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Material didático Hexag para Medicina

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Prévia do material em texto

Caro aluno 
Ao elaborar o seu material inovador, completo e moderno, o Hexag considerou como principal diferencial sua exclusiva metodologia em período integral, com aulas e Estudo 
Orientado (E.O.), e seu plantão de dúvidas personalizado. O material didático é composto por 6 cadernos de aula e 107 livros, totalizando uma coleção com 113 exemplares. 
O conteúdo dos livros é organizado por aulas temáticas. Cada assunto contém uma rica teoria que contempla, de forma objetiva e transversal, as reais necessidades dos 
alunos, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. Para melhorar a aprendizagem, as aulas possuem seções específicas com determinadas finalidades. 
A seguir, apresentamos cada seção:
De forma simples, resumida e dinâmica, essa seção foi desen-
volvida para sinalizar os assuntos mais abordados no Enem e 
nos principais vestibulares voltados para o curso de Medicina 
em todo o território nacional.
INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos de cada co-
leção tem como principal objetivo apoiar o aluno na resolu-
ção das questões propostas. Os textos dos livros são de fácil 
compreensão, completos e organizados. Além disso, contam 
com imagens ilustrativas que complementam as explicações 
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em 
cores nítidas, também são usados e compõem um conjunto 
abrangente de informações para o aluno que vai se dedicar 
à rotina intensa de estudos.
TEORIA
No decorrer das teorias apresentadas, oferecemos uma cui-
dadosa seleção de conteúdos multimídia para complementar 
o repertório do aluno, apresentada em boxes para facilitar a
compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas, 
livros, etc. Tudo isso é encontrado em subcategorias que fa-
cilitam o aprofundamento nos temas estudados – há obras
de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões de aplicati-
vos que facilitam os estudos, com conteúdos essenciais para 
ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica, em uma
seleção realizada com finos critérios para apurar ainda mais
o conhecimento do nosso aluno.
MULTIMÍDIA
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é 
elaborada, a cada aula e sempre que possível, uma seção que 
trata de interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares 
atuais não exigem mais dos candidatos apenas o puro co-
nhecimento dos conteúdos de cada área, de cada disciplina.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abran-
gem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, 
como Biologia e Química, História e Geografia, Biologia e Ma-
temática, entre outras. Nesse espaço, o aluno inicia o contato 
com essa realidade por meio de explicações que relacionam 
a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de 
outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, 
o aluno consegue entender que cada disciplina não existe de 
forma isolada, mas faz parte de uma grande engrenagem no 
mundo em que ele vive.
CONEXÃO ENTRE DISCIPLINAS
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico 
é o seu distanciamento da realidade cotidiana, o que difi-
culta a compreensão de determinados conceitos e impede 
o aprofundamento nos temas para além da superficial me-
morização de fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios na
aprendizagem dos conteúdos, foi desenvolvida a seção “Vi-
venciando“. Como o próprio nome já aponta, há uma preo-
cupação em levar aos nossos alunos a clareza das relações
entre aquilo que eles aprendem e aquilo com que eles têm
contato em seu dia a dia.
VIVENVIANDO
Essa seção foi desenvolvida com foco nas disciplinas que fa-
zem parte das Ciências da Natureza e da Matemática. Nos 
compilados, deparamos-nos com modelos de exercícios re-
solvidos e comentados, fazendo com que aquilo que pareça 
abstrato e de difícil compreensão torne-se mais acessível e 
de bom entendimento aos olhos do aluno. Por meio dessas 
resoluções, é possível rever, a qualquer momento, as explica-
ções dadas em sala de aula.
APLICAÇÃO DO CONTEÚDO
Sabendo que o Enem tem o objetivo de avaliar o desem-
penho ao fim da escolaridade básica, organizamos essa 
seção para que o aluno conheça as diversas habilidades e 
competências abordadas na prova. Os livros da “Coleção 
Vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas 
dessas habilidades. No compilado “Áreas de Conhecimento 
do Enem” há modelos de exercícios que não são apenas 
resolvidos, mas também analisados de maneira expositiva e 
descritos passo a passo à luz das habilidades estudadas no 
dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para 
ajudá-lo a apurar as questões na prática, a identificá-las na 
prova e a resolvê-las com tranquilidade.
ÁREAS DE CONHECIMENTO DO ENEM
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Por isso, 
criamos para os nossos alunos o máximo de recursos para 
orientá-los em suas trajetórias. Um deles é o ”Diagrama de 
Ideias”, para aqueles que aprendem visualmente os conte-
údos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas 
mentais e fluxogramas.
Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo 
da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta 
aos principais conteúdos ensinados no dia, o que facilita a 
organização dos estudos e até a resolução dos exercícios.
DIAGRAMA DE IDEIAS
© Hexag SiStema de enSino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2022 
Todos os direitos reservados.
Coordenador-geral
Raphael de Souza Motta
reSponSabilidade editorial, programação viSual, reviSão e peSquiSa iConográfiCa 
Hexag Sistema de Ensino
editoração eletrôniCa
Felipe Lopes Santos
Letícia de Brito Ferreira
Matheus Franco da Silveira
projeto gráfiCo e Capa
Raphael de Souza Motta
imagenS
Freepik (https://www.freepik.com)
Shutterstock (https://www.shutterstock.com)
Pixabay (https://www.pixabay.com)
ISBN: 978-65-88825-99-0
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusi-
vo o ensino. Caso exista algum texto a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à dis-
posição para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos 
direitos sobre as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não repre-
sentando qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2022
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
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contato@hexag.com.br
SUMÁRIO
ENTRE PENSAMENTOS
FILOSOFIA
AULA 1: INTRODUÇÃO À FILOSOFIA GREGA 6
AULA 2: FILOSOFIA DE ATENAS 14
AULA 3: ALEGORIA DA CAVERNA 20
AULA 4: ARISTÓTELES 27
AULA 5: FILOSOFIA MEDIEVAL 34
AULA 6: FILOSOFIA POLÍTICA 41
AULA 7: FILOSOFIA MODERNA 49
AULA 8: RACIONALISMO 56
AULA 9: EMPIRISMO 62
AULA 10: ILUMINISMO FRANCÊS 70
AULA 11: ROUSSEAU 77
AULA 12: ILUMINISMO ALEMÃO 83
AULA 13: A ÉTICA DO DEVER: IMPERATIVO CATEGÓRICO 89
AULA 14: TEMPESTADE E ÍMPETO 95
AULA 15: HEGEL 100
AULA 16: ÉTICA UTILITARISTA 106
AULA 17: MATERIALISMO FILOSÓFICO 114
AULA 18: SCHOPENHAUER 120
AULA 19: NIETZSCHE 125
AULA 20: FILOSOFIA DA CIÊNCIA: POPPER 132
AULA 21: FENOMENOLOGIA DO CONHECIMENTO 139
AULA 22: EXISTENCIALISMO 146
AULA 23: ESCOLA DE FRANKFURT 153
AULA 24: HANNAH ARENDT 161
AULA 25: HABERMAS 167
AULA 26: A FILOSOFIA E O PODER 174
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 1
Compreender os elementos culturais que constituem as identidades
H1 Interpretar historicamente e/ou geograficamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.
H2 Analisar a produção da memória pelas sociedades humanas.
H3 Associar as manifestações culturais do presente aos seus processos históricos.
H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspectodacultura.
H5 - Identificar as manifestações ou representações da diversidade do patrimônio cultural e artístico em diferentes sociedades.
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 2
Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais de poder.
H6 Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
H7 Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8 Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
H9 Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
H10
Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na transformação da realidade 
histórico-geográfica.
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 3
Compreender a produção e o papel histórico das instituições sociais, políticas e econômicas, associando-as aos diferentes grupos, con-
flitos e movimentos sociais.
H11 Identificar registros de práticas de grupos sociais no tempo e no espaço.
H12 Analisar o papel da justiça como instituição na organização das sociedades.
H13 Analisar a atuação dos movimentos sociais que contribuíram para mudanças ou rupturas em processos de disputa pelo poder.
H14
Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analíticos e interpretativos, sobre situação ou fatos de natureza histórico-geográfica 
acerca das instituições sociais, políticas e econômicas.
H15 Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, políticos, econômicos ou ambientais ao longo da história.
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 4
Entender as transformações técnicas e tecnológicas e seu impacto nos processos de produção, no desenvolvimento do conhecimento e na 
vida social.
H16 Identificar registros sobre o papel das técnicas e tecnologias na organização do trabalho e/ou da vida social.
H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorialização da produção.
H18 Analisar diferentes processos de produção ou circulação de riquezas e suas implicações sócio-espaciais.
H19 Reconhecer as transformações técnicas e tecnológicas que determinam as várias formas de uso e apropriação dos espaços rural e urbano.
H20 Selecionar argumentos favoráveis ou contrários às modificações impostas pelas novas tecnologias à vida social e ao mundo do trabalho.
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Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante a natureza, função,
organização, estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
H21 Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando aspectos do contexto histórico, social e político.
H22 Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de construçãodo texto literário.
H23 Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no patrimônio literário nacional.
H24 Relacionar cidadania e democracia na organização das sociedades.
H25 Identificar estratégias que promovam formas de inclusão social.
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 6
Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interações no espaço em diferentes contextos históricos e geográficos.
H26 Identificar em fontes diversas o processo de ocupação dos meios físicos e as relações da vida humana com a paisagem.
H27 Analisar de maneira crítica as interações da sociedade com o meio físico, levando em consideração aspectos históricos e(ou) geográficos.
H28 Relacionar o uso das tecnologias com os impactos sócio-ambientais em diferentes contextos histórico-geográficos.
H29 Reconhecer a função dos recursos naturais na produção do espaço geográfico, relacionando-os com as mudanças provocadas pelas ações humanas.
H30 Avaliar as relações entre preservação e degradação da vida no planeta nas diferentes escalas.
MATRIZ DE REFERÊNCIA DO ENEM 
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INCIDÊNCIA DO TEMA NAS PRINCIPAIS PROVAS
UFMG
Há predominância na interdisciplinarida-
de e, em menor frequência, questões te-
máticas da própria disciplina de filosofia.
No vestibular da USP as propostas de 
redação costumam tratar de temas que 
dialogam com as discussões filosóficas. 
