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PLAQUETOPENIA As plaquetopatias apresentam- se de duas formas: ➢ Doenças plaquetárias quantitativas (baixas contagens plaquetárias) ➢ Doenças plaquetárias qualitativas (defeitos no funcionamento das plaquetas). Doenças plaquetárias quantitativas Pode ser atribuída a um destes três mecanismos amplos que a desenvolvem: 1) Destruição excessiva 2) Produção diminuída 3) Sequestro esplênico Trombocitopenia por destruição aumentada: ✓ Púrpura trombocitopênica imune (PTI) ✓ Púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) ✓ Síndrome hemolítica- urêmica (SHU) Classificação da plaquetopenia Contagem de plaquetas menor que 150.000/mm3, podendo ser classificada em: ✓ Leve (>70.000) ✓ Moderada (entre 20 e 70.000) ✓ Grave (< 20.000) Tempo de instalação plaquetopenia ✓ Recém- diagnosticada (0 a 3 meses de instalação) ✓ Persistente (3 a 12 meses) ✓ Crônica (> 12 meses) _________________________________________________ PÚRPURA TROMBOCITOPENICA IMUNE Definição Doença autoimune em que há formação de auto anticorpos contra as plaquetas, capazes de diminuir a vida média habitual de 7 a 10 dias, em horas. Epidemiologia É uma condição relativamente comum, acometendo todas as idades, com uma incidência estimada de 2 a 10 casos a cada 100.000 habitantes por ano e aumento da incidência com o passar dos anos. Etiologia A TPI ocorrer de forma espontânea, sem causa identificável (PTI primária), ou de forma secundária a outras condições: ✓ leucemia linfocítica crônica (LLC) ✓ lúpus eritematoso sistêmico ✓ síndrome do anticorpo antifosfolípide (SAAF) ✓ infecções (H. pylori, HIV, HCV, HBV, CMV) ✓ Vacinação ✓ Imunodeficiências primárias. Classificação ➢ Forma infantil (aguda) Em crianças, a PTI que se predomina é a aguda” (dura < 6 meses). Se resolve espontaneamente em cerca de 70-80% dos casos. Seu pico de incidência fica entre 1- 4 anos de idade, e ambos os sexos são afetados na mesma proporção. Causas: Em até 65% dos casos de PTI infantil a trombocitopenia ocorre 1- 4 semanas após uma infecção viral respiratória ou exantemática e após vacinação. ✓ Sarampo ✓ Caxumba ✓ Rubéola ➢ Forma adulta (Crônica) É uma doença relativamente comum que afeta mais o sexo feminino (relação 3:1), na faixa etária dos 20- 40 anos. Tem início insidioso, com história de sintomas hemorrágicos de gravidade variável. Em geral não há antecedentes de infecção, sem esplenomegalia (10% dos casos pode haver uma “pontinha” de baço palpável). A forma crônica é marcada por um curso flutuante: os episódios de sangramento podem durar de dias a semanas e têm caráter intermitente ou cíclico. Fisiopatologia Há produção de autoanticorpos IgG produzidos por linfócitos B dirigidos contra os complexos GPIIb- IIIa, GPIb- IX e GPIa/IIa → o que leva à opsonização das plaquetas → são fagocitadas por macrófagos no baço. Esse aumento do consumo periférico de plaquetas estimula a proliferação medular de megacariócitos → hiperplasia megacariocítica na medula óssea. O aumento do número de megacariócitos não se traduz em maior produção de plaquetas → porque a sensibilização e destruição dos megacariócitos também → têm os mesmos antígenos de membrana. Assim, o paciente tem um aumento da destruição periférica de plaquetas e comprometimento da trombocitopoiese, culminando em trombocitopenia. Quadro Clínico As manifestações clínicas ocorrem com contagem plaquetária inferior a 30 mil/mm3, sendo mais evidentes e graves, níveis inferiores a 10 mil plaquetas/mm3, ou quando há uma redução abrupta da plaquetometria. A manifestação clínica é de um distúrbio da hemostasia primária, destacando a presença de: ✓ Petéquias (em MMII) ✓ Epistaxe ✓ Gengivorragia ✓ Menorragia ✓ Pessoas idosas → sangramentos mais graves (digestivo ou urinário) ✓ Hemorragia intracraniana é rara. Na PTI não há evidência de outros sinais e sintomas de