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Schistosoma mansoni e Esquistossomose

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SCHISTOSOMA MANSONI E 
A ESQUISTOSSOMOSE
Prof.ª Patricia Alencar Dutra
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR?
Xistose
Barriga 
d’água
Mal do 
caramujo
Mal de 
Pirajá
HELMINTOFilo 
Platyhelmintes
Classe Trematoda
Família 
Schistosomatidae
Gênero
Schistosoma
ASPECTOS HISTÓRICOS
❖ Sambon (1907) – descobri e denomina a nova 
espécie, Shistosnoma mansoni.
❖Pirajá da Silva
❖Oriegem da Á frica e da Ásia.
Schistosoma 
haematobium
Schistosoma 
japonicum
Schistosoma 
mekongi
Schistosoma 
intercalatum
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
• Endêmica: África, Ásia e América Latina.
• 200 milhões os infectados
• 600 milhões de expostos de contrair a doença.
• Brasil: 6-8 milhões de portadores.
MORFOLOGIA
• Dimorfismo: macho e fême
• Ovo
• Miracídio
• Esporocisto
• Cercária
MACHO E FÊMEA
• Macho: mede cerca de 1 cm, cor
esbranquiçada, tubérculos, ventosa oral e
ventral, canal ginecóforo,esôfago, 7 a 9
massas testículares.
NÃO HÁ ÓRGÃO DE CÓPULA!
❖Fêmea: mede cerca de 1,5 cm, cor mais
escura, legumento liso, ventosa oral e
ventral, vulva, útero, e ovário.
Schistosoma 
mansoni -
vermes adultos
Fêmea
Macho
OVO
❖Castanho-amarelada
❖Espículo lateral
❖Dupla membrana: córion e âmnio
❖Miracídio no interior
❖Fezes
Schistosoma mansoni - ovo
As fêmeas põem 1 ovo por vez, cerca de 300 
por dia. O ovo possui em média 150um de 
comprimento por 65um de largura, com um 
espinho ou espículo lateral saliente e agudo
(seta) e um envoltório duplo.
Schistosoma mansoni - ovo
MIRACÍDIO
• Corpo cilindicro com células epidérmica com se
implantam os cílios, os quais permitem seu
movimento no meio aquático.
• Terebratorium: glândulas adesivas, cílios e espículas
e terminações nervosas.
• Células germinativas , em número de 50 a 100, dão
continuidade ao ciclo no caramujo.
CERCÁRIA
• Corpo cercariano e cauda bifurcada.
• Ventosa oral
• Ventosa ventral
HABITAT
• Os vermes adultos vivem no
sistema porta.
• Tempo de maturação: 25 dias.
• Veia mesentérica inferior
• Deposição de ovos em torno
de 35 dias após acasalamento.
BIOLOGIA
• Adultos: vivem em média 5 anos, podendo
chegar a 30 anos.
• Habitat: sistema porta.
• Postura: veia mesentérica inferior (400 ovos
por dia).
CICLO BIOLÓGICO
Heteroxênico
Hospedeiro definitivo
• Vertebrado
• Homem
• Reprodução sexuada
Hospedeiro intermediário
• Invertebrado
• Caramujo
• Reproduução assexuada
Larvas de vida livre no meio aquático
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO
• HI: Biomphalaria glabrata : (mais suscetível)
Norte (Belém do Pará), Nordeste, Sudeste e Sul (Estado do
Paraná).
• Biomphalaria tenagophila : RJ, SP, Paraná, Sta Catarina, Rio G
do Sul, sul da Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso.
• Biomphalaria straminea: Norte e Nordeste, Espirito Santo,
Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
HOSPEDEIRO INTERMEDIÁRIO
Hábitat: Lagoas, brejos, córregos, valas de irrigação, áreas 
alagadas, açudes, represas, poços, cacimbas, cisternas.
CICLO BIOLÓGICO
CICLO BIOLÓGICO
• Os ovos colocados nos tecidos levam cerca de uma
semana para tomarem-se maduros (miracídio formado).
• Chegam à luz intestinal: reação inflamatória; pressão dos
ovos que são postos atrás ("bombeamento"); enzimas
proteolíticas; adelgaçamento da parede do vaso.
• Os ovos ganham o ambiente externo.
CICLO BIOLÓGICO
• Os ovos que têm uma expectativa de vida de 24 horas
(fezes líquidas) a cinco dias (fezes sólidas).
• Alcançando a água, os ovos liberam o miracídio, estimulado
pelos seguintes fatores: temperaturas mais altas, luz intensa
e oxigenação da água.
• Atração miracidiana com relação aos moluscos.
CICLO BIOLÓGICO
• A ação combinada dos intensos movimentos do miracídio e da ação
enzimática.
• O local de penetração pode ser representado por qualquer ponto das
partes expostas do caramujo, sendo, porém, a base das antenas e o pé
os pontos preferidos.
• Geração das células germinativas ou reprodutivas que recebe o nome
de esporocisto.
CICLO BIOLÓGICO
• Esporocisto I
• Esporocisto II
• Esporocisto III
• Cercária
• Um único miracídio pode gerar de 100 a 300 mil cercárias, e cada
miracídio já leva definido o sexo das cercárias que serão produzidas.
• A B. glabrata pode eliminar por dia, em média, até 4.500 cercárias e a B.
straminea, do Nordeste, em média 400 cercárias/dia.
CICLO BIOLÓGICO
• As cercárias são capazes de penetrar na pele e nas mucosas.
• Ao alcançarem a pele do homem, se fixam preferentemente
entre os folículos pilosos com auxílio das duas ventosas e de
uma substância mucoprotéica secretada por suas glândulas I
acetabulares.
