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APOSTILA EDUCAÇÃO AMBIENTALEDUCAÇÃO AMBIENTAL https://www.unovacursos.com.br/admin/cursos/curso/133 EDUCAÇÃO AMBIENTAL INTRODUÇÃO...................................................................................................02 CAPÍTULO 1 – Educação Ambiental e Cidadania..........................................03 CAPÍTULO 2 – Educação Ambiental e Cultura..............................................06 CAPÍTULO 3 – Educação Ambiental Formal.................................................08 CAPÍTULO 4 – Educação Ambiental Não-Formal.........................................12 CAPÍTULO 5 – Educação Ambiental Informal...............................................14 CAPÍTULO 6 – Meio Ambiente na Constituição Federal..............................16 CAPÍTULO 7 – Técnicas em Educação Ambiental........................................18 CAPÍTULO 8 – Como Organizar um Passeio à Floresta...............................20 CAPÍTULO 9 – Duas Ideias Para Projetos.....................................................24 CAPÍTULO 10 – Educação Ambiental na Empresa.......................................26 CAPÍTULO 11 – Tratado de Educação Ambiental Para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global......................................................30 CAPÍTULO 12 – Cuidando do Planeta Terra..................................................33 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.......................................................................35 2 INTRODUÇÃO A responsabilidade por nosso planeta e seus recursos naturais passa por todos setores da sociedade. Desde sua origem, o homem vem sobrevivendo graças a esses recursos e vem desenvolvendo técnicas necessárias para que o planeta lhe garanta alimento, conforto, qualidade de vida, medicação, transporte, energia, entre outras inúmeras coisas. Esses recursos, porém, não são inesgotáveis. Mesmo o planeta vem demonstrando necessitar de cuidados. Percebendo isso, muitos cientistas vêm alertando pela necessidade de se preservar nossos recursos, procurar novas formas de obter nossa sobrevivência sem esgotar o planeta e educar as pessoas para que cada um faça sua parte nessa tarefa. Adotar um estilo de vida sustentável é atualmente, bem mais que uma simples convenção social, é questão de vida ou de morte. Nesse estudo iremos abordar a educação ambiental, ou seja, como ensinar as pessoas a preservarem, a fazerem cada um o necessário para que não faltem recursos às novas gerações. Iremos explicar as diferenças entre educação ambiental, formal, não-formal e informal, descrever técnicas de preservação e sustentabilidade, estudar as leis mais comuns, ver como as empresas têm atuado em relação à responsabilidade ambiental e principalmente: iremos refletir sobre novos projetos para educar as pessoas e salvar o planeta. 3 CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA O planeta Terra, além de nosso lar, é fonte de recursos que garantem nossa sobrevivência. Desde as idades mais antigas do homem, ele vem descobrindo como lidar com a natureza, dominando suas possibilidades, construindo, inovando, plantando, colhendo, pescando, preparando, enfim, explorando tudo que está a sua volta para garantir seu sustento, sua segurança, sua saúde e de seu grupo social. Ao longo dos séculos, porém, essa exploração acabou se tornando desenfreada e extremamente prejudicial. A Revolução Industrial inchou os centros urbanos, o que fez com que cada vez mais recursos precisassem ser usados para o sustento da população e da indústria que crescia em torno dela. Uma grande quantidade de energia e de alimentos é necessária para manter os grandes centros urbanos, isso sem falar de outras necessidades. Com esse contexto, a natureza não tem dado conta nem de fornecer o necessário, tampouco de se recuperar da alta demanda de seus recursos. A exploração irrefletida dos recursos naturais, levou nossa sociedade à beira de um colapso ambiental. Muitas tragédias naturais têm afetado a população do planeta e além disso a escassez de recursos começa a preocupar a todos. Por isso, é dever de cada um dos habitantes do planeta, repensar seus hábitos, se reeducar e contribuir para a renovação desses recursos. Como bem lembra Zuquim, Fonseca & Corgozinho (2012): O comportamento dominador do ser humano o fez acreditar ser o dono da natureza e de que tudo que existe foi criado apenas para ele. Amparados tecnologicamente os indivíduos exercitam o domínio sobre outros em nome do poder e ganância. O resultado dessa perspectiva é a afirmação de uma visão dicotômica e mecânica do mundo, da natureza e do próprio ser humano. Tais comportamentos geraram um sentimento de intolerância ao ponto de tornarem as inconformidades algo normal e neste sentido, as sociedades modernas não percebem as incoerências praticadas contra si mesmas e consequentemente contra a natureza. Mas chegamos a um ponto que o planeta começou a nos cobrar por esse comportamento. A crise ambiental que vivemos atualmente já não pode ser questionada, mesmo que a ação do homem possa não ser sua geradora como afirmam alguns. O fato é que os recursos estão acabando e é urgente a necessidade de uma reformulação da postura do homem em relação ao meio ambiente. Temos todos, no momento, uma responsabilidade social em relação ao planeta. A Educação Ambiental e a Cidadania A situação alarmante em que se encontra o estado de preservação ambiental em vários locais do planeta fez com que cientistas, governantes e ativistas se 4 unissem para investigar, pesquisar, discutir e propor soluções para os problemas mais urgentes de nossa sociedade em relação ao meio ambiente. As primeiras preocupações surgiram no final do século XIX e início XX, por causa do impacto da indústria na poluição e destruição de rios, florestas e outros biomas. Somente após a Segunda Guerra Mundial, porém, essa preocupação se tornou ação. Em 1977, em Tbilisi, na Geórgia, foi realizada a 1ª Conferência Internacional sobre Educação Ambiental, promovida pela UNESCO-PNUMA. A conferência resultou em um documento oficial com princípios e recomendações para desenvolver a Educação Ambiental em diversos setores e em diversos grupos sociais. Dez anos depois uma nova conferência foi realizada em Moscou, para avaliar e analisar as ações e resultados da primeira (ZUQUIM, FONSECA & CORGOZINHO, 2012). Uma das principais conclusões a que se chegou após essa segunda conferência, foi que para que se pudesse colocar em prática uma educação ambiental específica, era preciso analisar e levar em considerações os dados socioeconômicos e culturais de cada local onde essa educação fosse oferecida. Isso significa que cada país, cada sociedade, será responsável por investigar as condições de seu meio ambiente e propor de modo específico políticas públicas de educação. Aderindo a essa preocupação mundial, o Brasil começa a pensar sobre a preservação ambiental com mais afinco no final da década de 1970. A poluição dos rios, a destruição das florestas e matas, a morte da fauna e da flora natural, chama a atenção da população que exige maior atenção com nossa natureza. Com a reabertura política iniciada na década de 1980, temos promulgada uma nova Constituição Federal, em 1988, que dedica um capítulo inteiro a essa questão. O artigo 225, do Capítulo VI, trata que: Art. 225. – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Como podemos observar, preservar a natureza e o meio ambiente é função tanto do governo quanto da sociedade. Todos têm responsabilidades em relação a esse tema. Na década de 1990, várias propostas educativas surgem para educar as novas gerações para a preservaçãodo meio ambiente, entre estas a dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, de 1998, que dentro dos Temas Transversais coloca o tema de Meio Ambiente. Em de 27 de abril de 1999, é instituída a Política Nacional de Educação Ambiental, com a obrigatoriedade da Educação Ambiental em todos os níveis do ensino formal da educação brasileira. O principal objetivo da educação ambiental dentro da sociedade é mostrar que todos somos responsáveis pelo planeta e que todos temos deveres de cidadãos para com a preservação. Precisamos enxergar o planeta como lar, como algo orgânico, vivo, e não como uma máquina que funcionará eternamente para suprir nossas necessidades (e luxos) sem precisar de manutenção ou cuidados. Só 5 assim, essa responsabilidade poderá ser colocada em prática. Como afirma Loureiro (2006, apud ZUQUIM, FONSECA & CORGOZINHO, 2012): [...] a educação é uma prática social que expressa o modo dos seres humanos se organizarem e viverem em sociedade, como se percebem enquanto ser da natureza e manifestam seus questionamentos sobre a realidade num processo de crítica e autocrítica, de ação política e conscientização coletiva. Assim, podemos notar que uma Educação Ambiental deve analisar todo o aspecto social e cultural de modo eficiente, para criar somente não só novos hábitos, mas uma reflexão profunda sobre a conduta dos cidadãos e suas práticas em relação à natureza. Para que a mudança seja eficaz, essa reflexão irá mudar não só a conduta, mas a mentalidade da sociedade, tornando-se mais concreta e duradoura. 