acometimento sistêmico. Laboratório Hemograma → A contagem plaquetária pode alcançar valores abaixo de 10.000/mm3 → Podem ter macroplaquetas circulantes, sem qualquer outra evidência de alteração no hemograma (anemia e leucopenia). Análise do sangue periférico → para descartar pseudoplaquetopenia e presença de células anômalas (leucemia) e de esquizócitos (sinal de microangiopatia). Mielograma → evidenciam-se linhagens celulares normais, podendo haver aumento do número de megacariócitos imaturos → demonstrando eritropoese acelerada e resposta medular elevada → ou diminuídos, nos casos em que os megacariócitos também são afetados. Detecção de anticorpos → Poderiamos pensar em detectar os autoanticorpos plaquetários, o problema é que os exames atuais possuem alta especificidade, mas baixa sensibilidade → alta taxa de falso-positivo. Diagnóstico A PTI é um diagnóstico de exclusão!!!! Diante de um quadro de trombocitopenia isolada, devemos buscar sinais clínicos e laboratoriais que indiquem outra causa da plaquetopenia. Os exames básicos recomendados quando temos uma suspeita de PTI são: ✓ Plaquetometria em tubo de citrato: afastar a pseudoplaquetopenia, quando há formação de grumos plaquetários em exames colhidos em tubos de EDTA. ✓ Esfregaço de sangue periférico: confirmar a plaquetopenia e afastar achados que indiquem outras doenças (leucemias, microangiopatias). ✓ Sorologias para HIV, HBV e HCV: vírus associados a plaquetopenia. ✓ Detecção de H. pylori. ✓ Dosagem de imunoglobulinas: afastar imunodeficiências primárias. Obs: O mielograma ou a biópsia de medula não servem pra suspeita de TPI, porque qualquer condição em que há maior estímulo à produção de plaquetas poderá levar à hiperplasia megacariocítica. Ele serve para afastar anemia aplásica, leucemias ou doenças mieloproliferativas. Tratamento O início da terapia está indicado apenas em 3 situações: 1. Nível plaquetário abaixo de 30.000/ mm3 2. Sangramento ativo 3. Previsão de intervenção cirúrgica. Outras situações podem ser levadas em conta, objetivando plaquetometria maior: ✓ Risco de trauma do paciente (idosos ou aqueles que exercem atividade de risco) ✓ Uso de medicamentos anti coagulantes ou anti agregantes ✓ Presença de comorbidades. Corticoide: Reduz a afinidade dos macrófagos com as plaquetas marcadas por anti corpos e a longo prazo, diminuir a produção de anti corpos. Há 3 opções de administração do corticoide: ✓ Prednisona, na dose de 1mg/kg de peso por dia, pelo mínimo de 4 semanas ou 7 a 10 dias. ✓ Pulsos com dexametasona, 40mg/dia, por 4 dias a cada 14 a 28 dias, repetidos em 4 ciclos. ✓ Pulso com metilprednisolona na dose de 30mg/kg/dia, respeitando a dose máxima de 1g/dia, por 3 dias, seguido da prednisona na dose já descrita. Após o início da corticoterapia, a contagem de plaquetas pode levar até 4 semanas para se elevar. Imunoglobulina IV Indicado para pacientes com: ✓ Sangramento ativo ✓ Pré- operatório (para a esplenectomia) ✓ Gestantes, no preparo para o parto. Mecanismo: Há rápida elevação dos níveis plaquetários e redução precoce dos sangramentos. Atua no bloqueio dos receptores Fc dos macrófagos e na diminuição da captação de plaquetas recobertas por anti corpos. Posologia: 1 dose de 400mg/kg de peso ao dia, por 3 a 5 dias ou 1g/kg/dia por 2 dias. Espera-se resposta laboratorial em 1 a 5 dias. Rituximabe (anti-CD20) É um anti corpo monoclonal anti- CD20, responsável pela supressão de linfócitos B e, portanto, da síntese de anti- corpos. Fármacos imunossupressores Vincristina, ciclofosfamida, azatioprina, micofenolato de mofetil ou ciclosporina, isoladamente ou em combinação. Agonistas da trompoetina Romiplostim (subcuta ̂neo) e eltrombopag (oral). São agonistasnão peptídicos do receptor de trombopoetina → Eles estimulam a trombopoese e são indicados para pacientes com contraindicação ou refratários a corticoides. Esplenectomia