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Crise da Idade Média na Europa Ocidental

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- -1
HISTÓRIA DA IDADE MÉDIA OCIDENTAL
'CRISE' DA IDADE MÉDIA
- -2
Olá!
Ao final desta aula, o aluno será capaz de:
1. Conhecer a historiografia que trata do fim da Idade Média;
2. aprender que a fome, a peste e a guerra trazem um quadro problemático a qualquer sociedade e não só a
medieval;
3. compreender que a peste tem dois fatores em um – a doença e o medo.
Quando falamos em histografia, não necessariamente falamos de todo o conteúdo feito. Falamos muito mais do
que o conteúdo das linhas dos grupos. Linhas é o olhar sobre a Idade Média pensada, muito mais no fim da Idade
Média, nas relações do poder, nas discussões presentes no fim da Idade Média. Não é só o "têm", as linhas são
completas, a produção historiográfica também será conhecida pelo mundo em que se vive.
Alguns autores são um exemplo dessa colocação, o posicionamento que se tem sobre determinado assunto
também o direciona para uma linha histográfica. O marco didático que se chama da Idade Média está chegando
ao fim.
Marco didático é uma divisão da linha do tempo em que se usam determinados marcos para fazer uma separação
desses períodos.
Esse marcos não são verdadeiros, eles são criados, aceitos, são conjunções, são propostas, ou seja, são
inventados. Eles estão necessariamente atrelados nos momentos políticos em que foram propostos.
O movimento Iluminista do século XVIII e o Racionalista do século XIX são o que constrói a posição didática na
qual temos uma idade antiga, a medieval, a moderna e uma contemporânea. Quando fizeram isso tinham o
objetivo de afirmar que o homem, entre a criação da escrita e todo o período da antiguidade, cresceu, evolui,
transformou.
Durante a Idade Média o homem se afundou, ou no mínimo, se estabilizou, não progrediu, não pensou, não criou.
Não são mil anos em espaços muitos diferentes. A leitura é de quem olha para trás. No final do Século XIX ocorre
a crise da razão porque o homem volta a discutir, a pensar.
A leitura do nosso tempo, e de qualquer tempo, não é correta e nem automática. Não interessa os marcos, temos
que pensar em períodos de transição, porque o período de transição marca uma das coisas que é fundamental na
concepção de história: todo e qualquer período é transformado em continuidades e rupturas.
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Quando falamos em transição, não falamos em todo o mundo medieval, para todo o mundo moderno recortamos.
Falamos no período da Europa medieval, Ocidente e, dentro dessa proposição ocidental, observamos elementos
que vão quebrar elementos que se perpetuarão a partir dessa transformação, que entendíamos como mundo
medieval e o que didaticamente entendemos como mundo moderno.
Huizinga é o autor do livro "Outono da Idade Média". Nesse livro ele demonstra como os séculos XIV e XV são
indicativos e podem ser caracterizados como séculos que vão representar a grande crise e desestruturação da
Idade Média, são os séculos que serão marcados como períodos, como uma forma em que a Idade Média fica
definitivamente "para morrer".
Como não podemos acreditar em um período que rompa completamente com nada, surge na década de 80 uma
obra chamada de "Outono da Idade da Média ou Primavera dos Tempos modernos" de Philip Wolf, que rediscute
e tem tentado observar quantos elementos de modernidade ou como os séculos XIV e XV podem ser observados
como fundamentos de um período posterior.
O problema dessas duas obras é que não analisam os elementos do futuro, de continuidades, só observam as
culturas. O segundo inverte, olha para o outro lado, procurando elementos de modernidades presentes naquele
espaço, são duas linhas historiográficas diferentes.
Le Goff propõe que a Idade Média vai até a Revolução Francesa e, anos depois, diz que vai até a Revolução Russa,
porque ainda que se entenda que elementos foram rompidos na Europa Ocidental, a organização Russa e da
Europa Ocidental ainda seriam claramente medieval. O que ele quer sinalizar é que existem continuidades,
elementos que se perpetuam e muitas vezes não são vistos.
A nomeação de quando começa uma e acaba outra é uma questão menor, devemos perceber que temos uma
transição de vários elementos entre o século XIV ao XVI e isso é muito mais rico. Vivemos em uma sociedade com
continuidades e rupturas e essas são mais longas do que muitas vezes pensamos.
A ideia de revolução de homem para homem ainda está presente. Nada muda ou morre de uma hora para outra,
cada momento é específico e tem suas especialidades.
É muito mais lógico não buscar nem o outono nem a primavera que é proposta de Le Goff, ele fala em raízes
medievais da Europa. Raízes é origem, organização, a lógica base de uma série de relações pessoais, políticas,
sociais.
