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Sistemas de Governo 
 
De acordo com José Afonso da Silva, “são técnicas que 
regem as relações entre o Poder Legislativo e o Poder 
Executivo no exercício das funções governamentais”. 
São divididos em quatro tipos de sistemas: 
1. Parlamentarismo 
2. Presidencialismo 
3. Semipresidencialismo ou Sistema misto 
4. Sistema diretorial 
Parlamentarismo: surgiu na Inglaterra por volta do 
século XIII. Porém, só se tornou significante no século XVII 
quando começou os conflitos entre Rei e Parlamento, 
que resultou em lutas entre esses, culminando com a 
“Petition of Rights”, de 1628, as revoluções de 1648 e 1688 
e o “Bill of Rights”, de 1689. Devido a esses conflitos e o 
descontentamento do povo britânico com a forma de 
governo da “dinastia Stuart”, ocorreu a Revolução 
Gloriosa, de 1688 e 1689, a qual resultou na substituição 
do então governo pelo de Guilherme (William), príncipe 
de Orange, que jurou cumprir a Declaração de Direitos 
(“Bill of Rights”). 
“A partir de 1688 o Parlamento inglês se impõe como a 
maior força política, e altera, inclusive, a linha de sucessão 
com a expulsão do ramo católico dos Stuarts” - afirmou 
Dallari. 
Lentamente, em razão de fatos históricos, o 
parlamentarismo britânico foi ganhando os contornos que 
hoje possui. 
↳ Características centrais: 
• Distinção entre Chefe de Estado e Chefe 
de Governo: cada um é exercido por pessoas 
distintas. O primeiro exerce a função de 
representante do Estado, colocando-se acima das 
disputas políticas, que são sempre cíclicas, atuando, 
muitas vezes, em tempos de crise, como um 
interlocutor entre os Poderes instituídos. “o Rei 
reina, mas não governa”, ex.: rainha Elizabeth II. 
Por sua vez, Chefe de Governo é a figura política 
central no parlamentarismo, pois exerce o Poder 
Executivo. Muitas vezes é indicado pelo Chefe 
de Estado, e seu nome deve ser aprovado pelo 
Parlamento. Por isso, é tido como “um delegado 
do Parlamento, pois ele só pode assumir a chefia 
do governo e permanecer nela com a 
aprovação da maioria parlamentar”. 
• Chefia do governo com responsabilidade 
política: o Chefe de Governo não tem um 
mandato determinado, permanecendo no cargo 
enquanto tiver a maioria parlamentar. A verificação 
dessa maioria é feita a cada eleição parlamentar. 
Outra hipótese que determina a demissão do 
Primeiro-Ministro é o voto de desconfiança, assim 
explicado por Dalmo de Abreu Dallari: “Se um 
parlamentar desaprova, no todo ou num 
importante aspecto particular, a política 
desenvolvida pelo Primeiro-Ministro, propõe um 
voto de desconfiança. Se este for aprovado pela 
maioria parlamentar, isso revela que o Chefe de 
Governo está contrariando a vontade da maioria do 
povo, de quem os parlamentares são 
representantes. Assim sendo, deve demitir-se”. 
• Possibilidade de dissolução do 
parlamento: é possível por parte do Primeiro-
Ministro, normalmente quando este percebe que 
sua maioria parlamentar é tênue e acredita que, 
com novas eleições parlamentares, essa maioria 
será ampliada. 
O parlamentarismo pode ser implantado nas 
duas formas de governo: República ou 
Monarquia, com as devidas adaptações. Assim, 
“como se ajusta à monarquia inglesa, conforma-
se com a república francesa” 
↳ Vantagens e Desvantagens: Já o parlamentarismo 
tem como maior vantagem o fato de o mandato do 
Primeiro-Ministro ser indeterminado. Sendo considerado 
um bom Primeiro Ministro, permanecerá no poder por 
décadas, e, quando desaprovado, não permanecerá no 
cargo. Critica-se o parlamentarismo pelo fato de ter uma 
aproximação muito estreita entre Legislativo e Executivo, 
tornando-se mais moroso que o presidencialismo, além 
de gerar certa instabilidade, já não se tem certeza da 
continuidade das políticas públicas do Executivo, pelo fato 
de este depender sempre da maioria no Parlamento. 
 
