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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS DA QUALIDADE PARA A GESTÃO DA PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL JOÃO VICTOR DE MELLO FONTAINHA ALVES 2018 APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS DA QUALIDADE PARA A GESTÃO DA PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL JOÃO VICTOR DE MELLO FONTAINHA ALVES Projeto de Graduação apresentado ao curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Prof. Jorge dos Santos RIO DE JANEIRO Julho de 2018 APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS DA QUALIDADE PARA A GESTÃO DA PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL João Victor de Mello Fontainha Alves PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL. Examinado por: ________________________________________________ Prof. Jorge dos Santos, D.Sc., Orientador ______________________________________________ Profa. Carla de Araújo Mota, M.Sc. ________________________________________________ Profa. Isabeth Mello, M.Sc. ________________________________________________ Prof. Wilson Wanderley da Silva RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL SETEMBRO de 2018 Alves, João Victor de Mello Fontainha Aplicação de ferramentas da qualidade para a gestão da produtividade na construção civil/ João Victor de Mello Fontainha Alves – Rio de Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2018. xii, 73 p.:il.; 29,7 cm. Orientador: Jorge dos Santos Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de Engenharia Civil, 2018. Referências Bibliográficas: p. 1. Introdução 2. Produtividade : Contextualização 3. A Construção Civil e a Produtividade 4. Metas e Indicaodres de Produtividade da Construção Civil 5. Ferramentas da Qualidade Aplicáveis na Gestão da Produtividade 6. Considerações Finais I. dos Santos, Jorge; II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III. Engenheiro Civil AGRADECIMENTOS A Deus, por estar comigo em toda e qualquer hora. Aos meus pais, André Luiz Fontainha e Roberta Fontainha, pelo apoio incodicional. Ao meu orientador Jorge dos Santos, por toda a ajuda didática e de conhecimento na construção desse trabalho. A todos os meus amigos e professores da graduação que contribuíram de alguma maneira com a minha formação acadêmica na UFRJ. Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. APLICAÇÃO DE FERRAMENTAS DA QUALIDADE PARA A GESTÃO DA PRODUTIVDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL João Victor de Mello Fontainha Alves Setembro de 2018 Orientador: Jorge dos Santos A produtividade tem sido um assunto cada vez mais abordado no âmbito do mercado econômico, devido à grande concorrência encontrada hoje por parte das empresas. Na construção civil, a produtividade ainda está evoluindo em taxas de crescimento muito lentas, se comparada a outros setores da economia como o manufatureiro, devido a ser um setor arcaico e atrasado em relação à tecnologia e mão- de-obra. Por outro lado, as normas da ABNT ISO 9000 e ISO 9001 propõem algumas ferramentas da qualidade para o aumento não só da qualidade de um empreendimento, como de sua produtividade. O objetivo deste trabalho é descobrir quais dessas ferramentas são usadas na gestão da produtividade nas construções da engenharia civil, descrevendo seu passo a passo de aplicação, vantagens e desvantagens. Logo, este trabalho busca apresentar essas ferramentas relacionando-as com a produtividade envolvida para executar as mesmas no setor da construção civil, através da verificação e análise de documentos, relatos e registros oficiais, nos quais serão verificados casos de aplicação da ferramenta em empresas ou organizações ligadas à construção civil e como sua produtividade foi afetada pelo uso e aplicação de cada uma das ferramentas da qualidade estudada. Palavras-chave: gestão, qualidade, produtividade, NBR ISO 9000, NBR ISO 9001 Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements for the degree of Engineer. João Victor de Mello Fontainha Alves September 2018 Adviser: Jorge dos Santos Productivity has been a subject increasingly addressed in the scope of the economic market, due to the great competition found today by the companies. In civil construction, productivity is still growing at very slow growth rates, compared to other sectors of the economy as the manufacturing one, because it is an archaic and backward sector in relation to technology and labor. On the other hand, ABNT ISO 9000 and ISO 9001 standards propose some quality tools to increase not only the quality of an enterprise, but also its productivity. The purpose of this paper is to find out which of these tools are used in productivity management in civil engineering constructions, describing their application step-by-step, advantages and disadvantages. Therefore, this work seeks to present these tools relating to the productivity involved to execute them in the civil construction sector, through the verification and analysis of documents, reports and official records, in which cases will be verified the application of the tool in companies or organizations related to construction and how their productivity was affected by the use and application of each of the quality tools studied. Keywords: management, quality, productivity, NBR ISO 9000, NBR ISO 9001 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIGURA 2.1 – EVOLUÇÃO DO PIB ANUAL BRASILEIRO ............................................................... 24 FIGURA 2.2 - VARIAÇÃO ACUMULADA DE PIB, DEMANDA E INVESTIMENTOS........................... 25 FIGURA 3.1 - COMPARATIVO DO NÚMERO DE TRABALHADORES FORMAIS/INFORMAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................................................ 29 FIGURA 3.2 - TIPOS DE PRODUTIVIDADE E SETORES DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................ 31 FIGURA 3.3 - DIFERENCIAL DA PRODUTIVIDADE TOTAL EM 2015 .............................................. 37 FIGURA 3.4 - LUCRATIVIDADE (EBITDA) X PRODUTIVIDADE ................................................... 38 FIGURA 3.5 - CUSTO DO PROJETO X ÍNDICE DE PREÇO DO CONSUMIDOR ................................... 40 FIGURA 3.6 - PESQUISA REFERENTE À QUALIFICAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA .................................. 41 FIGURA 3.7 – PESQUISA REFERENTE AO INVESTIMENTO EM MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS ........ 42 FIGURA 3.8 - PESQUISA DE SATISFAÇÃO DA PRODUTIVIDADE .................................................... 43 FIGURA 3.9 – MARGEM DE LUCRO DOS SETORES DA ECONOMIA ............................................... 44 FIGURA 3.10 – NÍVEIS DE CAPITALIZAÇÃO DE VÁRIAS INDÚSTRIAS ........................................... 46 FIGURA 3.11 – CRESCIMENTO DA PRODUTIVIDADE GLOBAL DOS SETORES ............................... 46 FIGURA 3.12 – PRODUTIVIDADE DO TRABALHO : CONSTRUÇÃO CIVIL X DIVERSOS SETORES .. 47 FIGURA 3.13 – PRODUTIVIDADE TTAL DOS SUBGRUPOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ..................... 50 FIGURA 3.14 – PRODUTIVIDADE NA PRÁTICA ............................................................................. 54 FIGURA 3.15 – PESQUISA SOBRE DIFICULDADES DE INVESTIMENTOS......................................... 57 FIGURA 3.16 – GASTOS COM MEGAPROJETOS NA CONSTRUÇÃO MUNDIAL ............................... 59 FIGURA 3.17 – ASSOCIAÇÃO DO TIPO DE CONSTRUÇÃO À PRODUTIVIDADE NOS EUA ............. 60 FIGURA 3.18 – REGULAMENTAÇÕES QUE AFETAM DIRETAMENTE A INDÚSTRIA NOS EUA ....... 62 FIGURA 3.19 – PRODUTIVIDADE DOS SUBGRUPOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................... 65 FIGURA 3.20 – PRODUTIVIDADE DO TRABALHO POR TIPO DE CONSTRUÇÃO RESIDENCIAL ........ 67 FIGURA 3.21 – CRESCIMENTO DE PRODUTIVIDADE X ÍNDICE DE DIGITALIZAÇÃO ..................... 70 FIGURA 4.1 – CÁLCULO DA RUP ................................................................................................. 86 FIGURA 4.2 – GRÁFICO MODELO PARA ANÁLISE DE DADOS ........................................................ 88 FIGURA 4.3 - TAREFAS E SUBTAREFAS DO PROCESSO DE ARMAÇÃO .......................................... 89 FIGURA 4.4 - : RUP GLOBAL (PILAR + VIGA + LAJE) PARA CARPINTEIROS ................................. 90 FIGURA 4.5 - TAREFAS E SUBTAREFAS DO PROCESSO DE ARMAÇÃO .......................................... 92 FIGURA 4.6 - RUP GLOBAL (PILAR + VIGA + LAJE) PARA ARMADORES ...................................... 93 FIGURA 4.7 - RUP GERAL DE CONCRETAGEM PARA SERVENTE E PEDREIRO (PILAR + VIGA + LAJE) ................................................................................................................................... 96 FIGURA 4.8 - RUP CONCRETAGEM DE PILAR PARA SERVENTE E PEDREIRO ............................... 97 FIGURA 4.9 - RUP CONCRETAGEM DE VIGA E LAJE PARA SERVENTE E PEDREIRO ..................... 