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Alimentação saudável na infância

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ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA INFÂNCIA 
 
OS PRIMEIROS MIL DIAS 
Os “primeiros 1000 dias” compreendem o 
período de gestação até os 2 anos de idade. É 
considerado uma janela de oportunidades para 
uma promoção de uma vida saudável. 
• 9 meses de gestação= 9 x 30 = 270 dias 
• 24 meses x 30 dias = 720 dias 
• 6 meses/31 dias: 6 dias/ano x 2 = + 12 dias 
• 12 dias + 990 dias = 1002 dias 
Alimentação dos primeiros mil dias 
 A alimentação dos 1000 primeiros dias 
(APMD) foi criada como estratégia de saúde 
pública em países ou localidades carentes. 
Todavia, após sua implementação conclui-se que a 
alimentação saudável não deveria ser específica 
para essas localidades, mas sim para todas as 
crianças do mundo. 
 Essa conclusão foi obtida após a 
constatação de que fatores nutricionais e 
metabólicos na fase inicial do desenvolvimento 
apresentam efeito a longo prazo na programação 
metabólica da vida adulta. Exemplo disto foi a 
constatação de que uma alimentação inadequada 
no 1º ano de vida relaciona-se com maior 
probabilidade de obesidade futura. 
Período gestacional 
 Tendo em vista que o período de gestação 
está incluído no projeto da alimentação dos mil 
dias, a alimentação dessa mulher é extremamente 
importante. Durante a gravidez, o feto se alimenta 
através do órgão umbilical, de forma que os 
produtos inferidos pela mãe interferem em seu 
desenvolvimento. 
 Exemplos disso são a síndrome do 
alcoolismo fetal (desencadeado pelo consumo de 
álcool durante a gestação) e a relação entre o uso 
abusivo de maconha pela mãe com maiores 
incidências de crianças com autismo. 
 Após o nascimento, o bebê continua a se 
alimentar através da mãe, porém agora a partir do 
leite materno. Ele deverá seguir em aleitamento 
materno exclusivo até os 6 meses de vida, estando 
proscritos água, chás ou quaisquer outros 
alimentos. 
Na impossibilidade do LM exclusivo, utiliza-
se o aleitamento artificial. Quando isso ocorre, é 
necessário oferecer água ao bebê, tendo em vista 
que esse leite possui solutos que vão ser 
eliminados por via renal, sendo necessária maior 
hidratação para tal. 
 
 Após os 6 meses de vida, deve-se iniciar a 
alimentação complementar. Entretanto, há 
recomendações da OMS de que, se possível, a 
criança deve ser amamentada com LM até os 2 
anos de idade. 
Desenvolvimento pondero-estatural no 1º ano de 
vida 
PESO CRESCIMENTO 
PN = 3.200g (à termo) CN = 50 cm (à termo) 
1º tri: 700g/mês 
• 2.100g 
1º tri: 8cm 
2º tri: 600g/mês 
• 1.800g 
2º tri: 7cm 
3º tri: 500g/mês 
• 1.500g 
3º tri: 5cm 
4º tri: 400g/mês 
• 1.200g 
4º tri: 5cm 
Total: 9.800g Total: 75 cm 
 O bebê à termo (IG de 37 a 41 semanas) 
nasce em média com 3,2kg independente do sexo. 
Ao final do primeiro ano de vida, se tudo correr 
bem, espera-se que a criança triplique o seu peso 
de nascimento. 
 Trata-se da fase em que a criança 
apresenta maior ganho de peso e maior 
crescimento em toda sua vida. 
Crescimento somático 
 Durante o crescimento somático, os 
componentes dos alimentos são os principais 
fatores a influenciar uma vida saudável futura. Ou 
seja, a saúde ou a doença na vida adulta, em 
grande parte, é definida por essa interação entre 
o organismo e sua alimentação. 
 O aumento da incidência de obesidade 
entre as crianças faz com que hoje tenhamos 
doenças antes só vistas em adultos, tais como 
diebetes mellitus tipo 2, hipercolesterolemia e 
esteatose hepática. 
Por outro lado, diversos estudos 
apontaram que crianças com potencial genético 
muito bom, mas que sofreram desnutrição, 
apresentaram maior incidência de: 
• Intolerância à glicose até DM2 precoce 
• DNV a longo prazo 
• Dislipidemia e HAS 
• Precário desempenho cognitivo e de 
desenvolvimento neuromotor 
Sendo assim, a alimentação dos 1009 
primeiros dias é o alicerce da saúde de uma 
Geovana Sanches, TXXIV 
pessoa, sendo necessária uma nutrição adequada. 
Os indivíduos que apresentam uma boa qualidade 
alimentar nos primeiros 1000 dias podem ser 
protegidos contra essas doenças, sendo essa 
técnica, portanto, incluída na Medicina 
preventiva. 
Alterações epigenéticas 
 Estudas verificaram que mudanças nos 
hábitos de vida e no ambiente social afetam o 
funcionamento de alguns genes, gerando “marcas 
epigenéticas”. Alguns dos fatores capazes de 
exercem essa influência são a nutrição, poluição, 
drogas e prática de exercícios. 
Essas marcas podem ser herdadas pelas 
gerações futuras. Sendo assim, uma família obesa 
não determinará que todas as crianças sejam 
obesas. Elas poderão traçar um caminho diferente 
para si própria através de mudanças no hábito de 
vida. 
 
ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR 
 Após os 6 meses da idade corrigida, inicia-
se a alimentação complementar (AC), a qual é feita 
com a papa principal de misturas múltiplas 
(PPMM) e frutas. 
 A primeira PPMM é iniciada a partir do 6º 
mês de vida, substituindo o leite materno no 
horário do almoço ou do jantar, a depender dos 
horários da família (o ideal é que a criança se 
alimente junto aos seus familiares). Inicialmente, 
associa-se o leite materno nesse período, até que 
a criança se sacie apenas com a papa. 
 A partir do 7º mês de vida inicia-se a 
segunda PPMM. 
Preparo e conservação 
Higiene com os alimentos 
 Sempre ao indicarmos a introdução 
alimentar, devemos nos preocupar com as 
orientações acerca da lavagem das mãos e dos 
utensílios. 
 
IMERSÃO Hipoclorito de 
sódio 2,5% 
Bicarbonato de 
sódio 1% 
Diluição 20gt: 1L de água 1 colher de sopa: 
1L de água 
Tempo 15 minutos 20 minutos 
 
A mamadeira, por exemplo, não pode ficar 
com restos de leite horas após a amamentação, 
sendo recomendada a imersão em hipoclorito de 
sódio (água sanitária apropriada para higiene dos 
alimentos); pode ser utilizado vinagre, porém ele 
é menos eficaz. 
Uma outra opção para a higiene é a 
utilização de bicarbonato de sódio, o qual pode ser 
utilizado tanto para os utensílios, quanto para a 
lavagem de verduras e legumes. 
Armazenamento e conservação dos alimentos 
 O ideal é que os alimentos sejam 
oferecidos à criança logo após o preparo, sendo os 
restos descartados. Todavia, muitas vezes isso é 
inviável, sendo recomendado o armazenamento 
em local limpo, de no máximo 2 refeições (almoço 
e jantar do mesmo dia ou jantar de um dia e 
almoço do outro). 
 A conservação, quando necessária, deverá 
ser feita com os alimentos cobertos, em potes 
fechados, na geladeira (se necessitar de 
refrigeração). Não é adequado preparar os 
alimentos e guardá-los durante dias antes de 
oferecer à criança, assim como não devemos 
congelá-los, pois isso compromete os nutrientes e 
atrapalha o ganho de peso. 
Composição da PPMM 
Carboidratos Legumes Verduras Proteína 
animal 
Proteína 
vegetal 
Arroz 
Macarrão 
Aveia 
Milho 
Batata 
Mandioca 
Cenoura 
Beterraba 
Abobrinha 
Quiabo 
Chuchu 
Brócolis 
Alface 
Couve 
Espinafre 
Almeirão 
Mostarda 
Ovo 
Peixe 
Carne 
bovina 
Aves 
Feijão 
Ervilha 
Grão de 
bico 
Vagem 
Legumes 
 A higienização dos legumes deve ser 
realizada principalmente se o alimento for 
consumido cru. Caso ele passe pelo processo de 
cozimento, não é necessário utilizar os produtos 
anteriormente mencionados. 
 
