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Caderno EJA_6 ano CIENCIAS Unidades 3 e 4 Volume 1

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Nesta Unidade, você vai continuar os estudos sobre o solo, com 
a preocupação específica de discutir como a utilização inadequada 
desse recurso pode causar problemas para o meio ambiente e, conse-
quentemente, para os seres vivos.
Para tanto, primeiramente serão apresentados os agentes capazes de 
remodelar o solo – a ação dos fenômenos naturais e a ação humana – e 
será discutido como esses agentes podem agir nesse processo. 
Para iniciar...
Observe a figura a seguir. Nela pode-se ver uma região da Amazô-
nia na qual ocorreu desmatamento.
• Quais são as consequências do desmatamento para a qualidade do 
solo?
• Se o desmatamento é prejudicial para o ambiente, por que ele con-
tinua acontecendo em larga escala? Quais são as principais causas 
do desmatamento? 
3 o Uso inadeqUado 
do solo 
Vista aérea de desmatamento na Floresta Amazônica nas proximidades de Tefé (AM), nov. 2009.
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A falta de planejamento da ação humana e o intemperismo, 
quando combinados, são extremamente prejudiciais à qualidade 
do solo. 
Desde sua origem, o solo tem se modificado constantemente pela 
ação das intempéries. Mais recentemente, o aumento das populações 
e a consequente demanda por moradia, alimentos, bens de consumo, 
entre outros fatores, geraram a diversificação no uso do solo, não 
apenas para produzir alimentos e extrair recursos minerais, mas 
também para a construção de casas, indústrias, estradas ou depó-
sitos de resíduos. Áreas tomadas por florestas, rios e montanhas 
foram destruídas e modificadas pela ação humana. 
Dois fatores que muito contribuem para a geração de problemas 
são o desmatamento e a impermeabilização do solo. Veja agora cada 
um deles.
Desmatamento
Grande parte da superfície terrestre é recoberta por vegetais das 
mais variadas espécies. Árvores, arbustos, pequenas plantas, frutos e 
flores dão tom às paisagens. Além de deixar a paisagem mais colo-
rida, as plantas têm um importante papel na vida dos animais e na 
proteção e ciclagem do solo.
O desenvolvimento das plantas é influenciado principalmente 
pelo clima, pelo relevo e pelo tipo de solo em que se encontram. 
Chamamos de cobertura vegetal os tipos ou as formas de vegetação, 
nativa ou plantada, que recobrem determinada área ou terreno.
A destruição da cobertura vegetal, também chamada desmata-
mento, é um processo que ocorre em todo o planeta como resultado 
do crescimento das atividades produtivas e econômicas em larga 
escala, associadas ao aumento da população humana. Isso coloca em 
risco várias regiões do planeta, principalmente as matas e florestas. 
Alguns motivos para o desmatamento são os seguintes: a retirada 
de madeira para a comercialização ou a produção de carvão vegetal; 
a preparação de terras para a agricultura e pecuária; a instalação de 
indústrias, usinas de geração de energia; a construção de moradias, 
estradas etc.; e a exploração de recursos minerais, principalmente pela 
ação de mineradoras e garimpos.
Geografia
6o ano – Unidade 2
Fica a dica
Se necessário, volte 
à Unidade 2 (p. 50) e 
reveja o conceito de 
“ciclagem do solo”.
66
Ciências – Unidade 3
Falta legenda
Obs.: Modificações antrópicas são aquelas mudanças no meio natural causadas por ações humanas.
Fonte: THÉRY, Hervé; MELLO, Neli Aparecida de. Atlas do Brasil: disparidades e dinâmicas do território. São Paulo: Edusp, 2005. p. 87. 
Mapa de base com generalização cartográfica. Algumas feições do território nacional não estão representadas. 
Ecossistemas
As modi�cações antrópicas
0 500 km
© HT-2003 MGM-LibergéoFonte: IBGE, Atlas Nacional do Brasil 2000.
Cerrados
Amazônia
Zonas antropizadas
Entre 1960 e 1997
Até 1960
Caatinga
Meio-Norte
Pantanal
Costas e �oresta atlântica
Floresta semicaducifólia
Pinheiros
Extremo Sul
Equador
Trópico de Capricórnio
60º W 40º W
60º W 40º W
(transformadas pelo homem)
As modificações antrópicas
Vai acabar? 
De acordo com o WWF (Fundo Mundial para a Natureza, traduzido do inglês World Wildlife Fund ), os dados 
obtidos por satélites mostram que nos últimos 500 anos quase metade de toda área de vegetação natural no 
mundo foi desmatada, o que gerou: genocídio de nações indígenas (matança injustificada de um número elevado 
de pessoas da mesma etnia), degradação do solo, aceleração de processos de desertificação, erosão, mudanças 
climáticas e diminuição da biodiversidade. No Brasil, a primeira floresta a ser desmatada foi a Mata Atlântica, da 
qual restam menos de 8% de sua área original. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, 61% do nosso País 
era coberto por matas e florestas. Desde essa época, o território brasileiro começou a ser desmatado. A extensão 
das florestas brasileiras corresponde atualmente a menos de 30% da superfície do País, ou seja, mais da metade 
foi devastada. Será que um dia as florestas não vão mais existir? 
Ciências – Unidade 3
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A maior parte da Mata Atlântica já foi devastada, seja para a 
exploração dos recursos minerais do solo, para a produção de 
madeira e carvão, o plantio e a pecuária ou para a moradia. Observe 
o que ocorreu particularmente no Estado de São Paulo: quase todo ele 
era coberto pela Mata Atlântica e, hoje, pouco sobrou dela. 
Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica, 2008-2010
68
Ciências – Unidade 3
Atividade 1 O desmatamento na Amazônia
1. Com base no gráfico a seguir, em qual Estado da Amazônia Legal 
a taxa de desmatamento foi maior em 2010? 
Fonte: INPE. Projeto Prodes – 
Monitoramento da Floresta 
Amazônica Brasileira por 
satélite. Consolidação da Taxa de 
desmatamento da Amazônia no 
período 2009-2010. Disponível 
em: <http://www.obt.inpe.br/
prodes/Prodes_Taxa2010.pdf>. 
Acesso em: 9 jan. 2012.
2. O gráfico a seguir mostra o ritmo de desmatamento na Amazônia 
nos últimos anos. É possível verificar a variação do desmatamento 
de 1988 a 2010. 
Fonte: INPE. Projeto Prodes – Monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira por satélite. Taxas anuais de desmatamento – 1988-2010. 
Disponível em: <http://www.obt.inpe.br/prodes/prodes_1988_2010.htm>. Acesso em: 9 jan. 2012.
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Área total de desmatamento = 7 000 km².
PA (54%)
RO (6%)
RR (4%)
TO (1%)
AC (4%)
AM (8%)
MA (10%)
MT (12%)
AP (1%)
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5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
30 000
1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994
(a) (b) (b)
1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
(a) Média entre 1977 e 1988.
(b) Média entre 1993 e 1994.
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2010
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Taxa de desmatamento da Amazônia Legal (% km2), 2010
Taxa de desmatamento anual da Amazônia (km2/ano)
Ciências – Unidade 3
69
• Em quais anos a taxa de desmatamento foi maior? E em quais 
anos houve as menores taxas de desmatamento? Então, você di-
ria que o ritmo de desmatamento tem aumentado ou diminuído?
3. Vimos que a Mata Atlântica foi amplamente desmatada ao longo 
dos anos. Discuta com seus colegas se o mesmo poderá acontecer 
com a Floresta Amazônica e o que pode ser feito para preservá-la. 
Anote suas considerações.
Ao destruir a vegetação natural, além de retirar a moradia e a 
fonte de alimentação de inúmeros animais, estamos diminuindo con-
sideravelmente a proteção do solo contra as intempéries. Mais do que 
proteger o solo contra a ação direta do Sol, a copa das árvores pro-
tege o solo da ação direta das chuvas, pois parte da água bate nas 
folhas da vegetação antes de atingir a superfície, diminuindo signi-
ficativamente seu impacto no solo. Além disso, as raízes das plantas 
ajudam a segurar as partículas do solo, mantendo-as firmes mesmo 
enquanto a água escorre pela terra. 
