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1 ECONOMIA APLICADA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE 1 Sumário ASPECTOS GERAIS DA ECONOMIA APLIACADA................................3 CONCEITO E OBJETO............................................................................6 CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA...............................................................8 ADMINISTRAÇÃO...................................................................................9 O DIREITO ADMINISTRATIVO X ECONOMIA......................................15 CONTABILIDADE...................................................................................22 CONTABILIDADE PÚBLICA..................................................................23 ADMINISTRAÇÃO.................................................................................26 REFERÊNCIAS.....................................................................................38 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 ASPECTOS GERAIS DA ECONOMIA APLIACADA Desde a antiguidade existiam regras que buscavam disciplinar fenômenos relacionados à economia. Não se podia à época, contudo, falar-se em direito econômico propriamente dito. Conforme veremos, a ideia de direito econômico está intimamente associada à noção moderna de Estado, assim como ao reconhecimento de que o mercado não é capaz de autorregular-se. Naquela época, portanto, não faria muito sentido a questão sobre o grau e espécie de intervenção do Estado na economia razão pela qual não havia um ramo do direito dedicado ao tema. A própria etimologia do termo economia aponta nesse sentido (oikos nomos regras para a administração do lar) Com o surgimento do Estado moderno e do desenvolvimento da economia enquanto ciência, a discussão sobre a relação entre Estado e atividade econômica começa a ganhar relevo, sob a forma do liberalismo clássico. O liberalismo clássico (ou liberalismo econômico) somente admitia a intervenção do Estado na economia de forma bastante reduzida (alguns autores inclusive classificam o liberalismo econômico como não intervencionista), pois partia do pressuposto de que quanto maior fosse o nível de liberdade garantido aos agentes privados no desempenho de suas atividades econômico-comerciais (leia-se livre iniciativa), maior seria o crescimento da economia de um país. Ainda que o liberalismo clássico possua suas nuances, pode-se dizer que, em linhas gerais, essa corrente de pensamento defende que os fenômenos econômicos são regidos por leis quase tão precisas quanto as leis das ciências físicas e da natureza, razão pela qual a intervenção estatal apenas tenderia a perturbar a “ordem natural” da economia. Esse modelo fundamentou o funcionamento da economia até o final do século XIX, quando as deficiências do liberalismo clássico tornaram-se mais evidentes, levando os Estados a procurarem desenvolver regulações sistemáticas para as atividades econômicas. Vejamos aqui dois exemplos: Europa e Estados Unidos. Na Europa, predominava um modelo de liberalismo em que o Estado atuava apenas para adquirir novas colônias como forma de 4 garantir mercado para as indústrias de seu país e obter insumos baratos para sua produção industrial. Conforme os territórios a serem conquistados foram tornando-se escassos, esse modelo de capitalismo imperialista foi chegando a seu limite, ao mesmo tempo em que os conflitos entre potências europeias em busca de novas colônias aumentava (especialmente entre países que haviam iniciado anteriormente sua expansão colonial e países cuja expansão colonial ocorreu de forma tardia, como a Alemanha), desembocando posteriormente na Primeira Guerra Mundial. Nos Estados Unidos, o liberalismo clássico também mostrou-se falho. Ao invés do predomínio da livre concorrência, percebia-se no país um número cada vez maior de monopólios, levando ao surgimento do Sherman Act - uma Lei Antitruste que busca evitar a exploração dos trabalhadores, bem como a elevação exacerbada de preços. Todavia, a dissolução dos monopólios gerou grande circulação das ações de empresas, o que se mostrou problemático, haja visto que à época não havia uma regulação devidamente estabelecida para o mercado financeiro. Daí resultaram crises econômicas, com destaque para a queda da bolsa de Nova Iorque em 1929. Duas lições podem ser extraídas dos casos das economias europeia e norte-americana no período do final do século XIX para o começo do século XX: (i) o mercado não é capaz de regular a si mesmo; (ii) alguma intervenção do estado na economia (ainda que regulatória) faz-se necessária. Teremos, a partir de então, as primeiras tentativas sistemáticas de intervenção do Estado na economia. Nos Estados Unidos pós-crise de 1929, ganharam força as teses de John Maynard Keynes, que buscava corrigir as falhas de mercado por meio da intervenção estatal. Caberia ao Estado atuar como indutor do crescimento com vistas a conduzir o país ao pleno emprego. Na Europa do pós-guerra, desenvolveu-se o Estado de bem-estar social (Welfare State) que associou a promoção de política 5 social ao desenvolvimento econômico de um país inclusive como forma de se contrapor à expansão do regime socialista. A crítica mais dura e mais radical ao liberalismo econômico ocorreu nos países socialistas, sob inspiração do pensamento de Karl Marx entre outros. Tais países desenvolveram um modelo planificado de economia com forte intervenção estatal e pouco espaço para a autonomia individual e à iniciativa privada. Tal modelo, naturalmente, não se sustentou com o passar do tempo. Por fim, mesmo os países em desenvolvimento desenvolveram sua crítica ao liberalismo. Por meio da teoria de substituição de importações da Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL), defendeu-se que tais países apenas conseguiriam desenvolver suas economias caso houvesse alguma forma de intervenção do Estado que permitisse o desenvolvimento da indústria nacional e a diminuição da dependência de produtos manufaturados vindos dos países do primeiro mundo. Importante notar que, junto com essas novas concepções acerca da relação entre estado e atividade econômica vieram novas regulações jurídicas, que não somente reconheciam a insuficiência do direito privado para regulamentar fenômenos como o desemprego e as crises econômicas, como também implicavam a revisão de “dogmas” do liberalismo, e.g., a concepção absoluta do direito de propriedade, sendo incorporado a este instituto a noção de função social. Os direitos dos trabalhadores também passaram a ter tratamento especifico, merecendo destaque as Constituições mexicana (1917) e de Weimar (1919), nas quais se percebe um forte teor social. Surgia,assim, a codificação do direito econômico. O reconhecimento de que o mercado é falho também ocorrera no plano internacional. Especialmente após o fim da Segunda Guerra