• Por ação Iítica (glândulas de penetração) e ação mecânica
(movimentos vibratórios intensos), promovem a penetração do
corpo cercariano e a concomitante perda da cauda.
CICLO BIOLÓGICO
• Após a penetração, as larvas resultantes, denominadas
esquistossômulos, adaptam-se as condições fisiológicas do
meio interno.
• Dos pulmões, os esquistossômulos se dirigem para o
sistema porta, podendo usar duas vias para realizar essa
migração: uma via sanguínea (tradicionalmente aceita) e
outra transtissular.
TRANSMISSÃO
• Penetração ativa das cercárias na pele e mucosa.
• As cercárias penetram mais frequentemente nos pés e nas pernas por
serem áreas do corpo que mais ficam em contato com águas
contaminadas.
• O horário em que são vistas em maior quantidade na água e com maior
atividade é entre 10 e 16 horas, quando a luz solar e o calor são mais
intensos.
• Focos peridomiciliares: valas de irrigação de horta, açudes (reservatórios
de água e local de brinquedo de crianças), pequenos córregos onde as
lavadeiras e crianças costumam ir.
IMUNOLOGIA
Mec. de escape (verme adulto):
• o tegumento com lâminas que o torna menos vulnerável à
ação de anticorpos, dos polimorfonucleares e do
complemento;
• incorporação de Ag do hospedeiro
Imunidade Concomitante: barreiras contra novas invasões
p/S.mansoni (anti-cercariana).
PATOGENIA
▪ Fatores associados:
Carga parasitária Linhagem do parasito
Características do 
hospedeiro (idade, 
estado nutricional e 
imunidade).
PATOGENIA
• Penetração ativa da cercária na pele, com lesão por acão mecânica e
enzimática, liberação de catecolaminas e reação de hipersensibilidade
(estimulando a produção de IgE, vão sensibilizar mastócitos).
• Evolução do esquistossômulo no pulmão, ação antigênica com
manifestações da fase aguda.
• Acasalamento no fígado, fertilização da fêmea e migração p/as veias
hemorroidárias inferiores, onde depositam os ovos.
• Granulomas locais, eliminação pelas fezes e refluxo para o fígado.
PATOGENIA
• Granulomas em torno dos ovos (macrófagos, eosinófilos, céls
epitelióides e céls. gigantes multinucleadas) obstruindo o sistema
porta intra-hepático (principal fator patogênico).
• Formação de colágeno e fibrose: Redução do fluxo venoso
hepático; Hipertensão porta.
• Circulação colateral, varizes hemorroidárias, gastroesofágiacas
com risco de sangramento (melena e hematêmese).
• Migração de ovos para o pulmão, obstrução da vasculatura,
hipertensão pulmonar.
AÇÃO ESPOLIADORA
•S.mansoni consome 1/5 de seu
peso seco de glicose e 2,5 mg
de ferro por dia.
PATOGENIA
Fibrose
Granuloma hepático
Esquistossomose medular
http://www.fcm.unicamp.br/deptos/anatomia/fig3ab++.jpg
http://www.indigo.com/software/gphpcd/zoo31.jpg
http://anatpat.unicamp.br/minDsc69570+.jpg
ESQUISTOSSOMOSE AGUDA
• Pré-postural:
- Sintomatologia variada
- mal-estar, febre, tosse, mialgias 
- 10 a 35 dias
ESQUISTOSSOMOSE AGUDA
• Fase aguda:
“ Febre de Katayama”
- Surge em torno de 50 dias e dura até cerca de
120 dias
- Forma toxêmica (febre, anorexia, dor abdominal e
cefaléia, paciente pode apresentar, em menor
freqüência, diarréia, náuseas, vômitos, tosse seca,
hepatoesplenomegalia discreta)
ESQUISTOSSOMOSE CRÔNICA
(A partir dos seis meses de evolução)
✓ Alterações intestinais
- Diarréia mucossanguinolenta, dor 
abdominal e tenesmo.
- Crônicos graves: fibroseda alça
Retossigmóide.
DIAGNÓSTICO
• Exame de fezes→ (85%)
• Biópsia retal
• Punção-biópsia do fígado
• Provas sorológicas: ELISA
• Ultra-sonografia:fibrose hepática e hipertensão
porta
• Raio X e ECG: Hipertensão pulmonar
• Hemograma:eosinofilia acentuada (aguda)
FATORES LIGADOS À PRESENÇA E 
EXPANSÃO DA ESQUISTOSSOMOSE
• Clima tropical
• Variedade de habitats aquáticos
• Luminosidade
• Altas temperaturas
• Contaminação das águas com fezes
• Miagrações internas
• Presença do caramujo
FATORES LIGADOS À POPULAÇÃO 
HUMANA
Idade Sexo e etnia
Atividades 
recreativas e 
profissionais
PROFILAXIA
• Controle da transmissão: Saneamento básico
Instalação de água e esgoto nas casas
Mudanças no meio ambiente
Educação sanitária
Combate aos caramujos
Diagnóstico e tratamento dos casos
humanos
• Controle da morbidade: impedir o aparecimento das formas
hepatoesplênicas (diagnóstico e tratamento dos infectados).
TRATAMENTO
• Oxamniquine: 12-15 mg/kg dose única p/adultos
15-20 mg/kg p/crianças
• Praziquantel: 40-50 mg/kg dose única p/adultos
65 mg/kg p/crianças
Efeitos colaterais: cefaléia, náuseas, vômitos, dor
abdominal, alucinações, convulsões (0,5%)
Controle de cura: exames parasitológicos de fezes 4-
6 meses após o tratamento.
OBRIGADA

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