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OBJETIVO Treinar o preenchimento do partograma em situações simuladas PARTOGRAMA É um gráfico no qual são anotadas a progressão do trabalho de parto e as condições da mãe e do feto Fornece um aviso precoce de anormalidades na evolução da dilatação cervical e descida da apresentação fetal na pelve, permitindo a tomada de condutas apropriadas – Por exemplo, diagnostica as desproporções cefálico-pélvicas de forma gráfica, fugindo da conduta por intuição → distocias intraparto Ou seja, o partograma ajuda a diminuição de intervenções desnecessárias e contribui para melhores desfechos obstétricos O partograma deve ser aberto apenas na fase ativa do trabalho de parto → Lembrando que o primeiro período (dilatação) do trabalho de parto é dividido em: a. Fase de latência a. Contrações uterinas dolorosas E b. Alguma mudança cervical (apagamento e dilatação) c. Lembrar que esse período não é necessariamente algo contínuo b. Trabalho de parto estabelecido/ativo a. Contrações uterinas dolorosas e regulares → 2-5 contrações com duração de 30-60 segundos em 10 minutos de observação E b. Dilatação cervical progressiva → ≥ 4 cm com pelo menos 50% apagamento (MS) ou no mínimo 5cm de dilatação (OMS). COMO PREENCHER O PARTOGRAMA? IDENTIFICAÇÃO ▪ Nome ▪ Idade ▪ Paridade – multíparas, geralmente, tem um trabalho de parto mais rápido ▪ Idade gestacional ▪ Comorbidades – exemplo: hipertensão DILATAÇÃO CERVICAL E DESCIDA DE APRESENTAÇÃO ▪ Símbolo de triangulo – dilatação o Linha de alerta: traçada cruzando o quadrado abaixo da marca da dilatação, atravessando todos os quadrados na diagonal o Linha de ação: é traçada paralela 4 quadrados (horas) à direita da linha de alerta. o Movimento para a direita da linha de alerta: necessidade de maior vigilância Linha de ação: ponto crítico – decisão específica de conduta deve ser tomada ▪ Símbolo de círculo – altura da apresentação Quando o partograma, já vem com as linhas de alerta e de ação desenhada: Quando isso ocorre, o correto é começar o partograma (símbolo de dilatação cervical) imediatamente antes da linha de alerta, para não perder a evolução temporal) → Altura da apresentação é representada na mesma coluna da dilatação Na fase ativa, a velocidade de dilatação é maior do que na fase latente 1 cm/h → nulíparas 1,5 cm → multíparas Esses valores são mais antigos, hoje é preferível definir apenas que a dilatação durante o trabalho de parto ativo é mais rápida. MARCAÇÃO TEMPORAL Hora real → hora que começou o partograma Permite ver a evolução do parto FREQUÊNCIA CARDÍACA DO FETO DINÂMICA UTERINA É avaliada a cada 60 minutos → o médico deve observar por 10 minutos com a mão no fundo do útero da parturiente e anotar: i. Quantas contrações ela teve nos 10 minutos j. Duração dessas contrações Se a contração durou de 1 – 19 segundos: marcar um X Se a contração durou entre 20-39 segundos: metade do quadrado Se durou + 40 segundos: pinta todo o quadrado INFORMAÇÕES ADICIONAIS Bolsa: integra (I) x Rota (R)→ Realizada amniotomia Líquido amniótico: claro (Cl), com mecômio (M), com sangue (Sg) Em princípio: ausculta a cada 30 min, avaliar contrações a cada hora. O toque vaginal só é feito de 4 em 4 horas ou em caso de necessidade (exemplo: gestante queixa-se de perda de líquido claro em grande quantidade → avaliar se de fato, a bolsa está integra ou não) Mas cada caso deve ser avaliado individualmente PARTOGRAMA PREENCHIDO CASO CLÍNICO Suspeita diagnostica: fase latente do trabalho de parto Conduta: Liberar com orientações sobre sinais de fase ativa de trabalho de parto e demais sinais de alarme (sangramento, perda de líquido, contrações rítmicas, diminuição da movimentação fetal) i. Internar muito cedo: aumenta as chances de intervenções desnecessárias e iatrogenia Suspeita diagnostica: fase ativa do trabalho de parto Conduta: internamento + assistência ao TP + abrir o partograma Todo partograma aberto, também precisa ser fechado: PSNV → parto simples natural PSAC → Parto simples artificial cesariano Hora, data do nascimento, RN nascido-vivo, peso Apgar: primeiro minuto/último minuto PARTO EUTÓCICO É o parto normal, ocorre quando a curva de dilatação cervical se processa inteiramente à esquerda da linha de alerta (exceto no parto precipitado) PARTO DISTÓCICO Partos que estão se desenvolvendo com algum problema, tais como: 1. Fase ativa prolongada 2. Parada secundária dilatação 3. Parto precipitado 4. Período pélvico prolongado 5. Parada secundária descida FASE ATIVA PROLONGADA/DISTOCIA FUNCIONAL A curva de dilatação cervical ultrapassa a linha de alerta e/ou a linha de ação Principal causa: hipocontratilidade uterina Medidas de correção: medidas de verticalização, estimular a deambulação, administrar ocitocina ou realizar amniotomia. PARADA SECUNDÁRIA DA DILATAÇÃO A dilatação cervical permanece a mesma em dois toques sucessivos com interno de, no mínimo, 2 horas Principal causa: desproporção céfalo-pélvica i. Absoluta: feto muito grande para a pelve da mãe → cesariana ii. Relativa: a posição do feto não favorece o trabalho de parto mais rápido Solução: deambulação, a rotura artificial da bolsa das águas, a analgesia peridural ou administrar ocitocina podem favorecer a evolução normal do parto. Nos casos de membranas rotas, a deambulação só deve ser recomendada com o polo cefálico completamente apoiado na bacia materna, para evitar a ocorrência de prolapso de cordão umbilical. PARADA SECUNDÁRIA DA DESCIDA A altura da apresentação permanece a mesma em dois toques sucessivos com intervalo de, no mínimo, duas horas Causa e solução = parada secundária da dilatação PERÍODO EXPULSIVO PROLONGADO Dilatação cervical completa, com descida progressiva da apresentação, mas excessivamente lenta Causas: hipocontratilidade uterina ou desproporção cefálo- pélvica Solução: mesmas medidas anteriores ou fórceps para rodar o bebê ou vácuo extrator Tempo limite para esperar o período expulsivo: a. 2 horas→ multíparas b. 3 horas → nulíparas c. Porém, deve-se analisar cada paciente. PARTO PRECIPITADO Dilatação cervical, descida e expulsão fetal que ocorre num período menor de 4 horas Quando o parto ocorre de forma muito abrupta pode trazer sérias consequências para a mãe e para o feto: i. Feto – sofrimento fetal aguda ii. Mãe – grau III/IV de alterações no trajeto + taquissistolia (mais de 5 contrações em 10 minutos) COMO INTERPRETAR UM PARTOGRAMA? 1. Observar a linha de alerta: os registros gráficos estão à direita ou à esquerda? Esquerda → parto eutócico Direita → Parto distócico 2. O que ultrapassa a linha de alerta? Triângulo: fase ativa prolongada ou parada secundária de dilatação Círculo: Parada secundária da descida ou período expulsivo prolongado 3. Está havendo progressão? Sim: fase ativa prolongada (triângulo) /período expulsivo prolongado (círculo - dilatação completa). Não: parada secundária da dilatação ou da descida 4. O parto ocorreu em menos de 4 horas? Sim → Parto precipitado
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