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Metabolismo de Aminoácidos INTRODUÇÃO Os aminoácidos são base estrutural para a construção de uma das moléculas mais importantes, as proteínas; As proteínas são estruturas complexas formadas por cadeias de aminoácidos. Elas estarão envolvidas em diversas situações celulares, como atividade enzimática e formas estruturais; Algumas proteínas estarão envolvidas em processos específicos e outras, gerais; >50 aminoácidos: proteína complexa <50 aminoácidos: peptídeos Os aminoácidos se ligam por ligações peptídicas; Na maioria das vezes, o carbono central é quiral; A variação se dá no radical, visto que a estrutura é fixa; O grupamento carboxila e o radical formam o corpo carbônico do aminoácido; A diversidade de proteínas se dá pela diferença nos arranjos dos aminoácidos (a combinação faz a diversidade). A célula, então, produz proteínas com propriedades diferentes e atividades complementares ligando os mesmos 20 aminoácidos em combinações e sequências diferentes; Sendo assim, a proteína varia de acordo com o arranjo e o aminoácido varia de acordo com o radical (apolar alifático, aromático, polar não carregado, polar carregado negativamente ou positivamente); Metabolismo é o conjunto de reações químicas de anabolismo e catabolismo; Muitas vezes, essas etapas de síntese e degradação são dependentes entre si: posso precisar degradar um aminoácido para ocorrer a síntese; Isso porque os indivíduos não são seres fixadores de nitrogênio, então o nitrogênio vem de fontes alimentares (há a síntese de poucos aminoácidos, os não essenciais); Os aminoácidos podem vir de proteínas da dieta e de proteínas endógenas; Na degradação do aminoácido, de forma geral, tem-se a liberação do grupamento amino e do corpo carbônico (esse, de forma geral, é chamado alfa-cetoácido); O grupamento amino entra na via de excreção, porque a amônia é tóxica ao organismo; O corpo carbônico entra em vias bioenergéticas (ciclo de Krebs – fonte energética para o corpo em estresse metabólico; por isso, pode-se dizer que a degradação de aminoácido é uma via alternativa de fonte de energia); Os alfa-cetoácidos se tornam intermediários do ciclo; As proteínas endógenas são formadas a partir do código genético – traz informações de bases nitrogenadas que induz a uma sequência de aminoácidos: As proteínas da dieta são enzimaticamente degradadas até aminoácidos; A quebra enzimática das proteínas é feita por HCl, Pepsina, Tripsina, Quimiotripsina e Carboxipeptidase A e B; Indivíduo humano não tem a capacidade de estocar proteína; Os aminoácidos sofrem degradação oxidativa em três circunstâncias metabólicas diferentes: - Durante a síntese e degradação de proteínas celulares alguns aminoácidos liberados pela hidrólise de proteínas não são necessários para a biossíntese de novas proteínas, sofrendo degradação oxidativa; - Quando uma dieta é rica em proteína e os aminoácidos ingeridos excedem as necessidades do organismo, o excesso é catabolizado. Aminoácidos não podem ser armazenados; - Durante o jejum ou no diabetes mellitus não controlado, quando os carboidratos estão indisponíveis, as proteínas celulares são usadas como combustível; A ligação de ubiquitina a proteínas sinaliza a degradação; Existem basicamente aminoácidos que são centrais na via metabólica: glutamato, glutamina (estruturalmente muito parecidos), alanina e aspartato. Todos eles são facilmente convertidos em intermediários do ciclo do ácido cítrico. Quando se tem uma desaminação (hidrólise) da alanina, forma-se o piruvato (que é intermediário de vias bioenergéticas); Da mesma forma, a desaminação do aspartato gera oxaloacetato; A hidrólise (separação de corpo carbônico e grupamento amino) do glutamato e da glutamina geram alfa- cetoglutarato; Sendo assim, o glutamato, quando degradado, gera o grupamento amino e alfa-ceto glutarato. Esse alfa- cetoglutarato será excelente receptor de outros grupamentos aminos de outros aminoácidos que precisam ser degradados; Isso porque a amônia não pode ficar solta no corpo quando esses aminoácidos são