Mundial, diversas organizações foram criadas com lastro nessa premissa. Apenas para citar algumas: Banco Mundial (fomentar o desenvolvimento de países do então terceiro mundo), Fundo Monetário Internacional (socorrer países em dificuldades financeiras); Acordo Geral e Tarifas e Comércio e, 6 posteriormente, Organização Mundial do Comércio (estabelecer regulações para o comércio internacional). Mais adiante analisaremos concepções contemporâneas da atuação estatal, especialmente aquelas voltadas para a ideia de regulação da economia (ao invés de uma intervenção direta). Passemos agora ao conceito e objeto do direito econômico. CONCEITO E OBJETO Para isso, trago a definição dada por Eros Roberto Grau: “sistema normativo voltado à ordenação do processo econômico mediante a regulação, sob o ponto de vista macrojurídico, da atividade econômica, de sorte a definir uma disciplina destinada à efetivação da política econômica estatal”. Em outras palavras, o Direito Econômico é a disciplina que cuida das normas que serão aplicadas pelo Estado nas práticas econômicas, incluindo os meios de políticas de intervenção no domínio econômico, regulação, fiscalização e participação estatal na atividade econômica, bem como a disciplina das relações de dominação, como os monopólios e a tutela dos sujeitos dessas relações, coibindo condutas ilícitas dos agentes econômicos. A partir dos conceitos acima, é possível definir várias áreas de atuação do Direito Econômico: Desenvolvimento e equilíbrio econômicos Instrumentos e objetos de política econômica. Tutela dos valores concorrenciais, das relações de dominação e dos sujeitos que dela participam. Ex: consumidores controle de variáveis econômicas, como taxa de juros, bem como controle de quaisquer atividades que possam afetar a economia,. Ex: investimentos estrangeiros. Direito Econômico: o Estado fiscaliza, regula e participa da atividade econômica. 7 Embora o direito econômico também regule as atividades privadas, impondo limites à autonomia da vontade, outros fatores justificam sua localização no ramo do direito público: i)regulação de serviços públicos prestados direta ou indiretamente pelo Estado; ii) rege condutas de instituições públicas, agências reguladoras e outras; iii) imposição de obrigações fundamentadas no interesse sociais. CONSTITUIÇÃO ECONÔMICA O conceito de Constituição Econômica A Constituição Econômica nasce formalmente ao início do século XX, oriunda da positivação de um feixe de normas constitucionais (expressas e implícitas) que disciplinam a natureza do sistema econômico em determinado Estado e firmam a sua ordem jurídica da economia, inclusive a interação estatal na economia privada. Mas o conceito de Constituição Econômica não encontra unanimidade na doutrina. Na definição de VITAL MOREIRA, é o “conjunto de preceitos e instituições jurídicas que, garantindo os elementos definidores de um determinado sistema económico, institui uma determinada forma de organização e funcionamento e constitui, por isso mesmo, uma determinada ordem económica”. Ao seu tempo, GOMES CANOTILHO adota um conceito mais restrito: “o conjunto de disposições constitucionais – regras e princípios – que dizem 8 respeito à conformação da ordem fundamental da economia.”84 Já em sua obra conjunta, VITAL MOREIRA e GOMES CANOTILHO descem a minúcias e propõem o seguinte: “Trata-se do conjunto de normas e de princípios constitucionais que caracterizam basicamente a organização económica, determinam as principais regras do seu funcionamento, delimitam a esfera de acção dos diferentes sujeitos económicos, prescrevem os grandes objectivos da política económica, enfim, constituem as bases fundamentais da ordem jurídico- política da economia.” Portanto, a ideia central do conceito reside no foro em que estão localizadas as normas (constitucional) em face da matéria acerca da qual dispõem (organização econômica, política econômica, poder econômico, intervenção estatal na economia etc.). Trata-se da disciplina jurídico-constitucional dos princípios que regem a vida econômica em determinado Estado. ADMINISTRAÇÃO Simultaneamente à positivação e ao desenvolvimento doutrinário da ideia de Constituição Econômica, foi sendo elaborada a noção de Direito Econômico (e suas variações). A seguir, analisar-se-á com brevidade o conceito e as características dessa disciplina. A convivência entre o Direito Econômico, o Direito Comercial e o Direito Civil Num primeiro momento, acentue-se que o Direito Econômico não exclui nem derroga o Direito Privado (Civil, Comercial e desdobramentos), que envolvem negócios jurídicos com efeitos econômicos. Nem sequer o poderia, apesar de ser nítido que todas essas disciplinas envolvem matéria econômica. O que se dá é um corte transversal, a seccionar simultaneamente as diversas ramas da ordem jurídica (no que diz respeito à ordem jurídico econômica), como se infere da doutrina de ALFREDO DE ASSIS GONÇALVES NETO: 9 O Direito comercial, regulando as relações entre comerciantes (empresários) e entre esses e os destinatários de suas atividades no âmbito privado, tem com o Direito Econômico pontos de tangência nas normas que delimitam, na órbita do interesse público, os direitos e as obrigações daqueles no exercício da atividade profissional e que definem as suas relações com os consumidores, com os investidores, com os demais empresários e assim por diante. “Já o Direito Econômico tem de buscar no Direito Comercial, dentre outras, as noções sobre formas societárias, grupos de empresas, contratos de integração e interdependência econômica, poder de controle interno e externo no seio empresarial.” A peculiaridade reside em que tais ramos tradicionais do Direito Privado regulam a vida e a interação jurídica dos particulares, tendo como objetivo imediato a coordenação de interesses disponíveis. A não ser frente às exceções juridicamente positivadas, em que se dá a indisponibilidade dos direitos (p. ex., os interesses dos absolutamente incapazes – C. Civil, art. 3º), a ideia da ordem jurídica privada remonta basicamente aos conceitos originários do Estado Liberal: homens livres dispondo sem peias acerca de seus bens e direitos. Assim deve-se entender na origem o Direito Civil ou o Direito Comercial, que existiam muito tempo antes de surgirem as cogitações acerca do Direito Econômico. O que se dá é que a faceta econômica das disciplinas jurídicas privadas configura um efeito reflexo ou mediato da incidência das normas às respectivas hipóteses fáticas. Enquanto isso, o Direito Econômico envolve os mesmos assuntos sob um ângulo econômico primário ou imediato – além de dispor acerca de matérias estranhas ao Direito Privado propriamente dito. Como leciona MODESTO CARVALHOSA, a atividade econômica em sentido estrito reveste-se “de um valor de conduta de dever ser econômico juridicamente atribuindo-se-lhe uma função no complexo das próprias aspirações estatais.” Há, portanto, um envolvimento entre fatos econômicos específicos, aos quais o Estado (Legislador e mesmo a Administração) atribui maior dimensão axiológica, conferindo-lhes uma dimensão social de tal relevância que culmina na sua definição e subsunção a previsões de Direito Público. WASHINGTON PELUSO ALBINO DE SOUZA fornece um exemplo ilustrador: o conceito de “preço” e suas derivações. 