70
Ciências – Unidade 3
Atividade 2 Os diferentes tipos de desmatamento
1. O texto a seguir é um trecho da obra Inocência, escrita pelo 
Visconde de Taunay em 1872 – por isso é que o texto apresenta 
uma linguagem comum para aquela época, mas com alguns termos 
quepodem nos parecer estranhos hoje. Já naquela época, falava-se 
em desmatamento. Leia o trecho abaixo: 
[...]
Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim crescido e resse-
cado pelo ardor do Sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra 
o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma 
faúlha do seu isqueiro. […] A incineração é completa, o calor intenso, e nos ares 
revoltos volitam palhinhas carboretadas, detritos, argueiros e grânulos de carvão 
que redemoinham, sobem, descem e se emaranham nos sorvedouros e adelga-
çadas trombas, caprichosamente formadas pelas aragens, ao embaterem umas 
de encontro às outras. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas 
perspectivas. [...]
TAUNAY, Alfredo d’Escragnole . Inocência. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/
pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2017>. Acesso em: 9 jan. 2012.
a) Que palavras lhe causaram estranhamento? Anote-as a seguir e 
procure seu significado no dicionário. Identifique qual o signi-
ficado adequado de cada uma delas em relação ao texto. Se for 
necessário, divida o trabalho com seus colegas de classe.
b) A qual forma de desmatamento o texto se refere? Grife o trecho 
do texto em que se descreve esse desmatamento.
c) Você já participou ou viu algum desmatamento ser realiza-
do? Vo cê participaria de algum desmatamento? Justifique sua 
resposta.
Ciências – Unidade 3
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As queimadas são feitas para consumir 
a vegetação e formar pastos ou terra 
agriculturável. 
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Tratores com correntes de arraste 
são utilizados para a derrubada 
rápida da mata e preparação do 
terreno para a construção ou a 
exploração de recursos.
A motosserra é um método 
utilizado para a retirada de madeira 
para a comercialização.
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Formas de desmatamento
Existem várias maneiras de desmatar um terreno. Dependendo do 
motivo e do tamanho da área a ser desmatada, o método utilizado 
pode ser diferente.
Queimadas
A queimada é uma prática antiga nas Américas, herdada dos 
povos indígenas, que a realizavam em pequena escala ao longo de 12 
mil anos, com a finalidade de preparar a terra para o cultivo também 
em pequena escala, protegendo a área em seu entorno. A roça era 
preparada abrindo-se clareiras e, depois, realizava-se a queimada con-
trolada, para evitar o excesso de calor e o dano às raízes plantadas. 
No entanto, visando ao aumento da produção agrícola, os por-
tugueses transformaram as queimadas em uma prática utilizada em 
larga escala, o que a tornou prejudicial ao solo e ao ambiente. O calor 
intenso provocado pelas queimadas, por exemplo, mata as plantas e 
os animais, além de eliminar os microrganismos que vivem no solo. 
A fumaça e as substâncias tóxicas liberadas durante as queimadas 
são, também, fatores importantes para o aumento da incidência de 
doenças respiratórias, como bronquite, rinite, asma, tosse, rouquidão, 
faringite, laringite, coriza e alguns tipos de câncer. 
Além disso, a fumaça e os gases provocam outros impactos em 
escala local e global, pois aumentam a concentração de gás carbô-
nico na atmosfera, considerado um dos principais responsáveis pelo 
aquecimento do planeta. No Brasil, por exemplo, as queimadas são 
responsáveis por 70% de todas as emissões de gás carbônico.
72
Ciências – Unidade 3
Atividade 3 Áreas de queimada
Os mapas ao lado mostram os focos de queimada ao 
longo dos anos de 2008 a 2010. Em duplas, analisem os 
mapas e respondam às questões que seguem. 
1. Compare os mapas. Houve redução ou aumento na 
quantidade de queimadas ao longo dos últimos anos 
no Brasil? E no Estado de São Paulo? 
2. Na sua opinião, por que aconteceu essa mudança no 
número de queimadas? 
3. Em qualquer dos três mapas, em que Estados ou re-
giões se concentram os focos de queimada? 
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Fonte: Divisão de Sistemas e Satélites Ambientais 
(INPE). Mantida grafia original.
Ciências – Unidade 3
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Garimpo 
Uma atividade bastante antiga em todo mundo, o garimpo é uma 
forma rudimentar e barata de extrair ouro e pedras preciosas do solo, 
utilizando ferramentas simples. Surgiu no Brasil no século XVII, quando 
se iniciou a extração de ouro em São Paulo e no sul de Minas Gerais, 
espalhando-se depois pelo restante do País.
O garimpo geralmente se faz sem cuidado ou preocupação com o 
meio ambiente, utilizando-se produtos químicos extremamente tóxi-
cos, como o mercúrio, ou devastando-se imensas áreas por escavação 
do solo, com o consequente desmatamento e a retirada da cobertura 
vegetal. 
O garimpo é uma forma de extrair riquezas minerais do solo, com baixo custo financeiro e 
grande impacto ambiental. 
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Garimpo de Serra Pelada.
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Geografia
6o ano – Unidade 2
74
Ciências – Unidade 3
Atividade 4 O garimpo no Brasil
Um dos maiores garimpos que já existiu no Brasil foi o garimpo 
de Serra Pelada. Outro garimpo de grande extensão foi o do Alto 
Maracujá. Realize esta atividade em grupo. 
1. Dividam as tarefas a fim de pesquisar sobre esses garimpos. Utili-
zem mapas, notícias em jornais, em revistas e na internet. Em seu 
caderno, respondam:
a) Em que região esses garimpos estavam localizados?
b) Quando se iniciou sua exploração? 
c) Eles ainda são explorados atualmente ou foram abandonados? 
d) Quais foram os danos causados por esses garimpos em seu 
entorno? 
e) Quantas pessoas já trabalharam neles? 
f) O que elas estavam garimpando em cada caso (ouro, pedras ou 
outra coisa)? 
2. Preparem uma apresentação da pesquisa para a turma.
Efeitos do desmatamento
A imagem a seguir mostra um fenômeno bastante comum no Brasil, 
que ocorre na época das chuvas: um deslizamento.
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Ciências – Unidade 3
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Com o passar do tempo, o calor do Sol e a ação dos 
ventos e das chuvas causa a erosão e enfraquece o solo, 
tornando-o improdutivo. 
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A vegetação protege o solo da ação das intempéries. O desmatamento favorece a erosão, pois retira a 
proteção natural do solo. 
Sem a proteção vegetal, o solo fica exposto 
diretamente aos raios solares, ao vento e às chuvas. 
• Você já ouviu falar recentemente de algum deslizamento de terra 
no Brasil? Quais são as causas dos deslizamentos? O que poderia 
ser feito para minimizá-los? 
A retirada da cobertura vegetal expõe o solo às intempéries. 
Como consequência disso, o solo pode passar por processos destruti-
vos, como erosão, deslizamentos e assoreamento.
Erosão
A erosão é um processo natural, causado pela ação da chuva e dos 
ventos, que retira partes do solo de um local e as carrega para as partes 
mais baixas do relevo. Em solos cobertos por plantas, a erosão é um 
processo bastante lento, dando tempo para que o solo se regenere.
No entanto, quando se retira a cobertura vegetal do solo, deixando-o 
exposto às intempéries, a erosão passa a ocorrer rapidamente, gerando 
vários problemas, como deslizamentos de terra e assoreamentos.
76
Ciências – Unidade 3
Assoreamento
Como consequência da erosão, 
uma parte do solo é levada para 
regiões mais baixas do relevo, nas 
quais se encontram os rios. Assim, 
à medida que o tempo passa, o leito 
dos rios vai sendo preenchido pela 
terra, pela areia ou por pedras erodi-
das. Esse processo recebe o nome de 
assoreamento. Nas grandes cidades, 
esse material erodido se junta ao lixo, 
ao entulho e a outros detritos. Com 
isso, diminui a vazão do rio, provo-
cando enchentes em épocas de grande 
quantidade de chuvas.
O assoreamento pode ser causado naturalmente, 
como resultado da erosão, ou de modo artificial, por 
acúmulo de lixo no leito dos rios.
Atividade 5 Assoreamento: fenômeno natural?
