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9 - ECONOMIA APLICADA A ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE

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1 
 
 
ECONOMIA APLICADA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 
1 
 
 
 
Sumário 
 
 ASPECTOS GERAIS DA ECONOMIA APLIACADA................................3 
 CONCEITO E OBJETO............................................................................6 
 CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA...............................................................8 
ADMINISTRAÇÃO...................................................................................9 
O DIREITO ADMINISTRATIVO X ECONOMIA......................................15 
CONTABILIDADE...................................................................................22 
CONTABILIDADE PÚBLICA..................................................................23 
ADMINISTRAÇÃO.................................................................................26 
REFERÊNCIAS.....................................................................................38 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
ASPECTOS GERAIS DA ECONOMIA APLIACADA 
Desde a antiguidade existiam regras que buscavam disciplinar 
fenômenos relacionados à economia. Não se podia à época, contudo, falar-se 
em direito econômico propriamente dito. 
Conforme veremos, a ideia de direito econômico está intimamente 
associada à noção moderna de Estado, assim como ao reconhecimento de que 
o mercado não é capaz de autorregular-se. Naquela época, portanto, não faria 
muito sentido a questão sobre o grau e espécie de intervenção do Estado na 
economia razão pela qual não havia um ramo do direito dedicado ao tema. 
A própria etimologia do termo economia aponta nesse sentido (oikos 
nomos regras para a administração do lar) Com o surgimento do Estado 
moderno e do desenvolvimento da economia enquanto ciência, a discussão 
sobre a relação entre Estado e atividade econômica começa a ganhar relevo, 
sob a forma do liberalismo clássico. 
O liberalismo clássico (ou liberalismo econômico) somente admitia a 
intervenção do Estado na economia de forma bastante reduzida (alguns autores 
inclusive classificam o liberalismo econômico como não intervencionista), pois 
partia do pressuposto de que quanto maior fosse o nível de liberdade garantido 
aos agentes privados no desempenho de suas atividades econômico-comerciais 
(leia-se livre iniciativa), maior seria o crescimento da economia de um país. 
Ainda que o liberalismo clássico possua suas nuances, pode-se dizer 
que, em linhas gerais, essa corrente de pensamento defende que os fenômenos 
econômicos são regidos por leis quase tão precisas quanto as leis das ciências 
físicas e da natureza, razão pela qual a intervenção estatal apenas tenderia a 
perturbar a “ordem natural” da economia. 
Esse modelo fundamentou o funcionamento da economia até o final do 
século XIX, quando as deficiências do liberalismo clássico tornaram-se mais 
evidentes, levando os Estados a procurarem desenvolver regulações 
sistemáticas para as atividades econômicas. Vejamos aqui dois exemplos: 
Europa e Estados Unidos. Na Europa, predominava um modelo de liberalismo 
em que o Estado atuava apenas para adquirir novas colônias como forma de 
4 
 
 
garantir mercado para as indústrias de seu país e obter insumos baratos para 
sua produção industrial. 
Conforme os territórios a serem conquistados foram tornando-se 
escassos, esse modelo de capitalismo imperialista foi chegando a seu limite, ao 
mesmo tempo em que os conflitos entre potências europeias em busca de novas 
colônias aumentava (especialmente entre países que haviam iniciado 
anteriormente sua expansão colonial e países cuja expansão colonial ocorreu de 
forma tardia, como a Alemanha), desembocando posteriormente na Primeira 
Guerra Mundial. Nos Estados Unidos, o liberalismo clássico também mostrou-se 
falho. 
Ao invés do predomínio da livre concorrência, percebia-se no país um 
número cada vez maior de monopólios, levando ao surgimento do Sherman Act 
- uma Lei Antitruste que busca evitar a exploração dos trabalhadores, bem como 
a elevação exacerbada de preços. 
Todavia, a dissolução dos monopólios gerou grande circulação das 
ações de empresas, o que se mostrou problemático, haja visto que à época não 
havia uma regulação devidamente estabelecida para o mercado financeiro. Daí 
resultaram crises econômicas, com destaque para a queda da bolsa de Nova 
Iorque em 1929. Duas lições podem ser extraídas dos casos das economias 
europeia e norte-americana no período do final do século XIX para o começo do 
século XX: 
(i) o mercado não é capaz de regular a si mesmo; 
(ii) alguma intervenção do estado na economia (ainda que regulatória) 
faz-se necessária. 
Teremos, a partir de então, as primeiras tentativas sistemáticas de 
intervenção do Estado na economia. Nos Estados Unidos pós-crise de 1929, 
ganharam força as teses de John Maynard Keynes, que buscava corrigir as 
falhas de mercado por meio da intervenção estatal. 
Caberia ao Estado atuar como indutor do crescimento com vistas a 
conduzir o país ao pleno emprego. Na Europa do pós-guerra, desenvolveu-se o 
Estado de bem-estar social (Welfare State) que associou a promoção de política 
5 
 
 
social ao desenvolvimento econômico de um país inclusive como forma de se 
contrapor à expansão do regime socialista. 
A crítica mais dura e mais radical ao liberalismo econômico ocorreu nos 
países socialistas, sob inspiração do pensamento de Karl Marx entre outros. Tais 
países desenvolveram um modelo planificado de economia com forte 
intervenção estatal e pouco espaço para a autonomia individual e à iniciativa 
privada. 
Tal modelo, naturalmente, não se sustentou com o passar do tempo. Por 
fim, mesmo os países em desenvolvimento desenvolveram sua crítica ao 
liberalismo. Por meio da teoria de substituição de importações da Comissão 
Econômica para a América Latina (CEPAL), defendeu-se que tais países apenas 
conseguiriam desenvolver suas economias caso houvesse alguma forma de 
intervenção do Estado que permitisse o desenvolvimento da indústria nacional e 
a diminuição da dependência de produtos manufaturados vindos dos países do 
primeiro mundo. 
Importante notar que, junto com essas novas concepções acerca da 
relação entre estado e atividade econômica vieram novas regulações jurídicas, 
que não somente reconheciam a insuficiência do direito privado para 
regulamentar fenômenos como o desemprego e as crises econômicas, como 
também implicavam a revisão de “dogmas” do liberalismo, e.g., a concepção 
absoluta do direito de propriedade, sendo incorporado a este instituto a noção 
de função social. Os direitos dos trabalhadores também passaram a ter 
tratamento especifico, merecendo destaque as Constituições mexicana (1917) e 
de Weimar (1919), nas quais se percebe um forte teor social. Surgia,assim, a 
codificação do direito econômico. 
O reconhecimento de que o mercado é falho também ocorrera no plano 
internacional. Especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial, diversas 
organizações foram criadas com lastro nessa premissa. 
Apenas para citar algumas: Banco Mundial (fomentar o desenvolvimento 
de países do então terceiro mundo), Fundo Monetário Internacional (socorrer 
países em dificuldades financeiras); Acordo Geral e Tarifas e Comércio e, 
6 
 