Há questões interdisciplinares e obras 
literárias com conceitos filosóficos.
A Unicamp também utiliza conceitos e 
temas filosóficos em suas propostas de 
redação. Algumas obras literárias podem 
estabelecer interdisciplinaridade com a 
filosofia.
Temas como liberdade, religiosidade, eu-
tanásia, sanidade/insanidade, egoísmo/
altruísmo, política e cidadania, justiça, 
entre outros, estão presentes na cole-
tânea de redação dos últimos anos. As 
questões de literatura também contêm 
alguns desses temas apresen-
tados.
Nos últimos anos, pode-se notar a pre-
sença de temas ligados à ética, contra-
tualismo, estética, filosofia da ciência, 
dogmatismo, epistemologia, liberdade, 
teoria política. Destacam-se os pensado-
res e temas da filosofia clássica, moderna 
e iluminista.
Nas propostas de redação aparecem te-
mas, como: uberização (precarização do 
trabalho), realidade e ficção nas obras de 
arte (filosofia da estética), as fronteiras 
entre a vida pública e privada do profis-
sional médico, ética e medicina, corrup-
ção e ética no cenário político 
brasileiro, entre outros 
assuntos. 
Nas questões de língua portuguesa dos 
últimos vestibulares, nota-se a presença 
de temas como natureza humana (o que 
define o ser humano enquanto ser hu-
mano), ética, cultura, cidadania e direitos 
– esses também presentes na prova de 
História, em especial a cidada-
nia na Antiguidade.
As propostas dos últimos anos apresen-
taram temas como: desigualdade social, 
liberdade de expressão, imigração, vigi-
lância e sociedade de controle, direitos 
civis e sociais, política e bem-estar social. 
Pensadores como Marx, Voltaire, Rousse-
au, Foucault, Kant e Hans Jo-
nas são fundamen-
tais.
Conteúdos e temas filosóficos nas ques-
tões discursivas e propostas de redação: 
pós-verdade; racismo e democracia ra-
cial; liberdade e sociedade de controle. 
Para esses temas, pensadores como Só-
crates, Platão, Aristóteles, Nietzsche, Fou-
cault, Kant, Rousseau, Voltaire 
são fundamentais.
Na Universidade Estadual de Londrina 
os principais temas são: problemas po-
líticos e éticos na Filosofia; problemas 
epistemológicos na Filosofia; problemas 
estéticos na Filosofia.
Nos últimos anos, os autores exigidos na 
bibliografia de leitura básica de filosofia 
foram: Habermas, Hume e Kant; Hume, 
Kant e Platão; Kant, Platão e Foucault; 
Tales, Platão, Descartes, Hobbes e Fou-
cault; Hannah Arendt, Heráclito, Locke, 
Maquiavel e Platão.
A prova cobra a disciplina de Filosofia de 
forma indireta nas temáticas de redação.
A área de “Ciências Humanas” inclui os 
conteúdos das disciplinas de Geografia, 
História, Sociologia e Filosofia, dialogan-
do com as demais áreas das Ciências 
Sociais. 
A prova não aborda a Filosofia. A prova não aborda a Filosofia.
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1. Introdução
O mundo helenístico (mundo grego) se beneficiou do mo-
mento histórico, quando as cidades-Estados na Grécia antiga 
eram prósperos centros comerciais e culturais. Conjuntamen-
te, o desenvolvimento da cidadania participativa obrigou os 
gregos a debaterem e formularem propostas racionais de ad-
ministração da vida social. Desse modo, favoreceu-se o desen-
volvimento do pensamento humano, isto é, ocorreu a supre-
macia do logos, que significa “palavra”, “discurso”, “razão”.
Mapa do Mundo helenístico
Vista do partenon, teMplo dedicado à deusa atena, 
construído no século V a.c., na acrópole de atenas
Os pré-socráticos - Coleção “Os 
pensadores”. São Paulo: Abril, 1999.
Nessa compilaçãode textos dos primeiros filósofos da 
Grécia antiga, temos uma percepção das teorias desses 
pensadores.
multimídia: livro
2. Período pré-socrático 
ou cosmológico
Sendo uma explicação racional e sistemática diante da ori-
gem e da transformação da Natureza, a cosmologia (enten-
dimento racional do universo) afasta-se da mitologia (explica-
ção sobrenatural da natureza e de seus eventos), pois esses 
pensadores buscavam um princípio fundador para todas as 
coisas, uma origem comum, uma arché (princípio/fundamen-
to). Os pensadores desse período tiveram a preocupação de 
compreender a physis, ou seja, os aspectos da Natureza ou 
da nossa realidade, que se encontra em movimento. A palavra 
"filosofia" deriva dos termos gregos philos (amor) e sophia 
(sabedoria). Assim, o filósofo, "aquele que ama a sabedoria", 
torna-se o verdadeiro investigador da Natureza.
Fonte: Youtube
Descobrindo a Filosofia com Pondé 
- Ep.02: Os Pré-Socráticos
multimídia: vídeo
2.1. Tales de Mileto (624-546 a.C.)
Tales foi um famoso matemático, mas pouco se conhece 
sobre seus escritos, pois muitos se perderam ao longo do 
tempo. Ele foi o primeiro a afirmar que a água era a ori-
gem (arché) de todas as coisas, sendo a fonte originária 
INTRODUÇÃO À 
FILOSOFIA GREGA
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 15, 
16, 20, 22, 23, 24 e 25
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de explicação da physis. Infelizmente, só temos interpre-
tações de outros filósofos perante o seu pensamento.
Tales, o fundador de tal filosofia, diz ser água [o princípio] 
(é por este motivo também que ele declarou que a terra 
está sobre água), levado sem dúvida a esta concepção por 
ver que o alimento de todas as coisas é úmido, e que o 
próprio quente dele procede e dele vive (ora, aquilo de que 
as coisas vêm é, para todos, o seu princípio). Por tal ob-
servar adotou esta concepção, e pelo fato de as sementes 
de todas as coisas terem a natureza úmida; e a água é o 
princípio da natureza para as coisas úmidas.
aristóteles
MetaFísica, 1, 3. 983b (dK 11 a 12)
2.2. Anaximandro (610-547 a.C.)
De sua vida pouco se sabe. Foi-lhe atribuída a confecção de 
um mapa do mundo habitado. Anaximandro foi o primeiro 
a formular o conceito de uma lei universal presidindo o 
processo cósmico total, numa clara ampliação da visão de 
Tales. Anaximandro afirmava que o princípio de tudo (ar-
ché) seria o ápeiron (o infinito).
Introdução à história da Filosofia - CHAUÍ, Marilena. 
São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
No primeiro volume desenvolvido pela filósofa brasileira 
Marilena Chauí, é apresentada, de forma didática, a filo-
sofia dos primeiros pensadores na Grécia antiga.
multimídia: livro
2.3. Heráclito de Éfeso (540-470 a.C.)
Heráclito preocupou-se com a questão da transformação, 
ou seja, da physis, e por sua forma tão concisa de escrita, 
ganhou o cognome de “o Obscuro”. A base de seu pensa-
mento consiste no caráter transitório e mutável das coisas 
– para explicar esse pensamento, emerge a metáfora que 
“não podemos nos banhar no mesmo rio duas vezes”.
Fonte: Youtube
Heráclito e o mundo como um eterno devir
multimídia: vídeo
Nos mesmos rios entramos e não entramos. Somos e não so-
mos. O fogo, segundo Heráclito, é o elemento da mudança, 
o símbolo da transformação e do movimento constante. O 
princípio é devir (vir a ser, tornar-se), o princípio é a mudança.
herÁclito
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A sabedoria grega (III): Heráclito - Giorgio 
Colli. São Paulo: Paulus, 2013.
Nessa obra bilíngue, idealizada pelo professor Giorgio 
Colli, são apresentados todos os fragmentos associados 
ao filósofo Heráclito, para compreendermos na sua ple-
nitude a filosofia do pensador de Éfeso.
multimídia: livro
2.4. Parmênides de Eleia (530-460 a.C.)
O filósofo Parmênides concentrou seu pensamento no imo-
bilismo universal, indo contra o mobilismo de Heráclito. Seu 
único trabalho conhecido foi um poema intitulado “Sobre a 
Natureza”, que sobreviveu apenas na forma de fragmentos.
Segundo Parmênides, o ser (a essência/o ontos) era uno, in-
divisível, pleno e eterno, de modo que não há espaço para o 
não ser. Visto que, para o pensador, as coisas não surgiram 
do nada, isto é, tudo que existe sempre existiu. Para Parmê-
nides, o ser é e o não ser não é.
Parmênides parece, neste ponto, raciocinar com mais 
penetração. Julgando que fora do ser o não ser nada é, 
forçosamente admite que só uma coisa é, a saber, o ser, 
e nenhuma outra.
aristóteles
MetaFísica, 1, 5. 986b 18 (dK 28 a 24)
2.5. Empédocles (490-430 a.C.)
Empédocles foi um filósofo da cidade de Agrigento, na Si-
cília, e seu pensamento consistia em que as coisas eram 
constituídas por quatro elementos: fogo, terra, água e ar.
Ele observa que o amor e o ódio aproximam e afastam os indi-
víduos, caracterizando-os como forças antagônicas cósmicas. 
Isso quer dizer que o semelhante atrai o semelhante e o des-
semelhante repulsa o dessemelhante, num movimento eterno 
– assim, ao se ter harmonia, o amor prevalece, e, caso tenha 
desequilíbrio, o ódio está atuando. Diante disso, o filósofo 
inaugura o pluralismo, que orienta e ordena a Natureza; não 
mais um único elemento, como pensavam os outros filósofos.
Este (Empédocles) estabelece quatro elementos corporais, 
fogo, ar, água e terra, que são eternos e que mudam au-
mentando e diminuindo mediante mistura e separação; 
mas os princípios propriamente ditos, pelos quais aqueles 
são movidos, são o Amor e o Ódio. Pois é preciso que os 
elementos permaneçam alternadamente em movimento, 
sendo ora misturados pelo Amor, ora separados pelo Ódio.
aristóteles
MetaFísica, 1, 3. 984a 8 (dK 31 a 28)
2.6. Demócrito (460-370 a.C.)
Filósofo nascido na cidade de Mileto ou Abdera, Demócrito 
foi o maior expoente do atomismo. Segundo seu pensa-
mento, tudo o que existe na physis, ou seja, na Natureza, 
é composto por átomos, que eram partículas indivisíveis e 
eternas. Seu método foi a observação.
