Redação - pedofilia

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O livro Lolita, do russo Vladimir Nobokov, narra à história de Humbert, um
homem de 40 anos que abusava sexualmente de uma menina de 12 anos. Fora do
mundo literário essa premissa não difere muito da conjuntura hodierna, uma vez que a
pedofilia é uma prática recorrente no Brasil, sendo um transtorno parafílico com
alteração do comportamento sexual pelo portador. Dessa forma, é fulcral combater esse
problema latente no país, tendo em vista que a utilização indevida das inovações
tecnológicas e a ausência da educação sexual pelas instituições de referência são fatores
para o aumento dessa ação.
A princípio, é indubitável que a Globalização criou um mundo digital, a partir
dos avanços tecnológicos e a propagação mais rápida das informações. Nesse sentido,
juntamente com as inovações, inquietações surgiram sobre as novas práticas a serem
adotadas para coordenar as atividades na internet, tendo em vista que o anonimato e a
maior liberdade dos usuários dificultam o combate de práticas como a pedofilia virtual.
Assim, é relevante ressaltar a plataforma “TikTok” – utilizada principalmente por
menores de idade –, que passou a ser um meio para a prática da pedofilia, sendo
registrado um boletim de ocorrência na cidade de São Paulo, no qual uma menina de 13
anos teria sido assediada. Tal fato evidencia que a utilização indevida de plataformas
digitais e a ausência de termos que assegurem a segurança dos usuários de menor idade,
são lacunas que favorecem a ação da pedofilia nos meios digitais.
Ademais, é incontrovertível que assim como, a Bela Adormecida, diversas
meninas sonham em encontrar o príncipe encantado e se casar. Entretanto, no Brasil
contemporâneo, muitas apenas encontram lobos maus, em um país que ocupa o décimo
primeiro lugar no ranking de pedofilia do mundo. De acordo com dados do BBC Brasil,
57% das vítimas de violência sexual que chegam aos hospitais, tem entre 0 e 14 anos.
Desse modo, tal dado evidencia que o sonho do príncipe encantado é uma realidade
inalcançável para muitas brasileiras, que tem a sua infância e inocência roubada, tendo
em vista que seus corpos e direitos são violados. Além disso, muitos dos casos não são
denunciados evidenciando a importância da educação sexual nas instituições de ensino e
a adoção de medidas que promovam maior segurança para as vitimas falarem sobre o
ocorrido.
Destarte, é notório que a pedofilia pela internet no Brasil é uma prática a ser
combatida, principalmente na utilização de plataformas digitais, sendo necessário um
maior acompanhamento da família e escola para atenuar esse problema. Portanto, o
Ministério da Mulher juntamente com o Ministério da Educação, deve promover
palestras e projetos nas escolas com a participação da comunidade local para melhor
informar e conscientizar as pessoas sobre a importância de denunciar as práticas de
pedofilia e realizar a divulgação do canal de denúncias Disque 100, para que casos
como o do livro Lolita seja uma realidade distante no Brasil.