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2da aula 2022

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE – FURG
Sistemas Estruturais em Aço e Madeira
Turma : 04305 / A;B
Professor: José Rafael Yépez Aguirre (Chepel) 
Aula 2
B) Velocidade característica do vento para um edifício habitacional e suas
esquadrias, situado na cidade na cidade de Curitiba em terreno plano (dimensões na
Figura).
Dimensões da edificação
Região categoria IV.
S3=1
Fator topográfico, S1
a) terreno plano ou 
fracamente acidentado:
S1 = 1,0;
S2=?? Categoria IV; classe B
Para o caso de edifícios com grande altura é possível dividi-los em várias partes e, a partir
daí, calcular a velocidade característica para estas partes, tomando como altura de referência a
cota superior de cada trecho.
Dados Gerais:
- Divisão da altura em 5 partes
B.1) Velocidade característica para a edificação:
VO = 45m/s (Isopletas de velocidade )
S1 = 1,0 (Terreno plano)
S3 = 1,0 (edifício habitacional - alto fator de
ocupação).
S2 determinado por trechos .(Categoria IV, 
Classe B)
Resultado de VK para cada trecho
VK (m/s)
B2) Caixilhos e elementos de vedação:
Para estes elementos a NBR-6123 recomenda adotar altura topo da edificação:
Vo= 45 m/s
S1= 1,0
S2 = ?? (h = 50 m, classe A)
S3 = 0,88 (elemento de vedação)
S2 = 1,04 (h = 50 m, classe A)
S3 = 0,88 (elemento de vedação)
VK = 45 . 1. 1,04 . 0,88 => VK = 41,18 m/s
F = Cf . q .A 
F: Força
Cf : coeficiente de força
q : pressão dinâmica
A : área de referência 
Cf : características Geométricas
A : área exposta ao vento
q = 0,613.VK
2 
VK – velocidade característica do vento
VK = Vo . S1 . S2 . S3
Vo : velocidade básica do vento
S1 : fator topográfico
S2 : rugosidade, dimensões e altura
S3 : fator estatístico
COMO DETERMINAR AS FORÇAS DEVIDAS AO VENTO 
Pressão Dinâmica do Vento
Teorema de Bernoulli: Apresenta-se , de maneira suscinta, uma recordação do teorema de 
Bernoulli. Para um fluído incompressível e um fluxo em regime permanente pode-se 
dizer que a soma das pressões ·estática, dinâmica e piezométrica é constante . A equação 
1 ilustra este teorema.
P = Pressão estática
V = Velocidade
𝑔 = aceleração da
gravidade 
 = massa específica
do ar
Z = cota do ponto
considerado
1
2
𝜌 𝑉2 + 𝑃 + 𝜌 𝑔 𝑧 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒 (1)
O ponto 2 tem a particularidade da velocidade ser nula e o
denominamos de ponto de estagnação. Define-se, com isto,
o parâmetro q, pressão de obstrução que nada mais é do
que a pressão obtida num dado ponto onde só existe
pressão estática, sendo este ponto particularmente
interessante nas aplicações da engenharia civil.
Assumindo que todos os 
pontos tem a mesma cota z 
então:
Ponto (1) e (2)
𝑃1 +
1
2
𝜌 𝑉1
2 = 𝑃2 +
1
2
𝜌 𝑉2
2 𝑐𝑜𝑚𝑜 𝑉2 = 0 𝑜𝑏𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠
𝑃2 − 𝑃1 =
1
2
𝜌 𝑉1
2 𝑜𝑢 𝑠𝑒𝑗𝑎
∆𝑃 =
1
2
𝜌 𝑉1
2 = 𝑞
Cabe salientar a importância da pressão de
obstrução, pois será utilizada como um padrão para
todos os demais pontos onde deseja-se determinar a
pressão estática total, enfatizando que esta pressão
é perpendicular à superfície da estrutura.
q é a pressão dinâmica do vento
∆𝑃 =
1
2
𝜌 𝑉1
2 = 𝑞 ⇒ 𝑞 =
1
2
𝜌 𝑉𝑘
2
𝜌 = 1,226 𝑁𝑠2𝑚4
𝑞 = 0,613 𝑉𝑘
2 (𝑁𝑚2) 𝑜𝑢
𝑞 = 0,0613 𝑉𝑘
2 (𝑘𝑔𝑓𝑚2)
Coeficiente de Pressão
Coeficiente de Pressão Externa
Para definirmos o coeficiente de pressão externa (Ce ) aplicaremos o teorema de 
Bernoulli entre os pontos 1 (velocidade característica) e o ponto 3, onde existe pressão 
dinâmica.