Demócrito é o primeiro que excluiu rigorosamente todo 
elemento mítico. E o primeiro racionalista.
nietZsche
o nasciMento da FilosoFia na época da tragédia grega. Vol. XiX.
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DIAGRAMA DE IDEIAS
TALES
TUDO É ÁGUA.
HERÁCLITO
TUDO FLUI
TUDO É DEVIR 
(VIR A SER/
MUDANÇA).
PARMÊNIDES
O SER É E O NÃO 
SER NÃO É.
OS PRIMEIROS 
PENSADORES NA 
GRÉCIA ANTIGA:
SEPARAÇÃO 
GRADUAL 
ENTRE MITO E 
PENSAMENTO 
RACIONAL 
(FILOSÓFICO).
SÃO 
INVESTIGADORES DA 
NATUREZA (PHYSIS).
BUSCAM EXPLICAR 
OS FENÔMENOS DA 
NATUREZA COM 
UMA ÚNICA 
DEFINIÇÃO: 
ARCHÉ (PRINCÍPIO/
FUNDAMENTO).
DE UMA FORMA 
ONTOLÓGICA E 
COSMOLÓGICA.
EMPÉDOCLES
A MISTURA DOS 
ELEMENTOS 
FORMAM A 
PHYSIS
OS ELEMENTOS 
SÃO TERRA, 
FOGO, AR 
E ÁGUA.
DEMÓCRITO
TUDO É 
COMPOSTO 
POR ÁTOMOS.
FILOSOFIA
PRÉ-SOCRÁTICA
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AplicAndo pArA Aprender (A.P.A.)
1. (Unesp 2020) Em 4 de julho de 2012, foi detectada 
uma nova partícula, que pode ser o bóson de Higgs. Tra-
ta-se de uma partícula elementar proposta pelo físico 
teórico Peter Higgs, e que validaria a teoria do modelo 
padrão, segundo a qual o bóson de Higgs seria a partí-
cula elementar responsável pela origem da massa de 
todas as outras partículas elementares.
(Jean Júnio M. piMenta et al. “o bóson de higgs”. in: reVista 
brasileira de ensino de Física, Vol. 35, no 2, 2013. adaptado.)
O que se descreve no texto possui relação com o con-
ceito de arqué, desenvolvido pelos primeiros pensado-
res pré-socráticos da Jônia. A arqué diz respeito 
a) à retórica utilizada pelos sofistas para convenci-
mento dos cidadãos na pólis. 
b) a uma explicação da origem do cosmos fundamen-
tada em pressupostos mitológicos. 
c) à investigação sobre a constituição do cosmos por 
meiode um princípio fundamental da natureza. 
d) ao desenvolvimento da lógica formal como habili-
dade de raciocínio. 
e) à justificação ética das ações na busca pelo enten-
dimento sobre o bem. 
2. (UFPR 2020) De acordo com Tales de Mileto, a água 
é origem e matriz de todas as coisas. Essa maneira de 
reduzir a multiplicidade das coisas a um único elemento 
foi considerada uma das primeiras expressões da Filo-
sofia, porque: 
a) é um questionamento sobre o fundamento das coisas. 
b) enuncia a verdade sobre a origem das coisas. 
c) é uma proposição que se pode comprovar. 
d) é uma proposição científica. 
e) é um mito de origem. 
3. (Uece 2020) Antes do surgimento do pensar racional-
-filosófico, os povos antigos possuíam outra forma de 
explicação do mundo: o pensamento mítico.
Considerando as características do conhecimento míti-
co, atente para o que se afirma a seguir e assinale com 
V o que for verdadeiro e com F o que for falso.
( ) A mitologia foi a segunda forma de explicação so-
bre o mundo, sucedendo as explicações fornecidas pe-
las ciências dos antigos povos, como a agrimensura e a 
astrologia.
( ) Os mitos eram transmitidos por gerações, principal-
mente através da forma narrativa e faziam parte da 
tradição cultural de um povo, não sendo originários da 
criação por parte de um indivíduo específico.
( ) A mitologia explicava a origem do mundo e depen-
dia da adesão, pelas pessoas, de um conjunto de verda-
des tidas como inquestionáveis e imunes à crítica.
( ) Baseado, principalmente, nas forças da natureza – 
physis –, as mitologias antigas, ao contrário das religiões 
que as sucederam, evitavam o recurso às forças sobrena-
turais como fonte de explicação da existência.
A sequência correta, de cima para baixo, é: 
a) F, V, V, F. c) F, V, F, V. 
b) V, F, V, F. d) V, F, F, V. 
4. (Unifesp) “Vamos, vou dizer-te – eu tu escuta e fixa o 
relato que ouviste quais os únicos caminhos de investi-
gação que há para pensar: um que é, que não é para não 
ser. é caminho de confiança (pois acompanha a realida-
de); o outro que não, que tem de não ser, esse te indico 
ser caminho em tudo ignoto, pois não poderá conhecer 
o não ser, não é possível, nem indicá-lo [...]”
parMÊnides. da natureZa. são paulo: loYola, 2002.
Com base no fragmento, o autor:
a) faz um contraponto em relação aos pensamentos de 
Heráclito, no qual contradiz a teoria de que tudo está em 
uma constância perpétua de movimento e mudanças.
b) faz um contraponto em relação aos pensamentos 
do não ser, pois ser pode não ser, possibilitando o 
conhecimento do não se conhecer.
c) defende a teoria de que tudo está em uma cons-
tância perpétua de movimento e mudanças.
d) fundamenta que o ser, somente pode ser o que é, 
entretanto, pode possibilitar o conhecimento da re-
alidade através do que não se sabe, fomentando o 
conhecimento do não ser.
e) faz um contraponto a não identidade, pois o ser é 
impossível de saber ou compreender o que o constitui.
5. (Enem) Na antiga Grécia, o teatro tratou de questões 
como destino, castigo e justiça. Muitos gregos sabiam 
de cor inúmeros versos das peças dos seus grandes au-
tores. Na Inglaterra dos séculos XVI e XVII, Shakespeare 
produziu peças nas quais temas como o amor, o poder, 
o bem e o mal foram tratados.
Nessas peças, os grandes personagens falavam em ver-
so e os demais em prosa. No Brasil colonial, os índios 
aprenderam com os jesuítas a representar peças de 
caráter religioso. Esses fatos são exemplos de que, em 
diferentes tempos e situações, o teatro é uma forma de
a) manipulação do povo pelo poder.
b) diversão e de expressão dos valores e problemas 
da sociedade.
c) entretenimento popular.
d) manipulação do povo pelos intelectuais que com-
põem as peças.
e) entretenimento, que foi superada e hoje é substitu-
ída pela televisão.
6. Em relação ao fenômeno religioso e à história do de-
senvolvimento do homem, é correto afirmar que:
a) a manifestação do sagrado envolve os aspectos 
religiosos, que precedem a razão.
b) a razão possibilitou o desenvolvimento da religião.
c) o sagrado é invenção para apenas conduzir as massas.
d) o discurso racional criou a religião.
e) a moral é inata ao âmago do homem e precede ao fenô-
meno do sagrado, que está coligado à estrutura religiosa.
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7. (UEL) Há, porém, algo de fundamentalmente novo 
na maneira como os gregos puseram a serviço do seu 
problema último – da origem e essência das coisas – as 
observações empíricas que receberam do Oriente e enri-
queceram com as suas próprias, bem como no modo de 
submeter ao pensamento teórico e casual o reino dos mi-
tos, fundado na observação das realidades aparentes do 
mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.
Jaeger, W. paideia. 3. ed. são paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação 
entre mito e filosofia na Grécia, é correto afirmar:
a) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação 
de interdependência, uma vez que o pensamento fi-
losófico necessita do mito para se expressar.
b) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se 
desvincula dos mitos, de forma gradual.
c) A filosofia representa uma ruptura radical em relação 
aos mitos, representando uma nova forma de pensa-
mento plenamente racional, desde as suas origens.
d) Em que pese ser considerada como criação dos gre-
gos, a filosofia se origina no Oriente sob o influxo da 
religião e apenas posteriormente chega à Grécia.
e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava res-
postas para problemas que até hoje são objetos da 
pesquisa filosófica.
8. (UEL) De onde vem o mundo? De onde vem o univer-
so? Tudo o que existe tem que ter um começo. Portanto, 
em algum momento, o universo também tinha de ter 
surgido a partir de uma outra coisa. Mas, se o universo 
de repente tivesse surgido de alguma outra coisa, en-
tão essa outra coisa também devia ter surgido de algu-
ma outra coisa algum dia.
Sofia entendeu que só tinha transferido o problema de 
lugar. Afinal de contas, algum dia, alguma coisa tinha 
de ter surgido do nada. Existe uma substância básica a 
partir da qual tudo é feito? A grande questão para os 
primeiros filósofos não era saber como tudo surgiu do 
nada. O que os instigava era saber como a água podia 
se transformar em peixes vivos, ou como a terra sem 
vida podia se transformar em árvores frondosas ou flo-
res multicoloridas.
gaarder, J. o Mundo de soFia. são paulo: coMpanhia 
das letras, 1995. p. 43-44 (adaptado).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o surgi-
mento da Filosofia, assinale a alternativa correta.
a) Os pensadores pré-socráticos explicavam os fenô-
menos e as transformações da natureza e porque a 
vida é como é, tendo como limitador e princípio de 
verdade irrefutável as histórias contadas acerca do 
mundo dos deuses.
b) Os primeiros filósofos da natureza tinham a convic-
ção de que havia alguma substância básica, uma causa 
oculta que estava por trás de todas as transformações 
na natureza e, a partir da observação, buscavam des-
cobrir leis naturais que fossem eternas.
c) Os teóricos da natureza, que desenvolveram seus 
sistemas de pensamento por volta do século VI a.C., 
partiram da ideia unânime de que a água era o prin-
cípio original do mundo por sua enorme capacidade 
de transformação.
d) A filosofia da natureza nascente adotou a imagem 
homérica do mundo e reforçou o antropomorfismo do 
mundo dos deuses em detrimento de uma explicação 
natural e regular acerca dos primeiros princípios que 
originam todas as coisas.
e) Para os pensadores jônicos da natureza – Tales, 
Anaxímenes e Heráclito –, há um princípio originário 
único denominado “o ilimitado”, que é a reprodução 
da aparência sensível que os olhos humanos podem 
observar no nascimento e na degeneração das coisas.