10 O fato econômico “preço” tem um regime, uma concepção e respectivas consequências precisas no Direito Econômico (v.g., expressão de uma política governamental ou definidor da posição de poder dominante em determinado mercado).Além disso, possui outras tantas características equivalentes e absolutamente diversas no Direito Civil ou Comercial (prestação relativa ao valor de troca da mercadoria). A mesma realidade abordada sob dois prismas não- excludentes, mas complementares. O mesmo pode ser dito em relação ao Direito do Trabalho, em se considerando o trabalho como um fator da produção (um custo, um preço) ou objeto de uma política governamental macroeconômica (contenção do desemprego). O Direito do Trabalho não vislumbra de forma imediata a relação macroeconômica que se põe entre empregados e empregadores – o aspecto de que ele se ocupa não está no plano político-econômico, mas nas relações laborais stricto sensu objeto do contrato de trabalho e as consequências jurídicas daí derivadas (férias, salário, indenizações etc.). Questões que assumem um colorido ainda mais vivo se examinadas as próprias diversidades entre a Ciência do Direito e a Ciência da Economia. O Direito Administrativo da Economia como integrante do Direito Econômico Por outro lado, o Direito Administrativo da Economia é apenas uma parcela específica do Direito Econômico como um todo. A sua definição dependerá do sistema jurídico analisado e as respectivas premissas adotadas pelo doutrinador, mas é possível proceder a uma sistematização genérica. Num primeiro momento, confira-se a definição de ANTÓNIO CARLOS DOS SANTOS, MARIA EDUARDA GONÇALVES e MARIA MANUEL LEITÃO MARQUES, para quem o objeto da disciplina do Direito Econômico pode ser definido como: o estudo da ordenação (ou regulação) jurídica específica da organização e direcção da atividade económica pelos poderes públicos e (ou) pelos poderes privados, quando dotados de 11 capacidade de editar ou contribuir para a edição de regras com carácter geral, vinculativas dos agentes económicos. Esse conceito genérico abrange todas as áreas de incidência do Direito Econômico. Envolveria normas estruturais (de organização) e de conduta (de direção) relativas à integralidade dos comportamentos dos agentes econômicos (de caráter vinculativo). Não se fixa num só emissor normativo (o Estado), mas também na regulação emitida pelos próprios particulares (que podem editar ou meramente contribuir para a edição de prescrições vinculantes aos demais agentes). O Direito Administrativo da Economia, vislumbrado como aquele conjunto de normas de Direito Público (Administrativo) com objeto e/ou conteúdo econômico, estaria inserido numa parcela desse conceito amplo. O que põe em foco a doutrina que subordina o Direito Administrativo da Economia a uma das áreas abrangidas pelo Direito da Economia (que envolveria toda a ordem jurídica econômica interna). Nesse sentido, ANTÓNIO SOUSA FRANCO, para quem o Direito da Economia “cobre áreas normativas bem distintas: “a) O Direito Internacional Económico, que compreende o Direito produzido por fontes normativas internacionais e cujo conteúdo é formado pela regulamentação normativa da ordem económica e das instituições económicas. “b) O Direito interno da Economia (ou Direito da Economia ‘stricto sensu’), que, por sua vez, integra, em Portugal e nos países com ordenamentos jurídicos afins, duas áreas normativas bem delimitadas: “b1) O Direito Administrativo da Economia, isto é, a parte do Direito Administrativo que regula as formas específicas da actuação e intervenção do Estado, sob forma administrativa; “b2) O Direito Económico, isto é, o ramo do ordenamento jurídico que regula, segundo princípios próprios, a ordem económica e as suas instituições económicas fundamentais. 12 O Direito Administrativo da Economia não consubstanciaria a essência de uma disciplina jurídico-econômica originária, pois há princípios e normas próprias do Direito Administrativo que não têm nenhum relacionamento com tópicos específicos do Direito interno da Economia (p. ex., o Direito da Concorrência e o Direito dos Consumidores). O que faria com que o núcleo central da disciplina do Direito da Economia fosse constituído pelo Direito Econômico em sentido estrito, definido por SOUSA FRANCO como: “o ramo de Direito (e a respectiva disciplina de Ciência Jurídica) que contém o regime próprio e específico dos elementos jurídicos do sistema (e do regime) económico, do equilíbrio económico entre o Estado, grupos sociais e entidades privadas e o enquadramento e regime geral das instituições económicas fundamentais.” A “crise” do Direito Administrativo e o Direito Administrativo da Economia A fim de ampliar a argumentação (e a compreensão), importante é destacar a doutrina de EDUARDO PAZ FERREIRA, para quem a definição de SOUSA FRANCO “parte de uma concepção de direito administrativo que está em crise”, pois envolveria “um direito de autoridade em que a posição da Administração é profundamente diferente da dos particulares, quando, na realidade, aquilo a que assistimos é a um crescente recurso das administrações públicas aos instrumentos privatísticos”. Constatação que afastaria ou atenuaria substancialmente a incidência dessa espécie de atividade administrativa da atividade econômica. A rigor, é bem verdade que o espraiamento das normas de Direito Público (Constitucional e Administrativo) na economia e a ampliação da ação do Estado na esfera econômica fizeram com que fossem implementadas novas formas de ação dos agentes econômicos e mesmo do Estado (terceiro setor, contratos de gestão, soft law etc.), tornando possível que o Direito Administrativo da Economia admita uma concepção que se poderia denominar de ultrapassada (ou às vésperas de o ser). 