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Resumo Aula 2 - Como os óleos são produzidos

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COMO OS ÓLEOS SÃO PRODUZIDOS
Profa. Esp. Ana Flávia Prévide Raymundo
RESUMO
Os óleos essenciais (OE) são produtos extraídos de plantas e utilizados
pelas indústrias de cosméticos (exemplo: produtos naturais como a cânfora),
perfumaria, alimentícia (exemplo: corantes naturais) e farmacêutica (exemplo:
efedrina). Sua demanda é crescente, e o Brasil ocupa posição de destaque na
produção, juntamente com outros países produtores mundiais como Índia,
China e Indonésia. Esta posição se deve aos OE de cítricos, que são
subprodutos da indústria de sucos, no qual o estado de São Paulo é o maior
produtor.
O Brasil também é considerado o líder mundial na produção de OE da
laranja. Isso se deve ao país ser o maior produtor da fruta “in natura”. No
passado, o Brasil ainda teve destaque como exportador de OE de pau-rosa.
Apesar da grande produção, problemas crônicos como a falta de manutenção
do padrão de qualidade dos óleos, representatividade nacional e baixos
investimentos governamentais no setor levaram ao quadro estacionário
observado na aromaterapia.
Recentemente, foi fundada a ABRAPOE (Associação Brasileira de
Produtores de Óleos Essenciais) que busca, entre outras metas, colaborar na
aproximação entre os produtores e os centros de pesquisa nacionais para
agregar qualidade aos óleos através de pesquisas e estudos de padronização,
fornecer dados atualizados de mercado e representar a área frente aos órgãos
e programas governamentais. Entre as indústrias produtoras de OE estão
aquelas cuja produção é toda exportada, outras são produtoras, mas também
compram para beneficiar.
Os hábitos dos consumidores, contribuindo no aumento da venda dos
produtos naturais, influenciam na produção e controle de qualidade, uma vez
que estes são usados em virtude dos efeitos benéficos que proporcionam à
saúde. Vale ressaltar também, a busca por produtos naturais que não causam
1
danos ambientais, sendo estes os frutos e sementes de oleaginosas. É citado
na literatura, que a produção brasileira de OE corresponde a 13,5% da
produção mundial, que está em torno de 45 mil toneladas. O Brasil ocupa a
quarta posição no ranking de exportação mundial, com aproximadamente
US$150 milhões de dólares. Entretanto, 90% são da produção de óleos
cítricos, os subprodutos da indústria da laranja.
Em relação ao controle de qualidade, destaca-se a adulteração do
produto final com produtos naturais de menor valor e a adulteração com
produtos químicos sintéticos. Os aspectos a se considerar para aplicação do
controle de qualidade envolvem a análise organoléptica, morfoanatômica e
microbiológica, além de aspectos cromatográficos, espectroscópicos e
químicos.
Os OE são produtos extraídos de plantas aromáticas. São voláteis, ou
seja, evaporam na temperatura ambiente, sendo as classes de ésteres de
ácidos graxos, mono e sesquiterpenos; fenilpropanonas e álcoois aldeidados -
os conjuntos de substâncias químicas voláteis presentes nos OE.
São várias as técnicas para extração dos OE, e estas dependem da
localização deste na planta e suas utilizações. Vale ressaltar que, todos os
métodos de extração devem ser ecologicamente corretos, eficientes e
preservando a composição da planta para que não ocorra alteração de suas
propriedades benéficas.
Os métodos mais comuns compreendem hidrodestilação (dividida em
duas técnicas, de arraste a vapor e a coobação), expressão, prensagem a frio,
desterpenação ou folding, enfloração, extração por solventes orgânicos ou
voláteis, extração por fluidos supercríticos e desmentolação.
Considerada um dos métodos mais antigos, a hidrodestilação é utilizada
principalmente na extração de pequena escala (como em laboratórios de
pesquisa), utilizando o aparelho de Clevenger. Nesse procedimento a
matéria-prima vegetal é mergulhada na água em ebulição, permitindo que o OE
evapore junto com a água e vá para o condensador. Após evaporação, o
produto é resfriado e, por diferença de densidade, o OE é separado da água
(hidrolato).
Em escala industrial, o método de arraste a vapor é uma das técnicas mais
utilizadas no mundo. Neste procedimento, a matéria-prima vegetal não entra
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em contato com a água em ebulição (entre 100ºC e 110ºC), portanto, é
colocada em uma placa perfurada. O vapor de água que é formado se mistura
com o material e rompe as cavidades onde os OE estão armazenados. A
corrente de vapor leva-os até o condensador de serpentina refrigerado com
água natural. Nele ocorre a condensação, separando o OE do hidrolato. Esta
técnica requer um número maior de etapas de manipulação do operador em
virtude da coleta do OE ser constante.