Carne 
 A carne é fonte de ferro e zinco, sendo 
adequada a administração de 50 a 70g/dia (2 
papas), picada, tamisada (cozida e amassada com 
as mãos) ou desfiada. 
 É importante que ela seja ofertada aos 6 
meses de idade corrigida pois os dentes estão 
próximos às gengivas e elas ficam endurecidas, 
auxiliando a triturar os alimentos. Além disso, 
esses alimentos massageiam as gengivas, tirando 
um pouco do incômodo da erupção dos dentes 
(média de aparecimento é entre 4 e 6 meses). 
Geovana Sanches, TXXIV 
 Qualquer carne pode ser ofertada à 
criança. As carnes de primeira (porção posterior 
do animal) tais como o coxão mole, filé mignon, 
alcatra, patinho e contrafilé, são mais macias e 
podem ser ofertadas moídas ou picadas. 
As carnes de segunda (mais próximas ao 
pescoço do animal, sendo rígida e endurecida), 
entretanto,apresentam maior quantidade de 
ferro. Inclui-se nesse grupo o músculo dianteiro, 
acém, paleta, fraldinha ou coxão duro, para as 
quais é necessário o cozimento em pedaços na 
panela de pressão e, após o cozimento, devem ser 
desfiadas, moídas ou picadas. 
 Sendo assim, nos casos de bebês com 
anemia, indica-se a oferta de carnes de segunda e 
o cozimento em panelas de ferro. Por outro lado, 
para aqueles que apresentam ferritina elevada, 
orienta-se evitar as carnes de segunda e o 
cozimento em panelas de ferro. 
Outras fontes de proteína 
 As vísceras apresentam um cozimento 
demorado. Elas podem ser oferecidas desde que 
haja um tempo de cozimento de ao menos 40 
minutos, tendo em vista o risco de salmonelose 
(decorrente da manipulação nos abatedouros). 
 Os ovos, por sua vez, são uma excelente 
fonte proteica e tem baixo custo. Todavia, sempre 
devem ser ofertados cozidos, tendo em vista o 
risco de contaminação por bactérias 
enteropatogênicas (próprias da casca). Quando a 
opção de proteína for o ovo, devem ser 
administradas tanto a clara, quanto a gema. 
 Indica-se a diversificação do tipo de 
proteína animal ao longo da semana, de forma a 
apresentar para a criança diversos alimentos 
diferentes. 
Gorduras 
 Os óleos vegetais são utilizados com a 
finalidade de refogar os alimentos. Há preferência 
pelo óleo de soja ou canola (ômega 3 ou 6) ou 
azeite de oliva, na quantidade de 3mL para cada 
100mL ou 100g de preparação. 
Como temperar? 
 Para temperar os alimentos, não podem 
ser utilizados caldos prontos, tais como Sazon, 
caldo Knorr e outras marcas. 
Recomenda-se a utilização de caldos 
naturais: ao realizar o cozimento dos legumes, o 
cozinheiro pode deixar o caldo ferver um pouco 
mais após a retirada do alimento, deixando-o 
esfriar posteriormente. Em seguida, esse caldo 
deve ser colocado em forminhas de gelo, levando-
as para a geladeira e utilizando-o esse caldo para 
temperar os alimentos posteriormente. O mesmo 
pode ser realizado com o caldo das carnes. 
Estão permitidos, ainda, os temperos in 
natura, inclusive os desidratados. Exemplos: louro, 
alecrim, tomilho, orégano, manjericão, sálvia, 
entre outros. 
Sal e açúcar 
 O sal de cozinha não é necessário no 
primeiro ano de vida, tendo em vista que o Na+ 
intrínseco aos alimentos usados no preparo é 
suficiente para essas crianças. O uso desse 
condimento no 1º ano de vida implica em maior 
predisposição às doenças cardiovasculares na vida 
adulta, além da predileção por alimentos mais 
salgados. 
 Isso pois, a partir do 2º semestre de vida, 
há modulação da percepção das papilas 
gustativas, de forma que a criança começa a 
desenvolver preferências. Assim, a introdução 
precoce faz com que haja predisposição à HAS na 
vida adulta, especialmente se há histórico familiar. 
• < 12 meses: melhor evitar, oferecendo o 
mínimo possível 
• Após os 12 meses: utilizar com moderação 
o Para uma família de 4 pessoas que 
prepara e consume as 
alimentações diariamente em casa, 
é recomendado 1 kg/sal/75 dias 
(3,33 g/dia/pessoa) 
o O ministério da Saúde recomenda o 
uso de sal em quantidades mínimas 
para as crianças. 
Alguns podem se questionar se a comida 
da criança não fica “ruim” sem o sal. Todavia, 
devemos lembrar que a criança ainda não conhece 
o gosto salgado, de forma que ela não se 
importará com isso nesse momento. Além disso, o 
sabor pode ser realçado com os temperos 
naturais, como o cheiro verde (salsa e cebolinha) – 
aromatizante natural que deve ser introduzido no 
final do cozimento para não perder suas 
vitaminas. 
Outro questionamento comum é acerca do 
iodo, mineral que está presente no sal de cozinha 
tradicional. Todavia, as quantidades de iodo 
presentes nos alimentos ofertados, no leite 
materna ou nas fórmulas infantis é suficiente para 
as necessidades do lactente, de forma que a 
suplementação não é necessária. 
• Necessidade (0 a 7 anos): 90 ug 
o 100g de peixes= 50ug 
Geovana Sanches, TXXIV 
o 1 ovo- 24,7ug 
Assim como o mencionado para o sal, a 
PPMM dispensa doces. O bebê humano já nasce 
com um gosto inato para o doce e uma aversão ao 
amargo, de forma que a exposição precoce ao sal 
e ao açúcar moldam ainda mais essa preferência. 
A recomendação é que não haja ingestão de doces 
pelo menos até os 2 anos de idade. 
 