1. Em grandes cidades, é muito comum o assoreamento de rios, 
como o Tietêe o Pinheiros (São Paulo), o Pardo (Ribeirão Pre-
to), o Peixe (Marília) etc. Você diria que o assoreamento desses 
rios ocorre por causa da erosão, do acúmulo de lixo ou ambos? 
Por quê? 
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Ciências – Unidade 3
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2. Além de ações governamentais a fim de retirar terra, lixo e de-
tritos do fundo dos rios, com o uso de máquinas, que ações as 
pessoas podem realizar para minimizar os efeitos destrutivos da 
erosão e do assoreamento? 
3. Reflita sobre suas atitudes no dia a dia e pense se você contribui, 
de alguma forma, para aumentar ou minimizar os efeitos da ero-
são e do assoreamento. Discuta o assunto com seus colegas.
Impermeabilização do solo
O assoreamento dos rios é uma das causas das enchentes nas 
grandes cidades, mas não é a única. Também devem ser considera-
das as seguintes causas: a construção desenfreada de casas e edifí-
cios (que têm jardins cada vez menores ou mesmo sem jardins) e a 
pavimentação, o asfaltamento e o calçamento das ruas, que acabam 
encobrindo o solo e formando uma espécie de capa que impede a 
absorção da água. Esse processo, que acontece principalmente nas 
grandes cidades, é conhecido como impermeabilização do solo. 
Como a água não se infiltra no solo, ocorrem as enxurradas, que 
levam aos rios e aos sistemas de esgoto volumes muito maiores do 
que sua capacidade natural de escoamento, podendo causar trans-
bordamentos e enchentes. Essas enchentes têm consequências drásticas, 
78
Ciências – Unidade 3
Na década de 1970, o debate sobre o meio ambiente to-
mou impulso nos Estados Unidos da América (EUA), a partir do 
questionamento do modo de vida estadunidense, que se baseava 
no consumo desenfreado. 
A poluição do meio ambiente é um problema que diz res-
peito a todos os países e, por essa razão, é considerado um pro-
blema global. Em 1972, realizou-se a Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente Humano, em Estocolmo, capital 
da Suécia. Nela, os países participantes assinaram um primeiro 
acordo para reduzir os impactos da poluição no meio ambiente. 
O Brasil, na época sob ditadura militar, negou-se a assiná-lo.
Acreditava-se que a assinatura desse documento, naquele 
momento, iria barrar o desenvolvimento econômico do País, 
pois as políticas ambientais criariam obstáculos à instalação de 
indústrias. 
A impermeabilização do solo dificulta o escoamento da água, causando inundações.
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que vão desde a destruição de moradias, a morte de muitas pessoas, a 
propagação de doenças até o aumento de preços de produtos agríco-
las, resultante da perda da produção. 
Ciências – Unidade 3
79
Atividade 6 Produtos mais caros: efeito das enchentes?
Nos últimos anos, muitas catástrofes naturais, como deslizamentos 
e enchentes, têm ocorrido no Brasil. Elas tornaram-se corriqueiras em 
nossos noticiários e, além de representar um risco à vida dos brasileiros, 
podem também gerar inflação. 
1. Leia o texto a seguir.
Os deslizamentos de terra e as enchentes que 
tomaram as cidades de Petrópolis, Teresópolis e 
Nova Friburgo desde a noite de terça-feira (11) já 
mostram reflexos nos preços de diversos alimentos 
comercializados no Ceasa-RJ (Centrais de Abasteci-
mento do Estado do Rio de Janeiro). 
De acordo com informações do Ceasa-RJ, os pre-
ços praticados nesta quinta-feira (13) de alguns pro-
dutos dobraram. Em alguns casos, os valores pratica-
mente triplicaram. 
A região serrana fluminense, em que se localiza a 
cidade de Nova Friburgo, é um importante polo de pro-
dução hortícola do Brasil e o maior do Estado do Rio 
de Janeiro. Em relação ao total da produção estadual, 
a região responde por 99% da produção da ervilha, 
99% da beterraba, 96% da couve-flor, 96% do brócolis, 
88% da batata-inglesa, 79% da cenoura, 77% do feijão- 
-de-vagem, 66% da salsa e 28% do tomate, segundo 
levantamento feito pelos pesquisadores Pierre Nicholas 
Grisel e Renato Linhares de Assis. 
Os alimentos exerceram pressão sobre a inflação 
durante todo o ano de 2010 e iniciou janeiro de 2011 
em forte alta. A cenoura – item produzido na região 
serrana – a primeira semana de janeiro ficou 56,79% 
mais caro, e o tomate subiu 42,26%.
O Ceasa-RJ informou que a caixa da alface estava 
sendo vendida por R$ 30, 300% acima dos valores 
praticados há dois dias, quando era vendida a apenas 
R$ 10. [...]
Sérgio Vieira
Tragédia na região serrana já eleva preços de verduras 
e outros alimentos no Rio
Área destruída pelas chuvas é a maior produtora de verduras e hortaliças do Estado
VIEIRA, Sérgio. Tragédia na região serrana já eleva preços de verduras e outros alimentos no Rio. 
R7, 13 jan. 2011. Disponível em: <http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/tragedia-na-regiao-serrana-
ja-eleva-precos-de-verduras-e-outros-alimentos-no-rio-20110113.html>. Acesso em: 9 jan. 2012.
R7 – notíciasRio de Janeiro, 13 de janeiro de 2011
a) De acordo com o texto, quais são as consequências das en-
chentes para o preço das mercadorias em geral? 
80
Ciências – Unidade 3
b) A chuva pode ser considerada uma fonte de inflação (aumento 
de preços)? Por quê?
c) Quais são as causas das enchentes que vêm afetando as gran-
des cidades? 
2. Considerando as causas e as consequências das enchentes, des-
creva no quadro a seguir as atitudes que podem ser tomadas para 
evitar o problema. Detalhe-as. 
O que você pode fazer? O que nós (sociedade) podemos fazer?
O que o poder público 
pode fazer?
Ciências – Unidade 3
81
Você estudou
Nesta Unidade, você conheceu algumas causas e consequên-
cias do uso inadequado do solo, com foco para o desmatamento, 
causado principalmente por queimadas e garimpo. 
As queimadas, além de danificar o solo local, podem ge-
rar problemas em grande escala, pois produzem gás carbônico, 
um dos responsáveis pelo aquecimento global. Já a forma de 
atuação no garimpo pode contaminar os rios e os solos indire-
tamente, gerando graves distúrbios nas populações ribeirinhas.
Essa falta de cuidado com o solo incrementa a erosão e o 
assoreamento natural. Junto com a chuva e a impermeabiliza-
ção do solo, são responsáveis pelas enchentes. 
Pense sobre
Após o que foi estudado nesta Unidade, você diria que há possibi-
lidade de recuperação do meio ambiente, com a ação mais consciente 
e organizada da espécie humana? Ou, ao contrário, estamos fadados à 
extinção? Será que a espécie humana ainda existirá daqui a 200 anos?
82
Ciências – Unidade 3
Nesta Unidade, você vai dar continuidade ao estudo do manejo 
inadequado do solo. Serão abordados agora os principais fatores 
que contribuem para sua poluição e sua contaminação. Identificar 
os principais agentes de poluição – como os agrotóxicos e os metais 
pesados – e saber como esses agentes atuam é muito importante, não 
apenas do ponto de vista teórico, mas também para que você possa 
se posicionar no meio em que vive e prevenir os problemas de saúde 
deles decorrentes.
Também será abordada nesta Unidade uma questão que ganha 
espaço no mundo e preocupa governantes e cidadãos: a geração e o 
destino do lixo produzido em larga escala pela sociedade. 
Finalmente, será discutida a importância das ações governamentais 
– por exemplo, as políticas de saneamento básico – que objetivam 
minimizar a degradação do meio ambiente e evitar a incidência de 
doenças veiculadas pelo solo e pela água.
A poluição do solo
A poluição do solo resulta do descarte inadequado de alguns 
materiais. Ela envolve tanto o lixo doméstico como o descarte de pro-
dutos químicos em locais inadequados e em concentrações maiores do 
que o permitido, o que prejudica os seres humanos e outros organis-
mos vivos que ali vivem. 
