessária, a menos que a urina esteja
vazando para as camadas da parede abdominal. Casos que são consequência de
infecções podem ser tratados com antibióticos orais e limpeza do coto umbilical até
a drenagem cessar (Equine Pediatric Medicine, 2 ed).
O úraco patente congênito geralmente é tratado com cauterização química do
úraco utilizando swabs mergulhados em solução de fenol concentrado ou iodo a 7%
ou com aplicador de nitrato de prata. No entanto, alguns estudos questionam o uso
desses agentes pois eles podem dessecar e irritar o tecido, além de predisporem a
https://doi.org/10.3390/ani11061650
infecções, e, como alternativa a esses agentes, recomenda-se o diacetato de
clorexidina a 0.5% que parece ser mais eficiente que as soluções de iodo no que diz
respeito a redução da contagem bacteriana na região umbilical, além de ser menos
irritante ao tecido e ter efeitos antissépticos prolongados (Equine Internal Medicine,
3 ed).

Outros materiais