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Água e eletrólitos A molécula de água tem natureza dipolar. (átomos com cargas diferentes) Considerações ● Os seres humanos sobrevivem poucos dias sem o consumo de água. ● Está presente tanto no ambiente intra, quanto extracelular. ↳ Representada por uma solução contendo eletrólitos. (responsáveis pela movimentação e distribuição dos líquidos corporais entre os diferentes compartimentos) ↳ O conteúdo intracelular representa 2/3 do total de fluído. (maior no espaço intracelular) ● . Representa ~40 a 80% do peso corporal. (50-75%) ↳ a proporção de água decai conforme o corpo vai envelhecendo e conforme o teor de gordura corporal aumenta (maior tecido adiposo menor contribuição da água com o peso corporal já que é um tecido com menor concentração de água)(massa gorda contém apenas 10% de água). (menor controle da distribuição e proporção de água corporal/ falha do mecanismo que faz o controle da qnt de líquido e menor reconhecimento da alteração da concentração de líquidos corporais porque os receptores envolvidos nesse reconhecimento não estão completamente ativos e com atividade reduzida o que resulta num mecanismo de feedback inexistente= não induz a sensação de sede e consumo de água e líquido. Além disso grande parcela é hipertensa e um dos medicamentos usados para tratar a hipertensão são os diuréticos que acabam aumentando a excreção corporal de água e eletrólitos= quantidades de água corporal é reduzida)) ↳ homens têm mais água corporal do que mulheres Quantidade de água é maior no período intrauterino e menor no pós parto porque dentro do útero tem o líquido amniótico Extracelular é maior do que no intra e inverte no pós parto (6 primeiros meses) Funções corporais da água: ⇢ Participação em reações bioquímicas. ⇢ Regulação da To corporal. ⇢ Lubrificação e proteção. ⇢ Solvente e meio de transporte. ⇢ Manutenção do volume sanguíneo. ⇢ Balanço ácido-básico. . A [ ] de solutos (íons) difere entre o fluido intra e extracelular: ↪ o sódio (Na+) está mais concentrado fora da célula enquanto que o potássio (K+), dentro da célula. . O líquido extracelular está distribuído: • Plasma. • Interstício. • Transcelular. (concentração de líquido não disponível para troca osmótica/não será utilizada para o controle do balanço hídrico corporal. líquido usados nas secreções digestivas, lubrificantes das articulações e líquidos necessários para função de SNC) Distribuição dos líquidos corporais A quantidade de líquido intra e extracelular é controlada pela membrana celular e a quantidade de líquido do interstício e do plasma é controlada pela membrana dos capilares. As membranas são permeáveis a agua e eletrolitos e elas controlam a quantidade de líquido presente em cada compartimento excreção: renal, fezes, pele, respiração e transpiração quantidade de água: consumida (menor) e quantidade de água corporal ● Mudanças no volume plasmático ativará receptores no sistema cardiorrespiratório, renal e no hipotálamo que farão modificações no batimento cardíaco no relaxamento/contração da musculatura da parede dos vasos sanguíneos e na excreção/e reabsorção renal de íons e água ● Estudos sugerem que a água é importante para manter e/ou induzir a termogênese: Pode aumentar 20-30% o metabolismo com uma ingestão de 500 ml de água ● O plasma sanguíneo é composto por cerca de 90% de água e 10% de substâncias dissolvidas e suspensas, como proteínas, eletrólitos, uréia e lipoproteínas. ● A secreção diária de sucos intestinais à base de água é de aproximadamente 6 a 7 litros para um adulto típico, que inclui saliva (1 L), secreções gástricas (1,5 L), secreções pancreáticas (1 L), bile (1 L), secreções do intestino delgado (2 L) e intestino grosso (200 mL). ● A eliminação da água corporal pelo suor é útil para o controle da temperatura corporal: ↳ A evaporação de 1 grama de água da superfície da pele dissipa 0,58 quilocalorias. Assim, 1 litro de evaporação da água pode remover cerca de 580 quilocalorias de