 
Presidencialismo: nasceu junto da Constituição 
norte-americana de 1787. Segundo Dalmo de Abreu 
Dallari, “pode-se afirmar com toda a segurança que o 
presidencialismo foi uma criação americana do século 
XVIII, tendo resultado da aplicação das ideias 
democráticas, concentradas na liberdade e na igualdade 
 
dos indivíduos e na soberania popular, conjugadas com o 
espírito pragmático dos criadores do Estado norte-
americano. 
↳ Motivação para criar esse sistema: A péssima 
lembrança que tinham da atuação do monarca, enquanto 
estiveram submetidos à coroa inglesa, mais a influência 
dos autores que se opunham ao absolutismo, 
especialmente de Montesquieu, determinou a criação de 
um sistema que, consagrando a soberania da vontade 
popular, adotava ao mesmo tempo um mecanismo de 
governo que impedia a concentração do poder. O 
sistema presidencial norte-americano aplicou, com o 
máximo rigor possível, o princípio dos freios e 
contrapesos, contido na doutrina da separação dos 
poderes” 
↳ Características centrais: 
• o Presidente da República é Chefe de 
Estado e Chefe de Governo: pois ele 
representa o país internacionalmente e também 
exerce funções autenticamente 
governamentais, ditando o Norte da política 
social, econômica, tributária, de imigração etc. 
• a chefia do Executivo é unipessoal: 
embora tenha um corpo de Ministros e 
secretários auxiliando, a responsabilidade pela 
fixação das diretrizes do Poder Executivo cabe 
exclusivamente ao Presidente da República. Os 
seus assessores (Ministros ou Secretários) são 
nomeados e exonerados livremente pelo 
Presidente, não necessitando da aprovação do 
Poder Legislativo. 
• o Presidente da República é escolhido 
pelo povo: em regra, o Presidente é escolhido 
diretamente pela população. Curiosamente, no 
entanto, no sistema presidencialista norte-
americano, a eleição se dá por Colégio Eleitoral, 
impedindo que, por vezes, o candidato 
presidencial mais votado seja eleito, tendo em 
vista que não elegeu, na maioria dos Estados, o 
número de delegados suficientes para sua 
escolha. 
• o Presidente é escolhido para um 
mandato determinado: de fato, se o 
mandato fosse indeterminado, o sistema seria 
uma espécie de monarquia eletiva. Além disso, 
costuma-se limitar (ou impedir) as reeleições, 
com o intuito de evitar a perpetuação no cargo. 
No período de Franklin Roosevelt, nos EUA, que, 
valendo-se das circunstâncias da guerra, foi eleito 
para um terceiro período consecutivo despertou 
reação e fez com que se aprovasse uma 
emenda constitucional, incorporada à 
Constituição em 27 de fevereiro de 1951, 
estabelecendo o limite máximo de dois períodos 
consecutivos 
• o Presidente da República tem poder 
de veto: inspirados no princípio de “freios e 
contrapesos”, constituintes norte-americanos, 
atribuíram ao Presidente da República a 
possibilidade de vetar os projetos de lei que 
considere inconvenientes ou inconstitucionais. 
• o Presidente pode ser responsabilizado 
politicamente: o Presidente pode ser 
responsabilizado politicamente por seus atos, 
embora de maneira mais traumática que no 
parlamentarismo. No presidencialismo, existe a 
figura do impeachment, pelo qual pode ser 
afastado o Presidente que comete um crime de 
responsabilidade. 
O governo é ‘irresponsável’ e o parlamento 
‘indissolúvel’. Daí o afirmar-se que os poderes são 
poderes separados. De todo o modo, existem 
alguns elementos de ‘contrapeso’: o Presidente 
pode ser destituído através do processo de 
impeachment e o Senado tem de dar o seu 
assentimento à nomeação dos secretários de 
Estado e altos funcionários do Executivo. Por sua 
vez, o Presidente dispõe do direito de veto 
relativamente aos atos legislativos, mas com 
possibilidade de superação do veto político por 
cada uma das câmaras através de deliberação. 
↳ Vantagens e Desvantagens: A vantagem mais 
alardeada do presidencialismo é o fato de o chefe de 
governo ser escolhido diretamente pelo povo e, com a 
força política que possui, poder agir rapidamente para 
atender, por uma série de políticas públicas, ao anseio da 
população queo elegeu. Não obstante, os opositores do 
presidencialismo o chamam de “uma ditadura por prazo 
determinado”. De fato, caso o Presidente da República 
desagrade os anseios da população antes de concluir o 
seu mandato, o presidencialismo não comportaria sua 
responsabilização política, exceto no grave caso do crime 
de responsabilidade (por essa razão, alguns países 
adotam como ferramenta democrática o recall ou 
referendo revogatório) 
 
 
Diferenças entre o parlamentarismo e o 
presidencialismo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Pode-se afirmar que apesar de existir o 
parlamentarismo e o presidencialismo em 
diversos países, não significa que funcionem do 
mesmo modo, ou que apresentem similitudes de 
práticas dinâmicas de funcionamento. 
 
 A Constituição não prevê expressamente que o 
presidencialismo é cláusula pétrea, não estando 
no rol do art. 60, § 4º, da Constituição Federal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enquanto no parlamentarismo há uma grande 
proximidade entre o Legislativo e o Executivo (já que é 
o Parlamento que escolhe o Presidente e a qualquer 
momento pode destituí-lo), no presidencialismo o 
distanciamento é maior, embora haja pontos de 
interseção entre ambos (o Presidente pode fazer 
projetos de lei, pode vetar projetos de lei do Legislativo 
etc.).

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