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ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 35 5. EQUILÍBRIO DOS CORPOS RÍGIDOS Este material deve ser complementado com a leitura do capítulo 5 (HIBBELER) e do capítulo 4 (BEER & JOHNSTON). 5.1 CONDIÇÃO DE EQUILÍBRIO DE UM CORPO RÍGIDO Um corpo rígido está em equilíbrio quando as forças externas que atuam sobre ele possam ser reduzidas a um sistema equivalente com força resultante nula e momento resultante nulo. É importante ressaltar que o ponto em relação ao qual é feita a redução pode ser qualquer ponto pertencente ao corpo ou não. Esta condição está representada na Fig. (5.1) e na equação (5.1). Figura 5.1 – Condição de equilíbrio de um corpo rígido. ∑∑ ==== 0MM0FR oRo , (5.1) A demonstração deste resultado é apresentada de forma completa na 3a área da disciplina considerando-se o problema dinâmico. É importante ressaltar que a condição representada pela equação (5.1) é válida para um corpo em equilíbrio ou para um corpo em movimento retilíneo uniforme. A equação (5.1) escrita em forma escalar é representada pelo conjunto de equações (5.2), que são as Equações de Equilíbrio da Estática. 0,0,0 0,0,0 === === ∑∑∑ ∑∑∑ zyx zyx MMM FFF (5.2) No caso plano, as forças estão definidas apenas no plano XY e os momentos estão definidos no eixo Z. Logo, as equações de equilíbrio indicadas em (5.2) ficam reduzidas a três equações conforme indicado em (5.3). Estas três equações permitem resolver problemas com no máximo 3 incógnitas. 0 0 0 = = = ∑ ∑ ∑ z y x M F F (5.3) = F 1 r 1 F 4 F 3 F 2 r 4 r 3 r 2 O R= 0 M o = 0 O ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 36 5.2 VÍNCULOS E REAÇÕES A função dos vínculos é a de restringir um ou mais movimentos de corpo rígido de um corpo. Para cada movimento restrito irá corresponder uma reação. Movimento de corpo rígido. São os movimentos que um corpo pode realizar sem alterar as suas dimensões próprias ou seja sem que este sofra deformações. Grau de liberdade. Representa uma possibilidade de movimento de corpo rígido de um corpo. No espaço um corpo rígido tem seis graus de liberdade que são três translações; ux, uy e uz; e três rotações; Rx, Ry e Rz . Já no plano um corpo rígido tem três graus de liberdade que são duas translações; ux e uy; e a rotação Rz . A Fig. (5.2) ilustra os graus de liberdade no plano e no espaço. Figura 5.2 – Representação dos graus de liberdade no plano e no espaço. Para que um sólido esteja em equilíbrio é necessário que a sua vinculação elimine todas as possibilidades de movimento de corpo rígido. Do ponto de vista teórico os vínculos são sempre completos ou seja se um vínculo impede o movimento, por exemplo, na direção vertical, então este movimento deve ser impedido nos dois sentidos ou seja para baixo e para cima. Considerando o caso de uma cadeira comum, sabe-se que as patas dela impedem o movimento vertical para baixo. Para que as patas fossem realmente um vínculo completo, a cadeira deveria ser aparafusada no chão de modo a impedir o movimento vertical para cima e para baixo. Neste sentido, deve-se tomar o cuidado de projetar os vínculos com as características que se verificam necessárias durante o cálculo. Do ponto de vista teórico os vínculos são perfeitos ou seja ou o vínculo impede totalmente o movimento numa dada direção ou este movimento é livre. Não há vinculação parcial. 