calor. Eletrólitos Moléculas com carga elétrica (positiva ou negativa) que quando adicionadas em uma solução apresentam condutividade. . São eletrólitos: × Sódio (Na+) × Potássio (K+) × Cloreto (Cl-) × Cálcio (Ca2+) × Magnésio (Mg2+) × Fosfato (PO4-) × Sulfato (SO4-) × Bicarbonato (HCO3-) × Proteínas A concentração de soluto é diferente nos fluídos corporais CÁTIONS extracelular: rico em sódio intracelular: rico em potássio e magnésio ÂNIONS plasmático e intersticial: alta concentração de cloretos intracelular; maior concentração de fosfatos e ptns Osmola(l/r)idade Osmolaridade: concentração de todos os solutos em um dado volume de água (litro). Osmolalidade: refere-se a [ ] de solutos em um dado peso de água (kg). ● A osmolaridade total (ou verdadeira) do sangue é igual à soma das osmolaridades dos solutos individuais no sangue. ↳ sódio, potássio, cloretos e com contribuições menores de outros íons, glicose (menos eficiente) e ureia. ● A [ ] dos íons cria um gradiente de pressão osmótica através das membranas (Na+, K+ e glicose, nos casos de baixa capacidade de captação pelos tecidos, mas não de ureia, etanol e metanol). ● Pode ser estimada considerando duas vezes a [ ] de sódio e potássio ou calculada a partir da seguinte fórmula. Osmolaridade (mmol/L) = (sódio x 2) + (potássio x 2) + glicose + ureia Osmose ● É o movimento da Água entre os compartimentos dos fluidos corporais que ocorre através de uma membrana seletivamente permeável em direção a região com maior concentração de soluto com o objetivo de igualar a osmolalidade entre os dois lados. ● O movimento osmótico da água requer: 1. Uma barreira semipermeável que permite o movimento da água mas não o soluto (membrana celular ou a membrana endotelial). 2. uma diferença na concentração do soluto através da barreira. ● Nas células a água pode atravessar livremente a membrana celular (aquaporinas), mas íons como Na+, K+ e Cl- e compostos maiores, como proteínas, não podem. ● Consequentemente, uma diferença na concentração iônica total através da membrana celular causará o movimento osmótico da água (pressão osmótica). ● O movimento da água persistirá até que a concentração iônica dentro da célula seja igual à concentração iônica fora da célula e vice-versa. Na figura está representada os dois ítens 1:Lado concentrado com o soluto 2: membrana permeável apenas para água a região mais concentrada vai atrair a água para ela e conforme a quantidade de água aumenta no local, vai exercer uma força contra a membrana que é a pressão hidrostática e quanto maior a força, maior a quantidade de água a retornar para o outro compartimento independente da concentração de soluto Difusão ● Passagem dos SOLUTOS por um uma membrana seletivamente permeável, independente da sua concentração na região de destino. ● Se o movimento for em direção a um gradiente de [] é chamada de difusão facilitada. ● Se o movimento for em direção contrária ao gradiente de [ ] é chamada de difusão por transporte ativo ↦ usa transportador dependente de ATP (primário) ou que faz a troca com outro íon (secundário). Considerações ● A quantidade de líquido intravascular é determinada pelo tamanho total do compartimento do líquido extracelular e pelas forças de Starling. Três forças principais controlam a distribuição de fluidos através da membrana capilar: ➾ Pressão hidrostática: faz com que os fluidos deixem o espaço vascular. ➾ Pressão oncótica: maior concentração de proteínas no compartimento intravascular, quando comparada com a do líquido intersticial, o que faz com que os fluidos entrem no espaço vascular. Além do efeito de Gibbs-Donnan (albumina é aniônica o que atrai cátions para o compartimento onde ela se concentra). ➾ A permeabilidade capilar (poros de tamanhos diferentes e carga elétrica). ● Forças de Starling definem o movimento dos fluidos a partir das diferentes pressões dentro do sistema cardiovascular: ⇢ Forças de saída de líquido para o interstício: Pressão hidrostática do plasma e pressão oncótica do