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Monalisa Cirqueira - MEDUFOB Monalisa Cirqueira - MEDUFOB AMENORREIAS AMENORREIA PRIMÁRIA É a ausência de menstruação a partir de: · 14 anos sem desenvolvimento de caracteres sexuais secundários algumas referências citam 12 anos · 16 anos (ou 15 anos) com desenvolvimento de caracteres sexuais secundários. ANALISAR Genitália interna: formação dos ovários, tuba uterina, vagina interna (2/3 superiores) pelos ductos de Muller (para mesonéfricos) Analisar a formação da genitália externa: 1/3 inferior da vagina, vulva, clitóris, depende de ação androgênica · Di-hidrotestosterona fica masculina · Sem Di-hidrotestosterona fica feminina Analisar o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários: pilificação, desenvolvimento das mamas [ação estrogênica] COMPARTIMENTOS As anormalidades podem estar presentes no: · Compartimento I: uterovaginal · Compartimento II: ovário · Compartimento III: hipofisário · Compartimento IV: hipotálamo EMBRIOLOGIA E GENÉTICA - RELEMBRANDO O cromossomo Y é o responsável por definir o sexo genético XX ou XY · No cromossomo Y existe um loci chamado de SRY que estimula o desenvolvimento dos testículos e a produção de testosterona e do hormônio anti-Mulleriano. A ausência de Y induz a formação de ovários não ocorre a formação do hormônio anti-Mulleriano e nem de testosterona. Nos homens - há formação do Ducto de Wolff: Os testículos se desenvolvem a partir dos ductos de Wolff e produzem testosterona + fator inibitório Mulleriano (FIM), inibindo o desenvolvimento dos ductos de Muller! · Na falta desses fatores, a genitália interna feminina se desenvolve a partir do ducto de Muller. Estrogênios ovarianos: São responsáveis pelo desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. Os estrogênios de formação periférica podem contribuir, mas geralmente só com a mama. A regularidade do ciclo surge cerca de 1-2 anos após a menarca, com a produção hipotalâmica de GnRH de forma pulsátil. Esse hormônio atua na hipófise, estimulando a produção e liberação de FSH e LH, os quais, por sua vez, agem no ovário síntese de estrogênio. DESVIOS DO DESENVOLVIMENTO I - HIPERPLASIA CONGÊNITA DA SUPRARRENAL (XX) A produção elevada de androgênios pela suprarrenal pode levar ao desenvolvimento dos órgãos internos e externos masculinos expressão variável da síndrome: · Clássica: ambiguidade genital · Tardia: amenorreia secundária com quadro semelhante a SOP [apresenta alta dosagem de 17-OH-progesterona devido a deficiência da 21-hidroxilase] II - SX DE KALMAN (cariótipo XX) Ocorre por defeito na migração dos neurônios que produzem o GnRH e dos neurônios que formam os nervos olfatórios, pode ter cegueira para cores Anosmia e diminuição do GnRH [infantilismo sexual]. Nas mulheres, ocorre hipogonadismo hipogonadotrófico alteração central com problema nas gonadotrofinas (FSH e LH). - São mulheres com ovários, genitália interna e externa, mas sem caracteres sexuais secundários. III - SX DE TURNER (X0) - disgenesia gonadal É a principal causa de amenorreia primária com infantilismo sexual! Sem caracteres sexuais secundários infantilismo sexual + LH e FSH elevados · Hipogonadismo hipergonadotrófico o ovário que não funciona, logo o estrogênio está reduzido Genitália interna e externa feminina. Mas ovários são pouco funcionantes, com produção ineficiente de estrogênio tendência de menopausa precoce, pouco desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários. · Ovários em fita. Mosaico genético: 45, X0 (alguns podem se apresentar 45,X / 46, XX; 45,X / 46 X,Y) · Se presença de Y, deve-se retirar a gônada devido ao risco de câncer de ovário · Nos casos de mosaicismos, a paciente pode apresentar amenorreia secundária e fator de infertilidade. Nessa situação, os métodos para indução da ovulação são poucos efetivos, sendo indicada a fertilização in vitro com oócitos de doadora anônima Fenótipo sindrômico: estatura mais baixa, implantação mais baixa das orelhas, pescoço alado, etc. IV - SX DE MORRIS (XY) - pseudo-hermafroditismo Ocorre por uma insensibilidade aos androgênios. Tem Y, logo tem testículo, tem a testosterona e FIM, porém não age no seu receptor não há desenvolvimento do ducto de Wolff e nem do de Muller · Não tem trompa, não tem útero e nem vagina nos 2/3 superiores · A genitália externa: feminina Caracteres sexuais secundários: não são