97 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682167 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682168 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682171 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682172 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682173 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682177 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682178 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682179 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682180 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682182 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682183 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682184 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682185 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682186 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682187 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682188 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682189 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682191 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682192 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682194 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682195 FIGURA 4.10 – CÁLCULO DO CUM ........................................................................................... 100 FIGURA 4.11 – CUM TEÓRICO EM SERVIÇO DE FÔRMAS .......................................................... 100 FIGURA 4.12 - CÁLCULO DO CUM USANDO O CONCEITO DE CUM TEÓRICO E PERDAS ........... 101 FIGURA 4.13 - INFLUÊNCIA DO PLANO DE ATAQUE NA DEMANDA POR FÔRMAS ....................... 102 FIGURA 5.1 – FOLHA DE VERIFICAÇÃO DE PROCESSOS PRODUTIVOS ....................................... 107 FIGURA 5.2 – FLUXOGRAMA DA CENTRAL DE PROCESSAMENTO DE ARARAQUARA ............... 111 FIGURA 5.3 – HISTOGRAMA DE PRODUTIVIDADE DE BLOCOS DE CONCRETO .......................... 114 FIGURA 5.4 – HISTOGRAMA DE CAUSAS DE ATRASOS EM PRAZOS .......................................... 115 FIGURA 5.5 – DIAGRAMA DE PARETO PARA PROBLEMAS ENCONTRADOS ................................ 120 FIGURA 5.6 – DIAGRAMA DE DISPERSÃO PARA CUSTOS DE EMPRESA ...................................... 123 FIGURA 5.7 – DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO DA EMPRESA INOVA CASAS ............................. 127 FIGURA 5.8 – GRÁFICO DE CONTROLE PARA AMOSTRAS DE PROCESSO ................................... 131 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682203 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682205 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682206 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682207 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682208 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682209 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682210 LISTA DE TABELAS TABELA 3.1 – TABELA DE RESULTADOS PARA PRODUTIVIDADE ................................................. 33 TABELA 3.2 - FAIXAS DE PRODUTIVIDADE (IMPACTOS NA PRÁTICA)......................................... 55 TABELA 4.1 - CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS SOBRE OS INDICADORES EM RELAÇÃO AOS AMBIENTES DE PRODUÇÃO ................................................................................................. 80 TABELA 4.2 - EXEMPLO DE ESTRUTURA DOS INDICADORES ....................................................... 85 TABELA 4.3 - CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE FÔRMAS NAS OBRAS ESTUDADAS ............... 90 TABELA 4.4 - INDICADORES DE PRODUTIVIDADE DE FÔRMA POR ELEMENTO ............................. 91 TABELA 4.5 - CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE ARMADURA DOS EMPREENDIMENTOS ESTUDADOS ......................................................................................................................... 93 TABELA 4.6 - INDICADORESDE PRODUTIVIDADE DE ARMADURA POR ELEMENTO ..................... 94 TABELA 4.7 - CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE CONCRETAGEM NOS EMPREENDIMENTOS ESTUDADOS ......................................................................................................................... 95 TABELA 4.8 - VALORES DE REFERÊNCIA DOS INDICADORES DE PRODUTIVIDADE ...................... 99 TABELA 4.9 - FATORES E COMPOSIÇÕES ADOTADOS ................................................................. 102 TABELA 4.10 - CUMS ADOTADOS POR PARCELA ...................................................................... 103 TABELA 5.1 – CAUSAS DO PROBLEMA PREJUIZOS FINANCEIROS .............................................. 119 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682212 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682213 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682213 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682214 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682217 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682217 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682218 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682219 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682219 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682220 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682221 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682222 file:///C:/Users/João/Documents/ufrj/TCC/entrega%20final/versao%20final/TCC%20-%20João%20Victor%20Alves%20-%20Versão%20Final.docx%23_Toc524682223 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção CEP - Controle Estatístico de Processos CII - Construction Industry Institute EBITDA - Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization ENPC – École Nationale de Ponts et Chaussées EUA – Estados Unidos da América FGV - Fundação Getúlio Vargas FUNCEX - Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior IBRE - Instituto Brasileiro de Economia IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ISO - International Organization for Standardization MGI – McKinsey Global Institute NBR – Normas Brasileiras Paic - Pesquisa Anual da Indústria de Construção PIB – Produto Interno Bruto PTF – Produtividade Total dos Fatores S&P - Standard&Poor’s SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SGQ – Sistema de Gestão da Qualidade SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil SindusCon–SP - Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo TCPO – Tabela de Composições e Preços para Orçamentos TGA - Teoria Geral da Administração SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................................... 8 LISTA DE TABELAS ............................................................................................................... 10 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................................. 11 SUMÁRIO ................................................................................................................................. 12 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13 IMPORTÂNCIA DO TEMA ................................................................................................. 13 OBJETIVO ........................................................................................................................ 13 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 14 METODOLOGIA ............................................................................................................... 15 ESTRUTURAÇÃO DA MONOGRAFIA ................................................................................ 15 2 PRODUTIVIDADE : CONTEXTUALIZAÇÃO........................................................... 17 CONCEITUAÇÃO ............................................................................................................. 17 ASPECTOS HISTÓRICOS DA PRODUTIVIDADE .................................................................. 18 FATORES QUE AFETAM A PRODUTIVIDADE NO CONTEXTO ECONÔMICO BRASILEIRO ... 21 2.3.1 Variações econômicas ........................................................................................... 22 2.3.2 Evolução do produto interno bruto (PIB) brasileiro .............................................. 24 PRODUTIDADE E COMPETITIVIDADE .............................................................................. 26 FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS À GESTÃO DA PRODUTIVIDADE NA INDÚSTRIA EM GERAL ............................................................................................................. 28 3 A CONSTRUÇÃO CIVIL E A PRODUTIVIDADE ..................................................... 29 EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL NO SÉCULO XXI .................. 29 3.1.1 O pré-crise econômica 2008/2009 (2003-2009) .................................................... 29 3.1.2 O pós-crise econômica 2008/2009 (2009 - Atualidade) ........................................ 34 COMO A PRODUTIVIDADE É ENCARADA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................... 36 COMPARATIVOS DE PRODUTIVIDADE ............................................................................. 44 3.3.1 Construção civil e outros setores da Indútria ......................................................... 44 3.3.2 Construção Civil e os subgrupos que a compõe .................................................... 48 FATORES QUE AFETAM A PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL .............................. 51 ASPECTOS TÉCNICOS, METODOLÓGICOS E PRÁTICOS ..................................................... 