O questionamento deve ser outro. O século XIV e XV é normalmente observado com o trinômio: peste -guerra -
fome. A fome, a peste e a guerra sozinhas não explicam o século XV. Temos a fome, a peste e a guerra, mas isso
não é um problema só da Idade Média: mudam-se as organizações sociais e as práticas, mas elas continuam
existindo.
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Precisamos entender cada prática dentro da sua sociedade e isso é o papel do historiador. Normalmente é usado
marcos no fim da Idade Média, com o surgimento de uma nova classe, a burguesia e um novo governo, o estado
moderno.
A peste surge da forma como aconteceu porque houve um crescimento do comércio, de maneira singular,
inclusive com produtos da Linha, onde se tem o primeiro marco de organização da peste. Temos o
estabelecimento nas cidades, com mais gente circulando, mais trocas.
A burguesia não é grupo que surge na modernidade, ela está dentro de uma transição, de uma sociedade de
transição. Esses elementos não acabam com a Idade Média, mas ajudam a transformar uma transição que já
existia, é um processo, um longo arco.
Os governos, chamados de antigos regimes, se formam através de relações presentes da Idade Média. As guerras
estão presentes, vão ser impactantes no século XIV, mas precisamos entendê-las dentro de uma construção, de
uma reorganização, de uma ação de características governamentais, socioculturais.
É impossível qualquer relação humana criada não evoluir, as pessoas mudam e as informações mudam a forma
de pensar e de agir constantemente. Qual é processo da fome na Europa, no século XVI e porque ela chama tanto
a atenção se temos outros quadros de fome importantes?
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No século XVIII, quando da Revolução francesa, ocorre uma mudança climática muito interessante e sobre a qual
muitos afirmam que o número de revoltas camponesas se deu por conta desse momento climático.
Em uma ilha da Islândia teve um vulcão em erupção, e as mudanças geradas ocasionaram uma sequência de
cinco invernos rigorosos, sem comida, sem produção, busca-se alternativas complexas diante do quadro social.
Se há dinheiro, vai-se atrás da comida, sem dinheiro, ocorrem saques.
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No século XIV não se sabe o que aconteceu, mas entre 1315 e 1322 acreditam-se que ocorreu um fenômeno
climático típico, o El Nino que conhecemos hoje. Os centros da igreja e os laicos já faziam censo de producão
nesse momento, quando foram ver a produção de alimentos cai até 60% nesse período.
Muitas pessoas migraram para a cidade. Com mais pessoas, menos produção, mais gente se apoia na igreja,
começa a ocorrer um fenômeno chamado de Carestia, que é a elevação dos preços a ponto de não se poder
comprá-los; há grupos e mais grupos dependendo da assistência da igreja, com isso, determinados grupos
tendem a aparecer mais ricos e a pobreza fica mais gritante.
Aqueles que conseguem uma produção maior e têm as relações de poder, os espaços garantidos, com o preço
subindo, conseguiam vender pelo preço que quisessem. A fome não é necessariamente algo novo, mas ela é um
impulso para disputas, batalhas e revoltas.
O senhor que garante boas produções, que tem os seus servos bem organizados, não vai enfrentar revoltas
camponesas. Um senhor sem condições, que cobra mais dos camponeses, se apossa de mais produtos tentando
lucrar naquele momentoem que o quadro de fome é grave e a crise é forte, vai ser um estimulador de revoltas
camponesas.
Na cidade, o quadro de pobreza estabelecido, grupos heréticos pregando a ideia de um novo governo, de uma
nova forma, fica mais fácil para as revoltas urbanas. Isso não é novo, quando falamos em Assis recordamos uma
revolta na cidade de Assis no século XIII, da qual o próprio Francisco tenha participado. O que notamos no século
XIV, mais do que o aumento das guerras do mediano, temos um redirecionamento das guerras, o que é muito
diferente.
Antes, as guerras tinham uma revolução local e em estruturas locais se digladiavam. Aqui não encontramos os
equipamentos de hoje, a guerra é corpo a corpo, tende a ganhar a guerra aquele que tem o maior exército,
dependendo das estratégias, um exército menor pode até vencer, mas isso não é a regra.
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Quando as guerras vão se sofisticando e os cavaleiros começam a aumentar as suas disputas, começamos a ter o
que Le Goff chama de o aumento do sentimento nacional, temos a figura do monarca, que nunca desapareceu,
mas é o senhor feudal, o senhor de grandes propriedades de terras, mais do que qualquer outro elemento dentro
dessa sociedade, é que passa a ser o convocador dessas guerras, e é óbvio para ele fazer essa convocação de
guerra ou conseguir que um grande número o siga, necessariamente, ele precisa ter legitimidade nesse
juramento.
