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AULA 6 - SARAMPO

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SARAMPO 
PROFª. ELCIANA DE OLIVEIRA EMERICK COELHO 
SARAMPO 
Doença viral, infecciosa aguda, potencialmente grave, transmissível, 
extremamente contagiosa e bastante comum na infância. A viremia 
provoca uma vasculite generalizada, responsável pelo aparecimento 
das diversas manifestações clínicas. 
SARAMPO 
RESERVATÓRIO 
O homem 
 
AGENTE ETIOLÓGICO 
RNA vírus pertencente ao gênero 
Morbillivirus, família Paramyxoviridae. 
 
MODO DE TRANSMISSÃO 
1. Ocorre de forma direta, por meio de secreções nasofaríngeas 
expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Por isso, a elevada 
contagiosidade da doença. 
2. Também tem sido descrito o contágio por dispersão de aerossóis 
com partículas virais no ar, em ambientes fechados, como escolas, 
creches e clínicas. 
SARAMPO 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO 
Geralmente de 10 dias, podendo variar entre 7 e 18 dias, desde a 
data da exposição até o aparecimento da febre, e cerca de 14 dias até 
o início do exantema. 
PERÍODO DE TRANSMISSIBILIDADE 
Inicia-se de 4 a 6 dias antes do exantema e 
dura até 4 dias após seu aparecimento. O 
período de maior transmissibilidade ocorre 
entre 2 dias antes e 2 dias após o início do 
exantema. 
SARAMPO 
SUSCETIBILIDADE E IMUNIDADE 
Todas as pessoas são suscetíveis ao vírus do sarampo. 
Lactentes, cujas mães já tiveram sarampo ou foram vacinadas, 
possuem imunidade passiva conferida por anticorpos transmitidos 
pela via transplacentária. 
Essa imunidade é transitória e pode perdurar até o final do 1º ano 
de vida, razão pela qual pode haver interferência na resposta à 
vacinação em menores de 12 meses de vida. 
No Brasil, cerca de 85% das crianças perdem esses anticorpos 
maternos por volta dos 9 meses de idade. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO SARAMPO 
Caracteriza-se por febre alta, acima de 38,5°C, exantema máculo-
papular generalizado, tosse, coriza, conjuntivite e manchas de Koplik 
(pequenos pontos brancos na mucosa bucal, antecedendo o 
exantema). 
De forma simplificada, as manifestações clínicas do sarampo são 
divididas em três períodos. 
 
 
PERÍODO DE INFECÇÃO. 
PERÍODO TOXÊMICO. 
REMISSÃO. 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO SARAMPO 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO SARAMPO 
PERÍODO DE INFECÇÃO - dura cerca de 7 dias, iniciando-se com 
período prodrômico, quando surge a febre, acompanhada de tosse 
produtiva, coriza, conjuntivite e fotofobia. 
Do 2º ao 4º dia desse período, surge o exantema, quando se 
acentuam os sintomas iniciais. Nessa fase as manchas de Koplik 
estão presentes. 
O paciente apresenta prostração e lesões características de sarampo 
(exantema cutâneo máculo-papular 
 de coloração vermelha, iniciando na 
 na região retroauricular). 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DO SARAMPO 
PERÍODO TOXÊMICO - a ocorrência de superinfecção viral ou até 
mesmo bacteriana é facilitada pelo comprometimento da resistência 
do hospedeiro à doença. 
São frequentes as complicações, principalmente nas crianças até os 2 
anos de idade, especialmente as desnutridas e os adultos jovens. 
PERÍODO REMISSÃO - caracteriza-se pela diminuição dos sintomas, 
com declínio da febre. O exantema torna-se escurecido e, em alguns 
casos, surge descamação fina, lembrando farinha, daí o nome de 
furfurácea. 
É durante a fase exantêmica que, geralmente, se instalam as 
complicações sistêmicas - a encefalite pode aparecer após o 20º dia. 
COMPLICAÇÕES DO SARAMPO 
Febre por mais de 3 dias, após o aparecimento do 
exantema, é um sinal de alerta e pode indicar o 
aparecimento de complicações, como infecções 
respiratórias, otites, doenças diarreicas e 
neurológicas. 
 