52 DIFICULDADES DE IMPLEMENTAÇÃO ............................................................................. 56 CAUSAS E DESVANTAGENS DA BAIXA PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL .......... 58 3.7.1 Causa Raíz número 1 : Aumento das complexidades do projeto e do canteiro ..... 58 3.7.2 Causa Raíz número 2 : A indústria da construção civil é extensivamente regulamentada e altamente dependente da demanda do setor público ............................... 60 3.7.3 Causa Raíz número 3 : A informalidade e o potencial para corrupção distorcem o mercado da construção civil ............................................................................................... 63 3.7.4 Causa Raíz número 4 : A construção civil é altamente fragmentada .................... 64 3.7.5 Causa Raíz número 5 : Os processos de design e investimentos são inadequados66 3.7.6 Causa Raíz número 6: Gerenciamento de projetos e execução básica insatisfatórias ...................................................................................................................... 68 3.7.7 Causa Raíz número 7 : mão-de-obra desqualificada ............................................. 68 3.7.8 Causa Raiz numero 8 : Pouco investimento em digitalização, inovação e capital 69 MUDANÇAS VISANDO O AUMENTO DA PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL E AS VANTAGENS ATRELADAS A ESSE AUMENTO ........................................................................... 71 3.8.1 Mudança número 1 : Reformulação das regulamentações e aumento de transparência ....................................................................................................................... 71 3.8.2 Mudança número 2 : Ligação da estrutura contratual ........................................... 72 3.8.3 Mudança número 3 : Repensar o design e os projetos de engenharia ................... 72 3.8.4 Mudança número 4 : Melhorar a aquisição e gestão da cadeia de abastecimento (supply-chain) ..................................................................................................................... 73 3.8.5 Mudança número 5 : Melhora dos serviços de campo, no canteiro de obras ........ 73 3.8.6 Mudança número 6 : Inserção de tecnologia digital, novos materiais e automação avançada ............................................................................................................................. 74 3.8.7 Mudança número 7 : qualificação da mão-de-obra ............................................... 75 4 METAS E INDICADORES DE PRODUTIVIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL ... 77 CONCEITUAÇÕES ............................................................................................................ 77 4.1.1 Metas ..................................................................................................................... 77 4.1.2 Indicadores de Produtividade ................................................................................ 79 ELABORAÇÃO ................................................................................................................. 82 4.2.1 Como elaborar metas nas empresas ....................................................................... 82 4.2.2 Indicadores de Produtividade ................................................................................ 83 INDICADORES DE PRODUTIVIDADE MAIS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL .............. 86 4.3.1 Razão Unitária de Produção (RUP) ....................................................................... 86 4.3.2 Consumo Unitária de Materiais (CUM) .............................................................. 100 5 FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICÁVEIS NA GESTÃO DA PRODUTIVIDADE DA CONSTRUÇÃO CIVIL ................................................................ 104 FOLHA DE VERIFICAÇÃO .............................................................................................. 104 5.1.1 Conceituação ....................................................................................................... 104 5.1.2 Objetivo da ferramenta ........................................................................................ 104 5.1.3 Passo a passo para aplicação da ferramenta ........................................................ 105 5.1.4 Vantagens da aplicação ....................................................................................... 106 5.1.5 Desvantagens da aplicação .................................................................................. 106 5.1.6 Aplicação prática ................................................................................................. 106 FLUXOGRAMA .............................................................................................................. 108 5.2.1 Conceituação ....................................................................................................... 108 5.2.2 Objetivo da ferramenta ........................................................................................ 108 5.2.3 Passo a passo para aplicação da ferramenta ........................................................ 108 5.2.4 Vantagens da aplicação ....................................................................................... 109 5.2.5 Desvantagens da aplicação .................................................................................. 109 5.2.6 Aplicação prática ................................................................................................. 110 HISTOGRAMA ............................................................................................................... 112 5.3.1 Conceituação ....................................................................................................... 112 5.3.2 Objetivo da ferramenta ........................................................................................ 112 5.3.3 Passo a passo para aplicação da ferramenta ........................................................ 112 5.3.4 Vantagens da aplicação ....................................................................................... 113 5.3.5 Desvantagens da aplicação .................................................................................. 113 5.3.6 Aplicação prática ................................................................................................. 114 DIAGRAMA DE PARETO ................................................................................................ 115 5.4.1 Conceituação ....................................................................................................... 115 5.4.2 Objetivo da ferramenta ........................................................................................ 116 5.4.3 Passo a passo para aplicação da ferramenta ........................................................ 117 5.4.4 Vantagens da aplicação ....................................................................................... 118 5.4.5 Desvantagens da aplicação .................................................................................. 118 5.4.6 Aplicação prática ................................................................................................. 119 DIAGRAMA DE DISPERSÃO ........................................................................................... 120 5.5.1 Conceituação ....................................................................................................... 120 5.5.2 Objetivo da ferramenta ........................................................................................ 121 5.5.3 Passo a passo para aplicação da ferramenta ........................................................ 121 5.5.4 Vantagens da aplicação ....................................................................................... 122 5.5.5 Desvantagens da aplicação .................................................................................. 122 5.5.6 Aplicação prática ................................................................................................. 123 DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO (DIAGRAMA DE ISHIKAWA) ...................................... 124 5.6.1 Conceituação ....................................................................................................... 124 5.6.2 Objetivo da ferramenta ........................................................................................ 124 5.6.3 Passo a passo para aplicação da ferramenta ........................................................ 125 5.6.4 Vantagens da aplicação ....................................................................................... 126 5.6.5 Desvantagens da aplicação .................................................................................. 126 5.6.6 Aplicação prática .................................................................................................126 GRÁFICO DE CONTROLE ............................................................................................... 127 5.7.1 Conceituação ....................................................................................................... 127 5.7.2 Objetivos da ferramenta ...................................................................................... 