degradados, pois é tóxica. Então, o alfa- cetoglutarato irá aceptá-la; A reação de transaminação é a interconversão de aminoácidos; O corpo carbônico dos aminoácidos tende a entrar em vias energéticas e o grupamento amino, em vias de excreção; O tecido muscular não é reserva de proteína, mas possui uma estrutura que depende de uma composição densa proteica. Por isso, quando o corpo entra em via de degradação de aminoácido, busca-se no local onde tem mais; No músculo esquelético, os grupos aminos que excedem as necessidades geralmente são transferidos ao piruvato para transformar alanina, outra molécula importante para transportar grupos aminos até o fígado. A degradação oxidativa contribui significativamente para a produção de energia metabólica. Ciclo da ureia: via de eliminação O ser humano é ureotélico e excreta o nitrogênio na forma de ureia; A amônia depositada na mitocôndria dos hepatócitos é convertida em ureia no ciclo da ureia. A produção desta ureia ocorre no fígado, sendo o destino da maior parte da amônia canalizada para esse órgão. A ureia passa para a O glutamato então funciona como doador de grupos aminos para vias biossintéticas ou para via de excreção, que levam à excreção de produtos nitrogenados As Transaminases utilizam Piridoxina (B6) como coenzima As Aminotransferases agem transferindo o grupamento amino de um aminoácido à parte proximal da coenzima, gerando piridoxamina fosfato. A piridoxamina fosfato reage com o α – cetoácido devolvendo a forma aldeídica da coenzima circulação sanguínea e chega aos rins, sendo excretada pela urina; Grupamento amino de aminoácidos que estão sendo degradados são aceptados pelo alfa-cetoglutarato do glutamato e formam o glutamato. Este entra na mitocôndria e libera o grupamento amino, que formará carbamoil fosfato pela reação catalisada pela carbamoil fosfato sintetase. O carbamoil fosfato se liga à ornitina e forma citrulina, pela ornitina transcarbamilase. Já no ciclo, a citrulina (que sai da mitocôndria), com dependência do gasto de 1 ATP, se associa ao aspartato e vira o arginosuccinato (pela argino succinato sintetase). O arginosuccinato vai sofrer ação da arginosuccinato liase. Vai ser liberado o fumarato e a arginina. O fumarato deixa o ciclo. Há a entrada de água na reação e arginina forma ureia (que será excretada). Terá, também, a restauração da ornitina; Quem faz a interconexão é o arginosuccinato; RESUMO Os aminoácidos provêm da degradação de proteínas celulares e da dieta São utilizados como combustível durante jejum prolongado ou DM A primeira etapa no catabolismo é a separação dos grupos aminos do esqueleto de carbono Na maior parte o grupo amino é transferido ao a-acetoglutarato formando glutamato (central no metabolismo) O glutamato é transportado à mitocôndria hepática, onde a glutamato desidrogenase libera o grupo amino em forma de íon amônio A amónia é altamente tóxica nos tecidos. No ciclo da ureia a ornitina combina-se com a amônia, na forma de carbomoil- fosfato, para formar citrulina O ciclo da ureia resulta na conversão líquida de oxaloacetato em fumarato, ambos intermediários do ciclo do ácido cítrico. Deste modo os dois ciclos estão conectados. Os esqueletos de carbono dos aminoácidos, entram no ciclo do ácido cítrico por meio de 5 intermediários: acetil CoA, α-cetoglutarato, succinil-CoA, fumarato e oxaloacetato. SESSÃO CLÍNICA Análises de certas atividades enzimáticas no soro fornecem informações valiosas para o diagnóstico de diversascondições patológicas. Alanina – aminotransferase (ALT) ou transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) Aspartato – aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico oxoloacética (TGO) São importantes para o diagnóstico de lesões teciduais: hepático e cardíacos. TGO e TGP não são exames de rastreio, uma vez que são enzimas que estão dentro dos hepatócitos ou dos miócitos, e, por isso, só solicita em paciente com queixa de lesão hepática, por exemplo; Somente serão encontradas na circulação quando há lesão cardíaca (infarto...) ou hepática; * Se a pessoa faz esforço (academia) e logo após faz exame de sangue para avaliar essas enzimas, o resultado dará alto, porque em atividade o músculo lesiona e as transaminases irão ser mais expressas na circulação; Qualquer alteração metabólica no ciclo da ureia que esteja relacionado à atividade enzimática deficiente consequentemente irá levar à quebra do ciclo – interrompe o processo. Com isso, a amônia irá concentrar no organismo; Defeitos genéticos em qualquer enzima envolvida na formação da ureia não toleram dietas ricas em proteínas A ausência de enzima no ciclo da ureia provoca hiperamonemia ou no aumento de um ou mais intermediários no ciclo da ureia. Os estágios da intoxicação por amônia em humanos são caracterizados por indução de um estado de coma, acompanhado por edema cerebral, aumento de pressão intracraniana. A amônia cruza a barreira hematoencefálica (fala sem contexto, confusão mental, disfunção neural...) Os danos causados pela toxicidade do amônio incluem perda de neurônios, alteração na formação de sinapse e deficiência geral no metabolismo energético celular. FENILCETONÚRIA Deficiência na conversão de fenilalanina em tirosina – que seria feita pela enzima fenilalanina-hidroxilase; Vômitos no período neonatal e deficiência intelectual. Pode ter déficit cognitivo irreversível; Com essa doença, acumula-se fenilalanina e há uma deficiência de tirosina; A fenilalanina é tóxica (neurotóxica); O teste de GUTHRIE ou teste do Pezinho, deve ser realizado com triagem neonatal em todos os recém – natos após 48 horas de vida, não devendo passar de 3 semanas. ALBINISMO Deficiência genética que pode alterar metabolismo de aminoácidos – ausência de melanina (pigmentação da pele); Defeito na síntese de melanina a partir de tirosina – tirosina-3-monoxigenase (tirosinase) defeituosa; Falta de pigmentação, cabelo branco, pele rosada; ANEMIA PERNICIOSA MEGALOBLÁST A deficiência de vit. B12 pode ser causada por raras doenças genéticas que levam à níveis diminuídos de vit. B12, apesar de dieta normal incluir carnes e laticínios ricos em B12. Assim como dietas restritivas podem ser a causa de deficiência de vit. B12 no organismo - Produção reduzida de eritrócitos - Nível reduzido de hemoglobina - Danos severos no SNC. Deficiência de vit. B12 irá acarretar grandes falhas no metabolismo de aminoácidos; ACIDEMIA ARGINOSSUCCÍNICA Defeito na síntese de ureia – argino- succinase defeituosa; Vômitos e convulsões; ACIDEMIA METILMALÔNICA Defeito na conversão de propionil-CoA em succinil-CoA - metilmalonil-CoA mutase defeituosa; Vômitos, convulsões, deficiência intelectual e morte prematura; ALCAPTONÚRIA Defeito na degradação da tirosina – homogentisato-1,2-dioxigenase defeituosa; Pigmento escuro na urina, artrite se desenvolve posteriormente; * Colágeno oral não traz benefícios – não é absorvido, porque a proteína é digerida e serão absorvidos os aminoácidos, não direcionados especificamente para a pele; ARGININEMIA Defeito na síntese de ureia – arginase defeituosa; Deficiência intelectual; CARBAMOIL-FOSFATO SINTETASE I – Defeito na síntese de ureia – enzima defeituosa; Letargia, convulsões, morte prematura; DOENÇA DO XAROPE DE BORDO Cetoacidúria de cadeia ramificada; Defeito na degradação de isoleucina, leucina e valina – complexo da desidrogenase dos alfa-cetoácidos de cadeia ramificada defeituoso; Vômitos, convulsões, retardo mental, morte prematura; HOMOCISTINÚRIA Defeito na degradação da metionina - cistationina beta sintetase defeituosa; Desenvolvimento inadequado dos ossos, deficiência intelectual; CASO CLÍNICO Pode-se pensar em algo crônico (histórias prévias de transtorno). Primeira coisa a se investigar: anemia perniciosa (hemograma), deficiência de B12. Se a paciente fosse diabética crônica, poderíamos pensar que a metformina estaria dificultando a absorção; Fenilcetonúria – criança de 2 anos sem nenhum rastreio, zero acompanhamento; Dosagem de fenilalanina sanguínea (porque já tem dois anos, não se faz teste do pezinho) Deficiência de B12 – indicar suplementação e exames periódicos;
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