Na ocorrência dessas complicações, a 
hospitalização pode ser necessária, principalmente 
em crianças desnutridas e em 
imunocomprometidos. 
IgM está relacionado a infecção (ativa ou não) 
IgG relacionado a anticorpos de memória (imunidade) 
IgM (-) não teve contato com o vírus e IgG (-) não tem imunidade. 
IgM (+) doença ativa risco de transmissão (aguda) e IgG (+) possui 
anticorpos de memória (imune). 
IgM (-) sem doença ativa e IgG (+) imune. 
DIAGNÓSTICO DO SARAMPO 
DIAGNÓSTICO DO SARAMPO 
Os anticorpos específicos da classe IgG podem, eventualmente, 
aparece na fase aguda da doença e costumam ser detectados muitos 
anos após a infecção. 
Realizado mediante detecção de anticorpos IgM no sangue, na fase 
aguda da doença, desde os primeiros dias até 4 semanas após o 
aparecimento do exantema. 
É imprescindível assegurar a coleta de 
amostras de sangue de casos suspeitos, 
sempre que possível no primeiro atendimento 
ao paciente. 
ATENÇÃO 
DIAGNÓSTICO DO SARAMPO 
 O teste de IgM COM resultado REAGENTE OU INCONCLUSIVO, 
independentemente da suspeita, deve ser notificado imediatamente 
para a continuidade da investigação e coleta da segunda amostra de 
sangue (S2), que é obrigatória para a classificação final dos casos. 
 Ela deverá ser realizada ENTRE 20 e 25 dias APÓS a data da primeira 
coleta. 
 Amostras coletadas entre o 1º e o 28º dia do aparecimento do 
exantema são consideradas amostras oportunas (S1). 
 As coletadas após o 28º dia são consideradas tardias, mas, mesmo 
assim, devem ser enviadas ao laboratório. 
CASOS SUSPEITOS DE SARAMPO 
 
Os casos suspeitos estão sujeitos a dúvidas diagnósticas, devido a: 
1. Dificuldade em reconhecer o sarampo entre outras doenças 
exantemáticas com quadro clínico semelhante, com possibilidade 
de se apresentarem reações cruzadas relacionadas ao diagnóstico 
laboratorial. 
2. Aparecimento de resultados laboratoriais falso-positivos. 
3. Casos com história vacinal fora do período previsto. 
DIAGNÓSTICO DO SARAMPO 
Todos os casos IgM positivos ou reagentes para o sarampo devem ser 
analisados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Secretaria de 
Estado de Saúde (SES) e Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério 
da Saúde (SVS/MS). 
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL - caso suspeito cujo exame laboratorial 
teve como resultado “reagente” ou “positivo para IgM” e a análise 
clínica epidemiológica indicativa de confirmação de sarampo. 
CONFIRMADOS 
TRATAMENTO 
Não existe tratamento específico para a infecção por sarampo. O 
tratamento profilático com antibiótico é contraindicado. 
 
 
Deve-se manter a hidratação e o suporte 
nutricional, e diminuir a hipertermia. 
Muitas crianças necessitam de 4 a 8 
semanas para recuperar o estado 
nutricional. 
ATENÇÃO 
NOTIFICAÇÃO 
Considerando-se a alta infectividade e contagiosidade da doença, 
todo caso suspeito de sarampo deve ser comunicado por telefone à 
SMS dentro das primeiras 24 horas após o atendimento do paciente 
e também à SES, por telefone, fax ou e-mail, para acompanhamento 
junto ao município. 
 
A notificação deve ser registrada no Sistema de Informação de 
Agravos de Notificação (SINAN), utilizando-se a Ficha de Investigação 
de Doenças Exantemáticas Febris Sarampo/Rubéola. 
INVESTIGAÇÃO 
A investigação do caso suspeito de sarampo deve ser realizada pela 
equipe municipal. 
As informações obtidas na investigação epidemiológica devem 
responder às demandas básicas da análise epidemiológica, ou seja, 
quem foi afetado, quando ocorreram os casos e onde se localizam. A 
partir dessas informações, são desencadeadas as condutas 
adequadas à situação. 
 