interstício ⇢ Forças para entrada de líquido novaso: pressão hidrostática do interstício e pressão oncótica do plasma. ● A manutenção do volume do LEC é vital para a pressão arterial e as funções do sistema cardiovascular. ● Para manter o volume plasmático e evitar que a pressão arterial caia, caso a osmolaridade do LEC aumente ou ocorra hipovolemia, a água deve entrar (aumentar) no plasma. Por outro lado, no caso de diminuição da osmolaridade do LEC, hipervolemia e pressão arterial elevada, a água precisa sair do plasma. ● Mudanças no volume e na osmolaridade do LEC ativará receptores no sistema cardiorrespiratório, renal e no hipotálamo que farão modificações no batimento cardíaco, no relaxamento/ contração do musculatura da parede dos vasos sanguíneos, e na excreção e/ou reabsorção renal de íons e água, mediado por hormônios/mensageiros ● Hormônios envolvidos com a regulação do LEC: Renina-angiotensina-Aldosterona: → Angiotensina II: potente vasoconstritor (enzima que converte Ag I em II – ECA, é alvo de medicamentos anti-hipertensivos), estimula a sede, a secreção de vasopressina e de aldosterona. → Aldosterona: regula o balanço de sódio. Promove reabsorção renal de Na+ e Cl- e excreção de K+. Hormônio anti-diurético ou vasopressina: regula o balanço de água. Estimula a sede, reabsorção de água renal e a vasoconstrição. Natriuréticos: promove excreção renal de Na+ e água. Secretado por células musculares cardíacas. Sódio ● Funções: manter o equilíbrio hidro-eletrolítico e ácido-básico, transmissão nervosa e contração muscular. ● Maior concentração está no LEC. ● Cerca de 30-40% do sódio corporal está localizado na superfície do osso, e um nível muito mais baixo (menos de 10%) é encontrado intracelularmente, principalmente nos tecidos nervosos e musculares. ● Constitui cerca de 93% dos cátions nos fluidos corporais. ● As secreções do TGI possuem considerável quantidade de Na+ que é reabsorvida pelo organismo. ● A ingestão dietética não altera a [ ] de Na+ no sangue e/ou a osmolalidade sanguínea. ● Quando aumenta o consumo de sódio, ao mesmo tempo há um estímulo para aumentar a ingestão de água. ● O excesso de sódio que chega na circulação também é finamente regulado pela excreção renal. ● Caso a [ ] de sódio corporal diminuir, os rins promoverão a excreção de líquido, mantendo a osmolalidade. ● A retenção renal de Na+ promoverá o aumento do volume plasmático, do débito cardíaco e da pressão arterial. ↓ [ ] corporal: Hiponatremia. ↑ [ ] corporal: Hipernatremia. Ingestão diária recomendada: WHO - 2012: <2.000 mg/dia (5 g/dia de sal) Cloretos ● Regulado na mesma proporção que o sódio. ● Mais abundante ânion no LEC. Neutraliza a carga positiva de Na+ e por isto é essencial para o balanço eletrolítico. Para isto, sua concentração corporal é semelhante a de sódio. ● Secreções do TGI também possuem considerável quantidade de Cl-, especialmente o suco gástrico. ● Em condições normais, os níveis de Na+ e Cl- estão interrelacionados, de modo que quando um aumenta no corpo, o outro também aumenta na mesma proporção. ● Apesar disso, o Cl- tem efeitos independentes do Na+. ↪ uma dose de cloreto de sódio (NaCl) eleva a pressão arterial de forma muito mais significativa do que uma igual de bicarbonato de sódio (NaHCO3). Outras funções: ⇢ É liberado pelos glóbulos brancos durante a fagocitose para auxiliar na destruição de substâncias estranhas. ⇢ Atua como o ânion de troca para HCO3 – nos glóbulos vermelhos. Esse processo permite o transporte do CO2 derivado do tecido de volta aos pulmões na forma de HCO3–plasmático. Recomendação de consumo Potássio ● A maior concentração corporal está no fluido intracelular, e é responsável pela manutenção do balanço osmótico e ácido-básico dentro da célula. ● A razão intracelular para extracelular do potássio é necessária para manutenção do potencial de membrana de repouso da célula. ● O mineral influencia a despolarização, bem como a contratilidade dos tecidos excitáveis, especialmente do músculo