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Teorias e Sistemas em Psicologia - Resumão Introdução a Psicologia, Introdução a Metodologia científica, Introdução à História da Psicologia Aula 01 (17/08) - Introdução O que é Psicologia? A palavra psicologia, deriva-se da junção de dois termos gregos psiché e logos – “estudo da mente ou da alma”. Atualmente, a psicologia pode ser definida por três palavras: Ciência, Comportamento e Processos mentais. É a ciência que se concentra no comportamento e nos processos mentais. São as experiências internas subjetivas que inferimos dos comportamentos – as sensações, as percepções, os sonhos, os pensamentos, as crenças e os sentimentos. O que é Ciência? Em duas palavras: métodos e reaplicação. É a sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar. O que é Sistemas? Um sistema é um conjunto de elementos interdependentes de modo a formar um todo organizado. É um conjunto organizado. Na Psicologia, são as perspectivas e pontos de vistas, por exemplo, o sistema behaviorista/Behaviorismo conta com o Clássico (Watson), Operante (Skinner) e Bandura. Questão bônus em aula: comportamento é adaptativo ou desadaptativo? A questão é que não existe mais a nomeação de comportamento funcional, pois todo comportamento funciona. A pauta é adaptativo ou não pois, se não for, é um comportamento que prejudica o corpo e o organismo, a exemplo do álcool. O que é Pesquisa? É um trabalho intenso na busca de uma ou mais respostas ao problema proposto; O primeiro passo para uma pesquisa é a elaboração de um projeto. Metodologia da Pesquisa: 1. Caracteriza-se pela proposta de discutir e avaliar as características essenciais da ciência e de outras formas de conhecimento; 1.1. Metodologia – estudos dos caminhos ou dos instrumentos utilizados para um trabalho científico; (“Como?”) 2. Traz instrumentos importantes para o planejamento da pesquisa, apresentação de projetos e a execução dos mesmos; Aula 02 (22/08) 3. Inclui também a elaboração de relatórios, defesas e divulgação dos trabalhos de pesquisa embasados na ética profissional. Bônus: um texto científico nunca é absoluto. Conhecimento, Ciência e Paradigma Conhecimento: “Deve ser compreendido como um processo sujeito a incidentes de percurso que, por isso mesmo, promovem rupturas e reconstruções constantes nos conceitos e juízos sobre a realidade” como destacou Khun (1962) ao tratar dos paradigmas científicos. O conhecimento se renova e forma paradigmas. O que é um paradigma? O conhecimento científico é definido basicamente pela adoção de um paradigma – na visão de Kuhn; Paradigma: É uma estrutura mental – composta por teorias, experiências, métodos e instrumentos – que serve para o pensamento organizar, de determinado modo, a realidade; “Essa estrutura, que comporta fatores também psicológicos e filosóficos, é assumida e partilhada pelo conjunto dos membros da comunidade científica e, por causa disso, necessariamente, emerge dali uma unidade social fundada numa visão de mundo consensual (p.347)”. É um assunto consensual e aceito pela comunidade científica, uma ideia aceita. Paradigma e ciência: Os paradigmas servem como solucionadores de quebra- cabeças, como conjunto de regras e de leis que permitem aos cientistas resolver problemas teóricos e experimentais ou solucionar os quebra-cabeças internos ao seu paradigma. Em outras palavras, proporciona aos cientistas problemas solucionáveis e, ao mesmo tempo, as regras, o passo a passo, das soluções, exigindo deles previamente um conjunto de adesões conceituais, teóricas, metodológicas e instrumentais. Psicologia e Paradigmas: Será que há uma teoria com consenso paradigmático na Psicologia? “O campo da Psicologia nenhuma teoria saiu ainda vencedora, entre teorias rivais sobre o mesmo grupo de fenômenos e, desse modo, nenhuma é paradigmática (Caniato, 2005)”. Não há uma teoria com consenso paradigmático na Psicologia. Como foi a evolução do Conhecimento? Medo, misticismo e ciência: Antiguidade: Áreas da matemática e geometria. Filosofia. Iluminismo: Os princípios de individualidade e razão ganharam espaço. Séc. XIX: Referência do conhecimento científico em todas as áreas. Positivismo, Materialismo-dialético, Darwin. Aula 03 Séc. XX: Ciências (multifatorial) e seus métodos objetivos. O homem, buscando a solução dos problemas e respostas para as adversidades que enfrenta, facilidade e conforto, desencadeou um processo crescente de desenvolvimento