Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Resumo P R O D U Ç Ã O : V I T O R D A N T A S P R O D U T O R V E R I F I C A D O D O P A S S E I D I R E T O Metabolismo Vitor Dantas - METABOLISMO TUTORIA 06/SESSÃO 08 OBJETIVOS: →Explicar o metabolismo dos aminoácidos →Explicar o ciclo da ureia → Relacionar o uso de laxante na melhora de L.M.F ↪ Explicar o metabolismo dos aminoácidos Ao contrário do que ocorre com gorduras e carboidratos, os aminoácidos não são armazenados pelo corpo. Assim sendo, os aminoácidos devem ser obtidos da dieta, sintetizados de novo ou produzidos pela degradação proteica normal. Quaisquer aminoácidos em excesso em relação às necessidades biossintéticas da célula são rapidamente degradados. A primeira fase do catabolismo envolve a remoção dos grupos ex-amino (em geral por transaminação e subsequente desaminação oxidativa), formando amônia e o alfa-cetoácido correspondente - os "esqueletos carbonados" dos aminoácidos. Uma parte da amônia livre é excretada na urina, porém a maior parte dela é utilizada na síntese de ureia que é quantitativamente a via mais importante para o descarte do nitrogênio do organismo. Na segunda fase do catabolismo dos aminoácidos os esqueletos carbonados dos alfa-cetoácidos são convertidos em intermediários comuns das vias metabólicas produtoras de energia. Esses compostos podem ser metabolizados a C02 e H20 , glicose, ácidos graxos ou corpos cetônicos pelas vias centrais do metabolismo. → Digestão e absorção de proteínas: Na boca, não há ação de enzimas contra as proteínas. Chegando ao estômago, as proteínas ficam à deriva do baixo pH proporcionado pelo HCl (desnaturando a proteína), abrindo mais a cadeia proteíca, para sofrer ação da peptina, que quebra proteínas grandes em peptídios menores. Esses peptídios sofrem a ação das enzimas tripsina e quimiotripsina (ativadas pelo bicarbonato do suco biliar) no intestino, sendo convertidos em oligopeptídeos (com 2 a 5 aminoácidos, que devem ser quebrados pelas aminopeptidases, liberadas pela mucosa intestinal) e aminoácidos que são absorvidos pelos enterócitos. Os aminoácidos liberados pela hidrólise das proteínas da dieta ou das proteínas teciduais, ou ainda sintetizados de novo, misturam-se com outros aminoácidos livres distribuídos no organismo. Apenas cerca de 75% dos aminoácidos obtidos pela hidrólise das proteínas corporais são recapturados na biossíntese de novas proteínas teciduais. Os restantes são metabolizados para servir como precursores para outros compostos. Em indivíduos bem- alimentados, essa perda metabólica de aminoácidos é compensada pela proteína da dieta, que contribui para o conjunto dos aminoácidos. Obs: Pacientes com patologias que acometam o pâncreas (como a pancreatite), devem adotar dieta proteíca rica em dipeptídeos, que são absorvidos dessa maneira mesmo sem serem degradados. Obs: A carnosina é um dipeptídeo (formado por β-alanina – Histidina) muito importante presente em carnes como peito de frango e pernil de carneiro e porco que, segundo alguns estudos, atua contra a doença de Parkinson e Alzheimer. Aminoácidos: Existem cerca de 20 aminoácidos codificados pelo DNA, possuindo inúmeras funções importantes ao organismo. Os aminoácidos têm funções relacionadas ao fornecimento de energia, além de ter função estrutural na formação de proteínas e outras substâncias (como os hormônios). Os aminoácidos podem ser metabolizados pela via gliconeogênica para sintetizar glicose quando necessária ao organismo. Os aminoácidos são monômeros das proteínas: a partir da junção de mais de 100 moléculas de aminoácidos por ligações peptídicas, tem-se uma proteína. → Classificação Os aminoácidos podem ser classificados quanto a sua disposição nutricional, quanto ao radical e quanto ao seu destino. Vitor Dantas - METABOLISMO Transformação dos aminoácidos: Os aminoácidos, diferentemente do que se pensa, não são necessários apenas para a produção de proteínas. Alguns aminoácidos sofrem transformação por ação de enzimas para participar, por exemplo, na síntese de hormônios e substâncias necessárias ao corpo, como neurotransmissores. → Transformação da fenilalanina A fenilcetonúria é uma doença que resulta da deficiência da enzima