Até meados do século XVII, a maior parte do lixo produzido era 
biodegradável, pois era formado basicamente de restos de alimento, 
fezes e demais resíduos orgânicos, e se decompunha rapidamente. 
Com o crescimento das cidades, o surgimento das indústrias e o 
desenvolvimento da tecnologia e de novosmateriais, como combustí-
veis, plásticos, borrachas e ligas metálicas, cada vez mais são produ-
zidos resíduos que se acumulam no meio ambiente e demoram mais a 
ser decompostos. 
4 solo e meio ambienTe
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Atualmente, o lixo despejado no solo em grandes quantidades 
degrada sistematicamente sua qualidade, tornando-o, muitas vezes, 
inabitável. Por isso, é fundamental estar atento a essas questões e 
minimizar a contaminação do solo por resíduos. 
Existem vários elementos causadores desse tipo de poluição 
(metais pesados, agrotóxicos e outros resíduos), como você vai estu-
dar nesta Unidade. 
Atividade 1 Contaminação do solo
A imagem a seguir mostra uma paisagem na qual se pode obser-
var um solo contaminado. 
Faça dupla com um colega e discutam: Que tipo de agente con-
taminante há nesse solo? Quais elementos da figura sustentam essa 
afirmação?
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Ciências – Unidade 4
Atividade 2 Sobre os efeitos dos metais pesados
1. Leia o texto a seguir, que relata um caso que veio comprovar os 
efeitos danosos da contaminação ambiental provocada por metais 
pesados. Depois, responda às questões.
O caso de Minamata
Minamata é uma cidade japonesa que sofreu graves consequências devido à contaminação por mercúrio. 
Centenas de pessoas morreram e milhares tiveram anomalias que acabaram passando para as novas gerações.
Na década de 1930, uma empresa se instalou na região, a Chisso. A empresa, que fabricava acetaldeído 
(usado na produção de material plástico), jogava seus resíduos com mercúrio nos rios, contaminando os pei-
xes. Como a doença leva alguns anos para se desenvolver, somente em 1956 começaram a surgir os primeiros 
casos da doença. Os hospitais recebiam pessoas com os mesmos sintomas: problemas no sistema nervoso e no 
cérebro, causando dormência nos membros, fraquezas musculares, deficiências visuais, dificuldades de fala, 
paralisia e deformidades, levando até mesmo à morte.
No princípio, as autoridades acreditavam que se tratava de uma epidemia, mas os gatos começaram a apre-
sentar doenças com as mesmas semelhanças. Somente dez anos depois, os médicos descobriram a causa: o con-
sumo de peixe contaminado por mercúrio, base da alimentação daquela população. Estima-se que a empresa 
descartou de 200 a 600 toneladas de metilmercúrio na baía da cidade. Depois de várias batalhas judiciais, a 
empresa foi obrigada a indenizar as vítimas, mas o resultado da contaminação se faz sentir até hoje.
O caso de Minamata. Método Allegra. Disponível em: <http://www.cetem.gov.br/
mercurio/semiquanti/por/caso_minamata.htm>. Acesso em: 9 jan. 2012.
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a) Identifique e grife, no primeiro parágrafo, em que cidade do 
Japão ocorreu a contaminação ambiental por um metal pesa-
do. Grife também o nome do metal pesado que provocou os 
danos à saúde dos habitantes.
b) Grife, no segundo parágrafo, como ocorreu a contaminação e 
quais foram os sintomas apresentados pelos moradores conta-
minados.
c) Grife, no terceiro parágrafo, o trecho em que se menciona 
como os médicos descobriram as causas da contaminação e se 
o problema foi resolvido.
Fica a dica
É importante grifar, 
fazer anotações ao lado 
do texto, bem como 
organizar resumos, 
resenhas, fichamentos, 
esquemas... Quando 
usamos essas formas 
de registro, estamos 
estudando.
A leitura é o primeiro 
passo para a organização 
de qualquer um desses 
procedimentos.
Ciências – Unidade 4
85
2. Releia o texto e complete o esquema a seguir.
Contaminação por mercúrio
•	 Uma empresa descarta ___________________________ nos rios.
•	 ________________________ são contaminados por mercúrio. 
•	 Moradores de Minamata adoecem e cientistas acreditam 
que se trata de uma ____________________________.
•	 Em razão do adoecimento dos _______________________, os 
cientistas descobrem se tratar de uma doença causada por 
______________________________________________________.
Fica a dica
Se tiver oportunidade, 
assista ao filme Erin 
Brockovich – uma mulher 
de talento (Erin Brockovich, 
direção de Steven 
Soderbergh, 2000).
Desde a Revolução Industrial no século XVIII, as indústrias 
estão entre os maiores poluidores do planeta. São inúmeros os 
casos de contaminação de rios, lagos, mares e do solo associa-
dos à atuação de empresas. 
No início da Revolução Industrial, acreditava-se que os re-
cursos naturais – a extração de matéria-prima e de insumos para 
a produção – eram infinitos. Hoje, sabe-se que esses recursos se 
esgotam.
Um grande desafio para todas as nações é adotar um tipo de 
desenvolvimento econômico que traga conforto e trabalho, mas 
de forma sustentável, sem destruir o meio ambiente.
Por essa razão, a legislação ambiental tende a ser cada vez 
mais rigorosa, a fim de permitir que as gerações futuras não 
sofram com a ausência de certos recursos naturais importantes 
para a subsistência humana. 
Metais pesados
Para funcionar bem, nosso organismo necessita de alguns metais, 
como o ferro, o zinco, o lítio e o manganês. Esses são exemplos de 
metais pesados necessários para a saúde, pois exercem funções espe-
cíficas no organismo humano. No entanto, há outros metais pesa-
dos, como o mercúrio e o chumbo, que, em razão de sua toxicidade, 
podem provocar doenças graves, entre elas câncer, distúrbios respira-
tórios, cardiovasculares ou cerebrais. 
86
Ciências – Unidade 4
Metais Onde é encontrado Efeitos
Alumínio
Produção de artefato de alumínio, serralheria; 
soldagem de medicamentos (antiácidos) e 
tratamento convencional de água.
Anemia por deficiência de ferro; intoxicação 
crônica.
Arsênio Metalurgia; manufatura de vidros e fundição. Câncer nos seios paranasais (região no interior dos ossos do crânio e da face).
Cádmio Soldas; tabaco; baterias e pilhas. Câncer de pulmões e próstata; lesão nos rins.
Chumbo
Fabricação e reciclagem de baterias de autos; 
indústrias de tintas; pintura em cerâmica; 
soldagem.
Saturnismo (cólicas abdominais, tremores, 
fraqueza muscular, lesão renal e cerebral).
Cobalto Preparo de ferramentas de corte e furadoras. Fibrose pulmonar (endurecimento do pulmão) que pode levar à morte.
Cromo Indústrias de corantes, esmaltes, tintas, ligas com aço e níquel; cromagem de metais. Asma (bronquite); câncer.
Fósforo 
amarelo
Veneno para baratas; rodenticidas (tipos de 
inseticida usado na lavoura) e fogos de artifício.
Náuseas; gastrite; odor de alho; fezes e vômitos 
fosforescentes; dor muscular; torpor; choque; 
coma e até morte.
Mercúrio
Moldes industriais; certas indústrias de 
cloro-soda; garimpo de ouro; lâmpadas 
fluorescentes.
Intoxicação do sistema nervoso central.
Níquel Baterias; aramados; fundição e niquelagem de metais; refinarias. Câncer de pulmão e seios paranasais.
Fumos 
metálicos
Vapores (de cobre, cádmio, ferro, manganês, 
níquel e zinco) da soldagem industrial ou da 
galvanização de metais.
Febre dos fumos metálicos (febre, tosse, 
cansaço e dores musculares) – parecida com 
pneumonia.
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sA poluição do solo por metais pesados 
ocorre, principalmente, devido ao lançamento 
de resíduos industriais sem tratamento no meio 
ambiente, como, por exemplo, o despejo quí-
mico das indústrias metalúrgicas e de tintas. 
O quadro a seguir mostra como as indústrias 
podem poluir o solo com metais pesados. Isso 
ocorre diretamente, pelo despejo de resíduos sóli-
dos no solo, ou indiretamente, pela emissão de 
material particulado na atmosfera (que depois se 
deposita no solo) ou pelo lançamento de resíduos 
líquidos nos rios, que também contaminam o solo.
