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Educação Ambiental

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APOSTILA
EDUCAÇÃO AMBIENTALEDUCAÇÃO AMBIENTAL
https://www.unovacursos.com.br/admin/cursos/curso/133
EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
INTRODUÇÃO...................................................................................................02 
CAPÍTULO 1 – Educação Ambiental e Cidadania..........................................03 
CAPÍTULO 2 – Educação Ambiental e Cultura..............................................06 
CAPÍTULO 3 – Educação Ambiental Formal.................................................08 
CAPÍTULO 4 – Educação Ambiental Não-Formal.........................................12 
CAPÍTULO 5 – Educação Ambiental Informal...............................................14 
CAPÍTULO 6 – Meio Ambiente na Constituição Federal..............................16 
CAPÍTULO 7 – Técnicas em Educação Ambiental........................................18 
CAPÍTULO 8 – Como Organizar um Passeio à Floresta...............................20 
CAPÍTULO 9 – Duas Ideias Para Projetos.....................................................24 
CAPÍTULO 10 – Educação Ambiental na Empresa.......................................26 
CAPÍTULO 11 – Tratado de Educação Ambiental Para Sociedades 
Sustentáveis e Responsabilidade Global......................................................30 
CAPÍTULO 12 – Cuidando do Planeta Terra..................................................33 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA.......................................................................35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
INTRODUÇÃO 
 
A responsabilidade por nosso planeta e seus recursos naturais passa por todos 
setores da sociedade. Desde sua origem, o homem vem sobrevivendo graças a 
esses recursos e vem desenvolvendo técnicas necessárias para que o planeta 
lhe garanta alimento, conforto, qualidade de vida, medicação, transporte, 
energia, entre outras inúmeras coisas. Esses recursos, porém, não são 
inesgotáveis. Mesmo o planeta vem demonstrando necessitar de cuidados. 
Percebendo isso, muitos cientistas vêm alertando pela necessidade de se 
preservar nossos recursos, procurar novas formas de obter nossa sobrevivência 
sem esgotar o planeta e educar as pessoas para que cada um faça sua parte 
nessa tarefa. Adotar um estilo de vida sustentável é atualmente, bem mais que 
uma simples convenção social, é questão de vida ou de morte. 
Nesse estudo iremos abordar a educação ambiental, ou seja, como ensinar as 
pessoas a preservarem, a fazerem cada um o necessário para que não faltem 
recursos às novas gerações. Iremos explicar as diferenças entre educação 
ambiental, formal, não-formal e informal, descrever técnicas de preservação e 
sustentabilidade, estudar as leis mais comuns, ver como as empresas têm 
atuado em relação à responsabilidade ambiental e principalmente: iremos refletir 
sobre novos projetos para educar as pessoas e salvar o planeta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
CAPÍTULO 1 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CIDADANIA 
 
O planeta Terra, além de nosso lar, é fonte de recursos que garantem nossa 
sobrevivência. Desde as idades mais antigas do homem, ele vem descobrindo 
como lidar com a natureza, dominando suas possibilidades, construindo, 
inovando, plantando, colhendo, pescando, preparando, enfim, explorando tudo 
que está a sua volta para garantir seu sustento, sua segurança, sua saúde e de 
seu grupo social. 
Ao longo dos séculos, porém, essa exploração acabou se tornando desenfreada 
e extremamente prejudicial. A Revolução Industrial inchou os centros urbanos, o 
que fez com que cada vez mais recursos precisassem ser usados para o 
sustento da população e da indústria que crescia em torno dela. Uma grande 
quantidade de energia e de alimentos é necessária para manter os grandes 
centros urbanos, isso sem falar de outras necessidades. Com esse contexto, a 
natureza não tem dado conta nem de fornecer o necessário, tampouco de se 
recuperar da alta demanda de seus recursos. 
A exploração irrefletida dos recursos naturais, levou nossa sociedade à beira de 
um colapso ambiental. Muitas tragédias naturais têm afetado a população do 
planeta e além disso a escassez de recursos começa a preocupar a todos. Por 
isso, é dever de cada um dos habitantes do planeta, repensar seus hábitos, se 
reeducar e contribuir para a renovação desses recursos. Como bem lembra 
Zuquim, Fonseca & Corgozinho (2012): 
O comportamento dominador do ser humano o fez acreditar ser 
o dono da natureza e de que tudo que existe foi criado apenas 
para ele. Amparados tecnologicamente os indivíduos exercitam 
o domínio sobre outros em nome do poder e ganância. O 
resultado dessa perspectiva é a afirmação de uma visão 
dicotômica e mecânica do mundo, da natureza e do próprio ser 
humano. Tais comportamentos geraram um sentimento de 
intolerância ao ponto de tornarem as inconformidades algo 
normal e neste sentido, as sociedades modernas não percebem 
as incoerências praticadas contra si mesmas e 
consequentemente contra a natureza. 
 
Mas chegamos a um ponto que o planeta começou a nos cobrar por esse 
comportamento. A crise ambiental que vivemos atualmente já não pode ser 
questionada, mesmo que a ação do homem possa não ser sua geradora como 
afirmam alguns. O fato é que os recursos estão acabando e é urgente a 
necessidade de uma reformulação da postura do homem em relação ao meio 
ambiente. Temos todos, no momento, uma responsabilidade social em relação 
ao planeta. 
 
 A Educação Ambiental e a Cidadania 
 
A situação alarmante em que se encontra o estado de preservação ambiental 
em vários locais do planeta fez com que cientistas, governantes e ativistas se 
4 
 
unissem para investigar, pesquisar, discutir e propor soluções para os problemas 
mais urgentes de nossa sociedade em relação ao meio ambiente. As primeiras 
preocupações surgiram no final do século XIX e início XX, por causa do impacto 
da indústria na poluição e destruição de rios, florestas e outros biomas. Somente 
após a Segunda Guerra Mundial, porém, essa preocupação se tornou ação. Em 
1977, em Tbilisi, na Geórgia, foi realizada a 1ª Conferência Internacional sobre 
Educação Ambiental, promovida pela UNESCO-PNUMA. 
A conferência resultou em um documento oficial com princípios e 
recomendações para desenvolver a Educação Ambiental em diversos setores e 
em diversos grupos sociais. Dez anos depois uma nova conferência foi realizada 
em Moscou, para avaliar e analisar as ações e resultados da primeira (ZUQUIM, 
FONSECA & CORGOZINHO, 2012). 
Uma das principais conclusões a que se chegou após essa segunda conferência, 
foi que para que se pudesse colocar em prática uma educação ambiental 
específica, era preciso analisar e levar em considerações os dados 
socioeconômicos e culturais de cada local onde essa educação fosse oferecida. 
Isso significa que cada país, cada sociedade, será responsável por investigar as 
condições de seu meio ambiente e propor de modo específico políticas públicas 
de educação. 
Aderindo a essa preocupação mundial, o Brasil começa a pensar sobre a 
preservação ambiental com mais afinco no final da década de 1970. A poluição 
dos rios, a destruição das florestas e matas, a morte da fauna e da flora natural, 
chama a atenção da população que exige maior atenção com nossa natureza. 
Com a reabertura política iniciada na década de 1980, temos promulgada uma 
nova Constituição Federal, em 1988, que dedica um capítulo inteiro a essa 
questão. O artigo 225, do Capítulo VI, trata que: 
Art. 225. – Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia 
qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade 
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras 
gerações. 
Como podemos observar, preservar a natureza e o meio ambiente é função tanto 
do governo quanto da sociedade. Todos têm responsabilidades em relação a 
esse tema. Na década de 1990, várias propostas educativas surgem para educar 
as novas gerações para a preservaçãodo meio ambiente, entre estas a dos 
Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN, de 1998, que dentro dos Temas 
Transversais coloca o tema de Meio Ambiente. Em de 27 de abril de 1999, é 
instituída a Política Nacional de Educação Ambiental, com a obrigatoriedade da 
Educação Ambiental em todos os níveis do ensino formal da educação brasileira. 
 
O principal objetivo da educação ambiental dentro da sociedade é mostrar que 
todos somos responsáveis pelo planeta e que todos temos deveres de cidadãos 
para com a preservação. Precisamos enxergar o planeta como lar, como algo 
orgânico, vivo, e não como uma máquina que funcionará eternamente para suprir 
nossas necessidades (e luxos) sem precisar de manutenção ou cuidados. Só 
5 
 
assim, essa responsabilidade poderá ser colocada em prática. Como afirma 
Loureiro (2006, apud ZUQUIM, FONSECA & CORGOZINHO, 2012): 
 
[...] a educação é uma prática social que expressa o modo dos 
seres humanos se organizarem e viverem em sociedade, como 
se percebem enquanto ser da natureza e manifestam seus 
questionamentos sobre a realidade num processo de crítica e 
autocrítica, de ação política e conscientização coletiva. 
 