fenilalanina hidroxilase (presente no fígado). Esta enzima é responsável por transformar o aminoácido fenilalanina em um outro aminoácido chamado tirosina. A tirosina, por sua vez, transforma-se em substâncias importantes para o funcionamento cerebral chamadas de neurotransmissores (como a dopamina e a noradrenalina). Em outras palavras, a fenilcetonúria é uma doença resultante da dificuldade para metabolização (“quebra”) do aminoácido fenilalanina. Além desses neurotransmissores, a fenilalanina é convertida em melanina. Por esta razão, indivíduos com fenilcetonúria apresentam distúrbios neurológicos, falta de pigmentação da pele, déficit mental e baixo QI. Com o defeito da fenilalanina hidroxilase, há um acúmulo de fenilalanina no sangue. Esse excesso faz com que a fenilalanina seja convertida pelas enzimas ALT ou AST em fenilpiruvato, e este em fenilactato e fenilacetato (que dão à urina um “cheiro de rato” característico) e NH2 (que entra no ciclo da ureia). → Transformação do glutamato O GABA é um neurotransmissor de inibição (inclusive, usado como calmante na farmacologia), que permite a entrada de cloro na célula pós-sináptica, hiperpolarizando a célula e retardando de forma brusca o impulso nervoso. → Transformação do triptofano . O excesso de fenilalanina bloqueia a enzima 5-OH- triptofano descarboxilase, gerando carência de serotonina. A falta desse transmissor causa depressão, irritabilidade, hiperatividade. A esses sintomas, associam-se os da carência da fenilalanina hidroxilase. A melatonina é um neuro-hormônio que controla os ciclos circadianos (apresenta como função regular o sono). Este hormônio aumenta de Vitor Dantas - METABOLISMO concentração na falta de luz, sendo produzido pela retina e pela glândula pineal (localizada no epitálamo). Uma pessoa sob estresse produz normalmente mais adrenalina e cortisol. Para cada molécula de adrenalina formada, quatro moléculas de Radicais Livres irão ser produzidas e, com isto, aumentam as probabilidades de lesão celular. Além disso, a adrenalina e o cortisol induzem a formação de uma enzima – a Triptofano pirolase – capaz de destruir o Triptofano antes que este atinja a Glândula Pineal. Com isto, nem a Melatonina é fabricada e nem a Serotonina (o que pode gerar compulsão ao hidrato de carbono, com tendência a aumento de peso e depressão). A melatonina é uma substância anti-radical livre, portanto, antioxidante. Ela é capaz de atravessar a barreira hematoencefálica (membrana que protege o cérebro), portanto, capaz de desempenhar funções em nível neuronal. Essa ação é de fundamental importância na proteção dos neurônios contra as lesões dos radicais livres. Destino de outros aminoácidos Aminoácidos Glicogênicos: A degradação dos aminoácidos formam piruvato e intermediários do ciclo do ácido cítrico,sendo portanto, precursores da glicose pela via da gliconeogênese. Aminoácidos Cetogênicos: São degradados a acetil CoA ou Acetoacetato e portanto podem ser convertidos em ácidos graxos ou em corpos cetônicos. Alguns aminoácidos são glicogênicos e cetogênicos. Transaminação dos aminoácidos É o afunilamento dos grupos amino em direção à síntese de glutamato Transaminação consiste na transferência do grupo amino de um aminoácido para o α-cetoglutarato (proveniente do Ciclo de Krebs) por meio da ação de uma enzima transaminase, formando assim, um novo aminoácido e um α-ceto-ácido (como o piruvato). OBS: O glutamato é o principal receptor do grupo amino dos aminoácidos. → Especificidade das aminotransferases quanto a seus substratos Cada aminotransferase é específica paraum ou, no máximo, uns poucos doadores de grupos amino. As aminotransferases são designadas a partir do doador específico do grupo amino, pois o aceptor do grupo amino é quase sempre o alfa-cetoglutarato. As duas mais importantes reações de aminotransferases são catalisadas pela alanina-aminotransferase e pela aspartato- aminotransferase. → Alanina-aminotransferase (ALT). Inicialmente denominada glutamato:piruvato-transaminase (GPT), está presente em muitos tecidos. A enzima catalisa a transferência do grupo amino da alanina para o alfa- cetoglutarato, resultando na formação de piruvato e glutamato. A reação é facilmente reversível. Durante