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Gustavo Moreno T19 Doença Inflamatória Pélvica (DIP): Síndrome clínica Complicação IST Espontânea ou manipulação – DIU, tentativa de aborto caseiro, curetagem Endométrio Tubas Anexos Patógenos: 85% agentes patogênicos sexualmente transmitidos ou associados à vaginose bacteriana 15% dos casos agudos de DIP não são transmitidos sexualmente Germes entéricos Patógenos respiratório Colonizadores trato inferior Agentes etiológicos de DIP: causas microbiológicas: Microrganismo sexualmente transmissíveis: Chlamydia trachomatis Mycoplasma genitalium Neisseria gonorrhoeae Vírus e protozoários – raro Herpes simples vírus Trichomonas vaginalis Organismos endógenos: Mycoplasmas do trato genital: –Mycoplasma genitalium –Mycoplasma hominis –Ureoplasma uredyticum Bactérias anaeróbicas: Bacteroides spp. e fragilis Peptostreptococcus spp. Prevotella spp. Bactérias facultativas – Aeróbias: Escherichia coli Gardnerella vaginalis Haemophilus influenzae Streptococcus spp. e agalactiae Fatores de risco: Condições socioeconômicas desfavoráveis – moradores de rua, má higiene Atividade sexual precoce Comportamento sexual (não ter relaçaõ anal com vaginal com a mesma camisinha por exemplo) Uso de tampões e duchas vaginais (vagina é autolimpante) Vaginites e vaginoses recorrentes Método anticoncepcional – ectópica (fora do lugar) DIU: risco aumentado de DIP → primeiros 20 dias de inserção (período de adaptação) Exame clínico: Aferição de sinais vitais Exame abdominal Exame especular vaginal Exame bimanual, com mobilização do colo e palpação dos anexos Obs – sempre fazer o toque, para ver se a paciente tem dor Diagnóstico: Diagnóstico clínico Padrão ouro ⇒ videolaparoscopia ** Critérios de diagnóstico de DIP: (P) [3 critérios maiores e 1 menor ou 1 elaborado!!] Critérios maiores: ** -Dor no hipogástrio -Dor a palpação dos anexos -Dor a mobilização de colo uterino Critérios menores: ** -Temperatura axilar > 37,5C ou temperatura retal >38,3C -Conteúdo vaginal ou secreção endocervical anormal -Massa pélvica -Mais de 5 leucócitos por campo de imersão em material de endocérvice -Leucocitose em sangue periférico -Proteína C reativa ou velocidade de hemossedimentação – HVS – elevado -Comprovação laboratorial de infecção cervical por gonococo, clamídia ou micoplasma Critérios elaborados: ** -Evidência histopatológico de endometrite -Presença de abscesso tubo ovariano ou de fundo de saco de douglas em estudo de imagem -Laparoscopia com evidência de DIP (Três critérios maiores + um critério menor // um critério elaborado) Diagnóstico diferencial: Gravidez ectópica Apendicite aguda ITU Litíase ureteral Torção de ovário Torção de mioma uterino Rotura de cisto ovariano Endometriose – endometrioma roto Diverticulite Exames: Etiologia e gravidade Hemograma PCR Exame bacterioscópico Cultura de material de endocérvice com antibiograma Parcial de urina e urocultura BHCG Exames de imagem: USTV Abscesso tubo-ovariano –Líquido preenchendo a tromba com ou sem a presença de líquido livre na pelve Tratamento ambulatorial / hospitalar Ambulatorial: quadro leve e exame físico sem pelviperitonite Hospitalar: Cuidar das gestantes → não é comum, Interna para antibiótico IV Critérios para indicação de tratamento hospitalar DIP: Abscesso tubo-ovariano Gravidez Ausência de resposta clínica após 72 horas do início do tratamento com antibioticoterapia oral Intolerância à antibióticos orais ou dificuldade para seguimento ambulatorial Estado grave, com náuseas, vômitos e febre Dificuldade na exclusão de emergência cirúrgica – apendicite, gravidez ectópica Tratamento: Imediato Analgesico e anti-inflamatorio Esquemas terapêuticos deverão ser eficazes contra os principais tipos de patógenos Monoterapia não é recomendado!! ** Tabela (P) Tratamento Primeira opção (P) Segunda opção Terceira opção Ambulatorial Ceftriaxona, 500 mg IM, dose única Mais Doxiciclina 100 mg, 1 comprimido, VO, 2x/dia, por 14 dias Mais Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 14 dias Cefotaxima 500 mg, IM, dose única Mais Doxiciclina 100 mg, 1 comprimido, VO, 2x/dia, por 14 dias Mais Metronidazol 250mg, 2 comprimidos, VO, 2x/dia, por 14 dias — Hospitalar Ceftriaxona 1g, IV, 1x/dia, por 14 días Mais Doxiciclina 100mg, 1 comprimido, VO, 2x dia, por 14 dias Mais Metronidazol 400mg, IV, de 12/12 horas Clindamicina 900mg, IV, 3x/dia, por 14 dias Mais Gentamicina (IV ou IM); 3 a 5mg/kg,1x/dia por 14 dias Ampicilina / sulbactam 3g, IV, 6/6 horas, por 14 dias Mais Doxiciclina 100mg, 1 comprimido, VO, 2x/dia, por 14 dias Obs – gestante → internar 14 dias!! Obs – contra indicado doxiciclina em gestantes Obs – orientar quanto ao não uso de bebidas alcoólicas durante e após 24 horas do uso de metronidazol para evitar efeito dissulfran (antabuse). Seguimento: Melhora clínica: 3 dias Cura: desaparecimento dos sinais e sintomas Exames podem estar positivos em 40% casos após 30 dias** Retorno: 7 dias e manter abstinência sexual até cura clínica Complicações: RNM // TC Infertilidade** Obstrução tubária Parcerias sexuais: Deve ser realizado tratamento: Ceftriaxona 500mg IM Azitromicina 1g VO Metronidazol 1g VO Masculina – dose única Femina – 14 dias Conclusão: Quando uma mulher sexualmente ativa se apresenta com dor abdominal baixa e/ou dor pélvica, deverá investigar DIP no diagnóstico diferencial, independentemente da história sexual recente 3 critérios maiores mais um critério menor Um critério elaborado Monoterapia não é recomendada