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Processos de Adoção em Psicologia Familiar

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Disciplina: Psicologia Familiar
Curso: Psicologia 
6° Período 
ADOÇÃO: OS DIFERENTES PROCESSOS
1. Introdução
No presente trabalho buscamos trazer reflexões sobre a cultura da adoção, as mudanças ocorridas em nossos cinco séculos de história e como nosso país se constitui nas famílias adotivas de hoje, a visão da c00aridade corporificado na primeira adoção transpassou a agenda social. Aqui trazemos aspectos da adoção e as nuances que permeiam o tema, mostrando desde um olhar para a configuração familiar e sua historicidade, configuração que sofreu mudanças ao longo dos anos e que ainda apresenta novas perspectivas de forma cada vez mais rápida, além da diversidade familiar, principalmente no que tange a adoção por casais homoafetivos. Sendo assim, se torna cada vez mais importante que o psicólogo esteja atualizado quanto a esse tema tão importante e contemporâneo para que esteja preparado ao se deparar com questões que abordem o tema, e principalmente para que possa intervir de forma efetiva com pacientes que o procurem com esse tipo de configuração familiar, já que sabemos que a família é considerada crucial na formação da sociedade e do sujeito, e quando debatemos o tema da adoção, ele se torna ainda mais complexo e delicado de ser tratado, pois envolve questões subjetivas para cada indivíduo que está envolvido no processo, além de um olhar cuidadoso para com as mães que optam por entregar seu filho para a adoção, pois geralmente quando abordamos o tema da adoção logo temos uma visão maior para com a criança que passa pelo abandono e o sofrimento psicológico que o mesmo gera, mas aqui debatemos também sobre os motivos que leva essas mulheres a tomarem tal decisão e quais aspectos individuais e sociais estão presentes nesse momento. Em suma, ao estendermos a imagem social no processo de adoção mistifica ideias intensas que estão arraigadas, apenas quando o problema não se resume à adoção de famílias e alguns profissionais que se dedicam ao tema é que isso acontecerá e se modificará, provocando um benefício para toda a sociedade.
2. Desenvolvimento
2.1 A história da configuração familiar
Para refletir e discutir a respeito da adoção por casais homoafetivos faz-se necessário uma revisão sobre como a configuração de família mudou ao longo das décadas. A família é, certamente a instituição social mais antiga, e é exatamente por isso que nas últimas décadas houve um aumento significativo pelo interesse em estudar a família nos mais diversos campos de conhecimento. É diante disso que cada ciência procura abordá-la sob ângulos específicos e com métodos próprios (Wagner, 2002).
Frente à diversidade nas configurações familiares, observa-se que o conceito de família se diversificou, cada vez mais há necessidade de tratar as famílias no plural, abandonando o termo no singular, pois não é possível que um único conceito dê conta dessa complexidade (Musito, 2001).
Em 1916 houve uma alteração no Código Civil brasileiro que apenas legitimava relacionamentos matrimoniais, ou seja, que fossem devidamente registrados e validados em cartório (Costa, 2004). Dessa forma percebe-se o caminho que a configuração familiar percorreu no Brasil. A família nessa época era fundamentada em procriar-se, então era constituída por um casal composto de homem e mulher e seus filhos, dessa forma relacionamentos como uma união estável não era reconhecido e casais que não possuíam filhos eram discriminados. A figura central dessa família era o homem, a qual era atribuído o papel de provedor, já a mulher ocupava o papel de reprodutora, enfatizando a lógica da continuidade.
Com a revolução industrial, tornou-se necessário a mulher assumir espaço no mercado de trabalho e o homem ajudar nas tarefas domésticas, sendo assim houve uma mudança substancial nos papéis conjugais da família (Ferreira, 2000). Junto com a mudança das famílias para a cidade, vieram também as lutas pela emancipação da mulher, que foi tomando cada vez mais um papel ativo na família e na sociedade, não aceitando mais ser subjugada pelo homem, como era anteriormente.
Os laços entre o Estado e a Igreja foram se afrouxando e com isso os rígidos padrões de moralidade foram diminuindo. O objetivo maior passou a ser a busca da felicidade e com ela passaram a surgir novas formas de famílias.
Diante disso, pode-se dizer que a existência de novas configurações e estruturas familiares têm ampliado não somente o conceito de família, mas também suas implicações na sociedade. Em 2011 houve a legitimação pelo Supremo Tribunal Federal (STJ) da constituição de famílias por casais homoafetivos, julgando-as como entidade familiar. Dentro desse contexto a procura dos casais homoafetivos por seus direitos vem se efetivando pelo mundo e, em alguns países, a adoção de crianças por eles já é realidade (Costa, 2004).