129 5.7.3 Passo a passo para aplicação da ferramenta ........................................................ 129 5.7.4 Vantagens da aplicação ....................................................................................... 130 5.7.5 Desvantagens da aplicação .................................................................................. 130 5.7.6 Aplicação prática ................................................................................................. 130 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 132 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 133 13 1 INTRODUÇÃO IMPORTÂNCIA DO TEMA A estrutura produtiva internacional tem sofrido cada vez mais mudanças promovidas pela globalização, aumentando e acirrando assim sua competitividade. Cada vez se torna maior a preocupação de empresas com a produtividade nas diversas cadeias produtivas. Para garantir viabilidade e competitividade, estas empresas têm reavaliado suas metas e métodos para alcançá-las. Por outro lado, os especialistas e formuladores de política econômica têm dispensado considerável atenção ao estudo da produtividade. Na teoria, a importância relativa de cada um dos vários componentes que compõe a produtividade é colocada em discussão. Do ponto de vista da aplicação, a importância de seu estudo se dá devido ao fato da produtividade ser o principal passo de um processo que pode levar à uma considerável economia de recursos, sendo importantes para as empresas em ambientes competitivos, os ganhos em eficiência e produtividade (FARREL, 1957). Na indústria da construção civil, de acordo com a Sienge Plataform, a produtividade está relacionada à utilização dos recursos disponíveis em um canteiro de obras. Logo, o aumento da produtividade em uma obra passa pela elaboração de estratégias que permitam usufruir da melhor maneira possível do espaço físico da construção e canteiro, das ferramentas de trabalho, dos insumos necessários, dos processos e equipamentos de transporte, da mão de obra e, ainda, das técnicas de gestão e gerenciamento de empreendimento. OBJETIVO Este trabalho tem como finalidade o estudo da resolução do problema de baixos índices de crescimento da produtividade no setor da construção civil, através da aplicação das ferramentas da qualidade mais utilizadas na gestão da produtividade em obras da indústria da construção civil, descrevendo e analisando estas ferramentas. 14 JUSTIFICATIVA A justificativa de escolha do tema abordado neste trabalho se dá devido à importância que o próprio autor atribui ao assunto que será aqui abordado. A gestão da produtividade é um assunto que muitas empresas dominam nos tempos atuais, principalmente nos países considerados desenvolvidos tecnologicamente e economicamente. No Brasil, os conceitos teóricos são disseminados pelas empresas, porém ainda falta muito em relação à aplicação prática. A construção civil, no Brasil, ainda se mostra um setor muito arcaico quanto à alguns fatores que implicam diretamente na produtividade de um empreendimento, como o treinamento e capacitação da mão de obra e o planejamento e controle de obras. A motivação do autor surgiu na época em que fazia intercâmbio acadêmico de graduação, na França, na ENPC, École Nationale de Ponts et Chaussées, escola de engenharia que apresentou pesquisas e vivências práticas com empresas, sobretudo francesas. No caso do autor, essas empresas eram relacionadas ao setor de transportes, porém via-se uma forte preocupação nessas empresas com a gestão do tempo e dos recursos utilizados. Conversando com amigos que estavam introduzidos em pesquisas em empresas na área de construção civil, podia-se notar o mesmo zelo. Foi então que se aflorou a curiosidade do autor em entender como se dá a gestão da produtividade em empresas de diversos portes ligadas ao setor de construção civil, no Brasil, e o porquê dessas empresas não alcançarem certos parâmetros mínimos de qualidade, chegando assim à ideia principal do tema : como as ferramentas da qualidade influenciam na gestão da produtividade. A International Organization for Standardization (ISO) propõe uma gama de normas chamadas normas ISO com o objetivo de padronizar e melhorar a qualidade de serviços e produtos em geral. No Brasil, essas normas são criadas e gerenciadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), registrando-as com a sigla de Normas Brasileiras (NBR). Mais especificamente, as ABNT NBR ISO 9000 e ABNT NBR ISO 9001 são as normas brasileiras que tratam do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ). Dentro das aplicações do SGQ, temos as ferramentas da qualidade, técnicas que visam a melhoria de qualidade de processos, produtos e serviços, ajudando na implementação e operação do SGQ. Porém, são diversas ferramentas, e em muitos casos não se deve ou não há a necessidade de aplicação conjunta no mesmo empreendimento. Logo, o autor motivou-se a estudar quais são as ferramentas da qualidade que especificamente podem influenciar de alguma maneira o aumento 15 da produtividade total no setor da construção civil, justificando a escolha do tema deste trabalho. METODOLOGIA A metodologia utilizada neste trabalho, para que os objetivos propostos sejam alcançados, foi baseada na divisão do tema da produtividade em três segmentos : cenário geral, contextualização na construção civil e ferramentas da qualidade utilizadas na gestão da produtividade. Foram estudados os conceitos, aspectos históricos, evolução de ambos ao longo do tempo, desenvolvimento em geral no mercado e no setor da construção civil. Já para as ferramentas da qualidade, ligadas ao SGQ, foram estabelecidas metas e indicadores através de levantamento bibliográfico para descobrir quais são as ferramentas mais eficazes e eficientes na medição e melhoria da produtividade. Todo esse estudo foi possível através de revisão bibliográfica de livros, artigos, monografias, dissertações, teses ou qualquer documento online ou físico que faça menção e seja útil para avaliação do tema. ESTRUTURAÇÃO DA MONOGRAFIA Neste primeiro capítulo, buscou-se situar o leitor quanto às noções mais básicas e primárias do estudo da gestão da produtividade e qualidade, passando pela motivação de escolha do tema, objetivo do trabalho e metodologia para que este objetivo seja alcançado. No segundo capítulo, foi estudada a contextualização da produtividade como um todo, conceituando-a e analisando sua evolução durante a história do mundo moderno em seus aspectos principais, fatores que influenciaram a produtividade e noções introdutórias das ferramentas do SGQ que impactam na gestão da produtividade. No capítulo 3, estudou-se a produtividade, na teoria e prática, no setor da construção civil, comparando-o com outros setores da indústria em geral, pertencentes à economia global, em diversos aspectos. Comparou-se também a produtividade dos subgrupos que compõem a construção civil, explicitando-se as causas principais da baixa produtividade do setor e citando- se mudanças que podem ser benéficas à produtividade da construção, caso aplicadas. 16 No capítulo 4, foram analisados os conceitos de metas e indicadores de desempenho, e para os indicadores, estudou-se aqueles que são mais utilizados na gestão da produtividade da construção civil, visando o aumento de produtividade no setor. No capítulo 5, foram estudadas as ferramentasda qualidade, antes propostas no capítulo 1, porém agora analisadas a fundo, conceituando-as, mostrando seus objetivos e passo a passo para aplicação, vantagens, desvantagens e exemplos de aplicação na gestão da produtividade da construção civil. Por fim, no último capítulo, o autor descreve as considerações finais acerca dos itens analisados ao longo deste trabalho, expondo sua opinião sobre o tema abordado e propondo temas para futuros estudos da relação entre produtividade e ferramentas da qualidade. 17 2 PRODUTIVIDADE : CONTEXTUALIZAÇÃO CONCEITUAÇÃO O conceito de produtividade pode ser definido, de maneira genérica, por uma relação entre bens produzidos (produtos) e os recursos utilizados para sua produção (insumos). Esses recursos podem ser o tempo, força de trabalho, matéria-prima, levando em consideração a quantidade final produzida que é o resultado do processo produtivo. Esse resultado é que se obtém por unidade econômica (empresa, região, país) e os recursos consumidos pela própria produção (CAPUL e GARNIER, 1996). Ainda nesta linha, para Drucker (1992), o conceito de produtividade está atrelado ao rendimento dos recursos para obtenção de um produto. Para o autor, a definição de produtividade como progresso técnico, econômico e social, no sentido que lhes é atribuído atualmente, surge apenas na segunda metade do século XX. Já Deming (1990), sintetiza a definição de produtividade em um estado de uma organização, onde seu aumento resulta em maior saúde financeira daquela organização, melhor desempenho social e por fim, aumento de sua competitividade. É importante não confundir produtividade com produção. Segundo Loturco (2017), produção é o resultado, produto da atividade, concebida através de melhores índices de produtividade. O Japan Productivity Center, centro de produtividade do Japão, conceitua produtividade como a minimização científica da utilização dos recursos para produção de um produto, sejam