13 Deu-se uma mutação e há setores outrora clássicos que muitos sustentam alheios ao Direito Administrativo contemporâneo (p. ex., os serviços públicos e a sua sucessão pelos serviços econômicos de interesse geral). Porém, fato é que o Direito Administrativo (ao menos o brasileiro) ainda não experimentou uma ampla disseminação dessa flexibilidade normativa, nem uma institucionalização dos instrumentos de Direito Privado no manejar diuturno da Administração ou tampouco uma derrogação de sua antiga configuração normativa. As relações de Direito Administrativo (inclusive o da Economia) permanecem sendo substancialmente caracterizadas como vínculos de subordinação o que é essencial à intervenção, regulação, controle e disciplina do poder econômico. A supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade do interesse público continuam colocando sob tensão todas as relações de administração – que podem ser instrumentalizadas de modo mais brando, porém com o mesmo retesamento existencial. Caso contrário, não se estará diante de intervenção ou regulação da economia, mas frente a agentes econômicos administrando livremente os seus interesses egoísticos. Por outro lado, os fenômenos da “fuga para o Direito Privado” (e viceversa da “publicização do Direito Privado”) não merecem ser desprezados, pois, como o próprio PAZ FERREIRA acentua, “As mutações do papel do Estado têm uma primeira tradução na compressão do princípio da autonomia privada e na crescente subordinação dos particulares a regras imperativas estabelecidas normativamente tendo em vista o interesse geral, mas que podem, também, prosseguir o interesse dos próprios sujeitos económicos isolados” [...] “muito mais do que uma simples actividade correctiva ou conformadora da actividade privada, é a acção pública directa que vai passar a constituir uma instância privilegiada para o reequilíbrio das forças, através de uma profunda ampliação do papel do Estado na satisfação de necessidades da sociedade”. 14 O DIREITO ADMINISTRATIVO X ECONOMIA Ora, o Direito Administrativo é o direito que rege a Administração Pública (ou quem lhe faça as vezes), no exercício da função administrativa. Cria e disciplina o conteúdoe os limites da competência possível de ser exercitada pelo Estado-Administração no cumprimento às finalidades normativas. Desenvolve-se intra e extra ao corpo orgânico da Administração e dentre os campos nela abrangidos estão as relações que se põem entre o Estado e a economia. O qualificativo “da Economia” quer significar o setor cognitivo por onde se desdobra a incidência de uma parcela das normas típicas de Direito Administrativo. Nesse sentido, o Direito Administrativo da Economia fixa a organização e as finalidades da ação da Administração Pública com repercussões no domínio econômico, bem como o que diz respeito às relações jurídicas entre esta e as pessoas privadas. Trata-se do exercício da função administrativoeconômica do Estado. Ou seja: a ratio dessa disciplina consiste em prestigiar a ação econômica estatal infralegal – seja ela concreta (atos administrativos, leis-medida, processo administrativo etc.), seja geral e abstrata (regulamentos administrativos), tendo o Direito Administrativo como um instrumento para a implementação de políticas públicas ou para a correção de desvios dos agentes econômicos. Não se trata do ramo do Direito Administrativo que envolve apenas o trato do “poder de polícia” (ou “competência fiscalizadora”, nas palavras de LUCIA VALLE FIGUEIREDO ou “Direito Administrativo Ordenador”, na lição de CARLOS ARI SUNDFELD), mas também o fomento, a indução e o intervencionismo empresarial ativo. Quando o Estado intervém no domínio econômico constitucionalmente reservado às pessoas privadas,102 assim o faz através do manejo de competências de Direito Administrativo. O “toque de Midas” da Administração Pública igualmente confere natureza pública às relações jurídicas por ela 15 desenvolvidas no campo da economia (o que parcialmente não ocorre sob as exceções do art. 173, devido às mitigações lá previstas). A Administração não poderia ignorar o Direito Administrativo no exercício de suas funções, nem mesmo quando interage no espaço econômico reservado às pessoas privadas. Por outro lado, o Direito Administrativo da Economia não exclui nem atenua o Direito Administrativo tradicional, mas desdobra a incidência deste num outro plano normativo e cognitivo prestigiando o eixo central da disciplina. Isso tanto no sentido orgânico (a Administração Pública ou quem lhe faça as vezes), como no sentido material (o regime jurídico de Direito Administrativo). Ademais, não suprime as normas específicas de regimes jurídicos típicos (como o Direito da Concorrência ou o Direito dos Consumidores), mas nelas lança luzes de uma normatividade toda própria: a natureza jurídica de um Direito Administrativo aplicado aos setores econômicos onde diretamente interage o Estado ou onde há determinado tipo de controle ou incentivos do Estado. A locução Direito Administrativo da Economia é a que melhor designa as relações jurídicas disciplinadoras do vínculo de Ordem Econômica que se desenvolve entre Estado e particulares. Por todos, a definição de ANDRÉ DE LAUBADÈRE: “O direito administrativo económico é constituído pelas regras e instituições relativas aos órgãos administrativos dotados de atribuições em matéria de economia (é a ‘administração económica’ no sentido orgânico da expressão) e, sobretudo, pelo conjunto dos princípios e regras de fundo aplicáveis às relações dos administrados com a administração por ocasião das intervenções económicas desta última. Embora o direito constitucional económico tenha a sua importância, é sem dúvida o direito administrativo económico que constitui a parte mais rica do direito público económico.” O Direito Administrativo da Economia disciplina e estuda as relações que se põem entre o poder econômico particular e o poder político-econômico do Estado. Fixa em especial a forma de inserção da Administração Pública na atividade econômica: se através de intervenção, serviços públicos, atividade econômica privada ou regulação normativa da economia privada. 16 A visão jurídica do cenário econômico Em contrapartida, a visão puramente jurídica não ignora a concepção econômica, mas a aborda sob um outro ângulo: o Direito é essencialmente um sistema autopoiético, que se auto-refere e constrói os seus conceitos. Como que numa atribuição excludente, o Direito propõe e positiva os termos específicos ao seu universo: as normas jurídicas. A hermenêutica jurídica interpreta o Direito posto na tentativa de harmonizar internamente o seu próprio sistema: os atos e fatos jurídicos têm a sua existência, validade, perfeição e eficácia oriundas da norma jurídica. Ainda que absolutamente diversas as correntes doutrinárias em constante debate (os “normativistas puros”, os “jusnaturalistas”, o “Direito alternativo” etc.), as “verdades” para o jurista têm por alicerce comum o Ordenamento Jurídico previamente positivado em regras e princípios (estes implícitos ou explícitos no sistema). As teorias visam a aplicar ou a negar aplicação ao Direito às normas jurídicas componentes do sistema posta à análise do hermeneuta. Pouco importa o motivo do acolhimento ou a negativa: o que está em jogo é o direito positivo. Nesse sentido, importante é destacar a conclusão lançada por TERCIO SAMPAIO FERRAZ JR.: “Como se vê, seja como norma-proposição, seja como norma-prescrição, seja como norma-comunicação, o conceito de norma jurídica é um centro teórico organizador de uma dogmática analítica. Mesmo sem