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Mini implantes ILAPEO

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Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 1 
Mini-implantes como Ancoragem 
em Ortodontia 
Autores: 
Ana Claudia Moreira Melo 
Isabela Almeida Shimizu 
Marcos André Duarte da Silva 
Augusto Ricardo Andrighetto 
Érika Romanini 
Siddharta U. Silva 
Paola Rebelatto Alcântara 
Ricarda Duarte da Silva 
Roberto Hideo Shimizu 
Curitiba 
2011 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 2 
 
Introdução 
 A movimentação ortodôntica ocorre a partir da aplicação de uma força 
a um elemento dentário por meio de dispositivos ativos, como elásticos, molas, 
dobras nos fios, etc. Quando uma força ortodôntica é aplicada a um dente, ocorre 
um estímulo das células mesenquimais indiferenciadas da membrana periodontal 
que se diferenciam em células osteogênicas e osteoclásticas ativas. Como resultado, 
tanto a membrana periodontal como o osso adjacente, exibem um aumento da 
atividade celular que facilita a movimentação dentária devido à remodelação óssea 
(Melsen, 1997). 
 Entretanto, de acordo com a Terceira Lei de Newton, a toda ação 
corresponde uma reação de igual magnitude e em sentido oposto. Assim, quando 
uma força ortodôntica é aplicada a um dente com o objetivo de movimentá-lo em um 
determinado sentido, os elementos dentários que servem de apoio para a aplicação 
desta força, sofrem uma reação de movimentação com a mesma intensidade, porém 
em sentido oposto, o que em muitos casos representa um efeito colateral potencial 
da mecanoterapia ortodôntica (Roberts-Harry e Sandy, 2004). 
 Esse princípio de biomecânica faz com que um dos fatores mais 
importantes do planejamento do tratamento ortodôntico seja aplicar meios de evitar 
a movimentação indevida de dentes (Gray et al, 1993; Marassi et al, 2004; Myawaki 
et al, 2003; Roberts-Harry e Sandy, 2004; Tondelli, 2003), o que se denomina 
ancoragem, ou seja, a resistência ao movimento dentário indesejado (Geron et al, 
2003). Várias são as possibilidades de obtenção de ancoragem disponíveis na 
Ortodontia, entre elas elementos intrabucais e extrabucais. A inclusão de um maior 
número de dentes na unidade de ancoragem, o uso de aparelhos como o arco 
lingual, o botão de Nance e a barra palatina (Melsen, 1997), além dos aparelhos 
extrabucais (Vasques et al, 2003) estão entre os procedimentos mais 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 3 
 
freqüentemente adotados pelos Ortodontistas para evitar a perda de ancoragem. 
Alternativas são o uso de dentes que apresentam indicação de extração ortodôntica 
(“free anchorage”) e, até mesmo, a utilização de dentes decíduos que sofreram 
anquilose terapêutica como sistema de ancoragem, já que a anquilose representa a 
ausência de membrana periodontal e, conseqüentemente, impossibilita o movimento 
dentário (Sheller e Omnel, 1991). 
 Por outro lado, fatores como a necessidade de cooperação do 
paciente e perdas dentárias múltiplas tornam a obtenção da ancoragem adequada 
muito difícil, se não impossível. Apesar dos aparelhos extrabucais serem 
rotineiramente propostos para o estabelecimento da ancoragem máxima, razões 
estéticas e sociais normalmente interferem com o uso do aparelho e com o 
sucesso do tratamento (Kelles et al, 2003). Com isso, tem havido na Ortodontia 
uma grande demanda por métodos que requeiram mínima cooperação do paciente 
e, ao mesmo tempo, gerem o máximo controle de ancoragem, principalmente nos 
pacientes adultos cada vez mais freqüentes na clínica ortodôntica e que, na 
maioria das vezes, apresentam perdas dentárias (Liou et al, 2004). Assim cada vez 
se torna mais proeminente a expansão da tecnologia de implantes na Ortodontia 
(Liou et al, 2004; Myawaki et al, 2003). 
 