6 CAPÍTULO 2 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA Como comentamos no capítulo interior, mudar os hábitos e práticas de uma sociedade em relação ao meio ambiente envolve uma reflexão profunda sobre aspectos sociais, históricos e culturais. Mudar a conduta necessita mudança de paradigma, de ideias, de mentalidade. Sendo assim, a Educação Ambiental está profundamente relacionada com a questão cultural. Vejamos porquê. Para a Sociologia e a Antropologia, cultura é um compartilhamento de símbolos, significados e valores de e entre grupos sociais. São formados artificialmente pelo homem, ou seja, de uma maneira não-natural. Resumindo, tudo que o homem construiu, material e intelectualmente ao longo de sua história no planeta, pode ser considerado como cultura. Como explica Bonfim (2007): Nessa perspectiva, cultura pode ser definida como consumo, modo de vida, hábitos, crenças, manifestação artística, conjunto de técnicas e informações. Portanto a cultura está estreitamente ligada às ações, às representações coletivas, às regras e condutas (DURKHEIM) e às lutas de classes (MARX). E assim, podemos estabelecer uma relação direta da cultura com o meio ambiente por ser neste onde produzimos a cultura. É da natureza que tiramos os recursos para a produção e evolução cultural, é graças a essa natureza que conseguimos sobreviver e evoluir como seres. Portanto, a cultura e a educação ambiental precisam estar interligadas para que esta última dê certo. Para que entendamos de forma mais prática, a relação da cultura com a educação ambiental, precisamos refletir como cada grupo social estabelece os vínculos sociais com seu habitat, com seu meio ambiente. Por exemplo, uma aldeia de pescadores, além de retirar seu sustento da pesca, seja em rio ou mar, também tem suas tradições culturais relacionadas aos ciclos da pesca, através de crenças, danças, alimentação, vestuário, linguagem, etc. Quando pensamos então nos objetivos de uma Educação Ambiental, seja ela formal ou não, precisamos levar em consideração todos esses aspectos culturais envolvidos nos grupos sociais com os quais estamos propondo essa mudança de hábitos e mentalidade. A própria relação com o ambiente, que se tornou tóxica e destrutiva, está relacionada a questões culturais. Na sociedade atual, estamos tentando mudar o paradigma de que é mais importante Ter do que Ser, e essa mudança cultural é extremamente importante para que uma educação ambiental seja eficaz. Os autores Reis, Lima e Silva (2007, apud ZUQUIM, FONSECA & CORGOZINHO, 2012) resume: Hoje, os indivíduos não se sentem parte integrante da natureza, pois a tecnologia os assemelhou a deuses. A ciência une-se ao ser humano nesta vontade de superar barreiras. Provoca a natureza quando cria formas artificiais que desafiam as formas 7 naturais quebrando muitas vezes, ritmos biológicos e cadeias naturais. Mesmo os que querem viver próximos à natureza, tendo um contato maior com ela, tem feito isso de maneira predatória. Nesse sentido, além de uma educação para mudar essa conduta, é preciso leis mais rígidas de proteção, como veremos mais à frente. Enfim, os indivíduos da sociedade precisam entender que a educação e a preservação ambiental fazem parte de sua cultura. As questões ambientais estão relacionadas à identidade cultural das pessoas em sociedade, ou seja, o modo como as pessoas realizam suas interações com o grupo social estão ligados ao meio ambiente em que vivem. O homem, até então, tem tratado a natureza como seu patrimônio material, sentindo-se dono do espaço. A educação ambiental, porém, precisa ensinar que ele não é dono, é parte desse espaço, e essa consciência está relacionada à cultura do homem e de seu grupo. Para exemplificar, listaremos abaixo formas de como a educação ambiental pode desenvolver essa consciência: • Ensinar a população a economizar água: é preciso que entendam que não se trata somente de economia financeira, mas que a falta de água causará transtornos imensos a todos, inclusive a essa população e as gerações futuras; • Reciclar: muitos não entendem as consequências de lixo mal descartado, é preciso explicar o impacto de certos materiais na natureza e como isso afetará diretamente a vida do indivíduo; • Poluição: mostrar à comunidade como a poluição pode afetar seu cotidiano e sua vida, mesmo não estando visível a ela. Esses exemplos mostram que o indivíduo e sua comunidade precisam entender os impactos da destruição do meio ambiente em sua própria vida. Muitas vezes, as pessoas não percebem esse impacto, por ele (ainda) não ser visível a sua comunidade. A Educação Ambiental irá mostrar que todos somos atingidos por danos causados à natureza e, portanto, todos temos responsabilidades. 8 CAPÍTULO 3 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL A Educação Ambiental deve se dar em diversos níveis e setores da nossa sociedade. No presente capítulo, iremos falar sobre a educação formal, ou seja, a educação ambiental que é dada dentro das escolas, universidades e as mais diversas instituições de ensino. Como já dissemos, a Educação Ambiental é parte obrigatória do currículo, portanto, desde a educação infantil até a universidade, todos os alunos devem ter acesso a ela. • Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) Os Temas Transversais, volume 8 dos PCN, traz entre estes o tema Meio Ambiente. Primeiramente, parâmetro curricular não pressupõe obrigatoriedade, portanto, é uma diretriz, uma recomendação. Segundamente, a transversalidade pressupõe que todas as matérias devem embutir em seus conteúdos e práticas, esses temas. Isso significa que todos devem, dentro de suas especificidades, ensinar a sobre educação ambiental. Vejamos alguns exemplos: Matemática e Ciências Exatas: um exemplo de trabalho com matemática e meio ambiente é o ensino de porcentagem ou frações, em que se pode usar como tema os danos causados ao ambiente natural. Por exemplo, a porcentagem de mata nativa da cidade, do estado, país, etc.; Linguagens: dentro da linguagem escrita e oral existem inúmeras possibilidades de trabalho, tais como textos, vídeos, histórias em quadrinhos. O professor pode propor debates orais, produções textuais e interpretações dentro do tema. O ensino de Artes pode abordar diversas manifestações artísticasrelacionadas à nossa cultura e o nosso meio ambiente nativo; Ciências da Natureza: uma disciplina que lida diretamente com a questão já que pode explicar nossos biomas, descrever nossa fauna e flora, identificar problemas ambientais locais e discutir propostas de preservação; Língua Estrangeira: o professor pode ampliar o conhecimento de seus alunos mostrando como os países que falam a língua estrangeira ensinada lidam com questões ambientais; História: o professor pode traçar um panorama histórico das questões ambientais, descrevendo as mudanças no meio ambiente ao longo da história e estimulando a reflexão sobre o papel do homem nessas mudanças; Geografia: outra disciplina que pode trabalhar de forma direta. A Geografia pode trazer mapas, gráficos, tabelas, que mostrem dados sobre meio ambiente, estimulando a comparação de dados, analisando aspectos humanos e geográficos e promovendo debates; 9 Educação Física: junto com o professor, a escola pode usar essa disciplina para explorar espaços naturais em excursões com os alunos. Além desse trabalho dentro de cada componente curricular, a escola deve elaborar projetos e práticas em conjunto com todas as disciplinas (interdisciplinaridade), de forma contínua, para que haja uma coesão entre os discursos e que os alunos compreendam a responsabilidade global das pessoas em relação à preservação. • A Nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) A Base Nacional Comum Curricular – BNCC, é um documento que orienta a construção do currículo escolar, com suas teorias e práticas, e tenta traçar uma base comum para todos os gestores e educadores do país, considerando obviamente aspectos locais. A primeira versão foi disponibilizada em 2015 e a segunda em 2016, resultado das discussões e reflexões de especialistas, educadores, gestores, estudantes e a sociedade como um todo (MENEZES & MIRANDA, 2021). A BNCC de 2016 ainda está em implantação e tem três níveis: Ensino Infantil, Ensino Fundamental (I e II) e Ensino Médio, abrangendo ensino público e privado. O Novo Ensino Médio, o último nível a entrar em vigor, será iniciado no ano letivo de 2022. Sobre a Educação Ambiental, Menezes & Miranda (2021) afirmam que ela vem perdendo espaço na implantação dos novos currículos. Segundo a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a Educação Ambiental (BRASIL, 1999): Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. Isso mostra que o currículo escolar formal deve abordar a Educação Ambiental desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. Sendo assim, a nova BNCC precisa levar em conta esse tema em todos os níveis de ensino. Também ressaltamos: Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal. § 1o A educação ambiental não deve ser implantada como disciplina específica no currículo de ensino (BRASIL, 1999). O que mostra que o tema deve, como orientado pelo PCN, permear todas as disciplinas em todos os níveis e modalidades de ensino e não como matéria ou projeto isolados. A lei também prescreve que os cursos superiores de formação de professores devem oferecer a Educação Ambiental em seus currículos. Porém, o trabalho de Santinelo, Royer e Zanatta (2016, apud MENEZES & MIRANDA, 2021): 10 [...] investigou “quantitativamente a inserção do tema Educação Ambiental no texto preliminar da nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”. Os autores acima indicam que a temática aparece de forma muito modesta, pouco valorizada, com