Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gabriela Macedo – Medicina UFSM 109 DERMATOSES ERITEMATOESCAMOSAS Uma doença eritematoescamosa é aquela que aumenta a produção de queratinócitos (ciclo evolutivo acelerado) e acaba por descamar Dermatoses eritematoescamosas o Psoríase o Dermatite seborreica o Pitiriase rósea de Gibert o Parapsoríase o Eritrodermia esfoliativa o Pitiríase rubra pilar PSORÍASE o Doença imuno-mediada crônica relacionada a suscetibilidade genética e fatores ambientais o Ocorrência universal o Caracteriza-se por placas eritematoescamosas simétricas e bem delimitadas o Cotovelos, joelhos, região lobo-sacra e o couro cabeludo → principais acometidos o Epidemiologia • Mais ou menos 2% da população mundial → menor incidência em orientais, africanos e nativos americanos • H1: 1M • 73% doença leve a moderada o Etiopatogenia • Genéticos e ambientais ✓ Ambos os pais: 41% ✓ Um dos pais: 14% ✓ Irmão: 6% • 58% gêmeos monozigóticos • 20% gêmeos dizigóticos • HLA Cw6 • PSORS I, localizado no gene 6p21 • Doença inflamatória, mediada por células T o Fatores desencadeantes • Trauma ✓ Fenômeno de Koebner → desenvolver lesão de psoríase em um lugar do corpo ralado • Infecção ✓ AIDS ✓ Estreptococo • Drogas ✓ Lítio, beta bloqueador, antimalárico e interferon ✓ Retirada de corticoides sistêmicos • Fatores hormonais • Estresse psicológico • Álcool, tabagismo • Obesidade Gabriela Macedo – Medicina UFSM 109 o Tipo 1 → forte fator genético, aparecimento mais cedo o Tipo 2 → menor fator genético, surge mais tarde o Formas clínicas • Psoríase em placa ou vulgar ✓ Maioria dos casos de psoríase → 90% dos casos ✓ Extensão variada ✓ Cotovelos, joelhos, couro cabeludo e região sacra ✓ Prurido eventual ✓ Psoríase invertida → aparece nas áreas de flexura ✓ Lesões invertidas → mais eritema do que escama • Psoríase ungueal ✓ Normalmente acompanha a psoríase vulgar ✓ Pode ser marcador de doença reumatológica → investigar ❖ Artrite psoriática ✓ Bilateralidade e simetria • Psoríase na infância ✓ Inicia na face → principalmente pálpebras • Psoríase em gotas ✓ Segunda forma mais comum ✓ Crianças, adolescentes e adultos ✓ Lesões de 0,5 – 1,5cm ✓ Predomínio no tronco ✓ Precedida por infecção estreptocócica das vias aéreas superiores (ASLO+) ❖ ASLO = Anticorpo antiestreptolisina O ✓ Geralmente resolução espontânea em 2-3 meses → regride e some ✓ Ocasionalmente evolui para psoríase em placas • Psoríase eritrodérmica ✓ Eritema intenso com descamação discreta ✓ Universal → mais de 80% do tegumento comprometido ✓ Em geral, costuma ser secundária, decorrendo de tratamentos inadequados ❖ Corticoides sistêmicos ❖ Corticoides tópicos usados abusivamente ✓ AIDS ✓ Repercussão sistêmica • Psoríase pustulosa ✓ Pústulas estéreis ✓ Apresentação generalizada ✓ Desencadeada por interrupção do corticoide sistêmico, antimaláricos, hipocalcemia ✓ Início súbito, febre, comprometimento geral e leucocitose ✓ Apresentações localizadas • Psoríase artropática (artrite psoríascica) ✓ 5-30% dos doentes de psoríase ✓ Geralmente em doenças mais extensas ✓ 85-90% a doença cutânea precede a articular ✓ Artrite mutilantes Gabriela Macedo – Medicina UFSM 109 ✓ Artrite soronegativa → fator reumatoide negativo ✓ Acometimento ❖ Articular periférico ➢ Mono ou oligoarticular assimétrica ➢ Articulações interfalangianas ➢ Artrite reumatóide-like (simétrica) ❖ Axial ➢ Espondiloartrite/sacroileíte ✓ Dedo em pescoço de cisne • Psoriase palmoplantar ✓ Normalmente não acompanha a psoríase em placas o Doenças associadas • Doença cardiovascular • Doença inflamatória intestinal o Diagnóstico • Clínico • Curetagem metódica de Brocq → caracteriza a placa psoriática, mas não é patognomonica ✓ Sinal da vela → escama branca nacarada (de queratina) que sai no início da raspagem ✓ Sinal da membrana descolante → descola uma membrana transparente depois do sinal da vela ✓ Sinal do orvalho sanguíneo (Sinal de Auspitz) → sangramento puntiforme após o descolamento da membrana • Histopatologia → clássica