Portanto:
reescrevendo:
onde P = P3 – P1 , ou seja, a diferença de pressão estática, Como V1=Vk
Reescrevendo:
𝑃1 +
1
2
𝜌 𝑉1
2 = 𝑃3 +
1
2
𝜌 𝑉3
2
𝑃3 − 𝑃1 =
1
2
𝜌 𝑉1
2 −
1
2
𝜌 𝑉3
2
∆P = 
1
2
𝜌 𝑉𝑘
2 1 −
𝑉3
2
𝑉𝑘
2 ⇒ ∆P = 𝑞 1 −
𝑉3
2
𝑉𝑘
2
Define-se Ce como:
A análise da expressão do coeficiente
de pressão externa permite observar
que, se for possível medir a velocidade
no ponto verificado e a velocidade
característica, determina-se este
coeficiente.
Este coeficiente, a ser aplicado a um
ponto da superfície, pode ser obtido,
para as várias formas de edificação,
através de ensaios de protótipos no
túnel de vento.
∆P = 𝑞 1 −
𝑉3
2
𝑉𝑘
2
𝐶𝑒 = 𝑞 1 −
𝑉3
2
𝑉𝑘
2
Ce – valores teóricos
A análise da expressão
teórica de Ce permite intuir
sobre o comportamento da
pressão efetiva do vento
sobre edificações:
 V3 = 0 → Ce = + 1,0
 V3 = Vk → Ce = 0
 V3 > Vk → Ce < 0
 V3 >> Vk → Ce = - ∞
 Ce pode assumir valores entre - ∞ e + 1,0. 
 Na prática Ce pode ter valores negativos, com 
módulo elevado.
𝐶𝑒 = 𝑞 1 −
𝑉3
2
𝑉𝑘
2
Através desta metodologia, a NBR-6123 apresenta uma série de· tipos de edificações com
os respectivos valores de Ce. Cabe agora observar que a força externa para uma dada
superfície será:
Fe = Ce q A 
onde
Fe = força externa
A = área da superfície analisada.
Os valores de Ce, podem ser obtidos ponto a ponto, porém o cálculo seria extremamente
complicado e as normas técnicas recomendam valores médios para as superfícies que
compõem uma edificação.
A Figura esquematiza, respectivamente, os valores dos coeficientes de pressão Ce
observados em ensaios e os valores médios em cada superfície plana para um edifício
com telhado tipo a duas águas.
Distribuição 
Esquemática 
do Ce
Como pode ser observado na Figura acima, a distribuição do Ce apresenta valores elevados
em pequenas regiões das paredes e dos telhados. Se para o dimensionamento de toda a
estrutura os valores médios do Ce, representados no item b), são muito Razoáveis,
permitindo assim facilitar o cálculo, os valores elevados de Ce não podem ser simplesmente
ignorados.
Para efeito de dimensionamento de partes da estrutura (telhas , caixilhos, ou mesmo terças) é
necessário adotar estes altos valores de Ce (a NBR 6123 adota como nome para estes
coeficientes, Cpe médio. A explicação para estes valores está na formação localizada de
vórtices sobre o telhado e paredes
.
• As forças desenvolvida pelo vento sobre uma edificação devem 
ser calculadas separadamente para:
a)Elemento de vedação e suas fixações
Telhas, Vidros, Esquadrias, Painéis de vedação, etc.
b)Partes da estrutura
Telhados, Paredes, etc.
c)A estrutura como um todo
COEFICIENTES DE PRESSÃO, DE FORMA E DE FORÇA
A NBR 6123 permite calcular as forças a partir de coeficientes aerodinâmicos empíricos. Os
coeficientes têm valores definidos para diferentes tipos de estruturas e/ou elementos, obtidos
através de estudos experimentais em túneis de vento:
- Coeficientes de pressão → (item 4.2.1) Cpe ou Ce
Usados para determinação de forças em elementos de vedação e suas fixações;
- Coeficientes de forma → (item 4.2.2) Ce
Usados para determinação de forças em partes da estrutura (telhados, paredes, etc.);
- Coeficientes de força → (item 4.2.3) Ca
Usados para determinação de forças nas estruturas como um todo.