o predomínio da visão Ecológica e a cargo das Ciências da Natureza. Neste tocante, os estudos revelaram que as abordagens referentes à temática ambiental foram tratadas de modo reducionista no documento. Essa nova versão da BNCC então se torna um desafio para gestores e educadores ao promoverem a interdisciplinaridade e a transversalidade na abordagem da Educação Ambiental para que se garanta a aplicação da lei. Além disso, os sistemas de ensino devem garantir a inserção da Educação Ambiental no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola de forma integradora e contextualizada. • Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (DCNEA) A Resolução Nº 02/2012, de 18 de janeiro de 2012, do Ministério da Educação, institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Este instrumento é um dos mais recentes no que se refere à Educação Ambiental Formal e orienta as ações para a constituição de currículos e programas em todos os níveis de ensino. Quanto aos objetivos, no artigo 1º da DCNE temos: I - sistematizar os preceitos definidos na citada Lei, bem como os avanços que ocorreram na área para que contribuam com a formação humana de sujeitos concretos que vivem em determinado meio ambiente, contexto histórico e sociocultural, com suas condições físicas, emocionais, intelectuais, culturais; II - estimular a reflexão crítica e propositiva da inserção da Educação Ambiental na formulação, execução e avaliação dos projetos institucionais e pedagógicos das instituições de ensino, para que a concepção de Educação Ambiental como integrante do currículo supere a mera distribuição do tema pelos demais componentes; III - orientar os cursos de formação de docentes para a Educação Básica; IV - orientar os sistemas educativos dos diferentes entes federados (BRASIL, 2012). As DCNEA orientam que a Educação Ambiental deve formar indivíduos conscientes, participativos e inovadores em relação às questões ambientes, usando para isso uma forma de enxergar e agir no meio ambiente que seja integralizadora e sustentável. Nos artigos 3º ao 5º, especifica que a educação ambiental: Art. 3º [...] visa à construção de conhecimentos, ao desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores sociais, ao cuidado com a comunidade de vida, a justiça e a equidade socioambiental, e a proteção do meio ambiente natural e construído; Art. 4º [...] é construída com responsabilidade cidadã, na reciprocidade das relações dos seres humanos entre si e com a natureza; Art. 5º [...] não é atividade neutra, pois envolve 11 valores, interesses, visões de mundo e, desse modo, deve assumir na prática educativa, de forma articulada e interdependente, as suas dimensões política e pedagógica. (BRASIL, 2012). A Educação Ambiental deve ter em consideração as relações sociais, entre homem e natureza, sistemas de produção, trabalho e consumo, ao mesmo tempo que promove a responsabilidade sobre o meio ambiente e o planeta, do micro ao macro setor social, projetando uma perspectiva de educação comprometida com a transformação humana. 12 CAPÍTULO 4 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO-FORMAL A Educação Ambiental tem diversas possibilidades e abre um estimulante espaço para repensar práticas sociais. Além de uma educação formal, é importante que a sociedade repense também seus hábitos, costumes e práticas sociais em relação à natureza. Para que isso aconteça, a Educação Ambiental Não-Formal também deve ser planejada e executada pelo governo. Para orientar todas as formas de se aplicar a Educação Ambiental, em 27 de abril de 1999, foi promulgada a Lei 9.795, instituindo a Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA. Segundo a PNEA (BRASIL, 1999), a “Educação Ambiental compreende os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências” em relação ao meio ambiente e sua conservação, promovendo qualidade de vida sadia e sustentabilidade. Também afirma que a Educação Ambiental deve estar presente na sociedade através de processo educativo formale não-formal. São assim, princípios dessa educação (BRASIL,1999): I – o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo. II – a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade. III – o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade; IV – a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; V – a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; VI – a permanente avaliação crítica do processo educativo; VII – a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais; VIII – o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. Explicando melhor, o enfoque adotado, independentemente do sistema ou modo de ensino, deve valorizar o caráter democrático, humano, participativo e global, sem adotar ou priorizar teoria x ou y, estudando o meio ambiente como um todo em relação com outros aspectos como os sociais, econômicos, éticos, culturais e pedagógicos. É importante também uma postura crítica e uma reflexão constante dos processos educativos, já que questões relacionadas ao meio ambiente exigem aprofundamento científico e constantes atualizações. No artigo 13, a PNEA define como educação ambiental não-formal, as ações e práticas educativas “voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente” (BRASIL, 1999), sendo incentivadas pelo Poder Público, em níveis federal, estadual e municipal. Estes, devem promover: 13 I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas relacionados ao meio ambiente; II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não- governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à educação ambiental não-formal; III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as organizações não-governamentais; IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de conservação; V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de conservação; VI - a sensibilização ambiental dos agricultores; VII - o ecoturismo. Tais ações possibilitariam uma abordagem mais ampla de problemas e soluções relacionados à preservação ambiental, superando uma visão reducionista, e estimulando uma maior participação social. Esta última, só é possível com um acesso maior de toda a população, de todas as regiões do país, aos problemas enfrentados pelo meio ambiente, partindo de um recorte local, que promoveria maior empatia e engajamento da comunidade, para uma situação global. A educação não-formal vai além da escola, convocando todos os setores da sociedade para contribuir para a preservação ambiental e a melhoria das condições do planeta. Essa educação deve ser fruto de uma parceria entre a sociedade, a iniciativa pública e a privada. A sensibilização desses setores é fundamental para que qualquer política ambiental seja efetiva e dê resultados. Qualquer prática educativa que almeje resultados precisa estar atualizada e contextualizada. Não adianta iniciar uma sensibilização com quem nunca ouviu falar de meio ambiente tentando explicar o aquecimento global. É preciso entrar no contexto do expectador e explicar o impacto em seu próprio meio. Por exemplo, um agricultor que dependa de chuvas para suas terras produzirem entenderá a mudança climática a partir das mudanças que têm ocorrido em sua propriedade, prejudicando seu plantio e/ou colheita. A sociedade, por sua vez, precisa entender que colocar a economia e o lucro acima das questões ambientais é algo imediatista e superficial, pois a longo prazo se perderá o recurso natural e o material. É preciso abrir mão de certos supérfluos hoje, para poder ter o básico amanhã. 14 CAPÍTULO 5 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL INFORMAL A Educação Ambiental Informal é aquela promovida fora do ambiente escolar, em ONGs, parques, clubes, empresas, bosques municipais, etc. Seu principal objetivo é construir valores sobre conservação ambiental, sustentabilidade, práticas de preservação e desenvolver atividades que incentivem esses hábitos. A diferença da Educação Ambiental Não-Formal e Informal é que a segunda é desenvolvida através de práticas não escolares, geralmente através de projetos, propagandas, informativos, tutoriais. Ela não tem um caráter formativo, mas informativo. O blog Meio Ambiente Técnico explica bem essa diferença: Educação ambiental não formal Aquela que opera através de programas direcionados para os aspectos bem definidos da realidade social e ambiental. Usa meios multivariados. Tem a função de informar e formar. Atua sobre e com comunidades. Desenvolve ações na área da educação, comunicação, extensão e cultura. Tem ainda propósitos informativos para o esclarecimento e orientação de questões de ordem tecnológica. Educação ambiental informal Aquela que se dirige ao grande público, ou à sociedade, e que se vale dos meios de comunicação convencionais. Ela se presta à difusão de informações ou ao esforço de programas institucionais no âmbito da política, da educação e da cultura ambiental. Ex.: pesquisa, campanhas de opinião pública, articulações políticas com entidades ambientais, comemorações de datas e eventos sobre o meio ambiente. Fonte: http://meioambientetecnico.blogspot.com/2012/03/educacao-ambiental- nao-formal-ou.html Assim, na nossa sociedade, várias pessoas podem se engajar na Educação Ambiental, promovendo atividades e ações que gerem informações sobre esse tema. A prática mostra que existe educação fora da sala de aula, mesmo de conteúdos formais, então por que não trabalhar a consciência ambiental de forma mais aplicável e contextual? Cadete, Carmo & Souza (2019) realizaram uma pesquisa de revisão bibliográfica que lhes mostrou algumas iniciativas de moradores de comunidades que interviam de forma significativa na aprendizagem sobre meio ambiente e sustentabilidade. Em uma das comunidades, o bairro de Jardim Felicidade, em Belo Horizonte – MG, uma artesã moradora local “recolhe objetos descartados, reforma-os e transforma-os em um artefato utilizável e decorativo”. Assim, ela mostra como o reaproveitamento de materiais é importante. Isso nos leva ao conceito dos 3 “Rs” em Sustentabilidade: reciclar, reduzir e reutilizar. Reduzir implica diminuir o consumo, a produção de lixo e o acúmulo de materiais. Reutilizar significa reaproveitar materiais e objetos, minimizando o desperdício do consumo, reutilizar diz respeito ao melhor aproveitamento dos materiais e minimização de desperdício. Por fim, reciclar consiste em transformar materiais http://meioambientetecnico.blogspot.com/2012/03/educacao-ambiental-nao-formal-ou.html http://meioambientetecnico.blogspot.com/2012/03/educacao-ambiental-nao-formal-ou.html 15 já usados em novos na mesma ou em outras funções. Tudo isso contribui para diminuir a exploração dos recursos, que não são inesgotáveis, além de reduzir o impacto do lixo na natureza. Um outro exemplo que Cadete, Carmo & Souza (2019) descobriram em sua pesquisa vem da Vila Vicentina, uma instituição de amparo a idosos. Estes tiveram em suas residências, a partir de um projeto em parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) e o Grupo de Estudo e Pesquisa em Energia, instalações de sistemas de aquecimento solar, o que acarretou novas práticas cotidianas. Isso porque esse projeto gerou mudanças de atitudes nesses idosos, que multiplicaram as informações adquiridas nesse sistema tecnológico para os demais moradores e familiares,configurando, assim, uma prática de educação informal. Como podemos perceber, a educação ambiental de modo informal pode ocorrer em qualquer local e em diversas situações. O aprendizado sobre o tema, então, não fica restrito a um espaço tradicional de educação, podendo ser expandido para o cotidiano: trabalho, atividades de lazer, serviços domésticos, etc. O agente da educação ambiental informal já não precisa ser um educador, mas um multiplicador de saberes e práticas. Como essa educação se estabelece através de hábitos comunitários, sua prática é garantida pelas tradições sociais e relações humanas ligadas a essa prática. Por exemplo, uma mãe que pratica os 3 Rs citados acima, torna isso uma tradição que é passada a seus filhos, que se tornam também multiplicadores da mesma. “Essa forma de aprendizado que acontece por meio das vivências individuais e coletivas dentro dos contextos sociais é tão importante para a formação de um ser humano quanto a educação formal ensinada nas escolas” (CADETE, CARMO & SOUZA, 2019). Concluindo, a Educação Ambiental Informal se dará mais através da prática do que da teoria. Enquanto seja necessária uma educação formal sobre o tema, sem a prática do cotidiano, a mudança de hábitos, o processo de ensino- aprendizagem de desenvolvendo através das relações humanas, não se estabelecerá uma consciência coletiva que resulte em mudança efetiva de mentalidade sobre preservação ambiental. 16 CAPÍTULO 6 – MEIO AMBIENTE E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 A Constituição Federal de 1988 foi inovadora em relação às questões ambientais. É a primeira, inclusive, que traz o meio ambiente como bem tutelado pelo ordenamento jurídico, ou seja, responsabilizou o Estado pela preservação e fiscalização do meio ambiente. Neste capítulo, iremos abordar o contexto da criação dessa nova lei, o que ela traz de inovador e porque ela é importante na preservação da nossa natureza. Para entendermos o contexto da inserção do Meio Ambiente na Constituição de 1988 como algo inédito na história das constituições federais, precisamos fazer um apanhado geral da legislação que antecede a criação dessa lei. No século XX, a preocupação com a preservação do planeta começou a afetar diversos setores da sociedade. A industrialização e crescimento dos grandes centros urbanos levou a uma crescente exploração pouco consciente dos recursos naturais. Com isso, a poluição, o desflorestamento, as mudanças climáticas, o crescimento do buraco da camada de ozônio, entre outros problemas, desencadeou discussões entre governos e ambientalistas. Essas discussões resultaram, ao longo do século, em conferências globais, legislações específicas e urgência em conscientização ambiental. No Brasil alguns marcos legais podem ser citados durante esse período sobre a questão da preservação ambiental (SILVA, 2013): Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Estocolmo, 1972): reflexão sobre consciência ecológica e incentivo a criação de legislações de proteção e preservação ambiental; Lei nº 6.938/81 (agosto de 1981) sobre Política Nacional do Meio Ambiente: considera o meio ambiente como patrimônio público, que deve ser protegido e mantido em equilíbrio; Lei nº 7.347/85 (julho de 1985): “disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, possibilitando o acesso coletivo à Justiça para defesa do meio ambiente” (SILVA, 2013); Lei nº 9.605/98: essa norma infraconstitucional foi promulgada em 1998, após a Constituição, mas pode ser citada como marco referente a ela. Ela dispõe sobre ações penais e administrativas para quem agredir o meio ambiente. A Constituição Federal de 1988 é influenciada, portanto, por uma crescente preocupação no território nacional em preservar e proteger nosso patrimônio natural, punindo de forma efetiva quem destruir ou lesar esse patrimônio. Para muitos legisladores, se trata de uma Constituição Verde. No artigo 225, capítulo VI (BRASIL, 1988), fica explícita essa preocupação: “Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial 17 à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Outros pontos inovadores que podem ser citados são os seguintes (SILVA, 2013): Equidade Intergeracional: essa expressão significa igualdade entre gerações, o que dentro da Constituição, em relação ao tema Meio Ambiente, pode ser interpretado que a geração atual não pode esgotar os recursos naturais criando escassez ou problema para as gerações futuras. Ou seja, nossa geração não pode destruir e tornar insalubre ou impossível a vida para quem vier a seguir; Obrigatoriedade da Intervenção Estatal: segundo esse preceito, é dever de “o Poder Público atuar na defesa do meio ambiente, tanto no âmbito administrativo, quanto no âmbito legislativo e até na esfera jurisdicional,” sendo que o Estado precisa criar políticas públicas para cumprir suas responsabilidades. A lei também prescreve que o Estado faça avaliações constantes sobre os impactos ambientais das atividades produtivas, fiscalizando e intervindo quando necessário; Participação e Cooperação Coletivas: além do Estado, toda a sociedade deve participar da preservação do meio ambiente, cooperando com práticas sustentáveis, cumprindo as leis e ajudando na fiscalização. Além disso, a sociedade deve ser mantida informada e constantemente consultada sobre as questões ambientais; Responsabilidade Objetiva e Reparação Integral: “no § 3º do art. 225, da CF/1988, determinou-se que os infratores das normas de proteção ao meio ambiente, sejam pessoas físicas ou jurídicas, ficam sujeitos a sanções penais, civis e administrativas.” Ou seja, todos que infringirem as leis de proteção e preservação ambientais serão responsabilizados e consequentemente penalizados; Função Socioambiental da Propriedade: significa que a propriedade, mesmo privada, cumpre um dever social, ou seja, precisa respeitar a preservação do meio ambiente. Caso o proprietário não respeite, ele pode sofrer sanções, inclusive perdendo seu direito ao bem material (SILVA, 2013). O que mais nos chama a atenção na Constituição de 1988, além da inovação e consciência ambiental, é a constante menção sobre o caráter coletivo da preservação e da proteção sobre o nosso patrimônio ambiental. Sendo assim, todos temos o dever de zelar pelo meio ambiente e de fazer cumprir a lei. 18 CAPÍTULO 7 – TÉCNICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL Para que possamos nos tornar uma sociedade consciente e que pratica com efetividade a proteção e a preservação do meio ambiente, precisamos nos educar. Já vimos que a Educação Ambiental pode ser oferecida de modo Formal, Não-Formal ou Informal, e que deve contar com a participação de todos. Neste capítulo, apresentaremos algumas técnicas para a educação ambiental, dentro e fora da escola. A Educação Ambiental tem como objetivo formar pessoas conscientes e comprometidas com a preservação do planeta. Além disso, visa preparar o indivíduo para atuar e intervir nessa preservação, capacitando-o para praticar a sustentabilidade e multiplicar conhecimentos. O Artigo 10 da Política Nacional de Educação Ambiental, afirma que “a Educação Ambiental será desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino formal” (BRASIL, 1999). Dentro da escola, essa educação, conforme já estudamos, precisa ser desenvolvida de modo interdisciplinar e transversal, ou seja, não se trata de uma matéria específica, mas de um tema que será trabalhado em todas as disciplinas, de forma contínua e permanente. Para que isso se torne uma realidade, a escola deve começar pela estrutura física. Não podemos falar de educação ambiental sem antes adaptar a escola ao discurso que irá