Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
– P Contagem de plaquetas < 150.000/µL, cifra que é válida desde o recém-nascido até o indivíduo idoso. P SANGRAMENTO ANORMAL →Pode decorrer de: ↳ Distúrbios vasculares ↳ Trombocitopenia ↳ Função plaquetária defeituosa ou ↳ Defeito da coagulação P Distúrbios vasculares e plaquetários tendem a associar-se a sangramento das mucosas e na pele, enquanto, em distúrbios da coagulação, o sangramento ocorre com frequência em articulações ou em tecidos moles P Deve ser pesquisada a exposição a drogas na forma de medicamentos ou de drogas de abuso, e ainda o contato acidental ou profissional com agentes tóxicos. P Manifestações → petéquias, equimoses e sangramento de mucosas. P Exame físico → sinais de doenças associadas como esplenomegalia, adenomegalia, lesões cutâneas ou articulares, presentes em síndromes linfoproliferativas e doenças autoimunes. P Avaliação laboratorial → confirmação da trombocitopenia ↳ Falsa trombocitopenia → pode decorrer da presença de grumos ou de macrocitose plaquetária que não são reconhecidos pelo contador automático. ↳ Pseudotrombocitopenia → causada pela aglutinação das plaquetas in vitro, induzida pelo anticoagulante EDTA de forma inespecífica, por proteínas plasmáticas, habitualmente imunoglobulinas da classe IgG. P Causas de trombocitopenia ↳ Falta de produção de plaquetas pela MO → substituída por leucemia, linfoma ou infiltração por neoplasia de outra linhagem, ou ainda por células de depósito ↳ Agressão à MO por agentes tóxicos ↳ Aplasia medular de origem imunológica. ↳ Eritropoese ineficaz na anemia megaloblástica → causa, além de anemia macrocítica intensa, leucopenia e trombocitopenia. ↳ Causas autoimunes → púrpura trombocitopênica imunológica, o LES, doenças linfoproliferativas ou infecções virais, como o HIV e o vírus da hepatite C. ▪ Aloanticorpos também podem causar a trombocitopenia neonatal e a púrpura pós-transfusional. ↳ Drogas podem causar por destruição periférica das plaquetas ↳ Falta de produção decorrente de doenças congênitas da MO → como hipoplasia megacariocítica, síndrome da trombocitopenia e ausência de rádio, aplasia, leucemia, osteopetrose ou anemia de Fanconi P A trombocitopenia é relativamente frequente em crianças no período neonatal e pode ser determinada por septicemia bacteriana, CIVD, enterocolite necrotizante, trombose de grandes vasos, aspiração de líquido amniótico ou mecônio, insuficiência respiratória etc. ↳ A trombocitopenia do RN em bom estado geral faz pensar em mecanismo imunológico → mediada por autoanticorpos maternos, como na PTI, ou por alo-anticorpos maternos, no caso de mães sensibilizadas a antígenos plaquetários. ↳ Infecções virais congênitas também podem causar trombocitopenia nessa fase da vida. P A presença de grumos plaquetários, especialmente com distribuição não uniforme das plaquetas no esfregaço, faz pensar em pseudotrombocitopenia. P Aumento do volume plaquetário → relacionado ao aumento do “turnover” plaquetário (aumento da produção de plaquetas pela MO em resposta à sua destruição periférica aumentada) → PTI e CIVD. P Esquizócitos → sugere a PTT ou SHU P Alterações da série vermelha e de leucócitos auxiliam no diagnóstico de aplasia de medula, leucemia, infiltração da medula óssea por linfoma e de síndrome mielodisplásica. ↳ Nesses casos, a análise da medula óssea é fundamental para que se estabeleça o diagnóstico TROMBOCITOPENIA INDUZIDA POR DROGAS P Alta prevalência, especialmente em pacientes hospitalizados P Critérios ↳ 1) deve ter ocorrido após o início do tratamento com a droga em questão ↳ 2) não deve haver outra causa plausível, relacionada à doença de base do paciente ↳ 3) a contagem de plaquetas deve retornar ao normal, ou pelo menos deve se elevar aos níveis basais, com a suspensão ↳ 4) o diagnóstico deve ser confirmado in vitro, na presença da droga. P Mecanismos ↳ 1) a droga liga-se a um anticorpo no plasma, e o receptor para fragmento Fc da imunoglobulina, presente na membrana plaquetária, captura esse imunocomplexo; ↳ 2) o anticorpo liga-se diretamente à droga que está adsorvida à superfície da plaqueta, que acaba por concentrar a droga em si mesma; ↳ 3) a droga adsorvida à plaqueta pode sofrer alteração de conformação, tornando-se imunogênica, levando à produção de anticorpo que se liga à plaqueta; ↳ 4) a ligação da droga à plaqueta pode mudar a conformação de constituintes normais da plaqueta, suscitando a produção de anticorpo contra a plaqueta; ↳ 5) o anticorpo pode reconhecer novos epítopos, tanto na plaqueta quanto na droga adsorvida a ela. P Os testes são de realização e padronização difíceis, de modo que a decisão não deve se basear apenas neles, especialmente no caso de um teste in vitro negativo dentro de um contexto clínico sugestivo de TID. P Muitos pacientes recebem grande número de drogas simultaneamente, e a política é descontinuar todas as drogas que não sejam absolutamente essenciais, ou substituir as drogas necessárias por compostos químicos diferentes mas com ação similar. P DIURÉTICOS TIAZÍDICOS → trombocitopenia habitualmente moderada, que se recupera rapidamente após a suspensão do medicamento, reaparecendo com sua reintrodução. ↳ Na maioria dos pacientes, existe mediação por anticorpo. ↳ Ela ocorre rapidamente no indivíduo suscetível, mas este se recupera prontamente após a suspensão P HEPARINA → A Trombocitopenia Induzida pela Heparina (TIH) é uma complicação rara, mas grave ↳ Ocorre após 7 a 10 dias de tratamento com heparina IV em dose alta e acompanha-se de trombose venosa e mais raramente de trombose arterial. ↳ Mediada imunologicamente → o complexo formado pela heparina e o fator 4 plaquetário desencadeia a formação de um anticorpo do tipo IgG ↳ O imunocomplexo liga-se à superfície de plaquetas causando sua ativação ↳ A interação desse anticorpo com o heparan sulfato da superfície da célula endotelial, levando à lesão endotelial, poderia contribuir para o quadro