o catabolismo dos aminoácidos, no entanto, essa enzima (como a maioria das aminotransferases) funciona na direção da síntese de glutamato. Desse modo, o glutamato atua, efetivamente, como um "coletor" de nitrogênio a partir da alanina. Vitor Dantas - METABOLISMO → Aspartato-aminotransferase (AST) Inicialmente denominada glutamato:oxalacetato- transaminase ( GOT), é uma exceção à regra de que as aminotransferases afunilam os grupos amino para formar glutamato. Durante o catabolismo dos aminoácidos, a AST transfere grupos amino do glutamato para o oxalacetato, formando aspartato, o qual é utilizado como uma fonte de nitrogênio no ciclo da ureia → Mecanismo de ação das aminotransferases. Todas as aminotransferases requerem a coenzima piridoxal-fosfato a qual está covalentemente ligada ao grupo t:-amino de um resíduo específico de lisina no sítio ativo da enzima. As aminotransferases atuam transferindo o grupo amino de um aminoácido para a porção piridoxal da coenzima, gerando piridoxamina-fosfato. A forma piridoxamina da coenzima reage então com o alfa- cetoácido para formar um aminoácido, ao mesmo tempo regenerando a forma aldeído original da coenzima. → Valor diagnóstico das aminotransferases plasmáticas. As aminotransferases são, normalmente, enzimas intracelulares, de modo que os baixos níveis observados no plasma representam a liberação de conteúdos celulares durante a renovação celular normal. A presença de níveis plasmáticos elevados de aminotransferases indica lesão em células ricas nessas enzimas. Por exemplo, trauma físico ou um processo patológico podem causar lise celular, resultando na liberação de enzimas intracelulares para o sangue. Duas aminotransferases - AST e ALT- são de especial valor diagnóstico quando aparecem no plasma. Obs: Doença hepática. Os níveis plasmáticos de AST e ALT estão elevados em quase todas as doenças hepáticas, mas estão especialmente altos em condições que causam ampla necrose celular, como hepatite virai grave, lesão tóxica e colapso circulatório prolongado. A ALT é mais específica que a AST para doenças hepáticas, mas essa última é mais sensível, pois o fígado contém maiores quantidades de AST. Medidas enzimáticas seriais são freqüentemente úteis para a determinação da evolução do dano hepático. A Figura 19.10 mostra a liberação inicial de ALT no soro após a ingestão de uma toxina hepática. (Nota: Bilirrubina sérica elevada resulta de lesão hepatocelular, que diminui a conjugação hepática e a excreção de bilirrubina) OBS: Doença não-hepática. As aminotransferases podem estar elevadas em doenças não-hepáticas, como infarto do miocárdio e doenças musculares. Essas doenças, no entanto, são em geral clinicamente distintas das doenças hepáticas. → Desaminação do glutamato Em contraste com as reações de transaminação, que transferem grupos amino, a desaminação oxidativa pela glutamato-desidrogenase resulta na liberação do grupo a mino como amônia livre. Essas reações ocorrem principalmente no fígado e no rim. Elas fornecem a- cetoácidos, que podem entrar nas vias centrais do metabolismo energético, e amônia, fonte de nitrogênio na síntese de ureia. → Glutamato-desidrogenase (desaminação oxidativa do glutarato) O glutamato é singular, pelo fato de ser o único aminoácido que sofre rápida desaminação oxidativa - uma reação catalisada pela glutamato-desidrogenase. Portanto, a ação sequencial da transminação (resultando na coleta de grupos amino de outros aminoácidos, que são inseridos no alfa-cetoglutarato, produzindo glutamato) com a subsequente desaminação oxidativa desse glutamato (regenerando o:-cetoglutarato) fornece uma via por meio da qual os grupos amino da maioria dos aminoácidos podem ser liberados como amônia. → Transporte de aminoácidos para o fígado Dois mecanismos são utilizados em humanos para o transporte da amônia dos tecidos periféricos para o fígado, para sua conversão final em uréia. O primeiro, utilizado na maioria dos tecidos, utiliza glutamina-sintetase para combinar amônia com glutamato e formar glutamina (uma forma não tóxica de transporte de amônia). A glutamina é transportada no sangue para o fígado, onde é clivada pela glutaminase para produzir glutamato e amônia livre Obs: Hiperamonemia ocasiona encefalopatia. A presença exagerada de amônia faz com que muito glutamato seja utilizado, o que exige grandes concentrações disponíveis do α- cetoglutarato. Tal fato faz com que o Ciclo de Krebs realize a função de transportar essa amônia, diminuindo assim o rendimento energético mitocondrial, o que representa um estado de emergência para o tecido cerebral, principalmente. Obs: Além disso, o glutamato é um precursor do neurotransmissor inibidor-GABA, que será produzido em grande escala. Isso impede a chegada adequada dos impulsos nervosos ao cérebro, podendo causar o coma. Vitor Dantas - METABOLISMO O segundo mecanismo de transporte, utilizado principalmente pelo músculo, envolve transaminação do piruvato (produto final da glicólise aeróbica) para formar alanina. A alanina é transportada pelo sangue para o fígado, onde é novamente convertida em piruvato por transaminação. No fígado, a via da gliconeogênese pode utilizar o piruvato para sintetizar glicose, a qual pode ir para o sangue e ser utilizada pelo músculo - uma via denominada ciclo da glicose-alanina. Degradação de proteínas e o ciclo da ureia: No organismo, os aminoácidos são utilizados para síntese de proteínas, sínteses de outros compostos nitrogenados e de estruturas celulares. Devido a esta vasta necessidade, seu excesso não é armazenado, mas sim, degradado, sofrendo transaminação com o α-cetoglutarato, formando o glutamato. Este, no fígado, é desaminado oxidativamente, liberando NH3 (o fígado sintetiza ureia a partir dessa amônia e a excreta por meio do ciclo da ureia). A degradação de proteínas leva ao subproduto que são os próprios aminoácidos, bem como a síntese proteica depende de aminoácidos para formar o produto final. As proteínas podem ser sintetizadas tanto a partir de proteínas ingeridas na dieta como por meio da biossíntese. . Como já vimos, os aminoácidos são compostos por um grupo amino e um carboxílico, além de uma cadeia carbônica. Quando eles são degradados, as proteínas liberam o seu grupo amino, que formará amônia, substância tóxica ao organismo. A sua cadeia carbonada vai ser utilizada por várias rotas metabólicas (gliconeogênese, formação de CO2, formação de acetil CoA, corpos cetônicos). No ciclo da ureia, a amônia vai ser convertida em ureia, nas mitocôndrias dos hepatócitos, que consiste em uma substância não-tóxica e excretável (solúvel na água e eliminada pelos rins). Este ciclo foi descoberto em 1932, por Hans Krebs. A produção de ureia é o destino de grande parte da amônia que enviada ao fígado e ocorre quase sempre nele. ↪ Explicar o ciclo da ureia O nosso corpo pode obter aminoácidos através da dieta ou a partir das proteínas do nosso próprio organismo. Como visto anteriormente, o nosso corpo é incapaz de armazenar proteínas, sendo assim, em situações de excesso de aminoácidos eles vão seguir alguns destinos. Dessa forma, os aminoácidos podem ser utilizadospara a produção de compostos não nitrogenados como: glicose, glicogênio e ácidos graxos. Além disso, eles podem ser oxidados para gerar ATP. Entretanto, em ambos os casos será necessário a retirada do grupo amina dos aminoácidos. Sendo assim, o primeiro passo para o catabolismo da maioria dos aminoácidos envolve a remoção do grupo alfa- amino, uma operação bioquímica conduzida por enzimas chamadas aminotransferases ou trasaminases. Essa reação envolve a transferência dos grupos alfa-amino para alfa- cetoglurato produzindo o alfa-cetoácido, análogo ao aminoácido. O ciclo da ureia, que tem como proposito converter o nitrogênio dos aminoácidos em ureia, ocorre no fígado e compreende cinco reações, duas das quais na matriz mitocondrial, enquanto as outras três no citosol. A amônia é muito tóxica e muito solúvel em água, então se nós fossemos urinar amônia nós perderíamos muita água pela urina. → Processo: No fígado, a NH3 liberada pelo glutamato reage com o CO2 e forma o composto Carbamoilfosfato pela aça da enzima CPSI (cabamoil fosfato sintetase I) Essa é a enzima reguladora do ciclo. Essa amônia representa o grupo amino de todos os AA em excesso no organismo, bem como provém ainda da putrefação intestinal (uma das principais fontes de produção de NH3 no organismo). A CSPI