Assim, podemos notar que uma Educação Ambiental deve analisar todo o 
aspecto social e cultural de modo eficiente, para criar somente não só novos 
hábitos, mas uma reflexão profunda sobre a conduta dos cidadãos e suas 
práticas em relação à natureza. Para que a mudança seja eficaz, essa reflexão 
irá mudar não só a conduta, mas a mentalidade da sociedade, tornando-se mais 
concreta e duradoura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
CAPÍTULO 2 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL E CULTURA 
 
Como comentamos no capítulo interior, mudar os hábitos e práticas de uma 
sociedade em relação ao meio ambiente envolve uma reflexão profunda sobre 
aspectos sociais, históricos e culturais. Mudar a conduta necessita mudança de 
paradigma, de ideias, de mentalidade. Sendo assim, a Educação Ambiental está 
profundamente relacionada com a questão cultural. Vejamos porquê. 
Para a Sociologia e a Antropologia, cultura é um compartilhamento de símbolos, 
significados e valores de e entre grupos sociais. São formados artificialmente 
pelo homem, ou seja, de uma maneira não-natural. Resumindo, tudo que o 
homem construiu, material e intelectualmente ao longo de sua história no 
planeta, pode ser considerado como cultura. Como explica Bonfim (2007): 
Nessa perspectiva, cultura pode ser definida como consumo, 
modo de vida, hábitos, crenças, manifestação artística, conjunto 
de técnicas e informações. Portanto a cultura está estreitamente 
ligada às ações, às representações coletivas, às regras e 
condutas (DURKHEIM) e às lutas de classes (MARX). 
E assim, podemos estabelecer uma relação direta da cultura com o meio 
ambiente por ser neste onde produzimos a cultura. É da natureza que tiramos 
os recursos para a produção e evolução cultural, é graças a essa natureza que 
conseguimos sobreviver e evoluir como seres. Portanto, a cultura e a educação 
ambiental precisam estar interligadas para que esta última dê certo. 
Para que entendamos de forma mais prática, a relação da cultura com a 
educação ambiental, precisamos refletir como cada grupo social estabelece os 
vínculos sociais com seu habitat, com seu meio ambiente. Por exemplo, uma 
aldeia de pescadores, além de retirar seu sustento da pesca, seja em rio ou mar, 
também tem suas tradições culturais relacionadas aos ciclos da pesca, através 
de crenças, danças, alimentação, vestuário, linguagem, etc. 
Quando pensamos então nos objetivos de uma Educação Ambiental, seja ela 
formal ou não, precisamos levar em consideração todos esses aspectos culturais 
envolvidos nos grupos sociais com os quais estamos propondo essa mudança 
de hábitos e mentalidade. 
A própria relação com o ambiente, que se tornou tóxica e destrutiva, está 
relacionada a questões culturais. Na sociedade atual, estamos tentando mudar 
o paradigma de que é mais importante Ter do que Ser, e essa mudança cultural 
é extremamente importante para que uma educação ambiental seja eficaz. Os 
autores Reis, Lima e Silva (2007, apud ZUQUIM, FONSECA & CORGOZINHO, 
2012) resume: 
Hoje, os indivíduos não se sentem parte integrante da natureza, 
pois a tecnologia os assemelhou a deuses. A ciência une-se ao 
ser humano nesta vontade de superar barreiras. Provoca a 
natureza quando cria formas artificiais que desafiam as formas 
7 
 
naturais quebrando muitas vezes, ritmos biológicos e cadeias 
naturais. 
 
Mesmo os que querem viver próximos à natureza, tendo um contato maior com 
ela, tem feito isso de maneira predatória. Nesse sentido, além de uma educação 
para mudar essa conduta, é preciso leis mais rígidas de proteção, como veremos 
mais à frente. Enfim, os indivíduos da sociedade precisam entender que a 
educação e a preservação ambiental fazem parte de sua cultura. 
 
As questões ambientais estão relacionadas à identidade cultural das pessoas 
em sociedade, ou seja, o modo como as pessoas realizam suas interações com 
o grupo social estão ligados ao meio ambiente em que vivem. O homem, até 
então, tem tratado a natureza como seu patrimônio material, sentindo-se dono 
do espaço. A educação ambiental, porém, precisa ensinar que ele não é dono, 
é parte desse espaço, e essa consciência está relacionada à cultura do homem 
e de seu grupo. Para exemplificar, listaremos abaixo formas de como a educação 
ambiental pode desenvolver essa consciência: 
 
• Ensinar a população a economizar água: é preciso que entendam que 
não se trata somente de economia financeira, mas que a falta de água 
causará transtornos imensos a todos, inclusive a essa população e as 
gerações futuras; 
 
• Reciclar: muitos não entendem as consequências de lixo mal descartado, 
é preciso explicar o impacto de certos materiais na natureza e como isso 
afetará diretamente a vida do indivíduo; 
 
• Poluição: mostrar à comunidade como a poluição pode afetar seu 
cotidiano e sua vida, mesmo não estando visível a ela. 
 
 
Esses exemplos mostram que o indivíduo e sua comunidade precisam entender 
os impactos da destruição do meio ambiente em sua própria vida. Muitas vezes, 
as pessoas não percebem esse impacto, por ele (ainda) não ser visível a sua 
comunidade. A Educação Ambiental irá mostrar que todos somos atingidos por 
danos causados à natureza e, portanto, todos temos responsabilidades. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
CAPÍTULO 3 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL FORMAL 
 
A Educação Ambiental deve se dar em diversos níveis e setores da nossa 
sociedade. No presente capítulo, iremos falar sobre a educação formal, ou seja, 
a educação ambiental que é dada dentro das escolas, universidades e as mais 
diversas instituições de ensino. Como já dissemos, a Educação Ambiental é 
parte obrigatória do currículo, portanto, desde a educação infantil até a 
universidade, todos os alunos devem ter acesso a ela. 
 
• Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) 
 
Os Temas Transversais, volume 8 dos PCN, traz entre estes o tema Meio 
Ambiente. Primeiramente, parâmetro curricular não pressupõe obrigatoriedade, 
portanto, é uma diretriz, uma recomendação. Segundamente, a transversalidade 
pressupõe que todas as matérias devem embutir em seus conteúdos e práticas, 
esses temas. Isso significa que todos devem, dentro de suas especificidades, 
ensinar a sobre educação ambiental. Vejamos alguns exemplos: 
 
 Matemática e Ciências Exatas: um exemplo de trabalho com 
matemática e meio ambiente é o ensino de porcentagem ou frações, em 
que se pode usar como tema os danos causados ao ambiente natural. Por 
exemplo, a porcentagem de mata nativa da cidade, do estado, país, etc.; 
 
 Linguagens: dentro da linguagem escrita e oral existem inúmeras 
possibilidades de trabalho, tais como textos, vídeos, histórias em 
quadrinhos. O professor pode propor debates orais, produções textuais e 
interpretações dentro do tema. O ensino de Artes pode abordar diversas 
manifestações artísticasrelacionadas à nossa cultura e o nosso meio 
ambiente nativo; 
 
 Ciências da Natureza: uma disciplina que lida diretamente com a 
questão já que pode explicar nossos biomas, descrever nossa fauna e 
flora, identificar problemas ambientais locais e discutir propostas de 
preservação; 
 
 Língua Estrangeira: o professor pode ampliar o conhecimento de seus 
alunos mostrando como os países que falam a língua estrangeira 
ensinada lidam com questões ambientais; 
 
 História: o professor pode traçar um panorama histórico das questões 
ambientais, descrevendo as mudanças no meio ambiente ao longo da 
história e estimulando a reflexão sobre o papel do homem nessas 
mudanças; 
 
 Geografia: outra disciplina que pode trabalhar de forma direta. A 
Geografia pode trazer mapas, gráficos, tabelas, que mostrem dados sobre 
meio ambiente, estimulando a comparação de dados, analisando 
aspectos humanos e geográficos e promovendo debates; 
 
9 
 
 Educação Física: junto com o professor, a escola pode usar essa 
disciplina para explorar espaços naturais em excursões com os alunos. 
 
Além desse trabalho dentro de cada componente curricular, a escola deve 
elaborar projetos e práticas em conjunto com todas as disciplinas 
(interdisciplinaridade), de forma contínua, para que haja uma coesão entre os 
discursos e que os alunos compreendam a responsabilidade global das pessoas 
em relação à preservação. 
 
• A Nova Base Nacional Comum Curricular (BNCC) 
 
A Base Nacional Comum Curricular – BNCC, é um documento que orienta a 
construção do currículo escolar, com suas teorias e práticas, e tenta traçar uma 
base comum para todos os gestores e educadores do país, considerando 
obviamente aspectos locais. A primeira versão foi disponibilizada em 2015 e a 
segunda em 2016, resultado das discussões e reflexões de especialistas, 
educadores, gestores, estudantes e a sociedade como um todo (MENEZES & 
MIRANDA, 2021). 
 
A BNCC de 2016 ainda está em implantação e tem três níveis: Ensino Infantil, 
Ensino Fundamental (I e II) e Ensino Médio, abrangendo ensino público e 
privado. O Novo Ensino Médio, o último nível a entrar em vigor, será iniciado no 
ano letivo de 2022. Sobre a Educação Ambiental, Menezes & Miranda (2021) 
afirmam que ela vem perdendo espaço na implantação dos novos currículos. 
Segundo a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a Educação 
Ambiental (BRASIL, 1999): 
 
Art. 2o A educação ambiental é um componente essencial e 
permanente da educação nacional, devendo estar presente, de 
forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo 
educativo, em caráter formal e não-formal. 
 