 
posteriormente, Organização Mundial do Comércio (estabelecer regulações para 
o comércio internacional). 
Mais adiante analisaremos concepções contemporâneas da atuação 
estatal, especialmente aquelas voltadas para a ideia de regulação da economia 
(ao invés de uma intervenção direta). Passemos agora ao conceito e objeto do 
direito econômico. 
CONCEITO E OBJETO 
Para isso, trago a definição dada por Eros Roberto Grau: “sistema 
normativo voltado à ordenação do processo econômico mediante a regulação, 
sob o ponto de vista macrojurídico, da atividade econômica, de sorte a definir 
uma disciplina destinada à efetivação da política econômica estatal”. 
Em outras palavras, o Direito Econômico é a disciplina que cuida das 
normas que serão aplicadas pelo Estado nas práticas econômicas, incluindo os 
meios de políticas de intervenção no domínio econômico, regulação, fiscalização 
e participação estatal na atividade econômica, bem como a disciplina das 
relações de dominação, como os monopólios e a tutela dos sujeitos dessas 
relações, coibindo condutas ilícitas dos agentes econômicos. 
A partir dos conceitos acima, é possível definir várias áreas de atuação 
do Direito Econômico: 
 
 Desenvolvimento e equilíbrio econômicos 
 Instrumentos e objetos de política econômica. 
 Tutela dos valores concorrenciais, das relações de dominação e 
dos sujeitos que dela participam. Ex: consumidores 
 controle de variáveis econômicas, como taxa de juros, bem como 
controle de quaisquer atividades que possam afetar a economia,. 
Ex: investimentos estrangeiros. 
 Direito Econômico: o Estado fiscaliza, regula e participa da 
atividade econômica. 
 
7 
 
 
Embora o direito econômico também regule as atividades privadas, 
impondo limites à autonomia da vontade, outros fatores justificam sua 
localização no ramo do direito público: 
i)regulação de serviços públicos prestados direta ou indiretamente pelo 
Estado; 
ii) rege condutas de instituições públicas, agências reguladoras e outras; 
iii) imposição de obrigações fundamentadas no interesse sociais. 
 
 
 
 
 
CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA 
 
O conceito de Constituição Econômica 
A Constituição Econômica nasce formalmente ao início do século XX, 
oriunda da positivação de um feixe de normas constitucionais (expressas e 
implícitas) que disciplinam a natureza do sistema econômico em determinado 
Estado e firmam a sua ordem jurídica da economia, inclusive a interação estatal 
na economia privada. 
 Mas o conceito de Constituição Econômica não encontra unanimidade 
na doutrina. Na definição de VITAL MOREIRA, é o “conjunto de preceitos e 
instituições jurídicas que, garantindo os elementos definidores de um 
determinado sistema económico, institui uma determinada forma de organização 
e funcionamento e constitui, por isso mesmo, uma determinada ordem 
económica”. 
 Ao seu tempo, GOMES CANOTILHO adota um conceito mais restrito: 
“o conjunto de disposições constitucionais – regras e princípios – que dizem 
8 
 
 
respeito à conformação da ordem fundamental da economia.”84 Já em sua obra 
conjunta, VITAL MOREIRA e GOMES CANOTILHO descem a minúcias e 
propõem o seguinte: 
“Trata-se do conjunto de normas e de princípios constitucionais que caracterizam 
basicamente a organização económica, determinam as principais regras do seu funcionamento, 
delimitam a esfera de acção dos diferentes sujeitos económicos, prescrevem os grandes 
objectivos da política económica, enfim, constituem as bases fundamentais da ordem jurídico-
política da economia.” 
 Portanto, a ideia central do conceito reside no foro em que estão 
localizadas as normas (constitucional) em face da matéria acerca da qual 
dispõem (organização econômica, política econômica, poder econômico, 
intervenção estatal na economia etc.). 
Trata-se da disciplina jurídico-constitucional dos princípios que regem a 
vida econômica em determinado Estado. 
 
ADMINISTRAÇÃO 
Simultaneamente à positivação e ao desenvolvimento doutrinário da 
ideia de Constituição Econômica, foi sendo elaborada a noção de Direito 
Econômico (e suas variações). A seguir, analisar-se-á com brevidade o conceito 
e as características dessa disciplina. 
 A convivência entre o Direito Econômico, o Direito Comercial e o 
Direito Civil 
Num primeiro momento, acentue-se que o Direito Econômico não exclui 
nem derroga o Direito Privado (Civil, Comercial e desdobramentos), que 
envolvem negócios jurídicos com efeitos econômicos. Nem sequer o poderia, 
apesar de ser nítido que todas essas disciplinas envolvem matéria econômica. 
O que se dá é um corte transversal, a seccionar simultaneamente as 
diversas ramas da ordem jurídica (no que diz respeito à ordem jurídico 
econômica), como se infere da doutrina de ALFREDO DE ASSIS GONÇALVES 
NETO: 
9 
 
