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Hemograma - Poliana Canuto

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@Poli.canuto – 4º período 
K 
 
Definição 
O hemograma é o exame que estuda os componentes celulares do 
sangue através de uma análise qualitativa e quantitativa. 
Proporciona a avaliação dos três componentes principais do sangue 
periférico: 
 Eritrócitos (série vermelha) 
 Leucócitos (série branca) 
 Plaquetas (série plaquetária). 
Processo de realização 
O processo de realização do hemograma envolve basicamente 
quatro etapas: 
1) Coleta e processamento da amostra de sangue periférico; 
2) Contagem das células, incluindo determinação dos índices 
da série vermelha e das plaquetas; 
3) Determinação diferencial dos leucócitos; 
4) Microscopia do esfregaço de sangue periférico para 
avaliação de potenciais anormalidades morfológicas. 
O hemograma pode ser coletado de veias periféricas ou centrais, 
venosas ou artérias. Esse exame deve ser coletado em um tubo 
que contenha EDTA, um anticoagulante (tubo roxo) que não requer 
jejum para coleta. 
 
Vieses de resultado 
Para fins práticos, o exame é dividido em 3 fases: pré-analítica, 
analítica e pós-analítica. 
 Durante a fase pré-analítica, os principais fatores que 
podem alterar o resultado final são: questões fisiológicas 
do próprio paciente (idade, gênero e outras 
peculiaridades), inadequações de coleta e manipulação da 
amostra e fatores endógenos (anticorpos do paciente, 
medicamento de uso contínuo, entre outros). 
 
 A fase analítica é responsável por 5 a 15% das alterações 
no resultado do hemograma. Nesse momento, o principal 
fator é a análise equivocada das células sanguíneas 
 
 Por fim, os vieses presentes na fase pós-analítica 
consistem, basicamente em interpretação errônea das 
 
 
análises obtidas na fase anterior e identificação inadequada. 
Representa 20 a 45% dos vieses de resultado. 
ERITOGRAMA 
Eritrograma é a seção do hemograma que avalia a série vermelha, 
ou seja, as hemácias e o tecido eritroblástico da medula óssea que 
lhes dá origem. 
Contagem de hemácias 
O número de hemácias de um indivíduo varia, principalmente, de 
acordo com a idade e o gênero, sendo que os homens apresentam 
valores maiores que as mulheres. Essa diferença está relacionada 
com a fisiologia hormonal, uma vez que os andrógenos aumentam 
a sensibilidade do tecido eritroblástico à eritropoetina e os 
estrógenos desestimulam a eritropoese. 
Nunca devendo ser usada como parâmetro único parâmetro para 
o diagnóstico de anemia 
Os valores de referência (VR) são de 4,1 a 5,4/mm³ para mulheres 
adultas e 4,5 a 6,1/mm³ em homens adultos. São relatados diferentes 
valores para recém-nascidos, lactentes e crianças até alcançar a 
idade adulta 
Quando os valores são inferiores aos VR, diz-se que há oligocitemia 
e, quando se apresentam superiores, denomina-se poliglobulia. 
Algumas das condições que podem causar tais alterações são: 
 
Dosagem de hemoglobina 
Seus valores variam de acordo com o sexo do indivíduo, 
apresentando um valor médio de 15,0 g/dL e tendo como valor de 
referência 12,5 a 16,5 g/dL para homens e 11,5 a 15,5 g/dL para 
mulheres. 
Tais valores podem se encontrar alterados em várias situações, 
como: 
 