Exemplo: na determinação da força de arrasto e os consequentes momentos de tombamento
e momentos de torção na estrutura.
.
Elemento de vedação e suas fixações
Telhas, Vidros, Esquadrias, Painéis de 
vedação, etc. 
Cpe nos extremos da estrutura e Ce no resto 
Prescrições da NBR 6123/1988 
6 Coeficientes aerodinâmicos para edificações correntes (ver também Anexos E e F)
6.1 Coeficientes de pressão e de forma, externos
6.1.1 Valores dos coeficentes de pressão e de forma, externos, para diversos tipos de
edificações e para direções críticas do vento são dados nas Tabelas 4 a 8 e em Figuras e
Tabelas dos Anexos E e F. Superfícies em que ocorrem variações consideráveis de pressão
foram subdivididas, e coeficientes são dados para cada uma das partes.
6.1.2 Zonas com altas sucções aparecem junto às arestas de paredes e de telhados, e têm sua
localização dependendo do ângulo de incidência do vento. Portanto, estas altas sucções não
aparecem simultaneamente em todas estas zonas, para as quais as tabelas apresentam valores
médios de coeficientes de pressão externa (Cpe médio).
Estes coeficientes devem ser usadossomente para o cálculo das forças do vento nas
respectivas zonas, aplicando- se ao dimensionamento, verificação e ancoragem de elementos
de vedação e da estrutura secundária.
N
o
ta
s:
 a
) 
P
ar
a 
a/
b
 e
n
tr
e 
3
/2
 e
 2
, 
in
te
rp
o
la
r 
li
n
ea
rm
en
te
.
6.1.3 Para o cálculo de elementos de vedação e de suas fixações a peças estruturais, deve ser usado o fator 
S2correspondente à classe A, com o valor de Ce ou Cpe médio aplicável à zona em que se situa o 
respectivo elemento.
Para o cálculo das peças estruturais principais, deve ser usado o fator S2correspondente à classe A, B ou C, 
com o valor de Ce aplicável à zona em que se situa a respectiva peça estrutural.
b/3 ou a/4 (o maior 
dos dois porém <2h
Notas: 
b) Para vento a 0°, nas partes A3 e B3, o 
coeficiente de forma Ce tem os seguintes 
valores:
- para a/b = 1: mesmo valor das partes A2 e B2;
- para a/b ≥ 2: Ce = - 0,2;
- para 1 < a/b < 2: interpolar linearmente.
c) Para cada uma das duas incidências do 
vento (0° ou 90°), o coeficiente de pressão 
médio externo Cpe médio, é aplicado à parte 
de barlavento das paredes paralelas ao vento, 
em uma distância igual a 0,2 b ou h, 
considerando-se o menor destes dois valores.
N
Mar
Categoria I Categoria V
Notas: a) O coeficiente de forma Ce na face inferior 
do beiral é igual ao da parede correspondente.
b) Nas zonas em torno de partes de edificações 
salientes ao telhado (chaminés, reservatórios, torres, 
etc.), deve ser considerado um coeficiente de forma 
Ce= 1,2, até uma distância igual à metade da 
dimensão da diagonal da saliência vista em planta.
c) Na cobertura de lanternins, Cpemédio = - 2,0.
d) Para vento a 0°, nas partes I e J o coeficiente de 
forma Ce tem os seguintes valores:
a/b = 1: mesmo valor das partes F e H; a/b ≥ 2: Ce = -
0,2. Interpolar linearmente para valores intermediários 
de a/b.
Coeficiente de Pressão Interna
O coeficiente de pressão interna está diretamente associado ao fato que as edificações, em sua grande maioria,
têm aberturas onde o vento pode adentrar. A análise do coeficiente de pressão externa, obtido com base no
Teorema de Bernoulli, permite concluir . que este é decorrente principalmente das características aerodinâmicas
da edificação. Com isto fica claro que, externamente, nas paredes e telhados podemos ter sobrepressões e
sucções. O coeficiente de pressão interna será obtido a partir das sobrepressões e sucções externas que irão
atuar nas várias aberturas da edificação. A Figura ilustra os efeitos de aberturas a barlavento e de sotavento e é
evidente que, para o primeiro caso, tem-se sobrepressões internas e para o segundo sucções internas.