 
O Direito comercial, regulando as relações entre comerciantes (empresários) e entre 
esses e os destinatários de suas atividades no âmbito privado, tem com o Direito Econômico 
pontos de tangência nas normas que delimitam, na órbita do interesse público, os direitos e as 
obrigações daqueles no exercício da atividade profissional e que definem as suas relações com 
os consumidores, com os investidores, com os demais empresários e assim por diante. 
“Já o Direito Econômico tem de buscar no Direito Comercial, dentre outras, as noções 
sobre formas societárias, grupos de empresas, contratos de integração e interdependência 
econômica, poder de controle interno e externo no seio empresarial.” 
A peculiaridade reside em que tais ramos tradicionais do Direito Privado 
regulam a vida e a interação jurídica dos particulares, tendo como objetivo 
imediato a coordenação de interesses disponíveis. A não ser frente às exceções 
juridicamente positivadas, em que se dá a indisponibilidade dos direitos (p. ex., 
os interesses dos absolutamente incapazes – C. Civil, art. 3º), a ideia da ordem 
jurídica privada remonta basicamente aos conceitos originários do Estado 
Liberal: homens livres dispondo sem peias acerca de seus bens e direitos. Assim 
deve-se entender na origem o Direito Civil ou o Direito Comercial, que existiam 
muito tempo antes de surgirem as cogitações acerca do Direito Econômico. 
O que se dá é que a faceta econômica das disciplinas jurídicas privadas 
configura um efeito reflexo ou mediato da incidência das normas às respectivas 
hipóteses fáticas. 
Enquanto isso, o Direito Econômico envolve os mesmos assuntos sob 
um ângulo econômico primário ou imediato – além de dispor acerca de matérias 
estranhas ao Direito Privado propriamente dito. Como leciona MODESTO 
CARVALHOSA, a atividade econômica em sentido estrito reveste-se “de um 
valor de conduta de dever ser econômico juridicamente atribuindo-se-lhe uma 
função no complexo das próprias aspirações estatais.” 
Há, portanto, um envolvimento entre fatos econômicos específicos, aos 
quais o Estado (Legislador e mesmo a Administração) atribui maior dimensão 
axiológica, conferindo-lhes uma dimensão social de tal relevância que culmina 
na sua definição e subsunção a previsões de Direito Público. WASHINGTON 
PELUSO ALBINO DE SOUZA fornece um exemplo ilustrador: o conceito de 
“preço” e suas derivações. 
10 
 
 
O fato econômico “preço” tem um regime, uma concepção e respectivas 
consequências precisas no Direito Econômico (v.g., expressão de uma política 
governamental ou definidor da posição de poder dominante em determinado 
mercado).Além disso, possui outras tantas características equivalentes e 
absolutamente diversas no Direito Civil ou Comercial (prestação relativa ao valor 
de troca da mercadoria). A mesma realidade abordada sob dois prismas não-
excludentes, mas complementares. 
 O mesmo pode ser dito em relação ao Direito do Trabalho, em se 
considerando o trabalho como um fator da produção (um custo, um preço) ou 
objeto de uma política governamental macroeconômica (contenção do 
desemprego). 
O Direito do Trabalho não vislumbra de forma imediata a relação 
macroeconômica que se põe entre empregados e empregadores – o aspecto de 
que ele se ocupa não está no plano político-econômico, mas nas relações 
laborais stricto sensu objeto do contrato de trabalho e as consequências jurídicas 
daí derivadas (férias, salário, indenizações etc.). Questões que assumem um 
colorido ainda mais vivo se examinadas as próprias diversidades entre a Ciência 
do Direito e a Ciência da Economia. 
O Direito Administrativo da Economia como integrante do Direito 
Econômico 
Por outro lado, o Direito Administrativo da Economia é apenas uma 
parcela específica do Direito Econômico como um todo. A sua definição 
dependerá do sistema jurídico analisado e as respectivas premissas adotadas 
pelo doutrinador, mas é possível proceder a uma sistematização genérica. 
Num primeiro momento, confira-se a definição de ANTÓNIO CARLOS 
DOS SANTOS, MARIA EDUARDA GONÇALVES e MARIA MANUEL LEITÃO 
MARQUES, para quem o objeto da disciplina do Direito Econômico pode ser 
definido como: 
o estudo da ordenação (ou regulação) jurídica específica da organização e direcção da 
atividade económica pelos poderes públicos e (ou) pelos poderes privados, quando dotados de 
11 
 
 
capacidade de editar ou contribuir para a edição de regras com carácter geral, vinculativas dos 
agentes económicos. 
Esse conceito genérico abrange todas as áreas de incidência do Direito 
Econômico. Envolveria normas estruturais (de organização) e de conduta (de 
direção) relativas à integralidade dos comportamentos dos agentes econômicos 
(de caráter vinculativo). 
Não se fixa num só emissor normativo (o Estado), mas também na 
regulação emitida pelos próprios particulares (que podem editar ou meramente 
contribuir para a edição de prescrições vinculantes aos demais agentes). 
O Direito Administrativo da Economia, vislumbrado como aquele 
conjunto de normas de Direito Público (Administrativo) com objeto e/ou conteúdo 
econômico, estaria inserido numa parcela desse conceito amplo. 
 O que põe em foco a doutrina que subordina o Direito Administrativo da 
Economia a uma das áreas abrangidas pelo Direito da Economia (que envolveria 
toda a ordem jurídica econômica interna). 
Nesse sentido, ANTÓNIO SOUSA FRANCO, para quem o Direito da 
Economia “cobre áreas normativas bem distintas: 
“a) O Direito Internacional Económico, que compreende o Direito 
produzido por fontes normativas internacionais e cujo conteúdo é formado pela 
regulamentação normativa da ordem económica e das instituições económicas. 
“b) O Direito interno da Economia (ou Direito da Economia ‘stricto 
sensu’), que, por sua vez, integra, em Portugal e nos países com ordenamentos 
jurídicos afins, duas áreas normativas bem delimitadas: 
“b1) O Direito Administrativo da Economia, isto é, a parte do Direito 
Administrativo que regula as formas específicas da actuação e intervenção do 
Estado, sob forma administrativa; 
“b2) O Direito Económico, isto é, o ramo do ordenamento jurídico que 
regula, segundo princípios próprios, a ordem económica e as suas instituições 
económicas fundamentais. 
12 
 