liso, esquelético e cardíaco e do tecido nervoso. ● Também desempenha um papel no metabolismo celular, onde é necessário, juntamente com o magnésio, para a atividade da piruvato quinase (aumenta a ligação de substratos no sítio ativo da enzima). ● O consumo dietético afeta pouco a [ ] corporal. ↪ Quando o consumo aumenta, o excesso de potássio é excretado na urina ou nos intestinos. ↪ Quando o consumo reduz, a taxa de excreção reduz. ● Movimento contrário ao do sódio. ↪ Aumentar a ingestão de potássio pode aumentar a excreção de sódio. ↪ No entanto, sua absorção intestinal acompanha a absorção de Na+. ↓ [ ] corporal: hipocalemia. ↑ [ ] corporal: hipercalemia. Recomendação de consumo: Conclusão: ● Aumento na pressão arterial é observado tanto com o baixo consumo, quanto com o elevado consumo de potássio. ● Em hipertensos e os que não usam medicamentos anti-hipertensivos, tem efeitos mais significativos com aumento da ingestão de potássio na redução de PA até determinada dose. ● A dose ideal para efeitos positivos de redução da PA é de 3400 -3500 mg/dia. ÁGUA Bom consumo hídrico: urina amarelo claro ou quase transparente Quanto mais escuro: consumo líquido aquém do necessário Fatos ● A adm de água sem sais, se distribuiria pelos compartimentos do líquido extracelular e do líquido intracelular. ● ↳ Uma administração intravenosa de 1.000 mL desse fluido resultaria em 667 mL de água entrando nas células (ou seja, intracelular 2/3) e 333 mL de água nos compartimentos extracelulares (ou seja, 1/3). Os 333 mL de água distribuiriam ainda mais com cerca de 73 mL (22% dos 333 mL) restantes no plasma e 260 mL de água (78% dos 333 mL) entrando no espaço intersticial. ● A infusão intravenosa de 1.000 mL de solução salina normal (contendo solutos, cloreto de sódio a 0,9%), distribui apenas nos compartimentos extracelulares – 780 mL intersticial e 220 mL intravascular. Alimentos fontes ● Os alimentos naturais normalmente apresentam tanto Cl- quanto Na+, em baixas proporções. ● Na+ e Cl- : Sal de cozinha, alimentos industrializados, produtos marinhos. ● K+: vegetais folhosos, frutas, leguminosas, oleaginosas, batata. Absorção intestinal ● O epitélio intestinal recebe ~9 L/dia de água, contabilizando a quantidade consumida (~2L) e as secreções do TGI (~7L). ● ~8,8 L são absorvidos. ● Várias células intestinais estão envolvidas com a absorção e com a regulação da absorção de água e eletrólitos. ● Cél. Epiteliais → Dois conjuntos são mais importantes: células absortivas (apresentam microvilosidaddes) e células enteroendócrinas. ↪ As células absortivas do topo das vilosidades são mais importantes do que aquelas das criptas pois apresentam maior número de ptns tight junctions e de organelas citoplasmáticas como Complexo de Golgi e RE. Capilares sanguíneos e vasos linfáticos: importante para o transporte da água e dos eletrólitos absorvidos. Células musculares responsáveis pela motilidade intestinal: quanto menor a atividade motora, maior o tempo de contato do fluido luminal com a superfície absortiva → ↑ a absorção de água e eletrólitos. Células enteroendócrinas: secretam aminas ativas e hormônios peptídicos em resposta a um estímulo luminal → causa mudanças nas funções de transporte de íons, no fluxo sanguíneo e linfático e na motilidade intestinal. Podem funcionar como um mecanismo de ajuste fino ou amplificador de sinais modulatórios recebidos de fontes neurais. Neurônios entéricos: regulam diversas funções da mucosa e do sistema motor associado que propiciam adequada absorção de água e eletrólitos por meio da secreção de diversos mensageiros. Células mesenquimais e da Lâmina própria: especialmente representadas pelos fibroblastos e célula imunes que respondem a antígenos da luz intestinal e por meio da secreção de mediadores inflamatórios estimulam neurônios entéricos, alteram a função motora e aumentam a permeabilidade dos capilares sanguíneos e o fluxo sanguíneo local afetando a absorção de água e eletrólitos. A absorção intestinal de ÁGUA está acoplada ao movimento de solutos.