desconhecer que o jurista, ao conceber normativamente as relações sociais, a fim de criar condições para a decidibilidade de seus conflitos, também é um cientista social, há de se reconhecer que a norma é o seu critério fundamental de análise, manifestando-se para ele o fenômeno jurídico como um dever-ser da conduta, um conjunto de proibições, obrigações, permissões, por meio das quais os homens criam entre si relações de subordinação, coordenação, organizam seu comportamento coletivamente, interpretam suas próprias prescrições, delimitam o exercício do poder etc. Com isto é também possível encarar as instituições sociais, como a família, a empresa, a administração pública, como conjuntos de comportamentos disciplinados e delimitados normativamente.” A análise jurídica das teorias e fenômenos econômicos objeto de prescrições normativas tem como ponto de partida o Direito já positivado e a finalidade visada pela norma jurídica, interpretada como unidade incindível de 17 um sistema harmônico (e não a “administração de recursos escassos” ou as teorias que a expliquem e a incrementem). A Constituição e demais normas balizam a cognição jurídica de qualquer fenômeno social (família, trabalho, economia etc.). Por isso que muitas vezes há uma dissociação e mesmo uma oposição intransponível entre a mens legislatoris e a mens legis. A contemplação recíproca entre o Direito e a economia auxilia o ato de esclarecer e compreender o plano fático, integrando-o ao jurídico para sua melhor e mais eficiente aplicação. Descobre-se o cenário axiológico inerente à percepção do conteúdo normativo (fatos, valores e normas); os valores que a ele estão subjacentes e a sua integração/aplicação ao mundo do ser. Pode possibilitar a revelação da razão de ser da positivação da norma. Porém, insista-se que a construção científica do Direito tem como marco zero... o próprio Direito. O que se lê são textos que resultam em normas jurídicas a ser aplicadas. De maneira especialmente categórica, firmou GERALDO ATALIBA: “Daí o terrível engano dos que pensam que a economia e o direito podem estudar um mesmo objeto, o tributo, por exemplo, intercambiando informações, observações, princípios e técnicas de compreensão, operação e aplicação. O conceito de tributo, para o direito, nasce e esgota-se no universo jurídico.” Levando-se em conta o exemplo citado, para o jurista o conceitode tributo é um conceito oriundo, aplicado e exaurido no mundo do Direito. Deve gerar efeitos de fato, é bem verdade, mas a partir daí a análise jurídica stricto sensu é próxima do impertinente. Quaisquer outros fatos ou detalhes são irrelevantes às suas cogitações. A solução está na compreensão harmônica da Constituição e das leis, lidas e interpretadas de acordo com o contexto histórico vivido pelo intérprete. O que não significa o desprezo ao mundo dos fatos, nem uma rejeição à contemplação valorativa do fenômeno normativo. Permanece a hermenêutica jurídica do Direito, mas sem uma refutação ao mundo que o cerca (incluindo-se aí o da economia). Porém, é importante destacar que não se trata de uma compreensão serena e harmônica. Já há algum tempo, EROS ROBERTO GRAU escreveu: “Impossível, no entanto, a compreensão do fenômeno tributário se o 18 consideramos exclusivamente pelo seu aspecto jurídico. [...] Imprescindível, portanto, a consideração, ao lado do jurídico, do conceito econômico de tributo.” Tais dissensões reacendem a questão acerca do relacionamento entre Direito e economia. Não há dúvidas de que as disciplinas caminham lado a lado no domínio econômico, interagindo, sofrendo influência recíproca e instaurando conflitos, muitas vezes estudando e pretendendo disciplinar as mesmas relações sociais sob ângulos diversos. Porém, cada uma delas tem o seu próprio ponto de partida, a sua metodologia e o seu ponto de chegada. Enquanto ciência, o Direito não pode simplesmente desprezar a economia, mas deve dela se valer para descortinar o porquê e a finalidade de algumas de suas próprias normas (a produção normativa certamente não atua com tamanho desprezo). Com isso não se está a defender uma teoria econômica pura do Direito: a integração transparente aprimora ambas as disciplinas e não implica subjugar uma à outra, nem tampouco alterar/contaminar os respectivos pressupostos de cognição (ou paradigmas). Mas isso não significa consagrar que a atividade hermenêutica seja destinada a implementar as teorias econômicas. A leitura das normas jurídicas não é ancilar à Ciência Econômica a elas porventura subjacente. Para o jurista, não é só a economia que interpreta o Direito (dizendo o que está contido nesta ou naquela norma). O que se deseja firmar é o fato de que a compreensão teleológica dos preceitos de Direito Econômico e Direito Administrativo da Economia não pode prescindir do recurso (ou mesmo da ajuda) da Ciência da Economia. Como firmou FÁBIO KONDER COMPARATO acerca do “poder de controle” societário: “Efetivamente, a análise do fenômeno não deve reduzir-se unicamente aos textos legais, sob pena de mirrar-se numa exegese estéril de palavras. O exercício do poder, em qualquer sociedade, nem sempre se ajusta ao modelo normativo. Há poderes de fato e poderes de direito, assim como há soberanias efetivas e soberanias meramente formais, destituídas de qualquer efetividade." A História do Brasil está repleta de exemplos da aplicação de teorias econômicas e os seus paradigmas através de normas jurídicas. Porém, mesmo 19 em casos de comoção nacional, as normas jurídicas permaneceram sendo interpretadas à luz da Constituição (gerando debates e dissensões radicais, é bem verdade). A referência mais clara diz respeito aos Planos Econômicos (“Cruzado”, “Bresser”, “Verão”, “Collor” etc.) e o respectivo controle jurisdicional. Caso a economia servisse de matriz hermenêutica ao Direito, dificilmente teria ocorrido a desconsideração jurídica dos expurgos de correção monetária, dos empréstimos compulsórios, dos congelamentos, das “tablitas” de deflação e da retenção dos ativos financeiros. Indo avante, e rigorosamente, em muitas hipóteses é próximo do impossível conhecer o Direito sem um estudo prévio da economia (e vice-versa). Há casos em que a leitura da norma jurídica não prescinde do conhecimento econômico, sem que isso signifique a submissão daquela a este. As mutações atuais operadas no mundo do Direito comprovam a assertiva. Por exemplo, é francamente inviável a perfeita compreensão das autoridades reguladoras independentes sem a cognição prévia do que venha a ser a regulação econômica, os marcos regulatórios, os monopólios, o compartilhamento de infraestruturas, a teoria da captura etc. O jurista que pretendesse ignorar essas realidades estaria destinado a interpretar as normas sem se aperceber do porquê de sua existência (e mesmo o seu sentido, conteúdo e alcance). Significaria apreender um outro mundo, ainda diverso daquele do ser e do dever-ser: um mundo interno à própria alternativa individual de cognição excludente adotada pelo intérprete. Ao excluir peremptoriamente a economia de seu universo hermenêutico, o jurista criaria o seu mundo peculiar e exclusivo, recheado de normas jurídicas para as quais a economia não existe (ou não gera quaisquer efeitos). Caso se descarte o conhecimento da motivação econômica de tais fatos disciplinados pelo Direito, estar-se-á diante de uma análise parcial de um fenômeno multifacetado correndo-se o sério risco de propor soluções jurídicas dissociadas da realidade. E o hermeneuta não pode abstrair da realidade para interpretar o Direito. 