o Tratamento • Apoio emocional • Informação ✓ Não contagiosa ✓ Benigna ✓ Possibilidade de remissão espontânea ✓ Ampla gama de tratamentos • Não deveria ser mais desagradável, intolerável ou perigoso que a doença • Individualizado ✓ Sexo ✓ Idade ✓ Ocupação ✓ Personalidade ✓ Estado geral de saúde ✓ Inteligência ✓ Dinheiro ✓ Forma clínica ✓ Extensão ✓ Duração ✓ História natural da doença • Os diversos medicamentos atuam bloqueando, em níveis diferentes, a proliferação exagerada dos queratinócitos e a ativação linfocitária que produz muitas e diferentes citocinas pró-inflamatórias • Como medida geral, recomenda-se o uso de óleos ou outros emolientes para ajudar na remoção das escamas • Tratamentos tópicos Gabriela Macedo – Medicina UFSM 109 ✓ Emolientes ✓ Fototerapia → SOL ✓ Corticoides tópicos ✓ Queratolíticos → ácido salicílico ✓ Análogos da vitamina D ❖ Calcitriol = silks ❖ Calcipotriol = daivonex ✓ Imunomoduladores tópicos ❖ Tacrolimus = protopic/tarfic ❖ Pimecrolimus = elidel ✓ Derivados do alcatrão → efeito anti-inflamatório ❖ Coaltar ❖ Goeckerman ❖ Antralina • Tratamentos sistêmicos ✓ PUVA (psoraleno + ultravioleta A – UVA –) ✓ Metotrexato ❖ Droga anti-inflamatória que pode ser usada a longo prazo ✓ Retinoides = acicretina → ação antiproliferativa (leva ao distúrbio da proliferação dos queratinócitos), mas não é anti-inflamatório ✓ Ciclosporina ✓ Biológicos DERMATITE SEBORREICA Dermatose eritroescamosa crônica frequente, recorrente, das áreas seborreicas (couro cabeludo, face, pré- esternal) e, eventualmente, intertriginosas o Não é proporcional a quantidade de sebo produzida o Composição do sebo o 1ª infância e vida adulta o Até 5% da população mundial o Homem > mulher o Fatores predisponentes • Malassezia furfur • Calor, umidade, roupas inadequadas, estresse • Doença neurológica → parkinson • Alcoolismo • AIDS → alta prevalência nos portadores de HIV • Drogas • Obesidade / DM o Manifestações clínicas • Crosta láctea → Escamas aderentes, principalmente no vértice do couro cabeludo de recém-natos (bebês até 6 meses). • Adulto ✓ Couro cabeludo ❖ Caspa (ptiríase capitis) → Eritema, aumento da quantidade e espessura das escamas até um quadro franco de DS Gabriela Macedo – Medicina UFSM 109 ❖ Pseudotinea amiantacea → Uma apresentação muito gordurosa e espessa das escamas que aderem ao pelo. É de ocorrência eventual. ✓ Face ✓ Auricular ✓ Médio torácica ✓ Região pubiana ✓ Axilar • Seboríase → casos limítrofes com a psoríase, especialmente o tipo invertido. o Tratamento • Lactente • Adulto ✓ Couro cabeludo ❖ Shampoos: enxofre, piritionato de zinco, sulfeto de selênio, cetoconazol, alcatrões, ciclopirox olamina ❖ Loções capilares com corticoides com ou sem ácido salicílico ❖ Evitar bonés, lavar e prender o cabelo, dormir com cabelo molhado ❖ Evitar uso excessivo de secador de cabelo ✓ Demais áreas ❖ Sabonete com enxofre + ácido salicílico ❖ Cetoconazol creme ❖ Hidrocortisona creme ❖ Pomada oftálmica com hidrocortisona ❖ Corticoide média potência ❖ Análogos da vitamina D3 ❖ Pimecrolimos/tacrolimos ✓ Tratamento sistêmico ❖ Antifúngicos ❖ Tetraciclina ❖ Prednisona PITIRÍASE RÓSEA DE GILBERT É uma dermatose inflamatória exantemática, autolimitada, associada a uma reativação endógena dos herpes- vírus (HHV)-6 e -7. É subaguda e frequente. Sua ocorrência é maior na primavera e outono! o Manifestação clínica • Medalhão inicial (placa mensageira) → 2 a 8cm de diâmetro • Lesões ovaladas, eritematoescamosas, com bordas ligeiramente elevadas e centro descamativo • Distribuição em pinheiro de natal no dorso • Tronco, podendo atingir pescoço emembros, raramente face, mãos e pés • Segue dermátomos • Não atinge o couro cabeludo • Prurido eventual e discreto Gabriela Macedo – Medicina UFSM 109 • Evolução de 8-12 semanas o Diagnóstico • Clinico • Diferenciar da roséola sinfilítica ✓ VDRL → essencial • Histopatológico o Tratamento • Geralmente não é necessário • Corticoides tópicos • Anti-histamínicos • Emolientes • UVB • Corticoide oral
Compartilhar