O uso de implantes na Ortodontia 
 A proposta de utilização de implantes como método de ancoragem 
não é recente, já em 1945 Gainsforth e Higley sugeriram a utilização de parafusos 
metálicos e fios no ramo mandibular de cães para obtenção de ancoragem 
ortopédica, mas seus resultados não tiveram sucesso (Roberts et al, 1984). 
Entretanto, somente após a introdução do conceito de osseointegração por 
Brånemark et al, em 1965, provando que sob condições controladas haveria a união 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 4 
 
rígida entre o osso e a superfície do implante e esta poderia ser mantida 
indefinidamente mesmo na presença de forças funcionais associadas com a 
mastigação (Roberts et al, 1984), a possibilidade do uso de implantes 
osseointegrados tornou-se uma realidade na Ortodontia. A osseointegração é 
análoga à situação de um dente anquilosado que pode ser submetido a forças 
ortodônticas sem sofrer movimentação, ou seja, pode servir como unidade de 
ancoragem estável já que a ausência da membrana periodontal não permite as 
alterações celulares que resultariam na movimentação (Roberts-Harry e Sandy, 
2004). 
 Dessa forma, a partir da década de 80 muitos experimentos em 
animais (Gray et al, 1983; Roberts et al, 1984) e estudos clínicos (Roberts et al, 
1994) foram direcionados ao estudo do uso de implantes dentários osseointegrados 
como unidade de ancoragem durante o tratamento ortodôntico (Keles et al, 2003). 
Inúmeros autores (Gray et al, 1983; Ohmae et al, 2001; Roberts et al, 1984, 1994), 
publicaram relatos comprovando a eficiência deste procedimento. Contudo, apesar 
dos implantes dentários comprovadamente permanecerem estáveis quando 
submetidos a forças ortodônticas (Block e Hoffman, 1995; Melsen e Lang, 2001; 
Wehrbein, 1997), tais implantes só podem ser instalados em algumas áreas, como 
espaços edêntulos ou região retromolar, o que limita muito sua indicação de uso 
(Kanomi, 1997; Ohmae et al, 2001; Park et al, 2001; Wehrbein, 1997), além de 
apresentarem desconforto para o paciente devido à severidade da cirurgia (Kanomi, 
1997). 
 Em função dessas limitações, Kanomi, em 1997, desenvolveu um 
mini parafuso confeccionado em titânio, com dimensões bem reduzidas (1,2mm de 
diâmetro e 6,0mm de comprimento) para ser usado especificamente para fins de 
ancoragem ortodôntica. A partir daí vários sistemas de mini-implantes foram 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 5 
propostos na literatura, apresentando pequenas diferenças em relação ao 
comprimento, diâmetro e desenho, porém sempre mantendo como vantagens a 
simplicidade da técnica de instalação e remoção, custo reduzido, além de menor 
desconforto pós-operatório para o paciente (Liou et al, 2004; Cope, 2005). 
 Os mini-implantes surgiram na Ortodontia como uma possibilidade de 
resolver uma grande dificuldade, a manutenção da ancoragem enquanto se obtém 
uma resposta adequada de movimentação dentária. Desde então, vários casos 
clínicos mostrando sucesso e revisões de literatura foram relatados (Kanomi, 1997; 
Kyung et al, 2003; Marassi et al, 2004; Park et al, 2001, 2002, 2003), assim como 
estudos experimentais em modelos animais (Deguchi et al, 2003; Ohmae et al, 
2001) e mais recentemente ensaios clínicos em humanos (Cheng et al, 2004; LIou et 
al, 2004; Melsen e Herman, 2005). 
 
Características dos mini-implantes 
Vários são os sistemas de implante comercialmente disponíveis. 
Confeccionados em titânio com superfície lisa, os mini-implantes da Neodent® 
incluem a incorporação de roscas simples e perfil levemente cônico para promover 
estabilidade mesmo em osso esponjoso além de facilitar a remoção futura do 
implante mesmo que haja osseointegração durante o tratamento. Outras 
características são a apresentação em diferentes alturas de transmucoso, variando 
de 0mm (cinta baixa) e 1,0mm (cinta média) além da conexão hexagonal para maior 
praticidade durante a montagem (Figura 1). São encontrados nos comprimentos de 
5, 7, 9 e 11mm e diâmetros de 1,3 e 1,6mm. Normalmente os mini-implantes são 
comercializados juntamente com kits de instalação que permitem uma instalação 
segura. Uma recente inovação é a característica autoperfurante que facilita ainda 
maissua instalação (Figura 2). 
 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 6 
 
 
 
Figura 1 – Mini-implantes autoperfurantes Neodent® 
 
 
 
 
Figura 2 – Kit de Instalação (Neodent ®). 
 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 7 
 
Apesar do pequeno diâmetro, os mini-implantes são capazes de 
suportar forças de até 450g, enquanto a maioria das forças utilizadas em Ortodontia 
são inferiores a 300g (Kyung et al, 2003). 
 