9. (UEAP) (...) que é e que não é possível que não seja,/ é 
a vereda da Persuasão (porque acompanha a Verdade); 
o outro diz quenão é e que é preciso que não seja,/ eu 
te digo que esta é uma vereda em que nada se pode 
aprender. De fato, não poderias conhecer o que não é, 
porque tal não é fatível./ nem poderia expressá-lo.
nicola, ubaldo. antologia ilustrada de 
FilosoFia. são paulo: globo, 2005.
O texto anterior expressa o pensamento de qual filósofo?
a) Aristóteles, que estabelecia a distinção entre o 
mundo sensível e o inteligível.
b) Heráclito de Éfeso, que afirmava a unidade entre 
pensamento e realidade.
c) Tales de Mileto, que afirmava ser a água o princípio 
de todas as coisas.
d) Parmênides de Eleia, que afirmava a imutabilidade 
de todas as coisas e a unidade entre ser e pensar, ser 
e conhecimento.
e) Protágoras, que afirmava que o homem é a medida 
de todas as coisas, que o ser é e o não ser não é.
10. (Unicentro) Leia o fragmento de um texto pré-socrático.
“Ainda outra coisa te direi. Não há nascimento para ne-
nhuma das coisas mortais, como não há fim na morte 
funesta, mas somente composição e dissociação dos 
elementos compostos: nascimento não é mais do que 
um nome usado pelos homens.”
eMpédocles. apud aranha; Martins. FilosoFando: 
introdução à FilosoFia. 3. ed. são paulo: Moderna, 2006, p. 86.
A respeito da relação entre mythos e logos (razão) no 
início da filosofia grega, analise as assertivas e assinale 
a alternativa que aponta as corretas.
I. O fragmento acima denota a “luta de forças” opostas 
na massa dos membros humanos, que ora unem-se pelo 
amor – no início todos os membros que atingiram a cor-
poreidade da vida florescente –, ora
divididos pela força da discórdia, erram separados nas 
linhas da vida. Assim ocorre também com todos os ou-
tros seres na natureza.
II. A verdade filosófica apresenta-se no pensamento 
de Empédocles através de uma estrutura lógica muito 
distante da “verdade” expressa nos relatos míticos dos 
gregos arcaicos.
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III. Nascimento e morte, no texto de Empédocles, são 
apresentados por meio de representações míticas que 
o filósofo retira de uma tradição religiosa presente 
ainda em seu tempo. Essas imagens, consequentemen-
te, se transpõem, sem deixarem de ser místicas, em 
uma filosofia que quer captar a verdadeira essência 
da realidade física.
IV. O fragmento denota continuidade do pensamento 
mítico no início da filosofia, pois estão presentes ainda 
o uso de certas estruturas comuns de explicação.
a) Apenas II, III e IV estão corretas.
b) Apenas I, III e IV estão corretas.
c) Apenas I e II estão corretas.
d) Apenas I e IV estão corretas.
e) Apenas I, II e IV estão corretas.
11. A filosofia ocidental teve início com os pensadores 
anteriores a Sócrates, por isso chamados de pré-socrá-
ticos, dos quais a maioria viveu em colônias gregas dis-
tantes de Atenas. Sobre esses pensadores, pode-se dizer:
a) Com os pré-socráticos, a filosofia se constitui numa ci-
ência particular, e não mais no estudo da realidade total.
b) A mitologia tradicional grega fazia parte das suas 
doutrinas.
c) Pitágoras e os seus discípulos dedicaram-se ao es-
tudo da política e recusaram a interferência da mate-
mática no estudo da cosmologia.
d) Heráclito defendeu a ideia de permanência subs-
tancial e constante do ser, contra a noção de devir.
e) Os naturalistas, ou fisiólogos da Jônia, dedicavam-se, 
sobretudo, ao estudo do cosmo, e muitos deles busca-
vam o princípio constitutivo do mundo em algum de 
seus elementos: ar, água, terra, ou fogo.
12. (UFU) Heráclito de Éfeso viveu entre os séculos VI 
e V a.C. e sua doutrina, apesar de criticada pela filo-
sofia clássica, foi resgatada por Hegel, que recuperou 
sua importante contribuição para a dialética. Os dois 
fragmentos a seguir nos apresentam este pensamento.
“Este mundo, igual para todos, nenhum dos deuses e 
nenhum dos homens o fez; sempre foi, é e será um fogo 
eternamente vivo, acendendo-se e apagando-se confor-
me a medida.”
“Para as almas, morrer é transformar-se em água; para 
a água, morrer é transformar-se em terra. Da terra, con-
tudo, forma-se a água, e da água a alma.”
De acordo com o pensamento de Heráclito, marque a 
alternativa incorreta.
a) As doutrinas de Heráclito e de Parmênides estão 
em perfeito acordo sobre a imutabilidade do ser.
b) Para Heráclito, a ideia de que “tudo flui” significa 
que nada permanece fixo e imóvel.
c) Heráclito desenvolve a ideia da harmonia dos con-
trários, isto é, a permanente conciliação dos opostos.
d) A expressão “devir” é adequada para compreen-
dermos a doutrina de Heráclito.
13. (UFU) O fragmento seguinte é atribuído a Heráclito 
de Éfeso.
“O mesmo é em (nós?) vivo e morto, desperto e dor-
mindo, novo e velho; pois estes, tombados além, são 
aqueles e aqueles de novo, tombados além, são estes”.
os pré-socrÁticos. 1. ed. são paulo: abril cultural. 1973, p. 93.
A partir do fragmento citado, escolha a alternativa que 
melhor representa o pensamento de Heráclito.
a) Não existe a noção de “oposto” no pensamento de 
Heráclito, pois todas as coisas constituem um único 
processo de mudança que expressa a concórdia e a 
harmonia do “fluxo” contínuo da natureza.
b) A equivalência de estados contrários com “o 
mesmo” exprime a alternância harmônica de polos 
opostos, pela qual um estado é transposto no outro, 
numa sucessão mútua, como o dia e a noite. Todas as 
Coisas são “Um”, toda a multiplicidade dos opostos 
constitui uma unidade, e todos os seres estão num 
fluxo eterno de sucessão de opostos em guerra.
c) Se o morto é vivo, o velho é novo e o dormente 
é desperto, então não existe o múltiplo, mas apenas 
o como verdade profunda do mundo. A unidade pri-
mordial é a própria realidade da physis e a multiplici-
dade, apenas aparência.
d) A alternância entre polos opostos constitui um fluxo 
eterno, regido pela “guerra” e pela “discórdia”, que 
ocorre sem qualquer medida e proporção. A guerra entre 
contrários evidencia que a physis é caótica e denota o 
fato de que o pensamento de Heráclito é irracionalista.
14. Os fragmentos abaixo representam três temas fun-
damentais que configuram o pensamento de Heráclito 
de Éfeso.
“O deus é dia noite, inverno verão, guerra paz, sacieda-
de fome; mas se alterna como fogo, quando se mistura 
a incensos, e se denomina segundo o gosto de cada.”
“Por fogo se trocam todas (as coisas) e fogo por todas, 
tal como por ouro mercadorias e por mercadorias ouro.”
os pré-socrÁticos. são paulo: abril cultural, 1973, 
p. 85 e 87. coleção “os pensadores”.
A partir das citações acima:
a) explicite quais são esses temas; 
b) comente cada um deles, de modo a caracterizar a 
filosofia de Heráclito.
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GAbArito
1. C 2. A 3. A 4. A 5. B
6. A 7. B 8. B 9. D 10. A
11. E 12. A 13. B
14. 
a) O eterno devir (fluxo); a luta dos contrários (opostos); 
o fogo (símbolo da filosofia heraclitiana e do logos).
b) De acordo com Heráclito, tudo está em eterno devir, 
toda a realidade é um processo constante de mudanças, 
em que nada, a não ser a própria mudança, permanece. 
A luta entre os contrários é o que mantém o eterno fluxo 
de todas as coisas, fazendo, através da luta dos opostos, 
com que nada seja igual ao que foi antes. No entanto, 
a mudança não é caótica, pois há uma lei que rege o 
fluxo eterno de todas as coisas, esta lei é o logos, que, 
segundo Heráclito, percebe como unidade aquilo que se 
apresenta como multiplicidade. A unidade dada e perce-
bida pelo logos é uma unidade de tensões opostas que 
provoca a harmonia. Finalmente, Heráclito afirma que o 
fogo é o símbolo de sua filosofia, pois representa como o 
fundamento e princípio (arché) de todas as coisas.
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1. Introdução
A cidade-Estado de Atenas tornou-se um centro cultu-
ral, feito este ocorrido no século de Péricles (séc. V a.C.), 
época de maior florescimento da democracia ateniensedurante o Período Clássico. Com o controle de quaisquer 
ataques de outras cidades, com uma vasta capacidade 
náutica, Atenas se favoreceu econômica e culturalmente, 
desenvolvendo a Filosofia.
Fonte: Youtube
Filosofia (composição de Noel Rosa 
e execução de Maria Gadú)
multimídia: música
2. Sofismo
Com o crescimento da pólis grega, surgiu uma prática educa-
cional, em que os seus integrantes eram chamados de sofis-
tas, sábios que vendiam o conhecimento, mas direcionavam 
esse conhecimento conforme as suas próprias convicções. 
Os principais sofistas foram Protágoras de Abdera (490-421 
a.C.), Górgias de Leontinos (487-380 a.C.), Pródico de Ceos 
(465-395 a.C.), dentre outros. Apresentavam-se como mes-
tres da oratória, de modo que, para eles, era possível ensinar 
as técnicas de oratórias e da persuasão para qualquer cida-
dão. Os sofistas eram relativistas e céticos, não consideravam 
verdades objetivas e universais. Para os sofistas, as verdades 
eram convenções e construções discursivas. Devido a isso, 
muitos jovens procuravam os sofistas para alcançarem status 
na cidade, onde o logos era elemento fundamental. Afinal, 
numa cidade democrática, o cidadão precisava saber falar e 
ser capaz de persuadir os outros com o auxílio das palavras. 