 
O Direito Administrativo da Economia não consubstanciaria a essência 
de uma disciplina jurídico-econômica originária, pois há princípios e normas 
próprias do Direito Administrativo que não têm nenhum relacionamento com 
tópicos específicos do Direito interno da Economia (p. ex., o Direito da 
Concorrência e o Direito dos Consumidores). 
O que faria com que o núcleo central da disciplina do Direito da 
Economia fosse constituído pelo Direito Econômico em sentido estrito, definido 
por SOUSA FRANCO como: “o ramo de Direito (e a respectiva disciplina de 
Ciência Jurídica) que contém o regime próprio e específico dos elementos 
jurídicos do sistema (e do regime) económico, do equilíbrio económico entre o 
Estado, grupos sociais e entidades privadas e o enquadramento e regime geral 
das instituições económicas fundamentais.” 
A “crise” do Direito Administrativo e o Direito Administrativo da 
Economia 
A fim de ampliar a argumentação (e a compreensão), importante é 
destacar a doutrina de EDUARDO PAZ FERREIRA, para quem a definição de 
SOUSA FRANCO “parte de uma concepção de direito administrativo que está 
em crise”, pois envolveria “um direito de autoridade em que a posição da 
Administração é profundamente diferente da dos particulares, quando, na 
realidade, aquilo a que assistimos é a um crescente recurso das administrações 
públicas aos instrumentos privatísticos”. Constatação que afastaria ou atenuaria 
substancialmente a incidência dessa espécie de atividade administrativa da 
atividade econômica. 
A rigor, é bem verdade que o espraiamento das normas de Direito 
Público (Constitucional e Administrativo) na economia e a ampliação da ação do 
Estado na esfera econômica fizeram com que fossem implementadas novas 
formas de ação dos agentes econômicos e mesmo do Estado (terceiro setor, 
contratos de gestão, soft law etc.), tornando possível que o Direito Administrativo 
da Economia admita uma concepção que se poderia denominar de ultrapassada 
(ou às vésperas de o ser). 
13 
 
 
 Deu-se uma mutação e há setores outrora clássicos que muitos 
sustentam alheios ao Direito Administrativo contemporâneo (p. ex., os serviços 
públicos e a sua sucessão pelos serviços econômicos de interesse geral). 
Porém, fato é que o Direito Administrativo (ao menos o brasileiro) ainda 
não experimentou uma ampla disseminação dessa flexibilidade normativa, nem 
uma institucionalização dos instrumentos de Direito Privado no manejar diuturno 
da Administração ou tampouco uma derrogação de sua antiga configuração 
normativa. 
As relações de Direito Administrativo (inclusive o da Economia) 
permanecem sendo substancialmente caracterizadas como vínculos de 
subordinação o que é essencial à intervenção, regulação, controle e disciplina 
do poder econômico. 
A supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade 
do interesse público continuam colocando sob tensão todas as relações de 
administração – que podem ser instrumentalizadas de modo mais brando, porém 
com o mesmo retesamento existencial. 
 Caso contrário, não se estará diante de intervenção ou regulação da 
economia, mas frente a agentes econômicos administrando livremente os seus 
interesses egoísticos. Por outro lado, os fenômenos da “fuga para o Direito 
Privado” (e viceversa da “publicização do Direito Privado”) não merecem ser 
desprezados, pois, como o próprio PAZ FERREIRA acentua, 
“As mutações do papel do Estado têm uma primeira tradução na compressão do 
princípio da autonomia privada e na crescente subordinação dos particulares a regras 
imperativas estabelecidas normativamente tendo em vista o interesse geral, mas que podem, 
também, prosseguir o interesse dos próprios sujeitos económicos isolados” [...] “muito mais do 
que uma simples actividade correctiva ou conformadora da actividade privada, é a acção pública 
directa que vai passar a constituir uma instância privilegiada para o reequilíbrio das forças, 
através de uma profunda ampliação do papel do Estado na satisfação de necessidades da 
sociedade”. 
 
 
 
14 
 
 
O DIREITO ADMINISTRATIVO X ECONOMIA 
 
Ora, o Direito Administrativo é o direito que rege a Administração Pública 
(ou quem lhe faça as vezes), no exercício da função administrativa. Cria e 
disciplina o conteúdoe os limites da competência possível de ser exercitada pelo 
Estado-Administração no cumprimento às finalidades normativas. 
Desenvolve-se intra e extra ao corpo orgânico da Administração e dentre 
os campos nela abrangidos estão as relações que se põem entre o Estado e a 
economia. 
O qualificativo “da Economia” quer significar o setor cognitivo por onde 
se desdobra a incidência de uma parcela das normas típicas de Direito 
Administrativo. Nesse sentido, o Direito Administrativo da Economia fixa a 
organização e as finalidades da ação da Administração Pública com 
repercussões no domínio econômico, bem como o que diz respeito às relações 
jurídicas entre esta e as pessoas privadas. 
Trata-se do exercício da função administrativoeconômica do Estado. Ou 
seja: a ratio dessa disciplina consiste em prestigiar a ação econômica estatal 
infralegal – seja ela concreta (atos administrativos, leis-medida, processo 
administrativo etc.), seja geral e abstrata (regulamentos administrativos), tendo 
o Direito Administrativo como um instrumento para a implementação de políticas 
públicas ou para a correção de desvios dos agentes econômicos. 
 Não se trata do ramo do Direito Administrativo que envolve apenas o 
trato do “poder de polícia” (ou “competência fiscalizadora”, nas palavras de 
LUCIA VALLE FIGUEIREDO ou “Direito Administrativo Ordenador”, na lição de 
CARLOS ARI SUNDFELD), mas também o fomento, a indução e o 
intervencionismo empresarial ativo. 
Quando o Estado intervém no domínio econômico constitucionalmente 
reservado às pessoas privadas,102 assim o faz através do manejo de 
competências de Direito Administrativo. O “toque de Midas” da Administração 
Pública igualmente confere natureza pública às relações jurídicas por ela 
15 
 