Isso mostra que o currículo escolar formal deve abordar a Educação Ambiental 
desde a Educação Infantil até o Ensino Superior. Sendo assim, a nova BNCC 
precisa levar em conta esse tema em todos os níveis de ensino. Também 
ressaltamos: 
Art. 10. A educação ambiental será desenvolvida como uma 
prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os 
níveis e modalidades do ensino formal. 
§ 1o A educação ambiental não deve ser implantada como 
disciplina específica no currículo de ensino (BRASIL, 1999). 
O que mostra que o tema deve, como orientado pelo PCN, permear todas as 
disciplinas em todos os níveis e modalidades de ensino e não como matéria ou 
projeto isolados. A lei também prescreve que os cursos superiores de formação 
de professores devem oferecer a Educação Ambiental em seus currículos. 
Porém, o trabalho de Santinelo, Royer e Zanatta (2016, apud MENEZES & 
MIRANDA, 2021): 
10 
 
[...] investigou “quantitativamente a inserção do tema Educação 
Ambiental no texto preliminar da nova Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)”. Os autores acima indicam que a temática 
aparece de forma muito modesta, pouco valorizada, com o 
predomínio da visão Ecológica e a cargo das Ciências da 
Natureza. Neste tocante, os estudos revelaram que as 
abordagens referentes à temática ambiental foram tratadas de 
modo reducionista no documento. 
Essa nova versão da BNCC então se torna um desafio para gestores e 
educadores ao promoverem a interdisciplinaridade e a transversalidade na 
abordagem da Educação Ambiental para que se garanta a aplicação da lei. Além 
disso, os sistemas de ensino devem garantir a inserção da Educação Ambiental 
no Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola de forma integradora e 
contextualizada. 
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental 
(DCNEA) 
A Resolução Nº 02/2012, de 18 de janeiro de 2012, do Ministério da Educação, 
institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental. Este 
instrumento é um dos mais recentes no que se refere à Educação Ambiental 
Formal e orienta as ações para a constituição de currículos e programas em 
todos os níveis de ensino. Quanto aos objetivos, no artigo 1º da DCNE temos: 
I - sistematizar os preceitos definidos na citada Lei, bem como 
os avanços que ocorreram na área para que contribuam com a 
formação humana de sujeitos concretos que vivem em 
determinado meio ambiente, contexto histórico e sociocultural, 
com suas condições físicas, emocionais, intelectuais, culturais; 
II - estimular a reflexão crítica e propositiva da inserção da 
Educação Ambiental na formulação, execução e avaliação dos 
projetos institucionais e pedagógicos das instituições de ensino, 
para que a concepção de Educação Ambiental como integrante 
do currículo supere a mera distribuição do tema pelos demais 
componentes; III - orientar os cursos de formação de docentes 
para a Educação Básica; IV - orientar os sistemas educativos 
dos diferentes entes federados (BRASIL, 2012). 
As DCNEA orientam que a Educação Ambiental deve formar indivíduos 
conscientes, participativos e inovadores em relação às questões ambientes, 
usando para isso uma forma de enxergar e agir no meio ambiente que seja 
integralizadora e sustentável. Nos artigos 3º ao 5º, especifica que a educação 
ambiental: 
Art. 3º [...] visa à construção de conhecimentos, ao 
desenvolvimento de habilidades, atitudes e valores sociais, ao 
cuidado com a comunidade de vida, a justiça e a equidade 
socioambiental, e a proteção do meio ambiente natural e 
construído; Art. 4º [...] é construída com responsabilidade cidadã, 
na reciprocidade das relações dos seres humanos entre si e com 
a natureza; Art. 5º [...] não é atividade neutra, pois envolve 
11 
 
valores, interesses, visões de mundo e, desse modo, deve 
assumir na prática educativa, de forma articulada e 
interdependente, as suas dimensões política e pedagógica. 
(BRASIL, 2012). 
 
A Educação Ambiental deve ter em consideração as relações sociais, entre 
homem e natureza, sistemas de produção, trabalho e consumo, ao mesmo 
tempo que promove a responsabilidade sobre o meio ambiente e o planeta, do 
micro ao macro setor social, projetando uma perspectiva de educação 
comprometida com a transformação humana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
CAPÍTULO 4 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO-FORMAL 
 
 
A Educação Ambiental tem diversas possibilidades e abre um estimulante 
espaço para repensar práticas sociais. Além de uma educação formal, é 
importante que a sociedade repense também seus hábitos, costumes e práticas 
sociais em relação à natureza. Para que isso aconteça, a Educação Ambiental 
Não-Formal também deve ser planejada e executada pelo governo. Para orientar 
todas as formas de se aplicar a Educação Ambiental, em 27 de abril de 1999, foi 
promulgada a Lei 9.795, instituindo a Política Nacional de Educação Ambiental 
– PNEA. 
 
Segundo a PNEA (BRASIL, 1999), a “Educação Ambiental compreende os 
processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores 
sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências” em relação ao 
meio ambiente e sua conservação, promovendo qualidade de vida sadia e 
sustentabilidade. Também afirma que a Educação Ambiental deve estar 
presente na sociedade através de processo educativo formale não-formal. São 
assim, princípios dessa educação (BRASIL,1999): 
I – o enfoque humanista, holístico, democrático e participativo. 
II – a concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência 
entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade. 
III – o pluralismo de idéias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e 
transdisciplinaridade; 
IV – a vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais; 
V – a garantia de continuidade e permanência do processo educativo; 
VI – a permanente avaliação crítica do processo educativo; 
VII – a abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e 
globais; 
VIII – o reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural. 
Explicando melhor, o enfoque adotado, independentemente do sistema ou modo 
de ensino, deve valorizar o caráter democrático, humano, participativo e global, 
sem adotar ou priorizar teoria x ou y, estudando o meio ambiente como um todo 
em relação com outros aspectos como os sociais, econômicos, éticos, culturais 
e pedagógicos. É importante também uma postura crítica e uma reflexão 
constante dos processos educativos, já que questões relacionadas ao meio 
ambiente exigem aprofundamento científico e constantes atualizações. 
No artigo 13, a PNEA define como educação ambiental não-formal, as ações e 
práticas educativas “voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões 
ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio 
ambiente” (BRASIL, 1999), sendo incentivadas pelo Poder Público, em níveis 
federal, estadual e municipal. Estes, devem promover: 
13 
 
I - a difusão, por intermédio dos meios de comunicação de massa, em espaços 
nobres, de programas e campanhas educativas, e de informações acerca de temas 
relacionados ao meio ambiente; 
II - a ampla participação da escola, da universidade e de organizações não-
governamentais na formulação e execução de programas e atividades vinculadas à 
educação ambiental não-formal; 
III - a participação de empresas públicas e privadas no desenvolvimento de 
programas de educação ambiental em parceria com a escola, a universidade e as 
organizações não-governamentais; 
IV - a sensibilização da sociedade para a importância das unidades de 
conservação; 
V - a sensibilização ambiental das populações tradicionais ligadas às unidades de 
conservação; 
VI - a sensibilização ambiental dos agricultores; 
VII - o ecoturismo. 
Tais ações possibilitariam uma abordagem mais ampla de problemas e soluções 
relacionados à preservação ambiental, superando uma visão reducionista, e 
estimulando uma maior participação social. Esta última, só é possível com um 
acesso maior de toda a população, de todas as regiões do país, aos problemas 
enfrentados pelo meio ambiente, partindo de um recorte local, que promoveria 
maior empatia e engajamento da comunidade, para uma situação global. 
 
A educação não-formal vai além da escola, convocando todos os setores da 
sociedade para contribuir para a preservação ambiental e a melhoria das 
condições do planeta. Essa educação deve ser fruto de uma parceria entre a 
sociedade, a iniciativa pública e a privada. A sensibilização desses setores é 
fundamental para que qualquer política ambiental seja efetiva e dê resultados. 
 
Qualquer prática educativa que almeje resultados precisa estar atualizada e 
contextualizada. Não adianta iniciar uma sensibilização com quem nunca ouviu 
falar de meio ambiente tentando explicar o aquecimento global. É preciso entrar 
no contexto do expectador e explicar o impacto em seu próprio meio. Por 
exemplo, um agricultor que dependa de chuvas para suas terras produzirem 
entenderá a mudança climática a partir das mudanças que têm ocorrido em sua 
propriedade, prejudicando seu plantio e/ou colheita. 
 
A sociedade, por sua vez, precisa entender que colocar a economia e o lucro 
acima das questões ambientais é algo imediatista e superficial, pois a longo 
prazo se perderá o recurso natural e o material. É preciso abrir mão de certos 
supérfluos hoje, para poder ter o básico amanhã. 
 
 
 
14 
 
CAPÍTULO 5 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL INFORMAL 
 
 
A Educação Ambiental Informal é aquela promovida fora do ambiente escolar, 
em ONGs, parques, clubes, empresas, bosques municipais, etc. Seu principal 
objetivo é construir valores sobre conservação ambiental, sustentabilidade, 
práticas de preservação e desenvolver atividades que incentivem esses hábitos. 
A diferença da Educação Ambiental Não-Formal e Informal é que a segunda é 
desenvolvida através de práticas não escolares, geralmente através de projetos, 
propagandas, informativos, tutoriais. Ela não tem um caráter formativo, mas 
informativo. O blog Meio Ambiente Técnico explica bem essa diferença: 
 
Educação ambiental não formal 
Aquela que opera através de programas direcionados para os aspectos bem 
definidos da realidade social e ambiental. Usa meios multivariados. Tem a 
função de informar e formar. Atua sobre e com comunidades. Desenvolve 
ações na área da educação, comunicação, extensão e cultura. Tem ainda 
propósitos informativos para o esclarecimento e orientação de questões de 
ordem tecnológica. 
Educação ambiental informal 
Aquela que se dirige ao grande público, ou à sociedade, e que se vale dos 
meios de comunicação convencionais. Ela se presta à difusão de informações 
ou ao esforço de programas institucionais no âmbito da política, da educação 
e da cultura ambiental. Ex.: pesquisa, campanhas de opinião pública, 
articulações políticas com entidades ambientais, comemorações de datas e 
eventos sobre o meio ambiente. 
Fonte: http://meioambientetecnico.blogspot.com/2012/03/educacao-ambiental-
nao-formal-ou.html 
 
Assim, na nossa sociedade, várias pessoas podem se engajar na Educação 
Ambiental, promovendo atividades e ações que gerem informações sobre esse 
tema. A prática mostra que existe educação fora da sala de aula, mesmo de 
conteúdos formais, então por que não trabalhar a consciência ambiental de 
forma mais aplicável e contextual? Cadete, Carmo & Souza (2019) realizaram 
uma pesquisa de revisão bibliográfica que lhes mostrou algumas iniciativas de 
moradores de comunidades que interviam de forma significativa na 
aprendizagem sobre meio ambiente e sustentabilidade. 
 