5.3 TIPOS DE VÍNCULOS PARA O CASO PLANO Vínculos de 1ª classe. A reação deste tipo de vínculo é equivalente a uma força com linha de ação conhecida. O vínculo impede um deslocamento na direção do apoio. Neste caso, há apenas uma incógnita. Os tipos de ligações que ficam nesta categoria são: cabo, haste curta (sem peso), rolete, rolete ou pino confinado em guia sem atrito, balancim, superfície de contato sem atrito. A seguir apresenta-se um esquema de cada um destes tipos de ligação. X Y Z u x u Z u Y R Y R X R Z X Y u x u Y Z R Z ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 37 θ θ F θ F θ θ θ θ θF Cabo A reação é uma força de tração que tem a direção do cabo no sentido de puxar o elemento ao qual ele está ligado. Haste curta (sem peso) A reação é uma força que tem a direção da haste. Rolete (apoio simples) A reação é uma força que atua perpendicularmente à superfície no ponto de contato. Rolete confinado numa guia sem atrito. A reação é uma força que atua perpendicularmente à guia. Balancim A reação é uma força que atua perpendicularmente à superfície no ponto de contato. Superfície de contato sem atrito A reação é uma força que atua perpendicularmente à superfície no ponto de contato θ θF θF θF θ F ou ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 38 θ Elemento rotulado conectado a um colar deslizante sobre uma barra sem atrito A reação é uma força que atua perpendicular- mente à barra. O vínculo de primeira classe de uso mais comum é o apoio simples, que corresponde ao caso do rolete, e a sua representação mais usual é dada pelo esquema abaixo. É importante salientar que a direção da reação é indicada pelo triângulo. Nota-se que o apoio simples impede o deslocamento na direção indicada pelo triângulo, no caso o deslocamento vertical uy é nulo correspondendo a uma reação 0 Ay R ≠ . Somado a isso, como o deslocamento ux e a rotação zθ estão liberados tem-se 0AxR = e 0AM = . . Vínculos de 2ª Classe. A reação deste tipo de vínculo é equivalente a uma força com linha de ação desconhecida, o que é equivalente a uma força representada por duas componentes. Os casos mais comuns deste tipo de vínculo são o apoio duplo (também chamado rótula ou articulação), superfície de contato com atrito e elemento solidário a um colar deslizante sobre uma barra sem atrito. A seguir apresenta-se um esquema de cada um destes tipos de ligação. Apoio duplo (pino sem atrito) θ F θ θ F x Fy θ F φ x y R Ay A 0 0 0 0 0 0 x Ax y Ay z A u R u R Mθ ≠ → = = → ≠ ≠ → = u x u y θ z ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 39 θ As reações são duas componentes de forças ou o módulo e a direção φ da resultante das forças. Os ângulos φ e θ não são necessariamente iguais a menos que a barra seja bi- articulada. A representação simplificada deste tipo de vínculo está apresentada no esquema abaixo. x y R Ay A 0 0 0 0 0 0 x Ax y Ay z z u R u R Mθ = → ≠ = → ≠ ≠ → = u x u y θ z R Ax Superfície de contato com atrito. A reação é composta por uma força N que atua perpendicularmente à superfície no ponto de contato (força normal) e por uma força de atrito que atua paralelamente à superfície no ponto de contato e com sentido definido de modo a impedir o deslizamento da barra. Rótula Interna A V Aesq V Adir H Aesq HAdir M Aesq M Adir 0 0 0 0 xesq xdir Aesq Adir yesq ydir Aesq Adir Aesq zesq Adir zdir u u H H u u V V M M θ θ = → = = → = = → ≠ = → ≠ A H A V A Uma rótula interna transmite deslocamentos ux e uy, mas não transmite a rotação zθ . Portanto este corresponde a duas forças reativas. Estas forças são do tipo internas e não devem ser representadas num diagrama de corpo livre externo da estrutura, Elemento solidário a um colar deslizante sobre uma barra sem atrito. As reações são equivalentes a uma força e um momento que atuam perpendicularmente à barra. ou F M θ N F F x F y ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 40 Pistão Um vínculo do tipo pistão permite o deslocamento relativo ao longo do eixo do pistão e impede o deslocamento perpendicular ao eixo do pistão, bem como a rotação no plano. Esse vínculo corresponde a uma reação do tipo força e uma reaçãomomento. x y u xesq uxdir R yesq R ydir M dir M esq xdirxesq xdir xesq diresqdiresq ydiryesqydiryesq uu u u MM RRuu ≠ ≠ ≠ =→= =→= 0 0 θθ Slide Um vínculo do tipo slide permite o deslocamento relativo ao eixo perpendicular a direção da barra. O deslocamento na direção do eixo da barra, bem como a rotação no plano são impedidos. Esse