O caso suspeito de sarampo deve ser investigado no prazo máximo 
de 48 horas após a notificação. 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
Evitar a frequência as escolas ou creches, agrupamentos e qualquer 
contato com pessoas suscetíveis, até 4 dias após o início do período 
exantemático. 
A vigilância dos contatos deve se realizar no período de 21 dias. 
Como o risco de transmissão intra-hospitalar é muito alto, deve-se 
promover a vacinação seletiva de todos os pacientes e profissionais 
do setor de internação do caso suspeito de sarampo. 
Pacientes internados devem ser mantidos em isolamentos 
respiratório de aerossol, até 4 dias após o início do exantema. 
PROTEÇÃO INDIVIDUALPARA EVITAR CIRCULAÇÃO VIRAL 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
A vacina é a única forma de prevenir a ocorrência do sarampo na 
população. 
O risco da doença para indivíduos suscetíveis permanece, em função 
da circulação do vírus do sarampo em várias regiões do mundo. 
A principal medida de controle do sarampo é a vacinação dos 
suscetíveis: vacinação de rotina na rede básica de saúde, bloqueio 
vacinal, intensificação vacinal e campanhas de vacinação de 
seguimento. 
PROTEÇÃO DA POPULAÇÃO 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
Aos 12 meses de idade administrar uma dose da vacina tríplice viral. 
Aos 15 meses de idade administrar uma dose da vacina tetraviral. 
Esta vacina pode ser administrada até os 23 meses e 29 dias de 
idade. Após esta faixa etária, completar o esquema com a vacina 
tríplice viral. 
Indivíduos de 20 a 49 anos de idade devem receber uma dose da 
vacina tríplice viral, conforme situação vacinal encontrada. 
Considerar vacinado o indivíduo que comprovar uma dose de vacina 
tríplice viral ou dupla viral (sarampo e rubéola). 
VACINAÇÃO DE ROTINA 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
Cada serviço de saúde deve identificar as oportunidades perdidas de 
vacinação, organizando e realizando estratégias capazes de anular ou 
minimizar as situações identificadas, principalmente por meio: 
Do treinamento de pessoal de sala de vacinação. 
Da avaliação do programa de imunizações. 
Da revisão do cartão de vacinação de toda criança matriculada nas 
escolas, em parceria com as Secretarias Estaduais e Municipais de 
Educação. 
Da busca sistemática de faltosos à sala de vacinação. 
Da realização do monitoramento rápido de cobertura vacinal. 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
A vacinação de bloqueio é uma atividade prevista pelo sistema de 
vigilância epidemiológica em conjunto com a equipe de imunizações, 
sendo executada quando da ocorrência de um ou mais casos 
suspeitos da doença. 
Deve ser realizada no prazo máximo de até 72 horas após a 
notificação do caso, a fim de interromper a cadeia de transmissão e, 
consequentemente, eliminar os suscetíveis no menor tempo 
possível. 
O bloqueio vacinal é seletivo e a vacina tríplice viral é administrada 
conforme a situação vacinal dos contatos do caso, como descrito a 
seguir: 
BLOQUEIO VACINAL 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
Contatos a partir dos seis meses até 11 meses e 29 dias, devem 
receber uma dose da vacina tríplice viral. Esta dose não será válida 
para a rotina de vacinação, devendo-se agendar a 1ª dose de tríplice 
para os 12 meses de idade e a dose de tetra viral para os 15 meses 
de idade. 
Contatos a partir dos 12 meses até 49 anos de idade devem ser 
vacinados conforme as indicações do Calendário Nacional de 
Vacinação. 
Contatos acima de 50 anos que não comprovarem o recebimento de 
nenhuma dose da vacina devem receber uma dose de vacina tríplice 
viral. 
BLOQUEIO VACINAL 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
Caracteriza-se pela adoção de estratégias para incrementar a 
vacinação de rotina, como a busca ativa de faltosos, identificação dos 
não vacinados e vacinação oportuna dos mesmos, especialmente 
quando há casos confirmados da doença. 
 
 
 
A campanha de vacinação é uma ação pontual que tem um fim 
determinado e específico. É uma estratégia que tem abrangência 
limitada no tempo e visa, sobretudo, à vacinação em massa de uma 
determinada população, com uma ou mais vacinas. 
INTENSIFICAÇÃO VACINAL 
CAMPANHA DE VACINAÇÃO 
MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE 
Também denominada de operação limpeza, a varredura é uma 
atividade na qual se verifica, casa a casa, a situação vacinal de todos 
os indivíduos a partir dos 6 meses de idade até 49 anos, realizando a 
vacinação de forma seletiva, de acordo com a situação encontrada. 
 
É realizada quando ainda há ocorrência de casos da doença, mesmo 
após a implementação de outras ações de vacinação. 
 
 
VARREDURA 
REFERÊNCIA 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia 
de Vigilância em Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de 
Vigilância em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2014

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