de trombose. ↳ Diagnóstico dessa condição é baseado em critérios clínicos em razão da necessidade de pronto tratamento pela gravidade ↳ Suspeitada sempre em paciente que desenvolve trombocitopenia entre o quinto e o oitavo dia de tratamento com heparina não fracionada, de moderada gravidade, e que apresente trombose venosa ou arterial, ou alguma complicação mais rara, também associada à THI, como necrose cutânea, infarto de adrenal ou gangrena de membros. ↳ Manejo → suspender a heparina e administrar outros tipos de anticoagulante, como a ancrod, a hirudina ou heparinoides. P QUINIDINA → pode causar trombocitopenia grave, de origem imunológica, com frequência menor apenas que a heparina. ↳ A redução da contagem de plaquetas ocorre dentro de 2 semanas e torna-se intensa ↳ Manifestações hemorrágicas dentro de 8 semanas ↳ Uma segunda exposição pode causar trombocitopenia grave em algumas horas. ↳ Geralmente intensa, com plaquetas < 30.000/µL ↳ Podendo associar-se outras manifestações como leucopenia, anemia hemolítica autoimune e síndrome que simula o lúpus. ↳ Mecanismo → faz a aglutinação das plaquetas e ativação do complemento. ▪ A plaqueta recoberta pelo anticorpo é também reconhecida e fagocitada pelas células do sistema monócitos- macrófagos P RIFAMPICINA → manejo consiste na suspensão da droga e administração de corticoide ou de Ig em alta dose ↳ A resposta ocorre em alguns dias ↳ O anticorpo pode persistir por longos períodos de tempo, podendo causar trombocitopenia se houver nova exposição à droga P SULFAS → existe uma forma em que ocorre grave redução da contagem de plaquetas algumas semanas após, com manifestações hemorrágicas. ↳ Tratamento pode requerer uso de corticoide, além da suspensão do medicamento ↳ Existe uma outra forma de instalação mais lenta e gradual e mais frequente com a associação trimetropin-sulfametoxazol, especialmenteem pacientes com infecção pelo HIV, ou transplantados em uso de Azatioprina. P ANTIBIÓTICOS β-LACTÂMICOS → como a penicilina, meticilina, ampicilina e uma série de cefalosporinas ↳ Raras situações. ↳ Podendo ocorrer após semanas de exposição. ↳ Mecanismo também é imunomediado e o manejo requer apenas a suspensão da droga. P INTERFERON → se desenvolve gradual e progressivamente ao longo de semanas. ↳ Maior prevalência em tratamento de doenças linfoproliferativas que em tumores sólidos. ↳ No caso da PTI, observa-se instalação abrupta e trombocitopenia grave, com manifestações hemorrágicas e que rapidamente responde ao tratamento com corticoide ou imunoglobulina em alta dose. P ÁCIDO VALPROICO → em geral, resolve-se espontaneamente, mesmo na continuidade da droga. ↳ Redução moderada da contagem de plaquetas ↳ Pode haver também comprometimento da função plaquetária. ↳ Parece haver redução da trombopoese e o efeito é proporcional à dose administrada ↳ A dose da medicação pode ser apenas reduzida, mas ela deve ser suspensa quando existe trombocitopenia grave. P ÁLCOOL → habitualmente após ingestão aguda de grandes quantidades, com redução moderada da contagem de plaquetas, em geral acima de 50.000 plaquetas/µL ↳ Quadro regride em 3 a 10 dias apenas com a abstinência. ↳ O mecanismo mais provável é a trombopoese ineficaz P COCAÍNA → pode levar a trombocitopenia acentuada ↳ Ocorre em geral após o uso intravenoso da droga. ↳ Deve ser diferenciada da trombocitopenia associada à infecção pelo HIV nesses indivíduos. ↳ Em geral requer hospitalização com suspensão da droga e administração de corticoide e imunoglobulina P ABIXIMAB → complicação rara. Droga antiplaquetária usada em pacientes submetidos a angioplastia coronariana percutânea. ↳ Reduz de forma importante a função plaquetária, a ocorrência de trombocitopenia aumenta muito o risco de hemorragia P ANTIPSICÓTICOS → podem causar trombocitopenia, embora o efeito mais frequente seja a leucopenia com neutropenia. ↳ Frequência relativamente baixa, é prudente a realização de hemogramas seriados em pacientes tratados com esses medicamentos, como a clozapina PÚRPURA PÓS-TRANSFUSIONAL P Ocorre em pacientes que desenvolveram um aloanticorpo contra o antígeno plaquetário comum, o PLA-1, que é parte da glicoproteína IIIa da membrana plaquetária. P Ocorre em indivíduos PLA-1 negativos como resposta à exposição a plaquetas contendo esse antígeno P Por gravidez ou por transfusão. P Esse aloanticorpo fica quiescente por anos e seu nível se eleva após nova exposição ao antígeno P Trombocitopenia intensa, geralmente acompanhada de síndrome hemorrágica grave. ↳ Ocorre por destruição periférica das plaquetas P Administração de imunoglobulina em alta dose e a plasmaférese são eficazes INFECÇÕES P Especialmente em pacientes em UTI e no período neonatal P Pode haver tanto depressão do setor megacariocítico da MO como ↑consumo das plaquetas em processo de CIVD PÚRPURA PÓS-TRANSFUSÃO MACIÇA P Condição em que o paciente recebe grande volume de sangue estocado em curto espaço de tempo P Além da redução do número de plaquetas, que não costuma ser acentuada, associam-se defeitos de função por causa da estocagem e da refrigeração. P O sangramento desses pacientes é difuso pelos locais de trauma P Responde bem à transfusão de plaquetas HIPERESPLENISMO P Condição associada à esplenomegalia de qualquer natureza P O baço sequestra em sua circulação tanto plaquetas como leucócitos, causando trombocitopenia e leucopenia distributiva, isto é, mantendo maior proporção de granulócitos que de linfócitos P A queda da contagem de plaquetas pode ser intensa, especialmente nos pacientes com hipertensão portal e com algum grau de coagulação intravascular crônica P Sangramento é raro nesses indivíduos P A trombocitopenia em geral resolve-se em poucas horas quando se realiza a esplenectomia P Depende de sua etiologia. P Destruição periférica da plaqueta (CIVD), na PTT, nas vasculites e na circulação extracorpórea → é fundamental que se controle o processo de base que causou o consumo de plaquetas. ↳ Transfusão de plaquetas, embora de eficácia reduzida, é importante para a manutenção da contagem de plaquetas em níveis seguros P Trombocitopenia induzida por drogas → suspensão do medicamento. ↳ Se muito intensa, a administração de corticoide e de imunoglobulina IV pode estar indicada ↳ Transfusão de plaquetas também pode ser necessária nos casos mais graves. P Trombocitopenia por falta de produção → tratamento da doença de base, mas a transfusão de plaquetas é a principal estratégia no manejo desses casos até o restabelecimento da função da medula óssea Púrpura Trombocitopênica Imunológica P Produção de autoanticorpos dirigidos contra proteínas da membrana plaquetária, principalmente os complexos GPIIb-IIIa, GPIb- IX e GPIa-IIa P Leva à sensibilização das plaquetas que são fagocitadas por macrófagos P Três tipos distintos ↳ PTI clássica/autoimune crônica → 3ª e 4ª décadas de vida, predominantemente do sexo feminino ▪ Não está associada a infecção prévia ▪ Curso crônico e geralmente benigno ↳ PTI aguda → maior incidência na infância, afeta igualmente ambos os sexos ▪ Quase sempre é precedida de infecção viral ou vacinação. ▪ Curso limitado e não é recorrente ↳ PTI associada a outras doenças → geralmente de natureza autoimune ou neoplásica ▪ Distúrbio do sistema imunológico → o curso desse tipo de PTI é semelhante ao da PTI crônica clássica ▪ As doenças mais comumente associadas são o LES, doenças autoimunes da tireoide, doenças linfoproliferativas, infecção pelo HIV, após RT ou QT e após transplante de MO P Baseado no quadro clínico P Instalação abrupta de sangramento cutâneo, com petéquias e equimoses, podendo se acompanhar de sangramento mucoso, com epistaxe, gengivorragia, menorragia, hematúria, sangramento em TGI e até em SNC. P Exame físico → quadro purpúrico. ↳ A ocorrência de esplenomegalia deve fazer pensar em outro diagnóstico, mas pode ser observada em crianças em associação ao quadro infeccioso que precede a PTI. P Hemograma → intensa trombocitopenia, usualmente < 5.000/µL ↳ Prolongamento importante do tempo de sangramento. ↳ Pode ocorrer leucocitose com neutrofilia com atipia linfocitária nos casos associados a infecção viral. ↳ Pode haver anemia por hemorragia, mas não é a regra, além de anemia hemolítica autoimune associada − a síndrome de Evans. P Mielograma → número normal ou ↑megacariócitos. ↳ Em muitos casos é dispensável ↳ Mas ele é fundamental em pacientes com suspeita de outras doenças P A determinação direta ou indireta da presença de autoanticorpos contra proteínas da membrana plaquetária não é obrigatória P O diagnóstico é de exclusão das demais causas de trombocitopenia por consumo periférico das plaquetas, tais como hiperesplenismo, hepatopatia ou CIVD ↳ Esplenomegalia → faz pensar em doença linfoproliferativa, que pode estar associada à doença. ▪ Deve-se pesquisar outras doenças autoimunes, como LES e alterações da tireoide. ↳ Pesquisa de infecção viral → especialmente HIV e hepatite C e de outros autoanticorpos, como anticardiolipina P Estudo com plaquetas marcadas com radioisótopos → intensa ↓vida média das plaquetas ↳ Entretanto, estudos com radioisótopos demonstraram que alguns pacientes apresentam também ↓produção de plaquetas pela MO, presumivelmente pela ação dos autoanticorpos nos megacariócitos P Uso de corticoide e a esplenectomia, e o uso de IgIV em alta dose. P Casos resistentes → agentes imunossupressores tais (azatioprina, ciclofosfamida e alcaloides da vinca) ou outros medicamentos como o danazol. P Sangramento + plaquetas <20.000/µL → hospitalizados. P Não se visa à normalização da contagem de plaquetas, mas sim tratar pacientes sintomáticos que, em geral, apresentam plaquetas <30.000/µL. P Nãose deve tratar pacientes assintomáticos, mesmo com plaquetas < 50.000/L, considerando-se que a PTI é uma doença benigna e de curso crônico P CORTICOIDES → tratamento inicial é a prednisona de 1 a 2 mg/kg/dia (remissão em 80% dos casos) ↳ Encurtamento significante do tempo de sangramento, sendo mais lenta a elevação da contagem de plaquetas. ↳ A dose deve ser reduzida gradual e lentamente à medida que se obtém elevação da contagem de plaquetas ou após 10-14 dias ↳ Naqueles que respondem mal, a dose é diminuída mais lentamente → considerar tratamentos alternativos como esplenectomia ou imunossupressores ↳ A resposta a esse tratamento ocorre dentro de 4 a 6 semanas ↳ Efeitos colaterais → ganho de peso, com facies cushingoide, aparecimento de acne e de estrias, o aparecimento de DM, HA, osteoporose, insônia e psicose. ▪ Alguns pacientes apresentam dores musculares e astenia intensa quando da suspensão da droga ↳ Mecanismos de ação: ▪ 1) resposta imediata deve depender do bloqueio da capacidade macrofágica do sistema reticuloendotelial; ▪ 2) ↓síntese do autoanticorpo ▪ 3) ↑produção de plaquetas na MO, provavelmente por interferir na ligação do anticorpo a megacariócitos. ↳ Não há vantagem claramente demonstrada com o uso de outras preparações de corticoide, tais como metilprednisolona em pulsoterapia ou dexametasona, e parece haver efeitos colaterais mais intensos P IMUNOGLOBULINA IV EM ALTA DOSE → dose preconizada varia de 400 a 1.000 mg/kg/dia durante 2 a 5 dias consecutivos (400mg/kg/dia por 5 dias ou 1mg/kg/dia por 2 dias). ↳ A resposta imediata é boa em 70 a 90%, mas também na maioria deles ela é transitória ↳ Útil apenas no manejo do sangramento grave e na preparação do paciente para procedimentos cirúrgicos e durante gravidez ↳ Reações adversas → cefaleia, febre, tremores, náuseas, vômitos e até anafilaxia e meningite asséptica. ▪ Pacientes idosos, diabéticos ou com alteração renal prévia podem apresentar insuficiência renal aguda decorrente de lesão tubular associada à sacarose presente em algumas preparações ↳ Mecanismo de ação ▪ 1) ↓da destruição de plaquetas ▪ 2) ↓ síntese de anticorpos anti-idiotípicos ↳ O uso de Ig anti-D é eficaz em pacientes Rh positivos (D+) ▪ Entretanto, a preparação de imunoglobulina