Com base nas duas figuras anteriores, fica evidente que o coeficiente de pressão interna será obtido em
função das dimensões, localização das aberturas e da direção do vento. As condições de abertura, ou seja, a
permeabilidade de cada face da edificação é que permitirá obter os valores do coeficiente de pressão interna.
NBR 6123
6.2 Coeficientes de pressão interna
6.2.1 Se a edificação for totalmente impermeável ao ar, a pressão no seu interior será invariável no tempo e
independente da velocidade da corrente de ar externa. Porém, usualmente as paredes e/ou a cobertura de
edificações consideradas como fechadas, em condições normais de serviço ou como consequência de
acidentes, permitem a passagem do ar, modificando-se as condições ideais supostas nos ensaios. Enquanto a
permeabilidade não ultrapassar os limites indicados em 6.2.3, pode ser admitido que a pressão externa não é
modificada pela permeabilidade, devendo a pressão interna ser calculada de acordo com as especificações
dadas a seguir.
6.2.3 O índice de permeabilidade de uma parte da edificação é definido pela relação entre a área das aberturas
e a área total desta parte. Este índice deve ser determinado com toda a precisão possível. Como indicação
geral, o índice de permeabilidade típico de uma edificação para moradia ou escritório, com todas as janelas e
portas fehadas, está compreendido entre 0,01% e 0,05%. Para aplicação dos itens de 6.2, excetuando-se o caso
de abertura dominante, o índice de permeabilidade de nenhuma parede ou água de cobertura pode ultrapassar
30%. A determinação deste índice deve ser feita com prudência, tendo em vista que alterações na
permeabilidade, durante a vida útil da edificação, podem conduzir a valores mais nocivos de carregamento.
6.2.2 Para os fins desta Norma, são considerados impermeáveis os seguintes
elementos construtivos e vedações: lajes e cortinas de concreto armado ou protendido;
paredes de alvenaria, de pedra, de tijolos, de blocos de concreto e afins, sem portas,
janelas ou quaisquer outras aberturas. Os demais elementos construtivos e vedações
são considerados permeáveis. A permeabilidade deve-se à presença de aberturas, tais
como juntas entre painéis de vedação e entre telhas, frestas em portas e janelas,
ventilações em telhas e telhados, vãos abertos de portas e janelas, chaminés,
lanternins, etc.
6.2.4 Para os fins desta Norma, a abertura dominante é uma abertura cuja área é igual ou
superior à área total das outras aberturas que constituem a permeabilidade considerada
sobre toda a superfície externa da edificação (incluindo a cobertura, se houver forro
permeável ao ar ou na ausência de forro). Esta abertura dominante pode ocorrer por
acidente, como a ruptura de vidros fixos causada pela pressão do vento (sobrepressão ou
sucção), por objetos lançados pelo vento ou por outras causas.
6.2.5 Para edificações com paredes internas
permeáveis, a pressão interna pode ser
considerada uniforme. Neste caso, devem ser
adotados os seguintes valores para o
coeficiente de pressão interna cpi:
a) duas faces opostas igualmente permeáveis;
as outras faces impermeáveis:
- vento perpendicular a uma face permeável:
cpi = + 0,2;
- vento perpendicular a uma face
impermeável:
cpi = - 0,3;
 Elementos impermeáveis – lajes e 
cortinas de concreto armado ou 
protendido, paredes de alvenaria, de 
pedra, de tijolos, de blocos de concreto 
e afins, sem portas, janelas ou quaisquer 
outras aberturas;
 Elementos permeáveis – todos os 
demais elementos.
6.2.5 a) duas faces opostas igualmente permeáveis; as outras faces impermeáveis:
6.2.5 b) quatro faces igualmente permeáveis: Cpi = - 0,3 ou 0 (considerar o valor 
mais nocivo);
Cpi= - 0,3 ou 0 
Cpi= - 0,3 ou 0 
6.2.5 c) abertura dominante em uma face; as outras faces de igual permeabilidade:
c.1: abertura dominante na face de barlavento.