eles o tempo, mão-de-obra, equipamentos, processos, entre outros necessários, reduzindo assim os custos de produção, expandindo o mercado, contratando mais empregados e gerando maior qualidade de vida para aqueles, aumentando seus salários por exemplo, sempre visando o interesse comum do capital, do trabalho e dos consumidores. Assim como diversos setores da economia, a engenharia civil no Brasil também define o conceito de produtividade. Na linha dos autores previamente citados, segundo a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), produtividade é a eficiência em transformar recursos em produtos. Sabemos, segundo o órgão, que aumenta-se a produtividade quando se demanda menos esforço para a obtenção de um resultado. Ao falar-se de produtividade, acabamos inevitavelmente adicionando ao tema as noções de eficiência. Eficiência e produtividade são indicadores de sucesso e medidas de desempenho, possibilitando a avaliação de empresas. Somente com a medição desses dois indicadores e 18 isolando o efeito de cada um daqueles relacionados ao ambiente de produção, pode-se estudar hipóteses ligadas a fontes de diferenças entre eficiência e produtividade. Ainda, a identificação destas fontes é imprescindível para a aplicação de políticas públicas e privadas (LOVELL, 1993). De acordo com Fried; Lovell e Schmidt (1993), quando altas taxas de crescimento da produtividade são colocadas como a finalidade de uma empresa, torna-se importante a definição e medição da produtividade segundo à teoria econômica, gerando dados e informações úteis para a implementação de políticas empresariais. Para esses autores, o desempenho de uma empresa pode ser avaliado em função do nível de tecnologia desta empresa e o grau de eficiência em seu uso. O primeiro é uma relação de fronteira entre os insumos e produtos, enquanto que o segundo incorpora os desperdícios e má alocação de recursos relacionados à esta fronteira. Para Tupy e Yamaguchi (1998), a abertura dos mercados e estabilização da economia, no Brasil, foram essenciais para que os termos eficiência e produtividade fossem introduzidos de vez entre os assuntos mais importantes e discursos de tecnocratas, políticos e empresários. Porém, a base deste trabalho se dá apenas no primeiro fator citado, a produtividade. ASPECTOS HISTÓRICOS DA PRODUTIVIDADE Atualmente, o conceito de produtividade é disseminado em vários segmentos e setores da economia, ultrapassando os limites da antiga definição do ‘custo-benefício’. Classifica-se hoje a produtividade global em duas grandes esferas : a produtividade do trabalho e a produtividade total dos fatores (PTF), que podem ser medidas, mensuradas; ou seja, têm valor numérico-quantitativo. Porém, muito antes desses conceitos e classificações, as noções de produtividade já pairavam sobre pensadores na história humanidade. As primeiras ideias de produtividade estavam ligadas à contabilização dos custos de uma organização. Ou seja, a contabilidade, cujo pai é considerado o matemático italiano frei Luca Paccioli, foi a primeira ciência a estudar os aspectos de produtividade (PADOVEZE, 2006). No período histórico denominado feudalismo, a riqueza relacionada ao plano individual advinha da propriedade de terras, que estava concentrada na posse da classe dominante da nobreza. A nova dinâmica econômica, com a expansão de mercados e ressurgimento das cidades, transferiu o poder dos nobres para os considerados detentores do dinheiro, antes 19 comerciantes e depois industriais (a chamada burguesia), criando a necessidade de se quantificar o que era gerado, logo dando início à difusão do método de contabilizar (HUBERMAN, 1981). A auto-suficiência feudal deu lugar à sociedade de mercado que visa a produção de excedentes. É através das atividades comerciais pós-feudais que tinham como meta a expansão da produção, que se pode confirmar uma evolução no conceito de produtividade (MARCON, 2012). A produtividade passa a ser ferramenta de estudo em A Riqueza das Nações, do escocês Adam Smith, livro no qual foi introduzida ao mundo a ciência econômica. Neste livro, Smith (1776) faz críticas ao antigo sistema mercantilista, que relacionava riqueza com acúmulo de metais (metalismo). O autor defendeu que a riqueza está associada a capacidade produtiva de uma nação, e a variação desta capacidade ligada ao uso de recursos para produzi-la seria justamente a produtividade. Porém, a grande contribuição do autor no livro foi a introdução de uma nova doutrina para a economia, filosofia e organização do trabalho globais : o liberalismo econômico. Alguns fisiocratas franceses, precursores à Smith, já haviam apresentado uma teoria sobre produtividade, porém associada fortemente à produção agrícola e às noções de propriedade de terra da era feudal. Smith foi inovador ao apresentar sua teoria da produtividade atrelada a nova ordem de organização do trabalho, muito mais adequada ao período pelo qual o mundo passava e se transformava, a Primeira Revolução Industrial (DIAS & RODRIGUES, 2004). A revolução industrial foi de importância substancial na produtividade, pois modificou a atividade industrial e organização do trabalho, quando o principal setor do trabalho, na época ainda artesanal, transformou-se em manufatureiro. Segundo Hugon (1980), Smith mostra que o princípio que propicia a expansão da produtividade é a organização social do trabalho, contradizendo estudiosos precursores que acreditavam que a produtividade dependia unicamente de aspectos tecnológicos, ou seja, do fator produtivo em forma de capital. Nesta nova sociedade industrial, o acúmulo de riqueza se deu através da atividade produtiva industrial, logo os interesses se modificaram. Com a disseminação do liberalismo, a concepção de livre concorrência substitui a de intervenção econômica. A vantagem devia ser buscada e obtidaatravés da melhor oferta, o que implica a concorrência de preços, seja dos bens finais ou dos intermediários, o que por seu lado impulsiona a redução de custo, o que implica uma contínua busca de maior produtividade que na prática significa produzir cada vez mais por unidade de salário gasto com trabalho humano, confirmando a teoria de Smith de que a organização do trabalho é o princípio fundamental da expansão da produtividade. É o momento 20 onde a produtividade passa a integrar o processo econômico com um crescente papel fundamental (MARCON, 2012). A segunda grande mudança no conceito de produtividade ocorre na chamada Segunda Revolução Industrial. Montella (2006) explica que o período histórico é caracterizado pela formação de monopólios e oligopólios comerciais, dando uma nova forma para a economia global. Nesta época, a revolução dos meios de produção não se apoiava mais no setor têxtil, antes pioneiro, e sim na disseminação de novas tecnologias e formas de organização, estimulada pela industrialização do setor de bens de capital. Nesta fase histórica, o acirramento da competitividade no mercado fez com que novos métodos fossem necessários. Nesse contexto, Frederick Winslow Taylor propôs uma nova forma de administração empresarial que busca o aumento de produtividade (FERREIRA; REIS; PEREIRA, 2002). Segundo Chianevato (2001), na época decorrente, as empresas começaram a substituir os métodos empiristas por abordagens técnico-científicas, com o objetivo de reduzir seus recursos e utilizar de maneira mais eficaz seus recursos, tornando-se assim mais competitivas no mercado. Estudando as novas tendências e necessidades do mercado, Taylor, engenheiro norte americano, criou a Teoria Geral da Administração (TGA) com o objetivo final de ampliar a produtividade de empresas através da administração em eficiência industrial. Taylor foi considerado por muitos pensadores da época como o “Pai da Organização Científica do Trabalho”, contribuindo de forma eficaz para o desenvolvimento industrial do século XX (GERENCER In TAYLOR, 1995). Resumidamente, Taylor intensificou o processo de divisão do trabalho em busca do aumento da produtividade. Sua importância no assunto abordado é tão grande que muitos autores utilizam o termo taylorismo ao se referirem ao conjunto de ideias de Taylor. O termo taylorismo pode ser definido como o método de racionalizar a produção, aumentando a produtividade ao suprimir gestos desnecessários e comportamentos supérfluos no interior do processo produtivo; aperfeiçoando por fim a divisão social do trabalho (RAGO & MOREIRA, 2003). Atualmente, a o conceito de produtividade é extremamente disseminada nos universos econômico e empresarial. A produtividade se tornou uma grandeza de análise mensurável. De acordo com Messa (2014), a produtividade mede o grau de eficiência com que determinada economia utiliza seus recursos para produzir bens e serviços de consumo. Diferentes 21 abordagens quanto ao tipo de recurso, e até mesmo a definição do mesmo, dão origem às distintas medidas de produtividade, classificadas em dois grandes grupos. A primeira classificação na forma de medida para a produtividade é a mais elementar e antiga de todas, a produtividade do trabalho, que expressa o produto gerado por cada hora de trabalho (ou por alguma outra medida do insumo trabalho) na economia ou ou setor econômico em questão. Dessa forma, trata-se de um indicador apropriado tanto para identificar a