Indicada para casos refratários e que não há resposta à prednisona. Deve- se aguardar pelo menos 6 ou 12 meses para indicar este procedimento, tendo em vista a chance de remissão espontânea neste período. PTI crônica refrataria O danazol, supressor de LH/FSH, parece atuar através da redução de receptores Fc em macrófagos esplênicos. Posologia: É utilizado inicialmente na dose de 200 mg, VO, 2 vezes/dia. Tratamento de emergência Quando a presença de sangramento intracraniano ou mucoso (digestivo, geniturinário ou respiratório) com instabilidade hemodinâmica ou respiratória, em pacientes com PTI. Metilprednisolona Crianças e adolescentes: 15 mg/kg a 30 mg/kg durante três dias Metilprednisolona Adultos: 1 g/dia por três dias Imunoglobulina humana intravenosa: 0,8 g/kg a 1 g/kg por um a dois dias (repete-se a dose no segundo dia caso a contagem de plaquetas permaneça abaixo de 50.000/mm3). _________________________________________________ PÚPURA TROMBOCITOPENICA TROMBÓTICA Definição É uma microangiopatia trombótica disseminada → caracterizada pela oclusão difusa de microcirculação por microtrombos plaquetários → causam anemia hemolítica microangiopática, podendo resultar em isquemia de SNC e IRA, e alta chance de mortalidade se não tratada rapidamente. Epidemiologia O pico de incidência ocorre entre 30 e 50 anos de idade, e parece afetar mais os afro- descendentes e as mulheres, numa razão de aproximadamente 3:1. Etiologia A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) ocorre nas formas hereditária e adquirida. PTT hereditária A forma congênita, também conhecida como Síndrome de Upshaw-Schulman, é rara e pode-se manifestar em qualquer idade. Deficiência da ADAMTS13 é decorrente de mutações no gene da ADAMTS13, situado no braço longo do cromossomo 9 (9q34). Obs: Quando o primeiro episódio de PTT acomete o indivíduo na fase adulta, torna-se difícil a distinção entre essa forma e a forma adquirida da doença. PTT adquirida Pode ser definida como idiopática quando a anemia hemolítica microangiopática e a trombocitopenia ou secundária, aquelas que ocorrem na ausência de uma etiologia alternativa: Ex: hemólise autoimune, coagulação intravascular disseminada, câncer, eclâmpsia, drogas (como inibidores da calcineurina), transplante de células- tronco hematopoéticas ou hipertensão maligna. Na maioria dos casos de PPT idiopática, encontra-se uma diminuição da atividade da ADAMTS13, enquanto na PTT secundária raramente isso acontece. Fisiopatologia Deficiência ou inibição da metaloproteinase (ADAMTS13): Os polímeros do FVW (secretados pelos corpúsculos de Weibel-Palade) → são clivados pela protease ao ingressarem na microcirculação → tornando- se multímeros progressivamente menores. Na ausência da ADAMTS13 a proteólise dos multímeros e polímeros não ocorre → extensas moléculas de FVW, ao passarem pela microcirculação → são expostas à tensão de cisalhamento, são 13 “desdobradas” e transformadas em formas alongadas e ativas → predispondo à agregação plaquetária e trombose (isquemia). As hemácias, ao tentar vencer o trombo plaquetário, chocam- se, o que resulta em hemólise (anemia hemolítica microangiopática) e formação dos esquizócitos. Quadro Clínico Pêntade: trombocitopenia, anemia hemolítica microangiopática (sinais de hemólise + esquizócitos), febre, disfunções neurológica e renal. Ordem de aparecimento dos sintomas Púrpura → sendo a trombocitopenia comumente inferior a 20.000 plaquetas/μL em razão do consumo na formação dos trombos. Anemia → moderada a grave. Febre → sempre presente, em algum momento. Disfunção neurológica tipicamente transitórios e flutuantes → síndromes confusionais, alterações do campo visual, parestesias e paresias, afasia, disartria, síncope, vertigens, ataxia, paralisias centrais, convulsões e alterações do estado de consciência. Aumento de DHL → indicando hemólise