de tecnologia (que é o resultado do conhecimento aplicado). Tipos de conhecimento: Empírico: É adquirido pelo indivíduo na sua relação com o ambiente, por meio da interação contínua, experiências vivenciadas ou na forma de ensaios e tentativas. É o senso comum. Na psicologia, esse conhecimento é vivenciado pela sociedade, portanto, há uma estigma à psicologia como ciência. Tanto empírico quanto científico são observáveis. Experiência pessoal. Filosófico: Uma das características e a busca do significado das coisas na ordem geral do mundo e refletir sobre estas além de sua aparência. Especulativo. Teológico ou religioso: Trabalha no plano da fé e pressupõe a existência de forças que estão além da capacidade de explicação do homem, como instâncias criadores de tudo o que existe, incorporado ou não aos rituais sagrados. Científico: Possui características como ser geral, ou seja, universal e válida para todos os seres da mesma espécie; seu intuito é constituir-se como método sistemático em busca de um ordenamento das leis e princípios. Sistemático, verificável. Fatos, teorias e leis O fato inicia a teoria;1. O fato reformula e rejeita teorias; 2. (Não conduzem a conclusões teóricas completas e definitivas; qualquer teoria é passível de modificação; a pesquisa é uma atividade contínua; não abranger novos fatos coloca em dúvida a teoria). O fato redefine e esclarece teorias;3. O fato clarifica os conceitos contidos nas teorias.4. O fato é mais importante que a teoria; são interdependentes, a teoria organiza os fatos. Aula 04 (22/08) Teoria: um meio para interpretar, criticar e unificar leis estabelecidas, modificando-as para se adequarem a dados não previstos quando de sua formulação e para orientar a tarefa de descobrir generalizações novas e mais amplas. Lei: “Lei é um princípio, uma norma, criada para estabelecer regras que devem ser seguidas, é um ordenamento” (Dicionário); Duas funções principais: ○ Resumir grande quantidade de fatos; ○ Permitir e prever novos fatos, pois se enquadra em uma lei, ele se comportará conforme estabelecido pela lei; Lei – regularidade e enunciado que pretende descrevê-la. “Uma lei científica é geralmente formulada do seguinte modo: “Sempre que uma coisa tiver a propriedade A, terá também a propriedade B”. Dessa forma, a lei pode afirmar que tudo o que tiver “A” também terá “B”. O cientista enuncia uma lei quando propõe que as regularidades que se apresentam uniformemente constituem a manifestações de uma classe de fenômenos. Portanto, o universo de uma lei é limitado, abrangendo apenas determinada classe de fenômenos No geral, Fatos - Leis - Teorias - Abordagem/Sistema - Paradigma Método científico: Um texto científico nunca é absoluto. Pesquisa: problema - metodologia Metais gerais de Pesquisa: O que? Os investigadores tentam familiarizar-se, ou explorar, os tópicos que despertam seu interesse. Como? Retratar com precisão, ou descrever, as qualidades de algo. É o caminho e instrumentos possíveis do processo científico. Por que? Explicação. Significar descobrir se um evento/condição/q alidade contribui para outra. É a busca de respostas ao problema proposto. Método não-experimental (Pesquisa descritiva) e Método experimental (Pesquisa experimental). Pesquisa descritiva: Pesquisa de arquivo: Pesquisa em que dados existentes, tais como documentos censitários, registros universitários e recortes de jornal, são examinados para testar uma hipótese.Observação naturalista: Campo. Observação naturalista, que implica a observação do comportamento diretamente no seu ambiente natural, sendo mais realista. O pesquisador simplesmente registra o que acontece, não fazendo modificações na situação que está sendo observada. Existe outro tipo de observação? SIM. Observação em/de Laboratório: Para observação direta, é a criação em laboratório de um ambiente padrão que estimule o comportamento de interesse e permita a coleta de informações aprimoradas. A pesquisa de Laboratório tem como limitações a Artificialidade e a Aplicação das descobertas de laboratório à vida real. Pesquisa de Levantamento: Questionários: Perguntas diretas na coleta de informações sobre o pensamento e o comportamento de um número suficiente de indivíduos. Entrevistas: Similar aos questionários. Os autorrelatos são obtidos diretamente (presencial). Elas se dividem em estruturadas, abertas e semi-estruturadas. Testes Psicológicos: São projetados para medir conceitos que não podem