anti-D para uso IV não está disponível na maioria dos países, e sua eficácia parece menor que a da imunoglobulina intravenosa P ESPLENECTOMIA → reservada para pacientes refratários ao corticoide, isto é, que mantêm trombocitopenia < 20.000/L com sangramento. ↳ HOFFBRAND → nos pacientes com sintomas que mantém trombocitopenia < 30.000 após 3 meses de tratamento com corticoides ou que precisam de doses extremamente altas inaceitáveis para manter a contagem de plaquetas ↳ Efeito imediato → relacionado à retirada do principal local de fagocitose das plaquetas sensibilizadas, e, secundariamente, existe também redução da produção do autoanticorpo. ↳ A incidência de sangramento é baixa, mesmo em pacientes muito plaquetopênicos ↳ Imunoglobulina intravenosa é útil no período perioperatório ↳ A vacinação contra pneumococos e hemófilos deve ser feita e a profilaxia com antibióticos é preconizada em crianças. ↳ Em pacientes que recaem longo tempo após boa resposta à esplenectomia deve ser investigada a presença de baço acessório, cuja retirada está associada a nova remissão. ↳ Com as novas opções de tratamento, está cada vez sendo menos feita P OUTROS TRATAMENTOS → Pacientes refratários ao corticoide e à esplenectomia e que continuam apresentando fenômenos hemorrágicos são difíceis de manejar, pois o uso de agentes imunossupressores não é eficaz na maioria dos casos ↳ Fármacos imunossupressores → azatioprina (1 a 2 mg/kg/dia), ciclofosfamida (1 a 2 mg/kg/dia por 3 a 12 semanas), vincristina 1 a 2 mg IV por semana por 2 a 4 doses, preferencialmente em infusão contínua por 6 horas ▪ Mecanismo de ação → ↓produção de anticorpos. Entretanto, no caso da vincristina, o efeito principal parece ser a ↓fagocitose das plaquetas sensibilizadas. ▪ Azatioprina e a ciclofosfamida → podem causar mielossupressão e risco de segunda neoplasia a longo prazo. ▪ Vincristina → pode causar neurotoxicidade ↳ Danazol → 200 mg 2 a 3 vezes ao dia por 8 a 14 semanas ▪ Tem efeitos androgênicos como ganho de peso, acne e hepatoxicidade ▪ Andrógeno que causa virilização em mulheres ↳ Colchicina → 0,6 mg 3 a 4 vezes ao dia. Pode causa diarreia ↳ Anticorpos monoclonais → O rituximab, dirigido contra o antígeno CD20 → causa ↓linfócitos B → vem sendo utilizado em pacientes com PTI refratária ao corticoide. Ele é administrado através de infusão semanal de 375 mg/m2 por 4 semanas ▪ A resposta é duradoura em cerca de 30%-50% dos casos tratados inicialmente com essa droga, e os pacientes que recaem podem novamente apresentar resposta a novo ciclo de tratamento em 75% das vezes. ▪ A produção de anticorpos após vacinação pode ficar comprometida por meses e existe preocupação com aumento do risco de infecções e reativação de vírus P AGONISTAS DO RECEPTOR DA TROMBOPOETINA → Caro. Pacientes refratários/contraindicados ao corticosteroide e à esplenectomia e que continuam apresentando fenômenos hemorrágicos ↳ Romiplostin SC e eltrombopag VO ↳ Estimulam a trombopoiese ↳ Efeitos colaterais → fibrose de medula óssea, trombose, toxicidade hepática, catarata, ou formação de anticorpos, que, ainda que raros, devem ser monitorados no uso crônico dessas drogas P A mortalidade por PTI situa-se abaixo de 5% e se deve a sangramento, geralmente em SNC ou TGI, em paciente refratário ao tratamento com corticoide e à esplenectomia, com intensa trombocitopenia, com plaquetas abaixo de 10.000/L. P 1. Corticoide em alta dose → seja prednisona 2 mg/kg, ou metilprednisolona 1 g IV em 30 minutos, diariamente por 3 dias, seguida de prednisona em dose de 2 mg/kg/dia; P 2. IgIV → de forma concomitante, na dose de 0,5 a 1,0 g/kg/dia P 3. Transfusão de plaquetas → Concentrado de plaquetas são indicados para pacientes com sangramento agudo que coloque em risco a vida, somente se instabilidade. ↳ Devem ser transfundidas em grande quantidade, de 6 a 8 unidades a cada 6 horas ↳ Benefício dura apenas algumas horas P 4. Plasmaférese → com retirada de 3L de plasma, pode ser considerada em pacientes que não respondam ao tratamento acima P 5. Esplenectomia → raramente é necessária na fase aguda, mas deve ser considerada também em pacientes refratários P A incidência de remissão espontânea é frequente P Em muitos casos nenhum tratamento é indicado. P Na maioria das vezes o número de plaquetas eleva-se espontaneamente em 1 a 2 semanas, sem tratamento, normalizando-se dentro de 6 semanas P Para crianças com quadro mais grave (sangramento mucoso) → tratamento com corticoide, mas somente após a realização do mielograma, com o objetivo de se afastar a possibilidade do diagnóstico de LLA. P Outra modalidade de tratamento útil nessa faixa etária é a IgIV, que pode induzir boa resposta, mesmo que temporária, adiando o momento da esplenectomia P A associação da PTI com a gravidez não é incomum. P Não há piora da PTI durante a gravidez P Há baixa incidência de sangramento materno, que fica em torno de 5 a 10%. P Pacientes grávidas, no segundo e terceiro trimestres, com plaquetas <50.000/µL devem ser tratadas, no sentido de prevenir sangramento materno e reduzir a possibilidade de trombocitopenia fetal. P O tratamento de escolha é a imunoglobulina intravenosa P O tratamento deva ser dirigido às mães, de modo a corrigir a trombocitopenia, evitando complicações hemorrágicas durante o parto, mas estudos mostraram que isso não é uma indicação de cesárea P A contagem de plaquetas do RN deve ser monitorizada por 3 a 7 dias após o nascimento, pois ela pode se reduzir ainda mais, fato provavelmente relacionado à maturidade esplênica. ↳ A criança comtrombocitopenia < 30.000/µL deve ser avaliada no sentido de diagnosticar hemorragia intracraniana, mesmo na ausência de sintomas neurológicos, e quando há trombocitopenia com < 20.000 plaquetas/µL ela deve ser tratada com IgIV e corticoides Púrpura Trombocitopênica Trombótica P Doença caracterizada pela presença de Microangiopatia Trombótica (MAT) P Pico de incidência ocorre entre 30 e 50 anos de idade P Parece