Mel 
 O mel é rico em minerais, glicídios, água, 
enzimas, aminoácidos ácidos, proteínas e ácidos 
orgânicos. 
Apesar de ser um bom alimento, não é 
recomendado no primeiro ano de vida devido a 
possibilidade da presença de esporos do 
Clostridium botulinum. Essa bactéria produz 
toxinas na luz intestinal e a criança ainda não tem 
seu sistema apto para combatê-las, com o 
consequente desenvolvimento de botulismo. 
Outro fator importante é a procedência do 
mel, tendo em vista que nutrientes dependem da 
origem do néctar, espécie da abelha 
que o produziu, tipo de flor e do solo 
e das condições climáticas. 
Recomenda-se a compra do mel que 
apresente o símbolo do Ministério da Agricultura, 
pois este passou por inspeção. 
Caso contrário, não é recomendado sua 
ingestão. Caso o mel seja coletado próximo a 
lavouras que requerem agrotóxicos, por exemplo, 
a abelha se infecta e esses produtos são passados 
ao mel, trazendo malefícios à nossa saúde. 
Como oferecer? 
Consistência e rotina 
 Inicialmente, deve-se oferecer a papinha 
com consistência pastosa (papas/purês) e, 
gradativamente, aumentar a consistência até 
chegar à alimentação da família; a preferência se 
dá para alimentos in natura, em detrimento dos 
minimamente processados. Devemos oferecer o 
alimento sem rigidez de horários, sempre 
respeitando a vontade da criança. 
 
 Não é adequado bater os alimentos em 
conjunto no liquidificador devido a perda de 
nutrientes durante o trituramento, além do risco 
de contaminação pela má higienização do 
aparelho. Sendo assim, deve-se amassar o 
alimento com o garfo inicialmente, até que a 
criança se acostume com a comida mais espessa. 
 Outro ponto importante é acerca da 
introdução de alimentos potencialmente 
alergênicos, tais como soja, ovo, trigo e frutos do 
mar. Dentre esses alimentos, é importante 
introduzir um único a cada 3 a 5 dias, tendo em 
vista que, caso a criança desenvolva um quadro 
alérgico, poderemos inferir de qual alimento ele 
foi proveniente, não sendo necessário privar a 
criança de todos os alimentos posteriormente. 
 A meta disso é a aquisição de tolerância e 
redução do risco de alergenicidade. Entretanto, 
devemos lembrar que nem sempre a alergia é 
desenvolvida ao primeiro contato com o alimento, 
podendo ocorrer hipersensibilidade tardia. 
 BLW 
BLW são as iniciais de Baby-Led Weaning, 
que em português significa o "desmame guiado 
pelo bebê". Ele é uma abordagem utilizada na fase 
da introdução alimentar do bebê, que vai de 6 
meses a 2 anos de idade. Nessa abordagem, temos 
que o bebê está apto a ingerir alimentos em cubos 
a partir do momento em que ele faz a pinça com 
as mãos. 
Utensílios e modo de oferecer 
 A comida do bebê deve ser oferecida com 
uma colher de tamanho adequado, feita com 
silicone ou plástico. 
 Aos 6 meses de idade, a criança em geral se 
senta com apoio, de forma que é necessário que a 
mãe o segure para a alimentação, apoiando uma 
mão sobre o seu tórax e a outra, levando a colher 
à boca do bebê. Aos 9 meses, quando a criança já 
se senta sem apoio, a alimentação deve ser 
administrada em cadeirão (posição supina, sem 
apoio). 
 Esse período de transição entre o colo e o 
cadeirão é concomitante progressiva da troca do 
leite (materno ou artificial) pela papinha. 
 