e lesão pela isquemia tecidual. IRA → pode cursar com hematúria e proteinúria, comumente ligeira e transitória e raramente torna- se crônica. Presença de esquizócitos → >1% do total de glóbulos vermelhos, resultado da fragmentação mecânica. Diagnóstico O diagnóstico da PTT é clínico/ laboratorial!!! Trombocitopenia < 100.000 mm³ Anemia hemolítica microangiopática ✓ Anemia normo/ normo ✓ Aumento de Reticulócitos ✓ Presença de esquizócitos DHL (desidrogenase láctica) elevado (origina-se das células teciduais isque ̂micas ou necróticas) Bilirrubina indieta elevada Outros: Febre, Disfunções neurológica e IRA. Obs: A dosagem da metaloprotease ADAMTS 13 é de difícil realização, e ainda não há a padronização dos seus resultados. Diagnóstico diferencial Fazem parte do diagnóstico diferencial da PTT todas as causas de microangiopatia: SHU, síndrome HELLP, vasculites e coagulação intravascular disseminada. Tratamento Plasmaferese A Plasmaferese deve ser realizada retirando-se diariamente todo o plasma do paciente (cerca de 40 a 60mL/kg ou uma volemia plasmática em cada sessão), trocando- o por unidades de plasma fresco congelado. Objetivo: Remover multímeros do fvW de alto peso, dos fatores pró- agregantes e de imunocomplexos circulantes. Posologia: Realização de plasmaférese diária, com o processamento de 1 a 1,5 volemia plasmática, até alguns dias depois do controle da doença. Obs: A sugestão da Sociedade Americana de Aférese é que a plasmaférese seja realizada até que a contagem plaquetária atinja níveis superiores a 150.000/µL e haja o restabelecimento de valores normais de DHL por 2 a 3 dias consecutivos. Corticoides Doses imunossupressoras em conjunto com a plasmaferese. Objetivo: Reduzir a formação de anticorpos patogênicos, como o anti- ADAMST 13. Posologia: Prednisona: 2 mg/kg/dia PTT refratária e redicivante Plasmaferese + corticoide Definida como a persistência de trombocitopenia (< 150.000/µL) ou desidrogenase lática em níveis elevados depois de pelo menos 7 dias de plasmaferese diária. Recomenda- se intensificar a troca de plasma, aumentando de 1 para 1,5- 2,0 volemias de troca plasmática, e administrar corticosteroides em altas doses. Ex: Vincristina, imunoglobulina intravenosa, rituximabe e tratamento imunossupressor com azatioprina ou ciclofosfamida. Obs: Se depois de 2- 3 semanas de plasmaférese terapêutica → sem melhora clínica consistente → tratamento de segunda linha (Esplenectomia). Esplenectomia Em caso de recidiva, iniciar o tratamento convencional com a plasmaférese até a estabilização clínica do paciente, para só então proceder à esplenectomia. PTT congênita Como nesse tipo de PTT não existe anticorpo inibidor da ADAMTS13, não há a necessidade de procedimento de troca plasmática. Reposição de ADAMTS13: A suplementação da enzima pode ser conseguida com a transfusão simples de plasma. Posologia: Dose de 10-15 mL/Kg, geralmente a cada 2 a 3 semanas. _________________________________________________ SÍNDROME HEMOLÍTICA- URÊMICA Definição É uma forma de microangiopatia trombótica disseminada com anemia hemolítica microangiopática. Onde existe a formação de microtrombos em circulação que atingem principalmente rins, podendo causar insuficiência renal oligoanúrica. Epidemiologia É a causa mais comum de insuficiência renal aguda intrínseca em crianças (independente do sexo) com menos de quatro anos. Fatores de risco em adultos: ✓ Puerpério ✓ Contraceptivos orais ✓ Complicações da gestação ✓ Adenocarcinoma✓ Lúpus eritematoso sistêmico ✓ Síndrome do anticorpo antifosfolipídio ✓ HIV ✓ Drogas → cisplatina, mitomicina, ciclosporina, tacrolimus, OKT3, aciclovir e valaciclovir. Etiologia A SHU típica (SHU) é associada com febre, disenteria e infecção pela Escherichia coli do sorotipo O157:H7, produtora de verotoxina (VTEC), que é o agente mais comum. A SHU também se associa às infecções