Planejamento 
 O uso dos mini-implantes requer um cuidadoso planejamento por 
parte dos profissionais que irão realizar a movimentação ortodôntica e a instalação 
para que seja alcançado o sucesso da terapia. Deve-se inicialmente avaliar a 
necessidade de uso do mini-implante no tratamento do paciente. 
 
A. Indicações de uso 
• Pacientes com necessidade de movimentações dentárias complexas 
(intrusão de molares, distalização e mesialização de dentes posteriores, etc) 
• Pacientes com perdas múltiplas, principalmente de dentes posteriores, 
dificultando a aplicação de forças e manutenção da ancoragem 
• Pacientes com necessidade de ancoragem máxima, por exemplo, casos com 
extração de pré-molares e indicação de retração anterior 
• Pacientes não colaboradores (não aceitam o uso do aparelho extrabucal e/ou 
elásticos inter-maxilares) 
 
B. Planejamento Ortodôntico 
 Após a confirmação da indicação da prescrição do uso dos implantes, 
o Ortodontista deverá fazer um minucioso planejamento para determinar a área ideal 
para instalação dos mini-implantes e como será realizada a aplicação da força. 
 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 8 
 
 A primeira consideração a ser realizada diz respeito a como o mini-
implante será utilizado, como ancoragem direta ou indireta. Na ancoragem direta, a 
linha de ação da força passa através do mini-implante Figura 3A); por outro lado, 
quando ancoragem indireta, dentes da unidade reativa são unidos ao mini-implante 
e servem de apoio para a aplicação da força (Figura 3B ). 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 – A. Ancoragem Direta. B. Ancoragem Indireta. 
 
 É fundamental que o Ortodontista avalie o sistema de força que será 
utilizado, levando em consideração o ponto de aplicação da força, o centro de 
resistência dos dentes e grupos de dentes envolvidos na movimentação, assim com 
os possíveis momentos de força gerados com a movimentação. É conveniente 
salientar que a linha de aplicação da força deve evitar a geração de momentos de 
força (efeito de rotação) ao redor do longo eixo do mini-implante o que poderá levar 
à perda do mesmo. 
 Esse planejamento inicial do Ortodontista identifica a área ideal para 
o posicionamento dos mini-implantes do ponto de vista de como a movimentação 
será realizada. 
 
 
 