Em Atenas, as palavras tinham poder.
parthenon
2.1. Sócrates (470-399 a.C.)
Fonte: Youtube
Sócrates: o homem que perguntava (parte 1)
Sócrates nasceu em Atenas, provavelmente no ano de 
470 a.C., e tornou-se um dos principais pensadores da 
Grécia antiga. Podemos afirmar que Sócrates fundou o 
que conhecemos hoje por Filosofia ocidental.
multimídia: vídeo
O filósofo ateniense foi um dos maiores críticos à prática 
do sofismo, pelo direcionamento da verdade pelo sofista, 
FILOSOFIA 
DE ATENAS
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 15, 
16, 20, 22, 23, 24 e 25
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além de discordar que eram filósofos, visto que não inves-
tigavam nada, apenas criavam discursos e retóricas des-
compromissadas com a Democracia, com a Verdade e com 
a Ética. Os sofistas, para Sócrates, estavam comprometidos 
com a doxa (opinião) e não com a epistéme (conhecimento 
verdadeiro). Sócrates foi um marco na história da Filoso-
fia, por modificar a investigação do pensamento, preten-
dendo direcioná-la para uma análise do indivíduo, e não 
mais para a compreensão da physis.
Fonte: Youtube
Para ler... Mario Sergio Cortella fala sobre Sócrates
Sócrates é um dos personagens mais intrigantes da fi-
losofia grega e conhecido pelos escritos de seus segui-
dores, já que ele mesmo nunca escreveu um livro. Para 
falar sobre o pensamento do filósofo e indicar leituras 
para quem deseja saber mais do autor do pensamento 
"conhece-te a ti mesmo", o professor de teologia e fi-
lósofo Mario Sergio Cortella falou sobre os escritos de 
Platão, talvez aquele que mais tenha reproduzido os 
pensamentos de Sócrates. Para saber mais, leia A Apo-
logia de Sócrates.
multimídia: vídeo
2.2. Dialética socrática
O método de investigação desenvolvido por Sócrates, co-
nhecido como dialética, consistia em alcançar a verdade 
por meio do diálogo. A dialética consiste no confronto de 
argumentos (tese x antítese) que resultam numa aproxima-
ção do conhecimento verdadeiro (síntese). O objetivo dessa 
dialética era desmascarar a falsa sabedoria, chegando a um 
conhecimento da natureza do homem.
Dessa maneira, Sócrates dialogava com o intuito de justifi-
car os conhecimentos, as virtudes ou as habilidades que lhe 
eram atribuídos. Com os seus diálogos, ele acabava fazendo 
com que o interlocutor expressasse suas opiniões, utilizando-
-se de questionamentos (ironia socrática). O resultado dessas 
conversas era apresentar a fragilidade das opiniões alheias. 
Apesar de sua postura questionadora, Sócrates propagava 
que era o cidadão mais ignorante da Grécia e, mediante isso, 
era necessário aprender com os outros, de forma que lhe foi 
atribuído a frase “só sei que nada sei”. Por conta de suas 
conversas, realizadas nas praças públicas de Atenas, junto ao 
seu modo de investigação, Sócrates questionava os vícios e a 
corrupção na cidade grega buscando a virtude e o conheci-
mento (epistéme). Dizia Sócrates: "Conhece-te a ti mesmo", 
afinal "uma vida não examinada não é digna de ser vivida".
Acabou sendo preso, com o pretexto de ofender os deu-
ses da cidade e corromper a juventude – esse momento é 
contado na obra Apologia de Sócrates, do filósofo Platão. 
Foi condenado à morte tomando um cálice de cicuta, um 
veneno extraído da planta Conium maculatum.
“la Mort de socrate”. pintura de Jacques-louis daVid (1787)
A figura de Sócrates é bem mítica, pois nada escreveu em 
vida. Tudo o que sabemos dele é derivado dos relatos de seu 
discípulo mais famoso, o filósofo Platão, e de Aristófanes, um 
dramaturgo grego que ridicularizava a figura de Sócrates 
contra os sofistas. A filosofia socrática visava à maiêutica, que 
significa "o parto das ideias". Para Sócrates, as ideias eram 
inatas (inatismo) e cabia ao filósofo ajudar as pessoas a libe-
rarem as ideias puras e verdadeiras por meio da maiêutica.
Fonte: Youtube
CONVITE A PLATÃO: FÉDON E A IMORTALIDADE 
DA ALMA | Maurício Marsola
multimídia: vídeo
2.3. Das aparências ao mundo das ideias
Com o pensador ateniense Platão (428-347 a.C.), a Filo-
sofia ganhou uma característica epistemológica. Após a 
morte de seu mestre, Platão fundou a Academia, um re-
cinto onde se discutiam diversos temas, da Matemática, 
passando pela Astronomia até a Música. Na Academia, 
o conhecimento deveria ser baseado numa episteme, ou 
seja, numa ciência, com o intuito de ultrapassar o plano 
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instável da opinião. Logo na entrada desse recinto, exis-
tia um escrito: “Que aqui não entre quem não souber 
geometria”.
Essa frase tinha uma definida intenção de valorização da 
ciência, que se iniciava na Grécia, mas também era uma 
forma de afastar os críticos que poderiam ter alguma in-
tenção negativa em relação aos seus métodos filosóficos. 
Essa valorização da abstração e do potencial da razão será 
um elemento fundante da filosofia platônica.
2.4. Reminiscência
Segundo o filósofo grego, o ato de conhecer as coisas sig-
nifica, necessariamente, o ato de lembrar (anamnese), sus-
tentando a hipótese da reminiscência (lembrança), contida 
no diálogo Ménon. Nesse diálogo, Sócrates demonstra que 
o homem só precisa recordar as coisas que sua alma um 
dia aprendeu. Nesse momento, Platão salienta que a alma é 
eterna. Sendo a alma eterna (metafísica) e o corpo matéria 
perecível (físico), nota-se uma dualidade humana – somos 
parte existência e parte essência.
Na obra de Platão, nota-se que o autor estabelece ob-
servações críticas quanto ao apego humano àquilo que é 
material, imperfeito e mutável. Esse apego ao mundo ma-
terial pode ser notado nas artes plásticas que se valem da 
mímesis. Para o filósofo, a concepção de mímesis significa 
imitação, cópia do mundo material.
Sócrates: [...] ora, diz-me: aprender não é tornar-se mais sá-
bio acerca daquilo que se aprende?
Teeteto: Como não?
Sócrates: E é pela sabedoria, eu penso, que os sábios são sábios.
Teeteto: Sim.
Sócrates: E isto difere em algo do conhecimento?
Teeteto: Isto o quê?
Sócrates: A sabedoria. Ou será que os que conhecem tais coi-
sas não são sábios?
Teeteto: Como não?
Sócrates: Então são o mesmo, o conhecimento e a sabedoria?
Teeteto: Sim.
platão
teeteto. 1903. [145d-e]
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DIAGRAMA DE IDEIAS
UM MODO DE 
INVESTIGAÇÃO 
A BUSCA PELA EPISTÉME 
(CONHECIMENTO 
VERDADEIRO COMPROVADO 
PELO USO DA RAZÃO).
MAIÊUTICA, DIALÉTICA 
E IRONIA SOCRÁTICA.
QUESTIONA OS VÍCIOS 
E A CORRUPÇÃO.
BUSCA PELA VIRTUDE.
É PRECISO 
COMPREENDER O 
INDIVÍDUO: 
"CONHECE-TE A TI MESMO."
ÉCONDENADO À MORTE.
SÓCRATES
CRÍTICO AOS
SOFISTAS
O CONHECIMENTO
É EPISTÉME.
PLATÃO
FUNDA A 
ACADEMIA.
APRENDER É 
RECORDAR 
(REMINISCÊNCIA). 
O CONHECIMENTO 
ESTÁ EM NOSSA 
ALMA PENSANTE 
(INATISMO).
A ARTE É MIMÉTICA 
(MÍMESIS).
A FILOSOFIA 
DE ATENAS
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1. (UEM 2020) O período da história da filosofia grega 
que cobre os séculos V e IV a.C. é entendido como o 
despertar de um ideal consciente de educação e cultura. 
Dele fazem parte, além de Sócrates e de seu discípulo 
Platão, os chamados sofistas. A propósito dos sofistas, 
assinale o que for correto. 
01) Os sofistas foram responsáveis pelo desenvolvi-
mento da reflexão antropológica e da reflexão ética 
na filosofia. 
02) Os sofistas foram os mestres da nova areté (vir-
tude, excelência) política, e o instrumento desse pro-
cesso foi a retórica. 
04) Os sofistas eram comumente vistos como especialis-
tas do pensamento e não propriamente como filósofos. 
08) Sócrates adotou uma postura bastante compla-
cente com os sofistas na Atenas do século V a.C. 
16) Ao afirmar que “o homem é a medida do que é 
e do que não é”, Protágoras confirmou o papel do 
subjetivismo na sua concepção filosófica. 
2. O surgimento da Filosofia entre os gregos está asso-
ciado à passagem do pensamento mítico ao pensamen-
to racional. A grande preocupação nesse momento era 
com questões:
a) à história.
b) à tristeza humana.
c) ao cosmo.
d) à religião.
e) à política.
3. Sócrates inaugurou o período clássico da filosofia gre-
ga, também chamado de período antropológico. O pro-
blema do conhecimento passou a ser uma problemática 
central na filosofia socrática, pois “a briga” de Sócrates 
com os sofistas tinha por objetivo resgatar o amor pela 
sabedoria e a valorização pela busca da verdade. Nesse 
contexto, Sócrates inaugurou seu método que se funda-
mentava em dois princípios básicos, que são:
a) a indução e a dedução das verdades lógicas.
b) a doxa e o logos convergindo para o conceito racional.
c) a ironia e a maiêutica enquanto caminhos para co-
nhecer a verdade através do autoconhecimento (co-
nhecer-te a ti mesmo).
d) o diálogo e a dúvida dialética.
e) a amizade e a justiça social.