 
desenvolvidas no campo da economia (o que parcialmente não ocorre sob as 
exceções do art. 173, devido às mitigações lá previstas). 
A Administração não poderia ignorar o Direito Administrativo no exercício 
de suas funções, nem mesmo quando interage no espaço econômico reservado 
às pessoas privadas. Por outro lado, o Direito Administrativo da Economia não 
exclui nem atenua o Direito Administrativo tradicional, mas desdobra a incidência 
deste num outro plano normativo e cognitivo prestigiando o eixo central da 
disciplina. Isso tanto no sentido orgânico (a Administração Pública ou quem lhe 
faça as vezes), como no sentido material (o regime jurídico de Direito 
Administrativo). 
Ademais, não suprime as normas específicas de regimes jurídicos 
típicos (como o Direito da Concorrência ou o Direito dos Consumidores), mas 
nelas lança luzes de uma normatividade toda própria: a natureza jurídica de um 
Direito Administrativo aplicado aos setores econômicos onde diretamente 
interage o Estado ou onde há determinado tipo de controle ou incentivos do 
Estado. 
A locução Direito Administrativo da Economia é a que melhor designa as 
relações jurídicas disciplinadoras do vínculo de Ordem Econômica que se 
desenvolve entre Estado e particulares. Por todos, a definição de ANDRÉ DE 
LAUBADÈRE: 
 “O direito administrativo económico é constituído pelas regras e instituições relativas 
aos órgãos administrativos dotados de atribuições em matéria de economia (é a ‘administração 
económica’ no sentido orgânico da expressão) e, sobretudo, pelo conjunto dos princípios e regras 
de fundo aplicáveis às relações dos administrados com a administração por ocasião das 
intervenções económicas desta última. Embora o direito constitucional económico tenha a sua 
importância, é sem dúvida o direito administrativo económico que constitui a parte mais rica do 
direito público económico.” 
O Direito Administrativo da Economia disciplina e estuda as relações que 
se põem entre o poder econômico particular e o poder político-econômico do 
Estado. Fixa em especial a forma de inserção da Administração Pública na 
atividade econômica: se através de intervenção, serviços públicos, atividade 
econômica privada ou regulação normativa da economia privada. 
 
16 
 
 
A visão jurídica do cenário econômico 
Em contrapartida, a visão puramente jurídica não ignora a concepção 
econômica, mas a aborda sob um outro ângulo: o Direito é essencialmente um 
sistema autopoiético, que se auto-refere e constrói os seus conceitos. Como que 
numa atribuição excludente, o Direito propõe e positiva os termos específicos ao 
seu universo: as normas jurídicas. 
A hermenêutica jurídica interpreta o Direito posto na tentativa de 
harmonizar internamente o seu próprio sistema: os atos e fatos jurídicos têm a 
sua existência, validade, perfeição e eficácia oriundas da norma jurídica. 
Ainda que absolutamente diversas as correntes doutrinárias em 
constante debate (os “normativistas puros”, os “jusnaturalistas”, o “Direito 
alternativo” etc.), as “verdades” para o jurista têm por alicerce comum o 
Ordenamento Jurídico previamente positivado em regras e princípios (estes 
implícitos ou explícitos no sistema). 
 As teorias visam a aplicar ou a negar aplicação ao Direito às normas 
jurídicas componentes do sistema posta à análise do hermeneuta. Pouco 
importa o motivo do acolhimento ou a negativa: o que está em jogo é o direito 
positivo. Nesse sentido, importante é destacar a conclusão lançada por TERCIO 
SAMPAIO FERRAZ JR.: 
“Como se vê, seja como norma-proposição, seja como norma-prescrição, seja como 
norma-comunicação, o conceito de norma jurídica é um centro teórico organizador de uma 
dogmática analítica. Mesmo sem desconhecer que o jurista, ao conceber normativamente as 
relações sociais, a fim de criar condições para a decidibilidade de seus conflitos, também é um 
cientista social, há de se reconhecer que a norma é o seu critério fundamental de análise, 
manifestando-se para ele o fenômeno jurídico como um dever-ser da conduta, um conjunto de 
proibições, obrigações, permissões, por meio das quais os homens criam entre si relações de 
subordinação, coordenação, organizam seu comportamento coletivamente, interpretam suas 
próprias prescrições, delimitam o exercício do poder etc. Com isto é também possível encarar as 
instituições sociais, como a família, a empresa, a administração pública, como conjuntos de 
comportamentos disciplinados e delimitados normativamente.” 
A análise jurídica das teorias e fenômenos econômicos objeto de 
prescrições normativas tem como ponto de partida o Direito já positivado e a 
finalidade visada pela norma jurídica, interpretada como unidade incindível de 
17 
 
 
um sistema harmônico (e não a “administração de recursos escassos” ou as 
teorias que a expliquem e a incrementem). 
A Constituição e demais normas balizam a cognição jurídica de qualquer 
fenômeno social (família, trabalho, economia etc.). Por isso que muitas vezes há 
uma dissociação e mesmo uma oposição intransponível entre a mens legislatoris 
e a mens legis. A contemplação recíproca entre o Direito e a economia auxilia o 
ato de esclarecer e compreender o plano fático, integrando-o ao jurídico para 
sua melhor e mais eficiente aplicação. 
Descobre-se o cenário axiológico inerente à percepção do conteúdo 
normativo (fatos, valores e normas); os valores que a ele estão subjacentes e a 
sua integração/aplicação ao mundo do ser. Pode possibilitar a revelação da 
razão de ser da positivação da norma. Porém, insista-se que a construção 
científica do Direito tem como marco zero... o próprio Direito. O que se lê são 
textos que resultam em normas jurídicas a ser aplicadas. De maneira 
especialmente categórica, firmou GERALDO ATALIBA: 
“Daí o terrível engano dos que pensam que a economia e o direito podem estudar um 
mesmo objeto, o tributo, por exemplo, intercambiando informações, observações, princípios e 
técnicas de compreensão, operação e aplicação. O conceito de tributo, para o direito, nasce e 
esgota-se no universo jurídico.” 
Levando-se em conta o exemplo citado, para o jurista o conceitode 
tributo é um conceito oriundo, aplicado e exaurido no mundo do Direito. Deve 
gerar efeitos de fato, é bem verdade, mas a partir daí a análise jurídica stricto 
sensu é próxima do impertinente. 
Quaisquer outros fatos ou detalhes são irrelevantes às suas cogitações. 
A solução está na compreensão harmônica da Constituição e das leis, lidas e 
interpretadas de acordo com o contexto histórico vivido pelo intérprete. 
O que não significa o desprezo ao mundo dos fatos, nem uma rejeição 
à contemplação valorativa do fenômeno normativo. Permanece a hermenêutica 
jurídica do Direito, mas sem uma refutação ao mundo que o cerca (incluindo-se 
aí o da economia). Porém, é importante destacar que não se trata de uma 
compreensão serena e harmônica. Já há algum tempo, EROS ROBERTO GRAU 
escreveu: “Impossível, no entanto, a compreensão do fenômeno tributário se o 
18 
 