A B 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 9 
 
C. Planejamento Cirúrgico 
 A decisão sobre a região exata onde será instalado o mini-implante 
deverá ser complementada por meio de radiografias periapicais de ótima qualidade 
confeccionadas com a ajuda de posicionadores, para avaliação do local indicado 
pelo Ortodontista (Bae et al, 2003). Devem ser observadas a forma e localização das 
raízes dos dentes próximos ao local de inserção, além de outras estruturas 
anatômicas, como canal mandibular, emergência mentual e seio maxilar. 
 Em função do tamanho reduzido dos mini-implantes, eles exibem um 
grande número de possibilidades de instalação (Kanomi, 1997). Na maxila podem 
ser instalados, por exemplo, em áreas edêntulas, e entre raízes de dentes 
adjacentes, por vestibular e palatina do osso alveolar. Na mandíbula são comumente 
colocados em áreas edêntulas, assim como entre raízes por vestibular do osso 
alveolar. 
 Quanto à altura do posicionamento dos mini-implantes, a 
determinação é feita de acordo com a biomecânica proposta pelo Ortodontista, 
contudo alguns autores (Park et al, 2001, 2002, 2003) argumentam que o ideal é o 
posicionamento em gengiva inserida, devendo ser evitada área de mucosa que é 
mais propensa a problemas devido ao maior risco de inflamação peri-implantar. Isso 
pode ser explicado pela característica de mobilidade e elasticidade do tecido na 
região de mucosa permitir que ocorra com facilidade a penetração de bactérias, 
rompendo a homeostase entre o meio interno e externo, além de ser mais difícil a 
higienização em área de mucosa. Quando a instalação é feita em área de mucosa, o 
ideal e a instalação de mini-implantes com cinta alta a fim de facilitar a higienização 
assim como evitar que o tecido recubra o mini-implante. 
 Outra dúvida freqüente diz respeito à angulação do mini-implante. No 
momento da instalação deverá ser definido se o implante será instalado 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 10 
perpendicularmente ao osso alveolar ou angulado. A literatura indica que na maxila 
normalmente é mantida uma angulação entre 20 e 60º graus (Park et al, 2001) em 
relação ao longo eixo dos dentes, enquanto na mandíbula pode ser angulado ou até 
perpendicular. Estudos têm sido realizados a fim de avaliar se angular mini-
implantes poderia alterar o valor de torque de instalação e resistência mecânica 
(Coró, 2010; Buzatta, 2010). De acordo com nossa experiência clinica não há 
necessidade de angular o mini-implante mesmo na maxila, a não ser que seja uma 
preferência do profissional. 
 Uma consideração anatômica importante é a espessura e densidade 
do osso cortical, que são fatores essenciais para a estabilidade do mini-implante, e 
varia de acordo com os pacientes e também com o local onde será aplicado. Áreas 
com osso cortical denso e espesso são consideradas mais estáveis (Park et al, 
2003). A cortical fina da região posterior da maxila requer, por exemplo, o uso de 
mini-implantes mais longos para aumentar a estabilidade dos mesmos (Kyung et al, 
2003).. 
 Por fim, definida a posição exata em que deverá ser instalado o mini-
implante, é realizada a demarcação no local determinado e o paciente é 
encaminhado ao procedimento cirúrgico. 
 
D. Procedimento Cirúrgico 
 A instalação dos mini-implantes é, geralmente, um procedimento com 
técnica simples. Inicialmente é feita a anestesia local, por meio da aplicação de 
anestésico tópico seguido de infiltração de uma pequena quantidade de anestésico 
local na área exata da perfuração (Figura 4). Deve ser preservada a sensibilidade 
das membranas periodontais proximais, para evitar possíveis lesões radiculares. 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 11 
 
 
Figura 4 - Anestesia. 
 
Quando instalados em regiões de osso com baixa qualidade, cortical 
pouco espessa, não há necessidade de perfuração inicial com a broca (Figura 5). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5. A. Instalação direta do mini-implante (sem perfuração prévia com broca). B. 
Mini-implante instalado. 
 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 12 
Em casos de cortical espessa, pode ser necessária a perfuração direta do 
local da inserção com broca adaptada em contra-ângulo redutor específico para 
implantes, com velocidade controlada de no máximo 150RPM, ou com punção e 
chave (Figura 6 A e B). No caso de utilizar as brocas, o diâmetro da mesma deve ser 
menor do que os diâmetros escolhidos do mini-implante, seguindo as orientações do 
fabricante. Isso permite que seja obtida estabilidade primária do mini-implante. Não 
deve ser esquecida a necessidade de irrigação durante a perfuração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 – A. Perfuração direta com broca. B. Perfuração com punção e chave. 
 
Feita a perfuração, o mini-implante é selecionado em relação a 
comprimento, cinta, e diâmetro. Os mini-implantes são normalmente oferecidos em 
diferentes comprimentos e diâmetros, sendo sua indicação dependente do local 
onde será instalado, conforme discutido anteriormente. 
 A inserção do mini-implante poderá ser feita manualmente (chave 
tufo) ou pormeio do contra-ângulo. A conexão em hexágono da chave tudo e do 
adaptador para contra-ângulo se encaixam perfeitamente na extremidade em 
hexágono do mini-implante. Durante a instalação devendo ser observado o controle 
do torque de instalação para que não haja risco de fratura do mesmo devido ao 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 13 
diâmetro reduzido, torque máximo de 10N.cm, tanto nos mini-implantes de 1,3mm 
como de 1,6mm. Após a instalação deverão ser feitas radiografias periapicais para 
avaliar o posicionamento. 
 