A afirmação medieval permanece, só que ganha uma nova roupagem: é uma fidelidade àquele que representa a
centralidade do governo.
As maiores guerras ou a mudança que temos no século XIV são uma redução das guerras de características locais
e um aumento das guerras de características de grupo de países, de reinos. São essas disputas de alianças que
verificamos, no estabelecimento das guerras, muito mais do que disputas feudais, do que disputas relacionadas
nos livros, muito mais do que cruzadas saindo no Léo, temos disputas de poder por motivos maiores.
São essas alianças que vão começar a marcar de forma clara o século XIV. A aliança de vários grupos começa a
vender a ideia de unidade, porque a identificação que marca cada um é comum, como o discurso da igreja
legitimando.
Temos um discurso forte culturalmente, na sociedade, que cada vez mais vai dar de alguma forma uma
integração a ela. No campo com estruturas campestres isso é possível, o próprio argumento não sustentaria.
Na cidade esses embates, essas disputas ganham outro sentido. Perder um território é uma coisa, perder uma
cidade pode representar uma derrota muito maior, porque a monarquia se sustenta da cobrança de impostos e
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dos dividendos que conseguem; o que na cidade são monetarizações, no campo não são e os benefícios são
pequenos.
O que temos no século XIV é uma mudança, não do fato da existência da guerra e uma mudança da sua estrutura
da guerra. É a mesma mudança que vai dar sentido para depois se pensar em Estados Nacionais e é a mesma
mudança que está de um lado e está do outro que nos ajuda a pensar em um período de transição, continuidades
e rupturas.
Se começa a guerra com um aporte maior, tem-se a chance de um combate e passa-se a ter mais gente
trabalhando para a guerra. Se antes partiam para a guerra com a espada e o escudo, passa-se a ter a chance de
treinamento e de novos materiais.
Uma cidade com mais intelectuais, com grupos produzindo e que começa a idealizar a mulher (que para os
clérigos aparecia como bruxa), vai ser pensada como uma donzela, claro, sempre com muito cuidado. Quando
falamos da guerra, começamos a ter os profissionais da guerra. Eles serão guerreiros profissionais.
Eles sempre existiram antes, mas estavam atrelados a uma disputa local, a uma referência do grupo, Bizâncio
usava muito. Aqui, falamos de um grupo profissional contratado, ele vive da disputa de guerras. Não tem
nacionalidade, não tem senhor, não tem juramento de fidelidade, um mercenário.
No século XIV, fica enfraquecida a ideia de o nobre contribuir financeiramente com esses profissionais.
O enriquecimento está ligado à estrutura comercial, o nobre utiliza suas forças de maneira concentrada,
conforme vai crescendo a figura da monarquia, ele prefere deixar o seu grupo à disposição do monarca, de
maneira de constante na disputa, até porque o monarca pode usar esse grupo de diversas formas. A mais clássica
é a cobrança de impostos. Quem faz a cobrança é aquele militar que está dentro das relações feudais, mas que
estão cumprindo de maneira constante os serviços ao rei.
Nesse momento apareceram elementos, sentimentos, práticas entre determinados grupos que lutam em nome
da Inglaterra, da França, e isso acontece em vários espaços europeus. Existem nomes que se tornam mitos
dentro dessa construção de nacionalidade.
Mais até do que a valorização da guerra, ela se torna, por conta do século XIV, o grande mito da Idade Média; essa
é a idade da guerra. É o homem relacionado às armas que constrói o mito, ele é que traz a ideia de que não temos
algo muito novo. Os homens e as suas interpretações tendem a ser próximos, mas não necessariamente
circulares.
É claro que temos alianças, isso faz parte da relação do poder, nesse sentido, ele é recorrente, independente de
ciclo ele está sempre voltando. As guerras tendem a acontecer, o problema é que buscamos tantas semelhanças
que não observamos o momento e os detalhes de cada lugar.
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Doença não é novidade e ela prova que a questão dos ciclos epidêmicos é pior do que a própria doença, pois a
epidemia é sinal que tem um grupo inteiro contaminado. Há o problema, o efeito dos comentários que exagera.
Muitas pessoas entendem como o fim dom mundo e que não há mais nada a fazer.
Uma série de obras incentiva à entrega ao prazer ou grupos criam espaços fechados de oração, esperando a
morte, porque aquilo é o Juízo. Existem relatos de suicídios coletivos. O medo vira a estrutura colada à própria
peste: a peste mata, mas o medo mata mais. A iconografia se usa disso. As imagens começam a ser construídas na
época, com o medo.