 
consideramos exclusivamente pelo seu aspecto jurídico. [...] Imprescindível, 
portanto, a consideração, ao lado do jurídico, do conceito econômico de tributo.” 
Tais dissensões reacendem a questão acerca do relacionamento entre 
Direito e economia. Não há dúvidas de que as disciplinas caminham lado a lado 
no domínio econômico, interagindo, sofrendo influência recíproca e instaurando 
conflitos, muitas vezes estudando e pretendendo disciplinar as mesmas relações 
sociais sob ângulos diversos. Porém, cada uma delas tem o seu próprio ponto 
de partida, a sua metodologia e o seu ponto de chegada. 
Enquanto ciência, o Direito não pode simplesmente desprezar a 
economia, mas deve dela se valer para descortinar o porquê e a finalidade de 
algumas de suas próprias normas (a produção normativa certamente não atua 
com tamanho desprezo). 
 Com isso não se está a defender uma teoria econômica pura do Direito: 
a integração transparente aprimora ambas as disciplinas e não implica subjugar 
uma à outra, nem tampouco alterar/contaminar os respectivos pressupostos de 
cognição (ou paradigmas). Mas isso não significa consagrar que a atividade 
hermenêutica seja destinada a implementar as teorias econômicas. A leitura das 
normas jurídicas não é ancilar à Ciência Econômica a elas porventura 
subjacente. 
 Para o jurista, não é só a economia que interpreta o Direito (dizendo o 
que está contido nesta ou naquela norma). O que se deseja firmar é o fato de 
que a compreensão teleológica dos preceitos de Direito Econômico e Direito 
Administrativo da Economia não pode prescindir do recurso (ou mesmo da ajuda) 
da Ciência da Economia. Como firmou FÁBIO KONDER COMPARATO acerca 
do “poder de controle” societário: 
 “Efetivamente, a análise do fenômeno não deve reduzir-se unicamente aos textos 
legais, sob pena de mirrar-se numa exegese estéril de palavras. O exercício do poder, em 
qualquer sociedade, nem sempre se ajusta ao modelo normativo. Há poderes de fato e poderes 
de direito, assim como há soberanias efetivas e soberanias meramente formais, destituídas de 
qualquer efetividade." 
A História do Brasil está repleta de exemplos da aplicação de teorias 
econômicas e os seus paradigmas através de normas jurídicas. Porém, mesmo 
19 
 
 
em casos de comoção nacional, as normas jurídicas permaneceram sendo 
interpretadas à luz da Constituição (gerando debates e dissensões radicais, é 
bem verdade). 
A referência mais clara diz respeito aos Planos Econômicos (“Cruzado”, 
“Bresser”, “Verão”, “Collor” etc.) e o respectivo controle jurisdicional. Caso a 
economia servisse de matriz hermenêutica ao Direito, dificilmente teria ocorrido 
a desconsideração jurídica dos expurgos de correção monetária, dos 
empréstimos compulsórios, dos congelamentos, das “tablitas” de deflação e da 
retenção dos ativos financeiros. 
 Indo avante, e rigorosamente, em muitas hipóteses é próximo do 
impossível conhecer o Direito sem um estudo prévio da economia (e vice-versa). 
Há casos em que a leitura da norma jurídica não prescinde do conhecimento 
econômico, sem que isso signifique a submissão daquela a este. 
As mutações atuais operadas no mundo do Direito comprovam a 
assertiva. Por exemplo, é francamente inviável a perfeita compreensão das 
autoridades reguladoras independentes sem a cognição prévia do que venha a 
ser a regulação econômica, os marcos regulatórios, os monopólios, o 
compartilhamento de infraestruturas, a teoria da captura etc. 
O jurista que pretendesse ignorar essas realidades estaria destinado a 
interpretar as normas sem se aperceber do porquê de sua existência (e mesmo 
o seu sentido, conteúdo e alcance). Significaria apreender um outro mundo, 
ainda diverso daquele do ser e do dever-ser: um mundo interno à própria 
alternativa individual de cognição excludente adotada pelo intérprete. Ao excluir 
peremptoriamente a economia de seu universo hermenêutico, o jurista criaria o 
seu mundo peculiar e exclusivo, recheado de normas jurídicas para as quais a 
economia não existe (ou não gera quaisquer efeitos). 
Caso se descarte o conhecimento da motivação econômica de tais fatos 
disciplinados pelo Direito, estar-se-á diante de uma análise parcial de um 
fenômeno multifacetado correndo-se o sério risco de propor soluções jurídicas 
dissociadas da realidade. 
E o hermeneuta não pode abstrair da realidade para interpretar o Direito. 
20 
 
 
 Não pode se contentar com uma explicação científica analítica parcial, 
que não compreenda os valores subjacentes à norma e abstraiase da qualidade 
política do Direito Administrativo da Economia. Além disso, há determinados 
momentos em que o Direito simplesmente não dispõe dos conceitos básicos a 
autorizar uma compreensão normativa imediata e estrita do fenômeno 
econômico (nem tampouco pode o leitor os criar livremente). 
Claro que sempre se pode lançar mão do recurso, e.g., ao Direito 
Romano para explicar o pedágio em rodovias objeto de concessão ou ao iter das 
célebres máximas hermenêuticas de SAVIGNY (interpretação histórica, literal, 
sistemática e teleológica) para descobrir o significado do princípio da 
universalização do serviço de telecomunicações, mas a natureza atributiva do 
Direito e de sua interpretação tenderiam a carecer de qualquer substância. 
 
CONTABILIDADE 
 
A Contabilidade é uma ciência que monitora as variações do patrimônio, 
desde a formação da empresa, e que pode ser utilizada para acompanhar a 
saúde financeira do negócio. 
Com isso, a contabilidade funciona a partir da recolha e processamento 
da informação financeira, enquanto a empresa realiza suas operações de 
faturamento com vendas, ou gastos com matérias-primas. 
Estas informações são distribuídas em diferentes documentos, que 
servem para análise dos gestores internos, mas principalmente, agentes 
externos à empresa, como investidores, por exemplo. 
Além disso, os dados financeiros são recolhidos para todos os tipos de 
transações e tratados conforme a regulamentação do país. 
 