apresentar,para isso, algumas mudanças precisam surgir: Espaço físico: construir escolas com materiais sustentáveis. O ambiente deve ser planejado para aproveitar ao máximo a ventilação e a iluminação natural, se possível com uso de energia solar ou eólica. Toda a escola deve ser planejada de acordo com as leis ambientais e também de acessibilidade. Deve haver gestão eficiente do consumo de água e de energia, saneamento e destinação adequada de resíduos. A escola deve utilizar coleta seletiva e compostagem, assim como ter espaços verdes, com jardins, hortas, entre outras ideias, que serão criados, mantidos e frequentados por todos; Gestão: toda a educação ambiental deve ser planejada e executada de forma democrática, contando com a participação não só de alunos e professores, como de toda a comunidade; Currículo: inclusão de conhecimentos, saberes e práticas sustentáveis no Projeto Político-Pedagógico (PPP) que é o documento norteador das ações escolares e também da implantação do currículo. Construir uma educação ambiental efetiva, porém, precisa ir além desses três níveis, que são importantes, mas não únicos. O material humano e sua formação é fundamental para que haja resultados. Para isso, é importante a formação de professores, que devem ser qualificados e capacitados para trazer ideias, atuar 19 e sugerir projetos e práticas educativas em relação ao tema. Em sua atuação na escola, o docente deve ser exemplo, sendo que para isso deve: Ensinar aos alunos a não desperdiçarem água, sendo ele mesmo um exemplo e mostrando aos alunos como usar adequadamente bebedouro, descargas, chuveiro, etc.; Usar material escolar biodegradável: plástico, isopor, o famoso EVA, glitter, tintas, existem muitos materiais escolares que são um veneno para o meio ambiente, pois poluem, demoram a se degradar e agridem a fauna nativa. Para evitar esses materiais, existem opções de materiais mais sustentáveis e biodegradáveis; Economizar energia: sempre que possível sair da sala de aula, usar outros ambientes que não necessitem de tantos equipamentos eletrônicos; Manter a limpeza: recolher sempre o lixo, ensinar aos alunos a fazerem o mesmo, descartando tudo de forma correta; Reaproveitar materiais: é preciso usar a criatividade e estar sempre informado sobre como reutilizar materiais e objetos do nosso cotidiano, passando esses conhecimentos e essas práticas aos alunos. Além dessas técnicas, o professor precisa saber conciliar a teoria com a prática. Para isso, deve sempre que possível orientar o aluno a conhecer e explorar seu espaço físico, transformando o que foi ensinado e visto nas aulas, em algo palpável e aplicável. Por exemplo: Passeios aos zoológicos; Excursões a quilombos e aldeias indígenas; Passeios em feiras artesanais e de materiais reciclados; Passeios a parques florestais; Ecoturismo em sítios e fazendas locais; Exploração de rios ou mar. Todos estes devem ser feitos com planejamento, preparação teórica, orientações e exemplificações no local do passeio. A principal técnica de uma educação bem-sucedida, seja ela sobre o que for, é dominar o tema e saber mostrar aos alunos como aplicar o conteúdo teórico no seu cotidiano. Com a Educação Ambiental isso é ainda mais importante, caso contrário, ela será inútil e ineficaz. 20 CAPÍTULO 8 – COMO ORGANIZAR UM PASSEIO À FLORESTA No presente capítulo, iremos mostrar como planejar uma aula prática e lúdica, fora da escola. Vamos ensinar como organizar um passeio a uma floresta, que pode ser adaptado a qualquer outro passeio externo e ecológico, vejamos como deve ser o planejamento: Escolha do local: como parte de uma gestão democrática, o local deve ser escolhido por todos, alunos, professores, pais, gestores e outros funcionários que participem dos passeios e cuidados escolares. Esse local pode ser uma floresta, um parque ecológico ou reserva natural; Escolha da equipe: tendo em vista a quantidade de alunos e a duração do passeio, a escola deve designar uma equipe responsável pelo planejamento e execução do projeto, listando tudo que precisa ser pensado, organizado, providenciado e feito. Devem ser feitas reuniões para distribuir as tarefas, com cronograma de execução das mesmas e quadro dos responsáveis; Equipamento e materiais: a segurança é prioridade, portanto o equipamento usado no passeio deve ser providenciado e testado com antecedência (alimentação, hidratação, medicamentos, calçados, joelheiras e cotoveleiras, capacetes, mochilas individuais, luvas, repelentes, kit de primeiros socorros, vacinas). Antes de confirmar o que é necessário para o passeio é importante consultar os guias locais, a família e um pediatra, que irá listar o que deve ser levado e providenciado. Por exemplo, em algumas florestas, como a Amazônica, é recomendável, antes do passeio, tomar vacina contra malária. Além disso, alimentação e hidratação serão providenciados de acordo com a duração da excursão; Data e transporte: escolhido o local, é preciso escolher uma data para o passeio e providenciar transporte adequado, já iniciando a confirmação dos alunos e adultos que irão; Autorização dos pais e reserva: paralela à escolha da data, é preciso ser feita a reserva do local do passeio e providenciar a comunicação e autorização de todos os pais e responsáveis; Teoria e prática: terminada a parte administrativa, a escola deve providenciar aulas e palestras para informar sobre o bioma que será visitado, para que ao chegar ao local, os alunos identifiquem o máximo possível de informações. Abaixo, iremos mostrar um passeio organizado pela professora Paula Aparecida Sestari, com seus alunos da pré-escola, ao manguezal Baía de Babitonga. A 21 matéria foi publicada pela Nova Escola, por Muriele Massucato e Eduarda Diniz Mayrink, em outubro de 2014 e está disponível em: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1460/passear-e-preciso-e-planejar-o- passeio-tambem Veja o relato da gestora sobre o passeio: Uma professora veio toda preocupada falar que precisava tratar de um assunto muito sério comigo. O objeto da conversa estava tirando o sono dela há uns três dias. No momento em que ela disse isso, fiquei imaginando se a educadora estava com algum problema em sala de aula ou tinha se desentendido com os colegas. Nenhuma dessas hipóteses, no entanto, me parecia viável, pois sua turma era uma graça, ela era muito querida na escola e, apesar de ser a primeira vez que assumia uma classe, eu só havia precisado fazer algumas sugestões de ajustes nas suas práticas. E não é que era justamente o fato de ser novata que lhe causava preocupação? A professora me contou o seguinte: em 15 dias, haveria um passeio com as turmas de 4 anos até um parque municipal, tipo um horto florestal, onde as crianças participariam de algumas atividades bem bacanas. Ela estava apavorada de levar as 26 crianças para fora da escola e fazia questionamentos, como “E se eu perder alguma criança?”, “O lugar escolhido para o piquenique é longe do banheiro. O que eu faço se alguém quiser utilizá-lo?”, “Será que precisamos mesmo ir a esse passeio? Eles são tão pequenos…”. É claro que todas as preocupações eram muito pertinentes, mas não vale deixar de passear por causa delas! Foi o que fez a professora Paula Aparecida Sestari (foto), educadora do ano, que levou os pequenos da pré-escola para visitar o berçário de diversas espécies num manguezal, conhecido como Baía da Babitonga. Por que sair dos muros da escola é importante? É muito enriquecedor para ampliar o repertório cultural e de autonomia da criança oportunizar que ela vivencie outros espaços, entre em contato com a natureza e possa compartilhar com os colegas uma experiência de passeio e exploração de um ambiente diferente. No caso que eu contei acima, foi escolhido o horto florestal justamente porque o local tem uma grande área arborizada,alguns brinquedos de madeira, um balanço de corda pendurado na árvore, um viveiro de plantas e um lago lindo com patos e marrecos. O objetivo era aproveitar o ambiente com os colegas, fazer um piquenique sob as árvores, observar aquele verde e brincar, brincar muito! Para que tudo ocorra bem, a gestora afirma que a logística é fundamental, ou seja, é preciso planejar bem o passeio. Deve-se escolher bem o local, fazer um projeto para o passeio, orientar pais e responsáveis, assim como os próprios alunos. Providenciar alimentos, água e roupas adequadas; distribuir bem as tarefas aos responsáveis e claro, ficar de olho em todas as crianças o tempo todo! O transporte e a segurança devem ser muito bem pensados também. A gestora garante que com planejamento e atenção tudo dará certo, assim como o passeio deles, que foi um sucesso, veja a foto: https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1460/passear-e-preciso-e-planejar-o-passeio-tambem https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1460/passear-e-preciso-e-planejar-o-passeio-tambem 22 A professora Paula Sestari, educadora do ano de 2014, levou as crianças da pré-escola para conhecer o manguezal que fica no entorno da instituição (Foto: Marcelo Almeida) Um outro exemplo interessante de passeio foi descrito no trabalho de Mendes et al (2016), TRILHA ECOLÓGICA COMO ESTRATÉGIA PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM SALVATERRA, PARÁ, BRASIL. A trilha foi estruturada na Mata do Bacurizal, área próxima à Praia Grande, um dos principais pontos turísticos da cidade de Salvaterra. Participaram desta atividade oito turmas, um total de 125 alunos, 100 do 5º ano e 115 do 6º