2.2 A importância psicológica da família
De acordo com Wagner (2002), a família é considerada o pilar da formação da sociedade e da cultura, do desenvolvimento individual, e do conceito de maturidade emocional, é através da família que o indivíduo atinge a sua maturidade emocional. Pode-se afirmar que o que caracteriza a família são as relações de afeto e compromisso.
A família é a matriz da identidade pessoal e social, desenvolvendo-se o sentimento de independência e autonomia, baseado na diferenciação que permite a consciência de si mesmo como alguém diferente. É essencial, a família permitir que cada um construa um mundo seu com viabilidade ecológica no interior dos outros e na realidade, e que se estruture em relações organizadoras.
Dessa forma é observável o impacto que acarreta no desenvolvimento humano o não pertencimento à uma família. A perda do cuidado e proteção dos pais, a orfandade e o abandono acompanham as histórias de vida de algumas crianças. Segundo Levinzon (2006) a adoção é de extrema importância no desenvolvimento de crianças órfãs. A adoção se fundamenta na premissa de que a integração a uma nova família possibilita à criança reconstruir sua identidade a partir do estabelecimento de novas configurações parentais (Escrivão, 2003).
2.3 O casal homoafetivo e a adoção
As famílias plurais devem ser respeitadas e reconhecidas, tendo seus aspectos psíquicos e afetivos considerados, já que sua sexualidade se encontra no campo da individualidade, dessa forma não sendo impedimento para constituir uma família (Costa, 2004).
Diversas áreas estão envolvidas, influenciando e sendo influenciadas umas pelas outras no que concerne a união entre pessoas do mesmo sexo. São instâncias de aspectos jurídico, psicológico, familiar, religioso, social e cultural (Valle et al., 2009). Constitui-se, deste modo, a possibilidade da interdisciplinaridade, uma visão mais ampla, em virtude de olhares diferenciados, sem favorecer uma área ou outra, objetivando o que elas têm a contribuir em relação ao assunto. Mas, nesse caso, tem-se muitas divergências, o que é natural, pois o tema é polêmico e a influência da religião contra a homoafetividade aumenta ainda mais as discussões. De acordo com Silva (apud Diniz, 2008), a homossexualidade é definida como:
Uma prática sempre presente na história da humanidade, por se constituir uma das possíveis orientações afetivo-sexuais humanas - caracterizada pela predominância ou manifestação de desejos por pessoas do mesmo.
Sendo assim, atualmente não há impedimentos na lei brasileira que impeça a adoção por casais homoafetivos, Diniz (2008) aponta que não existem argumentos científicos ou psicológicos que legitimem a sexualidade como algo determinante na função parental. Futino e Martins (2006) consideram que, de acordo com estudos psicológicos, a homoafetividade não impede formação de vínculo e apego com o filho adotivo, neste contexto, não há motivos para a proibição da adoção.
Vários estudos descrevem como as crianças que se desenvolveram em famílias homoafetivas não tem intercorrências em seu desenvolvimento, contrariando assim os estigmas que a sociedade impõe sobre essas famílias (Rios, 2001). Vale ressaltar a importância que é atribuída a umapesquisa realizada nos Estados Unidos, que se apresenta como um desacordo aos preconceitos vigentes, pois de acordo com Rios (apud Kevin, 2001, p. 142) obteve resultados os quais apontam que “o desenvolvimento individual e a integração das crianças na sua comunidade não apresentou diferenças significativas de dificuldades relevantes advindas da criação por pais homoafetivos”. Futino e Martins (2006) aportam informações sobre as pesquisas realizadas por González (2005) e Tarnovski (2002) com crianças criadas por casais homoafetivos, em que os resultados obtidos mostram semelhanças em nível de desenvolvimento social e cognitivo esperado por crianças criadas por casais heteroafetivos. Os autores também apontam a rede social e de apoio como facilitadores na criação e adequação dessas crianças à sociedade (González, 2005; Tarnovski apud Futino; Martins, 2006).
Costa (2004) pontua que a formação da sexualidade se constitui de forma preponderante por características psíquicas individuais, muitas vezes involuntárias, do que por características advindas do ambiente externo. Sendo assim, não se tem dados contundentes de que a ausência de modelo familiar heterossexual determine a orientação sexual do filho.
2.4 O papel do psicólogo no processo de adoção
Segundo Paiva (2005), a psicologia nasceu da necessidade do homem em compreender a mente ou a alma, diante disso os estudos dos campos da psicologia foram se aprimorando, e o que inicialmente tratava-se de pesquisar e compreender o ser-humano na esfera individual, passou a voltar-se para áreas sociais e grupais, para que a psicologia pudesse estudar o comportamento do ser humano nos diferentes ambientes.