Proporção entre a área de todas as aberturas na
face de barlavento e a área total das aberturas em
todas as faces (paredes e cobertura, nas condições
de 6.2.4) submetidas a sucções externas:
1 ........................................... Cpi = + 0,1
1,5 ........................................ Cpi = + 0,3
2 ........................................... Cpi = + 0,5
3 ........................................... Cpi = + 0,6
6 ou mais ............................. Cpi = + 0,8
Dominante Abertura AA APAD 
 A NBR 6123 define a abertura dominante como aquela cuja área (AAD) é igual ou superior à área total das 
outras aberturas (AAP) que constituem a permeabilidade considerada sobre toda a superfície externa da 
edificação (incluindo cobertura, se houver forro permeável ao ar ou na ausência de forro);
 Esta abertura dominante pode ocorrer por acidente, como a ruptura de vidros fixos causada pela pressão do 
vento (sobrepressão ou sucção), por objetos lançados pelo vento ou por outras causas. 
6.2.5 c.2: abertura dominante na face de sota-vento. Adotar o valor do coeficiente de 
forma externo, Ce, correspondente a esta face (ver Tabela 4).
b/3 ou a/4 (o maior 
dos dois porém <2h
6.2.5 c.3: abertura dominante em uma face paralela ao vento, não situada em zona de alta 
sucção externa. Adotar o valor do coeficiente de forma externo, Ce, correspondente ao local 
da abertura nesta face (ver Tabela 4).b/3 ou a/4 (o maior dos 
dois porém <2h
6.2.5 c.4: abertura dominante em uma face paralela ao vento, situada em zona de alta 
sucção externa. 
AAD/AAS – proporção entre a área da
abertura dominante (ou área das aberturas
situadas nesta zona) e a área total das
outras aberturas situadas em todas as
faces submetidas a sucções externas.
 6.2.6 Para edificações efetivamente estanques e com janelas fixas que tenham 
uma probabilidade desprezível de serem rompidas por acidente, considerar o mais 
nocivo dos seguintes valores: Cpi = -0,2 ou 0
 6.2.7 Quando não for considerado necessário ou quando não for possível 
determinar com exatidão razoável a relação de permeabilidade definida no item 
6.2.5 (c), deve ser adotado para valor do coeficiente de pressão interna o mesmo 
valor do coeficiente de forma externo, Ce (para incidência do vento de 0º e de 
90º), indicado na NBR 6123, para a zona em que se situa a abertura dominante, 
tanto em paredes como em coberturas;
 Para casos não considerados de 6.2.5 a 6.2.7, o coeficiente de pressão interna 
pode ser determinado de acordo com as indicações contidas no Anexo D.
ANEXO D - Determinação do coeficiente de pressão interna
A vazão de ar por uma pequena abertura de área A é dada por:
Q = K A ρ V (D.1)
Onde:
K = coeficiente de vazão
V = velocidade do ar na abertura:
V = 2 ∆P𝑒 − ∆P𝑖 /ρ (D. 2)
ρ = massa específica do ar, considerada constante (isto é, o ar é considerado incompressível)
Para um número n de aberturas, uma vez estabelecido o equilíbrio, a massa de ar que entra 
na edificação será igual à que sai. Isto é:
Q = 0
Conforme (D.1) e (D.2):
(D.3)
Com boa aproximação, K pode ser considerado constante.
Lembrando que:
Δpe= Cpeq e Δpi= Cpiq a (D.3) fica:
(D.4)
A experiência mostra que a expressão anterior pode ser aplicada a aberturas
maiores (janelas, portas, portões, ventilações, permeabilidade disseminada, etc.),
desde que sejam considerados coeficientes de pressão médios nas periferias das
aberturas. Estes coeficientes médios, que serão designados por C*e e C*i, tanto
podem ser coeficientes de forma (Ce e Ci) como médias dos coeficientes de
pressão, fornecidos nesta Norma ou obtidos em outras fontes.
Com esta generalização a (D.4), fica:
(D.5)
A raiz é considerada positiva para todos os termos que correspondam a aberturas com
entrada de ar (C*e > C*i) e negativa para aberturas com saída de ar (C*e < C*i). Isto é,
a raiz terá o mesmo sinal de C*e - C*i. O cálculo pode ser feito com aproximações
sucessivas, arbitrando-se valores de C*i.