Para reduzir esse número de etapas e minimizar os erros de operação,
um extrator funcionando em circuito fechado foi desenvolvido para operar
através do método de coobação (que compreende a recirculação de águas
condensadas). Vale ressaltar que o extrator funciona de forma limitada em
procedimentos que envolvem a extração de OE mais densos que a água, visto
que ele foi projetado para operar na destilação de OE mais leves.
O segundo método mais utilizado mundialmente na indústria citrícola é o
de expressão, que consiste no esmagamento das frutas. Os OE são retirados
das cascas das frutas cítricas nas propriedades produtoras do suco. Nesta
técnica, o OE possui melhor qualidade, chamado comercialmente de cold
pressed oil.
Para extração de frutas cítricas (como o limão e a laranja), geralmente é
usado o método de prensagem a frio, no qual o OE é obtido a partir das
cascas. No Brasil, o OE proveniente da laranja é um subproduto da indústria
extratora do suco de laranja. Nessa técnica, os frutos são colocados inteiros
em uma prensa hidráulica e esmagados. Após esse procedimento, são
coletados o suco e o OE, sendo o OE separado do suco pela emulsão formada
por um jato de água que possui de 1 a 3% de OE, fragmentos sólidos e detritos
(estes são todos removidos por um ciclone). Então o OE vai para uma
centrífuga para passar pela clarificação. A fração leve que é obtida passa pela
centrifugação para ficar concentrada e, por fim, vai para os tanques de
decantação para separação final.
Para as frutas cítricas (em especial o limão), ainda pode-se utilizar a
técnica de desterpenação ou folding. Esta consiste na concentração de
substâncias químicas oxigenadas que estão presentes nos OE, por meio da
redução da quantidade de hidrocarbonetos terpênicos.
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Para a extração de OE de matérias-primas mais delicadas, como as
pétalas de flores (exemplos: jasmim, lavanda, rosa, patchoulli, entre outros), é
utilizada a técnica de enfloração ou enfleurage. Em um recipiente com fundo de
vidro as pétalas são colocadas e recobertas por cera ou gordura (vegetal ou
animal), e diariamente faz-se a troca por pétalas que estejam mais frescas. A
cera extrai os componentes aromáticos, obtendo o OE juntamente com a
gordura. Para finalizar o procedimento, a mistura é destilada com álcool.
Para vegetais mais delicados é usada a técnica de extração por
solventes orgânicos ou voláteis. Para tanto é usado o Extrator de Soxhlet
(aparelho que faz a extração de lipídios e outras substâncias sólidas insolúveis
na água e solúveis em solventes orgânicos). A matéria-prima é colocada em
contato com estes solventes orgânicos, como o benzeno, hexano, metanol,
etanol, acetona e outros solventes clorados, e depois levada para dentro de um
balão de vidro. Esta mistura é aquecida até entrar em ebulição. O OE é
arrastado pelo vapor e é resfriado por um condensador. Em temperatura
ambiente os compostos não se degradam, portanto, após a evaporação do
solvente, o produto solidifica-se. Por fim, é feita a separação da parte sólida e
do líquido, sendo obtido o óleo pela evaporação na fase líquida.
A extração por fluidos supercríticos é uma das técnicas que vem se
destacando nos processos industriais. Se apresenta como uma tecnologia
limpa, atóxica e que não forma resíduos. São utilizados gases, como o dióxido
de carbono (CO2), quando em umadeterminada temperatura e pressão, se
tornam supercríticos em estágios entre líquido e gasoso, atuando como
solvente na matéria-prima. O CO2 é o mais utilizado pela sua temperatura e
pressão críticas serem baixas e facilmente alcançáveis (31,1ºC e 72,85 atm,
respectivamente). O fluido supercrítico é colocado em um cilindro com uma
capa de metal porosa nas pontas, ocorrendo, no interior, sua circulação e das
substâncias dissolvidas. Então, a solução gasosa sai do extrator passando por
uma válvula para diminuir a pressão, levando à precipitação dos componentes.
Por fim, o gás é separado do óleo e é reciclado para que um novo ciclo
comece.
Por fim, para obter o OE da hortelã (Mentha arvensis), a técnica utilizada
é a de desmentolação, pois esta planta apresenta uma maior proporção de
mentol. O vapor d’água encaminha o OE ao condensador e depois ao
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separador, ocorrendo a separação em fase oleosa (superior) e aquosa
(inferior).
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