Em uma das comunidades, o bairro de Jardim Felicidade, em Belo Horizonte – 
MG, uma artesã moradora local “recolhe objetos descartados, reforma-os e 
transforma-os em um artefato utilizável e decorativo”. Assim, ela mostra como o 
reaproveitamento de materiais é importante. Isso nos leva ao conceito dos 3 
“Rs” em Sustentabilidade: reciclar, reduzir e reutilizar. 
 
Reduzir implica diminuir o consumo, a produção de lixo e o acúmulo de materiais. 
Reutilizar significa reaproveitar materiais e objetos, minimizando o desperdício 
do consumo, reutilizar diz respeito ao melhor aproveitamento dos materiais e 
minimização de desperdício. Por fim, reciclar consiste em transformar materiais 
http://meioambientetecnico.blogspot.com/2012/03/educacao-ambiental-nao-formal-ou.html
http://meioambientetecnico.blogspot.com/2012/03/educacao-ambiental-nao-formal-ou.html
15 
 
já usados em novos na mesma ou em outras funções. Tudo isso contribui para 
diminuir a exploração dos recursos, que não são inesgotáveis, além de reduzir o 
impacto do lixo na natureza. 
Um outro exemplo que Cadete, Carmo & Souza (2019) descobriram em sua 
pesquisa vem da Vila Vicentina, uma instituição de amparo a idosos. 
Estes tiveram em suas residências, a partir de um projeto em 
parceria com a Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) 
e o Grupo de Estudo e Pesquisa em Energia, instalações de 
sistemas de aquecimento solar, o que acarretou novas práticas 
cotidianas. Isso porque esse projeto gerou mudanças de 
atitudes nesses idosos, que multiplicaram as informações 
adquiridas nesse sistema tecnológico para os demais moradores 
e familiares,configurando, assim, uma prática de educação 
informal. 
Como podemos perceber, a educação ambiental de modo informal pode ocorrer 
em qualquer local e em diversas situações. O aprendizado sobre o tema, então, 
não fica restrito a um espaço tradicional de educação, podendo ser expandido 
para o cotidiano: trabalho, atividades de lazer, serviços domésticos, etc. O 
agente da educação ambiental informal já não precisa ser um educador, mas um 
multiplicador de saberes e práticas. 
Como essa educação se estabelece através de hábitos comunitários, sua prática 
é garantida pelas tradições sociais e relações humanas ligadas a essa prática. 
Por exemplo, uma mãe que pratica os 3 Rs citados acima, torna isso uma 
tradição que é passada a seus filhos, que se tornam também multiplicadores da 
mesma. “Essa forma de aprendizado que acontece por meio das vivências 
individuais e coletivas dentro dos contextos sociais é tão importante para a 
formação de um ser humano quanto a educação formal ensinada nas escolas” 
(CADETE, CARMO & SOUZA, 2019). 
Concluindo, a Educação Ambiental Informal se dará mais através da prática do 
que da teoria. Enquanto seja necessária uma educação formal sobre o tema, 
sem a prática do cotidiano, a mudança de hábitos, o processo de ensino-
aprendizagem de desenvolvendo através das relações humanas, não se 
estabelecerá uma consciência coletiva que resulte em mudança efetiva de 
mentalidade sobre preservação ambiental. 
 
 
 
 
16 
 
CAPÍTULO 6 – MEIO AMBIENTE E A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 
 
 
A Constituição Federal de 1988 foi inovadora em relação às questões 
ambientais. É a primeira, inclusive, que traz o meio ambiente como bem tutelado 
pelo ordenamento jurídico, ou seja, responsabilizou o Estado pela preservação 
e fiscalização do meio ambiente. Neste capítulo, iremos abordar o contexto da 
criação dessa nova lei, o que ela traz de inovador e porque ela é importante na 
preservação da nossa natureza. 
 
Para entendermos o contexto da inserção do Meio Ambiente na Constituição de 
1988 como algo inédito na história das constituições federais, precisamos fazer 
um apanhado geral da legislação que antecede a criação dessa lei. No século 
XX, a preocupação com a preservação do planeta começou a afetar diversos 
setores da sociedade. A industrialização e crescimento dos grandes centros 
urbanos levou a uma crescente exploração pouco consciente dos recursos 
naturais. 
 
Com isso, a poluição, o desflorestamento, as mudanças climáticas, o 
crescimento do buraco da camada de ozônio, entre outros problemas, 
desencadeou discussões entre governos e ambientalistas. Essas discussões 
resultaram, ao longo do século, em conferências globais, legislações específicas 
e urgência em conscientização ambiental. No Brasil alguns marcos legais podem 
ser citados durante esse período sobre a questão da preservação ambiental 
(SILVA, 2013): 
 
 Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Estocolmo, 
1972): reflexão sobre consciência ecológica e incentivo a criação de 
legislações de proteção e preservação ambiental; 
 
 Lei nº 6.938/81 (agosto de 1981) sobre Política Nacional do Meio 
Ambiente: considera o meio ambiente como patrimônio público, que deve 
ser protegido e mantido em equilíbrio; 
 
 Lei nº 7.347/85 (julho de 1985): “disciplina a ação civil pública de 
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente, possibilitando o 
acesso coletivo à Justiça para defesa do meio ambiente” (SILVA, 2013); 
 
 Lei nº 9.605/98: essa norma infraconstitucional foi promulgada em 1998, 
após a Constituição, mas pode ser citada como marco referente a ela. Ela 
dispõe sobre ações penais e administrativas para quem agredir o meio 
ambiente. 
 
A Constituição Federal de 1988 é influenciada, portanto, por uma crescente 
preocupação no território nacional em preservar e proteger nosso patrimônio 
natural, punindo de forma efetiva quem destruir ou lesar esse patrimônio. Para 
muitos legisladores, se trata de uma Constituição Verde. No artigo 225, capítulo 
VI (BRASIL, 1988), fica explícita essa preocupação: “Todos têm direito ao meio 
ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial 
17 
 
à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever 
de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. Outros 
pontos inovadores que podem ser citados são os seguintes (SILVA, 2013): 
 Equidade Intergeracional: essa expressão significa igualdade entre 
gerações, o que dentro da Constituição, em relação ao tema Meio 
Ambiente, pode ser interpretado que a geração atual não pode esgotar os 
recursos naturais criando escassez ou problema para as gerações 
futuras. Ou seja, nossa geração não pode destruir e tornar insalubre ou 
impossível a vida para quem vier a seguir; 
 
 Obrigatoriedade da Intervenção Estatal: segundo esse preceito, é 
dever de “o Poder Público atuar na defesa do meio ambiente, tanto no 
âmbito administrativo, quanto no âmbito legislativo e até na esfera 
jurisdicional,” sendo que o Estado precisa criar políticas públicas para 
cumprir suas responsabilidades. A lei também prescreve que o Estado 
faça avaliações constantes sobre os impactos ambientais das atividades 
produtivas, fiscalizando e intervindo quando necessário; 
 
 Participação e Cooperação Coletivas: além do Estado, toda a 
sociedade deve participar da preservação do meio ambiente, cooperando 
com práticas sustentáveis, cumprindo as leis e ajudando na fiscalização. 
Além disso, a sociedade deve ser mantida informada e constantemente 
consultada sobre as questões ambientais; 
 
 Responsabilidade Objetiva e Reparação Integral: “no § 3º do art. 225, 
da CF/1988, determinou-se que os infratores das normas de proteção ao 
meio ambiente, sejam pessoas físicas ou jurídicas, ficam sujeitos a 
sanções penais, civis e administrativas.” Ou seja, todos que infringirem as 
leis de proteção e preservação ambientais serão responsabilizados e 
consequentemente penalizados; 
 
 Função Socioambiental da Propriedade: significa que a propriedade, 
mesmo privada, cumpre um dever social, ou seja, precisa respeitar a 
preservação do meio ambiente. Caso o proprietário não respeite, ele pode 
sofrer sanções, inclusive perdendo seu direito ao bem material (SILVA, 
2013). 
O que mais nos chama a atenção na Constituição de 1988, além da inovação e 
consciência ambiental, é a constante menção sobre o caráter coletivo da 
preservação e da proteção sobre o nosso patrimônio ambiental. Sendo assim, 
todos temos o dever de zelar pelo meio ambiente e de fazer cumprir a lei. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
CAPÍTULO 7 – TÉCNICAS EM EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
 