 Por último, devemos sempre lembrar de 
oferecer à criança diferentes alimentos durante o 
Geovana Sanches, TXXIV 
dia, tornando seu prato colorido. Quanto mais 
variada for a alimentação, mais rica ela será em 
nutrientes. 
Frutas 
 As frutas devem ser oferecidas in natura, 
respeitando as características regionais, o custo e 
a estação do ano. Isso pois, caso ela seja cultivada 
próximo ao local de compra, elasempre estará 
mais fresca em relação àquelas que vem de longe 
e passam pelo processo de transporte, 
congelamento, armazenamento etc. Além disso, 
as frutas da estação tendem a ter menos 
agrotóxicos, pois crescem mais naturalmente. 
 Nenhuma fruta é contraindicada para os 
bebês, exceto a carambola para pacientes com 
insuficiência renal; ela apresenta algumas toxinas 
que devem ser excretadas através do rim, de 
forma que pacientes com nefropatia não devem 
ingeri-la. 
 Outro ponto importante é escolher frutas 
que contenham fibras, tendo em vista que isso 
auxilia no peristaltismo. Grande parte das crianças 
constipadas sofrem dessa condição devido a baixa 
ingestão de fibras. 
 O modo de oferecer essas frutas é bem 
variado, podendo ser administrada na colher, 
raspadas, amassadas ou picadas. 
Suco 
 Os sucos, tanto naturais quanto os 
artificiais, devem ser evitados, tendo em vista que 
há maior consumo de calorias (risco de predispor 
à obesidade) e excluem-se as fibras (as quais 
contribuem para diminuir a absorção do açúcar). 
 Exemplo: uma laranja apresenta 45 kcal e é 
rica em fibras. Ao fazer um suco de laranja, utiliza-
se em média 4 laranjas (180 kcal) e ainda são 
retiradas as fibras, aumento a absorção do açúcar. 
 Quanto ao recipiente, a mamadeira para 
administrar suco apresenta um orifício maior do 
que a do leite, justamente para deixar passar 
algumas fibras e grumos. 
Como saber se o bebê está gostando? 
A percepção da aceitação do alimento será 
feita pela interação alimentar plena, incluindo a 
expressão e o reconhecimento mútuo dos sinais 
(cumplicidade). Para concluirmos que a criança 
não gosta de determinado alimento, devemos 
ofertá-lo ao menos de 8 a 10 vezes. 
• Contato visual com o cuidador / sorriso 
• Expressão de vocalizações agradáveis 
dirigidas para o cuidador 
o Ausência de choro ou irritação 
• Resposta motora: postura relaxada, 
movimentos tranquilos e moldagem do 
corpo ao cuidador 
Crianças vegetarianas 
 O vegetarianismo na infância não é 
recomendado devido a privação de diversos 
alimentos. Todavia, caso seja uma opção da 
família, é necessário respeitar. 
 Na maioria dos casos, só a orientação 
nutricional não é suficiente, de forma que é 
necessário suplementar os nutrientes em risco de 
deficiência, tais como: Ca, Fe, Zn, vitamina A, 
vitamina D, vitaminas do complexo B (B1, B2, B6, 
B12), DHA e proteínas. 
 Em 2017, o departamento de nutrologia da 
Sociedade Brasileira de Pediatria lançou um guia 
prático de atualização sobre Vegetarianismo na 
infância e adolescência, contendo orientações e 
recomendações aos pais. 
Como fazer quando a criança está doente? 
Quando a criança está doente e 
convalescente, não devemos forçar a sua 
alimentação, tendo em vista a insistência pode 
gerar vômitos e não saberemos se ele está 
relacionado à alimentação ou a piora no quadro 
clínico. 
Assim, devemos estimular a criança a se 
alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e 
seus alimentos preferidos, sempre respeitando a 
aceitação. Para um bebê de 1 ano, por exemplo, 
caso ele queira apenas a mamadeira nesse 
momento, devemos respeitar essa vontade. 
À medida que a doença evolui para a 
melhora, o apetite da criança retornará e 
poderemos voltar aos hábitos alimentares 
normais. 
Água 
 Durante o aleitamento materno exclusivo, 
não há necessidade de oferecer água a criança. 
Assim, o início é indicado durante a introdução 
alimentar com PPMM ou nos casos de aleitamento 
artificial com fórmula infantil. 
 Isso pois, os alimentos e a fórmula 
possuem proteínas e sais, solutos que 
sobrecarregam os rins. Para não causar 
problemas, devemos hidratar a criança, de forma 
que a oferta de água compensará essa sobrecarga. 
 Quando a criança sai da mamadeira, não é 
adequado utilizar copos de vidros, dando 
preferência aos de silicone ou plástico. Não é 
contraindicado que o copo tenha um bico, pois a 
criança não o utilizará durante todo o tempo. 
Geovana Sanches, TXXIV 
Preparo da água 
 A água deve ser filtrada, fervida ou clorada. 
No último caso, utilizados hipoclorito de sódio 
2,5% (disponível na UBS), diluindo 2gt em 1L de 
H2O e deixando-a em repouso por 15 minutos. 
Ingesta diária de água 
 O cálculo da ingesta diária de água é feito 
pela Regra de Holliday e Segar (1957): 
• Até 10kg = 100 mL/kg/dia 
• Entre 10 e 20kg = 1.000 mL + 50 mL para 
cada kg acima de 10kg 
• > 20kg = 1.500 mL + 20 mL para cada kg 
acima de 20 kg 
 