Exemplos:
1º) Determinação de Cpi em um andar 
intermediário de um edifício de 
dimensões a x b x h = 40 x 15 x 60 m. 
As permeabilidades e coeficientes 
médios externos (Ce, Tabela 4) estão 
dados na Figura 19.
b/3 ou a/4 (o maior 
dos dois porém <2h
Pelo sinal do último 
somatório e 
considerando uma 
casa decimal, 
Cpi = + 0,8.
Areas:
A = 40 x 5 x 3% = 6 m2
B = 40 x 5 x 0,3% = 0,6 m2
C1 e D1 = 7,5 x 5 x 0,3% = 0,225 m
2
C2 e D2 = 7,5 x 5 x 0,3% = 0,225 m
2
2º) Determinação de Cpi, em um pavilhão industrial, com as características geométricas e aerodinâmicas 
indicadas na Figura 20. A cobertura é considerada impermeável.
Figura 20
-
Pelo sinal do último
somatório e considerando
uma casa decimal,
Cpi = - 0,1.
3º) O mesmo pavilhão do segundo exemplo, porém com apenas um portão a barlavento.
Pelo sinal do último 
somatório e 
considerando uma 
casa decimal,
Cpi = - 0,5.
1
Força resultante (F)
Com os coeficientes de pressão externa e interna definidos pode-se, então, calcular a
força de vento resultante que atua em uma superfície (F). Segundo Blessmann [1978],
como a força resultante depende diretamente da diferença da pressão nas faces interna e
externa, define-se o coeficiente de pressão (Cp):
Cp= Cpe - Cpi
A partir disso a força resultante é determinada pelo produto entre o coeficiente de pressão 
(Cp), a pressão de obstrução (q) e a área da superfície estudada (A):
F = Cp . q . A
Vale ressaltar a importância e necessidade se obter as condições críticas do Cp para cada 
superfície que compõe a edificação de modo a dimensionar sua estrutura adequadamente 
as situações mais solicitantes. 
É conveniente ressaltar dois aspectos importantes:
a) O coeficiente de pressão para uma dada parte da estrutura advém de 
uma determinada direção que deverá ser a mesma para o cálculo dos 
demais coeficientes;
b) É necessário obter as condições do C crítico para "todos" os elementos
que compõem uma estrutura. Exemplificando, para o caso de uma treliça
de cobertura é necessário analisar os ventos que resultarão em
solicitações máximas quer de sobrepressão quer de sucção.
Exemplo: Determinação do coeficiente de 
pressão para o edifício industrial (dimensões e 
especificação abaixo) , situado na cidade de 
São Carlos em terreno plano, destinado a uma 
indústria com alto fator de ocupação.
1) Características do Edifício:
2) Velocidade característica VK:
VK = S1 . S2 . S3 . Vo
a ) Velocidade Básica: Localidade - São Carlos Vo = 40m/s
b) Fator topográfico S1 : Topografia comum Sl = 1,0
c ) Rugosidade de Terreno S2 :
Categoria IV: Área industrial
"Classe B '.’
Altura da Edificação: 10 m.
S2 = 0,83
d) Fator Estatística S3:
S3 = 1,0
e) Velocidade característica
VK = 40 .1,0 . 0,83 . 1,0 = 33,2m/s
3) Pressão de Obstrução:
q = 0,625 VK
2
q = 688,9 N/m
2
q = 0,69 kN/m
2
4) Coeficiente de Pressão Externa Ce
'-4. 1) Vento a 90°
ℎ
𝑏
=
8
20
= 0,4 
𝑎
𝑏
=
40
20
= 2,0
2h= 16,0 m
20/2=10,0 m
4.2) Vento a 0°
-0,3
-0,3
-0,4
-0,4
4
- Observar que os valores dos coeficientes de Pressão Externa (Ce) destinam-se ao dimensionamento das 
tesouras e dos pilares.
-Caso algum elemento estrutural secundário (Ex: terças) esteja numa zona de alto valor de sucção (Cpe
médio), este elemento deverá ser dimensionado com tais valores.
-No cálculo dos coeficientes externos deve-se procurar os valores máximos de sobrepressão e sucção.
