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MACHADO DE ASSIS - QUESTÕES CORRIGIDAS

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Ingrid Moraes

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Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

Uma das edições do romance Dom Casmurro traz a seguinte capa: Nela, vemos a personagem Capitu abraçada ao filho, Ezequiel. Ambos são observados por Bento, o narrador, que dirige o olhar a um retrato do amigo Escobar, já falecido. Essa ilustração traz uma interpretação que:
A- Confirma a tese do adultério, defendida pelo narrador. B- Desmente de forma flagrante a tese do adultério, defendida pelo narrador. C- Apresenta uma terceira possibilidade de interpretação da tese do adultério. D- Coloca-se de forma isenta em relação à tese do adultério, negada pelo narrador. E- Não permite nenhuma conclusão a respeito da tese defendida pelo narrador.
A- Confirma a tese do adultério, defendida pelo narrador.
B- Desmente de forma flagrante a tese do adultério, defendida pelo narrador.
C- Apresenta uma terceira possibilidade de interpretação da tese do adultério.
D- Coloca-se de forma isenta em relação à tese do adultério, negada pelo narrador.
E- Não permite nenhuma conclusão a respeito da tese defendida pelo narrador.

Leia o seguinte fragmento textual: Óbito do autor [...] expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia — peneirava — uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: — “Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” [...] Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por Cândido Portinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p. 1. Adaptado.
Em analogia à imagem e ao recorte textual acima apresentados, pode ser observado tratar-se do início do livro "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis. Associando essa informação aos seus conhecimentos em relação ao referido escritor e sua estética literária, assinale a alternativa correta.
A- Narrativa linear, foco narrativo em 3ª pessoa, crítica social e vocabulário coloquial são marcas frequentes nas obras de Machado de Assis
B- Intertextualidade, idealização das personagens, análise social e ironia compõem as narrativas machadianas
C- Digressão, narrativa em 1ª pessoa, vocabulário requintado e diálogo com o leitor evidenciam-se nos livros do autor.
D- Finais felizes e surpreendentes, perfis femininos fortes, narrativa em 1ª pessoa e discurso direto afirmam o caráter realista de Machado de Assis.
E- Animalização humana, análise determinista das personagens, narrativa linear e finais trágicos denotam as marcas autorais do escritor

Avalie o seguinte texto: Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. (...) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas. O excerto, acima apresentado, é parte integrante da obra "O cortiço", de Aluísio Azevedo. Trata-se de um livro publicado durante o Naturalismo, época literária que foi um desmembramento radical do Realismo. Nos trechos destacados há a presença de uma importante característica desse período que, ao contrário do Realismo, o qual apenas apresentava a realidade, os livros naturalistas criticavam e condenavam àqueles que destoavam daquilo que a sociedade da época exigia, por meio do cientificismo e determinismo social.
Nesse sentido, essa característica é:
A- O zoomorfismo, que consiste em comparar as personagens com animais.
B- A digressão, uma vez que a narrativa não transcorre na ordem tradicional, ou seja, com começo, meio e fim.
C- Vocabulário requintado, em que a linguagem culta torna-se prioridade ao contrastar com a ambientação marginalizada.
D- A presença do foco narrativo em 1ª pessoa, em que o narrador personagem conta a própria história.
E- O diálogo com o leitor, ao ser percebido que o narrador interage diretamente com aquele a quem apresenta os fatos a serem analisados.

(PUC RS/2017) Leia a passagem a seguir, retirada de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. “– “Morto! morto!” dizia consigo. E a imaginação dela, como as cegonhas que um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também voou por sobre os destroços presentes até às ribas de uma África juvenil… Deixá-la ir; lá iremos mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente, metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer. De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma. Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.
Com base na obra de Machado de Assis, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) Tanto Dom Casmurro quanto Memórias Póstumas de Brás Cubas têm em comum o fato de serem livros narrados em primeira pessoa. Além disso, ambos os personagens pertencem à elite carioca do século XIX. ( ) O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas encerra-se com um capítulo todo feito de negativas, no qual o narrador enumera uma série de faltas de que sofreu em vida, entre elas o fato de não ter tido filhos e, assim, não ter transmitido a ninguém a herança de nossa miséria. ( ) Há um consenso entre os críticos quanto a Dom Casmurro ser um romance baseado nas memórias sinceras de um homem traído. ( ) Machado atuou em diversas áreas das Letras brasileiras. O autor escreveu romances, contos, crítica literária; porém, deixou de lado o teatro e a poesia. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a
A-) V – F – F – V
B-) V – V – F – F
C-) F – V – V – F
D-) V – V – V – F
E-) F – F – V – V

(Fuvest) "Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: a diferença radical entre este livro e o Pentateuco." (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas).
No fragmento, o autor afirma que:
A-) vai começar suas memórias pela narração de seu nascimento.
B-) vai adotar uma sequência narrativa invulgar.
C-) que o levaram a escrever suas memórias foram duas considerações sobre a vida e a morte.
D-) vai começar suas memórias pela narração de sua morte.
E-) vai adotar a mesma sequência narrativa utilizada por Moisés.