Para que possamos nos tornar uma sociedade consciente e que pratica com 
efetividade a proteção e a preservação do meio ambiente, precisamos nos 
educar. Já vimos que a Educação Ambiental pode ser oferecida de modo Formal, 
Não-Formal ou Informal, e que deve contar com a participação de todos. Neste 
capítulo, apresentaremos algumas técnicas para a educação ambiental, dentro 
e fora da escola. 
A Educação Ambiental tem como objetivo formar pessoas conscientes e 
comprometidas com a preservação do planeta. Além disso, visa preparar o 
indivíduo para atuar e intervir nessa preservação, capacitando-o para praticar a 
sustentabilidade e multiplicar conhecimentos. O Artigo 10 da Política Nacional 
de Educação Ambiental, afirma que “a Educação Ambiental será desenvolvida 
como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os 
níveis e modalidades do ensino formal” (BRASIL, 1999). 
Dentro da escola, essa educação, conforme já estudamos, precisa ser 
desenvolvida de modo interdisciplinar e transversal, ou seja, não se trata de uma 
matéria específica, mas de um tema que será trabalhado em todas as disciplinas, 
de forma contínua e permanente. Para que isso se torne uma realidade, a escola 
deve começar pela estrutura física. Não podemos falar de educação ambiental 
sem antes adaptar a escola ao discurso que irá apresentar,para isso, algumas 
mudanças precisam surgir: 
 Espaço físico: construir escolas com materiais sustentáveis. O ambiente 
deve ser planejado para aproveitar ao máximo a ventilação e a iluminação 
natural, se possível com uso de energia solar ou eólica. Toda a escola 
deve ser planejada de acordo com as leis ambientais e também de 
acessibilidade. Deve haver gestão eficiente do consumo de água e de 
energia, saneamento e destinação adequada de resíduos. A escola deve 
utilizar coleta seletiva e compostagem, assim como ter espaços verdes, 
com jardins, hortas, entre outras ideias, que serão criados, mantidos e 
frequentados por todos; 
 
 Gestão: toda a educação ambiental deve ser planejada e executada de 
forma democrática, contando com a participação não só de alunos e 
professores, como de toda a comunidade; 
 
 Currículo: inclusão de conhecimentos, saberes e práticas sustentáveis 
no Projeto Político-Pedagógico (PPP) que é o documento norteador das 
ações escolares e também da implantação do currículo. 
 
Construir uma educação ambiental efetiva, porém, precisa ir além desses três 
níveis, que são importantes, mas não únicos. O material humano e sua formação 
é fundamental para que haja resultados. Para isso, é importante a formação de 
professores, que devem ser qualificados e capacitados para trazer ideias, atuar 
19 
 
e sugerir projetos e práticas educativas em relação ao tema. Em sua atuação na 
escola, o docente deve ser exemplo, sendo que para isso deve: 
 
 Ensinar aos alunos a não desperdiçarem água, sendo ele mesmo um 
exemplo e mostrando aos alunos como usar adequadamente bebedouro, 
descargas, chuveiro, etc.; 
 
 Usar material escolar biodegradável: plástico, isopor, o famoso EVA, 
glitter, tintas, existem muitos materiais escolares que são um veneno para 
o meio ambiente, pois poluem, demoram a se degradar e agridem a fauna 
nativa. Para evitar esses materiais, existem opções de materiais mais 
sustentáveis e biodegradáveis; 
 
 Economizar energia: sempre que possível sair da sala de aula, usar 
outros ambientes que não necessitem de tantos equipamentos 
eletrônicos; 
 
 Manter a limpeza: recolher sempre o lixo, ensinar aos alunos a fazerem 
o mesmo, descartando tudo de forma correta; 
 
 Reaproveitar materiais: é preciso usar a criatividade e estar sempre 
informado sobre como reutilizar materiais e objetos do nosso cotidiano, 
passando esses conhecimentos e essas práticas aos alunos. 
 
Além dessas técnicas, o professor precisa saber conciliar a teoria com a prática. 
Para isso, deve sempre que possível orientar o aluno a conhecer e explorar seu 
espaço físico, transformando o que foi ensinado e visto nas aulas, em algo 
palpável e aplicável. Por exemplo: 
 
 Passeios aos zoológicos; 
 Excursões a quilombos e aldeias indígenas; 
 Passeios em feiras artesanais e de materiais reciclados; 
 Passeios a parques florestais; 
 Ecoturismo em sítios e fazendas locais; 
 Exploração de rios ou mar. 
 
Todos estes devem ser feitos com planejamento, preparação teórica, 
orientações e exemplificações no local do passeio. A principal técnica de uma 
educação bem-sucedida, seja ela sobre o que for, é dominar o tema e saber 
mostrar aos alunos como aplicar o conteúdo teórico no seu cotidiano. Com a 
Educação Ambiental isso é ainda mais importante, caso contrário, ela será inútil 
e ineficaz. 
 
 
 
20 
 
CAPÍTULO 8 – COMO ORGANIZAR UM PASSEIO À FLORESTA 
 
No presente capítulo, iremos mostrar como planejar uma aula prática e lúdica, 
fora da escola. Vamos ensinar como organizar um passeio a uma floresta, que 
pode ser adaptado a qualquer outro passeio externo e ecológico, vejamos como 
deve ser o planejamento: 
 Escolha do local: como parte de uma gestão democrática, o local deve 
ser escolhido por todos, alunos, professores, pais, gestores e outros 
funcionários que participem dos passeios e cuidados escolares. Esse 
local pode ser uma floresta, um parque ecológico ou reserva natural; 
 
 Escolha da equipe: tendo em vista a quantidade de alunos e a duração 
do passeio, a escola deve designar uma equipe responsável pelo 
planejamento e execução do projeto, listando tudo que precisa ser 
pensado, organizado, providenciado e feito. Devem ser feitas reuniões 
para distribuir as tarefas, com cronograma de execução das mesmas e 
quadro dos responsáveis; 
 
 Equipamento e materiais: a segurança é prioridade, portanto o 
equipamento usado no passeio deve ser providenciado e testado com 
antecedência (alimentação, hidratação, medicamentos, calçados, 
joelheiras e cotoveleiras, capacetes, mochilas individuais, luvas, 
repelentes, kit de primeiros socorros, vacinas). Antes de confirmar o que 
é necessário para o passeio é importante consultar os guias locais, a 
família e um pediatra, que irá listar o que deve ser levado e providenciado. 
Por exemplo, em algumas florestas, como a Amazônica, é recomendável, 
antes do passeio, tomar vacina contra malária. Além disso, alimentação e 
hidratação serão providenciados de acordo com a duração da excursão; 
 
 Data e transporte: escolhido o local, é preciso escolher uma data para o 
passeio e providenciar transporte adequado, já iniciando a confirmação 
dos alunos e adultos que irão; 
 
 Autorização dos pais e reserva: paralela à escolha da data, é preciso 
ser feita a reserva do local do passeio e providenciar a comunicação e 
autorização de todos os pais e responsáveis; 
 
 Teoria e prática: terminada a parte administrativa, a escola deve 
providenciar aulas e palestras para informar sobre o bioma que será 
visitado, para que ao chegar ao local, os alunos identifiquem o máximo 
possível de informações. 
 
Abaixo, iremos mostrar um passeio organizado pela professora Paula Aparecida 
Sestari, com seus alunos da pré-escola, ao manguezal Baía de Babitonga. A 
21 
 
matéria foi publicada pela Nova Escola, por Muriele Massucato e Eduarda Diniz 
Mayrink, em outubro de 2014 e está disponível em: 
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1460/passear-e-preciso-e-planejar-o-
passeio-tambem 
 
Veja o relato da gestora sobre o passeio: 
Uma professora veio toda preocupada falar que precisava tratar de um assunto muito 
sério comigo. O objeto da conversa estava tirando o sono dela há uns três dias. No 
momento em que ela disse isso, fiquei imaginando se a educadora estava com algum 
problema em sala de aula ou tinha se desentendido com os colegas. Nenhuma dessas 
hipóteses, no entanto, me parecia viável, pois sua turma era uma graça, ela era muito 
querida na escola e, apesar de ser a primeira vez que assumia uma classe, eu só havia 
precisado fazer algumas sugestões de ajustes nas suas práticas. 
E não é que era justamente o fato de ser novata que lhe causava preocupação? A 
professora me contou o seguinte: em 15 dias, haveria um passeio com as turmas de 4 
anos até um parque municipal, tipo um horto florestal, onde as crianças participariam de 
algumas atividades bem bacanas. Ela estava apavorada de levar as 26 crianças para 
fora da escola e fazia questionamentos, como “E se eu perder alguma criança?”, “O 
lugar escolhido para o piquenique é longe do banheiro. O que eu faço se alguém quiser 
utilizá-lo?”, “Será que precisamos mesmo ir a esse passeio? Eles são tão pequenos…”. 
É claro que todas as preocupações eram muito pertinentes, mas não vale deixar de 
passear por causa delas! Foi o que fez a professora Paula Aparecida Sestari 
(foto), educadora do ano, que levou os pequenos da pré-escola para visitar o berçário 
de diversas espécies num manguezal, conhecido como Baía da Babitonga. 
Por que sair dos muros da escola é importante? 
É muito enriquecedor para ampliar o repertório cultural e de autonomia da criança 
oportunizar que ela vivencie outros espaços, entre em contato com a natureza e possa 
compartilhar com os colegas uma experiência de passeio e exploração de um ambiente 
diferente. 
No caso que eu contei acima, foi escolhido o horto florestal justamente porque o local 
tem uma grande área arborizada,alguns brinquedos de madeira, um balanço de corda 
pendurado na árvore, um viveiro de plantas e um lago lindo com patos e marrecos. O 
objetivo era aproveitar o ambiente com os colegas, fazer um piquenique sob as árvores, 
observar aquele verde e brincar, brincar muito! 
Para que tudo ocorra bem, a gestora afirma que a logística é fundamental, ou 
seja, é preciso planejar bem o passeio. Deve-se escolher bem o local, fazer um 
projeto para o passeio, orientar pais e responsáveis, assim como os próprios 
alunos. Providenciar alimentos, água e roupas adequadas; distribuir bem as 
tarefas aos responsáveis e claro, ficar de olho em todas as crianças o tempo 
todo! O transporte e a segurança devem ser muito bem pensados também. 
A gestora garante que com planejamento e atenção tudo dará certo, assim como 
o passeio deles, que foi um sucesso, veja a foto: 
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1460/passear-e-preciso-e-planejar-o-passeio-tambem
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1460/passear-e-preciso-e-planejar-o-passeio-tambem
22 
 