vínculo corresponde a uma reação do tipo força e uma reação momento. x y u yesq u ydir R xesq Rxdir M dir M esq ydiryesq ydir yesq diresqdiresq xdirxesqxdirxesq uu u u MM RRuu ≠ ≠ ≠ =→= =→= 0 0 θθ Vínculo de 3ª classe. A reação deste tipo de vínculo é equivalente a duas componentes de força e um momento. O exemplo típico deste tipo de vínculo é o engaste. x y R Ay 0 0 0 0 0 0 x Ax y Ay z z u R u R Mθ = → ≠ = → ≠ = → ≠ u x u y θ z A R Ax M A ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 41 5.4 UMA CLASSIFICAÇÃO SIMPLIFICADA DE ESTRUTURAS As estruturas podem ser classificadas em função do número de reações externas. Estruturas cujas reações podem ser calculadas com as equações de equilíbrio são ditas Isostáticas. A Fig. (5.3) apresenta um exemplo deste tipo de estrutura. Figura 5.3 – Estrutura Isostática. ; ;A A BH V V Estruturas cujas reações não podem ser calculadas apenas com as equações de equilíbrio são ditas Hiperestáticas. A Fig.(5.4) ilustra uma estrutura hiperestática. Neste tipo de problema o número de incógnitas é maior que o número de equações. Nota-se que as reações VA e VB são obtidas aplicando-se as equações 0=∑ yF e 0=∑ AM . A terceira equação, 0=∑ xF , resulta em BA HH = . As reações HA e HB são ditas reações estaticamente indeterminadas. Para obtermos mais uma equação, para resolver o problema, faz-se necessário considerar a forma como a estrutura se deforma, o que é assunto para as próximas disciplinas. Figura 5.4 – Estrutura Hiperestática. Estruturas cujo número de reações for inferior ao número de equações são ditas Hipoestáticas. Na realidade, pode-se ter um número de reações superior ao número de equações, desde que os vínculos estejam dispostos de modo não eficaz. A estrutura ilustrada na Fig. (5.5) tem duas reações e 3 equações. A BHA V A VB P 3 P 2 P1 AHA V A P 3 P 2 P1 B HB VB B V B P 3 P 2 P 1 A V A V C ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 42 A BHA VA VB P a b Figura 5.5 – Estrutura Hipoestática. Nesta estrutura o movimento de corpo rígido na direção X é livre. É interessante observar que a colocação de mais apoios simples, como os do ponto A ou B, não muda a condição de hipoestaticidade do problema, embora aumente o número de reações. Este seria um exemplo típico de vínculos aplicados de modo não eficaz. Do ponto de vista estrutural a hipoestacidade não é desejável, no entanto em corpos que funcionam como mecanismo a hipoestacidade é necessária. A Fig. (5.6) ilustra o mecanismo básico de uma balança mecânica. Neste caso, o giro livre em torno do ponto A é necessário para o funcionamento da balança. Quando a balança está equilibrada (estrutura auto-equilibrada), o peso padrão é igual ao peso do objeto que se deseja pesar. Figura 5.6 – Balança mecânica. A Fig. (5.7) ilustra um mecanismo formado por duas rodas e umas correia. Para que estas rodas possam transmitir movimento de uma para a outra é necessário que a rotação de ambas as rodas com em relação ao centro, de cada uma delas, esteja livre. Figura 5.7 – Mecanismo formado por duas rodas e correia. Exemplo 1. Calcule as reações dos vínculos A e B. Solução: Aplica-se diretamente as equações de equilíbrio. 00 =→=∑ AX HF (1) PVVF BAY =+→=∑ 0 (2) ( ) 00 =−+→=∑ PabaVM BA ba Pa VB + = (3) A A y A x P 1 P 2 ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 43 A BHA V A VB M a b 400 N 200 N 300 N A B C 2 m 1 m 1m 1m H A V A M A Substituindo-se (2) em (3) obtém-se ba Pb VA + = Caso a carga P fosse aplicada no centro da viga ou seja a = b, as reações VA e VB seriam iguais a P/2. Este resultado pode ser obtido diretamente através da simetria do problema. Caso a carga P fosse aplicada sobre um dos apoios verifica-se que esta carga é totalmente absorvida por este apoio ou seja se a carga é aplicada no apoio A tem-se VA = P e VB = 0. Exemplo 2. Calcule as reações dos vínculos A e B. Solução: Aplica-se diretamente as equações de equilíbrio. 