Hemograma 
 @Poli.canuto – 4º período 
Hematócrito 
Corresponde à concentração de eritrócitos em uma certa 
quantidade de sangue total. Correlaciona-se melhor que a contagem 
de eritrócitos com a viscosidade sanguínea sendo, portanto, o 
parâmetro mais utilizado para avaliar alterações volêmicas 
Tendo como referência 40 a 54% para homens e 36 a 48% para 
mulheres. 
O valor do hematócrito costuma ser 3 vezes maior que a dosagem 
da hemoglobina. 
Volume corpuscular médio 
O VCM representa o valor média do volume dos eritrócitos 
Apresenta os mesmos valores em ambos os sexos, com a 
referência variando entre 80 – 98 fL. 
Valores acima desse limite são denominados como macrocitose, e 
abaixo desse limite como microcitose 
Pode estar artificialmente aumentado devido a leucocitose 
pronunciada, numerosas plaquetas grandes, crioaglutininas, 
intoxicação por metanol, hiperglicemia acentuada e reticulocitose 
pronunciada. Ou pode estar falsamente diminuído na hemólise in vitro 
ou fragmentação dos eritrócitos. 
Histograma e RDW 
São um subproduto do VCM individual e são indispensáveis na 
avaliação da heterogeneidade volumétrica dos eritrócitos 
Quando o computador recebe as medidas individuais do VCM de 
cada eritrócito, ele as organiza em forma de curva, que então é 
denominada histograma, a qual, nos sangues normais, é 
aproximadamente gaussiana (normal) e de abertura estreita. O VCM 
pode ser obtido da média aritmética dos valores contidos nesta curva. 
Quando a curva situa-se mais à esquerda ou à direita, na abscissa, 
denota micro ou macrocitose respectivamente 
Considera-se como valor de referência do RDW o intervalo de 11 a 
15%. 
Valores mais baixos indicariam eritrócitos muito mais homogêneos, 
mas esse tipo de situação não costuma ser visto. Já valores mais 
altos indicam excessiva heterogeneidade volumétrica dos eritrócitos, 
situação denominada de anisocitose. 
Hemoglobina corpuscular média (HCM) 
Expressa a quantidade média de hemoglobina que existe dentro de 
uma hemácia. Apresenta valores de referência de 27 a 33 pg por 
eritrócito. 
Concentração Hemoglobínica Corpuscular Média (CHCM) 
Demonstra a concentração média de hemoglobina nos eritrócitos. É 
calculada pela média da quantidade de hemoglobina (HCM) dividida 
pelo volume médio dos eritrócitos (VCM). 
Apresenta valores de referência entre 31 e 36 g/dL. 
Assim como no VCM, a medida do CHCM também gera uma curva 
contendo a distribuição dos valores, ou seja, um histograma do 
CHCM, do qual podemos extrair o desvio-padrão denominado HDW, 
que indica a variação de coloração celular, ou a quantidade de 
hemoglobina por célula. 
Condições com HDW aumentado são denominadas hipercromia, já 
com HDW diminuído denominamos hipocromia. 
 
Contagem de reticulócitos 
Os reticulócitos são eritrócitos imaturos sem núcleos e sua 
contagem fornece uma estimativa da taxa de produção dos 
eritrócitos 
Apresentam como valores de referência 0,3 a 2,3/100 eritrócitos 
com contadores automáticos. 
Resultados aumentados são denominados reticulocitose e podem 
ocorrer por aumento da produção de eritrócitos, mais pronunciado 
nas anemias hemolíticas ou durante a regeneração da medula óssea. 
Resultados diminuídos podem ser devido a condições em que a 
hematopoiese está inadequada ou ineficaz. 
Microscopia 
A avaliação da série vermelha inclui o exame microscópico do 
esfregaço sanguíneo, porque muitas alterações fisiológicas de 
importânica diagnóstica não são identificadas apenas pelas contagens 
e cálculos dos índices 
 
LEUCOGRAMA 
É a seção do hemograma que inclui a avaliação dos glóbulos brancos 
e compreende as contagens global e diferencial dos leucócitos 
Os leucócitos são compostos por neutrófilos, linfócitos, monócitos, 
eosinófilos e basófilos e podem ser classificados em granulócitos e 
agranulócitos. 
 @Poli.canuto – 4º período 
 