Aplicação do Sistema de Força 
 Já foi experimentalmente comprovado que não há diferença se a 
força for aplicada imediatamente (Bae et al, 2003) ou após algum tempo de espera 
(Ohmae et al, 2001). Isto porque se acredita que o período de espera para 
cicatrização óssea e osseointegração antes da aplicação de forças é desnecessário 
considerando que a retenção mecânica (estabilidade primária) é suficiente para 
suportar as forças ortodônticas (Liou et al, 2004). 
 Devem ser sempre usadas forças leves, que deverão variar de acordo 
com o tipo de movimento indicado e quantidade de dentes envolvidos, para que seja 
controlado o risco de reabsorção radicular, assim como a perda de estabilidade dos 
implantes (Bae et al, 2003). As forças podem ser aplicadas diretamente nos 
parafuso, por meio de molas pré-fabricadas de Níquel-Titânio ou elásticos em cadeia, 
se estendendo do parafuso até a unidade ativa (dentes). Os mini-implantes também 
podem ser usados como ancoragem indireta, ou seja, o mini-implante é unido ao 
dente que servirá de unidade de ancoragem para aplicação da força (Shimizu et al., 
2010). 
Para que o movimento seja realizado da forma mais controlada 
possível, o sistema de forças deve ser bem determinado antes de iniciar a 
movimentação dentária. Por exemplo, quando a intenção é que o movimento seja de 
corpo (coroa e raiz movimentando-se no mesmo sentido) a força deve ser aplicada 
próximo ao Centro de resistência dos dentes envolvidos na movimentação. 
Os mini-implantes podem ser usados para vários propósitos na 
Ortodontia, incluindo retração dos dentes anteriores, intrusão de molares, 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 14 
distalização de molares, intrusão de dentes anteriores, verticalização de dentes 
posteriores para permitir acesso protético, entre outros. 
 
Sugestões Mecânicas 
 
1. Retração de dentes anteriores 
Em casos de extração de pré-molares com necessidade de ancoragem máxima, 
a utilização de mini-implantes para a retração dos dentes anteriores é uma 
alternativa ao uso de aparelho extra-bucal. No caso de extração do 1º pré-molar, 
o mini-implante devera ser instalado entre o 2º pré e o 1º molar ou entre os 
molares. É recomendável a utilização de um braço de forca entre canino e 
incisivo lateral a fim de ter um maior controle da movimentação (Figura 7). 
 
 
 
 
 
Figura 7 – Mini-implante utilizado como ancoragem direta para retração do 
segmento anterior. 
 
2. Distalização de Molares 
Em casos de pacientes com indicação de distalização dos molares, pode ser 
feito o posicionamento do mini-implante mesial ao dente(s) a ser (em) distalizado 
e utilizado de um cursor (Figura 8). A aplicação da força pode ser feita com 
elástico em cadeia ou com mola fechada de NiTi. 
 
 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 15 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 – Cursor associado a mini-implante para distalização do 2º molar. 
 
3. Intrusão de Molares 
O ideal é o posicionamento de dois mini-implantes, um por vestibular e o outro 
por palatina, sendo um na mesial e o outro na distal, assim há controle do 
momento de força mésio-distal e vestíbulo-lingual. Na banda dos molares 
deverão ser soldados tubos lingual e vestibular que juntamente com ganchos 
feitos em fio de aço retangular servirão de apoio para a aplicação da força 
(Figura 9). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9 – Utilização de mini-implantes para intrusão de molares. 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 16 
 
4. Intrusão de dentes anteriores 
Podem ser colocados 2 mini-implantes, um de cada lado, entre o canino e 1º pré-
molar ou entre incisivo lateral e canino, a fim de evitar ou minimizar a 
vestibularização dos dentes durante a intrusão. O fio devera ser segmentado e a 
força aplicada diretamente ao mini-implante (Figura 10). 
 
 
 
 
 
 
Figura 10 – Mini-implantes usados para intrusão de dentes anteriores. 
 
5. Verticalização de molares 
Uma opção para casos de inclinação de molares é a instalação de dois mini-
implantes verticais no espaço edêntulo, união dos mini-implantes com resina e 
colagem de um braquete ortodôntico para aplicação da forca por meio de uma 
alça (Figura 11). 
 
 
 
 
 
 
Figura 11. Verticalização de molares com dois mini-implantes 
 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 17 
Também pode ser realizada a verticalização de molares por meio de ancoragem 
indireta (Shimizu et al., 2010) associada a cantilever simples ou duplo (Figura 12). 
 