00 =→=∑ AX HF (1) BAY VVF =→=∑ 0 (2) ( ) 00 =++−→=∑ MbaVM BA ba M VB + = (3) Substituindo-se (2) em (3) obtém-se ba M VA + = 5.5 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 1) Determinar as reações no vínculo A da estrutura. Solução: O vínculo representado no ponto A é um engaste ou seja impede 3 movimentos: duas translações e uma rotação. Logo, este vínculo deve ser representado por 3 reações: duas forças e um momento. A figura ao lado já representa estas reações. Para resolver o problema basta aplicar as equações de equilíbrio. N 3000 =→=∑ AX HF (1) N 6002004000 =+=→=∑ AY VF (2) 02002400130030 =⋅−⋅−⋅−→=∑ AA MM Nm 1700=AM 2) Determinar as reações dos apoios da viga desprezando o peso próprio da mesma. Solução: Substituir os vínculos por suas reações correspondentes e aplicar as equações de equilíbrio. 45cos6000 ⋅+→=∑ AX HF (1) N 3,424−=AH ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 44 A BHA V A VB 100 N600 N 2m 3m 2m 45° V A H A R A θ A B H A V A VB 100 N 200 N 300 N 0,8m 0,8m 1m 1 ,5 m C 45sen6001000 ⋅+=+→=∑ BAY VVF N 7,331N 6,1920100545sen600270 =→=→=⋅−⋅⋅−⋅→=∑ ABBA VVVM O sinal negativo de HA indica que o sentido arbitrado para esta reação está errado. O sentido correto é o contrário do arbitrado. Pode-se notar que o erro no sentido da força não afetou a solução do problema. Quando se tem esta situação pode-se trabalhar de duas formas: manter o sinal negativo sabendo que ele indica o sentido contrário ou trocar o sinal e o sentido arbitrado para a força. Em algumas aplicações as reações do apoio duplo A devem ser representadas por uma única força. Neste caso a solução fica N 6,5387,3313,424 22 =+=AR o 01,38 3,424 7,331 tan =→= θθ Principalmente em concursos pode ser útil a confirmação da resposta obtida. Para tal basta fazermos o somatório de momentos em relação a um outro ponto, diferente de A, igual a zero. Escolhendo-se o ponto B e substituindo-se o valor correspondente a reação VA obtém-se 057,00100245sen60057,33170 ≈−→=⋅+⋅⋅+⋅−→=∑ BM Quando a solução do problema é correta deve-se obter 0 = 0 ou uma situação próxima, como neste exemplo, a isto em função de erros de arredondamento. 3) Determinar as reações dos vínculos da treliça. Solução: Aplicar as equações de equilíbrio. N 1000 =→=∑ AX HF N 5000 =+→=∑ BAY VVF AB VV −= 500 ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 45 N 84,303N 15,19606,21005,130012008,10 =→=→=⋅−⋅−⋅+⋅→=∑ BAAB VVVM Conforme mencionado no exercício anterior pode-se confirmar a solução do problema fazendo-se o somatório dos momentos em relação a um outro ponto qualquer. Escolhendo-se o ponto C obtém-se 001,001005,130012008,115,1966,20 =→=⋅−⋅+⋅+⋅−→=∑ CM Pelo resultado obtido verifica-se que a solução está correta. 5.6 EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO ALTERNATIVAS Vimos que o equilíbrio de um corpo rígido no plano pode sempre ser representado pelas equações de equilíbrio apresentadas em (5.4). 0 0 0 = = = ∑ ∑ ∑ O y x M F F (5.4) No entanto este conjunto de equações pode levar, em alguns casos, a um sistema de equações que deve ser resolvido. Logo, pode ser vantajoso adotarmos um conjunto de equações de equilíbrio alternativo. O primeiro conjunto de equações de equilíbrio alternativas está representado na equação (5.5). A Fig. (5.8) ilustra o funcionamento destasequações de equilíbrio. 0 0 0 = = = ∑ ∑ ∑ B A a M M F (5.5) Figura 5.8 – Ilustração do primeiro conjunto de equações de equilíbrio. A equação 0=∑ AM indica que o sistema de forças deve ser reduzido ao ponto A, e que o momento resultante em A, MRA, é nulo. A equação 0=∑ aF indica que a componente da resultante paralela ao eixo a-a é nula. A Fig. (5.8b) indica a redução do sistema de forças para F 1 F 4 F 3 F 2 A R M RA = A a a R R = A a a R B a) b) c) ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 46 o ponto A, e a Fig. (5.8c) ilustra o resultado das duas primeiras equações de equilíbrio, que é a componente da resultante