20 Não pode se contentar com uma explicação científica analítica parcial, que não compreenda os valores subjacentes à norma e abstraiase da qualidade política do Direito Administrativo da Economia. Além disso, há determinados momentos em que o Direito simplesmente não dispõe dos conceitos básicos a autorizar uma compreensão normativa imediata e estrita do fenômeno econômico (nem tampouco pode o leitor os criar livremente). Claro que sempre se pode lançar mão do recurso, e.g., ao Direito Romano para explicar o pedágio em rodovias objeto de concessão ou ao iter das célebres máximas hermenêuticas de SAVIGNY (interpretação histórica, literal, sistemática e teleológica) para descobrir o significado do princípio da universalização do serviço de telecomunicações, mas a natureza atributiva do Direito e de sua interpretação tenderiam a carecer de qualquer substância. CONTABILIDADE A Contabilidade é uma ciência que monitora as variações do patrimônio, desde a formação da empresa, e que pode ser utilizada para acompanhar a saúde financeira do negócio. Com isso, a contabilidade funciona a partir da recolha e processamento da informação financeira, enquanto a empresa realiza suas operações de faturamento com vendas, ou gastos com matérias-primas. Estas informações são distribuídas em diferentes documentos, que servem para análise dos gestores internos, mas principalmente, agentes externos à empresa, como investidores, por exemplo. Além disso, os dados financeiros são recolhidos para todos os tipos de transações e tratados conforme a regulamentação do país. 21 Diferenças entre a Contabilidade Financeira e a Contabilidade Gerencial A Contabilidade Financeira e a Gerencial diferenciam-se na maneira que são feitas, devido aos diferentes usuários da informação contábil da empresa. De maneira simples, enquanto a Contabilidade Financeira é feita para apreciação de usuários externos, a Contabilidade Gerencial é utilizada internamente pelos gestores da empresa. Sendo assim, a Financeira é quem formam os valores que aparecem nas demonstrações contábeis, como o Balanço Patrimonial, a partir de princípios e normas que devem ser seguidas. Na Contabilidade Gerencial o foco é voltado ao planejamento e controle do uso de recursos, utilizando os valores da Contabilidade Financeira na interpretação e tomada de decisão da administração. CONTABILIDADE PÚBLICA Define-se Contabilidade Pública como sendo o ramo da contabilidade que registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos e fatos da fazenda pública e o patrimônio público e suas variações.Portanto, seu escopo relaciona-se ao controle e gestão dos recursos públicos. Com o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei Complementar 101/2000), a Contabilidade Pública alçou uma maior importância e valorização. 22 Diferença Contabilidade Societária x Contabilidade Pública A Contabilidade Societária, relacionada com a atividade privada, rege- se pela Lei das Sociedades Anônimas e pelo Código Civil, que estabelecem regras de procedimentos contábeis. Já a contabilidade pública é regulada pela Lei 4.320/1964, que é a Lei das Finanças Públicas. A Contabilidade Societária tem como foco principal o patrimônio e as suas avaliações, de tal forma que a principal peça é o balanço patrimonial. Porém, na Contabilidade Pública, o mais relevante é o balanço de resultados, que trata da despesa e da receita, ou seja, de que forma foi arrecadado o dinheiro e como foi aplicado. Outra diferença é que a contabilidade da área societária tem como visão o patrimônio e o lucro. Já na área pública, a visão é a gestão. INOVAÇÕES DA LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF deu forma ao Relatório Resumido da Execução Orçamentária, definiu o que compõe o relatório, como se publica essa informação. Também trouxe como inovação o relatório de gestão fiscal, que visa demonstrar se foram atingidas as metas e os limites estabelecidos na lei de responsabilidade fiscal. Outra inovação é que a lei exigiu que as receitas vinculadas tenham a contabilização de onde está evidenciado o que já foi aplicado e qual é o saldo. A lei também passou a dar uma maior importância e visibilidade à contabilidade. 23 CARACTERÍSTICAS DA CONTABILIDADE PÚBLICA A Contabilidade Pública - seja na área Federal, Estadual, Municipal ou no Distrito Federal - tem como base a Lei 4.320, de 17 de março de 1964, que instituiu normas gerais de direito financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei 4.320/64 está para a Contabilidade Aplicada à Administração Pública assim como a Lei das Sociedade por Ações (Lei 6.404/76) está para a Contabilidade aplicada à atividade empresarial. A Contabilidade Pública registra a previsão da receita e a fixação da despesa, estabelecidas no Orçamento Público aprovado para o exercício, escritura a execução orçamentária da receita e da despesa, faz a comparação entre a previsão e a realização das receitas e despesas, controla as operações de crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e obrigações, revela as variações patrimoniais e mostra o valor do patrimônio. A Contabilidade pública está interessada também em todos os atos praticados pelo administrador, sejam de natureza orçamentária (previsão da receita, fixação da despesa, empenho, descentralização de créditos etc.) ou sejam meramente administrativos (contratos, convênios, acordos, ajustes, avais, fianças, valores sob responsabilidade, comodatos de bens, etc.) representativos de valores potenciais que poderão afetar o patrimônio no futuro. O objeto de qualquer contabilidade é o patrimônio. A Contabilidade Pública não está interessada somente no patrimônio e suas variações, mas, também, no orçamento e sua execução (previsão e arrecadação da receita e a fixação e a execução da despesa). A Contabilidade Pública, além de registrar todos os fatos contábeis (modificativos, permutativos e mistos), registra os atos potenciais praticados pelo administrador, que poderão alterar qualitativa e quantitativamente o patrimônio. O objetivo da Contabilidade Pública é o de fornecer aos gestores informações atualizadas e exatas para subsidiar as tomadas de decisões, aos órgãos de controle interno e externo para o cumprimento da legislação