● Processo passivo (difusão facilitada –aquaporina). ● Processo paracelular (principal meio). ● Processo transcelular (mínimo). ● Acontece em todo o intestino. A absorção de eletrólitos é feita por proteínas especializadas presentes na membrana das células. ● Bombas (Na+/K+) (transporte ativo). ● Canais / poros (transporte passivo dependente do gradiente de [ ]). ● Transportadores (transporte passivo dependente do gradiente eletroquímico). ↳ Pode ser de um único íon (GLUT2), de dois íons na mesma direção (SGLT1) – neste caso é preciso ter os dois íons presentes para que a proteína esteja ativa, além de um gradiente eletroquímico favorável (apenas para um deles). Também existem ptns transportadoras que fazem a troca de íons (Na+/H+). Absorção de Na+ ● Cerca de 95-100% do Na+ que chega no intestino é absorvido. ● Co-transportadores de Na+ com outros nutrientes (AA, glicose) →intestino delgado. ● Proteína de troca de Na+ / H+: absorção não dependente de nutrientes que ocorre para regular o balanço ácido-base; ocorre no jejuno e início do intestino grosso. Esta proteína atua acoplada ao transportador de troca Cl-/HCO3- nas porções mais distais do intestino, mas não no jejuno (também chamado de transporte acoplado Na+-Cl-). ● No cólon distal e no reto, Na+ é absorvido contra o gradiente de [ ] por canais de Na+ eletrogênicos. ● Nos cólons, a absorção de AGCC parece promover também a absorção de Na+. Absorção de sódio não dependente de nutrientes no intestino delgado proximal mediada por troca de Na+ / H+. ● Transporte acoplado de Na+-Cl- no íleo e cólon. O transporte é realizado através da mediação de dois permutadores iônicos de borda em escova distintos: troca Na+ / H+ e troca Cl- / HCO3-. ● Absorção eletrogênica de Na+ no cólon distal. O processo envolve um canal Na+ sensível a amilorida na membrana luminal. Absorção de Cloretos ● Transporte passivo ao longo de todo o intestino. ● Proteína de troca Cl-/HCO3- (ocorre na porção distal do intestino delgado e nos cólons e não está acoplado ao transporte de Na+/H+). ● Transporte acoplado a Na+ (Na+/Cl-): a absorção de Na+, gera um gradiente hidroeletrolítico favorável para a difusão facilitada de Cl- ● No reto, parece estar acoplado a proteína de troca K+/H+. ● Segue a direção do Na+ para neutralizar a sua carga elétrica. Absorção de Potássio ● Cerca de 85-90% do K+ que chega no intestino é absorvido. ● Transporte passivo ao longo de todo o intestino, via canais. ● No reto, parece estar acoplado a proteína de troca Cl-/HCO3- (transporte acoplado Cl- - K+), em que há a troca de K+ por H+ por uma ATPase dependente. ● Ambos os processos também são responsáveis pela excreção intestinal de K+. ➔ Absorção do K+ na área reto-sigmóide. Este processo eletroneutro é provavelmente mediado pela troca de K+ / H+ pela K+ / H+-ATPase na membrana luminal. . As concentrações plasmáticas de potássio são mantidas dentro de uma faixa estreita de cerca de 3,5 a 5,0 mEq (mmol)/L. ● Os grandes e rápidos aumentos nas concentrações plasmáticas de potássio que podem ocorrer rotineiramente após a ingestão de alimentos ricos em potássio são controlados hormonalmente em grande parte pela ação da insulina, que promove a captação ativa de potássio pelas células hepáticas e musculares. ● Altas concentrações de potássio intracelular são mantidas por bombas Na+/K+- ATPase. ● Acredita-se que a presença de potássio dietético no trato digestivo também sinaliza, por um mecanismo pouco claro, os rins, que por sua vez respondem aumentando a excreção urinária de potássio. ● Durante os períodos entre as refeições, os músculos liberam potássio de volta ao plasma, a reabsorção renal de potássio aumenta e a secreção renal de potássio diminui para garantir que as concentrações plasmáticas de potássio permaneçam dentro da faixa normal. ● Condições que interrompem as funções renais (como na insuficiência renal) e hormonais podem ter efeitos profundos nas concentrações plasmáticas de potássio e nas