Guia de Direitos. Projeto NEV-Cidadão. Núcleo de Estudos da Violência. Disponível em: 
<http://www.guiadedireitos.org/index.php?option=com_content&view=article&id=120&Itemid=146>. Acesso em: 9 jan. 2012.
Ciências – Unidade 4
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Contaminação por mercúrio
Por reagir com o ouro e a prata, o mercúrio é amplamente utilizado 
no garimpo. É um metal líquido que, quando misturado à água dos 
rios, reage com o ouro, formandouma mistura chamada amálgama. 
Essa mistura é peneirada e queimada com um maçarico pelos garim-
peiros para extrair o ouro. 
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Quando inalados, os vapores de mercúrio podem causar sérios 
problemas no sistema nervoso, nos rins e nas vias respiratórias. 
Além disso, o mercúrio misturado à água dos rios contamina toda 
a região por eles banhada. O mercúrio se acumula no organismo 
dos seres vivos, causando sérios danos à saúde, como disfunções do 
sistema nervoso central, dormência nos braços e nas pernas, visão 
nebulosa, letargia e irritabilidade, e pode levar à cegueira, à loucura 
e à morte. Pesquisas realizadas por cientistas da Universidade de 
Brasília em amostras sanguíneas e de cabelos de populações ribei-
rinhas do Amazonas constataram que o nível de mercúrio no orga-
nismo de pessoas dessas comunidades é quase cinco vezes maior que 
o considerado normal, mesmo em algumas regiões sem histórico de 
atividade garimpeira.
88
Ciências – Unidade 4
Atividade 3 Contaminação por chumbo
1. Leia o texto a seguir.
BRANDÃO, Gorette. Agência Senado, 4 mar. 2008. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/
noticias/contaminacao-por-chumbo-pode-causar-doencas-severas-e-levar-a-morte.aspx>. 
Acesso em: 9 jan. 2012.
O chumbo integra o grupo de elementos quími-
cos conhecidos como metais pesados, de grande 
força tóxica, que produzem doenças devastadoras e 
mortes em seres vivos. Em humanos, a acumulação 
de chumbo no organismo pode afetar severamente 
as funções cerebrais, sangue, rins, sistema diges-
tivo e reprodutor, inclusive com possibilidade de 
produzir mutações genéticas em descendentes. 
O produto pode se dispersar no solo, água e 
por meio de emissões atmosféricas, normalmente 
em decorrência da disposição de resíduos indus-
triais. A contaminação também pode ocorrer por 
meio do contato direto com produtos que têm 
esse elemento químico em sua composição, em 
limites acima dos toleráveis. Como o chumbo não 
é absorvido pelo organismo, a exposição contínua 
eleva os níveis de acumulação e potencializa o 
risco das lesões. 
Os sintomas clássicos são irritabilidade, cefaleia, 
tremor muscular, alucinações, perda da memória 
e da capacidade de concentração. Esses sintomas 
podem progredir até o delírio, convulsões, parali-
sias e coma. Pesquisas revelam que danos causados 
pelo chumbo podem afetar funções da memória e do 
aprendizado em todos os ciclos da vida. 
Subaé
O caso mais grave de contaminação por 
chumbo no Brasil ocorreu na cidade de Santo 
Amaro (BA), distante 100 quilômetros de Salva-
dor. A população vem sofrendo há 32 anos com 
as consequências da poluição e a contaminação 
pelo chumbo e, ainda, pelo cádmio, outro metal 
pesado. 
O problema foi causado pelas operações de 
uma fábrica que beneficiava minério de chumbo 
no município. Instalada em 1960, a Cobrac dei-
xou de operar em 1993, quando faliu e também 
já estavam parcialmente constatados os danos 
produzidos por suas operações. Cerca de 500 mil 
toneladas de apara de chumbo contaminaram as 
pessoas, as ruas, o rio Subaé e o estuário da baía 
de Todos-os-Santos. 
Natural de Santo Amaro, o cantor e composi-
tor Caetano Veloso abordou a tragédia vivida pelo 
município na canção “Purificar o Subaé”. Na letra, 
Caetano fala do “horror de um progresso vazio” 
que mata mariscos e peixes do rio e dos riscos 
vividos por sua “gente morena”.
Contaminação por chumbo causa doenças severas
AgênciA senAdo – notíciasBrasília, 4 de março de 2008
Gorette Brandão
2. Releia o texto coletivamente. Identifique e grife no texto os sinto-
mas comuns da contaminação por chumbo. 
Ciências – Unidade 4
89
3. Por que o texto faz referência à canção Purificar o Subaé, de Cae-
tano Veloso?
Agrotóxicos 
A crescente demanda por alimentos impõe, cada vez mais, a utili-
zação de produtos químicos artificiais que atuam no aumento da pro-
dutividade agropecuária. Contudo, a médio prazo, os efeitos desses 
recursos nem sempre são favoráveis ao solo e à saúde humana. 
Chamamos de agrotóxicos os produtos químicos usados na agro-
pecuária como defensivos ou suplementos para plantas e animais. Os 
defensivos (herbicidas, pesticidas, bactericidas e vermífugos) atuam 
como uma espécie de vacina contra pragas e doenças. Já os suplemen-
tos (adubos químicos e hormônios) são usados para facilitar e acele-
rar o crescimento de plantas e animais.
No entanto, esses produtos se dissolvem na água e se infiltram no 
solo, levando à eliminação de vários microrganismos que ali vivem, 
alterando a composição e o equilíbrio desse solo. É possível ainda que 
atinjam o lençol freático, contaminando a água de toda uma região. 
Em qualquer dos casos, comprometem o ambiente e podem afetar a 
saúde humana.
Assim como no caso dos peixes contaminados por metais pesa-
dos na cidade de Minamata, no Japão, os agrotóxicos utilizados na 
lavoura ou na pecuária também podem chegar à mesa dos consumi-
dores por meio de alimentos disponíveis no mercado.
Controle biológico de pragas
Chamamos pragas, na agricultura, os seres vivos que ata-
cam a lavoura e diminuem sua produtividade. Elas podem 
ser controladas com a aplicação de agrotóxicos ou com a 
introdução, na plantação, de algum de seus predadores natu-
rais. Por exemplo, as joaninhas se alimentam de pulgões, 
ácaros e cochonilhas, que são três tipos comuns de pragas 
agrícolas. Essa forma natural de eliminar as pragas é deno-
minada controle biológico.
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Ciências – Unidade 4
Atividade 4 Produção de alimentos orgânicos
Além de contaminar o solo e 
os alimentos, os agrotóxicos 
podem contaminar os próprios 
agricultores, caso eles os 
apliquem sem os cuidados 
necessários. A exposição a esses 
produtos sem a devida proteção 
pode ocasionar diversos tipos de 
doença, invalidez e até mesmo 
a morte.
É uma tendência recente tentar diminuir o uso 
de agrotóxicos na agricultura, com a produção de 
alimentos orgânicos, que são cultivados com adu-
bos naturais (terra preta, húmus e esterco), sementes 
resistentes e a utilização de controle biológico de pra-
gas. Nesse caso, a produtividade tende a ser menor.
1. Em sua opinião, o controle biológico de pra-
gas é uma boa alternativa ao uso de agrotóxi-
cos? Justifique sua resposta. 
2. Você costuma consumir alimentos orgânicos? Por quê? Indique 
três razões que facilitam ou aconselham o consumo de alimen-
tos orgânicos e três razões que dificultam esse consumo.
Atualmente, existem grupos que organizam a venda de produ-
tos agrícolas produzidos sem agrotóxicos nas chamadas coopera-
tivas de consumo. Além de preservar o ambiente, essas coope-
rativas se preocupam em verificar se as relações de trabalho são 
justas, ou seja, se os direitos trabalhistas são assegurados aos 
trabalhadores e se a remuneração está coerente com os ganhos 
da cooperativa (comércio justo). Se tiver oportunidade, faça uma 
pesquisa para verificar se há cooperativas desse tipo na sua cidade.
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Ciências – Unidade 4
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Atividade 5 A produção de outros resíduos 
 contaminantes: o que já sabemos?