Sabe-se que o processo de adoção implica em muitas áreas de atuação e a principal é a esfera jurídica, dessa forma dentro da área jurídica, a psicologia busca analisar a relação entre o ser humano e a verdade, de forma a valorizar a verdade a partir das práticas sociais e relacioná-las ao cotidiano das pessoas (Eloy, 2012).
Segundo Eloy (2007), a psicologia jurídica se manifesta como uma ponte entre a psicologia e o direito, assim ela faz relação entre os conhecimentos e estuda o comportamento do ser humano e as relações das pessoas com a justiça.
Dentro desse contexto o psicólogo atua na área jurídica junto com assistentes sociais a fim de validar e avaliar os fatos e comportamentos do indivíduo, sendo assim o psicólogo no processo de adoção implica na avaliação do candidato que irá adotar, o mesmo deve ter conhecimento do procedimento de avaliação psicológica, além do conhecimento sobre o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). 
Assim quando toda a documentação for comprovada o candidato à adoção passará por uma entrevista, psicólogos e assistentes sociais farão esse trabalho de investigar as reais condições do candidato. A entrevista tem como finalidade investigar se todas as intenções de adoção são legítimas e se o candidato possui condições físicas, financeira, psicológica e morais para adotar. Após a verificação de todos esses requisitos e a criança ou adolescente escolhido, passa então pelo período da convivência. O período de convivência serve para adaptação do adotado e do adotante e é acompanhado por assistentes sociais e só após a aprovação é que o juiz libera a adoção definitiva (Brasil, 2002). 
2.5 A perspectiva da mãe biológica que entrega seu filho para a adoção 
Quando se fala em adoção, normalmente o foco está no processo que a criança ou o adolescente passa após sofrer o abandono por parte de seus genitores, ou seja, pouco se discute sobre o que leva à mãe biológica a entregar seu filho para a adoção. Segundo Motta (2008), quando o assunto é voltado para essas mulheres, elas são tratadas como seres “maus” e “mães desnaturadas”. O tabu que existe nesse meio ainda é muito grande, e acaba estigmatizando e generalizando toda a história por trás das mães que escolheram não criar seus filhos. Elizabeth Badinter (1985), diz que o amor materno é uma construção cultural e não instintiva da natureza feminina, um sentimento incerto, frágil e imperfeito, apresentando diversas facetas no contexto social, onde as mulheres experienciam símbolos e significados da maternidade como realidade. Porém, na contemporaneidade, a sociedade ainda tem a ideologia de que o amor materno é incondicional e inevitável (MOTTA, 2008). O que romantiza a crença de que toda mulher já nasceu com este dom. Com isso, Iotti (2020), afirma que a rede de significados e representações que acompanham o feminino com a “maternidade natural” é desfalcada quando uma mãe decide não criar a criança, ou até quando resolvem interromper a gestação, o que resulta em uma exclusão e repúdio social, além de uma intensa culpa por parte dessa mulher.
A escolha que a mãe toma em relação a esse processo, nem sempre está ligada à falta de amor materno, de acordo com pesquisas, o perfil da maior parte de mulheres que entregam seus filhos para a adoção é o de mulheres jovens, solteiras, com educação primária incompleta, que normalmente trabalham como domésticas e não contam com o apoio da família, nem do parceiro. São na maioria das vezes, mães excluídas, que fazem essa escolha porque foram abandonadas pelas políticas públicas, pela sociedade, ou que possuíam experiências de maus tratos e negligência parental durante sua infância (MENEZES, 2007; SOEJIMA; WEBER, 2008). Além disso, grande parte desse perfil de mulheres relata ter passado por uma gravidez indesejada, muitas vezes relacionadas a um fruto de relações não afetivas, podendo estar envolvidas com relações de violência como, estupro e incesto (BONNET, 1993; FRESTON, 1994; LEAO et al., 2014; MOTTA, 2005). Por mais que o assunto condição financeira possa não ser considerada para grande parte da sociedade como um motivo real para a entrega de um bebê, pois muitas pessoas mesmo vivendo na pobreza, ainda assim criam seus filhos, não se pode negar a verdadeira face da realidade brasileira, onde 17,3 milhões de crianças e adolescentes de 0 a 19 anos vivem em famílias com renda inferior ou igual a meio salário mínimo, o que resulta no total de 40% de crianças brasileiras (FUNDAÇÃO ABRINQ, 2008). Diante desse cenário, onde o modelo de minimização do Estado, fundamentado em uma lógica neoliberal capitalista, mantém a precarização de políticas sociais básicas, resulta em um agravamento das condições de vida das mulheres periféricas. Além disso, Weber (2008), argumenta que a falta de esclarecimento sobre métodos contraceptivos, a condenação pelo filho “ilegítimo”, e principalmente a proibição do aborto no Brasil são grandes agravantes que encaminham a mulher para esse local de escolha.