funções corporais. Mais recentemente foram identificadas diversas proteínas transportadoras de soluto (SLC) envolvidas na absorção e transporte de diversos eletrólitos. Excreção intestinal Cloretos ➔ Quatro principais proteínas envolvidas: • Canais sensíveis a Cl- (membrana luminal – Ex. CFTR): efluxo do Cl- para o lúmen intestinal. • Co-transportador Na+/K+/2Cl- (membrana basolateral): entrada de Cl- da circulação para o enterócito. • Canais sensíveis de K+ (membrana basolateral): retorno do K+ captado para a circulação. • Bombas de sódio e potássio (membrana basolateral): retorno do sódio para a circulação. ➔ A secreção de Cl- no lúmen intestinal é acompanhado de água e Na+, via paracelular e transcelular. ➔ Secreção eletrogênica de Cl-. Cl- entra nas células pelo co-transportador Na+ / K+ / 2Cl- e sai para o lúmen através de canais sensíveis a Cl-.PD = Diferença de potencial. Potássio ➔ Duas principais proteínas envolvidas: • Co-transportador Na+/K-/2Cl- (membrana basolateral). • Bombas de sódio e potássio. ➔ A excreção pela membrana apical/luminal é aparentemente mediada por uma condutância K+ sensível a bário. Bicarbonato (HCO3-) Três principais proteínas envolvidas: • Canais seletivos para ânions (HCO3- e Cl-)(membrana apical). • Co-transportador acoplado Na+/HCO3-(membrana basolateral). • Trocador de Cl-/HCO3- (membrana apical) Hormônios reguladores ● Aldosterona e Hormônio antidiurético (ADH): diminui a excreção renal de sódio, cloretos e água e aumenta de potássio. ⇢ Etanol inibe a secreção hipotalâmica de ADH. Peptídeo natriuréticos: ● aumentam a excreção renal de sódio, cloreto e água. ● Mudanças no balanço ácido-básico também estimulam maior (alcalose) ou menor (acidose) excreção renal de potássio. ● Uso de fármacos diuréticos promoverão aumento da excreção de todos eletrólitos. ● Doença renal promove retenção de eletrólitos e consequente desequilíbrio hidro-eletrolítico. ● A excreção renal e/ou reabsorção renal de cloretos é regulada pela excreção/reabsorção de Na+. Interação com outros nutrientes Sódio: ● Atua com potássio e cálcio na transmissão/condução de impulsos nervosos e na contração muscular. ● . Na transmissão nervosa e na contração muscular, sódio funciona como parte da bomba Na+/K+-ATPase encontrada na membrana plasmática das células. Com a troca do sódio pelo potássio e a hidrólise do ATP, um gradiente de potencial eletroquímico gera a condução do impulso nervoso. ● Sódio move-se em sentido contrário a potássio. ● Aumento na quantidade plasmática está relacionada com aumento da excreção renal de Cálcio. Potássio: ● Aumento na concentração plasmática pode induzir a excreção de renal de sódio. ● Aumento no plasma reduz a excreção renal de cálcio. Desidratação ● Aumento das perdas e redução do consumo de água. Condições promotoras: diarreia, vômitos, alta taxa de sudorese, uso de diuréticos, febre ↪ Como o líquido corporal perdido nestes casos possui íons eletrólitos, haverá também a perda de sais que necessitam ser repostos. Sinais e sintomas: sede, espasmos, pele sem elasticidade e seca, falta de saliva, mucosas secas, tontura e confusão (os sintomas se agravam conforme o percentual de líquido corporal perdido) ● Coloração da urina pode ser um indicador do estado de hidratação. Exames bioquímicos dos eletrólitos plasmáticos serão úteis no diagnóstico ● O tratamento requer a reposição de água e eletrólitos (bebidas repositoras ou sais de reidratação) 2% Início dos sintomas (sede, perda de apetite, desconforto). 5-6% Sintomas são acentuados (dor de cabeça; aumento da temperatura corporal, do pulso e da taxa de respiração; irritabilidade; urina escura e concentrada; hipotensão; náusea; apatia; perda da elasticidade da pele). 