Existem vários outros setores da economia, além da indústria, que 
também contribuem para deteriorar o solo, produzindo resíduos. Dê 
exemplo de resíduos contaminantes e onde eles podem ser encontrados.
Há outros resíduos sólidos que podem contaminar o solo e que 
são gerados a partir de diferentes atividades. Eles podem ser de vários 
tipos. 
• Resíduos domésticos: que resultam das atividades residenciais. Apro-
ximadamente 60% desses resíduos são matéria orgânica (restos de 
alimentos) e 40% de embalagens (plásticos, latas, vidros, papéis etc.).
• Resíduos comerciais: produzidos pelo setor de serviços em geral 
(escritórios, lojas, bancos etc.). São compostos, principalmente, 
por papel, papelão e plástico. Também há uma parte orgânica, 
produzida por bares e restaurantes. 
• Resíduos públicos: originados dosserviços de limpeza pública ur-
bana, incluem os resíduos de varrição das ruas, limpeza de galerias 
pluviais, córregos, terrenos, praias etc. Sua composição inclui restos 
vegetais e animais diversos, embalagens, restos de cigarro etc.
• Resíduos hospitalares: produzidos em hospitais, farmácias, postos 
de saúde e clínicas veterinárias, são resíduos muito perigosos, pois 
podem trazer diferentes tipos de danos ao ser humano. São com-
postos por seringas, aventais, curativos, remédios, entre outros 
materiais descartados pelos serviços de saúde. 
• Resíduos tecnológicos: atualmente são produzidos em grande 
quantidade. Trata-se, basicamente, de aparelhos ou restos de apa-
relhos eletrônicos, como computadores, celulares, CDs, DVDs, 
impressoras, eletrodomésticos, pilhas e baterias, lâmpadas etc. 
• Entulho: relacionados a restos de obras de construção civil, como 
tijolos, pedaços de cano, fios metálicos, vidros etc. 
• Resíduos nucleares: produzidos nas usinas nucleares, hospitais e clí-
nicas terapêuticas, são produtos radioativos, como restos de com-
bustível nuclear, cápsulas utilizadas para tratamentos médicos etc.
92
Ciências – Unidade 4
Lixo espacial
O lixo espacial é constituído por objetos lançados ao espaço 
que, após se tornarem obsoletos, permanecem em órbita da Terra, 
vagando inutilmente. Sua composição inclui desde luvas e ferramentas 
deixadas no espaço pelos astronautas até pedaços de satélites, naves, 
foguetes, que podem danificar equipamentos necessários à huma-
nidade, como satélites que monitoram mudanças climáticas ou que 
transmitem sinais de comunicação. Assim como acontece com o lixo 
terrestre, a quantidade de lixo espacial só tende a aumentar, uma vez 
que a tecnologia continua a ser um campo em larga expansão e o 
lançamento de satélites e plataformas no espaço é cada vez mais cons-
tante. Muitas vezes, esses objetos caem na Terra e podem atingir o 
solo, representando perigo de acidentes e de contaminação. 
Imagem de lixo espacial em órbita ao redor 
da Terra, divulgada pela Agência Espacial 
Europeia (ESA).
Lixões
Durante muito tempo, o único des-
tino dos resíduos de qualquer origem era 
o depósito a céu aberto, em locais conheci-
dos como lixões. Neles, o lixo fica exposto, 
sem nenhum tratamento ou procedimento 
que evite sequelas ambientais e sociais.
O acúmulo de lixo nesses locais con-
tamina o solo e gera um foco para a pro-
liferação de pragas, como ratos, baratas, 
moscas e outros vetores de doenças. Nos 
lixões, crianças, adolescentes e adultos reco-
lhem restos de alimentos e materiais reci-
cláveis para vender.
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6o ano – Unidade 4
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Ciências – Unidade 4
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Atividade 6 As alternativas de descarte de resíduos
Reflita sobre os diferentes tipos de resíduo e os problemas causa-
dos por seu descarte inadequado. Depois, complete o quadro a seguir 
e dê suas sugestões para o descarte adequado.
Materiais Sugestões
Papel
Plástico
Lata de alumínio
Pilha e bateria
Agulha e seringa
Restos de alimentos
Recipiente de vidro
Preservação do solo
A poluição do solo, e do ambiente em geral, pode e deve ser evi-
tada. Uma das providências necessárias é diminuir a produção de 
lixo. A outra é cuidar bem de seu descarte. 
Redução, reutilização e reciclagem de materiais
Para melhorar a qualidade de vida e preservar o ambiente, a 
primeira alternativa é incorporar novas atitudes e novos hábitos. 
Inicialmente, é preciso modificar nosso comportamento e adotar 
uma postura de consumo responsável. Ao reduzir o consumo de 
bens e produtos ao estritamente necessário, evitam-se desperdícios 
e diminui-se a extração dos recursos naturais utilizados em sua pro-
dução. Além de diminuir o que consumimos, é possível reutilizar 
vários materiais e objetos, em vez de simplesmente descartá-los. 
E, quando não for possível reutilizar um produto, pode-se, ainda, 
tentar reciclá-lo. Reciclar significa transformar objetos e materiais já 
utilizados em novos produtos para o consumo. Cerca de 50% de todo 
material descartado como lixo pode ser recuperado como matéria- 
-prima, ser reciclado e utilizado para fabricar um novo produto. 
Desse modo, é possível diminuir a necessidade de extração de novos 
recursos naturais para a produção de alguns bens. É o que acontece, 
por exemplo, com as latas de alumínio.
94
Ciências – Unidade 4
Atividade 7 Materiais recicláveis
1. Você já deve ter reparado nos locais em que o material reciclável 
é separado, nos recipientes coloridos para descarte, que indicam 
o tipo de material que recebem. Responda:
a) Além de latas de alumínio, que outros materiais você imagina 
que podem ser reciclados? 
b) Todos os materiais podem ser reciclados? Por quê? 
2. Os catadores de materiais recicláveis são pessoas que sobrevivem 
da coleta e da venda de coisas que as pessoas descartam como 
lixo. Como você imagina que são as condições de vida e de tra-
balho dessas pessoas? Compartilhe com seus colegas o que você 
pensa a respeito. 
Coleta seletiva
Para facilitar a reciclagem de materiais, é possível realizar a coleta 
seletiva de resíduos, isto é, separar os resíduos recicláveis por tipo de 
material e realizar seu transporte para locais adequados. Essa separa-
ção pode ser feita pela população; se os recipientes de coleta são ou 
não coloridos, é irrelevante. A maior parte do que jogamos fora não é 
suja, mas se suja depois de misturada com outros resíduos. Ao separar 
os materiais que podem ser reciclados, a quantidade de lixo inutilizável 
a ser coletada e enviada a aterros sanitários é muito menor. Por isso é 
importante realizar a coleta seletiva. Atualmente, procura-se dividir os 
resíduos em apenas dois grandes grupos: secos (material inorgânico, 
que não apodrece ou estraga) e molhados (material orgânico). 
Nem todo lixo é reciclável, mas a maior parte dele sim. Ainda há 
muitas pessoas que desconhecem o fato de a maior parte do lixo ser 
reciclável.
Fica a dica
Assista ao 
documentário Lixo 
extraordinário (direção 
de Lucy Walker, 
codireção de João Jardim 
e Karen Harley, 2010), 
que acompanhou e 
registrou, por dois anos, 
o trabalho do artista 
plástico Vik Muniz. Essa 
é uma boa oportunidade 
de conhecer esses 
trabalhadores, os 
catadores de materiais 
recicláveis. 
Ciências – Unidade 4
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Materiais recicláveis e não recicláveis
PAPEL
Reciclável Não reciclável
•	 caixas	tipo	longa	vida;
•	 papéis	de	escritório,	papelão,	papel- 
-cartão, cartolina, jornais, revistas, livros, 
listas telefônicas e cadernos;
•	 caixas	e	embalagens	de	papel	em	geral.
•	 papel-carbono,	papel-celofane	e	papel	
vegetal;
•	 termo	fax;
•	 papéis	encerados	ou	plastificados;
•	 papel	higiênico	e	lenços	de	papel;
•	 fotografias;
•	 fitas	e	etiquetas	adesivas.
