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PSORÍASE · Dermatose inflamatória que acomete pele, unhas e articulações, imunomediada (autoimune), de base genética, recorrente, que necessita de fatores desencadeantes para o aparecimento ou piora. · Grande polimorfismo de expressão clínica várias formas de acometimento · É uma enfermidade crônica, frequente e multissistêmica · Está associada ao risco de síndrome metabólica e de doença cardiovascular · Acarreta problemas financeiros para o paciente e familiares e para os serviços de saúde alto custo · Causa sérios prejuízos sociais e psicológicos para o paciente e familiares · O controle adequado da doença promove a reabilitação social do paciente melhora a capacidade de trabalho e diminui o risco de comorbidades. · Incidência: Homens = mulheres (início mais precoce nas mulheres) · Dois picos de maior prevalência, antes dos 30 e após os 50 anos · Em pessoas com história familiar início parece ser mais precoce ETIOPATOGENIA · Agente causal desconhecido · Está associada à predisposição genética - Herança poligênica - Risco 10 vezes maior para familiares de primeiro grau FATORES DESENCADEANTES · Traumas cutâneos (mais comuns): físicos, químicos ou elétricos diretamente sobre a pele podem determinar o aparecimento de lesão em área não comprometida Fenômeno isomórfico de Köebner · Infecções · Drogas: lítio, betabloqueadores, anti maláricos, anti-inflamatórios não hormonais, inibidores da enzima conversora de angiotensina I, antagonistas do receptor de angiotensina II e interferon alfa. · Estresse psíquico/emocional · Álcool · Variações climáticas (pior no frio) principalmente pela baixa incidência de sol · Tabagismo COMORBIDADES ASSOCIADAS · PSIQUIÁTRICAS: depressão / ansiedade · SÍNDROME METABÓLICA: obesidade, doença hepática gordurosa não alcoólica, DM, HAS, dislipidemia. QUADRO CLÍNICO FORMAS CLÍNICAS TRATAMENTO · Placas eritêmato-escamosas · Bordas bem delimitadas · Dimensões variáveis pequenas a grandes · Escamas branco-prateadas, secas e aderidas · SINAL DA VELA descamação, laminação de escamas que lembram a parafina da vela - Ajuda no diagnóstico. Durante a curetagem metódica de Brock, surge o sinal da vela. · SINAL DO ORVALHO SANGRANTE aparecem pontos de sangramento nos locais de curetagem. · Acomete preferencialmente: · Superfícies extensoras dos joelhos acometimento simétrico · Cotovelos · Couro cabeludo · Região lombossacra · Distribuição simétrica · Ungueal unhas 1) PSORÍASE EM PLACAS (VULGAR) · + comum · Placa eritemato escamosa, descamativa, aderentes e secas, com aspecto bem característico de prateada. 2) PSORÍASE GUTATA (ERUPTIVA) · Em geral são numerosas, pouco descamativas e aparecem de modo eruptivo · Placas eritemato escamosas em forma de gotas 3) PSORÍASE PUSTULOSA 3.1 PSORÍASE PUSTULOSA GENERALIZADA (VON ZUMBUSCH) - Inicio abrupto, sintomas sistêmicos (febre, mal-estar, leucocitose, pústulas em ondas com ardência, dor e incomodo). - Pústulas disseminadas com eritema vermelho vivo pelo corpo. 3.2 PUSTULOSE PALMOPLANTAR - numerosas pústulas estéreis que evoluem formando crostas vermelhas escuras, na região palmoplantar 3.3 ACRODERMATITE CONTÍNUA DE HALLOPEAU - formação de pústulas na região acral, nas extremidades e nas unhas. 4) PSORÍASE ERITRODÉRMICA · quase todo o tegumento da pele fica acometido por eritema e descamação. Pode ter desidratação. 