é também uma enzima mitocondrial, O carbamoil-P se condensa com a ornitina, havendo a perda de um fosfato, formando a Vitor Dantas - METABOLISMO citrulina, pela ação da enzima mitocondrial ornitina transcarbamoilase A citrulina sai da mitocôndria e, no citoplasma, reage com o aspartato, e por meio do gasto de 2 ATP, forma o composto argininosuccinato através da enzima arginino-succinato sintetase. O arginino-succinato é clivado pela enzima arginino-sucinase, liberando fumarato e arginina. Por fim, a arginina é clivada pela enzima arginase, restaurando a ornitina e liberando a ureia. OBS: Para cada ornitina que entra na mitocôndria, sai uma citrulina, pois apenas as enzimas (1) e (2) são mitocondriais. As demais são citosólicas. Por tanto, para cada molécula de ureia, são excretados 2 moléculas de amônia: uma proveniente da desaminação do glutamato e outra doada pelo AA aspartato. OBS: Para cada molécula de ureia formada, há gasto de 4 moléculas de ATP. OBS13: O ciclo da ureia é uma via tanto mitocondrial quanto citosólica. O fumarato liberado vai fazer parte do ciclo de Krebs, por isso, esses dois ciclos são chamados em conjunto como “Bicicleta de Krebs”. OBS: A reação limitante do ciclo da ureia é a primeira reação, catalisada pela enzima cabamoil fosfato sintetase I, que tem como efetor alostérico o N-acetilglutamato. Uma carência desse composto, inativa a enzima e, consequentemente, todo o restante do ciclo. → Estrutura da ureia A Ureia é um composto orgânico cristalino, incolor, de fórmula CO(NH2)2 (ou CH4N2O), com um ponto de fusão de 132,7 °C. Tóxica, a ureia forma-se principalmente no fígado, sendo filtrada pelos rins e eliminada na urina ou pelo suor, onde é encontrada abundantemente; constitui o principal produto terminal do metabolismo proteico no ser humano e nos demais mamíferos. Em quantidades menores, está presente no sangue, na linfa, nos fluidos serosos, nos excrementos de peixes e de muitos outros animais inferiores. Altamente azotado, o nitrogênio da ureia (que constitui a maior parte do nitrogênio da urina), é proveniente da decomposição das células do corpo e também das proteínas dos alimentos. A ureia também está presente no mofo dos fungos, assim como nas folhas e sementes de numerosos legumes e cereais. É solúvel em água e em álcool, e ligeiramente solúvel em éter A ureia é formada por dois grupos amino (oriundos da amônia que compõe a glutamina e do aspartato) ligadas a um carbono. A ureia, por ser uma molécula bastante solúvel e osmoticamente ativa, é facilmente excretada pelos rins. Regulação do ciclo da ureia A regulação do ciclo da ureia pode ser de forma lenta ou rápida. A regulação lenta acontece em duas situações: com uma dieta de teor de proteína muito alto ou em jejum prolongado. No caso da dieta rica em proteínas, o excesso de aminoácidos são oxidados, dando origem a cetoácidos, e os grupos aminos resultam em um aumento na produção de ureia. No caso do jejum prolongado, a degradação das proteínas dos músculos vão ser intensificadas, já que as cadeias carbônicas desses aminoácidos vão ser utilizadas na neoglicogênese; e a eliminação dos grupos aminos restantes vai aumentar a excreção de ureia. Portanto nas duas situações vai ocorrer um aumento da síntese de enzimas do ciclo da ureia e carbamoilfosfato sintetase. A regulação rápida, também chamada de alostérica, ocorre quando a carbamoilfosfato sintetase é estimulada por N- acetilglutamato, que é um composto produzido a partir de glutamato e acetil-CoA. Esta reação é catalisada pela Nacetilglutamato sintase, que é ativada por arginina (que é um intermediário do ciclo da ureia). Portanto se a produção de ureia não conseguir eliminar toda a amônia produzida pela oxidação de aminoácidos, vai haver o acúmulo de arginina. O seu acúmulo vai provocar um aumento da concentração de N-acetilglutamato. O N-acetilglutamato então vai estimular a carbamoilfosfato sintetase, essa enzima vai fornecer um dos substrato do ciclo da ureia. Assim a arginina vai adequar a velocidade de formação de amônia à sua conversão em ureia. FONTES: Fisiologia de Guyton e Hall Bioquímica Clínica de Wagner de Jesus Pinto Bioquímica Básica de Anitta Marzocco Bioquímica de Stryler
Compartilhar