 
A professora Paula Sestari, educadora do ano de 2014, levou as crianças da pré-escola 
para conhecer o manguezal que fica no entorno da instituição (Foto: Marcelo Almeida) 
 
Um outro exemplo interessante de passeio foi descrito no trabalho de Mendes et 
al (2016), TRILHA ECOLÓGICA COMO ESTRATÉGIA PARA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL EM SALVATERRA, PARÁ, BRASIL. 
A trilha foi estruturada na Mata do Bacurizal, área próxima à Praia Grande, um dos 
principais pontos turísticos da cidade de Salvaterra. Participaram desta atividade oito 
turmas, um total de 125 alunos, 100 do 5º ano e 115 do 6º ano das escolas E.M.E.F. 
“Dom Pedro I”, E.E.E.F.M. “Ademar Vasconcelos” E.M.E.F. “Bahay Olavo Novais”, 
E.E.E.F. “Oscarina Santos”. Sendo duas turmas por dia, uma no turno da manhã com 
início às 08h e término às 12h e outra à tarde com início às 14h e término às 18h, no 
período do mês de novembro. A trilha foi autoguiada e dividida em cinco estações, onde 
em cada estação foram discutidos diferentes temas (MENDES et al, 2016). 
O projeto foi dividido em cinco estações temáticas para que a educação 
ambiental fosse absorvida o máximo possível e também contextualizada com 
maior eficiência, resumindo, as estações apresentaram o seguinte: 
 1ª estação: conceituação do tema, realização de uma dinâmica para 
sensibilização do grupo em relação ao ambiente; 
 
 2ª estação: reflexão teórica sobre danos ao meio ambiente e dinâmica 
com caça-palavras sobre o tema, finalizando com produção textual; 
 
 3ª estação: foi abordado o tema Amazônia: um bioma ameaçado, 
baseado em Freitas Ferraz (1999); 
 
 4ª estação: tema A importância da árvore para a manutenção da vida, 
baseado em Colaço (2009). Foi realizada a atividade “O jogo de ser 
árvore”, um jogo lúdico e interativo; 
23 
 
 5ª estação: apresentação do tema Reciclar para quê? Baseado em 
Rodrigues e Cavinatto (1997). “Com intuito de ampliar e fixar o 
conhecimento sobre o tema apresentamos vídeos e músicas reflexivas da 
Turma da Mônica (É preciso reciclar) onde realizamos a leitura e a música 
foi cantada pelos alunos, posteriormente houve o diálogo sobre a 
interpretação e os significados das palavras” (MENDES et al, 2016). 
Após a trilha ainda houve mais reflexões e discussões sobre o aproveitamento 
do passeio. Vemos, com esses exemplos, que planejar um passeio a um bioma 
natural envolve antes de tudo planejamento. Em seguida, é preciso que haja 
organização e comprometimento da equipe responsável, e por fim, uma 
contextualização divertida e interessante do tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
CAPÍTULO 9 – DUAS IDEIAS PARA PROJETOS 
 
Dentro da escola ou na comunidade, a Educação Ambiental pode ser ensinada 
através de projetos. Quando tem um caráter educativo, pedagógico, como um 
projeto de educação de ambiental, podemos elaborar este documento com as 
seguintes etapas (já exemplificadas): 
 Definição do tema: Compostagem Doméstica. 
 
 Definição dos objetivos gerais: ensinar crianças a fazerem 
compostagem; 
 
 Definição dos objetivos específicos: escolha dos resíduos, preparação 
do recipiente, escolher as minhocas, etapas do processo; 
 
 Proposta pedagógica: noções de reciclagem e reaproveitamento dentro 
da Educação Ambiental; 
 
 Justificativa: ensinar as crianças a reaproveitar resíduos, explicando a 
importância dessas ações para a preservação do meio ambiente e 
tornando-as agentes e multiplicadores de saberes; 
 
 Metodologia: aulas explicativas, demonstrações, prática em casa; 
 
 Atividades: fazer compostagem na escola; 
 
 Acompanhamento, avaliação e disseminação: a escola deve promover 
o acesso constante às composteiras da escola, ao mesmo tempo que 
monitora o trabalho feito na casa das crianças, com relatos, rodas de 
conversas, fotos, vídeos, tudo com apoio e participação da família; 
 
 Definição do título do projeto: Minhocas em ação! 
 
 Equipe responsável pela elaboração do projeto: todos os professores; 
 
 Finalização: pode ser marcado um dia de confraternização para mostrar 
vídeos, fotos e relatos sobre a experiência. 
Além desse exemplo, usando a compostagem podemos fazer outros projetos 
relacionados à educação ambiental. O exemplo a seguir pode ser feito em casa, 
na escola, em praças, qualquer pequeno pedaço de terra pode ser aproveitado. 
É o projeto da Horta. É muito importante o contato do ser humano com a terra, 
com as plantas, com a natureza, desde cedo. 
O projeto da Horta na Escola faz com que as crianças aprendam sobre 
alimentos, nutrição, ciclo de vida. Além disso, eles podem usar os alimentos da 
https://pedagogiaaopedaletra.com/roteiro-para-elaboracao-de-projetos/#titulo-do-projeto
https://pedagogiaaopedaletra.com/roteiro-para-elaboracao-de-projetos/#equipe-responsavel
https://pedagogiaaopedaletra.com/roteiro-para-elaboracao-de-projetos/#finalizacao
25 
 
horta no preparo da comida: em lanches, sucos, sorvetes naturais, geleias, etc. 
A criança ainda pode repassar tudo que aprende para sua família e comunidade. 
A horta pode ser feita em pequenos ou grandes espaços com terra, ou de forma 
vertical (com garrafas pet, por exemplo). Tem que ser um local arejado, que 
tenha sol e água por perto para poder regar. Os materiais básicos são: terra, 
adubo (este pode ser conseguido com compostagem), sementes e mudas, pás, 
ancinhos, carrinho-de-mão, regadores e estacas ou cercas. Segundo o site SAE 
Digital (disponível em: https://sae.digital/horta-na-escola/), as etapas do projeto 
podem ser: 
 Semeadura: plantar as sementes na terra, preparada com nutrientes e 
própria para o plantio; 
 Germinação: período em que as sementes brotam e originam novas 
plantas; 
 Transplante: é o plantio das mudas no local onde permanecerão 
definitivamente, ou seja, pode ser a transferência da planta de um vaso 
para outro; 
 Desbaste: retirar o excesso de mudas de um canteiro em que houve 
semeadura direta, espaçando-as para que não haja competição entre as 
plantas; 
 Desbrotamento: eliminar brotos para proporcionar o melhor 
desenvolvimento dos frutos e das folhas; 
 Colheita: retirada das espécies da terra durante o período de maturação; 
 Escarificação: quebrar a crosta seca que se forma no solo para que fique 
arejado e a plantas consigam absorver a água; 
 Adubação: colocar nutrientes no solo para aumentar o teor de matéria 
orgânica; 
 Rega: regar as plantas conforme a necessidade de cada espécie; 
 Drenagem: retirar o excesso de água do solo, com canais de escoamento 
das plantas; 
 Estaqueamento: apoiar as plantas que necessitam de estacas ou toras, 
como as trepadeiras, para crescerem mais facilmente. 
Esses são apenas dois exemplos de projetos que podem ser adotados em uma 
educação ambiental formal ou não. Além disso, outros projetos comuns, 
principalmente em escolas, são: 
 
 Reciclagem de materiais; 
 Reaproveitamento de objetos; 
 Construção de instrumentos musicais com sucata; Plantio de árvores; 
 Fazer brinquedos com madeira; 
 Jardim escolar. 
 
 
 
 
 
https://sae.digital/horta-na-escola/
26 
 
CAPÍTULO 10 – EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS EMPRESAS 
 
 
Nosso planeta passou por grandes transformações no século XX e início do 
século XXI. A Revolução Industrial transformou a economia, reforçando o 
capitalismo e também a sociedade, estratificando-a em classes, de acordo com 
renda e trabalho. O surgimento da indústria melhorou os meios de transportes, 
os sistemas de informação e reprodução do conhecimento, favorecendo o 
progresso científico e aumentando média de vida da população. 
Por outro lado, o crescimento do capitalismo industrial e o surgimento do 
capitalismo financeiro começaram a esgotar e a danificar nossos recursos 
naturais, concentraram a renda nas mãos de um pequeno número de pessoas, 
desfavorecendo milhões de outras e deram origem a grandes conflitos sociais. 
Pensar em um mundo com mais equidade e respeito, pelo homem e pela 
natureza, fez com que algumas empresas e setores da sociedade se 
preocupassem em um progresso mais limpo e ético. Surgiram assim termos 
como responsabilidade social, sustentabilidade, acessibilidade e igualdade de 
oportunidades. 
Atualmente, muitas empresas têm deixado de lado a estrutura mecanicista para 
adotar um modelo orgânico, no qual a saúde e o bem-estar dos colaboradores 
são preocupações constantes. Também se dedicam à responsabilidade social, 
sustentabilidade e ética. Para se situar, elas têm procurado implantar cursos que 
informem e capacitem seus colaboradores, através da Educação Ambiental. 
A Educação Ambiental se baseia na reflexão das práticas socioambientais, da 
prevenção de impactos ambientais e da preservação dos recursos naturais, a 
fim de garantir que o meio ambiente não seja degradado a ponto de comprometer 
o planeta. As empresas, como parte da sociedade e muitas vezes responsáveis 
por grandes impactos ambientais, também têm adotado uma postura mais 
comprometida em relação à responsabilidade ambiental. 
Atualmente, ligar sua marca à poluição, desmatamento, morte de fauna e flora 
nativas, entre outras ações destrutivas, tem sido extremamente danoso para as 
empresas. A marca que promove responsabilidade social e ambiental tem mais 
abrangência e credibilidade junto ao público consumidor. Por isso, muitas 
empresas têm adotado a Educação Ambiental para implantar uma nova 
mentalidade entre seus colaboradores. 
Uma maneira simples de levar a educação ambiental para empresas é a 
realização de palestras e minicursos. É preciso muito cuidado ao escolher 
profissionais que oferecem os serviços. Precisa ser um profissional com 
qualificação e experiência no tema, por isso é sempre bom verificar o currículo. 
Além disso, o curso ou palestra não deve ser engessado, deve estar de acordo 
com o que se produz ou oferece na empresa, para contextualizar o conteúdo. 
Os benefícios para a empresa são inúmeros, além de difundir uma 
conscientização ambiental entre os colaboradores, investir na imagem de 
empresa verde ajuda a criar mais empatia nos clientes. No aspecto funcional, 
uma empresa bem informada reduz drasticamente a chance de agredir o meio 
27 
 