femininos (não tem estrogênio, pois não tem ovário). · Pouco fenótipo feminino, pode ter uma mama pouco desenvolvida - conversão periférica de estrogênio · Não tem pelo o que ajuda a diferenciar da Sx de Rokitansk · Tem testículos V - SX DE SWYERS (XY) O testículo formado é ineficiente, não produz testosterona e nem FIM (não há regressão dos ductos de Muller) · Genitália interna e externa é feminina · Caracteres sexuais secundários: não tem ovários e não tem estradiol, não menstrua e ausência de CSS femininos · São mulheres altas VI - SX DE ROKITANSK - disgenesia Mulleriana (XX) Os ductos de Muller não se desenvolvem: não tem trompa, nem útero e nem os 2/3 superiores da vagina. · A tuba pode ser normal ou pouco anômala ausência ou hipoplasia uterina · Pode ter sindactilia associada · Genitália externa feminina · Tem ovários: produz estradiol e os CSS femininos VII - SX DE SAVAGE (XX) Insensibilidade dos folículos ovarianos ao FSH [resistência às gonadotrofinas] Genitálias interna e externa femininas normais. · Não há formação dos CSS femininos pois os folículos não respondem às gonadotrofinas – porém, pode ocorrer resistência após a mulher ciclar normalmente, nisso haverá a presença de CSS · Há elevação dos níveis de FSH mas não atuam nos ovários. VIII – HÍMEN IMPERFURADO Ocorre porque a membra urogenital continua revestindo a abertura himenal. Impedindo a menstruação de sair criptomenorreia Manifestação clínica: amenorreia primária + dor pélvica crônica cíclica + abdome doloroso à palpação + possível massa pélvica dolorosa Tratamento: cirúrgico! DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS Hipotalâmicos · Tumor - craniofaringioma, Sx de Kallman, estresse, anorexia, exercícios Hipofisários: · Tumor – prolactinoma, Sx de Sheehan (isquemia hipofisária pós-parto – desconfiar na agalactia puerperal) Ovariana: · Falência ovariana precoce, Sx de Savage Uterovaginais: · Malformações Mullerianas, Sx de Asherman (lesão endometrial, sinequias uterinas – histeroscopia é diagnóstica e terapêutica), hiperplasia adrenal congênita – deficiência de 21-hidroxilase, levando ao aumento da 17-OH progesterona e androgênios AMENORREIA SECUNDÁRIA O que é? Ausência de 3 ciclos ou 6 meses de ausência de menstruação – se ciclos irregulares 3 meses de ausência - para as que tem ciclos regulares INVESTIGAR 1. Primeira causa GRAVIDEZ, logo, solicitar bHCG quantitativo 2. Dosar TSH e prolactina [hipotireoidismo pode vir associado com hiperprolactinemia devido ao TRH ser um grande estimulador da prolactina] 3. SOP e os sinais clínicos: acantose nigricans, resistência insulínica, etc 4. Falta de ação estrogênica e/ou progesterona PROLACTINOMA Hiperprolactinemia: tumores de SNC (prolactinomas) - prolactina acima de 100; abaixo de 50 estresse, drogas (metoclopramida, verapramil, risperidona, clorpromazina, aloperidol podem agir como antagonistas dopaminérgicos, aumentando a prolactina). · Diagnóstico: RM de crânio · Tratamento clínico (1ª escolha): agonistas dopaminérgicos – carbegolina e bromocriptina 1º) TESTE DE PROGESTERONA Verificar se há falta de progesterona [avalia os níveis de estrogênio e trato de saída]: · Medroxiprogesterona 10mg por de 5-10 dias, observar se 2-7 dias após suspender houve menstruação (teste positivo) significa anovulação · Ex.: ciclos anovulatórios - SOP Se negativo, realizar o teste progesterona-estrogênio 2º) TESTE DO ESTROGÊNIO Avalia endométrio e trato de saída. · Estrogênio - 21 dias + progesterona (últimos 5 dias) · Se positivo = o problema é a falta de estrogênio [exclui causas uterovaginais] · Falência ovariana, menopausa, os ovários não são estimulados (FSH e LH) - dosar gonadotrofina FSH: · Se negativo = alteraçãodo trato de saída compartimento I · Sinéquias intrauterinas [Sx de Asherman] 3º) DOSAGEM DE FSH Se FSH alto (> 20): falência ovariana menopausa; se antes do 40 menopausa precoce, se antes do 30, procurar causas genéticas Se FSH baixo (<5): problema na hipófise ou no hipotálamo · Administrar o GnRG em pulso se responder (elevação de FSH e LH) significa problema hipotalâmico; se não responder (FSH e LH permanecem baixos), significa problema hipofisário · Atenção: não dá pra dosar GnRH devido ao seu caráter pulsátil · Hipogonadismo hipogonatotrófico Sx de SHEEHAN, atividade física intensa TRATAMENTO - de acordo com a etiologia
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