Esse medo, associado à guerra da estrutura nacional, acaba obviamente matando muito mais, traz uma
sofisticação das perseguições e a heresia traz o medo.
A peste, com a consolidação das cidades, se dá quando surge maior troca de comércio. Com essa troca, em
especial nos navios que chegam, vem também a peste, que é muito mais forte nas cidades litorâneas e mais
fracas nas cidades do interior. A cidade é mais populosa que o campo e por isso ocorre à disseminação da
doença. A peste é filha da cidade.
Esse quadro apresenta as revoltas urbanas e camponesas. Por todo o conjunto, muitas vezes existem cidades que
vão se opor ao governo da própria cidade. No campo, trabalhadores e outros grupos e se opõem à dominação dos
senhores feudais. Quadros diferentes possibilitam essas revoltas.
A representação da Igreja começa a ser uma grande disputa.
No século XIV, temos um pequeno cisma no século XIV.
Cisma é uma cisão, uma briga de dois grupos.
O Cisma do Ocidente é a grande divisão do Ocidental. Temos dois papas, um em Roma, protegido pela Inglaterra,
pelas cidades italianas e pelo Sacro Império.
A Inglaterra apoia o papa de Roma, porque ela não apoiaria a França. A Escócia apoia o da França, para não
apoiar o da Inglaterra.
A partir do momento em 1417, quando Gregório reassume um concílio que acaba com a briga, estabelece um
papado em Roma, mas as disputas não acabam.
A Bíblia diz que o papado ficou aprisionado pelo reino francês durante esse período, no novo cativeiro da
Babilônia ou Avingnon - usa-se um termo bíblico para explicar o
domínio de determinado grupo naquele momento.
A Igreja continua associada às relações políticas presentes naquele momento. Quando Urbano IV e Clemente VII
se proclamam papas, o primeiro em Roma e o segundo em Avingnon, marcam-se o quadro de transformação no
século XIV, que termina no século XV. A partir disso várias mudanças são estabelecidas. Novos intelectuais que
defendem, não um posicionamento da Igrejaou a heresia, mas que não se devia seguir nenhuma Igreja, surgem.
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Temos a presença da prensa mecânica para a difusão de certos materiais. Temos uma transformação econômica,
as trocas mundiais vão se ampliando, novos caminhos vão sendo buscados, a economia se sofistica. A Europa
começa a negociar da Rússia até a África e Ásia.
Para entender melhor:
Iconografia
Sua sociedade tem ícones, figuras, práticas, elementos que, de imediato, ao serem
observadas sua presença, um núcleo de ideias e práticas vem à sua cabeça. Hoje, isso (a
iconografia) inclusive virou profissão, mas não é algo novo, e podemos vê-la analisando
um pouco de iconografia medieval.
Aiconografia
medieval
O diabo é um bom exemplo de como se manifestam a organização tardia medieval. Se
por um lado ele fora transformado no grande
inimigo, por outro ete atua como a destra vingadora de ueus, e na verdade seria
vencendo o mal, representado pelas figuras diabólicas, que o homem alcançaria a Deus.
A iconografia medieval
Vemos duas leituras diversas da figura diabólica. Clique nas figuras.
Representação de escudos de cruzados nas mãos dos anjos, suas lanças vencendo a representação diabólica dos
dragões. Dragões são apresentados como as bestas que virão no Apocalipse, certamente o livro mais lido e mais
reconhecido durante a Idade Média.
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O diabo tenta as mulheres com a educação, com os livros, em uma crítica poderosa ao intelectualismo e ao papel
que elas vêm assumindo.
Lembremos que no espaço Baixo Medieval as batalhas ganham sofisticações muito importantes, com armaduras,
armas, táticas, e o guerreiro passa a ter uma prática própria, reconhecida. Os exércitos passam por um processo
de profissionalização.
A Evolução da cidade medieval pode ser pensada de maneira bem interessante na transformação da sociedade,
observe: imagem 1, as vilas do século X; ao lado, as cidade fortificadas do século XII. São imagens que
reproduzem as cidades dos séculos XIV e XV, funcionais, cheias e marcadas pelas disputas.
Dança macabra, o medo da peste! Observe as trombetas e nas foices: a morte se faz presente.
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Figura 1 - O Médico durante a Peste Negra: O Trajeto da Peste
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Figura 2 - Veja o mapa político da Europa no século XV.