5) Coeficiente de pressão interna:
vamos considerar os casos mais desfavoráveis, aqueles que geram a 
maior sobrepressão e maior sucção interna nas duas direções do vento, na 
hipóteses que as janelas possam fechar e abrir .
5.1 Vento 0 graus:
5.1.1 máxima sobrepressão interna: suponha que o portão esteja aberto e 
todas as janelas fechadas => temos abertura dominante de 16m2 
aberturas laterais 5% de todas as janelas= 8x6x5%=2,4 m2 em cada 
parede lateral: relação abertura dominante/demais aberturas=16/4,8=3,33
6.2.5 c) abertura dominante em uma face; as outras faces de igual permeabilidade:
c.1: abertura dominante na face de barlavento. Proporção entre a área de todas as aberturas na face de barlavento e a área total das aberturas em todas as 
faces (paredes e cobertura, nas condições de 6.2.4) submetidas a sucções externas:
1 ........................................... Cpi = + 0,1
1,5 ........................................ Cpi = + 0,3
2 ........................................... Cpi = + 0,5
3 ........................................... Cpi = + 0,6 
6 ou mais ............................. Cpi = + 0,8
=> Cpi = + 0,6 abertura dominante na face de Barlavento 
5.1.2 Máxima sucção interna
Com a mesma configuração anterior, portão aberto e janelas 
fechadas. Abertura dominante na face de sotavento
Cpi = Ce da face de sotavento Cpi = - 0,3.
Agora com o portão fechado e as janelas que estão na zona de Ce = 
-0,8 então elas ficam como abertura dominante.
6.2.5 c.3: abertura dominante em uma face paralela ao vento,
não situada em zona de alta sucção externa. Adotar o valor 
do coeficiente de forma externo, Ce, correspondente ao local 
da abertura nesta face (ver Tabela 4).
Cpi = Ce => Cpi = - 0,8.
5.2 Vento 90 graus: 
5.2.1 máxima sucção interna: suponha o portão aberto à metadee todas as janelas 
fechadas => temos abertura dominante de 8m2 e aberturas em Sotavento e 
Barlavento 5% de todas as janelas= 8x6x5%=2,4 m2 em cada parede:
6.2.5 c.3: abertura dominante em uma face paralela ao vento, não 
situada em zona de alta sucção externa. Adotar o valor do coeficiente 
de forma externo, Ce, correspondente ao local da abertura nesta face 
(ver Tabela 4).
Cpi = Ce => Cpi = - 0,9.
5.2 Vento 90 graus: 
5.2.2 máxima sobrepressão interna: supor as janelas a Barlavento abertos e o Resto 
fechado( portão e janelas a Sotavento) abertura dominante de 48m2 e aberturas em no 
resto 5% das janelas a Sotavento e do portão (16+8x6)x5%=3,2 m2 : relação abertura 
dominante/demais aberturas=48/3,2=15
6.2.5 c) abertura dominante em uma face; as outras faces de igual permeabilidade:
c.1: abertura dominante na face de barlavento. Proporção entre a área de todas as aberturas na face de barlavento e a área total das aberturas em todas as 
faces (paredes e cobertura, nas condições de 6.2.4) submetidas a sucções externas:
1 ........................................... Cpi = + 0,1
1,5 ........................................ Cpi = + 0,3
2 ........................................... Cpi = + 0,5
3 ........................................... Cpi = + 0,6 
6 ou mais ............................. Cpi = + 0,8
=> Cpi = + 0,8 Abertura dominante na face de Barlavento 
5.5 ) Valores a serem adotados :
Normalmente , para uma estrutura similar a esta, tem-se como objetivo obter valores 
máximos associado ao Cp de sucção e sobrepressão, portanto ;
Coeficiente de pressão interna :
a)Vento a 90° b ) -Vento a 0°
Cpi = + 0,8 Cpi = + 0,6
Cpi = - 0,9 Cpi = - 0,8
6) Coeficiente de Pressão: Cp :
6.1) Sucção no telhado
Vento a 90o
Vento a 0o
0,6
1,41,4
1,4 1,4
0,8
2,0 1,2
1,30,1
6.2) Sobrepressão no telhado
Vento a 0o
Vento a 90o
0,8
0,4
0,6
0,6
0,6
0,6
0,9
0,3 0,5
0,4
1,6

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