ser observados diretamente: inteligência, melancolia, traços de personalidade, crenças, sentimentos, etc. Estudo de caso: Baseiam-se na coleta de informações detalhadas sobre um mesmo indivíduo ou grupo, durante um longo período. P Pesquisa correlacional: A premissa básica é de que duas variáveis estão relacionadas. Variam em intensidade (fraco, moderado ou forte) e direção (positivo ou negativo). Correlação não significa causa. Pesquisa experimental Estudo experimental: Os estudos experimentais é o método para estabelecer explicações, de demonstrar a relação de causa e efeito. Hipóteses: Variáveis independentes e variáveis dependentes. É uma afirmação. Os experimentos iniciam-se com uma hipótese, acerca dos eventos, conhecidos como variáveis. Variáveis: É aquilo que varia. É fenômeno que assume mais de um valor. A essência de um experimento: 1. Os pesquisadores deliberadamente manipulam a variável independente – o evento cuja influência está sendo investigada. 2. Eles impedem que variáveis estranhas ou irrelevantes (variáveis intervenientes) afetem os resultados do estudo. 3. Eles medem os efeitos da manipulação sobre a variável dependente. Aula 05 (05/09) Manipulação da VI, Randomização das conduções (grupo controle e experimental), Causa e efeito. A "nova" Psicologia Afinal, quando surge a Psicologia? Influências filosóficas (antiguidade, séc. XVI, XVII, XVIII), fisiológicas (séc. XIX) e Psicologia (séc. XIX e XX) Estudo da história da psicologia, por onde começa? Na Filosofia, com Platão e Aristóteles, com os temas memória, aprendizagem, motivação, pensamento, percepção e comportamento anormal. Na Fisiologia, com os métodos utilizados nessa área, confiança na observação e na experimentação e refinamento das técnicas. 1590: surge o termo "Psicologia" como neologismo. Curiosidade: O termo "cliente" foi criado por Carl Rogers. O primeiro teste de Psicologia foi em 1908, o teste de QI. Base Filosófica (séc. XVI-XVIII): René Descartes: Problema mente-corpo; Augusto Comte: Positivismo; John Locke: A mente como tábula rasa; George Berkeley: Mentalismo; James Mill: A mente como uma máquina; John Stuart Mill: A química mental. No Brasil, séc. XVI - XVII: Companhia de Jesus – Jesuítas; Os jesuítas como portadores e transmissores de ideias psicológicas; Era uma psicologia baseada na Filosofia e na Teologia, principalmente tomista. No Brasil Colonial, a concepção de alma: definida como o ato primeiro e substancial do corpo, forma do corpo e princípio de toda atividade; O entendimento conceitual das emoções eram denominadas na época como paixões (medo, amor, tristeza). Reconhecidas como motores do comportamento humano individual e social. Base Fisiológica (séc. XIX): Segunda metade do século XIX, duas abordagens experimentais à pesquisa sobre o cérebro:método clínico (Paul Broca, 1861) e técnica do estímulo elétrico. Método clínico: Exame pós-morte das estruturas cerebrais para detectar as áreas lesionadas, consideradas responsáveis pelo comportamento do indivíduo antes de sua morte. Estímulos elétricos: Técnica de exploração do córtex cerebral que consiste em aplicar pequenos choques elétricos para observar a resposta motora. Frenologia (Franz Joseph Gall; medição do tamanho da cabeça - fita métrica - peturberâncias em áreas cerebrais). Uma habilidade mental, como consciência, a benevolência, ou a autoestima, fosse particularmente bem desenvolvida, devia existir uma protusão ou uma saliência correspondente na superfície do cérebro. Curiosidade: Área de Broca: responsável pela fala. Área de Wernicke: responsável por controlar a linguagem e a comunicação. Hoje, hemisfério esquerdo é, na maioria das vezes, o responsável pelo controle da sequência temporal do ato de falar. Exemplos de transtornos: da fonação, articulação da palavra, do ritmo (a gagueira), retardo no desenvolvimento da fala, afasias e a dislexia. Como as experiências modernas se configuraram na psicologia brasileira? Movimento tardio: As experiências modernas (especialmente as da constituição da individualidade, subjetividade e privacidade); As condições para a transformação do conhecimento (escolas universitárias – séc. XIX); Modernidade tardia. "(...) a penetração tardia e mimética da psicologia em solo brasileiro. Pois, se há a desvantagem de a psicologia brasileira ser ainda mais um centro consumidor do que criador de formas de psicologia, há a vantagem de se poder configurar em toda a sua diversidade