4. (UFU) A relação entre mito e filosofia é objeto de po-
lêmica entre muitos estudiosos ainda hoje. Para alguns, 
a filosofia nasceu da ruptura com o pensamento mítico 
(teoria do “milagre grego”); para outros, houve uma 
continuidade entre mito e filosofia, ou seja, de alguma 
forma os mitos continuaram presentes – seja como for-
ma, seja como conteúdo – no pensamento filosófico.
A partir destas informações, assinale a alternativa que 
não contenha um exemplo de pensamento mítico no 
pensamento filosófico.
a) Parmênides afirma: “Em primeiro lugar, criou (a di-
vindade do nascimento ou do amor) entre todos os 
deuses, a Eros (...)”.
b) Platão propõe algumas teses, como a teoria da re-
miniscência e a transmigração das almas.
c) Heráclito afirma: “As almas aspiram o aroma do Hades”.
d) Aristóteles divide a ciência em três ramos: o teoré-
tico, o prático e o poético.
5. (PUC) Leia os enunciados abaixo a respeito do pensa-
mento filosófico de Sócrates.
I. O texto “Apologia de Sócrates”, cujo autor é Platão, 
apresenta a defesa de Sócrates diante das acusações 
dos atenienses, especialmente os sofistas, entre os 
quais está Meleto.
II. Sócrates dispensa a ironia como método para refu-
tar as acusações e calúnias sofridas no processo de seu 
julgamento.
III. Entre as acusações que Sócrates recebe, está a de 
“corromper a juventude”.
IV. Sócrates é acusado de ensinar as coisas celestes e 
terrenas, a não acreditar nos deuses e a tornar mais for-
te a razão mais débil.
V. Sócrates nega que seus acusadores são ambiciosos e 
resolutos e, em grande número, falam de forma persua-
siva e persistente contra ele.
Assinale a alternativa que apresenta apenas as afirma-
tivas corretas.
a) II, IV e V.
b) I, III e IV.
c) I, III e V.
d) II, III e V.
e) I, II e III.
6. (Unicamp) Apenas a procriação de filhos legítimos, 
embora essencial, não justifica a escolha da esposa. As 
ambições políticas e as necessidades econômicas que 
as subentendem exercem um papel igualmente podero-
so. Como demonstraram inúmeros estudos, os dirigen-
tes atenienses casam-se entre si, e geralmente com o 
parente mais próximo possível, isto é, primos coirmãos. 
É sintomático que os autores antigos que nos informam 
sobre o casamento de homens políticos atenienses omi-
tam os nomes das mulheres desposadas, mas nunca o 
nome do seu pai ou do seu marido precedente.
corbin, alain; et al. história da Virilidade. 
Vol. 1. petrópolis: VoZes, 2014, p. 62.
Considerando o texto e a situação da mulher na Atenas 
clássica, podemos afirmar que se trata de uma sociedade:
a) na qual o casamento também tem implicações po-
líticas e sociais.
b) que, por ser democrática, dá uma atenção especial 
aos direitos da mulher.
c) em que o amor é o critério principal para a forma-
ção de casais da elite.
d) em que o direito da mulher se sobrepõe ao interes-
se político e social.
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7. (UEA) “O sofista” é um diálogo de Platão do qual par-
ticipam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens. 
Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estran-
geiro a que método ele gostaria de recorrer para definir 
o que é um sofista.
Sócrates: Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese 
que queres demonstrar, numa longa exposição ou empregar o 
método interrogativo?
Estrangeiro: Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócra-
tes, o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor. Do 
contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.
platão. “o soFista”. 1970 (adaptado).
É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates esco-
lheu, do ponto de vista metodológico, adotar:
a) a maiêutica, que pressupõe a contraposição dos 
argumentos.
b) a dialética, que une numa síntese final as teses dos 
contendores.
c) o empirismo, que acredita ser possível chegar ao 
saber por meio dos sentidos.
d) o apriorismo, que funda a eficácia da razão huma-
na na prova de existência de Deus.
e) o dualismo, que resulta no ceticismo sobre a possi-
bilidade do saber humano.
8. (UFU) O diálogo socrático de Platão é obra baseada 
em um sucesso histórico: no fato de Sócrates ministrar 
os seus ensinamentos sob a forma de perguntas e res-
postas. Sócrates considerava o diálogo como a forma 
por excelência do exercício filosófico e o único caminho 
para chegarmos a alguma verdade legítima.
De acordo com a doutrina socrática:
a) a busca pela essência do bem está vinculada a uma 
visão antropocêntrica da filosofia.
b) é a natureza, o cosmos, a base firme da especulação 
filosófica.
c) o exame antropológico deriva da impossibilidade do 
autoconhecimento e é, portanto, de natureza sofística.
d) a impossibilidade de responder (aporia) aos dilemas hu-
manos é sanada pelo homem, medida de todas as coisas.
9. (Unicamp) A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense 
que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de par-
tida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra 
Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que 
afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após 
interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou 
à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por 
reconhecer a sua própria ignorância. O “sei que nada 
sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois:
a) aquele que se reconhece como ignorante torna-se 
mais sábio por querer adquirir conhecimentos.
b) é um exercício de humildade diante da cultura dos 
sábios do passado, uma vez que a função da Filosofia 
era reproduzir os ensinamentos dos filósofos gregos.
c) a dúvida é uma condição para o aprendizado e a Fi-
losofia é o saber que estabelece verdades dogmáticas 
a partir de métodos rigorosos.
d) é uma forma de declarar ignorânciae permanecer 
distante dos problemas concretos, preocupando-se 
apenas com causas abstratas.
10. (UEL) Para esclarecer o que seja a imitação, na re-
lação entre poesia e o Ser, no Livro X de A República, 
Platão parte da hipótese das ideias, as quais designam 
a unidade na pluralidade, operada pelo pensamento. 
Ele toma como exemplo o carpinteiro que, por sua arte, 
cria uma mesa, tendo presente a ideia de mesa, como 
modelo. Entretanto, o que ele produz é a mesa e não a 
sua ideia. O poeta pertence à mesma categoria: cria um 
mundo de mera aparência.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria 
das ideias de Platão, é correto afirmar:
a) Deus é o criador último da ideia, e o artífice, en-
quanto coparticipante da criação divina, alcança a 
verdadeira causa das coisas, a partir do reflexo da 
ideia ou do simulacro que produz.
b) A participação das coisas às ideias permite admi-
tir as realidades sensíveis como as causas verdadeiras 
acessíveis à razão.
c) Os poetas são imitadores de simulacros e, por in-
termédio da imitação, não alcançam o conhecimento 
das ideias como verdadeiras causas de todas as coisas.
d) As coisas belas se explicam por seus elementos fí-
sicos, como a cor e a figura, e na materialidade deles 
encontram sua verdade: a beleza em si e por si.
e) A alma humana possui a mesma natureza das coi-
sas sensíveis, razão pela qual se torna capaz de co-
nhecê-las como tais na percepção de sua aparência.
11. (FCC) Sócrates é um dos personagens mais conheci-
dos e influentes do pensamento ocidental. Embora não 
tenha deixado nada escrito, suas ideias foram redigidas 
por um de seus discípulos, Platão, que lhe atribui a se-
guinte máxima: “a única coisa que sei é que nada sei”. 
Com essa máxima, Sócrates expressa que o caminho do 
conhecimento
a) é impossível e todo o saber possível é uma ilusão.
b) depende da experiência e não de proposições teóricas.
c) desconsidera a opinião sobre assunto que se ignora.
d) pressupõe dar opinião sobre assunto que se ignora.
e) é limitado porque a razão humana não pode saber 
tudo.
GAbArito
1. 01 + 02 + 04 + 16 = 23 2. C 3. C 4. D
5. B 6. A 7. A 8. A 9. A 10. C
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1. O mundo das ideias: 
dualismo platônico
A teoria platônica é fundamentada no dualismo: há uma 
realidade verdadeira (mundo das ideias) e uma aparente re-
alidade que é falsa (mundo sensível). Platão apresenta que 
o conhecimento é elaborado quando o indivíduo alcança a 
ideia, rompendo com as aparências, enquanto a opinião nas-
ce da percepção da aparência. O mundo sensível é o mundo 
percebido pelos sentidos, das aparências, das cópias e dos 
enganos, da materialidade existente (física). O mundo inteli-
gível é o mundo original e eterno, nele estão as formas puras 
e verdadeiras, as essências (metafísica).
Fonte: Youtube
MATRIX: IMPACTO FILOSÓFICO
multimídia: vídeo
 § Mundo inteligível: as formas puras, as ideias originais. 
Essas essências são eternas, imutáveis e únicas. Essas 
ideias são recordadas por nossa psiquê (alma pensante).
 § Mundo sensível: o mundo da materialidade, das có-
pias imperfeitas que são percebidas pelos sentidos. 
O mundo físico nos ilude constantemente com a sua 
aparência de realidade.
Platão. Coleção “Os Pensadores”. 
São Paulo: Abril Cultural, 1999. 
Nessa obra, o filósofo ateniense apresenta a teoria du-
alista e o governo dos reis filósofos. Nessa obra está 
presente a Alegoria da Caverna.
multimídia: livro
Diante disso, existe um mundo conceitual, onde existem 
as ideias dos elementos que constituem o mundo que co-
nhecemos. Como exemplo, podemos imaginar um carro 
ALEGORIA DA 
CAVERNA
COMPETÊNCIA(s)
1, 2, 3, 4 e 5
HABILIDADE(s)
1, 2, 3, 4, 5, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 15, 
16, 20, 22, 23, 24 e 25
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branco estacionado na esquina; cada indivíduo vai acabar 
elaborando uma ideia fixa desse tal carro branco, algo 
semelhante a uma ideia primária. Desse modo, o mundo 
inteligível (conceitual) existe de uma forma anterior e mais 
efetiva do que no mundo sensível.
Com essa concepção, Platão questiona a realidade do 
mundo sensível, pois esse universo está em constante 
transformação, o que nos leva ao mundo das incertezas.
Fonte: Youtube
Sombras da caverna - Dead Fish. 
Ponto Cego. Desk, 2019.
multimídia: música
2. Alegoria da caverna
Segundo Platão, o filósofo é o sujeito que consegue enxer-
gar as coisas mais claramente do que as outras pessoas. 
Para ilustrar essa ideia, surge a alegoria da caverna, conti-
do no Livro VII de A República:
Um grupo de pessoas acorrentado numa caverna só vê 
sombras e julga que elas são a realidade.