evolução do padrão de subsistência dos trabalhadores, quanto para comparar tais padrões ao longo de diferentes economias. Todavia, por trás da formulação matemática simples, a produtividade possui uma grande complexidade : a interpretação de sua dinâmica. Existem vários determinantes do comportamento desse indicador, o que dificulta a devida identificação das causas por trás de suas variações ao longo do tempo (MESSA, 2014). A outra grande classificação é a produtividade total dos fatores (PTF), que tem o objetivo de indicar a eficiência com que a economia combina a totalidade de seus recursos para gerar o produto final. A partir dessa conceituação, a dinâmica do indicador seria resultado do progresso tecnológico da economia. No entanto, de forma exatamente oposta à produtividade do trabalho, a simplicidade da interpretação da dinâmica da PTF traz consigo a grande dificuldade do indicador, seu cálculo. De fato, a identificação de todos os recursos da economia, a mensuração de cada um deles e a determinação da forma com que tais recursos são combinados com vistas à atividade produtiva estão longe de ser tarefas triviais. Essa construção faz com que o cálculo da PTF seja bastante sensível a diferentes procedimentos visando à execução de tais tarefas (MESSA, 2014). FATORES QUE AFETAM A PRODUTIVIDADE NO CONTEXTO ECONÔMICO BRASILEIRO O estudo da produtividade e seu dinamismo passa pela compreensão dos fatores que a influenciam como um todo. Podemos separar dois grandes fatores (os quais englobam uma série de outros fatores) que afetam diretamente a produtividade : as variações na economia e o desenvolvimento do Produto Interno Bruto (PIB) de um país. As variações na economia englobam déficit ou superávit comercial na balança econômica, momentos de crise financeira, abertura de mercados, conjuntura internacional, etc. O PIB expressa em forma quantitativa o valor da economia de um país, ou seja, sua riqueza. Ambos são fatores que impactam a 22 produtividade em sua totalidade e foram estudados no presente item 2.3 através de seus subitens. 2.3.1 Variações econômicas O crescimento econômico brasileiro desacelerou no pós-crise, porém fez ressurgir um debate que estava esquecido, paralisado, ou, no mínimo, relativamente apagado das discussões sobre a economia brasileira: a produtividade. Tanto seu desempenho quanto sua influência e comportamento sobre esta desaceleração recente do crescimento econômico do país são temas cada vez mais presentes (NEGRI e CAVALCANTE, 2014). Porém, para avaliarmos as mudanças no cenário da produtividade, devemos fazer uma breve recapitulação histórica. Atualmente, há um consenso de que os anos 90 marcaram uma ruptura na constante queda da taxa de crescimento de produtividade. Todavia, não se havia chegado à uma resposta para o seguinte dilema : a causa destas mudanças está relacionada com as alterações estruturais da economia ou a ajustes cíclicos transitórios da economia ? (JÚNIOR e FERREIRA, 1999). Os autores da primeira vertente de ideias, afirmam que as características econômicas gerais da globalização foram os fatores determinantes para a quebra da evolução negativa da produtividade. Essas características envolvem o processo de abertura comercial, a privatização de empresas estatais, desregulamentação da economia, adoção do sistema da qualidade e novos métodos de gestão de processos. Para Feijó e Carvalho (1994), este processo de abertura comercial do Brasil causou grandes mudanças estruturais nas empresas, criando o “novo paradigma tecnológico-gerencial”. Os autores afirmam ainda que houve um aumento substancial de produtividade, mas generalizado, ou seja, os ganhos de produtividade foram encontrados nos setores com maior participação em competitividade externa e também na maioria dos setores industriais da economia doméstica. A aquisição de máquinas e equipamentos importadas, chegando a taxas de 90% em 1995, seria um dos principais fatores que evidencia a modernização da indústria brasileira. Em contrapartida, há os autores da segunda vertente. Silva et alii (1993) acreditam que a recessão do início da década foi a grande causa do aumento da produtividade, não havendo alterações estruturais tecnológicas generalizadas na economia. Por acreditarem em ajustes cíclicos e transitórios da economia, os autores afirmam que a volta do crescimento econômico resultará em diminuiçãode produtividade. Isso ocorreria porque não houve mudanças 23 tecnológicas no período, pois estas só são possíveis através de investimentos, portanto não alterando assim a estrutura econômica do país. Considera (1995) não só concorda com a última visão como vai além. O autor afirma que em recessões econômicas, empresas com menor produtividade tendem a falir ou fechar, o que acarreta no aumento natural de produtividade do sistema como um todo. Portanto, para o autor, na ausência de investimentos e mudanças organizacionais, como no caso de uma recessão, esta última por si só é suficiente para explicar o crescimento de produtividade dos setores da economia. Como é possível se concluir, há grandes disparidades sobre o que realmente ocasionou o crescimento de produtividade na economia na década de 1990. Esta divergência pode ser explicada pelo fato desse debate ter se iniciado muito perto da liberalização econômica, portanto não havia dados ou estatísticas realmente confiáveis, nem exemplos práticos de casos de sucesso. Além disso, a produtividade não era o foco principal de muitas empresas, nem, prioritariamente, do governo. Segundo Negri e Cavalcante (2014), nos anos de 1970 e 1990, o foco do governo estava no combate e controle da inflação, enquanto que na década de 2000, a prioridade do Estado era a redução das desigualdades sociais através de políticas públicas. Nesta época, o crescimento econômico do país baseava-se na expansão da demanda externa, através das commodities, e interna, devido ao aumento da renda per capita e da incorporação de mais pessoas ao mercado de trabalho e de consumo. Porém, após a crise de 2008, este processo baseado em políticas públicas parece ter perdido força e capacidade de, isoladamente, impulsionar o crescimento da economia. As variáveis demográficas e de mercado e trabalho durante este período foram importantes ferramentas para a impulsão da economia, todavia mesmo aquelas parecem ter chegado ao seu limite de potencial, ou próximo dele. Além disso, os níveis de investimento também não cresceram acima de seu patamar histórico, patamar este que é considerado pela maioria dos economistas, insuficiente para sustentar o crescimento da economia do Brasil a longo prazo. Aliás, em relação ao investimento do empresariado internacional, não só não houve seu crescimento como também sua diminuição. De acordocom as duas principais agências internacionais de risco, a Fitch e a Standard&Poor’s (S&P), o Brasil teve recentemente sua nota de crédito soberano rebaixada pelas mesmas, deixando de ser um país de bom grau de investimento, o que afasta os interesses empresariais em investir seu capital no território brasileiro. Este rebaixamento se configura como consequência de um estado de recessão, com quedas trimestrais seguidas do PIB e em meio a forte crise política e econômica. 24 2.3.2 Evolução do produto interno bruto (PIB) brasileiro Logo após a recessão dos anos de 1990, o Brasil conseguiu retomar o crescimento de seu PIB, numa combinação jamais vista antes no país, o crescimento econômico ligado à redução da pobreza e desigualdade. A história tradicional do país mostra que esta dicotomia sempre esteve presente, e dificilmente seria superada, até o começo da década de 2000, quando exatamente esta combinação ocorreu. Nos anos 2000, PIB teve um crescimento significativo a uma velocidade bastante superior à da década anterior, alcançando os índices de 3,2% em média ao ano, ao passo que, entre 1990 e 1999, esse crescimento foi de 2,3%. Vale ressaltar o período entre 2003 e 2008, quando a taxa de crescimento médio foi mais expressiva, chegando a 4,8% ao ano (NEGRI e CAVALCANTE, 2014). A figura 2.1 mostra a taxa de crescimento real do PIB, em porcentagem, em cada ano, entre 2000 e 2018. Nota-se que entre 2003 e 2008, o crescimento médio anual tem valor elevado. Pode-se aferir também que a queda do crescimento do PIB ocorre a partir de 2010, no período chamado de pós-crise. Neumann (2015), escreve para o jornal Valor Econômico, breves justificativas que explicam a queda do crescimento econômico do país a partir de 2010, refletida nos baixos Figure 2-1 - – Crescimento do PIB anual brasileiro de 2000 a 2018 Fonte : ADVFN (2018) Figura 2.1 – Evolução do PIB Anual Brasileiro 25 índices trimestrais anuais consecutivos do PIB. De acordo com a autora, essa baixa foi influenciada pela menor demanda das famílias, devido a diminuição de sua renda e aumento do desemprego, e pelo menor investimento em máquinas, equipamentos e novas tecnologias no mercado interno, principalmente no setor de construção civil. Investimentos e demanda eram antes, fatores que ajudaram o desenvolvimento e crescimento econômico, mesmo com a queda na produção da indústria doméstica. O cenário para os próximos anos ainda parece bastante nebuloso e pessimista, devido ao aumento do desemprego, queda da renda per capita, retração de crédito e menor