ortogonal ao eixo a-a. Para anular-se esta componente iguala-se a zero o somatório de momentos em relação a um ponto B, que deve ser escolhido de modo que a reta AB não seja paralela a direção da componente da resultante que se deseja eliminar. Porque o conjunto de equações (5.5) representa o equilíbrio de um corpo rígido? Demonstração: A equação 0=∑ BM pode ser escrita como aaB ABR R ABAB kji ⋅−= = ⊥ ⊥ ⊥ 00 0M (5.6) em que ⊥AB é a distância entre os pontos A e B medida na direção ortogonal ao eixo a-a e aAB é a distância entre os pontos A e B medida na direção paralela ao eixo a-a. Pela equação (5.6) observa-se que para MB = 0 tem-se que 0=⊥R , desde que se garanta 0≠aAB . Portanto, para que o conjunto de equações (5.5) represente as condições de equilíbrio de um corpo rígido é necessário que a reta AB não seja ortogonal ao eixo a-a. O segundo conjunto de equações de equilíbrio alternativas está representado na equação (5.7). A Fig. (5.9) ilustra o funcionamento destas equações. 0 0 0 = = = ∑ ∑ ∑ C B A M M M (5.7) Figura 5.9 – Ilustração do segundo conjunto de equações de equilíbrio. F 1 F 4 F 3 F 2 A R M RA = A = A a) b) c) R R A B d) R C ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 47 A equação 0=∑ AM indica que o sistema de forças deve ser reduzido ao ponto A, e que o momento resultante em A, MRA, é nulo. Este processo esta ilustrado nas figuras (5.9a) a (5.9c). A equação 0=∑ BM exige para ser satisfeita que o ponto B pertença a reta suporte da resultante R. Já a equação 0=∑ CM exige que a resultante seja nula, desde que o ponto C não seja colinear com os pontos A e B. Exemplo 3. Calcular as reações nos apoios para viga bi-apoiada ilustrada na figura abaixo. (a) (b) Figura 5.10 – Ilustração do exemplo 1. Solução: Aplicando-se as equações tradicionais obtém-se kN 3 2 3 1 1010 kN 3 1 01130 00 =−=→=−+→= =→=⋅−⋅→= =→= ∑ ∑ ∑ yyyy yyA xx ABAF BBM BF Aplicando-se as equações de equilíbrio alternativas obtém-se kN 3 2 02130 kN 3 1 01130 00 =→=⋅+⋅−→= =→=⋅−⋅→= =→= ∑ ∑ ∑ yyB yyA xx AAM BBM BF O sistema de equações alternativas funciona porque a reta AB não é ortogonal ao eixo a-a (eixo X). 1m 2m A B 1 kN 1m 2m A B 1 kN B y B x A y ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 48 Exemplo 4. Para a estrutura representada na figura abaixo calcular as reações nos vínculos. Solução: Aplicando-se as equações de equilíbrio usuais tem-se 100866,0030cos60cos2002000 −⋅=→=⋅−⋅−+→=∑ FAFAX RHRHF FAFAY RVRVF ⋅−=→=⋅+⋅−−→=∑ 5,0205,673030sen60sen2005000 ( ) ( ) ( ) ( ) 030sen2430cos30cos2230sen 30cos1260sen20030sen1460cos200150042000 =⋅−⋅⋅+⋅+⋅⋅+ ⋅+⋅⋅−⋅−⋅⋅+⋅−⋅−→=∑ FF A RR M N 324=FR , N 58,180=AH e N 2,511=AV Aplicando-se um conjunto alternativo de equações a solução fica 100866,00 −⋅=→=∑ FAX RHF (1) 1502012001500420 +⋅=→=⋅−⋅+⋅⋅+⋅−→=∑ AAAAD HVHVM (2) ( ) ( ) ( ) 0120030cos2150030sen220030sen2430cos220 =⋅+⋅+⋅+⋅⋅−⋅−⋅+⋅+⋅−→=∑ AAF HVM 025,13663732,3 −=⋅+⋅− AA HV (3) Substituindo-se (2) em (3) obtém-se N 6,180025,136638,559464,7 =→−=⋅+−⋅− AAA HHH , N 2,511=AV e N 324=FR Quando se trabalha com um conjunto alternativo de equações de equilíbrio deve-se ter em mente que estas equações funcionam desde que se atendam algumas condições. Apresenta-se a seguir um conjunto de equações de equilíbrio que não conduz a resposta do problema. A 500 N H A V A RF 200 N 200 NB C D E F 4 m 1m 1m 1m 1m 30° ENG 01156 – Mecânica - Aula 05 Prof Inácio Benvegnu Morsch - CEMACOM 49 FAFAY RVRVF ⋅−=→=⋅+⋅−−→=∑ 5,0205,673030sen60sen2005000 (1) 15020 +⋅=→=∑ AAD HVM (2) ( ) 0230sen30sen160cos20030cos1260sen200150040 =⋅⋅+⋅⋅⋅−⋅+⋅⋅−⋅−⋅→=∑ FAB RHM 4 41,1046 F A R H − = (3) Substituindo-se (1) e (3) em (2) obtém-se 205,673205,673150 2 41,1046 5,0205,673 =→+ − =⋅− FF R R o que indica que o conjunto de equações empregado é linearmente dependente. Isto ocorre porque a reta que une os pontos B e D é horizontal sendo paralela a resultante RX.
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