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Questões resolvidas

Uma das edições do romance Dom Casmurro traz a seguinte capa: Nela, vemos a personagem Capitu abraçada ao filho, Ezequiel. Ambos são observados por Bento, o narrador, que dirige o olhar a um retrato do amigo Escobar, já falecido. Essa ilustração traz uma interpretação que:
A- Confirma a tese do adultério, defendida pelo narrador. B- Desmente de forma flagrante a tese do adultério, defendida pelo narrador. C- Apresenta uma terceira possibilidade de interpretação da tese do adultério. D- Coloca-se de forma isenta em relação à tese do adultério, negada pelo narrador. E- Não permite nenhuma conclusão a respeito da tese defendida pelo narrador.
A- Confirma a tese do adultério, defendida pelo narrador.
B- Desmente de forma flagrante a tese do adultério, defendida pelo narrador.
C- Apresenta uma terceira possibilidade de interpretação da tese do adultério.
D- Coloca-se de forma isenta em relação à tese do adultério, negada pelo narrador.
E- Não permite nenhuma conclusão a respeito da tese defendida pelo narrador.

Leia o seguinte fragmento textual: Óbito do autor [...] expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia — peneirava — uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: — “Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.” [...] Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por Cândido Portinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p. 1. Adaptado.
Em analogia à imagem e ao recorte textual acima apresentados, pode ser observado tratar-se do início do livro "Memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis. Associando essa informação aos seus conhecimentos em relação ao referido escritor e sua estética literária, assinale a alternativa correta.
A- Narrativa linear, foco narrativo em 3ª pessoa, crítica social e vocabulário coloquial são marcas frequentes nas obras de Machado de Assis
B- Intertextualidade, idealização das personagens, análise social e ironia compõem as narrativas machadianas
C- Digressão, narrativa em 1ª pessoa, vocabulário requintado e diálogo com o leitor evidenciam-se nos livros do autor.
D- Finais felizes e surpreendentes, perfis femininos fortes, narrativa em 1ª pessoa e discurso direto afirmam o caráter realista de Machado de Assis.
E- Animalização humana, análise determinista das personagens, narrativa linear e finais trágicos denotam as marcas autorais do escritor

Avalie o seguinte texto: Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu de uma assentada, sete horas de chumbo. (...) Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços e do pescoço, que elas despiam suspendendo o cabelo todo para o alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo, ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas. O excerto, acima apresentado, é parte integrante da obra "O cortiço", de Aluísio Azevedo. Trata-se de um livro publicado durante o Naturalismo, época literária que foi um desmembramento radical do Realismo. Nos trechos destacados há a presença de uma importante característica desse período que, ao contrário do Realismo, o qual apenas apresentava a realidade, os livros naturalistas criticavam e condenavam àqueles que destoavam daquilo que a sociedade da época exigia, por meio do cientificismo e determinismo social.
Nesse sentido, essa característica é:
A- O zoomorfismo, que consiste em comparar as personagens com animais.
B- A digressão, uma vez que a narrativa não transcorre na ordem tradicional, ou seja, com começo, meio e fim.
C- Vocabulário requintado, em que a linguagem culta torna-se prioridade ao contrastar com a ambientação marginalizada.
D- A presença do foco narrativo em 1ª pessoa, em que o narrador personagem conta a própria história.
E- O diálogo com o leitor, ao ser percebido que o narrador interage diretamente com aquele a quem apresenta os fatos a serem analisados.