ano das escolas E.M.E.F. “Dom Pedro I”, E.E.E.F.M. “Ademar Vasconcelos” E.M.E.F. “Bahay Olavo Novais”, E.E.E.F. “Oscarina Santos”. Sendo duas turmas por dia, uma no turno da manhã com início às 08h e término às 12h e outra à tarde com início às 14h e término às 18h, no período do mês de novembro. A trilha foi autoguiada e dividida em cinco estações, onde em cada estação foram discutidos diferentes temas (MENDES et al, 2016). O projeto foi dividido em cinco estações temáticas para que a educação ambiental fosse absorvida o máximo possível e também contextualizada com maior eficiência, resumindo, as estações apresentaram o seguinte: 1ª estação: conceituação do tema, realização de uma dinâmica para sensibilização do grupo em relação ao ambiente; 2ª estação: reflexão teórica sobre danos ao meio ambiente e dinâmica com caça-palavras sobre o tema, finalizando com produção textual; 3ª estação: foi abordado o tema Amazônia: um bioma ameaçado, baseado em Freitas Ferraz (1999); 4ª estação: tema A importância da árvore para a manutenção da vida, baseado em Colaço (2009). Foi realizada a atividade “O jogo de ser árvore”, um jogo lúdico e interativo; 23 5ª estação: apresentação do tema Reciclar para quê? Baseado em Rodrigues e Cavinatto (1997). “Com intuito de ampliar e fixar o conhecimento sobre o tema apresentamos vídeos e músicas reflexivas da Turma da Mônica (É preciso reciclar) onde realizamos a leitura e a música foi cantada pelos alunos, posteriormente houve o diálogo sobre a interpretação e os significados das palavras” (MENDES et al, 2016). Após a trilha ainda houve mais reflexões e discussões sobre o aproveitamento do passeio. Vemos, com esses exemplos, que planejar um passeio a um bioma natural envolve antes de tudo planejamento. Em seguida, é preciso que haja organização e comprometimento da equipe responsável, e por fim, uma contextualização divertida e interessante do tema. 24 CAPÍTULO 9 – DUAS IDEIAS PARA PROJETOS Dentro da escola ou na comunidade, a Educação Ambiental pode ser ensinada através de projetos. Quando tem um caráter educativo, pedagógico, como um projeto de educação de ambiental, podemos elaborar este documento com as seguintes etapas (já exemplificadas): Definição do tema: Compostagem Doméstica. Definição dos objetivos gerais: ensinar crianças a fazerem compostagem; Definição dos objetivos específicos: escolha dos resíduos, preparação do recipiente, escolher as minhocas, etapas do processo; Proposta pedagógica: noções de reciclagem e reaproveitamento dentro da Educação Ambiental; Justificativa: ensinar as crianças a reaproveitar resíduos, explicando a importância dessas ações para a preservação do meio ambiente e tornando-as agentes e multiplicadores de saberes; Metodologia: aulas explicativas, demonstrações, prática em casa; Atividades: fazer compostagem na escola; Acompanhamento, avaliação e disseminação: a escola deve promover o acesso constante às composteiras da escola, ao mesmo tempo que monitora o trabalho feito na casa das crianças, com relatos, rodas de conversas, fotos, vídeos, tudo com apoio e participação da família; Definição do título do projeto: Minhocas em ação! Equipe responsável pela elaboração do projeto: todos os professores; Finalização: pode ser marcado um dia de confraternização para mostrar vídeos, fotos e relatos sobre a experiência. Além desse exemplo, usando a compostagem podemos fazer outros projetos relacionados à educação ambiental. O exemplo a seguir pode ser feito em casa, na escola, em praças, qualquer pequeno pedaço de terra pode ser aproveitado. É o projeto da Horta. É muito importante o contato do ser humano com a terra, com as plantas, com a natureza, desde cedo. O projeto da Horta na Escola faz com que as crianças aprendam sobre alimentos, nutrição, ciclo de vida. Além disso, eles podem usar os alimentos da https://pedagogiaaopedaletra.com/roteiro-para-elaboracao-de-projetos/#titulo-do-projeto https://pedagogiaaopedaletra.com/roteiro-para-elaboracao-de-projetos/#equipe-responsavel https://pedagogiaaopedaletra.com/roteiro-para-elaboracao-de-projetos/#finalizacao 25 horta no preparo da comida: em lanches, sucos, sorvetes naturais, geleias, etc. A criança ainda pode repassar tudo que aprende para sua família e comunidade. A horta pode ser feita em pequenos ou grandes espaços com terra, ou de forma vertical (com garrafas pet, por exemplo). Tem que ser um local arejado, que tenha sol e água por perto para poder regar. Os materiais básicos são: terra, adubo (este pode ser conseguido com compostagem), sementes e mudas, pás, ancinhos, carrinho-de-mão, regadores e estacas ou cercas. Segundo o site SAE Digital (disponível em: https://sae.digital/horta-na-escola/), as etapas do projeto podem ser: Semeadura: plantar as sementes na terra, preparada com nutrientes e própria para o plantio; Germinação: período em que as sementes brotam e originam novas plantas; Transplante: é o plantio das mudas no local onde permanecerão definitivamente, ou seja, pode ser a transferência da planta de um vaso para outro; Desbaste: retirar o excesso de mudas de um canteiro em que houve semeadura direta, espaçando-as para que não haja competição entre as plantas; Desbrotamento: eliminar brotos para proporcionar o melhor desenvolvimento dos frutos e das folhas; Colheita: retirada das espécies da terra durante o período de maturação; Escarificação: quebrar a crosta seca que se forma no solo para que fique arejado e a plantas consigam absorver a água; Adubação: colocar nutrientes no solo para aumentar o teor de matéria orgânica; Rega: regar as plantas conforme a necessidade de cada espécie; Drenagem: retirar o excesso de água do solo, com canais de escoamento das plantas; Estaqueamento: apoiar as plantas que necessitam de estacas ou toras, como as trepadeiras, para crescerem mais facilmente. Esses são apenas dois exemplos de projetos que podem ser adotados em uma educação ambiental formal ou não. Além disso, outros projetos comuns, principalmente em escolas, são: Reciclagem de materiais; Reaproveitamento de objetos; Construção de instrumentos musicais com sucata; Plantio de árvores; Fazer brinquedos com madeira; Jardim escolar. https://sae.digital/horta-na-escola/ 26 CAPÍTULO 10 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS Nosso planeta passou por grandes transformações no século XX e início do século XXI. A Revolução Industrial transformou a economia, reforçando o capitalismo e também a sociedade, estratificando-a em classes, de acordo com renda e trabalho. O surgimento da indústria melhorou os meios de transportes, os sistemas de informação e reprodução do conhecimento, favorecendo o progresso científico e aumentando média de vida da população. Por outro lado, o crescimento do capitalismo industrial e o surgimento do capitalismo financeiro começaram a esgotar e a danificar nossos recursos naturais, concentraram a renda nas mãos de um pequeno número de pessoas, desfavorecendo milhões de outras e deram origem a grandes conflitos sociais. Pensar em um mundo com mais equidade e respeito, pelo homem e pela natureza, fez com que algumas empresas e setores da sociedade se preocupassem em um progresso mais limpo e ético. Surgiram assim termos como responsabilidade social, sustentabilidade, acessibilidade e igualdade de oportunidades. Atualmente, muitas empresas têm deixado de lado a estrutura mecanicista para adotar um modelo orgânico, no qual a saúde e o bem-estar dos colaboradores são preocupações constantes. Também se dedicam à responsabilidade social, sustentabilidade e ética. Para se situar, elas têm procurado implantar cursos que informem e capacitem seus colaboradores, através da Educação Ambiental. A Educação Ambiental se baseia na reflexão das práticas socioambientais, da prevenção de impactos ambientais e da preservação dos recursos naturais, a fim de garantir que o meio ambiente não seja degradado a ponto de comprometer o planeta. As empresas, como parte da sociedade e muitas vezes responsáveis por grandes impactos ambientais, também têm adotado uma postura mais comprometida em relação à responsabilidade ambiental. Atualmente, ligar sua marca à poluição, desmatamento, morte de fauna e flora nativas, entre outras ações destrutivas, tem sido extremamente danoso para as empresas. A marca que promove responsabilidade social e ambiental tem mais abrangência e credibilidade junto ao público consumidor. Por isso, muitas empresas têm adotado a Educação Ambiental para implantar uma nova mentalidade entre seus colaboradores. Uma maneira simples de levar a educação ambiental para empresas é a realização de palestras e minicursos. É preciso muito cuidado ao escolher profissionais que oferecem os serviços. Precisa ser um profissional com qualificação e experiência no tema, por isso é sempre bom verificar o currículo. Além disso, o curso ou palestra não deve ser engessado, deve estar de acordo com o que se produz ou oferece na empresa, para contextualizar o conteúdo. Os benefícios para a empresa são inúmeros, além de difundir uma conscientização ambiental entre os colaboradores, investir na imagem de empresa verde ajuda a criar mais empatia nos clientes. No aspecto funcional, uma empresa bem informada reduz drasticamente a chance de agredir o meio 27 ambiente, correndo menos riscos de multas e outras sanções. Para ampliar a educação ambiental em todos os setores da empresa, esta pode fechar parcerias com outras marcas, ONGs, governo e escolas. Dependendo do setor em que atua, a empresa