 
21 
 
 
Diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade 
Gerencial 
A Contabilidade Financeira e a Gerencial diferenciam-se na maneira que 
são feitas, devido aos diferentes usuários da informação contábil da empresa. 
De maneira simples, enquanto a Contabilidade Financeira é feita para 
apreciação de usuários externos, a Contabilidade Gerencial é utilizada 
internamente pelos gestores da empresa. 
Sendo assim, a Financeira é quem formam os valores que aparecem nas 
demonstrações contábeis, como o Balanço Patrimonial, a partir de princípios e 
normas que devem ser seguidas. 
Na Contabilidade Gerencial o foco é voltado ao planejamento e controle 
do uso de recursos, utilizando os valores da Contabilidade Financeira na 
interpretação e tomada de decisão da administração. 
 
CONTABILIDADE PÚBLICA 
 
Define-se Contabilidade Pública como sendo o ramo da contabilidade 
que registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos e fatos 
da fazenda pública e o patrimônio público e suas variações.Portanto, seu escopo relaciona-se ao controle e gestão dos recursos 
públicos. Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei 
Complementar 101/2000), a Contabilidade Pública alçou uma maior importância 
e valorização. 
 
 
 
 
 
22 
 
 
Diferença Contabilidade Societária x Contabilidade Pública 
A Contabilidade Societária, relacionada com a atividade privada, rege-
se pela Lei das Sociedades Anônimas e pelo Código Civil, que estabelecem 
regras de procedimentos contábeis. Já a contabilidade pública é regulada 
pela Lei 4.320/1964, que é a Lei das Finanças Públicas. 
A Contabilidade Societária tem como foco principal o patrimônio e as 
suas avaliações, de tal forma que a principal peça é o balanço patrimonial. 
Porém, na Contabilidade Pública, o mais relevante é o balanço de 
resultados, que trata da despesa e da receita, ou seja, de que forma foi 
arrecadado o dinheiro e como foi aplicado. 
Outra diferença é que a contabilidade da área societária tem como visão 
o patrimônio e o lucro. Já na área pública, a visão é a gestão. 
 
INOVAÇÕES DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL 
A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF deu forma ao Relatório 
Resumido da Execução Orçamentária, definiu o que compõe o relatório, como 
se publica essa informação. 
Também trouxe como inovação o relatório de gestão fiscal, que visa 
demonstrar se foram atingidas as metas e os limites estabelecidos na lei de 
responsabilidade fiscal. Outra inovação é que a lei exigiu que as receitas 
vinculadas tenham a contabilização de onde está evidenciado o que já foi 
aplicado e qual é o saldo. 
A lei também passou a dar uma maior importância e visibilidade à 
contabilidade. 
 
 
 
 
23 
 
 
CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE PÚBLICA 
A Contabilidade Pública - seja na área Federal, Estadual, Municipal ou 
no Distrito Federal - tem como base a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que 
instituiu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos 
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito 
Federal. 
A Lei 4.320/64 está para a Contabilidade Aplicada à Administração 
Pública assim como a Lei das Sociedade por Ações (Lei 6.404/76) está para a 
Contabilidade aplicada à atividade empresarial. 
A Contabilidade Pública registra a previsão da receita e a fixação da 
despesa, estabelecidas no Orçamento Público aprovado para o exercício, 
escritura a execução orçamentária da receita e da despesa, faz a comparação 
entre a previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações 
de crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações, revela as 
variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio. 
 A Contabilidade pública está interessada também em todos os atos 
praticados pelo administrador, sejam de natureza orçamentária (previsão da 
receita, fixação da despesa, empenho, descentralização de créditos etc.) ou 
sejam meramente administrativos (contratos, convênios, acordos, ajustes, avais, 
fianças, valores sob responsabilidade, comodatos de bens, etc.) representativos 
de valores potenciais que poderão afetar o patrimônio no futuro. 
O objeto de qualquer contabilidade é o patrimônio. A Contabilidade 
Pública não está interessada somente no patrimônio e suas variações, mas, 
também, no orçamento e sua execução (previsão e arrecadação da receita e a 
fixação e a execução da despesa). 
A Contabilidade Pública, além de registrar todos os fatos contábeis 
(modificativos, permutativos e mistos), registra os atos potenciais praticados pelo 
administrador, que poderão alterar qualitativa e quantitativamente o patrimônio. 
O objetivo da Contabilidade Pública é o de fornecer aos gestores 
informações atualizadas e exatas para subsidiar as tomadas de decisões, aos 
órgãos de controle interno e externo para o cumprimento da legislação e às 
24 
 
 
instituições governamentais e particulares informações estatísticas e outras de 
interesse dessas instituições. 
ADMINISTRAÇÃO 
 
O estudo de Administração Financeira Orçamentária/Orçamento Público 
está relacionado ao estudo do Direito Financeiro. 
Direito Público 
Direito Financeiro 
Administração Financeira e Orçamentária 
Mas o que é o Direito Financeiro? 
O Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que disciplina a atividade 
financeira do Estado. Abrange, dessa forma, a receita pública (obtenção de 
recursos), o crédito público (criação de recursos), o orçamento público (gestão 
de recursos) e a despesa pública (dispêndio de recursos). 
Para financiar a despesa, é preciso receita. A atividade financeira do 
Estado tem duas dimensões importantes: captação de recursos por meio das 
receitas públicas e a aplicação desses recursos que se materializa por meio das 
despesas. Quando a receita não é suficiente, o Estado tem de pegar dinheiro 
emprestado, o que é chamado de crédito público. 
O estudo de AFO engloba o Direito Financeiro com um enfoque 
administrativo. A Administração Financeira e Orçamentária é a disciplina que 
estuda a atividade financeira do Estado e sua aplicação na Administração 
Pública. 
Vale ressaltar que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal 
legislar concorrentemente sobre Direito Financeiro. E aí alguém no fundo da sala 
pergunta: professor, e os Municípios? Compete aos Municípios legislar sobre 
assuntos de interesse local e suplementar à legislação federal e à estadual no 
que couber. 
25 
 