5) PSORÍASE INVERTIDA (FLEXURAL) · ao invés de ser nas áreas de extensão, são nas áreas de flexura, como axilas e virilhas. · Tem maceração: formação de massa esbranquiçada e amolecida no centro da lesão 6) PSORÍASE UNGUEAL 7) ARTRITE PSORIÁTICA · Acometimento ungueal, dactilite (dedos em salsinha). Pode desenvolver anquilose, erosões ósseas, osteólise forma mutilante (dedos telescopados) PSORÍASE DE INÍCIO PRECOCE - Frequente dos 16 aos 22 anos antes dos 30 anos, primeiro pico de incidência - Forte associação (85,3%) com determinados marcadores genéticos PSORÍASE DE INÍCIO TARDIO - Idade entre 57 e 60 anos - Apresenta pouca associação com marcadores genéticos (14,7%) - Está associada aos antígenos de histocompatibilidade Cw6, B13, Bw57, DR7 e B27. · Objetivo: períodos prolongados de remissão já que é uma doença crônica · As medicações de uso tópico podem ser usadas isoladamente, em combinação, ou associadas à fototerapia e terapia sistêmica. TÓPICO · Quadros mais leves: isoladamente · Casos mais graves: associada com fototerapia ou com medicações sistémicas · QUERATOLÍTICOS (principalmente a base de ácido salicílico em concentrações mais altas para afinar mais a pele) e umectantes (hidratantes) todo paciente com psoríase deve ser orientado a hidratar bem a pele, hidratante e com banho morno/rápido/sem bucha. · CORTICOSTERÓIDES: muito usado. A potência depende da idade, da localização e da extensão das lesões. Alta potência para o corpo e baixa/média potência para rosto e dobras. · LIQUOR CARBONIS DETERGENS (LCD): é uma diluição do coaltar - pode manipular com excelentes resultados. · VITAMINA D: CALCIPOTRIOL é um análogo sintético da vitamina D3 forma ativa usada. Pode ser usado 2 vezes ao dia em forma de pomada ou gel. Pode induzir uma remissão prolongada. Atua na psoríase tanto inibindo a proliferação de linfócitos quanto aumentando sua diferenciação e altera, assim, a resposta imune da pele SISTÊMICO · Casos mais graves com lesões disseminadas: imunossupressores · MTX (metotrexato): mais usado na forma em placas pela forma de adm e por ter menos efeitos colaterais. Entra no primeiro passo do consenso de tratamento da psoríase. · ACITRETINA: contra indicado em mulheres na idade fértil (risco de malformação fetal). Tem excelente resposta (principalmente em casos de psoríase pustulosa generalizada) · CICLOSPORINA: por tempo limitado · IMUNOBIOLÓGICOS: apenas se não houver resposta, contraindicação ou intolerância a metotrexato, acicretina ou ciclosporina) FOTOTERAPIA · Primeira opção em casos selecionados. · Largamente utilizada na psoríase · Todas as modalidades são indicadas 2 a 3 vezes por semana 20 sessões · Radiação ultravioleta B (UVB) · Radiação ultravioleta A (UVA) associada a agentes fotossensibilizantes (fotoquimioterapia ou puvaterapia) P de psoralênicos (substancias fotosenssibilizantes) e UVA tópicas ou sistêmicas · Indução de efeitos imunomoduladores, inibindo a replicação celular e levando à imunossupressão local e sistêmica excelentes resultados. FORMAS CLÍNICAS DE PSORÍASE PUSTULOSA PSORÍASE PUSTULOSA GENERALIZADA (VON ZUMBUSCH) PUSTULOSE PALMOPLANTAR ACRODERMATITE CONTÍNUA DE HALLOPEAU · Doença clínica rara e potencialmente fatal extremamente debilitante · Tem um início abrupto · Sintomas sistêmicos: febre, mal estar, leucocitose · Apresenta pústulas em ondas que podem seguir umas às outras, com muita ardência, dor pústulas disseminadas por todo o tegumento. · O paciente desenvolve rapidamente um eritema vermelho-vivo pelo corpo todo com ardência aparecem pústulas puntiformes estéreis e amareladas em grupos, que se espalham em algumas horas por todo o corpo · As lesões coalescentes formam “lagos” de pus facilmente removidas · Pode ter onicólise, descolamento das unhas, queda de cabelos (eflúvio telógenos de 2-3 meses após o quadro agudo), descamação da língua. · Patogenia desconhecida. · mais rara incidência baixa · limitada a palma e planta tem numerosas pústulas estéreis, de localização profunda