afetar mais os afro-descendentes e as mulheres P Ocorre nas formas hereditária e adquirida P Definida pela presença de trombocitopenia + hemólise microangiopática. P Hemólise microangiopática → presença de hemácias fragmentadas (esquizócitos) no esfregaço do sangue periférico ↳ Edema da parede dos capilares e arteríolas ↳ Separação entre as células endoteliais edemaciadas e a membrana basal ↳ Acúmulo de fibrina e proteínas plasmáticas no espaço subendotelial ↳ Diminuição do lúmen vascular, onde pode ocorrer a trombose P A microangiopatia trombótica é encontrada também na Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) e pode estar presente em outras doenças como na pré-eclâmpsia/síndrome HELLP, nas doenças autoimunes (LES, síndrome do anticorpo antifosfolípide), nas infecções sistêmicas, nos cânceres disseminados e na hipertensão maligna. ↳ Apesar de compartilharem do mesmo substrato morfológico, essas doenças apresentam mecanismos fisiopatológicos distintos P No plasma de indivíduos com PTT, a presença de multímeros de von Willebrand de peso molecular muito alto (ULVWF) que não eram encontrados em indivíduos normais P Deficiência de uma protease capaz de clivar os multímeros de ULVWF e impedir a agregação plaquetária e trombose → protease ADAMTS13 P CONGÊNITA → deficientes dessa protease P ADQUIRIDA → autoanticorpos IgG inibidor dirigidos contra a protease ↳ Estimulada por infecções, doenças autoimunes e do tecido conectivo, certos fármacos, transplante de células-tronco ou cirurgia cardíaca P Em condições fisiológicas, os polímeros do FVW (secretados pelos corpúsculos de Weibel-Palade) são clivados pela ao ingressarem na microcirculação, tornando-se multímeros progressivamente menores. ↳ Na ausência dessa protease, a proteólise dos multímeros e polímeros não ocorre e, dessa maneira, essas extensas moléculas de FVW, ao passarem pela microcirculação, onde são expostas à tensão de cisalhamento, são “desdobradas” e transformadas em formas alongadas e ativas, predispondo à agregação plaquetária e trombose. ↳ A trombose plaquetária intravascular contribui para o aumento da tensão de cisalhamento na microcirculação, o que favorece o desdobramento e alongamento de mais moléculas de FVW, com consequente trombose adicional P Manifestações clínicas → A PTT pode se apresentar de forma súbita ou insidiosa ↳ Classicamente, a PTT afeta o sistema nervoso central, o coração, o sistema hematopoético e os rins. ↳ Sinais e sintomas neurológicos de grande heterogeneidade ▪ Pode variar de leve cefaleia até o coma. ▪ Crises convulsivas são relativamente comuns. ↳ Podem apresentar hemorragia cutânea, gengivorragia e epistaxe. Deficiência da metaloprotease ADAMTS13 Trombocitopenia, anemia hemolítica microangiopática, alterações neurológicas, IR e febre ▪ Sangramento grave é incomum. ↳ Cerca de 50% tem febre à apresentação. ↳ Função renal costuma estar alterada ▪ Insuficiência renal é rara na PTT clássica. ↳ Palidez e icterícia → em razão da hemólise microangiopática. ↳ A deterioração clínica pode ser muito rápida. P Achados laboratoriais ↳ Anemia hemolítica microangiopática → anemia normocrômica e normocítica + ↑reticulócitos, desidrogenase Lática (LDH), bilirrubina indireta + presença de esquizócitos no esfregaço do sangue periférico + trombocitopenia P A presença de anemia hemolítica microangiopática + trombocitopenia são suficientes para se considerar e iniciar o tratamento com plasmaférese P No entanto, esses achados não são específicos da PTT e, por isso, a avaliação com vistas a afastar outras patologias deve ser realizada e, uma vez detectada outra etiologia, o tratamento deve ser readequado. P Testes de coagulabilidade são normais, ao contrário da CIVD P ADAMTS13 → metaloproteinase produzida pelos hepatócitos, células endoteliais e plaquetas. ↳ PTT aguda → atividade dessa protease é <10% (ou 5% dependendo do método) em decorrência da presença de inibidores da ADAMTS13 (PTT idiopática) ou de mutações no gene ADAMTS13 (PTT congênita) ↳ PTT secundária → em geral, não apresentam ↓ADAMTS13. ↳ Pacientes com ↓ADAMTS13 respondem bem ao tratamento com troca plasmática. ↳ O papel da determinação da ADAMTS13 para o diagnóstico e instituição de tratamento ainda não está estabelecido. ↳ Muitas vezes a diferenciação entre PTT idiopática e secundária, e consequente instituição do tratamento, pode ser feita sem a mensuração da ADAMTS13, por exemplo nos casos de PTT secundária ao transplante alogênico de medula óssea ou ao uso de ciclosporina P Classificada em congênita e adquirida P CONGÊNITA → também conhecida como Síndrome de Upshaw-Schulman, é rara e pode-se manifestar em qualquer idade. ↳ Muitas vezes é recorrente e desencadeada por algum fator como infecção, cirurgia, gestação, constipação intestinal, pancreatite, entre outros. ↳ Está associada à deficiência da ADAMTS13 decorrente de mutações no gene ADAMTS13. ↳ Quando o primeiro episódio de PTT acomete o indivíduo na fase adulta, torna-se difícil a distinção entre essa forma e a forma adquirida da doença. P ADQUIRIDA ↳ Idiopática → quando sintomas ocorrem na ausência de uma etiologia alternativa como hemólise autoimune, CIVD, câncer, eclâmpsia, drogas (como inibidores da calcineurina), transplante de células-tronco hematopoéticas ou hipertensão maligna. ▪ Na maioria dos casos encontra-se uma ↓atividade da ADAMTS13 ↳ Secundária → Caso alguma dessas condições esteja presente ▪ Raramente tem diminuição da atividade da ADAMTS13 P PTT IDIOPÁTICA → troca plasmática por plasmaférese automatizada ↳ Tratamento de manutenção → medidas de assistência ventilatória e circulatória e a transfusão de hemocomponentes [em pacientes com anemia, moderada ou acentuada, com disfunção de órgãos (hipóxia)]. ▪ A transfusão de plaquetas em geral não está indicada na PTT, até porque o fenômeno patológico mais importante é o da obstrução da microvasculatura e não o do sangramento grave. ▪ A transfusão pode precipitar piora da oclusão