(PUC RS/2017) Leia a passagem a seguir, retirada de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. “– “Morto! morto!” dizia consigo. E a imaginação dela, como as cegonhas que um ilustre viajante viu desferirem o voo desde o Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas e dos tempos, – a imaginação dessa senhora também voou por sobre os destroços presentes até às ribas de uma África juvenil… Deixá-la ir; lá iremos mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente, metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas baixas dos homens, a chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro. Juro-lhes que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer. De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia à imobilidade física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma. Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que uma ideia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.
Com base na obra de Machado de Assis, preencha os parênteses com V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) Tanto Dom Casmurro quanto Memórias Póstumas de Brás Cubas têm em comum o fato de serem livros narrados em primeira pessoa. Além disso, ambos os personagens pertencem à elite carioca do século XIX. ( ) O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas encerra-se com um capítulo todo feito de negativas, no qual o narrador enumera uma série de faltas de que sofreu em vida, entre elas o fato de não ter tido filhos e, assim, não ter transmitido a ninguém a herança de nossa miséria. ( ) Há um consenso entre os críticos quanto a Dom Casmurro ser um romance baseado nas memórias sinceras de um homem traído. ( ) Machado atuou em diversas áreas das Letras brasileiras. O autor escreveu romances, contos, crítica literária; porém, deixou de lado o teatro e a poesia. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a
A-) V – F – F – V
B-) V – V – F – F
C-) F – V – V – F
D-) V – V – V – F
E-) F – F – V – V

(Fuvest) "Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: a diferença radical entre este livro e o Pentateuco." (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas).
No fragmento, o autor afirma que:
A-) vai começar suas memórias pela narração de seu nascimento.
B-) vai adotar uma sequência narrativa invulgar.
C-) que o levaram a escrever suas memórias foram duas considerações sobre a vida e a morte.
D-) vai começar suas memórias pela narração de sua morte.
E-) vai adotar a mesma sequência narrativa utilizada por Moisés.