Fonte: Youtube
A caverna de Platão - EJA MUNDO DO TRABALHO
multimídia: vídeo
Um homem consegue escapar das correntes e sai da ca-
verna. Lá fora, ele vê um mundo bem diferente, o mundo 
real. Ele volta à caverna para contar a novidade ao resto 
das pessoas, porém, ofuscado pela luz (da verdade), parece 
abobado. Com isso, os outros prisioneiros não acreditam 
na sua versão maluca e acabam matando o pobre infeliz.
Fonte: Youtube
A CAVERNA DE PLATÃO NA ERA DA 
SELFIE | LUIS MAURO SÁ MARTINO
multimídia: vídeo
2.1. A felicidade, segundo Platão
Para o filósofo grego Platão, o conceito de felicidade consistia 
no resultado final de uma vida dedicada a um conhecimento 
progressivo. Numa valorização pelo conhecimento, Platão 
vai interligar a felicidade com a ciência (conhecimento).
Dessa maneira, o homem só atingirá a felicidade quando 
abandonar o mundo sensível em direção ao mundo inteli-
gível. Isso ocorre, pois no mundo inteligível estão as ideias 
perfeitas, como a beleza, a coragem, a justiça, a felicidade, 
a verdade e o bem.
2.2. Política
Para o filósofo, todos os tipos de governo existentes no 
mundo são degenerados por natureza, pois a sua forma 
original tende a ter uma versão degenerada, como pode-
mos observar abaixo.
Forma original Forma degenerada 
Aristocracia Oligarquia
Monarquia Tirania
Democracia Anarquia
Diante disso, Platão defende que o melhor sistema de 
governo deveria ser a monarquia, associada com o saber 
filosófico, visto que somente indivíduos que detêm o co-
nhecimento podem atuar com melhor desempenho para 
o coletivo, sem sofrerem as interferências do pensar e agir 
particular. Sendo assim, os melhores governantes seriam 
os reis-filósofos. Platão é, portanto, um crítico do regime 
democrático da Antiga Atenas. Sua proposta de sociedade 
é pautada na epistocracia (o governo dos sábios).
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DIAGRAMA DE IDEIAS
Sócrates: Vejamos agora o que aconteceria, se se livrassem a um 
tempo das cadeias e do erro em que laboravam. Imaginemos um 
destes cativos desatado, obrigado a levantar-se de repente, a volver 
a cabeça, a andar, a olhar firmemente para a luz. Não poderia fazer 
tudo isso sem grande pena; a luz, sobre ser-lhe dolorosa, o deslum-
braria, impedindo-lhe de discernir os objetos cuja sombra antes via. 
Que te parece agora que ele responderia a quem lhe dissesse que 
até então só havia visto fantasmas, porém que agora, mais perto da 
realidade e voltado para objetos mais reais, via com mais perfeição? 
Supõe agora que, apontando-lhe alguém as figuras que lhe desfi-
lavam ante os olhos, o obrigasse a dizer o que eram. Não te parece 
que, na sua grande confusão, se persuadiria de que o que antes via 
era mais real e verdadeiro que os objetos ora contemplados?
Glauco: Sem dúvida nenhuma.
Sócrates: Obrigado a fitar o fogo, não desviaria os olhos dolo-
ridos para as sombras que poderia ver sem dor? Não as consi-
deraria realmente mais visíveis que os objetos ora mostrados?
Glauco: Certamente.
Sócrates: Se o tirassem depois dali, fazendo-o subir pelo caminho 
áspero e escarpado, para só o liberar quando estivesse lá fora, à 
plena luz do sol, não é de crerque daria gritos lamentosos e bra-
dos de cólera? Chegando à luz do dia, olhos deslumbrados pelo 
esplendor ambiente, ser-lhe ia possível discernir os objetos que o 
comum dos homens tem por serem reais?
Glauco: A princípio nada veria.
Sócrates: Precisaria de algum tempo para se afazer à claridade 
da região superior. Primeiramente, só discerniria bem as som-
bras, depois, as imagens dos homens e outros seres refletidos 
nas águas; finalmente erguendo os olhos para a Lua e as estre-
las, contemplaria mais facilmente os astros da noite que o pleno 
resplendor do dia.
platão
a república
MITO DA CAVERNA
ALEGORIA 
PARA ILUSTRAR 
QUE POUCOS 
ALCANÇAM O 
MUNDO INTELIGÍVEL
DUALISMO E 
REMINISCÊNCIA
GOVERNO IDEAL: 
REIS-FILÓSOFOS
MUNDO DAS IDEIAS
MUNDO INTELIGÍVEL
RAZÃO (LUZ)
MUNDO SENSÍVEL
SENTIDOS 
(SOMBRAS)
POLÍTICA
TODOS OS TIPOS 
DE GOVERNOS SÃO 
DEGENERADOS 
POR NATUREZA
FORMA
ORIGINAL
FORMA 
DEGENERADA
ARISTOCRACIA OLIGARQUIA
MONARQUIA TIRANIA
DEMOCRACIA ANARQUIA
PLATÃO
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AplicAndo pArA Aprender (A.P.A.)
1. (Unicamp 2020) As reflexões de Aristóteles e Platão 
revelam uma descrença em relação ao regime demo-
crático. O cidadão, diz Aristóteles, é quem toma parte 
na experiência de governar e de ser governado. Para o 
filósofo, o animal falante é um animal político. Mas o 
escravo, mesmo sendo falante, não é um animal polí-
tico. Os artesãos, diz Platão, não podem participar das 
coisas comuns porque não têm tempo para se dedicar 
a outra atividade que não seja o seu trabalho. Assim, 
ter esta ou aquela “ocupação” define competências ou 
incompetências para a participação nas decisões sobre 
a vida comum.
(adaptado de FlÁVia Maria schlee eYler, história 
antiga: grécia e roMa. petrópolis: editora VoZes/
rio de Janeiro: editora puc-rio, 2014, p.15.)
A partir do texto e de seus conhecimentos sobre a Anti-
guidade Clássica, responda às questões.
a) Segundo Aristóteles e Platão, como se define o “ani-
mal político” no contexto da cidadania ateniense?
b) Identifique e explique uma crítica dos filósofos ci-
tados ao regime democrático. 
2. (UFPR 2020) Em determinado momento do diálogo 
de Hípias Menor, de Platão, Sócrates declara que en-
controu dificuldade para responder à pergunta “qual o 
critério para reconheceres o que é belo e o que é feio?”. 
De acordo com Platão, a dificuldade está em que: 
a) os juízos de Beleza são subjetivos, sendo relativos 
a quem os enuncia. 
b) o belo e o feio não se distinguem realmente. 
c) é preciso conhecer o que é Beleza para que se pos-
sam identificar as coisas belas. 
d) o critério de Beleza não é acessível aos homens, 
mas apenas aos deuses. 
e) a Beleza é uma mera aparência. 
3. (UEL 2020) Leia o texto a seguir.
Quando o artista [demiurgo] trabalha em sua obra, a 
vista dirigida para o que sempre se conserva igual a si 
mesmo, e lhe transmite a forma e a virtude desse mode-
lo, é natural que seja belo tudo o que ele realiza. Porém, 
se ele se fixa no que devém e toma como modelo algo 
sujeito ao nascimento, nada belo poderá criar. [...] Ora, 
se este mundo é belo e for bom seu construtor, sem 
dúvida nenhuma este fixará a vista no modelo eterno.
platão. tiMeu. 28 a7-10; 29 a2-3. trad. carlos 
a. nunes. beléM: uFpa, 1977. p. 46-47.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filoso-
fia de Platão, assinale a alternativa correta. 
a) O mundo é belo porque imita os modelos sensíveis, 
nos quais o demiurgo se inspira ao gerar o mundo. 
b) O sensível, ou o mundo que devém, é o modelo no 
qual o artista se inspira para criar o que permanece. 
c) O artífice do mundo, por ser bom, cria uma obra 
plenamente bela, que é a realidade percebida pelos 
sentidos. 
d) O olhar do demiurgo deve se dirigir ao que perma-
nece, pois este é o modelo a ser inserido na realidade 
sensível. 
e) O demiurgo deve observar as perfeições no mundo 
sensível para poder reproduzi-las em sua obra. 
4. (Uncisal) No contexto da Filosofia clássica, Platão e 
Aristóteles possuem lugar de destaque. Suas concep-
ções, que se opõem, mas não se excluem, são ampla-
mente estudadas e debatidas devido à influência que 
exerceram, e ainda exercem, sobre o pensamento oci-
dental. Todavia, é necessário salientar que o produto 
dos seus pensamentos se insere em uma longa tradição 
filosófica que remonta a Parmênides e Heráclito e que 
influenciou, direta ou indiretamente, entre outros, os 
racionalistas, empiristas, Kant e Hegel.
Observando o cerne da filosofia de Platão, assinale nas 
opções abaixo aquela que se identifica corretamente 
com suas concepções.
a) A dicotomia aristotélica (mundo sensível vs. mundo 
inteligível) se opõe radicalmente às concepções de 
caráter empírico defendidas por Platão.
b) A filosofia platônica é marcada pelo materialismo 
e pragmatismo, afastando-se do misticismo e de con-
ceitos transcendentais.
c) Segundo Platão, a verdade é obtida a partir da 
observação das coisas, por meio da valorização do 
conhecimento sensível.
d) Para Platão, a realidade material e o conhecimento 
sensível são ilusórios.
e) As concepções platônicas negam veementemente 
a validade do inatismo.
5. (Unisc) Nos Livros II e III, Platão, através de Sócra-
tes, discute sobre as artes no contexto da educação 
dos guardiães. Já no Livro X, ele trata de vários tipos 
de práticas artísticas, que devem ser consideradas na 
cidade como um todo, não somente nas instituições 
pedagógicas. Nesse último livro, Sócrates é duro ao 
afirmar que a poesia (imitativa) deve ser inteiramente 
excluída da cidade (595a).