investimento das empresas por falta de confiança em tempos melhores. A figura 2.2 configura exatamente as afirmações de Neumann (2015), nos evidenciando como o avanço do PIB no Brasil está diretamente interligado ao desenvolvimento ou retração da demanda e do investimento. Fonte : Valor Econômico (2018) É neste contexto que a produtividade volta a ganhar grande importância no debate econômico brasileiro. Porém, não porque houve um comportamento de índices muito diferentes de produtividade dos que haviam sido registrados anteriormente, mas sim porque o crescimento da produtividade torna-se agora fator determinante e inclusive uma condição, para crescimento Figure 2-2 - Variação acumulada de PIB, Demanda e Investimentos Figura 2.2 - Variação acumulada de PIB, Demanda e Investimentos 26 econômico, envolvendo o governo, e sobrevivência num mercado cada vez mais competitivo, envolvendo as empresas (NEGRI e CAVALCANTE, 2014). PRODUTIDADE E COMPETITIVIDADE A noção mais simplória do conceito de competitividade nos ambientes empresariais, associa competitividade ao desempenho das exportações industriais. Trata-se de um conceito que avalia a competitividade através de seus efeitos sobre o comércio externo: as indústrias competitivas são aquelas que expandem sua participação na oferta internacional de determinados produtos. De acordo com Gonçalves (1987) este conceito é quase intuitivo e sua vantagem está na facilidade de construção de indicadores para medir a competitividade no mercado. É ainda o conceito mais amplo de competitividade, abrangendo não só as condições de produção como todos os fatores que inibem ou ampliam as exportações de produtos em países específicos, como as políticas cambial e comercial, a eficiência dos canais de comercialização e dos sistemas de financiamento, acordos internacionais (entre países ou empresas) e estratégias de firmas transnacionais. Outros autores vêem a competitividade como uma característica estrutural, conceituando-a como a capacidade de um país de produzir determinados bens igualando ou superando os níveis de eficiência observáveis em outras economias. O crescimento das exportações seria uma provável consequência da competitividade, e não exatamente sua definição (KUPFER, 2002). Uma forma de avaliar a competitividade é através de comparações entre diferenciais de preços internacionais de determinados países. Um levantamento realizado pela Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (FUNCEX), intitulado “Pesquisa sobre competitividade internacional”, faz comparações, para os mesmos produtos, do nível de preços das exportações e do mercado doméstico. A hipótese para mensuração desta diferenciação é que existe um preço internacional dado, ao qual as exportações se submetem, e que pode ser diferente do preço praticado internamente (BRAGA et al., 1988). Outra forma de mensuração do desempenho da competitividade emum país ou mercado, é através do nível de salário médio dos trabalhadores. Cline (1986) associa a perda de competitividade dos EUA, na siderurgia e setor automobilístico, aos aumentos salariais obtidos através de sindicatos fortes. A expressão dumping social, explicando a penetração da indústria têxtil de países em desenvolvimento no mercado dos desenvolvidos, pressupõe também a 27 associação de competitividade a baixos salários (OLIVEIRA, 1985). Alguns autores, e frequentemente empresários, também utilizam na sua linha de raciocínio, a relação câmbio/salários para a avaliação da evolução da competitividade. O Banco Mundial não chega a propor redução de salários para aumento de competitividade, mas no documento em que advoga a liberalização e ampliação do comércio internacional, adverte que salários mínimos altos em países em desenvolvimento ocasionam desemprego, aumentam a desigualdade em relação ao mercado informal, incentivam técnicas intensivas em capital e reduzem o estímulo à educação, aproximando os salários de pessoas qualificadas das não qualificadas (THE WORLD BANK, 1987). Além dos salários, que como visto, são tomados como indicadores de competitividade, ora em correlação positiva, ora em negativa, e como determinantes ou determinados pela competitividade, a produtividade é outra variável específica frequentemente utilizada na avaliação da competitividade. Porém, em contrapartida aos salários, há consenso de que o aumento de produtividade em determinada indústria de um país em relação à mesma indústria nos países concorrentes está positivamente correlacionado com aumento de competitividade. A forma de mensuração mais usual da produtividade, se refere à produtividade do trabalho e sua expressão mais simples, calculada geralmente para atividades industriais bastante agregadas, e é dada pela relação valor adicionado/pessoal ocupado ou valor da transformação industrial /pessoal ocupado. Essa medida, embora incorpore de maneira global as condições de eficiência na produção, tem grandes limitações – não levando em conta variações na composição da produção, o número de horas trabalhadas por cada empregado, problema relativos a preços embutidos no valor adicionado, entre outros –, que se tornam mais graves na comparação internacional (KUPFER, 2002). Devido ao acirramento da concorrência, a produtividade tornou-se estratégia essencial para sobrevivência de empresas numa competitividade cada vez mais agressiva, porém a produtividade também está atualmente presente nas estratégias do setor público, através de políticas públicas, a exemplo da atual política industrial, tecnológica e de comércio do Governo Federal, denominada de Plano Brasil Maior (MACEDO, 2012). Segundo o próprio Governo Federal, em relação ao Plano Brasil Maior (2011/2014), a “dimensão sistêmica desse Plano, de natureza horizontal e transversal, destina-se a orientar ações que visem, sobretudo, a redução de custos sistêmicos e o aumento da eficiência e produtividade agregada da economia nacional, objetivando promover bases mínimas de isonomia das empresas brasileiras em relação a seus principais concorrentes internacionais”. 28 FERRAMENTAS DA QUALIDADE APLICADAS À GESTÃO DA PRODUTIVIDADE NA INDÚSTRIA EM GERAL O conceito de qualidade está diretamente ligado ao conceito de produtividade. O aumento na qualidade dos processos de uma empresa, eleva por si só a produtividade dos mesmos, evitando, por exemplo, o retrabalho, fator que impacta diretamente a produtividade do trabalho. Logo, é de se compreender o estudo simultâneo das duas áreas. No SGQ utilizam-se as chamadas ferramentas da qualidade. Essas ferramentas são utilizadas para definição, mensuração, análise e proposta de soluções aos problemas que interferem no desempenho e no resultado das empresas. Elas ajudam a estabelecer métodos mais elaborados de resolução baseados em fatos e dados, o que aumenta a taxa de sucesso dos planos de ação (Ramos, 2018). Segundo Rocha (2007), utiliza-se na gestão da qualidade, sete ferramentas básicas que auxiliam a gestão da produtividade de uma empresa : o Fluxograma, Diagrama de Ishikawa (Espinha de Peixe), Folha de Verificação, Diagrama de Pareto, Histograma, Diagrama de Dispersão e Controle Estatístico de Processos (CEP). Cada uma das ferramentas citadas contribui diretamente para o aumento da produtividade geral numa empresa dentro de qualquer setor econômico, não sendo diferente para a construção civil. No capítulo 4 deste presente estudo, foram analisadas minuciosamente cada uma destas ferramentas. 29 3 A CONSTRUÇÃO CIVIL E A PRODUTIVIDADE EVOLUÇÃO DA PRODUTIVIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL NO SÉCULO XXI 3.1.1 O pré-crise econômica 2008/2009 (2003-2009) Para entender como a produtividade se relaciona com a construção civil no período abordado, é preciso entender o contexto histórico no qual o setor da construção estava exposto. A CBIC explica que no período estabelecido, um importante fator influenciou a produtividade e crescimento da construção civil no Brasil, a formalização da mão-de-obra, ou seja, o avanço no emprego de carteira assinada. O fato anterior explica a maior participação de empresas formais no PIB setorial e é considerado um elemento essencial para a oferta de melhores produtos, melhores condições de trabalho e maior arrecadação de impostos. A figura 3.1 evidencia como se deu estatisticamente este crescimento. Figura 3.1 - Comparativo do número de trabalhadores formais/informais na construção civil Fonte : CBIC (2017) 30 Em 2009, último ano para o qual as bases de dados consideradas nesta pesquisa estão disponíveis, o produto das empresas formais de construção (valor adicionado) totalizou R$ 93,2 bilhões, o que representou 63,5% do produto do setor como um todo (informal e formal). Em 2003, primeiro ano do estudo, as empresas formais correspondiam a apenas 43,8%. Logo, conclui-se que nesse quesito houve um grande avanço. Ainda em 2003, somente 19,5% dos trabalhadores da construção civil possuíam vínculo formal de emprego, com registro em carteira assinada de trabalho. Em 2009, esse índice se elevou para 30,1%. Nesse período, o número total de trabalhadores formais dobrou, passando da faixa de 1 milhão de trabalhadores para 2 milhões. Em 2009, existiam cerca de 63 mil empresas formais ativas, das quais 42,8% possuíam até 4 pessoas ocupadas, 40,6% possuíam de 5 a 29 pessoas