por Shigella e, menos comumente, outras bactérias (ex.: pneumococo) e vírus. A SHU atípica (SHUa) é habitualmente causada por defeitos genéticos, que resultam em ativação crônica do complemento ou em anticorpos dirigidos contra proteínas reguladoras do complemento. → Mutações no C3, fator H, fator I e na proteína cofatora de membrana (CD56) foram descritas nesses pacientes. Fisiopatologia A toxina Shiga causa lesão vascular renal, através da ligação da holotina ao globotriaosilceramida (Gb3), um glicopeptídio que se encontra na superfície das células endoteliais renais. A resposta é a hiperativação plaquetária e do sistema de coagulação local, levando a formação de edema e microtrombos. A consequência principal é o acúmulo de plaquetas e fibrina no interior das alças capilares glomerulares, obstruindo o fluxo glomerular. Assim, os eritrócitos não conseguem passar pelos glomérulos renais e são destruídos, resultando na anemia microangiopática. Obs: O multímero de alto peso do fator de von Willebrand está aumentado e tem um efeito ativador de plaquetas. O inibidor do ativador tecidual do plasminogênio (PAI-1) está elevado, inibindo, assim, o sistema fibrinolítico endógeno. Quadro Clínico Caracteriza por insuficiência renal aguda, anemia hemolítica microangiopática e trombocitopenia. Na maioria das vezes o quadro se inicia em cerca de três dias após um episódio de gastroenterite invasiva, com diarreia sanguinolenta. Os pacientes em geral apresentam palidez cutânea, associada à presença de: ✓ Hematúria ✓ Oligúria ✓ Azotemia ✓ Edema periférico ✓ Hipertensão arterial ✓ Manifestações neurológicas → Letargia, irritabilidade, convulsão, paresia, coma e edema cerebral. Obs: Sintomas neurológicos são bem menos comuns e menos severos: convulsões, coma e AVC ocorrem somente em 10% dos casos. Diagnóstico O diagnóstico deve ser suspeitado pela tríade clássica: 1. Insuficiência renal aguda oligúrica 2. Trombocitopenia 3. Anemia hemolítica microangiopática A hemólise é comprovada pelo: ✓ aumento de Reticulócitos A microangiopatia é confirmada pelo: ✓ Esfregaço de sangue periférico, que revela “hemácias em capacete” e fragmentos de hemácia (esquizócitos). A enzima LDH (lactato desidrogenase) costuma estar elevada. A bioquímica mostra: ✓ Aumento das escórias nitrogenadas ✓ Hipercalemia ✓ Acidose metabólica. O hemograma demonstra: ✓ Anemia ✓ Plaquetopenia ✓ Leucocitose (em torno de 20.000/mm3) O sedimento urinário frequentemente mostra: ✓ Hematúria glomerular ✓ Cilindros granulares ✓ Proteinúria ✓ Azotemia Tratamento Não há tratamento específico para a SHU típica!!!! O objetivo do tratamento inicial da SHU é a manutenção e controle da insuficiência renal. ✓ A diálise é frequentemente necessária, assim como a transfusão de hemácias. A resolução espontânea do quadro ocorre em aproximadamente 1 a 3 semanas do diagnóstico, com recuperação da função renal em 80-90% dos casos. Obs: Transfusões de plaquetas são contraindicadas na SHU e na PTT. Tratamento da SHU atípica!!!! Alternativa promissora parece ser o anticorpo monoclonal eculizumabe, dirigido contra a proteína C5 do sistema do complemento. → Esse anticorpo, inibiria a ativação da via final do complemento. TROMBOCITOPENIA INDUZIDA POR MEDICAMENTOS Fisiopatologia A trombocitopenia típica induzida por medicamentos é o resultado de uma reação imunológica provocada pelo medicamento ou um de seus metabólitos. O medicamento se une a uma proteína na superfície da plaqueta e induz um novo antígeno que, finalmente, é reconhecido pelo sistema imune. Na ausência de medicamento ou de seus metabólitos, este novo antígeno desaparece e a trombocitopenia se resolve lentamente à medida que novas plaquetas são liberadas da medula óssea. Ex de medicamentos: Tratamento ✓ Suspensão do fármaco suspeito. ✓ Administração de concentrado de plaquetas em pacientes com sangramento perigoso.