Saiba mais
Saiba mais sobre o assunto
Clique para ver os artigos:
OLIVEIRA, Flávio Rodrigues de. : umaUma Leitura do século XIV por meio da Literatura
análise da primeira novela da primeira jornada da obra O Decameron de Boccaccio. Disponível
em: <http: / /www.cih.uem.br/anais/2011 /trabalhos/214. pdf>.
LORENZO, Ángel Vaca. . Disponível em: <http: / /gredos. usal. esLa peste negra en Castilla
/jspui / bitstream / 10366 /69645 /1 /La_Peste_Negra_en_Casti lla_ Aportacion_al.pdf>.
FERNANDES, Raúl Cesar Gouveia. . Disponível em:Amor e Cortesia na Literatura Medieval
<http://www.hottopos.com/notand7/raul.htm>.
A violência da cavalaria medieval e o processo civilizador dos oratores - Ricardo da Costa.
Disponível em: <http: / /www.ufes.brippghis/dimensoes/artigos
/Dimensoes13_RicardodaCosta.pdf>.
E também temos o arquivo do Google Books:
Joana D'Arc - Michelet. Disponível em: <http: / / books. google.com . br/ books?hl=pt-
BREtlr=8cid=1 d9v6PjCbdQCEtoi=fnd Etpg=PA2Etdq=Joana+d%27arcEtots=zL3bi
DQtgqEtsig=qtJg_qcYKP4PZILONZ8LYjJrpKM#v=onepageaqEtf=false>.
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O século XIV também é marcado pela peste, que chega com os navios de mercadores. A doença faz um estrago
maior na cidade do que no campo e, ao fugirem dela, as pessoas vão para outra cidade e a levam. Nesse
momento, a igreja se torna a grande médica.
Existe uma rota comercial desde o Extremo Oriente até a Europa. Os navios que circulavam pelo Oriente já
tinham toda uma estrutura comercial que a Europa não conhecia, mas os produtos chegavam à Europa pelo
Oriente, sendo distribuídos por duas rotas, uma terrestre, que passa por Constantinopla, e uma marítima, que
saía de Damasco e outros reinos cristãos nessa região, se espalhavam pela Europa.
Os principais centros de chegada de mercadorias eram os locais com enorme foco nos principais entrepostos. Em
Damasco, Constantinopla, Veneza, França, parte da Inglaterra, parte da Cisandina e nas rotas para Castela, a
peste se espalhou com muita violência, 1 /3 da população européia morreu. Nas demais regiões teve peste, mas a
população, as relações e as rotas comerciais eram menores.
Ela aprece em 1333 e estoura em Damasco em 1347. O efeito é cíclico, ela detona uma região e desaparece,
aparece em outra região e faz a mesma coisa. A peste se torna uma presença e no discurso ela é castigo, o
apocalipse.
Saiba mais
Saiba mais sobre o assunto
Clique para ver os artigos:
OLIVEIRA, Flávio Rodrigues de. : umaUma Leitura do século XIV por meio da Literatura
análise da primeira novela da primeira jornada da obra O Decameron de Boccaccio. Disponível
em: <http: / /www.cih.uem.br/anais/2011 /trabalhos/214. pdf>.
LORENZO, Ángel Vaca. . Disponível em: <http: / /gredos. usal. esLa peste negra en Castilla
/jspui / bitstream / 10366 /69645 /1 /La_Peste_Negra_en_Casti lla_ Aportacion_al.pdf>.
FERNANDES, Raúl Cesar Gouveia. . Disponível em:Amor e Cortesia na Literatura Medieval
<http://www.hottopos.com/notand7/raul.htm>.
A violência da cavalaria medieval e o processo civilizador dos oratores - Ricardo da Costa.
Disponível em: <http: / /www.ufes.brippghis/dimensoes/artigos
/Dimensoes13_RicardodaCosta.pdf>.
E também temos o arquivo do Google Books:
Joana D'Arc - Michelet. Disponível em: <http: / / books. google.com . br/ books?hl=pt-
BREtlr=8cid=1 d9v6PjCbdQCEtoi=fnd Etpg=PA2Etdq=Joana+d%27arcEtots=zL3bi
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O que vem na próxima aula
Você finalizou esta matéria;
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Compreendeu que existem muitas formas de estudar um mesmo objeto;
• analisou a arte medieval, desconstruindo preconceitos e viu como ela esteve imersa nas relações de 
poder;
• conheceu a historiografia que trata do fim da Idade Média;
• aprendeu que a fome, a peste e a guerra trazem um quadro problemático a qualquer sociedade e não só 
a medieval;
• entendeu que a peste tem dois fatores em um – a doença e o medo.
•
•
•
•
•
	Olá!
	
	O que vem na próxima aula
	CONCLUSÃO

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