ambiente, correndo menos riscos de multas e outras sanções. Para ampliar a 
educação ambiental em todos os setores da empresa, esta pode fechar parcerias 
com outras marcas, ONGs, governo e escolas. 
Dependendo do setor em que atua, a empresa pode ter mais ou menos relação 
com os impactos ambientais, mas todas têm responsabilidades em relação à 
preservação e proteção. Assim, segundo Hendges (2016), em seu artigo A 
Educação Ambiental nas Empresas, os principais objetivos são: 
 
 Desenvolver a compreensão integrada do meio ambiente em suas 
relações ecológicas, psicológicas, legais, políticas, sociais, econômicas, 
científicas e culturais; 
 
 Incentivar à participação individual e coletiva, responsável e permanente 
e a qualidade do meio ambiente como valor inseparável da cidadania; 
 
 Estimular a cooperação e a busca de uma sociedade fundada nos 
princípios da liberdade, solidariedade, democracia e justiça social; 
 
 Integrar a ciência e tecnologia; 
 
 Fortalecer a cidadania, autodeterminação e solidariedade como 
fundamentais ao futuro com desenvolvimento sustentável. 
A empresa deve elaborar um planejamento para a implantação de projetos 
relacionados à Educação Ambiental. Isso porque, cada setor da empresa precisa 
de informações, capacitações e aplicações diferentes dos conteúdos. Além 
dessas formações setoriais, é preciso uma formação geral em relação à 
legislação e atuação empresarial em relação ao meio ambiente. Empresas 
chamadas verdes costumam ter uma boa imagem em relação ao consumidor. 
Dentro desse nicho, temos atualmente o conceito de Empreendedorismo 
Verde, que explicaremos a seguir. 
 
• Empreendedorismo Verde 
Empreender significa realizar uma tarefa difícil e trabalhosa, ter iniciativa para 
isso, ou colocar algum plano inovador em prática. Empreender significa imaginar 
algo, planejar, assumir riscos, ser criativo. Existem várias definições e vários 
tipos de empreendedorismo e um deles é o social. O empreendedor social é uma 
ação inovadora que busca melhorar a qualidade de vida da população do planeta 
e também o próprio planeta (JULIANO, 2916). 
Nesse processo, o empreendedor tem como meta um crescimento econômico 
que não prejudique o planeta, nem a sociedade, então mobilizar recursos e 
materiais para bens de produção ou serviços que diminuam ou extingam 
problemas ambientais e sociais. O empreendedor social vai colocar a vantagem 
28 
 
econômica pessoal em segundo plano, já que o primeiro é sanar os problemas 
de ordem social (JULIANO, 2916). 
Outra característica do empreendedor social é ter e manter um código de ética 
fundamentado, no qual as relações entre as pessoas se fortalecem através da 
confiança, do respeito mútuo e da cooperação. Aliás, a dinâmica do 
empreendedorismo social é mais voltada para a cooperação do que para a 
competição. 
Os valores e princípios morais de um empreendedor social estão acima de 
qualquer outro valor, incluindo o material, portanto, ele vai deixar o lucro em 
segundo plano para atingir metas sustentáveis, de equidade social e redução de 
desigualdades (JULIANO, 2916). 
Dentro do empreendedorismo social, existem empresas que se concentram na 
área ambiental, ou seja, se preocupam com o meio ambiente e o futuro do 
planeta. Essas empresas visam desenvolver tecnologias limpas, ações que 
preservem nosso ecossistema e incentivem a sustentabilidade. Essa 
preocupação com um modo de trabalhar sustentável é chamado 
Empreendedorismo Verde (NETO et al, 2014). 
O pilar desse tipo de empreendedorismo é chamado 3 R’s: reduzir, reutilizar e 
reciclar. Isso nasceu de uma preocupação com a quantidade assustadora de lixo 
que a humanidade produz que polui e destrói os ecossistemas do planeta. As 
empresas que se baseiam nesse pilar buscam o que se chama atualmente de 
“negócios verdes” (NETO et al, 2014). 
Esse modelo de negócios busca ganhar dinheiro cuidando do meio ambiente. 
Segundo dados da Organização das Nações Unidas, a ONU, empresas verdes 
triplicaram nos últimos anos produzindo 2,2 trilhões de dólares (ONU, 2020). O 
ISO, um dos padrões de controle de qualidade das empresas mais respeitados 
do mundo, estabeleceu metas ambientais que devem ser cumpridas pelas 
empresas para que recebam esse selo de qualidade. O ISO 14001: 2015 
orientou as empresas para tratarem seus resíduos, cumprindo três 
compromissos básicos: proteção ao meio ambiente, cumprir a legislação 
ambiental e melhoria contínua no processo (Consultoriaiso.org). 
Empreendedorismo verde, portanto, é um tipo de negócio cujas principais 
características são a preocupação com a preservação do meio ambiente, com a 
sustentabilidade e a diminuição do impacto negativo da produção industrial no 
meio ambiente. 
 
 Educação Ambiental e Empresas Verdes 
A empresa verde é aquelacoloca o meio ambiente acima do lucro e do capital. 
Outra preocupação são as relações humanas. Novas empresas se preocupam 
menos com o funcionamento das máquinas e mais com a saúde e qualidade no 
trabalho de seus colaboradores. As relações éticas são mais importantes que 
relações hierárquicas, a saúde humana é mais importante que a saúde 
financeira. 
29 
 
A empresa verde se preocupa também com a responsabilidade social. As 
grandes desigualdades sociais produzidas pelo capitalismo causam muito 
sofrimento, violência, precariedade e mortes. Os problemas originados nessas 
desigualdades são uma preocupação para a empresa que tem responsabilidade 
social. Essa empresa vai ter entre seus objetivos melhorar as condições de vida 
na comunidade em que está inserida, em conservar a saúde e o bem-estar de 
seus funcionários e de colaborar com projetos sociais de redução da 
desigualdade social. Além de se comprometer com os ideais de educação, 
inclusão e respeito à diversidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
CAPÍTULO 11 – TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA 
SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL 
 
 
Este documento, foi elaborado por educadores ambientais, jovens e ativistas da 
proteção do meio ambiente, oriundos de vários países do mundo. Atualmente, 
ele é referência para esse tipo de educação, funcionando como norte para 
políticas educacionais ambientais de vários países, incluindo o Brasil. Não se 
trata, porém, de um documento engessado. Tem flexibilidade para estar sempre 
em construção, sendo atualizado e enriquecido sempre que necessário. 
 
Segundo os criadores do tratado, a educação ambiental é um processo 
permanente de aprendizagem, baseado no respeito e na equidade. Ela se funda 
em valores e ações que transformem a condição humana social e preservem 
nosso ambiente natural, construindo sociedades mais justas, responsáveis e 
ativas na proteção do planeta. Alcançar um equilíbrio entre demandas sociais, 
econômicas, culturais e a preservação da natureza requer comprometimento e 
reflexão constantes por parte de todos, do indivíduo ao governo. 
 
As causas primárias de problemas como o aumento da pobreza, da degradação humana 
e ambiental e da violência podem ser identificadas no modelo de civilização dominante, 
que se baseia em superprodução e superprodução e superconsumo para uns e em 
subconsumo e falta de condições para produzir por parte da grande maioria. 
Consideramos que são inerentes à crise a erosão dos valores básicos e a alienação e 
a não-participação da quase totalidade dos indivíduos na construção de seu futuro. 
 
É, portanto, fundamental que as comunidades planejem e implementem seus 
projetos de ação e educação, iniciando sua intervenção de forma local e 
multiplicando conhecimentos e saberes para o global. 
 
• Os Princípios Educacionais do Tratado 
 
Segundo o tratado, a educação é um direito de todos. A Educação Ambiental 
deve ser dada de forma crítica, inovadora, em qualquer tempo ou local, de modo 
formal ou informal. Ela é individual e coletiva, micro e macro. “A educação 
ambiental deve tratar as questões globais críticas, suas causas e inter-relações 
em uma perspectiva sistêmica, em seu contexto social e histórico”. Assim, o 
tratado traz os seguintes princípios: 
 
1. A educação ambiental deve facilitar a cooperação mútua e 
equitativa nos processos de decisão, em todos os níveis e etapas. 
 