 
Assim, apesar de não concorrerem com a União e os Estados, os 
Municípios legislam naquilo que for de interesse local e suplementam a 
legislação federal e a estadual, sem contrariá-las. 
Atualmente, ainda é a Lei n. 4.320/1964 que estatui normas gerais de 
Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da 
União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. 
A Lei n. 4.320/1964 possui o status de lei complementar, já que trata de 
normas gerais de Direito Financeiro. Houve a novação de sua natureza 
normativa pelo art. 165, § 9º, I e II, da CF/1988, atribuiu-lhe a natureza de lei 
ordinária em sentido formal e lei complementar em sentido material. CF/1988, 
Art. 165, § 9º Cabe à lei complementar: 
 I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a 
elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes 
orçamentárias e da lei orçamentária anual; 
II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da 
administração direta e indireta bem como condições para a instituição e 
funcionamento de fundos. 
Conforme nos ensina Abrúcio, “o orçamento é um instrumento 
fundamental de governo, seu principal documento de políticas públicas. Através 
dele os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos 
extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, 
conforme seu peso ou força política. 
Portanto, nas decisões orçamentárias os problemas centrais de uma 
ordem democrática como representação e accountability estão presentes”. 
O orçamento reflete as ideologias da classe política dominante. O 
professor destaca, por exemplo, que o modelo orçamentário do PT difere do 
modelo orçamentário do PSDB, pois as ideologias são diferentes. Um prioriza a 
parte social e outro a questão econômica. 
Existem três tipos de accountability: 
• Horizontal (controle que envolve os Poderes); 
26 
 
 
• Vertical (controle feito pelos cidadãos); 
• Societal (controle feito pela mídia). 
Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público é o ato pelo qual o Poder 
Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a 
execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e 
outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a 
arrecadação das receitas já criadas em lei. 
Giacomoni entende que, de acordo com o modelo de integração entre 
planejamento e orçamento, o orçamento anual constitui-seem instrumento, de 
curto prazo, que operacionaliza os programas setoriais e regionais de médio 
prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos nacionais 
em que estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e 
as políticas básicas. 
Finanças Públicas na Constituição de 1988: 
Principais dispositivos acerca das finanças públicas na Constituição 
Federal de 1988 
Normas gerais: artigo 163 e artigo 164 da Constituição Federal: 
 
Art. 163. Lei complementar disporá sobre: 
I - finanças públicas; 
II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações 
e demais entidades controladas pelo Poder Público; 
III - concessão de garantias pelas entidades públicas; 
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; 
V - fiscalização financeira da administração pública direta e 
indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003) 
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc40.htm#art163v
27 
 
 
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da 
União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das 
voltadas ao desenvolvimento regional. 
Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida 
exclusivamente pelo banco central. 
§ 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, 
empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja 
instituição financeira. 
§ 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do 
Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de 
juros. 
§ 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco 
central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou 
entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições 
financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. 
Orçamentos: artigo 165 até artigo 169 da Constituição Federal: 
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: 
I - o plano plurianual; 
II - as diretrizes orçamentárias; 
III - os orçamentos anuais. 
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma 
regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal 
para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos 
programas de duração continuada. 
§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e 
prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital 
para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei 
orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e 
estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 
28 
 
 
§ 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento 
de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. 
§ 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos 
nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e 
apreciados pelo Congresso Nacional. 
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: 
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, 
órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações 
instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta 
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; 
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e 
órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos 
e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. 
§ 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo 
regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, 
anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e 
creditícia. 
§ 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, 
compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir 
desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. 
§ 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à 
previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a 
autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de 
operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. 
§ 9º - Cabe à lei complementar: 
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração 
e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei 
orçamentária anual; 
29 
 
 
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da 
administração direta e indireta bem como condições para a instituição e 
funcionamento de fundos. 
Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes 
orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados 
pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. 
§ 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e 
Deputados: 
I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e 
sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; 
II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, 
regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento 
e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões 
do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. 
§ 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre 
elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas 
Casas do Congresso Nacional. 
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos 
que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: 
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes 
orçamentárias; 
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes 
de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: 
a) dotações para pessoal e seus encargos; 
b) serviço da dívida; 
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e 
Distrito Federal; ou 
III - sejam relacionadas: 
a) com a correção de erros ou omissões; ou 
30 
 
 
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. 
§ 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não 
poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. 
§ 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao 
Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este 
artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja 
alteração é proposta. 
§ 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias 
e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao 
Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, 
§ 9º. 
§ 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não 
contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo 
legislativo. 
§ 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do 
projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes 
poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou 
suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. 
Art. 167. São vedados: 
I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária 
anual; 
II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que 
excedam os créditos orçamentários ou adicionais; 
III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das 
despesas de capital, ressalvadas as autorizadasmediante créditos 
suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder 
Legislativo por maioria absoluta; 
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, 
ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se 
referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços 
31 
 
 
públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para 
realização de atividades da administração tributária, como determinado, 
respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias 
às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, 
bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização 
legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; 
VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de 
uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia 
autorização legislativa; 
VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; 
VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos 
orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit 
de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; 
IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização 
legislativa. 
X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de 
empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e 
Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com 
pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de 
que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do 
pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o 
art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
§ 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício 
financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem 
lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art167iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art167iv
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art167xi
32 
 
 
§ 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício 
financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for 
promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, 
reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do 
exercício financeiro subseqüente. 
§ 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para 
atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, 
comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. 
§ 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos 
impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os 
arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia 
à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 3, de 1993) 
Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, 
compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos 
dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria 
Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na 
forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos 
em lei complementar. 
§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, 
a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, 
bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos 
e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e 
mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo 
único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às 
projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art167%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art167%C2%A74
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art134
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art134
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
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II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, 
ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste 
artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente 
suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos 
limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste 
artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes 
providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em 
comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, 
de 1998) 
II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem 
suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar 
referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato 
normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, 
o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará 
jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de 
serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
§ 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será 
considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com 
atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
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§ 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na 
efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.
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REFERÊNCIAS 
 
CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito Tributário. 16ª Edição, Ano 2013, Ed. 
Saraiva 
OLIVEIRA, Regis Fernandes de. Manual de Direito Financeiro. 6ª 
Edição, Ano 2014, Ed. RT. 
PASCOAL, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo. 8ª Edição, 
Ano 2013, Ed. Campus. 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO 
Bodie, Kane e Marcus. Investments. 2007. 
Cavalcante, Misumi e Rudge. Mercado de Capitais: O que é, como 
funciona. 6ª edição - Rio de Janeiro: Campus, 2005. 
Fortuna, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 14ª edição – 
Rio de Janeiro: QualityMark Ed, 2000.

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