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MACHADO DE ASSIS - QUESTÕES CORRIGIDAS
1- Uma das edições do romance Dom Casmurro traz a seguinte capa:
Nela, vemos a personagem Capitu abraçada ao filho, Ezequiel. Ambos são
observados por Bento, o narrador, que dirige o olhar a um retrato do amigo Escobar,
já falecido. Essa ilustração traz uma interpretação que:
A- Confirma a tese do adultério, defendida pelo narrador.
B- Desmente de forma flagrante a tese do adultério, defendida pelo narrador.
C- Apresenta uma terceira possibilidade de interpretação da tese do adultério.
D- Coloca-se de forma isenta em relação à tese do adultério, negada pelo narrador.
E- Não permite nenhuma conclusão a respeito da tese defendida pelo narrador.
RESPOSTA: A
2- Leia o seguinte fragmento textual:
Óbito do autor
[...] expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na
minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e
prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao
cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem
anúncios. Acresce que chovia — peneirava — uma chuvinha miúda, triste e
constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a
intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: —
“Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza
parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que tem
honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens
escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isto é a dor crua e má que
lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao
nosso ilustre finado.” [...]
Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas. Ilustrado por Cândido
Portinari. Rio de Janeiro: Cem Bibliófilos do Brasil, 1943. p. 1. Adaptado.
Em analogia à imagem e ao recorte textual acima apresentados, pode ser
observado tratar-se do início do livro "Memórias póstumas de Brás Cubas", de
Machado de Assis. Associando essa informação aos seus conhecimentos em
relação ao referido escritor e sua estética literária, assinale a alternativa correta.
A- Narrativa linear, foco narrativo em 3ª pessoa, crítica social e vocabulário coloquial
são marcas frequentes nas obras de Machado de Assis
B- Intertextualidade, idealização das personagens, análise social e ironia compõem
as narrativas machadianas
C- Digressão, narrativa em 1ª pessoa, vocabulário requintado e diálogo com o leitor
evidenciam-se nos livros do autor.
D- Finais felizes e surpreendentes, perfis femininos fortes, narrativa em 1ª pessoa e
discurso direto afirmam o caráter realista de Machado de Assis.
E- Animalização humana, análise determinista das personagens, narrativa linear e
finais trágicos denotam as marcas autorais do escritor
RESPOSTA: C
3- Avalie o seguinte texto:
Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua
infinidade de portas e janelas alinhadas. Um acordar alegre e farto de quem dormiu
de uma assentada, sete horas de chumbo. (...) Daí a pouco, em volta das bicas era
um zunzum crescente; uma aglomeração tumultuosa de machos e fêmeas. Uns,
após outros, lavavam a cara, incomodamente, debaixo do fio de água que escorria
da altura de uns cinco palmos. O chão inundava-se. As mulheres precisavam já
prender as saias entre as coxas para não as molhar; via-se-lhes a tostada nudez
dos braços e do pescoço, que elas despiam suspendendo o cabelo todo para o
alto do casco; os homens, esses não se preocupavam em não molhar o pêlo,
ao contrário metiam a cabeça bem debaixo da água e esfregavam com força as
ventas e as barbas, fossando e fungando contra as palmas da mão. As portas das
latrinas não descansavam, era um abrir e fechar de cada instante, um entrar e sair
sem tréguas. Não se demoravam lá dentro e vinham ainda amarrando as calças ou
as saias; as crianças não se davam ao trabalho de lá ir, despachavam-se ali
mesmo, no capinzal dos fundos, por detrás da estalagem ou no recanto das hortas.
O excerto, acima apresentado, é parte integrante da obra "O cortiço", de Aluísio
Azevedo. Trata-se de um livro publicado durante o Naturalismo, época literária que
foi um desmembramento radical do Realismo. Nos trechos destacados há a
presença de uma importante característica desse período que, ao contrário do
Realismo, o qual apenas apresentava a realidade, os livros naturalistas criticavam e
condenavam àqueles que destoavam daquilo que a sociedade da época exigia, por
meio do cientificismo e determinismo social.
Nesse sentido, essa característica é:
A- O zoomorfismo, que consiste em comparar as personagens com animais.
B- A digressão, uma vez que a narrativa não transcorre na ordem tradicional, ou
seja, com começo, meio e fim.
C- Vocabulário requintado, em que a linguagem culta torna-se prioridade ao
contrastar com a ambientação marginalizada.
D- A presença do foco narrativo em 1ª pessoa, em que o narrador personagem
conta a própria história.
E- O diálogo com o leitor, ao ser percebido que o narrador interage diretamente com
aquele a quem apresenta os fatos a serem analisados.
RESPOSTA: A
4- (PUC RS/2017) Leia a passagem a seguir, retirada de Memórias Póstumas de
Brás Cubas, de Machado de Assis.
“– “Morto! morto!” dizia consigo.
E a imaginação dela, como as cegonhas que um ilustre viajante viu desferirem o voo
desde o Ilisso às ribas africanas, sem embargo das ruínas e dos tempos, – a
imaginação dessa senhora também voou por sobre os destroços presentes até às
ribas de uma África juvenil… Deixá-la ir; lá iremos mais tarde; lá iremos quando eu
me restituir aos primeiros anos. Agora, quero morrer tranquilamente,
metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas baixas dos homens, a
chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de uma
navalha que um amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro. Juro-lhes
que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer. De certo
ponto em diante chegou a ser deliciosa. A vida estrebuchava-me no peito, com uns
ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia à imobilidade
física e moral, e o corpo fazia-se-me planta, e pedra e lodo, e coisa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que
uma ideia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não
creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si
mesmo.”
Com base na obra de Machado de Assis, preencha os parênteses com V
(verdadeiro) ou F (falso).
( ) Tanto Dom Casmurro quanto Memórias Póstumas de Brás Cubas têm em
comum o fato de serem livros narrados em primeira pessoa. Além disso, ambos os
personagens pertencem à elite carioca do século XIX.
( ) O livro Memórias Póstumas de Brás Cubas encerra-se com um capítulo todo
feito de negativas, no qual o narrador enumera uma série de faltas de que sofreu em
vida, entre elas o fato de não ter tido filhos e, assim, não ter transmitido a ninguém a
herança de nossa miséria.
( ) Há um consenso entre os críticos quanto a Dom Casmurro ser um romance
baseado nas memórias sinceras de um homem traído.
( ) Machado atuou em diversas áreas das Letras brasileiras. O autor escreveu
romances, contos, crítica literária; porém, deixou de lado o teatro e a poesia.
A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é a
A-) V – F – F – V
B-) V – V – F – F
C-) F – V – V – F
D-) V – V – V – F
E-) F – F – V – V
RESPOSTA: B
5- (Fuvest) "Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou
pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte.
Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me
levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um
autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço; a segunda
é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, quetambém contou
a sua morte, não a pôs no introito, mas no cabo: a diferença radical entre este livro e
o Pentateuco." (Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas).
No fragmento, o autor afirma que:
A-) vai começar suas memórias pela narração de seu nascimento.
B-) vai adotar uma sequência narrativa invulgar.
C-) que o levaram a escrever suas memórias foram duas considerações sobre a
vida e a morte.
D-) vai começar suas memórias pela narração de sua morte.
E-) vai adotar a mesma sequência narrativa utilizada por Moisés.
RESPOSTA: D

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