Vale ressaltar, que muitas das mulheres que passam por esse processo, vivenciam sérios conflitos psicológicos. Burnell e Norfleet (1979 apud MOTTA, 2008) indicam que em anos anteriores da entrega de seus filhos à adoção, 60% dessas mães sofreram de problemas ginecológicos, médicos e psicológicos, sendo o principal deles a depressão, presente em 40% das amostras. Já após essa entrega, elas enfrentaram dificuldades para seguir a vida normalmente, pois por mais que isso tenha sido uma escolha, elas também vivenciam a perda dessa criança. De acordo com Motta (2005), esse luto não reconhecido é uma das variáveis que mais assolam as mães após a tomada de decisão. Jones (1993), fala que alguns dos aspectos psicológicos que essas mulheres podem vivenciar por toda vida são: sentimento de culpa, tristeza, arrependimento, raiva, ambivalência e intensas fantasias perturbadoras em relação à criança. Além de gerar conflitos interpessoais, sentimento de perda e depressão. (BURNELL; NORFLEET, 1979). Algumas têm problemas para cuidar dos novos filhos, tornando-se mães afetivamente distantes ou superprotetoras. Outras se fecham para relacionamentos amorosos, temendo pelo possível julgamento e preconceito por parte do companheiro, caso ele descubra sobre sua escolha. (MOTTA, 2008). 
Motta (2005), afirma que a forma como o processo da entrega do filho ocorre é um fator determinante tanto parao adoecimento, quanto para o restabelecimento dessas mães. A assistência psicológica pré e pós natal para as gestantes e mães que passam por esse ciclo é garantida por lei (BRASIL, 2010). De acordo com o Conselho Nacional da Justiça (2015), é dever dos profissionais respeitar a intimidade e decisão de cada uma dessas mulheres, garantindo a saúde, segurança e os direitos sociais tanto da mãe, quanto do bebê/criança que será entregue. O acompanhamento psicológico pode acontecer nos Juizados, nas próprias maternidades ou sob encaminhamento a outros serviços de saúde. Conforme o Código de Ética Profissional do Psicólogo é dever do profissional: “promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas, das coletividades e contribuir para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. A Psicologia deve contribuir com o conhecimento específico, prestando atendimento especializado à essas mães juntamente à uma orientação e escuta da equipe multiprofissional, a fim de discutir questões que possam envolver possíveis dificuldades e preconceitos (IOTTI, 2020). Com isso, os psicólogos devem trabalhar de forma ética na promoção da saúde mental, no preparo psicológico antes e após a entrega do bebê, na redução de um possível adoecimento psíquico, na aceitação do luto e do sentimento de perda, na recuperação da autoestima e na quebra de preconceitos e inseguranças que a sociedade impõe na vida dessas mulheres, visando assim, uma melhor qualidade de vida e uma reorganização psíquica e social. 
3. Considerações Finais
Podemos observar que o conceito de família se diversificou ao longo dos anos e cada vez mais, há a necessidade de tratar a pluralidade familiar, pois não há apenas um conceito que dê conta de unificar e exemplificar as diversas configurações familiares existentes. A família é a instituição social mais antiga e a primeira que entramos em contato, e por este motivo vem sendo alvo de estudos, em diversas áreas, acerca de seu significado, suas configurações e seu papel na vida do indivíduo. Mediante a tantas novas configurações familiares, o processo de adoção no Brasil precisou de atualizações e adequações, cada vez mais há necessidade de tratar as famílias no plural, não é possível que um único conceito dê conta desta complexidade. Acerca das reflexões sobre família e adoção que trouxemos através deste trabalho, pode-se ressaltar a importância do papel da psicologia em todo o processo de construção familiar e de adoção, assim como também é necessário dar uma atenção aos motivos que as mães e famílias biológicas que as levam a entregar as crianças para adoção. O processo de adoção implica em muitas áreas de atuação e a principal é a esfera jurídica, dentro da área jurídica, a psicologia busca analisar a relação entre o ser humano e a verdade, de forma a valorizar a verdade a partir das práticas sociais e relacioná-las ao cotidiano das pessoa, o psicólogo no processo de adoção tem seu papel inserido na avaliação do candidato que irá adotar, o mesmo deve ter conhecimento do procedimento de avaliação psicológica, além do conhecimento sobre o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
4. Referências
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BONNET, Catherine. “Adoption at birth: Prevention against abandonment or neonaticide”. Child Abuse & Neglect, vol. 17, p. 501-513, 1993.
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BRASIL. (2002) Estatuto da criança e do adolescente: Lei federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. Rio de Janeiro: Imprensa Oficial.
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