e amarelas, que evoluem formando crostas vermelhas escuras. · Alguns autores consideram como uma psoríase pustulosa localizada, mas outros consideram apenas como uma forma de psoríase, sem ser pustulosa. Mas o tratamento é o mesmo em ambos. · formação de pústulas na região acral, nas extremidades e nas unhas. · Ocorre uma destruição das unhas formando um conjunto de pústulas, destruindo as lâminas e a matriz ungueal. · Após esse quadro agudo, pode evoluir com perda permanente das unhas e com cicatriz. · É uma forma menos comum. FORMAS CLÍNICAS DE PSORÍASE PSORÍASE EM PLACAS (VULGAR) PSORÍASE GUTATA (ERUPTIVA) ·Descamação um pouco mais fina e suave, mas é uma placa eritematodescamativa. · Placa eritematoescamosa bem delimitada eritema e descamação como característico. Seca, aderida a pele, lesão sólida · Sinal da vela descamação, laminação de escamas que lembram a parafina da vela · Em geral são numerosas, pouco descamativas e aparecem de modo eruptivo · Crianças e adultos jovens, sob contexto febril, após infecções estreptocócicas ou virais comuns IVAS, OTITE, AMIGDALITE · É uma forma de psoríase mais em gotas, em que uma lesão é confluente com a outra formando placas. FORMAS CLÍNICAS DE PSORÍASE PSORÍASE ERITRODÉRMICA PSORÍASE INVERTIDA PSORÍASE UNGUEAL · Acometimento de mais de 80% do tegumento com eritema e descamação leve. · Quadro extremamente complicado desidratação (devido perda transcutânea de eletrólitos e calor) · Dependendo das comorbidades e idade é necessário internar. · Ao invés de ser nas áreas de extensão, são nas áreas de flexura, como axilas e virilhas. · Tem maceração: formação de massa esbranquiçada e amolecida no centro da lesão · Tem várias alterações ungueais. · A psoríase ungueal é preditora de psoríase artropática, pois a unha é um prolongamente da articulação, do osso. · Sempre investigar a possibilidade de desenvolver a psoríase artropática, que é um acometimento mais grave das articulações. ARTRITE PSORIÁTICA · Psoríase artropática = artrite psoriásica espondiloartropatias soronegativas (espondilite anquilosantem artrite enteropática, artrite reativa) · Acometimento assimétrico das articulações periféricas dos MMSS, principalmente das interfalangianas distais. · SACROLEÍTE: a forma axial acomete a coluna vertebral · DACTILITE (dedos em salsicha) eritema + edema dos dedos (forma o aspecto em salsicha) · ENTESITE inflamação da inserção dos ligamentos do osso · Sempre pesquisar se há anquilose, erosões ósseas, osteólise é uma forma mutilante com erosões ósseas que pode ter a aparência de dedos telescopados (que lembram um telescópio). · Acometimento ungueal frequentemente associada à psoríase da unhas · Provoca um comprometimento funcional paciente não consegue fazer suas atividades funcionais por causa da lesão nas articulações. · poucos casos. · Em 10 % há o único acometimento da psoríase das articulações, sem outra psoríase visível · Associada aos antígenos do complexo de MHC de classe I. · A artrite reumatoide está associada aos antígenos de MHC de classe II · Incidência é de 5 a 8% · Rara antes dos 20 anos de idade - A UVB BANDA ESTREITA (CHAMADA DE NARROW BAND) é a mais utilizada, pois tem menos efeitos colaterais, menor risco de queimadura. Não há ingestão de medicação associada. - PUVA TÓPICO: maquina portátil que só pega a região. O paciente não precisa entrar na máquina, existe uma - BATH PUVA OU BANHO DE PUVA paciente se banha com o líquido e é ionizado pela radiação ultravioleta - PUVA SISTÊMICO paciente ingere o psoralênico e se submete a ultravioleta sistêmica nas cabines em casos moderados a graves. Idem ao banho de PUVA.
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