2. A educação ambiental deve recuperar, reconhecer, respeitar, 
refletir e utilizar a história indígena e culturas locais, assim como 
promover a diversidade cultural, linguística e ecológica. Isto implica 
uma visão da história dos povos nativos par modificar os enfoques 
etnocêntricos, além de estimular a educação bilíngue. 
 
3. A educação ambiental deve ajudar a desenvolver uma consciência 
ética sobre todas as formas de vida com as quais compartilhamos 
31 
 
este planeta, respeitar seus ciclos vitais e impor limites à 
exploração dessas formas de vida pelos seres humanos. 
 
Sobre a população indígena e outras minorias étnicas dos países abrangidos 
pelo tratado, é importante frisar que o mesmo ressalta a autonomia desses 
grupos para criar, aplicar e manter as políticas e projetos educacionais dentro de 
seus territórios. 
 
• Plano de Ação 
 
Quanto ao plano de ação proposto para as organizações que assinaram o 
acordo, resumiremos abaixo as principais diretrizes que essas organizações se 
comprometem a implementar: 
 
 Transformar as declarações deste Tratado em documentos a serem 
utilizados na rede formal de ensino e em programas educativos dos 
movimentos sociais e suas organizações; 
 Realizar estudos e pesquisas sobre Meio Ambiente, dentro do próprio 
território, analisar, comparar e refletir sobre os resultados, atualizando as 
legislações e ações de acordo com os resultados destes estudos e 
pesquisas; 
 Incentivar a produção de conhecimentos, políticas, metodologias e 
práticas de educação ambiental em todos os espaços de educação 
formal, informal e não-formal, para todas as faixas etárias; 
 Promover e apoiar a capacitação de recursos humanos para preservar, 
conservar e gerenciar o ambiente, como parte do exercício da cidadania 
local e planetária; 
 Aperfeiçoar a comunicação entre todos os setores da sociedade sobre 
dados do meio ambiente, facilitando o acesso às informações, científicas 
e atualizadas, sobre a situação do planeta e do meio em que vive; 
 Tratar a natureza como patrimônio a ser protegido e preservado; 
 Promover a corresponsabilidade dos gêneros feminino e masculino sobre 
a produção, reprodução e manutenção da vida; 
 Estimular e apoiar a criação e o fortalecimento de associações de 
produtores e consumidores e de redes de comercialização 
ecologicamente responsáveis; 
 Criar e gerir de modo responsável orçamento próprio para o cuidado com 
o meio ambiente; 
 Promover relações de parceria e cooperação entre as ONGs e 
movimentos sociais com as agências da ONU (UNESCO, PNUMA, FAO, 
entre outras), em nível nacional, regional e internacional, a fim de 
estabelecer em conjunto as prioridades de ação para a educação e meio 
ambiente e desenvolvimento; 
 Estimular transmissões de programas gerados por comunidades locais; 
 Refletir sobre, estudar e incentivar o consumo consciente; 
 Atuar para erradicar o racismo, o sexismo e outros preconceitos; e 
contribuir para um processo de reconhecimento da diversidade cultural, 
dos direitos territoriais e da autodeterminação dos povos; 
32 
 
 Estabelecer critérios para a aprovação de projetos de educação para 
sociedades sustentáveis, discutindo prioridades sociais junto às agências 
financiadoras. 
 
Sobre os Sistemas de Coordenação, Monitoramento e Avaliação, o documento 
afirma que todos os assinantes do tratado devem: 
 
1. Difundir e promover em todos os países o Tratado de Educação Ambiental para 
Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, através de campanhas individuais 
e coletivas promovidas por ONGs, movimentos sociais e outros. 
2. Estimular e criar organizações, grupos de ONGs e movimentos sociais para implantar, 
implementar, acompanhar e avaliar os elementos deste Tratado. 
3. Produzir materiais de divulgação deste Tratado e de seus desdobramentos em ações 
educativas, sob a forma de textos, cartilhas, cursos, pesquisas, eventos culturais, 
programas na mídia, feiras de criatividade popular, correio eletrônico e outros. 
4. Estabelecer um grupo de coordenação internacional para dar continuidade às 
propostas deste Tratado. 
5. Estimular, criar e desenvolver redes de educadores ambientais. 
6. Garantir a realização, nos próximos três anos, do 1º Encontro Planetário de Educação 
Ambiental para Sociedades Sustentáveis. 
7. Coordenar ações de apoio aos movimentos sociais em defesa da melhoria da 
qualidade de vida, exercendo assim uma efetiva solidariedade internacional. 
8. Estimular articulações de ONGs e movimentos sociais para reversuas estratégias e 
seus programas relativos ao meio ambiente e educação. 
 
Concluindo, o tratado foi dirigido a várias organizações mundiais, como as 
organizações dos movimentos sociais (ecologistas, mulheres, jovens, grupos 
étnicos, artistas, agricultores, sindicalistas, associações de bairro e outros), as 
ONGs (Organizações Não-Governamentais), educadores, comunicadores, 
pesquisadores, instituições científicas, grupos religiosos, comunidades, 
empresários, entre outros. Todos devem reservar recursos humanos e 
financeiros para seguir as diretrizes do tratado e reivindicar do governo apoio 
financeiro e social. 
 
O documento pode ser acessado na íntegra no Portal do MEC, disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/tratado.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoambiental/tratado.pdf
33 
 
CAPÍTULO 12 – CUIDANDO DO PLANETA TERRA 
 
Desde os anos mais antigos a humanidade se preocupa com princípios básicos 
de subsistência, como alimentação, moradia e segurança. A exploração da 
natureza e de seus recursos foi ganhando força, se expandindo e atualmente se 
tornou uma preocupação pelo modo como isso tem sido feito. Será que o homem 
consegue continuar seu progresso e sua existência sem esgotar os recursos da 
Terra e destruir o meio ambiente? Essa é uma das grandes questões de nosso 
tempo. 
Se continuarmos adotando o sistema capitalista tal qual ele está atualmente a 
resposta é não. A grande demanda por lucro e pela obtenção de riqueza 
suficiente para manter o luxo e o conforto de uma minoria rica, juntamente com 
o consumo compulsivo da classe média irá esgotar os nossos ecossistemas. A 
indústria, máquina que funciona em grandes proporções, exaustivamente e sem 
interrupções não vai somente esgotar os recursos, mas poluir e destruir nosso 
planeta. Para manter aquecida a voraz economia capitalista seria preciso uma 
fonte inesgotável de recursos naturais, o que é impossível. 
 Reduzir, Reciclar, Reutilizar 
Chegamos em um momento da história da humanidade, que ou ela adota um 
modo mais simples e consciente de sobreviver ou irá desaparecer. Pensando 
nisso, muitos governos já começam a se preocupar com essas questões e 
incentivar o setor econômico a basear seus negócios e seus princípios na 
economia verde. A economia verde é quando os negócios não objetivam o lucro 
a qualquer custo, mas prioritariamente a preservação ambiental, a ética e a 
responsabilidade social. A empresa verde vai utilizar energia limpa, produzir 
bens e serviços que não agridam o meio ambiente, ao contrário, muitas se 
preocupam em melhorar as condições do espaço natural. 
Assim, muitas empresas atualmente tem a preocupação em atingir metas 
sustentáveis e éticas e ao mesmo tempo gerar progresso e lucro. As start-ups 
surgiram nesse contexto, sendo uma maneira mais simples e objetiva de iniciar 
um projeto inovador e significativo socialmente e financeiramente, pois exige 
menos burocracia e pode usar as tecnologias limpas com as quais a sociedade 
se preocupa bastante atualmente. 
E não há outra saída para salvarmos o planeta e consequentemente nossas 
vidas a não ser adotar um modo de vida mais sustentável. Tanto que a 
Organização das Nações Unidas reuniu mais de 150 líderes mundiais, em Nova 
Iorque, nos Estados Unidos para adotar uma agenda de desenvolvimento 
sustentável até 2030. Essa agenda tem a preocupação com questões ambientais 
como o uso de energia limpa e sustentável para gerar desenvolvimento e 
progresso. Deter e reverter processos de perdas florestais e de biodiversidade, 
preservando a fauna e a flora, inclusive a aquática e marinha, que têm sofrido 
grandes agressões nas últimas décadas. Veja na imagem abaixo os 17 objetivos 
da agenda: 
34 
 
 
 
O impacto das mudanças climáticas, que têm afetado imensamente a segurança 
dos homens e outros seres vivos precisa ser estudado e reduzido. É preciso 
reduzir o desperdício de alimentos, tornar a produção agrícola mais sustentável 
e ampliar o consumo de água potável, além de melhorar as condições de 
saneamento básico de diversas populações. 
Além dessas condições ambientais, os países precisam se preocupar com as 
condições humanas. Milhares de pessoas vivem abaixo da linha miséria, sem o 
mínimo de condições básicas. Precisamos promover o resgate da dignidade 
humana, através de ações sociais e políticas públicas de educação e geração 
de empregos, moradias adequadas, acesso à saúde e segurança. A lei do 
capitalismo atual é produzir mais, de modo mais rápido, se possível com 
qualidade, de modo mais barato. Para isso os recursos materiais acabam com o 
meio ambiente e os ecossistemas e as leis de trabalho esgotam os humanos. 
A inclusão social e o respeito à diversidade também são temas que devem 
nortear governos e empresas. Um mundo que acolha, integre e dê igualdade de 
oportunidades a todas as pessoas. Se adotarmos essas medidas no cotidiano 
das atividades sociais e econômicas estaremos não só preservando a vida e o 
meio ambiente, mas assegurando a existência das gerações futuras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 
 
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