Os leucócitos representam as células sanguíneas de defesa e estão, 
em sua grande maioria, concentrados na medula óssea (90%). 
Desses 10% dos leucócitos circulantes, apenas 40% estão disponíveis 
na corrente sanguínea, estando os outros 60% concentrados nos 
tecidos periféricos. 
O valor de referência do total de leucócitos em adultos varia de 
4.000 a 11.000/mm³. 
Neutrófilos 
Representam o tipo de leucócito mais comum no adulto e, junto 
com os eosinófilos e os basófilos, constituem os granulócitos 
(apresentam núcleos irregulares e contêm grânulos citoplasmáticos 
específicos). 
São constituídos por células maduras e jovens. 
 Os neutrófilos maduros são os polimorfos nucleares (PMN) 
e são chamados de segmentados, pois seus núcleos 
sofrem seguidas segmentaçãodurante o processo de 
maturação. Os segmentados representam de 36 a 66% 
dos leucócitos e possui uma contagem absoluta de 2000 
a 7500/mm³. 
 
 Os neutrófilos jovens são compostos por blastos, 
promielócitos, mielócitos, metamielócitos e bastões (ou 
bastonetes). Em condições normais, os bastões podem 
estar presentes no sangue (VR: 2 a 4% dos leucócitos e 
contagem absoluta de 100 a 400/mm³), sem associação 
com alguma patologia, visto que são as formas jovens mais 
“próximas” dos polimorfos nucleares. A presença de um 
percentual maior de células jovens indica que pode haver 
um processo infeccioso em curso. 
Linfócitos 
Representam o segundo tipo mais comum de glóbulos brancos e 
representam de 15 a 45% dos leucócitos no sangue. São as principais 
linhas de defesa contra infecções por vírus e contra o surgimento 
de tumores. 
Monócitos 
Representam de 3 a 10% dos leucócitos circulantes e são ativados 
tanto em processos virais quanto bacterianos. Os monócitos são 
responsáveis pela fagocitose (em sua forma ativa – macrófago) e 
pela defesa do organismo. Estão elevados, principalmente, nas 
infecções crônicas, como a tuberculose. 
Eosinófilos 
São os leucócitos responsáveis pelo combate às parasitoses e pelo 
mecanismo da alergia. Representa apenas de 1 a 5% dos leucócitos 
circulantes. 
Podem estar aumentados em processos alérgicos, processos 
asmáticos ou em casos de infecção intestinal por parasitas. 
Basófilos 
São o tipo menos comum de leucócitos no sangue, representando 
apenas 0 a 2% dos glóbulos brancos circulantes. 
Podem estar elevados em processos alérgicos e/ ou estados de 
inflamação crônica. 
PLAQUETOGRAMA 
As plaquetas também são produzidas na medula óssea e derivam da 
fragmentação do citoplasma dos megacariócitos. Apresentam tempo 
de vida média variável entre nove e doze dias 
Os valores de referência para a contagem de plaquetas são similares 
em ambos os sexos e independentes da idade, e se situam entre 
150.000 a 450.000/mm³. 
Trombocitopenia (ou plaquetopenia) designa contagens de plaquetas 
abaixo dos limites de referência, já trombocitose denomina as 
contagens acima dos valores de referência 
Volume Plaquetário Médio 
Os contadores eletrônicos medem as plaquetas ao contá-las, como 
dito acima, fornecendo um volume plaquetário médio (VPM) e, 
organizando esses valores individuais em curvas, o que gera o 
histograma do volume plaquetário. No entanto, há uma considerável 
diferença de resultados do VPM entre modelos diversos de 
contadores, cabendo a cada laboratório determinar valores de 
referência próprios a seus instrumentos 
Fração Plaquetária Imatura (IPF) 
Plaquetas imaturas, ou seja, que acabaram de se desprender dos 
megacariócitos na medula óssea, possuem uma quantidade 
significativa de RNA, que pode ser evidenciada com um corante 
fluorescente, permitindo sua identificação durante a contagem feita 
por determinados contadores eletrônicos. 
A fração plaquetária imatura apresenta valor de referência de 1,1 a 
6,1%. 
Um aumento da porcentagem de plaquetas imaturas pode indicar 
uma produção aumentada de plaquetas, distinguindo 
trombocitopenias por destruição periférica de trombocitopenias por 
falta de produção.

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