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DIPA - Doença Inflamatória Pélvica

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1 Laís Flauzino | CONFERÊNCIA | 4°P MEDICINA UniRV 
2M2 – DIPA Doença Inflamatória 
Pélvica 
Conceito: 
Síndrome clínica atribuída à ascensão de 
microrganismos do trato genital inferior, espontânea 
ou secundária à manipulação, comprometendo 
endométrio, anexos uterinos e/ou estrutura 
contíguas. 
Etiopatogenia: 
Afecção polimicrobiana. 
Microrganismos mais frequentes: 
o Neisseria gonorrhoeae 
o Chlamydia trachomatis 
Menos comuns: 
o Anaeróbios e estreptococos 
o Gardnerella vaginalis 
o Hemophilus influenza 
o Mycoplasma hominis e Ureaplasma urealyticum 
Ascensão de bactérias: 
Gonococo tem capacidade própria de migração 
facilita a ascensão de outros MO e libera endotoxinas 
capazes de imobilizar os cílios da mucosa tubária. 
Gonococo e clamídia são os agentes mais comuns, 
que iniciam o processo infeccioso, facilitando a 
colonização de outras bactérias após início do 
processo. 
Inflamação: 
o Mucosa tubária torna-se hiperêmica e 
edemaciada qualquer que seja o MO. 
o Clamídia leva a danos mais graves, com necrose. 
o Peri-ooforite do ovário homolateral, evoluindo 
para comprometimento do parênquima e 
formando abscesso tuboovariano. 
o Coleção purulenta para FSD pela passagem do 
exsudato através do orifício tubo-peritoneal. 
Epidemiologia: 
o 10 a 15% das internações ginecológicas 
o 10 a 15% das mulheres nos anos reprodutivos 
terão ao menos 1 episódio de DIP: 70% < 25 anos 
33% < 19 anos. 
o 10 a 15% dos casos não é sexualmente 
transmissível – procedimentos médicos: DIU, 
curetagens, histeroscopias, HSG. 
o 50% dos casos de gestação ectópica 
o 30% dos casos de infertilidade – 13% após 
primeiro episódio; 26% após segundo episódio e 
>70% após terceiro episódio. 
o A DIP prévia predispõe recidivas 
o Abscessos tubo-ovarianos ocorrem mais 
frequentemente após infecções recorrentes. 
Prevalência após DIP: 
o Gravidez ectópica – 15% 
o Dor pélvica crônica – 18% 
o Infertilidade por obstrução tubária – 50% 
o 12% das adolescentes sexualmente ativas tem no 
mínimo um episódio antes dos 20 anos de idade. 
 
Fatores de r isco: 
o Início da atividade sexual precoce 
o Promiscuidade sexual (troca de parceiros a cada 
180 dias e ausência de uso de preservativos) 
o Baixo nível socioeconômico 
o Raça negra ou mestiça 
o História prévia de DST e HIV 
o Parceiro com DST 
o Uso de DIU, principalmente nos primeiros meses 
após inserção. 
Adolescentes tem 3x maior risco que mulheres 
maiores de 25 anos: 
➢ Baixa prevalência de anticorpos anti-Clamídia 
➢ Ectopia mais frequente 
➢ Muco cervical mais permeável 
➢ Retardo no diagnóstico 
Tabagismo, alcoolismo e uso de drogas estão 
associados. 
 Fatores de proteção: 
✓ Contraceptivos orais – promovem o 
espessamento do muco cervical 
✓ Métodos anticoncepcionais de barreira – condom, 
diafragma e esponjas. 
Diagnóstico: 
Os sinais e sintomas são variados, o que dificulta o 
diagnóstico e facilita as complicações. 
Devem ser consideradas de risco: 
o Mulheres sexualmente ativas 
o Próximas ao final do período menstrual 
o História negativa para uso de métodos de 
barreira 
o DIP prévia 
o Multiplicidade de parceiros sexuais 
O diagnóstico sindrômico é firmado mediante 
presença de três critérios maiores mais um critério 
menor ou um critério elaborado. 
Os critérios auxiliares (menores) aumentam a 
especificidade do diagnóstico, e os elaborados o 
confirmam. 
Critér ios maiores: 
o Dor em abdome inferior 
o Dor à palpação das regiões anexiais 
o Dor à mobilização do colo uterino. 
o Febre 
Critér ios menores: 
o Tax > 38°C 
o Secreção cervical ou conteúdo vaginal anormal 
o VHS ou PCR elevadas 
o Massa pélvica 
o Leucocitose com desvio (HC infeccioso) 
Critér ios elaborados: 
o Evidência histopatológica de endometrite, BX de 
endométrio; 
o USTV ou RNM – espessamento, abscesso tubário 
com ou sem líquido livre na pelve ou abscesso 
tubo-ovariano complexo 
o Achados laparoscópicos compatíveis. 
 