Em que obra essa recusa de Sócrates está registrada?
a) No diálogo “Banquete”, de Platão, em que Sócra-
tes trata dos diversos tipos de arte.
b) No diálogo “Teeteto”, de Platão, em que Sócra-
tes e esse personagem discutem sobre a natureza da 
arte, especialmente da poesia.
c) No diálogo “Timeu”, de Platão, em que Sócrates 
discorre sobre o tema da arte, reportando-se à natu-
reza da pintura e da poesia.
d) No diálogo “Político”, de Platão, em que Sócrates 
apresenta a arte da política aos cidadãos atenienses.
e) No diálogo “República”, de Platão, no qual Sócra-
tes afirma que a poesia pode levar à corrupção do 
caráter humano.
6. (UENP) Platão foi um dos filósofos que mais influencia-
ram a cultura ocidental. Para ele, a filosofia tem um fim 
prático e é capaz de resolver os grandes problemas da 
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vida. Considera a alma humana prisioneira do corpo, vi-
vendo como se fosse um peregrino em busca do caminho 
de casa. Para tanto, deveria transpor os limites do corpo 
e contemplar o inteligível.
Assinale a alternativa correta.
a) A teoria das ideias não pode ser considerada uma 
chave de leitura aplicável a todo pensamento platônico.
b) Como Sócrates, Platão desenvolveu uma ética racio-
nalista que desconsiderava a vontade como elemento 
fundamental entre os motivadores da ação. Ele acredi-
tava que o conhecimento do bem era suficiente para 
motivar a conduta de acordo com essa ideia (agir bem).
c) Platão propõe um modelo de organização política 
da sociedade que pode ser considerado estamental e 
antidemocrático. Para ele, o governo não deveria se 
pautar pelo princípio da maioria. As almas têm natu-
reza diversa, de acordo com sua composição, isso faz 
com que os homens devam ser distribuídos de acordo 
com essa natureza, divididos em grupos encarregados 
do governo, do controle e do abastecimento da polis.
d) Platão chamava o conhecimento da verdade de doxa 
e o contrapõe a outra forma de conhecimento (inferior) 
denominada episteme.
e) Para Platão, a essência das coisas é dada a partir 
da análise de suas causas material e final.
7. (UEL) Platão, em A República, tem como objetivo prin-
cipal investigar a natureza da justiça, inerente à alma, 
que, por sua vez, manifesta-se como protótipo do Estado 
ideal. Os fundamentos do pensamento ético-político de 
Platãodecorrem de uma correlação estrutural com cons-
tituição tripartite da alma humana. Assim, concebe uma 
organização social ideal que permite assegurar a justiça. 
Com base neste contexto, o foco da crítica às narrativas 
poéticas, nos Livros II e III, recai sobre a cidade e o tema 
fundamental da educação dos governantes. No Livro X, 
na perspectiva da defesa de seu projeto ético-político 
para a cidade fundamentada em um logos crítico e re-
flexivo que redimensiona o papel da poesia, o foco desta 
crítica se desloca para o indivíduo ressaltando a relação 
com a alma, compreendida em três partes separadas, se-
gundo Platão: a racional, a apetitiva e a irascível.
Com base no texto e na crítica de Platão ao caráter 
mimético das narrativas poéticas e sua relação com a 
alma humana, é correto afirmar:
a) A parte racional da alma humana, considerada 
superior e responsável pela capacidade de pensar, é 
elevada pela natureza mimética da poesia à contem-
plação do Bem.
b) O uso da mímesis nas narrativas poéticas para con-
trolar e dominar a parte irascível da alma é considera-
do excelente prática propedêutica na formação ética 
do cidadão.
c) A poesia imitativa, reconhecida como fonte de racio-
nalidade e sabedoria, deve ser incorporada ao Estado 
ideal que se pretende fundar.
d) O elemento mimético cultivado pela poesia é jus-
tamente aquele que estimula, na alma humana, os 
elementos irracionais: os instintos e as paixões.
e) A reflexividade crítica presente nos elementos mi-
méticos das narrativas poéticas permite ao indivíduo 
alcançar a visão das coisas como realmente são.
8. (Unesp) O que é terrível na escrita é sua semelhança 
com a pintura. As produções da pintura apresentam-se 
como seres vivos, mas se lhes perguntarmos algo, man-
têm o mais solene silêncio. O mesmo ocorre com os es-
critos: poderíamos imaginar que falam como se pensas-
sem, mas se os interrogarmos sobre o que dizem (...) dão 
a entender somente uma coisa, sempre a mesma (...). E 
quando são maltratados e insultados, injustamente, têm 
sempre a necessidade do auxílio de seu autor porque são 
incapazes de se defenderem, de assistirem a si mesmos.
platão. Fedro ou da beleZa.
Nesse fragmento, Platão compara o texto escrito com 
a pintura, contrapondo-os à sua concepção de filosofia. 
Assinale a alternativa que permite concluir, com apoio 
do fragmento apresentado, uma das principais caracte-
rísticas do platonismo.
a) Platão constrói o conhecimento filosófico por meio de 
pequenas sentenças com sentido completo, as quais, no 
seu entender, esgotam o conhecimento acerca do mundo.
b) A forma de exposição da filosofia platônica é o 
diálogo, e o conhecimento funda-se no rigor interno 
das argumentações, produzido e comprovado pela 
confrontação dos discursos.
c) O platonismo se vale da oratória política, sem com-
promisso filosófico com a busca da verdade, mas diri-
gida ao convencimento dos governantes das Cidades.
d) A poesia rimada é o veículo de difusão das ideias 
platônicas, sendo a filosofia uma sabedoria alcança-
da na velhice e ensinada pelos mestres aos discípulos.
e) O discurso platônico tem a mesma natureza do dis-
curso religioso, pois o conhecimento filosófico modifi-
ca-se segundo as habilidades e a argúcia dos filósofos.
9. (UFPI) A respeito da cultura grega, leia as sínteses 
filosóficas abaixo.
I. A ciência, a moral e os credos religiosos eram criações 
humanas válidas para determinados grupos sociais em 
um determinado período.
II. Sua principal contribuição filosófica foi a Teoria das 
Ideias, segundo a qual as ideias são a essência dos con-
ceitos e das coisas e, portanto, transcendentes ao ho-
mem, que delas tem apenas um pálido reflexo.
III. Defendia a existência de um conhecimento estável e 
válido para todos. Sua grande preocupação era o auto-
conhecimento que poderia ser obtido através da ironia 
e da maiêutica.
As sínteses que você acabou de ler podem ser associa-
das, respectivamente, a:
a) Platão, Aristóteles e Sócrates.
b) Platão, sofistas e Aristóteles.
c) Sócrates, sofistas e Platão.
d) sofistas, Platão e Sócrates.
e) Platão, sofistas e Sócrates.
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10. (IFSP) – Mas escuta, a ver se eu digo bem. O princí-
pio que de entrada estabelecemos que devia observar-se 
em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, 
esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma das 
suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos, segundo 
suponho, e repetimo-lo muitas vezes, se bem te lembras, 
que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, 
aquela para qual a sua natureza é mais adequada.
platão. a república. 7. ed. lisboa: calouste-gulbenKian, 2001, p. 185.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a con-
cepção platônica de justiça na cidade ideal, assinale a 
alternativa correta.
a) Para Platão, a cidade ideal é a cidade justa, ou 
seja, a que respeita o princípio de igualdade natural 
entre todos os seres humanos, concedendo a todos os 
indivíduos os mesmos direitos perante a lei.
b) Platão defende que a democracia é fundamento 
essencial para a justiça, uma vez que permite a todos 
os cidadãos o exercício direto do poder.
c) Na cidade ideal platônica, a justiça é o resultado 
natural das ações de cada indivíduo na perseguição 
de seus interesses pessoais, desde que esses interes-
ses também contribuam para o bem comum.
d) Para Platão, a formação de uma cidade justa só é 
possível se cada cidadão executar, da melhor maneira 
possível, a sua função própria, ou seja, se cada um fizer 
bem aquilo que lhe compete, segundo suas aptidões.
e) Platão acredita que a cidade só é justa se cada 
membro do organismo social tiver condições de per-
seguir seus ideais, exercendo funções que promovam 
sua ascensão econômica e social.
11. (UEL) Leia os textos a seguir.
“A arte de imitar está bem longe da verdade, e se exe-
cuta tudo, ao que parece, é pelo fato de atingir apenas 
uma pequena porção de cada coisa, que não passa de 
uma aparição.”
platão. a república. 7.ed. lisboa: calouste-
gulbenKian, 1993. p. 457 (adaptado).
“O imitar é congênito no homem e os homens se com-
prazem no imitado.”
aristóteles. poética. 4. ed. são paulo: noVa cultural, 
1991. p. 203. coleção “os pensadores” (adaptado).
Com base nos textos, nos conhecimentos sobre estética 
e a questão da mimesis em Platão e Aristóteles, assinale 
a alternativa correta.
a) Para Platão, a obra do artista é cópia de coisas fenomê-
nicas, um exemplo particular e, por isso, algo inadequa-
do e inferior, tanto em relação aos objetos representados 
quanto às ideias universais que os pressupõem.
b) Para Platão, as obras produzidas pelos poetas, pinto-
res e escultores representam perfeitamente a verdade 
e a essência do plano inteligível, sendo a atividade do 
artista um fazer nobre, imprescindível para o engrande-
cimento da pólis e da filosofia.
c) Na compreensão de Aristóteles, a arte se restringe à 
reprodução de objetos existentes, o que veda o poder 
do artista de invenção do real e impossibilita a função 
caricatural que a arte poderia assumir ao apresentar os 
modelos de maneira distorcida.
d) Aristóteles concebe a mimesis artística como uma 
atividade que reproduz passivamente a aparência das 
coisas, o que impede ao artista a possibilidade de re-
criação das coisas segundo uma nova dimensão.
e) Aristóteles se opõe à concepção de que a arte é 
imitação e entende que a música, o teatro e a poesia 
são incapazes de provocar um efeito benéfico e puri-
ficador no espectador.
12. (Enem)
No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado 
apontando para o alto. Esse gesto significa que o co-
nhecimento se encontra em uma instância na qual o 
homem descobre a:
a) suspensão do juízo como reveladora da verdade.
b) realidade inteligível por meio do método dialético.
c) salvação da condição mortal pelo poder de Deus.
d) essência das coisas sensíveis no intelecto divino.
e) ordem intrínseca ao mundo por meio da sensibilidade.
13. (Enem) Trasímaco estava

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