Esse volume de água potável deve estar 
visível para a criança para que ela aponte a 
mamadeira quando quiser, desde que seja 
ofertado ao longo do dia. 
 Crianças doentes, com diarreia ou febre, 
podem precisar de uma necessidade maior de 
líquido devido ao risco de desidratação. Nesses 
casos, devemos ofertar mais água, podendo 
prescrever soro para auxiliar. 
Água de coco 
 A água de coco não pode ser utilizada como 
substituta da água filtrada, tendo em vista que 
possui quantidades muito maiores de sódio e 
potássio. Eventualmente, ela pode ser oferecida. 
Limitações na alimentação 
 O planejamento da alimentação saudável 
deve considerar as limitações fisiológicas do 
organismo do bebê e as suas fases de maturação. 
Dessa forma, não podemos, por exemplo, ofertar 
uma feijoada para um bebê, pois seus sistemas 
não estão completamente desenvolvidos: 
• TGI: não possui as enzimas necessárias 
para digerir todos esses nutrientes em 
conjunto 
• Rins: não há maturação renal para 
excreção dos metabólitos 
• Sistema imune: não é maduro o suficiente 
para eliminar possíveis microrganismos, 
podendo ocasionar diarreia e sepse 
• Neurológico (DNPM): é necessário um 
desenvolvimento neuropsicomotor 
adequado para que a criança seja capaz de 
segurar seus talheres. 
 
 
A partir disso, alguns pais questionam que 
a criança fica observando o alimento e tem 
“vontade”. Todavia, ela não sabe qual o sabor do 
alimento em questão pois nunca o ingeriu e ela 
pode se sentar a mesa junto aos familiares, com 
sua papinha. 
CONCLUSÃO 
 Uma alimentação saudável nos primeiros 
1000 dias possibilita o crescimento e 
desenvolvimento adequado das crianças, além de 
atuar na prevenção de doenças a curto e longo 
prazo (anemia, doenças crônicas não 
transmissíveis – DM, DCV). 
 O leite materno apresenta efeito protetor 
e dose-dependente na diminuição do risco de 
obesidade na vida adulta, devendo o aleitamento 
exclusivo ser estimulado sempre que possível. 
 
 Quando a criança começa a se alimentar 
sozinha, ela ainda não possui desenvolvimento 
adequado da coordenação motora, de forma que 
faz uma sujeira. Todavia, são esses estímulos que 
auxiliarão no seu desenvolvimento posterior, de 
forma que os pais não devem “atrapalhar” esse 
momento. 
Grupos alimentares x número de porções/dia 
 
Recomendações: idade, textura e quantidade 
 
Esquema para introdução dos alimentos 
complementares

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