PLÁSTICO
Reciclável Não reciclável
• copos;
• garrafas;
• sacos e sacolas;
• CDs e disquetes;
• embalagens de produtos de limpeza;
• garrafas PET;
• canos e tubos;
• isopor.
• embalagens plásticas metalizadas (como 
as de salgadinhos);
• plásticos termofixos (usados na 
produção de computadores, telefones e 
eletrodomésticos).
METAL
Reciclável Não reciclável
•	 latas	de	alumínio	(refrigerante,	cerveja	e	
suco);
•	 latas	de	produtos	alimentícios	(de	óleo,	
leite em pó e conservas);
•	 tampas	de	garrafas;
•	 embalagens	metálicas	de	alimentos	
congelados.
•	 clipes,	grampos,	tachinhas,	pregos	e	
canos;
•	 esponja	de	aço.
VIDRO
Reciclável Não reciclável
•	 garrafas	de	bebida;
•	 frascos	em	geral;
•	 copos;
•	 potes	de	produtos	alimentícios.
•	 espelhos;
•	 cristais;
•	 vidros	de	automóvel;
•	 lâmpadas;
•	 ampolas	de	medicamentos;
•	 cerâmicas	e	porcelanas;
•	 tubos	de	TV	e	de	computador;
•	 vidros	de	janela.
MINEHIRA, Carlos. Os catadores de materiais recicláveis criticam incineração do lixo. 
Instituto Akatu. Disponível em: <http://www.akatu.org.br/Temas/Residuos/Posts/
Os-catadores-de-materiais-reciclaveis-criticam-incineracao-do-lixo>.Acesso em: 9 jan. 2012.
96
Ciências – Unidade 4
Com a realização da coleta seletiva, boa parte do lixo seco pode 
ser reutilizado na fabricação de novos recipientes. 
Papel, vidro, metal e plástico podem ser reciclados e gerar novos produtos. 
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Já o lixo orgânico poderá ser reutilizado para produzir húmus e 
adubo natural em um processo de compostagem, conforme foi estu-
dado na Unidade 3.
Ciências – Unidade 4
97
Incineração
Quando não é possível reciclar o lixo, pode-se queimá-lo em for-
nos e usinas próprias, nos chamados incineradores. Esse processo 
recebe o nome de incineração e, por meio dele, reduz-se significati-
vamente o volume do lixo. Nesse processo também são eliminados 
os agentes patogênicos (causadores de doenças) presentes, principal-
mente, no lixo hospitalar. 
O Obelisco de Ipanema foi 
edificado com entulho de 
concreto incinerado. 
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Como foi visto anteriormente, 
a compostagem é um processo 
de reciclagem de resíduos orgâ-
nicos domésticos e rurais, que 
somam quase 50% de todo lixo 
produzido. Eles são misturados 
com terra e, em um processo de 
ciclagem, são transformados em 
adubo pela ação dos decomposi-
tores, o que propicia um destino 
útil para os resíduos orgânicos e 
evita sua acumulação em lixões 
ou aterros. Além disso, vale lem-
brar que podem gerar boa fonte 
de renda.
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Os gases liberados durante a incineração pas-
sam por filtros que minimizam a liberação de 
poluentes. Depois de incinerados os resíduos, res-
tam as cinzas, que podem ser encaminhadas para 
aterros sanitários ou mesmo ser recicladas para a 
confecção de borrachas, cerâmicas etc. 
No entanto, além de esse processo consumir 
muita energia, ele provoca a poluição do ar, em 
função dos gases liberados na combustão e das 
partículas não retidas pelos filtros e precipitadores.
Aterros sanitários
O lixo que não pode ser reciclado nem incinerado deve ser depo-
sitado em um local que não ofereça grandes riscos ao ambiente: os 
chamados aterros sanitários. Neles, todos os tipos de resíduo são dis-
postos em camadas alternadas de lixo e terra, evitando assim o mau 
cheiro e a proliferação de animais e pragas. Observe como é este pro-
cesso na figura a seguir.
Ciclo da 
matéria 
orgânica
Restos 
alimentares
Refeição
Pilha de 
compostagem
num recipiente
Corretivo orgânico
Fertilização
Alimentos
98
Ciências – Unidade 4
O solo do aterro é impermeabilizado para evitar a infiltração de 
chorume e a contaminação do lençol freático.
Atividade 8 O lixo na sua cidade
Em grupo, façam uma pesquisa na internet ou realizem entrevistas 
com funcionários da prefeitura da sua cidade. Procurem identificar 
como sua cidade lida com o lixo nela produzido. Existe reciclagem de 
lixo? Seu município possui lixões ou aterros sanitários? Há moradias 
no entorno desses locais? 
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Chorume
Líquido viscoso, escuro 
e de cheiro muito forte e 
desagradável, formado 
durante a decomposição 
do lixo orgânico.
Tambor para 
acúmulo de 
gases 
Camada 
de lixo 
compactado
Elevado 
verde
Área verde 
sobre aterro
Calha para 
escoar 
percolado
Piscinão de 
percolado
Balança para 
caminhões 
de lixo
Administração 
do aterro
1
2
3
4
Impermeabilizante
Terra
Brita
Formação de um aterro sanitário
Ciências – Unidade 4
99
Atividade 9 A importação de lixo
Em julho de 2009, os fiscais do Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foram chama-
dos para verificar uma carga recém-chegada da Inglaterra ao porto 
de Santos. A carga continha aproximadamente 300 toneladas de lixo. 
Nela foram encontrados vários tipos de resíduo, como restos de ali-
mentos, partes de computador e embalagens diversas, entre outros. 
O lixo foi devolvido à Inglaterra, e a empresa responsável, multada.
1. Procure mais informações a respeito consultando o assunto pela 
internet ou em jornais da época.
2. Converse sobre esse fato com os colegas a partir das questões pro-
postas a seguir.
a) Será que a Inglaterra não possui locais para destino e trata-
mento do lixo lá produzido? 
b) Para você, quais foram os motivos que levaram a Inglaterra a 
enviar ao Brasil tantas toneladas de lixo?
c) O que esse fato nos revela?
Solo, saúde e saneamento
Durante muito tempo na história da humanidade, o descarte do 
lixo não foi considerado um problema para a maioria dos povos. 
Lixo, dejetos humanos e de animais eram simplesmente deixados nas 
ruas até que a chuva os levasse para algum rio e, daí, para longe das 
cidades. Mesmo Roma, cidade fundada em 753 a.C., que dispunha de 
serviços de esgoto, não tinha nenhum serviço de limpeza pública até o 
ano 200 d.C. Nesse ano, um decreto imperial criou um tipo de serviço 
sanitário no qual duplas de escravos andavam pela cidade recolhendo 
lixo e levando-o para um local afastado. 
Entretanto, o aumento das populações urbanas e o uso de novos 
materiais e novos produtos passou a atrair uma infinidade de animais, 
parasitas e microrganismos causadores e transmissores de doenças, 
como ratos, baratas, moscas, vermes, bactérias. 
Para minimizar esses problemas e melhorar a qualidade de vida 
da população foi criado o conceito de saneamento básico. As pri-
meiras medidas públicas a fim de manter as cidades limpas datam 
do século XIV. No ano de 1354, na Inglaterra, um decreto real ins-
truía os moradores das cidades a guardar o lixo em casa até que fosse 
levado pelo coletor para um local afastado – maneira semelhante ao 
que ocorre, ainda hoje, em boa parte do mundo. 
100
Ciências – Unidade 4
A importância de coletar o lixo e dar-lhe um des-
tino adequado ganhou força no século XIX, com o 
cientista francês Louis Pasteur (1822-1895). Ele rea-
lizou uma série de experimentos, comprovando que 
as doenças infecciosas são causadas por micróbios, 
que se reproduzem mais facilmente em ambientes em 
que não há higiene. Ele descobriu, portanto, que não 
é a “sujeira” que causa a doença; ela propicia o desen-
volvimento de micróbios causadores de doenças.