e às 24 instituições governamentais e particulares informações estatísticas e outras de interesse dessas instituições. ADMINISTRAÇÃO O estudo de Administração Financeira Orçamentária/Orçamento Público está relacionado ao estudo do Direito Financeiro. Direito Público Direito Financeiro Administração Financeira e Orçamentária Mas o que é o Direito Financeiro? O Direito Financeiro é o ramo do Direito Público que disciplina a atividade financeira do Estado. Abrange, dessa forma, a receita pública (obtenção de recursos), o crédito público (criação de recursos), o orçamento público (gestão de recursos) e a despesa pública (dispêndio de recursos). Para financiar a despesa, é preciso receita. A atividade financeira do Estado tem duas dimensões importantes: captação de recursos por meio das receitas públicas e a aplicação desses recursos que se materializa por meio das despesas. Quando a receita não é suficiente, o Estado tem de pegar dinheiro emprestado, o que é chamado de crédito público. O estudo de AFO engloba o Direito Financeiro com um enfoque administrativo. A Administração Financeira e Orçamentária é a disciplina que estuda a atividade financeira do Estado e sua aplicação na Administração Pública. Vale ressaltar que compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre Direito Financeiro. E aí alguém no fundo da sala pergunta: professor, e os Municípios? Compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse local e suplementar à legislação federal e à estadual no que couber. 25 Assim, apesar de não concorrerem com a União e os Estados, os Municípios legislam naquilo que for de interesse local e suplementam a legislação federal e a estadual, sem contrariá-las. Atualmente, ainda é a Lei n. 4.320/1964 que estatui normas gerais de Direito Financeiro para elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal. A Lei n. 4.320/1964 possui o status de lei complementar, já que trata de normas gerais de Direito Financeiro. Houve a novação de sua natureza normativa pelo art. 165, § 9º, I e II, da CF/1988, atribuiu-lhe a natureza de lei ordinária em sentido formal e lei complementar em sentido material. CF/1988, Art. 165, § 9º Cabe à lei complementar: I – dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; II – estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. Conforme nos ensina Abrúcio, “o orçamento é um instrumento fundamental de governo, seu principal documento de políticas públicas. Através dele os governantes selecionam prioridades, decidindo como gastar os recursos extraídos da sociedade e como distribuí-los entre diferentes grupos sociais, conforme seu peso ou força política. Portanto, nas decisões orçamentárias os problemas centrais de uma ordem democrática como representação e accountability estão presentes”. O orçamento reflete as ideologias da classe política dominante. O professor destaca, por exemplo, que o modelo orçamentário do PT difere do modelo orçamentário do PSDB, pois as ideologias são diferentes. Um prioriza a parte social e outro a questão econômica. Existem três tipos de accountability: • Horizontal (controle que envolve os Poderes); 26 • Vertical (controle feito pelos cidadãos); • Societal (controle feito pela mídia). Para Aliomar Baleeiro, o orçamento público é o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o Poder Legislativo autoriza, por certo período de tempo, a execução das despesas destinadas ao funcionamento dos serviços públicos e outros fins adotados pela política econômica ou geral do país, assim como a arrecadação das receitas já criadas em lei. Giacomoni entende que, de acordo com o modelo de integração entre planejamento e orçamento, o orçamento anual constitui-seem instrumento, de curto prazo, que operacionaliza os programas setoriais e regionais de médio prazo, os quais, por sua vez, cumprem o marco fixado pelos planos nacionais em que estão definidos os grandes objetivos e metas, os projetos estratégicos e as políticas básicas. Finanças Públicas na Constituição de 1988: Principais dispositivos acerca das finanças públicas na Constituição Federal de 1988 Normas gerais: artigo 163 e artigo 164 da Constituição Federal: Art. 163. Lei complementar disporá sobre: I - finanças públicas; II - dívida pública externa e interna, incluída a das autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo Poder Público; III - concessão de garantias pelas entidades públicas; IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; V - fiscalização financeira da administração pública direta e indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 40, de 2003) VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc40.htm#art163v 27 VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de crédito da União, resguardadas as características e condições operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional. Art. 164. A competência da União para emitir moeda será exercida exclusivamente pelo banco central. § 1º - É vedado ao banco central conceder, direta ou indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a qualquer órgão ou entidade que não seja instituição financeira. § 2º - O banco central poderá comprar e vender títulos de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de regular a oferta de moeda ou a taxa de juros. § 3º - As disponibilidades de caixa da União serão depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do Poder Público e das empresas por ele controladas, em instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos previstos em lei. Orçamentos: artigo 165 até artigo 169 da Constituição Federal: Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I - o plano plurianual; II - as diretrizes orçamentárias; III - os orçamentos anuais. § 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. § 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subseqüente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. 28 § 3º - O Poder Executivo publicará, até trinta dias após o encerramento de cada bimestre, relatório resumido da execução orçamentária. § 4º - Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. § 5º - A lei orçamentária anual compreenderá: I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto; III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público. § 6º - O projeto de lei orçamentária será acompanhado de demonstrativo regionalizado do efeito, sobre as receitas e despesas, decorrente de isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia. § 7º - Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo critério populacional. § 8º - A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei. § 9º - Cabe à lei complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual; 29 II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos. Art. 166. Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum. § 1º - Caberá a uma Comissão mista permanente de Senadores e Deputados: I - examinar e emitir parecer sobre os projetos referidos neste artigo e sobre as contas apresentadas anualmente pelo Presidente da República; II - examinar e emitir parecer sobre os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição e exercer o acompanhamento e a fiscalização orçamentária, sem prejuízo da atuação das demais comissões do Congresso Nacional e de suas Casas, criadas de acordo com o art. 58. § 2º - As emendas serão apresentadas na Comissão mista, que sobre elas emitirá parecer, e apreciadas, na forma regimental, pelo Plenário das duas Casas do Congresso Nacional. § 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre: a) dotações para pessoal e seus encargos; b) serviço da dívida; c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou III - sejam relacionadas: a) com a correção de erros ou omissões; ou 30 b) com os dispositivos do texto do projeto de lei. § 4º - As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se refere este artigo enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é proposta. § 6º - Os projetos de lei do plano plurianual, das diretrizes orçamentárias e do orçamento anual serão enviados pelo Presidente da República ao Congresso Nacional, nos termos da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. § 7º - Aplicam-se aos projetos mencionados neste artigo, no que não contrariar o disposto nesta seção, as demais normas relativas ao processo legislativo. § 8º - Os recursos que, em decorrência de veto, emenda ou rejeição do projeto de lei orçamentária anual, ficarem sem despesas correspondentes poderão ser utilizados, conforme o caso, mediante créditos especiais ou suplementares, com prévia e específica autorização legislativa. Art. 167. São vedados: I - o início de programas ou projetos não incluídos na lei orçamentária anual; II - a realização de despesas ou a assunção de obrigações diretas que excedam os créditos orçamentários ou adicionais; III - a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadasmediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços 31 públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) V - a abertura de crédito suplementar ou especial sem prévia autorização legislativa e sem indicação dos recursos correspondentes; VI - a transposição, o remanejamento ou a transferência de recursos de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; VII - a concessão ou utilização de créditos ilimitados; VIII - a utilização, sem autorização legislativa específica, de recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social para suprir necessidade ou cobrir déficit de empresas, fundações e fundos, inclusive dos mencionados no art. 165, § 5º; IX - a instituição de fundos de qualquer natureza, sem prévia autorização legislativa. X - a transferência voluntária de recursos e a concessão de empréstimos, inclusive por antecipação de receita, pelos Governos Federal e Estaduais e suas instituições financeiras, para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) § 1º - Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art167iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc42.htm#art167iv http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art20 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc20.htm#art167xi 32 § 2º - Os créditos especiais e extraordinários terão vigência no exercício financeiro em que forem autorizados, salvo se o ato de autorização for promulgado nos últimos quatro meses daquele exercício, caso em que, reabertos nos limites de seus saldos, serão incorporados ao orçamento do exercício financeiro subseqüente. § 3º - A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62. § 4.º É permitida a vinculação de receitas próprias geradas pelos impostos a que se referem os arts. 155 e 156, e dos recursos de que tratam os arts. 157, 158 e 159, I, a e b, e II, para a prestação de garantia ou contragarantia à União e para pagamento de débitos para com esta. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) Art. 168. Os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, compreendidos os créditos suplementares e especiais, destinados aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública, ser-lhes-ão entregues até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, na forma da lei complementar a que se refere o art. 165, § 9º. Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar. § 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art167%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc03.htm#art167%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art134 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc45.htm#art134 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. 33 II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduais aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 3º Para o cumprimento dos limites estabelecidos com base neste artigo, durante o prazo fixado na lei complementar referida no caput, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios adotarão as seguintes providências: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - exoneração dos servidores não estáveis. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 4º Se as medidas adotadas com base no parágrafo anterior não forem suficientes para assegurar o cumprimento da determinação da lei complementar referida neste artigo, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que ato normativo motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade administrativa objeto da redução de pessoal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 5º O servidor que perder o cargo na forma do parágrafo anterior fará jus a indenização correspondente a um mês de remuneração por ano de serviço. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) § 6º O cargo objeto da redução prevista nos parágrafos anteriores será considerado extinto, vedada a criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadas pelo prazo de quatro anos. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. 34 § 7º Lei federal disporá sobre as normas gerais a serem obedecidas na efetivação do disposto no § 4º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm#art21. 35 REFERÊNCIAS CHIMENTI, Ricardo Cunha. Direito Tributário. 16ª Edição, Ano 2013, Ed. Saraiva OLIVEIRA, Regis Fernandes de. Manual de Direito Financeiro. 6ª Edição, Ano 2014, Ed. RT. PASCOAL, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo. 8ª Edição, Ano 2013, Ed. Campus. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E PARTICIPANTES DO MERCADO Bodie, Kane e Marcus. Investments. 2007. Cavalcante, Misumi e Rudge. Mercado de Capitais: O que é, como funciona. 6ª edição - Rio de Janeiro: Campus, 2005. Fortuna, Eduardo. Mercado Financeiro: Produtos e Serviços. 14ª edição – Rio de Janeiro: QualityMark Ed, 2000.
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