as psicologias produzidas pelos centros mais tradicionais. Da mesma forma que a população brasileira reproduz etnicamente uma diversidade quase mundial, a psicologia aqui produzida também assimila toda a sua pluralidade. Num possível trunfo para o nosso caráter antropofágico" (p. 43, Vidal, 2006). Séc. XIX: Psicologia é ciência! Mas como? Primeiro, qual o método que trabalha o psicólogo? Na busca da experiência de algo transfenomenal? Modelo de ciência natural? Como diria Pierre Gréco (1972: 19), esta é a desgraça do psicólogo com relação ao seu método: “nunca está seguro de fazer ciência. E quando a faz, nunca está seguro de que faça psicologia”. Segundo, O que é mais importante para aceitar um nova ideia? A pessoa ou a época? Concepções da história científica: Teoria Personalista (Visão de que o progresso e as mudanças na história científica são atribuídos às ideias de um único indivíduo) e Teoria Naturalista (Visão de que o progresso e as mudanças na história científica são atribuídos ao Zeitgeist (espírito da época), que torna a cultura receptiva a algumas ideias, mas não a outras). Exemplo de Teoria Naturalista: Silvia Lane e sua Psicologia Social (compromisso social) influenciada pelo clima da época (ditadura). Terceiro, forças que moldaram a Psicologia (séc. XIX): Empregos, Guerras, Preconceito e discriminação. Empregos: O surgimento crescente dos laboratórios de psicologia nos EUA e a procura por empregos; Na época, menor verba para o departamento de psicologia; Mudanças sociais foi uma ótima oportunidade para os psicólogos aplicarem suas habilidades; O aumento das escolas públicas no EUA (1890-1918): os psicólogos desenvolveram métodos de pesquisa à educação. Guerras: As duas Guerras Mundiais; A psicologia foi “recrutada” para as áreas como seleção pessoal, testes psicológicos e psicologia clínica; A mudança da psicologia da Europa para os Estados Unidos; Impacto nas teorias: Freud propôs a agressão como forma motivadora significativa da personalidade humana. Preconceito e discriminação: Discriminação contra as mulheres: não eram admitidas no programa de pós-graduação ou eram excluídas do corpo docente; Discriminação com base em origem étnica: não aceitavam ou difícil acesso para os judeus e negros. Primórdios da Psicologia Experimental: A abordagem científica. O movimento de reforma nas universidades alemãs. Três cientistas: Hermann von Helmholtz, Ernst Weber e Gustav Theodor Fechner. Helmhotlz: Ênfase ao tratamento mecanicistae determinista, partindo do princípio de que os órgãos sensoriais humanos funcionavam como máquinas; Pesquisas experimentais nas áreas dos impulsos nervosos, visão e audição. Contribuição para a “nova” psicologia: a primeira medição empírica da velocidade de condução (o momento do estímulo e do movimento); Contribuição para o estudo dos sentidos humanos. Weber: O limiar de dois pontos: O limiar em que é possível distinguir dois pontos de estímulo; O ponto em que começa a se produzir o efeito psicológico. As diferenças mínimas perceptíveis: a menor diferença detectável entre dois estímulos físicos. Sua pesquisa proporcionou a criação de um método de investigação da relação entre o corpo e a mente – entre o estímulo e a sensação resultante. Importante: Interessado apenas nos efeitos fisiológicos; O método experimental no estudo do fenômeno psicológico. Fechner: Afirmou ser possível a relação quantitativa entre a sensação mental e o estímulo material; Pela primeira vez na história, uma experiência genuinamente mental (uma sensação) poderia ser medida. Exemplo: o acréscimo do som de um sino. A dimensão da sensação (qualidade mental) depende da quantidade de estímulos (a qualidade física). Para medir a mudança na sensação, é necessário medir a alteração no estímulo; Tornou possível, pela primeira vez, a condução experimentos sobre a mente. Para medir as sensações: limiar absoluto e limiar diferencial. Desenvolveu os métodos denominado Psicofísica. O estudo científico das relações entre os processos mental e físico. “Fechner deu à psicologia aquilo que toda disciplina deve possuir para ser chamada ciência: técnicas de medição coerentes e precisas” Resumidamente: Velocidade de condução do impulso nervoso (Hemlthoz), limiar de dois pontos (Ernst Weber, sem foco na mente), Gustav Theodor Fechner (diferença perceptiva, medição de mente- estímulo-corpo e desenvolvimento da psicofísica).
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