 
 
 
 
 
 
 Figura 12. Exemplos de mecânica com cantilever (TMA .017 x .025”) e fio de 
ancoragem de aço apoiado no mini-implante (.019 x .025”). A. Cantilever simples. B. 
Cantiveler duplo. 
 
Manutenção Pós-Cirúrgica 
 Os pacientes deverão ser instruídos a manter excelente higiene do 
local, já que um dos fatores relacionados à perda de estabilidade dos mini-implantes 
é a presença de inflamação (Kanomi, 1997). 
 O desconforto pós-cirúrgico é bem reduzido devido às pequenas 
dimensões do mini-implante (Bae et al, 2003; Kanomi, 1997). 
 Os fatores associados com a estabilidade dos mini-implantes têm sido 
motivo de investigações, já que houve relatos de instabilidade e necessidade de 
remoção dos mesmos, normalmente associada à inflamação dos tecidos moles ao 
redor dos parafusos (percentual de perda de aproximadamente 10%) (Park et al, 
2002, 2003). 
 Cheng et al, 2004, ao avaliarem os possíveis fatores associados à 
estabilidade dos mini-implantes, observaram que o comprimento dos parafusos não 
apresentou relação com a sobrevivência ou não dos mini-implantes. A quantidade de 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 18 
força, segundo os autores também não mostrou relação estatisticamente significante, 
contudo, deve ser lembrado que as forças utilizadas foram bem controladas e 
variaram de 100 a 200g. Por outro lado a localização anatômica e as características 
do tecido mole foram significantemente associadas à infecção peri-implantar e, 
conseqüentemente à falha na mecanoterapia, sendo maior o risco de fracasso 
quando instalado em mucosa. 
 
Motivos para o insucesso 
• Trauma excessivo durante a instalação 
• Inflamação local 
• Excesso ou sistema de forças inadequado 
 
Complicações 
 Apesar da simplicidade da técnica, deve ser tomado muito cuidado durante 
todo o procedimento. (Herman e Cope, 2005; Shimizu et al., 2010). 
 
1. Durante a instalação 
• Falta de estabilidade devido a densidade inadequada do osso 
• Dano ao ligamento periodontal ou raiz do dente vizinho 
• Fratura da broca 
• Fratura do mini-implante 
 
2. Durante a aplicação da força 
• Instabilidade do mini-implante por inflamação local 
• Hipertrofia da mucosa adjacente 
• Sistema de força inadequado 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 19 
 
3. Durante a remoção 
• Fratura do mini-implante 
 
Remoção dos Mini-implantes 
 Os mini-implantes são removidos com facilidade fazendo a rotação no 
sentido oposto à da instalação (Park et al, 2003). Normalmente não é necessária 
anestesia já que o pequeno desconforto que o paciente pode sentir durante a 
remoção é menor que o devido à anestesia (Figura 13). Caso haja dificuldade no 
momento da remoção não é indicado forçar a remoção, basta aguardar alguns dias 
e tentar dar o contra-torque novamente. A reação inflamatórialocal será a 
responsável pela instabilidade do mini-implante (Herman e Cope, 2005). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 – Aplicação de contra-torque para remoção do mini-implante 
 
 
Conclusão 
 Os mini-implantes representam para a Ortodontia uma alternativa 
viável para obtenção da máxima resposta de movimentação dentária sem que haja a 
perda de ancoragem como efeito colateral da mecânica empregada. Em função de 
seu tamanho reduzido, baixo custo e principalmente, não necessitar da cooperação 
 
 Mini-implantes como Ancoragem Ortodôntica 
 20 
do paciente e não apresentar comprometimento estético, tem havido uma crescente 
demanda na clínica ortodôntica para sua utilização. Contudo, não deve ser 
esquecido que apesar da técnica ser relativamente simples, requer um planejamento 
cuidadoso e treinamento adequado tanto por parte do profissional que realizará a 
instalação como também daquele que aplicará as forças para movimentação 
dentária, de forma que seja obtido sucesso no tratamento. 
 
 
Agradecimentos 
Agradecemos à disposição de Alexsander Luiz Golin, Engenheiro Mecânico do 
Departamento de Engenharia de Desenvolvimento da NEODENT, em nos repassar 
as características de bioengenharia de desenvolvimento dos mini-implantes. 
 
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