pode ter mais ou menos relação com os impactos ambientais, mas todas têm responsabilidades em relação à preservação e proteção. Assim, segundo Hendges (2016), em seu artigo A Educação Ambiental nas Empresas, os principais objetivos são: Desenvolver a compreensão integrada do meio ambiente em suas relações ecológicas, psicológicas, legais, políticas, sociais, econômicas, científicas e culturais; Incentivar à participação individual e coletiva, responsável e permanente e a qualidade do meio ambiente como valor inseparável da cidadania; Estimular a cooperação e a busca de uma sociedade fundada nos princípios da liberdade, solidariedade, democracia e justiça social; Integrar a ciência e tecnologia; Fortalecer a cidadania, autodeterminação e solidariedade como fundamentais ao futuro com desenvolvimento sustentável. A empresa deve elaborar um planejamento para a implantação de projetos relacionados à Educação Ambiental. Isso porque, cada setor da empresa precisa de informações, capacitações e aplicações diferentes dos conteúdos. Além dessas formações setoriais, é preciso uma formação geral em relação à legislação e atuação empresarial em relação ao meio ambiente. Empresas chamadas verdes costumam ter uma boa imagem em relação ao consumidor. Dentro desse nicho, temos atualmente o conceito de Empreendedorismo Verde, que explicaremos a seguir. • Empreendedorismo Verde Empreender significa realizar uma tarefa difícil e trabalhosa, ter iniciativa para isso, ou colocar algum plano inovador em prática. Empreender significa imaginar algo, planejar, assumir riscos, ser criativo. Existem várias definições e vários tipos de empreendedorismo e um deles é o social. O empreendedor social é uma ação inovadora que busca melhorar a qualidade de vida da população do planeta e também o próprio planeta (JULIANO, 2916). Nesse processo, o empreendedor tem como meta um crescimento econômico que não prejudique o planeta, nem a sociedade, então mobilizar recursos e materiais para bens de produção ou serviços que diminuam ou extingam problemas ambientais e sociais. O empreendedor social vai colocar a vantagem 28 econômica pessoal em segundo plano, já que o primeiro é sanar os problemas de ordem social (JULIANO, 2916). Outra característica do empreendedor social é ter e manter um código de ética fundamentado, no qual as relações entre as pessoas se fortalecem através da confiança, do respeito mútuo e da cooperação. Aliás, a dinâmica do empreendedorismo social é mais voltada para a cooperação do que para a competição. Os valores e princípios morais de um empreendedor social estão acima de qualquer outro valor, incluindo o material, portanto, ele vai deixar o lucro em segundo plano para atingir metas sustentáveis, de equidade social e redução de desigualdades (JULIANO, 2916). Dentro do empreendedorismo social, existem empresas que se concentram na área ambiental, ou seja, se preocupam com o meio ambiente e o futuro do planeta. Essas empresas visam desenvolver tecnologias limpas, ações que preservem nosso ecossistema e incentivem a sustentabilidade. Essa preocupação com um modo de trabalhar sustentável é chamado Empreendedorismo Verde (NETO et al, 2014). O pilar desse tipo de empreendedorismo é chamado 3 R’s: reduzir, reutilizar e reciclar. Isso nasceu de uma preocupação com a quantidade assustadora de lixo que a humanidade produz que polui e destrói os ecossistemas do planeta. As empresas que se baseiam nesse pilar buscam o que se chama atualmente de “negócios verdes” (NETO et al, 2014). Esse modelo de negócios busca ganhar dinheiro cuidando do meio ambiente. Segundo dados da Organização das Nações Unidas, a ONU, empresas verdes triplicaram nos últimos anos produzindo 2,2 trilhões de dólares (ONU, 2020). O ISO, um dos padrões de controle de qualidade das empresas mais respeitados do mundo, estabeleceu metas ambientais que devem ser cumpridas pelas empresas para que recebam esse selo de qualidade. O ISO 14001: 2015 orientou as empresas para tratarem seus resíduos, cumprindo três compromissos básicos: proteção ao meio ambiente, cumprir a legislação ambiental e melhoria contínua no processo (Consultoriaiso.org). Empreendedorismo verde, portanto, é um tipo de negócio cujas principais características são a preocupação com a preservação do meio ambiente, com a sustentabilidade e a diminuição do impacto negativo da produção industrial no meio ambiente. Educação Ambiental e Empresas Verdes A empresa verde é aquelacoloca o meio ambiente acima do lucro e do capital. Outra preocupação são as relações humanas. Novas empresas se preocupam menos com o funcionamento das máquinas e mais com a saúde e qualidade no trabalho de seus colaboradores. As relações éticas são mais importantes que relações hierárquicas, a saúde humana é mais importante que a saúde financeira. 29 A empresa verde se preocupa também com a responsabilidade social. As grandes desigualdades sociais produzidas pelo capitalismo causam muito sofrimento, violência, precariedade e mortes. Os problemas originados nessas desigualdades são uma preocupação para a empresa que tem responsabilidade social. Essa empresa vai ter entre seus objetivos melhorar as condições de vida na comunidade em que está inserida, em conservar a saúde e o bem-estar de seus funcionários e de colaborar com projetos sociais de redução da desigualdade social. Além de se comprometer com os ideais de educação, inclusão e respeito à diversidade. 30 CAPÍTULO 11 – TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL Este documento, foi elaborado por educadores ambientais, jovens e ativistas da proteção do meio ambiente, oriundos de vários países do mundo. Atualmente, ele é referência para esse tipo de educação, funcionando como norte para políticas educacionais ambientais de vários países, incluindo o Brasil. Não se trata, porém, de um documento engessado. Tem flexibilidade para estar sempre em construção, sendo atualizado e enriquecido sempre que necessário. Segundo os criadores do tratado, a educação ambiental é um processo permanente de aprendizagem, baseado no respeito e na equidade. Ela se funda em valores e ações que transformem a condição humana social e preservem nosso ambiente natural, construindo sociedades mais justas, responsáveis e ativas na proteção do planeta. Alcançar um equilíbrio entre demandas sociais, econômicas, culturais e a preservação da natureza requer comprometimento e reflexão constantes por parte de todos, do indivíduo ao governo. As causas primárias de problemas como o aumento da pobreza, da degradação humana e ambiental e da violência podem ser identificadas no modelo de civilização dominante, que se baseia em superprodução e superprodução e superconsumo para uns e em subconsumo e falta de condições para produzir por parte da grande maioria. Consideramos que são inerentes à crise a erosão dos valores básicos e a alienação e a não-participação da quase totalidade dos indivíduos na construção de seu futuro. É, portanto, fundamental que as comunidades planejem e implementem seus projetos de ação e educação, iniciando sua intervenção de forma local e multiplicando conhecimentos e saberes para o global. • Os Princípios Educacionais do Tratado Segundo o tratado, a educação é um direito de todos. A Educação Ambiental deve ser dada de forma crítica, inovadora, em qualquer tempo ou local, de modo formal ou informal. Ela é individual e coletiva, micro e macro. “A educação ambiental deve tratar as questões globais críticas, suas causas e inter-relações em uma perspectiva sistêmica, em seu contexto social e histórico”. Assim, o tratado traz os seguintes princípios: 1. A educação ambiental deve facilitar a cooperação mútua e equitativa nos processos de decisão, em todos os níveis e etapas. 2. A educação ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar, refletir e utilizar a história indígena e culturas locais, assim como promover a diversidade cultural, linguística e ecológica. Isto implica uma visão da história dos povos nativos par modificar os enfoques etnocêntricos, além de estimular a educação bilíngue. 