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Eletrofisiologia cardíaca As células musculares cardíacas são conectadas entre si através de discos intercalares, que incluem junções mecânicas, como a junção aderente e os desmossomos, que impedem a separação das células durante a contração, e conexões elétricas, como as junções do tipo gap, permitindo a propagação do potencial de ação por todo o coração. Atividade elétrica cardíaca O coração possui cronotropismo, ou seja, possui capacidade de gerar seu próprio estímulo elétrico, em virtude do seu marca-passo intrínseco, localizado no nó sinoatrial. Esse marca-passo natural é capaz de sofrer despolarização espontânea e gerar potencias de ação, que são propagados por vias de condução especializadas e contatos célula-célula para todo o coração. Assim, o potencial de ação é iniciado no nó sinoatrial, e propagado, inicialmente, para as células atriais através dos feixes intermodais. Antes de atingir os ventrículos, esse potencial de ação passa pelo nó atrioventricular, responsável por retardar a transmissão da corrente elétrica, possibilitando a contração completa dos átrios e o enchimento dos ventrículos. Após passar pelo nó AV, o feixe His e as fibras de Purkinje conduzem o potencial de ação para todo o ventrículo. Velocidade de condução: Músculo atrial = 1 m/s Nó AV = 0,05 m/s His-Purkinje = 3 m/s Músculo ventricular = 0,5 m/s OBS: o potencial de ação lento é encontrado no nó sinoatrial e no nó atrioventricular, enquanto o potencial de ação rápido é encontrado no músculo cardíaco. Além disso, é importante destacar que o potencial de ação rápido é composto por 5 componentes: · Fase 0 (despolarização) o estímulo elétrico proveniente do nó sinoatrial viabiliza a abertura dos portões, o portão M (extracelular) abre e o portão H (intracelular) fecha, promovendo a entrada de Na+ (potencial do tipo rápido) ou Ca++ (potencial do tipo lento), que resulta em um potencial positivo (-90 mV +20mV); · Fase 1 (repolarização parcial inicial) entrada de cloreto ou perda de potássio, deixando o potencial um pouco menor; · Fase 2 (platô) relativa estabilidade com potencial mantido devido a troca de Na e Ca. · Fase 3 (repolarização final) perda de K+ por correntes rápidas e lentas. · Fase 4 (repouso) potencial de membrana de mantem no seu limiar (-90 mV) até receber um novo estímulo elétrico. No entanto, no potencial de ação lento, não existe fase 1, o platô é menos prolongado e não tão estável e a transição do platô para a repolarização final não é tão nítida. Comparação entre os dois potenciais de ação: OBS: no ECG, a onda P, representa a despolarização atrial, o complexo QRS representa a despolarização ventricular e a onda T representa a repolarização dos ventrículos. Contração do músculo cardíaco O coração depende do Ca++ extracelular para contrair. Assim, um coração isolado continua a bater quando perfundido com uma solução salina fisiológica aquecida a 37°C e oxigenada, contendo Ca++. Entretanto, cessa seu batimento na ausência de Ca++ extracelular. Assim, a elevação da concentração intracelular de cálcio, devido ao seu influxo através dos canais de cálcio do tipo L presente no sarcolema e nos túbulos T, expõe os sítios de ligação da miosina a actina, permitindo a ligação miosina-actina e o deslizamento da actina sob a miosina, possibilitando a contração da musculatura cardíaca.
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