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Tema 9 Atestado de óbito e morte encefálica

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Tema 9 – Atestado de óbito e morte 
encefálica 
Maria Laura Gonçalves Vieira – T XIV 
Atestado de óbito 
Declaração de óbito: “Nenhum enterramento pode ser feito sem 
certidão do oficial do cartório, extraída após a lavratura do assento 
do óbito feito à vista do atestado pelo médico”. 
• São 3 vias: rosa (estabelecimento hospitalar), amarela (cartório 
de Registro Civil) e branca (Secretária de Saúde do Estado) 
Certidão de óbito: documento jurídico fornecido pelo cartório de 
registro civil após o registro do óbito. 
Atestado de óbito = Declaração de óbito ≠ certidão de óbito 
ORIENTAÇÕES AO MÉDICO 
Obrigação do médico: 
• Preencher a identificação corretamente 
• Revisar antes de assinar 
• Registrar corretamente as causas 
• Evitar abreviações 
• Não rasurar → anular 
Proibido fazer: 
• Assinar D.O. em branco 
• Preencher D.O. sem, pessoalmente, examinar o corpo e 
constatar a morte 
• Utilizar termos vagos para o registro das causas de morte 
como parada cardíaca, parada cardiorrespiratória ou falência 
de múltiplos órgãos. 
• Registrar causas incorretamente 
• Cobrar pelo preenchimento 
QUANDO EMITIR O D.O. 
• Óbito (natural ou violento) 
• Criança nasce viva e morre logo após o nascimento, 
independentemente da duração da gestação, do peso do RN e 
do tempo que tenha permanecido vivo 
• Peça anatômica amputada: o médico emitirá um relatório em 
papel timbrado do hospital descrevendo o procedimento 
realizado. Esse documento será levado ao cemitério, caso o 
destino da peça venha a ser o sepultamento. 
• Óbito fetal: ≥ 20 semanas; ≥ 500g; ≥ 25cm 
Aborto não precisa de D.O 
SITUAÇÕES QUE NÃO EMITE A D.O 
Óbito fetal com gestação de menos de 20 semanas, ou peso menor 
que 500g, ou estatura menor que 25cm (pode ser facultativo se 
família quiser fazer sepultamento) 
Peças anatômicas amputadas 
QUEM EMITE O D.O 
Morte violenta (acidente, suicídio, homicídio) → IML / perito 
eventual 
Morte natural: 
• Sem assistência médica → SVO 
• Com assistência médica → médico assistente ou substituto 
 
Morte na ambulância: 
• Com médico: 
o Natural: médico socorrista 
o Violenta: IML 
• Sem médico: 
o Natural: SVO 
o Violenta: IML 
CAUSA DE MORTE 
 
NÃO pode: 
• Parada cardiorrespiratória 
• Falência múltipla de órgãos 
• Termos vagos e abreviações 
Registro das causas de morte no atestado objetiva fornecer 
informações para que os programas de saúde pública, elaborados a 
partir dessas evidencias, sejam adequadas a população em estudo. 
COVID-19 – Não serão realizadas autopsias por morte natural no 
período de Pandemia. Frente a isso, quem preenche a D.O: 
• Óbitos hospitalares: médico que atendeu ou plantonista 
• Óbitos domiciliares: médico que constatou óbito na residência 
• Óbitos em instituições de moradia: médico responsável 
• Óbitos em espaço público e Albergues: avaliação da 
possibilidade de causas externas 
o Se morte natural: médico que constatou morte 
o Se sinais de morte violenta: IML 
 
Morte encefálica 
“Perda completa e irreversível das funções encefálicas, definidas 
pela cessação das atividades corticais e do tronco encefálico.” 
Os procedimentos para determinação de ME devem ser iniciados 
em todos os pacientes que haja suspeita de ME e atenda os pré-
requisitos: 
• Coma não perceptivo 
• Ausência de reatividade supraespinhal 
• Apneia persistente 
 
ETAPAS 
1º Identificar a causa da morte: isquêmica, hemorrágica, TCE, 
tumor, encefalopatia anóxica 
2º Afastar as causas reversíveis de coma: drogas depressoras e 
hipotermia 
3º Exame clínico (realizado por médico diferentes, intervalo de 
tempo entre os exames de 1h) 
4º Exame complementar 
Hora da morte é a hora do último exame 
Ao pensar em morte encefálica, descartar: 
• Hipotermia 
• Intoxicação 
• Drogas sedativas 
• Bloqueadores neuromusculares 
• Graves anormalidades eletrolíticas 
• Graves distúrbios ácido-base 
• Crises endócrinas 
EXAMES CLÍNICOS 
São considerados capacitados: médicos com, no mínimo, 1 ano de 
experiência no atendimento de pacientes em coma e que cumpriam 
um dos seguintes critérios: 
• Realização ou acompanhamento de 10 determinações ME 
• Realização de curo de capacitação para determinação ME 
Para realizar os exames: 
• 2 médicos diferentes: medicina intensiva (pediátrica), 
neurologia (pediátrica) ou medicina de emergência 
• Intervalo de tempo entre o 1º e 2º exame clínico depende da 
faixa etária 
Coma não perceptivo: estado de inconsciência permanente com 
ausência de resposta motora supraespinhal a qualquer estimulação, 
particularmente dolorosa intensa em região supraorbitária, trapézio 
e leito ungueal dos 4 membros. 
A presença de atitude de descerebração ou decorticação invalida o 
diagnóstico de ME. 
Ausência de reflexos de tronco cerebral 
• Reflexo fotomotor: pupilas fixas e sem reposta à estimulação 
luminosa intensa, podendo ter contorno irregular, diâmetros 
variáveis ou assimétricos 
o Lesão: mesencéfalo 
• Reflexo córneo-palpebral: ausência de reflexo de piscar à 
estimulação direta do canto lateral inferior da córnea com 
gotejamento de soro fisiológico gelado ou algodão embebido 
em SF ou água destilada 
o Lesão: ponte 
• Reflexo oculocefálico: ausência de desvio do(s) olho(s) 
durante a movimentação rápida da cabeça no sentido lateral e 
vertical (olhos de boneca) 
o Lesão: mesencéfalo e ponte 
• Reflexo vestíbulo-calórico: ausência de desvio do(s) olho(s) 
durante um minuto de observação, após irrigação do conduto 
auditivo externo com 50 a 100ml de água fria com a cabeça 
colocada em posição supina e a 30º. O intervalo mínimo do 
exame entre ambos os lados deve ser de 3 minutos. Realizar 
otoscopia prévia. 
o Lesão: mesencéfalo e ponte 
• Reflexo de tosse: ausência de tosse ou bradicardia reflexa à 
estimulação traqueal com uma cânula de aspiração 
TESTE DE APNEIA – obrigatório 1 vez na determinação de ME 
Apneia: ausência de movimentos respiratórios espontâneos, após a 
estimulação máxima do centro respiratório pela hipercapnia 
(PaCO2 > 55mmHg) 
 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Eletroencefalograma: inatividade elétrica ou silêncio cerebral 
Doppler transcraniano: ausência de fluxo sanguíneo transcraniano 
Arteriografia cerebral: ausência de fluxo cerebral 
Cintilografia de perfusão 
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS 
Entrevista sobre doação de órgãos não devem ocorrer antes da 
conclusão do diagnóstica da morte. 
É recomendado que a entrevista familiar para doação seja 
conduzida por profissional com treinamento especifico. 
Interrupção do suporte vital quando a doação de órgãos não for 
viável, hipótese em que o corpo deve ser entregue à família ou 
encaminhado à necropsia.

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