2 Laís Flauzino | CONFERÊNCIA | 4°P MEDICINA UniRV 
Diagnóstico diferencial : 
Trato gastrointestinal: apencite, diverticulite, 
síndrome do colo irritável 
Trato urinário: cistite, pielonefrite, litíase. 
Condições ginecológicas: cisto de ovário, 
tuberculose, endometriose. 
Condições obstétricas: gravidez ectópica, aborto 
séptico. 
Afecções musculoesqueléticas: psoíte, discopatias. 
Exames complementares: 
o Hemograma complexo 
o VHS ou proteína C reativa 
o Exame bacterioscópico da cérvice ou punção de 
FSP ou biópsia por VLP. 
o US abdominopélvica ou RNM de pelve. 
o Radiografia simples de abdome 
o Laparoscopia 
o EAS e urocultura 
o Teste de gravidez 
Classif icação: 
Estágio I: endometrite e salpingite aguda sem 
peritonite. 
Estágio II: salpingite com peritonite. 
Estágio III: salpingite aguda com oclusão tubária ou 
compartimento tubovariano. Abscesso íntegro. 
Estágio IV: abscesso tubovariano roto. 
Tratamento: 
Pode ser ambulatorial ou hospitalar. 
Deve ser iniciado assim que se confirme o 
diagnóstico. 
Medidas gerais: 
o Repouso, abstinência sexual, retirar DIU se 
usuária, tratamento sintomático. 
 
3 Laís Flauzino | CONFERÊNCIA | 4°P MEDICINA UniRV 
Antibioticoterapia. 
Notificação, aconselhamento e encorajamento 
paciente a comunicar parceiros para fazer tratamento 
com: 
o Azitromicina 1g, VO em DU, mais Ofloxacina 
400mg ou ciprofloxacino 500mg VO, em DU, 
Ceftriaxona 500mg IM DU. 
Tratamento ambulator ial : 
o Tempo-mínimo: 14 dias – doxiciclina 12/12 horas 
100mg + Cefriaxone 250mg IM dose única. Com 
ou sem metronidazol 500mg VO 12/12 por 14 
dias. 
o Não respondeu 72 horas – internar. 
o Não retirar DIU, exceto se não tiver melhora em 72 
hrs. 
o Acompanhamento clínico 3 meses ou até um ano. 
o Ceftriaxona, 500mg IM, dose única ou cefoxitina 
2g IM dose única, ou outra cefalosporina de 
terceira geração 
o Doxaciclina, 100mg VO 2 vezes dia por 14 dias 
com ou sem metronidazol, 500mg VO, 2 vezes dia 
por 14 dias. 
Tratamento hospitalar: 
Hospitalização: 
o Emergência cirúrgica 
o Incerteza no diagnóstico 
o Ausência de resposta clínica, baixa aderência, 
intolerância ao tratamento oral 
o Doença grave (náuseas e vômitos ou febre 
elevada) 
o Abscesso tubo-ovariano ou pélvico 
o Gravidez 
Estágio II e III: 
o Cefotetan 2g IV, 12/12 horas 
o Cefoxitina 2g IV, 6/6 horas 
o Doxaciclina 100mg EV 12/12 horas por 14 dias 
o Clindamicina 900mg, IV, 8/8 horas + gentamicina, 
IV ou IM (2 mg/kg), dose de manutenção (1.5 
mg/kg) 8/8 horas. Dose única (3-5mg/kg) pode 
ser substituída. 
o Ampicilina/sulbactam 3 g IV, 6/6 horas 
o Doxaciclina 100mg, EV, 12/12 horas por 14 dias 
Estágio IV: 
o Realizar antibioticoterapia do esquema II mais a 
cirurgia. 
Indicações de cirurgia: 
o Falha no tratamento clínico 
o Presença de massa pélvica persistente após 
tratamento clínico 
o Suspeita de ruptura de abscesso tuboovariano 
o Hemoperitôneo 
o Abscesso de FSP – fundo de saco posterior 
Sequelas: 
o Dor pélvica crônica (18%) 
o Infertilidade (12,5-25%) 
o Predisposição a gravidez tubária (6 a 10 vezes 
mais em relação a população sadia) 
o Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis – corda de violino

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