vascular ▪ Quando o paciente não tiver acesso venoso periférico calibroso o suficiente para suportar o procedimento de aférese, os autores recomendam a implantação do cateter de duplo lúmen em veia femoral, que permite razoável controle de eventual sangramento com compressão do local ↳ Tratamento específico → dois objetivos principais e complementares: ▪ 1) remoção dos autoanticorpos anti-ADAMTS13 e dos multímeros de alto peso molecular do fator de von Willebrand, ▪ 2) administração da enzima ADAMTS13 ▪ Esses objetivos podem ser atingidos por meio plasmaférese terapêutica (reposição de plasma fresco congelado) Iniciada tão logo seja possível, de preferência nas primeiras horas após a internação hospitalar Frequentemente, antes mesmo da exclusão de outras formas de microangiopatia trombótica, em razão do caráter muitas vezes fulminante da PTT TROMBICITOPENIA + ESQUIZÓCITOS + ↑LDH Recomenda-se a realização de plasmaférese diária, de 1 a 1,5 volemia plasmática, até alguns dias depois do controle da doença, definido por melhora clínica significativa, normalização da contagem de plaquetas, redução significativa dos sinais laboratoriais de hemólise microangiopática e dos níveis da DHL. Controlada a doença → manter plasmaférese em esquema diário por alguns dias para consolidar os resultados A partir de então, costuma-se reduzir paulatinamente a sua frequência, de diária para dias alternados, duas vezespor semana, e assim por diante. A sugestão da Sociedade Americana de Aférese é seja realizada até que a contagem plaquetária atinja níveis >150.000/µL e haja o restabelecimento de valores normais de LDH por 2 a 3 dias consecutivos. A maioria apresenta alguma melhora clínico-laboratorial depois de 2-3 sessões de plasmaférese ▪ Adicionalmente pode ser útil a instituição concomitante de tratamento imunossupressivo para reduzir a formação do autoanticorpo anti-ADAMTS13. Sua indicação é em grande parte intuitiva Alguns autores recomendam o início de corticosteroides no momento do diagnóstico nos indivíduos em que se suspeita de PTT por deficiência autoimune de ADAMTS13.13 Outros agentes imunossupressores, tais como vincristina, azatioprina ou ciclofosfamida, podem ser usados em casos de refratariedade ou recidiva ↳ Tratamento da refratariedade e da recidiva → A refratariedade ao tratamento foi como a persistência de trombocitopenia (< 150.000/µL) ou desidrogenase lática em níveis elevados depois de pelo menos 7 dias de plasmaférese ▪ Importante reavaliar o paciente quanto à presença de infecção oculta ▪ Excluídas essas possibilidades, recomenda-se intensificar a troca de plasma, aumentando de 1 para 1,5-2,0 volemias de troca plasmática, e administrar corticosteroides aos pacientes que ainda não o estiverem usando. ▪ Se, mesmo depois de 2-3 semanas de plasmaférese terapêutica, não se obtiver melhora clínica → adoção de tratamento de segunda linha, em que se incluem a esplenectomia, rituximabe e agentes imunossupressores. ▪ A esplenectomia é frequentemente indicada para induzir remissão em doenças hematológicas autoimunes, seu índice de sucesso é de mais de 80%, o que justifica sua indicação ▪ Rituximabe é um anticorpo quimérico com especificidade anti-CD20, proteína presente nas células B. Portanto, sua administração ↓linfócitos B e, consequentemente, o título de anticorpo anti-ADAMTS13 com uma taxa de remissão clínica superior a 95%, embora a efetividade de longo prazo não esteja demonstrada P PTT CONGÊNITA (SÍNDROME DE UPSHAW-SCHULMAN) → como nesse tipo de PTT não existe anticorpo inibidor da ADAMTS13, não há a necessidade de procedimento de troca plasmática. ↳ A suplementação da enzima pode ser conseguida com a transfusão simples de plasma, na dose de 10-15 mL/Kg, geralmente a cada 2 a 3 semanas, indefinidamente. P A remissão é atingida em 80-90% dos pacientes P Entretanto, a recidiva, precoce (menos de 30 dias após atingir a remissão) ou tardia, ainda ocorre em 35-50% dos pacientes. P Pacientes > 40 anos, que tiveram febre > 38,5°C, ou anemia (hemoglobina < 9,0 g/dL) parecem ter pior prognóstico Síndrome Hemolítico-Urêmica P A SHU e a PTT compartilham o mesmo substrato morfológico, a MAT. P Ambas as doenças se caracterizam por apresentar trombocitopenia e anemia hemolítica microangiopática P A patogênese dessas doenças é diferente. P A SHU é relativamente comum na infância e é uma das principais causas de insuficiência renal nessa faixa etária. P Pode ser classificada em típica e atípica P A transfusão de plaquetas é contraindicada na síndrome hemolítico-urêmica e na PTT P SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA TÍPICA ↳ A maioria dos casos de SHU (90%) é causada pela infecção por uma toxina Shiga-símile produzida pela Escherichia coli ↳ Acomete crianças ↳ Quadro súbito de diarreia hemorrágica, acompanhada de falência renal. ↳ Palidez cutânea + hematúria + edema periférico + hipertensão arterial. ↳ Manifestações neurológicas podem estar presentes → letargia, irritabilidade, convulsão e, nos casos mais graves, paresia, coma e edema cerebral. ↳ Tratamento → não há tratamento específico ▪ Medidas de manutenção e de controle da IR ▪ Diálise é frequentemente necessária, assim como a transfusão de hemácias. ▪ A transfusão de plasma ou a sua troca por aférese parecem não trazer benefícios. ▪ No entanto, especialmente nos adultos, em que a distinção da SHU da PTT pode ser muito difícil, a plasmaférese pode ser indicada. ↳ A resolução espontânea do quadro ocorre em aproximadamente 1 a 3 semanas do diagnóstico, com recuperação da função renal em 80-90% dos casos P SÍNDROME HEMOLÍTICO-URÊMICA ATÍPICA ↳ Cerca de 5-10% dos casos de SHU apresentam anemia hemolítica microangiopática, trombocitopenia e insuficiência renal, porém sem história de diarreia hemorrágica ou de infecção prévia por STEC. ↳ Pode ser familiar ou esporádica. ↳ Familiar → prognóstico ruim, evoluindo para óbito ou doença renal terminal em 50 a 80% dos casos. ▪ Em geral, na infância ▪ Associada tanto à herança autossômica dominante quanto recessiva. ↳ Esporádica → se desenvolve em indivíduos sem história familiar ▪ Muitas vezes se associa à presença de um fator desencadeante como a infecção pelo HIV, câncer, transplante de órgão, gestação, uso de drogas antineoplásicas, agentes imunossupressores (como o tacrolimus e a ciclosporina) e antiagregantes plaquetários (como ticlopidina e clopidogrel). ↳ Alterações na regulação da via alternativa do complemento. ↳ Tratamento → plasmaférese terapêutica. ▪ Mais comumente, há uma resposta inicial que não se mantém, e os pacientes acabam evoluindo para IRC. ▪ Alternativa promissora parece ser o anticorpo monoclonal eculizumabe, dirigido contra a proteína C5 do sistema do complemento Coagulação Intravascular Disseminada P É de uma síndrome clínico-patológica caracterizada por ativação desregulada da coagulação e deposição de fibrina intravascular P É síndrome que é invariavelmente desencadeada por outras doenças P Doenças capazes de desencadear a CIVD apresentam em comum o fato de induzirem a ativação da hemostasia de forma patológica e desregulada. P O evento básico da CIVD é uma atividade aumentada de trombina na circulação que ultrapassa a capacidade de remoção pelos anticoagulantes naturais ↳ A ação combinada de trombina e plasmina causa depleção do fibrinogênio e dos demais fatores de coagulação. A trombina intravascular também causa agregação disseminada de plaquetas nos vasos. Os problemas de sangramento, característicos de CIVD, são agravados pela trombocitopenia causada por consumo de plaquetas P Componentes que contribuem: ↳ (1) expressão de fator tissular ↳ (2) incapacidade das vias anticoagulantes naturais em conter o processo de ativação da coagulação ↳ (3) bloqueio de mecanismos naturais de controle da fibrinólise, caracterizado tanto pelo aumento, quanto pela inibição desregulada da fibrinólise, mediadas pela plasmina e pelo Inibidor do Ativador do Plasminogênio do tipo 1 (PAI-1), respectivamente. P Pode levar tanto a fenômenos trombóticos quanto hemorrágicos. P Em linhas gerais, as doenças capazes de levar à CIVD podem ser divididas em dois grupos ↳ Desencadeada como parte de uma resposta inflamatória sistêmica mais exuberante. ▪ Sepse → durante a qual ocorre, entre outras coisas, expressão anômala intravascular de fator tissular, deficiência funcional de proteína C ativada, e ↑PAI-1.2 ▪ Traumas graves, reações hemolíticas agudas e lesões teciduais graves como nas pancreatites. ↳ Condições em que o contato do meio IV com substâncias pró-coagulantes precede a ocorrência da resposta inflamatória sistêmica. ▪ Nessas condições é a própria presença dessas substâncias que ativa a coagulação. ▪ Embolia de líquido amniótico, melanoma maligno (neoplasia capaz de produzir neovasos para nutrição tumoral que expressam de forma anômala o fator tissular levando à ativação da coagulação) Estado de hipercoagulabilidade → ativação de plaquetas → consumo de fatores da coagulação → deficiência desses fatores → plaquetopenia → sangramentos P Deve ser considerado em qualquer paciente que apresente sangramentos em mais de um sítio e/ou tromboses, e que concomitantemente apresente uma doença de base em que a ativação desregulada da coagulação possa ocorrer.P Manifestações → sangramento, sobretudo em locais de punção venosa ou de ferimentos. ↳ Pode haver sangramento generalizado no TGI, na orofaringe, nos pulmões ou no trato urogenital. ↳ Em casos obstétricos, o sangramento vaginal pode ser particularmente grave. P Dados laboratoriais ↳ Prolongamento do Tempo de Protrombina (TP), Tempo de Tromboplastina Parcial ativada (TTPa) e Tempo de Trombina (TT) ↳ Consumo progressivo dos níveis de fibrinogênio ↳ Plaquetopenia progressiva ↳ Presença de esquizócitos no esfregaço de sangue periférico ↳ ↑níveis de Produtos de Degradação de Fibrina (PDF) ou de dímeros-D. P Manifestações clínicas e laboratoriais → são determinadas por duas variáveis relacionadas ao mecanismo responsável pela ativação desregulada da coagulação. ↳ (1) a velocidade de instalação ↳ (2) a extensão do processo P Assim, no paciente com CIVD aguda em que a ativação da coagulação ocorre de forma rápida, maciça e persistente, as manifestações hemorrágicas tendem a prevalecer sobre as trombóticas, e o laboratório mostrará aumento do TP, TTPa, TT e dímeros-D, associado a diminuição da contagem de plaquetas e do fibrinogênio. P Um paciente com uma neoplasia oculta pode apresentar apenas fenômenos trombóticos de repetição, com alterações mínimas ou mesmo ausentes no TP, TTPa e TT. P Escore para o diagnóstico de CIVD → a presença de uma doença de base é a condição primária para a aplicação do algoritmo. ↳ ≥5 pontos → compatível com CIVD franca ↳ <5 pontos → CIVD não plenamente estabelecida ↳ Periodicamente reavaliado. P Fundamentado no controle da doença de base e na terapia de suporte. P A terapia de suporte está baseada nas manifestações clínicas e não necessariamente apenas nos dados laboratoriais. P Transfusão de hemocomponentes e concentrados de plaquetas e plasma fresco congelado → considerada de acordo com a presença de manifestações hemorrágicas ou necessidade de manutenção da hemostasia pré-procedimento P Tratamento anticoagulante também pode ser discutido. P Quando há predominantemente a ocorrência de trombose e o risco hemorrágico é baixo, pode-se considerar o uso de heparina P Os medicamentos com ação antifibrinolítica devem ser de maneira geral evitados SUSPEITA CLÍNICA + ALTERAÇÕES DE TESTES DE HEMOSTASIA DE ROTINA (contagem de plaquetas, TP e dosagem de fibrinogênio) São suficientes para o diagnóstico e para o manejo clínico da CIVD Defeitos Da Hemostasia De Origem Vascular P Alguns pacientes apresentam sangramento aos pequenos traumas, sem que exista qualquer alteração das plaquetas ou de fatores de coagulação. P O defeito reside na parede vascular e pode ser decorrente de vasculite, como a púrpura de Henoch-Schönlein, malformações