10-15% Espasmos musculares podem aparecer; micção dolorosa, confusão mental. >15% Falha progressiva dos órgãos do corpo, começando com os rins, que progride para a morte. Depleção volumétrica ● Causada pelo aumento das perdas dos ÍONS ELETRÓLITOS (Na+ e Cl-). ● A perda destes íons causa ajustes da quantidadede água no líquido extracelular (↓) para manter a osmolalidade. ● Os mecanismos contrarreguladores ajustam a tonicidade dos fluidos, levando apenas a redução do volume extracelular. ● Pode ser tratada com reposição de sais (solução salina). Poliúria ● Aumento do volume da urina (> 2,5 L/dia). Causas: Diurese osmótica (↑ osmolalidade da urina em comparação a plasmática) ou hídrica (↓ osmolalidade da urina do que a plasmática) Hiponatremia Concentração de Na+ no plasma diminui para menos de 135 mEq/L. Mecanismos: 1) A água pode se deslocar da célula em reação a um acúmulo de solutos extracelulares que não constituem sais de Na+ (ex. hiperglicemia: os níveis séricos de Na+ diminuem em até 1,6 mEq/L para cada 100 mg/dL de aumento da glicemia). 2) O corpo pode reter o excesso de água. 3) O organismo pode não conseguir reter Na+. 4) O Na+ se desloca ao interior das células. Hipernatremia ● Concentração de Na+ no plasma aumenta. ● Sempre é associada a uma alta da osmolalidade efetiva do plasma e a um volume reduzido da célula. ● Um aumento na osmolalidade plasmática pode estimular a sede. Desse modo, pode ocorrer hipernatremia somente se o mecanismo da sede for bloqueado (Ex. paciente em coma). ● É causada por perda de água, redução da ingestão de água, ganho de Na+ ou uma combinação de todos os fatores. Hipocalemia ● Normalmente causada pelo deslocamento de K+ para o interior da célula, sem alterar muito a sua concentração intracelular. Hipercalemia Pode ser causada tanto por uma troca de K+ das células para o fluido extracelular, quanto por um aumento do K+ corporal total. Exames para avaliação ● Determinação plasmática de Na+, K+ e Cl- e outros eletrólitos. ● Água corporal: Bioimpedância, osmolalidade plasmática. Síndrome da realimentação ● Desequilíbrio eletrolítico, onde se observa a hipofosfatemia, hipocalemia e hipomagnesemia, associado com a reintrodução da alimentação após privação de ingestão calórica (aguda ou crônica), independente da via alimentar utilizada (oral, enteral ou parenteral). Mecanismos: 1. estoques de eletrólitos baixos no ambiente extracelular pelo baixo consumo. 2. o consumo de glicose leva um movimento massivo de k+, Mg+ e P- para dentro da célula, o que leva a níveis extremamente baixos da concentração sérica destes eletrólitos. 3. Ocorre aumento da resistência à insulina levando à hiperinsulinemia e hiperglicemia, o que resulta no aumento da retenção de sódio e água com expansão do volume extracelular. Dieta Dash ● DASH - “Dietary Approach to Stop Hypertension” ● Criada a partir de estudos financiados US National Institutes of Health com o objetivo de reduzir a pressão arterial (resultados observados a partir de 14 dias) Princípios dietéticos: ̄ gordura total e saturada e colesterol ↑ consumo de fibras, potássio, cálcio e magnésio ● Não foi concebida para a perda de peso (ORIGINAL) ● Recomenda a redução no consumo de “CHO vazios” e um aumento na quantidade de proteína e de gorduras “boas” (ATUAL ¢ perda de peso) ● Recomendada por diversas entidades americanas (The American Heart Association; The Dietary Guidelines for Americans; US guidelines for treatment of high blood pressure) COMER V Frutas, legumes e verduras, V Produtos lácteos livres ou com baixo teor de gordura V Grãos integrais V Peixes e aves V Nuts e sementes V Leguminosas NÃO COMER X Doces e produtos com adição de açúcares X Carnes vermelhas X Sal Fibrose cística ● Doença genética. ● CFTR defeituoso ⇨ proteína de excreção de Cl-. ● Como não haverá secreção de Cl- e Na+ na superfície da células intestinal, o muco fica mais espesso e denso. ● Afeta a absorção de Na+. A presença do muco denso e espesso leva: Pulmões: crescimento bacteriano ⇨ infecções frequentes; obstrução das via aéreas. Pâncreas: impede a liberação de enzimas digestivas → menor absorção e desnutrição + crescimento deficiente. Fígado: bloqueio do ducto biliar → doença hepática. Consumo de sódio e DCVs
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