3. A educação ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre todas as formas de vida com as quais compartilhamos 31 este planeta, respeitar seus ciclos vitais e impor limites à exploração dessas formas de vida pelos seres humanos. Sobre a população indígena e outras minorias étnicas dos países abrangidos pelo tratado, é importante frisar que o mesmo ressalta a autonomia desses grupos para criar, aplicar e manter as políticas e projetos educacionais dentro de seus territórios. • Plano de Ação Quanto ao plano de ação proposto para as organizações que assinaram o acordo, resumiremos abaixo as principais diretrizes que essas organizações se comprometem a implementar: Transformar as declarações deste Tratado em documentos a serem utilizados na rede formal de ensino e em programas educativos dos movimentos sociais e suas organizações; Realizar estudos e pesquisas sobre Meio Ambiente, dentro do próprio território, analisar, comparar e refletir sobre os resultados, atualizando as legislações e ações de acordo com os resultados destes estudos e pesquisas; Incentivar a produção de conhecimentos, políticas, metodologias e práticas de educação ambiental em todos os espaços de educação formal, informal e não-formal, para todas as faixas etárias; Promover e apoiar a capacitação de recursos humanos para preservar, conservar e gerenciar o ambiente, como parte do exercício da cidadania local e planetária; Aperfeiçoar a comunicação entre todos os setores da sociedade sobre dados do meio ambiente, facilitando o acesso às informações, científicas e atualizadas, sobre a situação do planeta e do meio em que vive; Tratar a natureza como patrimônio a ser protegido e preservado; Promover a corresponsabilidade dos gêneros feminino e masculino sobre a produção, reprodução e manutenção da vida; Estimular e apoiar a criação e o fortalecimento de associações de produtores e consumidores e de redes de comercialização ecologicamente responsáveis; Criar e gerir de modo responsável orçamento próprio para o cuidado com o meio ambiente; Promover relações de parceria e cooperação entre as ONGs e movimentos sociais com as agências da ONU (UNESCO, PNUMA, FAO, entre outras), em nível nacional, regional e internacional, a fim de estabelecer em conjunto as prioridades de ação para a educação e meio ambiente e desenvolvimento; Estimular transmissões de programas gerados por comunidades locais; Refletir sobre, estudar e incentivar o consumo consciente; Atuar para erradicar o racismo, o sexismo e outros preconceitos; e contribuir para um processo de reconhecimento da diversidade cultural, dos direitos territoriais e da autodeterminação dos povos; 32 Estabelecer critérios para a aprovação de projetos de educação para sociedades sustentáveis, discutindo prioridades sociais junto às agências financiadoras. Sobre os Sistemas de Coordenação, Monitoramento e Avaliação, o documento afirma que todos os assinantes do tratado devem: 1. Difundir e promover em todos os países o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, através de campanhas individuais e coletivas promovidas por ONGs, movimentos sociais e outros. 2. Estimular e criar organizações, grupos de ONGs e movimentos sociais para implantar, implementar, acompanhar e avaliar os elementos deste Tratado. 3. Produzir materiais de divulgação deste Tratado e de seus desdobramentos em ações educativas, sob a forma de textos, cartilhas, cursos, pesquisas, eventos culturais, programas na mídia, feiras de criatividade popular, correio eletrônico e outros. 4. Estabelecer um grupo de coordenação internacional para dar continuidade às propostas deste Tratado. 5. Estimular, criar e desenvolver redes de educadores ambientais. 6. Garantir a realização, nos próximos três anos, do 1º Encontro Planetário de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. 7. Coordenar ações de apoio aos movimentos sociais em defesa da melhoria da qualidade de vida, exercendo assim uma efetiva solidariedade internacional. 8. Estimular articulações de ONGs e movimentos sociais para reversuas estratégias e seus programas relativos ao meio ambiente e educação. Concluindo, o tratado foi dirigido a várias organizações mundiais, como as organizações dos movimentos sociais (ecologistas, mulheres, jovens, grupos étnicos, artistas, agricultores, sindicalistas, associações de bairro e outros), as ONGs (Organizações Não-Governamentais), educadores, comunicadores, pesquisadores, instituições científicas, grupos religiosos, comunidades, empresários, entre outros. Todos devem reservar recursos humanos e financeiros para seguir as diretrizes do tratado e reivindicar do governo apoio financeiro e social. O documento pode ser acessado na íntegra no Portal do MEC, disponível em: http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/tratado.pdf http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/tratado.pdf 33 CAPÍTULO 12 – CUIDANDO DO PLANETA TERRA Desde os anos mais antigos a humanidade se preocupa com princípios básicos de subsistência, como alimentação, moradia e segurança. A exploração da natureza e de seus recursos foi ganhando força, se expandindo e atualmente se tornou uma preocupação pelo modo como isso tem sido feito. Será que o homem consegue continuar seu progresso e sua existência sem esgotar os recursos da Terra e destruir o meio ambiente? Essa é uma das grandes questões de nosso tempo. Se continuarmos adotando o sistema capitalista tal qual ele está atualmente a resposta é não. A grande demanda por lucro e pela obtenção de riqueza suficiente para manter o luxo e o conforto de uma minoria rica, juntamente com o consumo compulsivo da classe média irá esgotar os nossos ecossistemas. A indústria, máquina que funciona em grandes proporções, exaustivamente e sem interrupções não vai somente esgotar os recursos, mas poluir e destruir nosso planeta. Para manter aquecida a voraz economia capitalista seria preciso uma fonte inesgotável de recursos naturais, o que é impossível. Reduzir, Reciclar, Reutilizar Chegamos em um momento da história da humanidade, que ou ela adota um modo mais simples e consciente de sobreviver ou irá desaparecer. Pensando nisso, muitos governos já começam a se preocupar com essas questões e incentivar o setor econômico a basear seus negócios e seus princípios na economia verde. A economia verde é quando os negócios não objetivam o lucro a qualquer custo, mas prioritariamente a preservação ambiental, a ética e a responsabilidade social. A empresa verde vai utilizar energia limpa, produzir bens e serviços que não agridam o meio ambiente, ao contrário, muitas se preocupam em melhorar as condições do espaço natural. Assim, muitas empresas atualmente tem a preocupação em atingir metas sustentáveis e éticas e ao mesmo tempo gerar progresso e lucro. As start-ups surgiram nesse contexto, sendo uma maneira mais simples e objetiva de iniciar um projeto inovador e significativo socialmente e financeiramente, pois exige menos burocracia e pode usar as tecnologias limpas com as quais a sociedade se preocupa bastante atualmente. E não há outra saída para salvarmos o planeta e consequentemente nossas vidas a não ser adotar um modo de vida mais sustentável. Tanto que a Organização das Nações Unidas reuniu mais de 150 líderes mundiais, em Nova Iorque, nos Estados Unidos para adotar uma agenda de desenvolvimento sustentável até 2030. Essa agenda tem a preocupação com questões ambientais como o uso de energia limpa e sustentável para gerar desenvolvimento e progresso. Deter e reverter processos de perdas florestais e de biodiversidade, preservando a fauna e a flora, inclusive a aquática e marinha, que têm sofrido grandes agressões nas últimas décadas. Veja na imagem abaixo os 17 objetivos da agenda: 34 O impacto das mudanças climáticas, que têm afetado imensamente a segurança dos homens e outros seres vivos precisa ser estudado e reduzido. É preciso reduzir o desperdício de alimentos, tornar a produção agrícola mais sustentável e ampliar o consumo de água potável, além de melhorar as condições de saneamento básico de diversas populações. Além dessas condições ambientais, os países precisam se preocupar com as condições humanas. Milhares de pessoas vivem abaixo da linha miséria, sem o mínimo de condições básicas. Precisamos promover o resgate da dignidade humana, através de ações sociais e políticas públicas de educação e geração de empregos, moradias adequadas, acesso à saúde e segurança. A lei do capitalismo atual é produzir mais, de modo mais rápido, se possível com qualidade, de modo mais barato. Para isso os recursos materiais acabam com o meio ambiente e os ecossistemas e as leis de trabalho esgotam os humanos. A inclusão social e o respeito à diversidade também são temas que devem nortear governos e empresas. Um mundo que acolha, integre e dê igualdade de oportunidades a todas as pessoas. Se adotarmos essas medidas no cotidiano das atividades sociais e econômicas estaremos não só preservando a vida e o meio ambiente, mas assegurando a existência das gerações futuras. 35 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA BONFIM, N.R. Uma perspectiva educacional da relação entre cultura e meio ambiente. Trabalho apresentado no III ENECULT – Encontro de Estudos Multidisciplinares em Cultura, realizado entre os dias 23 a 25 de maio de 2007, na Faculdade de Comunicação/UFBa, Salvador-Bahia-Brasil. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. Disponível em: www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituiçao_Compilado.htm> . _______ Lei Nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Política Nacional de Educação Ambiental. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm _______ MEC. RESOLUÇÃO Nº 2, de 15 de Junho de 2012. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rcp002_12.pdf CADETE, M.M.M. CARMO, M.C.B. SOUZA, P.T.O.V A educação informal e sua contribuição para a sustentabilidade e o desenvolvimento local. Revista de Educação Ambiental. De 11/06/2019 (Nº 68). Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=3732 HENDGES, S. A educação ambiental nas empresas. in EcoDebate, 26/08/2016. Disponível em: https://www.ecodebate.com.br/2016/08/26/a- educacao-ambiental-nas-empresas-artigo-de-antonio-silvio-hendges/ JULIANO, M.C. Empreendedorismo. Londrina: Editora e Distribuidora Educacional S.A. 2016. MENEZES, G.D.O. MIRANDA, M.A.M. O lugar da educação ambiental na nova base nacional comum curricular para o ensino médio. Revista de Educação Ambiental. De 08/06/2021 (Nº 75). Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=4152 MENDES, J.C.R. et al. Trilha ecológica como estratégia para educação ambiental em Salvaterra, Pará, Brasil. Revista de Educação Ambiental. De 27/11/2016 (Nº 58). 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O meio ambiente na Constituição Federal de 1988. Publicado
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