ocupadas e 16,6% contavam com 30 ou mais ocupados. . Essa última faixa foi a preponderante e respondeu por 80% do valor adicionado do segmento formal da construção. Quanto aos setores da construção civil, nesse mesmo ano de 2009, pouco mais de 50% das empresas formais atuavam na construção de edifícios e aproximadamente 36% eram prestadoras de serviços especializados para construção, muitas vezes terceirizadas. As empresas do segmento de infraestrutura representaram 43,5% do valor adicionado da construção, seguido pelas empresas de edificações, com 39,6%. No período de estudo, a taxa média de crescimento das empresas formais de construção (com 5 ou mais pessoas ocupadas), foi de 11,2% ao ano, o que é mais do que duas vezes a taxa do setor (5,1% ao ano). Por sua vez, o número de trabalhadores ocupados nas empresas formais cresceu ao ritmo de 8,6% ao ano no período analisado. Tendo como base o aumento dos indicadores de pessoas com carteira assinada na construção civil, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizou um estudo sobre a produtividade das empresas formais na construção civil. O período abordado se mantém entre os anos de 2003 e 2009, dividindo-se em dois subperíodos : 2003-2005, quando uma série de aprimoramentos institucionais foram decisivos para setor; e 2006-2009, quando se deu a retomada das atividades de construção. O estudo teve como referência duas bases de dados oficiais geradas pelo InstitutoBrasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) : o Sistema de Contas Nacionais, que abrange todo o conjunto das atividades da Construção Civil (formal e informal), assim como os demais setores de atividade econômica; e a Pesquisa Anual da Indústria de Construção (Paic), que considera apenas as empresas legalmente constituídas. Este estudo segmenta a produtividade em três tipos de análise : a produtividade do trabalho, a produtividade do capital 31 e a produtividade total dos fatores. A figura 3.2 a seguir representa os três tipos citados que foram estudados. Figura 3.2 - Tipos de Produtividade e setores da Construção Civil Fonte : CBIC (2017) A CBIC explica a evolução de cada um dos fatores mostrados na figura 3.2. Porém, é importante citar antes, a importância da PTF, pois ela expressa e torna possível a comparação de diversas combinações de capital e trabalho, de forma a identificar a mais eficiente. Segue abaixo a explicação da evolução dos elementos na figura, no período de análise : a) PTF : o fator cresceu 3,1% ao ano no segundo subperíodo de análise, ou seja, entre os anos de 2006 e 2009, coincidindo assim com o crescimento da produtividade do setor da construção. Considerando todo o período de estudo, 2003-2009, esse aumento foi de apenas 1,2%, porém nos últimos 3 anos da série, o crescimento foi mais relevante, de 3,1% ao ano ou 9,7% no período como um todo; 32 b) Produtividade do Trabalho : está relacionada à mão-de-obra. De 2003 a 2009, a produtividade da mão-de-obra cresceu 5,8% ao ano. Neste período, as empresas de construção investiram altos valores em maquinário, equipamentos e terrenos, contribuindo para o aumento da produtividade do trabalho, todavia, diminuindo a produtividade do capital. No período de 2006 a 2009, a produtividade do trabalho se reduz para 4,4% ao ano, devido ao aumento das contratações, da formalização dos trabalhadores e consequentemente, dos salários desses empregados que foi aumentado; c) Produtividade do Capital : A produtividade do capital (representada matematicamente por valor adicionado/unidade de capital) foi negativa no período, com queda de 3,5% ao ano. O efeito dos altos investimentos das empresas, já explicados para a produtividade do trabalho, permanecem neste item. Entre 2006-2009, a produtividade do capital torna-se positiva e registra incremento de 1,6% ao ano, porém as quedas entre 2003-2009, de 8,3%, contribuam para o resultado negativo; d) Obras de Edificações : No período estudado (2003-2009) o valor adicionado das empresas subgrupo edificações, dentro do setor da construção, cresceu à impressionante taxa de 19,2% ao ano, sendo assim maior que o crescimento do emprego (12,8% ao ano) e que o estoque de capital por trabalhador (7,6% ao ano). Como consequência, , a PTF se elevou ao ritmo de 1,9% ao ano. Em 2006- 2009, junto ao crescimento da taxa da PTF a 5,0%, o produto cresceu a uma taxa maior que a do emprego, sendo que este último teve a mesma taxa de crescimento do estoque de capital físico; e) Obras de Engenharia Civil : O subgrupo obras de engenharia civil, assim como o subproduto edificações, expandiu o produto a uma taxa mais elevada que a do emprego e capital por trabalhador, elevando, desta vez, a taxa da PTF ao ritmo de 1,1% ao ano de 2003 a 2009. Porém, notaram-se diferenças entre este subgrupo e o subgrupo de edificações em relação à expressividade dos indicadores no período 2003 a 2006. Os indicadores do subgrupo de obras de engenharia civil foram mais expressivos, o valor adicionado cresceu à taxa de 19,4% ao ano e foi acompanhado por incrementos na PTF de 1,8% ao ano. 33 A tabela 3.1 mostra os resultados da PTF para as empresas de construção com cinco ou mais pessoas ocupadas para o período de 2003 a 2009, como um todo, e nos subperíodos de 2003-2006 e 2006-2009. Tabela 3.1 – Tabela de resultados para produtividade Fonte : FGV (2012) Observa-se a partir da tabela 3.1 que a produtividade total dos fatores da empresas registraram um crescimento médio positivo de 1,2% ao ano, dentro de todo o período de estudo. Logo, podemos dizer que com a mesma combinação de capital e trabalho, as empresas da construção em 2009, último ano do estudo, geraram um valor adicionado 7,2% maior em relação a 2003, ano inicial do estudo. Através do estudo, decompondo a produtividade, nota-se que, entre 2003 e 2009, a produtividade da mão-de-obra (valor adicionado/trabalhador) cresceu a uma taxa média de 5,8% ao ano. Isso indica que o crescimento da renda gerada pelas empresas foi superior ao aumento do emprego. Em contrapartida, a queda anual média de 3,5% da produtividade do capital, pode ser explicada pelo crescimento expressivo do estoque de capital, de 9,6% ao ano, sendo superior ao crescimento do valor adicionado. Os índices registrados revelam importantes tendências, como o crescimento expressivo do investimento em máquinas e equipamentos e a substituição de mão de obra de trabalho por capital. O investimento maior realizado pelas empresas, em máquinas e equipamentos e terrenos, foi importante para o aumento da produtividade do trabalho e diminuição da produtividade do capital. Ainda, no período integral de análise, o investimento por trabalhador formal aumentou 61% em termos reais. Apesar dos números totais positivos, a PTF passa a ser positiva, somente nos três últimos anos do tempo de estudo (2006-2009), crescendo 3,1% ao ano ou 9,7% no período. Devido ao processo de intensa contratação e formalização dos trabalhadores no setor, a produtividade na mão-de-obras sofreu quedas, continuando com crescimento positivo mas não expressivo como os três anos anteriores, refletindo em mudanças importantes na composição 34 dos resultados da análise. A competitividade e pressão no mercado de trabalho repercutiu nos custos setoriais. Nesse período, os salários registram crescimento real de 4,7% ao ano, superando o aumento da produtividade do trabalho (4,4%). Isso também representou uma mudança de panorama, pois no período anterior (2003-2006), o crescimento da produtividade do trabalho foi maior que o aumento real dos salários. Como pode ser observado, no último período de três anos, a produtividade do capital passa a ser positiva, em índices de 1,6% ao ano. Resumidamente, o crescimento da taxa da PTF de 1,2% ao ano de 2003 a 2009 se dá devido ao seu bom desempenho nos três últimos anos daquele período (2006-2009), de 3,1% ao ano. O estudo da FGV (2012) mostra também que o aumento da produtividade em geral deve ser atribuído exclusivamente ao desempenho das maiores empresas (com 30 ou mais pessoas ocupadas), nos três anos mais recentes. Isso significa que nesse período, houve uma expansão de produto (valor adicionado) em um ritmo superior ao do aumento do estoque de capital e de mão de obra, gerada entre os anos de 2006 e 2009, pelo grupo das maiores empresas. 3.1.2 O pós-crise econômica 2008/2009 (2009 - Atualidade) O pós crise econômica de 2008/2009 vêm se mostrando nebuloso e de futuro incerto para a economia de modo geral no Brasil. Não foi diferente para o setor de construção civil. A deterioração progressiva da capacidade produtiva do setor, mais precisamente de 2013 a 2015, deixou dúvidas sobre a capacidade de reação positiva do setor de construção e seu futuro, que ainda é uma incógnita. Uma sondagem realizada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon–SP) entre os anos de 1999 e 2015, observou que as atividades realizadas pelo setor possuíam grandes sinais de enfraquecimento, além de aumentos de custos e consequentemente, dificuldades financeiras, refletidas pelo cenário de altos juros e condições mais restritivas de crédito pelo qual passava o país (DIAS e CASTELO, 2015). Segundo o IBGE (2013), em pesquisa realizada entre 2012 e 2013, um aumento de 9% foi registrado nos
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