vasculares como hemangiomas e telangiectasias ou doenças do colágeno. P Manifestação hemorrágica característica → lesão em pele, em geral, uma equimose, como as que ocorrem nas púrpuras por defeitos plaquetários ou nas trombocitopenias. ↳ Às vezes ocorrem lesões hemorrágicas sobrelevadas, que são características das púrpuras associadas a vasculites. P Investigação laboratorial é normal, a não ser pela presença de uma prova do laço positiva, eventualmente. P Caracterizada pelo aparecimento de lesões purpúricas sobrelevadas, avermelhadas, por vezes com áreas de necrose isquêmica. P Atinge principalmente crianças, mas pode ocorrer em adultos, com frequência associada a drogas ou após infecções virais ↳ Ocorre entre as idades de 3-15 anos (principalmente entre os 4-6 anos). ↳ Predominância do sexo masculino ↳ Principalmente no outono, inverno e primavera P Vasculite de hipersensibilidade, mediada por imunocomplexos associada à deposição de IgA ↳ Os tipos de células predominantes no infiltrado inflamatório são neutrófilos e monócitos ↳ Os estudos de imunofluorescência mostram IgA, componente do complemento 3 (C3) e deposição de fibrina dentro das paredes dos vasos envolvidos. ↳ IgA, c3, fibrina e IgG se depositam nas cels endoteliais e mesangiais do rim P Causas ↳ Infecções (estreptococcias, hepatite B, citomegalovírus e vírus Epstein-Barr) ▪ Metade dos casos de PHC são precedidos por infecção do TRS ↳ Medicamentos (sulfa, alopurinol, penicilina, iodetos, cimetidina) ↳ Produtos químicos como inseticidas e conservantes ou corantes usados em alimentos industrializados. P Distribuição → ocorrendo sobretudo em membros inferiores, ascendendo progressivamente. ↳ O critério obrigatório é púrpura (geralmente palpável e em cachos) ou petéquias, com predomínio de membros inferiores e sem trombocitopenia ou coagulopatia P Manifestações → A doença é caracterizada por uma tétrade de manifestações clínicas: ↳ Púrpura palpável em pacientes sem trombocitopenia nem coagulopatia ▪ O rash é o sinal de aproximadamente 75% dos pacientes. ▪ A erupção começa com pápulas eritematosas, macualres ou urticariformes. ▪ Pode causar coceira, mas raramente é dolorosa. ▪ A erupção inicial pode coalescer e evoluir para as equimoses típicas, petéquias e púrpura palpável ▪ Geralmente aparece em plantas dos pés ou mãos, simetricamente distribuídas e localizada principalmente em áreas dependentes de gravidade, como as extremidades inferiores. ▪ As nádegas geralmente estão envolvidas em bebês e o rosto, o tronco e as extremidades superiores em crianças que não andam ↳ Artrite/Artralgia (> 50%) ▪ Geralmente transitória ou migratória, geralmente oligoarticular (1 a 4 articulações) e não deformadora ▪ Geralmente afeta as grandes articulações dos membros inferiores (joelhos, quadril e tornozelos) ou, menos comumente, os membros superiores (mãos, punhos e cotovelos) ↳ Dor abdominal, tipo cólica (20-30%) ↳ Doença renal (21-54%) ▪ É mais prevalente em crianças mais velhas e adultos. ▪ A apresentação mais comum é hematúria com ou sem cilindros eritrocitários e leve ou nenhuma proteinúria ▪ Os achados da biópsia são idênticos a nefropatia por IgA ↳ Pode se acompanhar de artralgia ou artrite mesmo, dores abdominais, cefaleia e hematúria. P Glomerulonefrite é a complicação mais temida, embora não seja frequente e não evolua habitualmente para insuficiência renal P Avaliação laboratorial ↳ Níveis séricos de IgA evelados em 50-70% dos pacientes (quanto mais elevado maior a chance de envolvimento renal) ↳ Os pacientes podem ter anemia normocrômica por causa do sangramento do TGI Esses pacientes não possuem alteração da hemostasia que justifique o sangramento. ↳ O tempo de protrombina (TP) e tempo de tromboplastina parcial (PTT), tempo de sangramento e contagem de plaquetas são geralmente normais. ↳ A urinálise inicial é geralmente normal, embora proteinúria e/ou hematúria possa se desenvolver com o tempo ↳ Hipocomplementemia é relatada em uma significativa parte das crianças (diminuição de C3 e/ou C4) P Diagnóstico → baseia-se na aparência da lesão purpúrica e nos sintomas associados, que nem sempre estão presentes ↳ Hemograma e os testes da hemostasia são normais ↳ Eventualmente a biópsia é necessária para firmar o diagnóstico ▪ Em pacientes com apresentações incompletas ou incomuns, uma biópsia de um órgão afetado que demonstra vasculite leucocitoclástica com predominância de deposição de IgA confirma o diagnóstico ↳ Estudos renais → a análise de urina deve ser realizada em todos os pacientes para a triagem de evidências de envolvimento renal P Tratamento → sintomático → hidratação adequada, repouso e alívio sintomático da dor ↳ Corticosteroides são úteis em aliviar os sintomas, mas não previne a ocorrência de comprometimento renal ↳ P Prognóstico → curso benigno e se resolve espontaneamente em 4 a 6 semanas ↳ Os resultados de curto a longo prazo de crianças são geralmente excelentes. ↳ Na ausência de doença renal significativa, o episódio inicial de IgAV geralmente se resolve em 1 mês. ↳ Em 2/3 das crianças não há episódios recorrentes↳ Alguns pacientes apresentam crises recorrentes P Acompanhamento → cerca de 90% das crianças que desenvolvem envolvimento renal o fazem dentro de 2 meses de início, e 97% dentro de 6 meses. ↳ Consequentemente, todos os pacientes devem ser acompanhados com urinálise e monitoramento da PA semanalmente ou quinzenal durante o primeiro a 2 meses após a apresentação inicial. ↳ A creatinina sérica deve ser obtida para avaliação da função renal em qualquer paciente com anormalidade urinária significativa ou persistente ou PA elevada HOSPITALIZAÇÃO: ▪ Incapacidade de manter hidratação adequada com ingestão oral ▪ Forte dor abdominal ▪ Sangramento gastrointestinal significativo ▪ Mudanças no estado mental ▪ Envolvimento articular grave, limitando a deambulação e / ou autocuidado ▪ Insuficiência renal (creatinina elevada), hipertensão e / ou síndrome nefrótica
Compartilhar