Saneamento básico
O saneamento básico é um conjunto de proce-
dimentos adotados em determinada região a fim de 
mantê-la limpa e proporcionar a saúde e o bem-estar 
da comunidade que nela vive. Esses procedimentos 
incluem a coleta e o tratamento do lixo, o tratamento 
e a distribuição de água e a eliminação segura de 
urina e fezes humanas com a canalização e o trata-
mento de esgotos. Um bom saneamento básico pode 
diminuir a mortalidade infantil, aumentar a expecta-
tiva de vida das pessoas e evitar doenças. 
O esgoto a céu aberto é um dos indicadores 
da falta de saneamento básico. Ele aumenta o 
risco de proliferação de doenças. 
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O saneamento básico tem custo elevado, pois exige a constru-
ção de linhas de esgoto, tratamento e distribuição de água, coleta e 
destino adequado do lixo, entre outros. Por isso, ainda que o inves-
timento feito em saneamento básico diminua muito os gastos com a 
saúde, ele ainda não é acessível a boa parte da população mundial, 
entre elas, a do Brasil. 
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 
coletados no censo realizado em 2000, indicam que mais da metade 
da população brasileira não tem acesso a redes de esgoto. 
Atividade 10 Saneamento básico
Analise as condições do entorno de sua casa e de sua escola e 
responda: as áreas nas quais elas se encontram possuem saneamento 
básico? Justifique, identificando quais são os elementos da paisagem 
que você pode utilizar para responder a essa questão. 
Ciências – Unidade 4
101
Atividade 11 Sobre o esgotamento sanitário
Observe o mapa a seguir e responda às seguintes questões. 
Saneamento básico e as 
cidades. O Estado de S.Paulo, 
21 mar. 2009. Original sem 
escala cartográfica e sem 
orientação do norte geográfico.
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Saneamento básico e as cidades
102
Ciências– Unidade 4
1. Quais regiões do Brasil apresentam as melhores condições de es-
gotamento sanitário e quais possuem a pior situação? 
2. Com o auxílio do professor, localize o Estado de São Paulo no mapa.
a) Identifique as condições de esgotamento sanitário desse Esta-
do e compare-as com as do resto do País.
b) Que relações você pode estabelecer entre as condições de es-
gotamento sanitário representadas no mapa, a concentração 
de renda e os processos de urbanização no Brasil?
Saneamento básico e doenças 
Mais do que contaminar o solo, a falta de saneamento básico 
favorece a proliferação de muitos parasitas que causam graves dis-
túrbios de saúde, podendo mesmo levar à morte das pessoas. Daí a 
importância de exigir do poder público a implementação de sanea-
mento básico. Ainda assim, conhecer as principais doenças geradas 
pela falta de saneamento básico pode ajudar você a se proteger e a 
proteger sua comunidade. 
Atividade 12 Doenças transmitidas pelo solo (I)
Converse com os colegas e realizem uma pequena pesquisa, pro-
curando elementos para responder: 
1. Quais são as doenças mais comuns que você conhece relacionadas 
à falta de saneamento básico? 
Ciências – Unidade 4
103
2. Como é possível evitá-las? 
Amarelão
A ancilostomíase, popularmente conhecida como amarelão, é uma 
doença parasitária intestinal provocada por vermes do tipo Necator 
ou Ancylostoma. O verme parasita se fixa na mucosa intestinal e se 
alimenta do sangue das pessoas, causando diarreia moderada e dor 
abdominal. Com isso, a pessoa enfraquece, fica anêmica e com a pele 
amarelada. Daí o nome popular dessa doença ser amarelão.
Os ovos do verme (Ancylostoma ou Necator) são expelidos do corpo pelas fezes. Ao pisar em um solo 
contaminado, as larvas podem entrar por algum ferimento na pele e contaminar uma pessoa. Elas 
entram na circulação e se alojam no intestino, onde passam a viver e se reproduzir. Daí, uma parte 
delas é expelida nas fezes, retomando o ciclo. 
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uí Ciclo da ancilostomíase
Prevenção: é preciso manter o ambiente limpo de fezes humanas e 
de animais e também evitar o contato da pele com a terra, utilizando 
calçados e luvas de proteção. 
104
Ciências – Unidade 4
O bicho-geográfico é um 
verme que produz uma lesão 
que lembra um mapa na pele 
de quem o tiver contraído, e 
causa também muita coceira. 
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Bicho-geográfico
O bicho-geográfico é um verme encontrado em fezes de cães e 
gatos. Os humanos se contaminam ao entrar em contato com elas em 
locais onde os animais domésticos costumam defecar, como grama-
dos, tanques de areia, parques e praias.
Ao pisar ou se sentar num local infectado, as larvas podem pene-
trar nas camadas exteriores da pele e se movimentar, deixando os 
típicos caminhos que dão o nome popular da doença, que causa erup-
ção vermelha com coceira intensa, possibilitando infecção secundária 
por bactérias. Em alguns casos pode chegar aos órgãos internos ou 
aos olhos, causando lesões mais graves. 
Prevenção: evitar andar descalço e orientar as crianças a não brin-
car em locais frequentados por cães e gatos. Evitar levar animais nas 
praias ou deixá-los soltos em parques e jardins, onde haja tanques de 
areia, além de recolher suas fezes. 
Bicho-de-pé
O bicho-de-pé é uma minúscula pulga (Tunga penetrans) que 
vive no solo e na areia à espera de um hospedeiro para se alimentar 
de seu sangue e pôr seus ovos. Ela penetra principalmente na sola 
ou entre os dedos dos pés (daí seu nome popular), mas também 
pode penetrar em qualquer outro local do corpo. Em geral, provoca 
coceira e inchaços dolorosos ao redor de onde penetrou, podendo 
ainda abrir brechas para doenças mais agudas, como o tétano, e até 
causar gangrena.
Ciências – Unidade 4
105
O quadro do pintor Charles Bell, 
de 1809, retrata os espasmos 
musculares de um paciente 
portador de tétano. 
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Prevenção: não andar descalço, tratar os animais domésticos e 
higienizar o ambiente.
Tétano
O tétano é causado por uma bactéria encontrada no solo e objetos 
contaminados por fezes humanas ou de outros animais, como restos 
de vidro, pregos ou latas. A infecção se dá pela entrada dessa bacté-
ria por qualquer tipo de ferimento na pele, como cortes, arranhões e 
mordidas de animais. Os sintomas são dificuldade para abrir a boca, 
irritabilidade, dor de cabeça, febre e espasmos musculares, que podem 
causar a morte por asfixia. Dados do Ministério da Saúde (Secretaria 
de Vigilância em Saúde, 2006) mostram que, no Brasil, mais de mil 
pessoas morrem por ano vítimas de tétano. 
Na infestação por bicho-de-pé, 
surgem bolhas que coçam e 
geralmente têm um ponto 
escuro no meio. 
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Prevenção: tomar vacina antitetânica, evitar andar descalço ou 
manipular objetos sujos. 
106
Ciências – Unidade 4
Atividade 13 Doenças transmitidas pelo solo (II)
1. Comparando os mecanismos de prevenção das doenças estudadas, 
além do saneamento básico, quais cuidados são comuns para pre-
venir todas elas? 
2. Complete o quadro a seguir:
DOENÇA SINTOMAS PREVENÇÃO
AMARELÃO
BICHO-GEOGRÁFICO
BICHO-DE-PÉ
TÉTANO
Ciências – Unidade 4
107
Você estudou
Pense sobre
Dada a importância do saneamento básico para toda a população, 
o que se deve fazer para conquistar esse direito para todos os brasilei-
ros? Além disso, é possível criar sistemas alternativos de saneamento 
básico mais acessíveis? Discuta suas ideias com seus colegas.
Nesta Unidade, você viu que, entre outras coisas, o solo 
pode ser contaminado por metais pesados provenientes da in-
dústria ou dos garimpos e por agrotóxicos utilizados na agrope-
cuária. Estudou também que há outras fontes de contaminação: 
o descarte inadequado do lixo produzido em nossa casa, nos 
hospitais, nos escritórios, nas construtoras etc.
Por fim, pôde discutir que a coleta seletiva de lixo e a re-
ciclagem de materiais, junto à implementação de saneamento 
básico, são ações fundamentais para reduzir e, até mesmo, evitar 
a contaminação do solo e a proliferação de doenças como ama-
relão, bicho-de-pé, bicho-geográfico e tétano.
108
Ciências – Unidade 4

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