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INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS PROF. FÁBIO DE MOURA CAMARA 2021 RESOLUÇÃO N° 585/2013 X EXAMES LABORATORIAIS EXAMES LABORATORIAIS APLICADOS À PRÁTICA CLÍNICA MONITORAMENTO FARMACOTERAPÊUTICO X EXAMES LABORATORIAIS RESULTADOS AJUSTE DE DOSES REAÇÕES ADVERSAS REPERCUSSÕES CLÍNICAS SANGUE • Suspensão de células (globulos brancos, vermelhos e plaquetas) em um liquido chamado plasma • Tecido fluido, formado por uma porção celular que circula em suspensão em um meio liquido, o plasma SANGUE O sangue corresponde a 8% do peso corporal de um adulto, sendo constituído em 45% por células e 55% por fluidos. SANGUE SANGUE Hematócrito: É o volume de hemácias expresso como porcentagem do volume de uma amostra de sangue total, ou seja, mililitro de hemácias por decilitro sangue. Mulher: 37 - 47 % Homem: 41 - 51 % Crianças: 35 - 38% HEMOGRAMA COMPLETO Ht Altos Hemoconcentração Choque cirurg. Traumatismos Queimaduras Desidratação Policitemias Ht Baixo Descompensação cardíaca Gravidez Hiperhidratação Hemorr. Agudas Anemias HEMOGRAMA COMPLETO Índices Hematimétricos Servem à classificação morfológica das anemias. Fornecem valores médios da concentração de hemoglobina e volume de hemácias, sendo calculados a partir de determinações prévias do hematócrito, hemoglobina e número de hemácias por microlitro de sangue HEMOGRAMA COMPLETO Índices Hematimétricos: VGM = hematócrito x 10 82 -93 µ³ hemácias HGM = hemoglobina x 10 27 - 32 pg hemácias CHGM = hemoglobina x 100 32-36% hematócrito HEMOGRAMA COMPLETO HEMOGRAMA COMPLETO Neutrofilia : Número superior à 7.000/mm³ Estímulos físicos: frio, calor, exercícios, convulsão, dor, ovulação, náuseas, vômitos e gravidez Estímulos emocionais: medo, ansiedade Infecções bacterianas Inflamações: Febre reumática, Artrite reumatóide, Nefrite Tumores Doenças Hematológicas: An. Hemorrágica, An. Hemolítica, Leucemias, Sínd. Mieloproliferativas NEUTRÓFILOS Neutropenia: Número inferior à 2.000 céls/mm³ Doença de Kotsman ou Agranulocitose crônica infantil Auto-imunização no quadro clínico do Lúpus Hiperesplenismo Uso de drogas como: Cloranfenicol, Sulfonamidas, Piramida, Fenotiazina e Penicilinas Radiação Alcoolismo Anemia Megaloblástica Eosinofilia: Número igual ou superior à 500 céls/mm³ Constante e proporcional: Ancilostomosíase, Estrongiloidíase, Ascaridíase, Filariose e Esquistossomose Inconstante: Enterobiose e Teníase Excepcional: Tricuríase Asma, Eczema, Urticária e surtos de renite alérgica Eosinopenia: Número inferior à 80 céls/mm³ Processo inicial de Infecção Aguda EOSINÓFILOS Basofilia: Número igual ou superior a 100 céls/mm³ Síndromes mieloproliferativas Hipersensibilidade: drogas e alimentos, eritrodermia BASÓFILOS Monocitose: Número superior à 1.000 céls/mm³ Infecções virais: Mononucleose infecciosa Infecções bacterianas: Tuberculose, Sífilis e Brucelose Infecções parasitárias: Calazar, Toxoplasmose, Tripanossomíase e Malária Doenças do Colágeno Monocitopenia: Achado incomum Fase aguda de processos infecciosos Desnutrição MONÓCITOS Linfocitose: Número superior à 4.000 céls/mm³ Coqueluche Mononucleose infecciosa Trauma Cirurgia Insuficiência Cardíaca Congestiva Choque Séptico Infarto Agudo do Miocárdio Infecções crônicas Hepatites virais LINFÓCITOS Linfocitopenia: Número inferior à 1.000 céls/mm³ no adulto e inferior à 3.000 céls/mm³ em crianças É uma resposta passageira à ativação do eixo hipófise-supra-renal Radioterapia intensiva Doença do Hodgkin Lúpus SIDA LINFÓCITOS ANEMIAS Redução dos níveis de Hemoglobina no Sangue. Sinal Clínico mais frequente na prática médica. Níveis de Hemoglobina indicativos de anemia ao nível do mar Grupos por faixa etária/sexo Hb (g/dL) 6 meses – 5 anos < 11 6 anos – 14 anos < 12 Homens adultos < 13 Mulheres adultas < 12 Mulheres Grávidas < 11 WHO 2007 ANEMIA - INVESTIGAÇÃO Anemia Carência de ferro, Vitamina B12 ou Folato Falta de Produção Invasão de Medula óssea • Leucemias • Linfomas • Mielomas • Metástases • Fibrose Falta de Eritropetina Redução do tecido hematopoético normal • Anemia Aplástica idopática, por agentes químicos, físicos, infecções, toxinas, medicamentos • Aplasia pura • SMD Anemia de doenças crônicas • D. inflamatórias • D. infecciosas • Neoplasias Reticulócitos diminuídos Anemia Defeitos do eritrócito Agressão ao eritrócito Excesso de destruição • Doenças de membrana • Eritroenzimopatias • Hemoglobinopatias • Talassemias • Parasitas: malária • Venenos e toxinas • Trauma: microangiopáticas • Imunes: anticorpos Reticulócitos aumentados Anemia Perdas hemorrágicas Agudas Reticulócitos aumentados Reticulócitos baixos Falta de produção Espoliação de ferro Crônicas Anemia Ferropriva ou Ferropênica É a doença mais frequente no mundo Acomete mais de 600 milhões de pessoas Carência de ferro = 3 vezes mais frequente Anemia Ferropriva ou Ferropênica Grupos de risco para deficiência de ferro Crianças entre 6 meses e 2 – 3 anos Mulheres em idade reprodutiva Mulheres grávidas Doadores de sangue regulares Comunidades com baixa ingestão de ferro heme Anemia Ferropriva ou Ferropênica Causas• Dieta inadequada • Diminuição da absorção Acloridria Cirurgia gástrica Doença celíaca H. pylori? • Perdas aumentadas Fluxo menstrual excessivo Sangramento gastrointestinal Doação de sangue Hemoglobinúria Alterações da hemostasia • Aumento das necessidades Infância Gravidez Lactação Hemorróidas Salicilatos Úlcera péptica Diverticulose Neoplasia Retocolite ulcerativa Ancilostomíase Divertículo de Meckel Anemia Ferropriva ou Ferropênica Exames laboratoriais • Hemoglobina e índices hematimétricos • Ferro sérico • Capacidade Total de Ligação do Ferro do Plasma (CTLF ou TBIC) • Saturação de Transferrina (Sat Tf) • Ferritina sérica • Receptor Solúvel da Transferrina • Coloração para ferro na M.O. Anemia Ferropriva ou Ferropênica DIAGNÓSTICO Ferritina Sérica Ferro sérico CTLFSat Tf Receptor Solúvel da Transferrina RDW VCM HCM Hemoglobina Anemia Microcítica Hipocrômica A Co-existência de inflamação e carência de ferro DIFÍCIL SITUAÇÃO Ferritina é proteína de fase aguda, e portanto pode não refletir o real estoque de ferro Relação Receptor solúvel da Transferrina/log ferritina (sTfR/log sFt) >1,5 : deficiência de ferro < 0,8 : deficiência de ferro com inflamação Anemia ferropriva X Anemia de doença crônica X anemia de doença crônica + Anemia ferropriva Anemia Índice Reticulocitário Baixo: Anemia hipoproliferativa Alto: Hemorragia aguda ou An. hemolítica Evidência Bioquímica ou clínica da inflamação Saturação de Transferrina < 16% Ferritina < 30 ng/mL Ferritina 30 – 100 ng/mL Ferritina > 100 ng/mL Anemia Ferropriva Anemia de doença crônica + Anemia ferropriva Anemia de doença crônica Anemia Megaloblástica Anemias de Doenças Crônicas Identificação: Homem, 50 anos, advogado, natural de Cravinhos e procedente de Ribeirão Preto. QD: Fraqueza há três meses HMA: Paciente refere fraqueza aos médios esforços, como subir uma escada, progressiva há aproximadamente três meses. Junto com a fraqueza também notou inchaço dos membros inferiores principalmente no final do dia, além de discreta dispneia aos esforços. Tem tido sonolência durante o dia, o que o tem prejudicado no trabalho. Também se queixa de dor epigástrica há mais de um ano. IDA: Pele: nega petéquias ou equimoses TSC: nega adenomegalias AR: refere dispneia leve aos esforços ACV: refere edema de membros inferiores e palpitação Abdome: refere dor epigástrica. AP: Refere litíase renal. AF: ndn Exame Físico: Bom estado geral, levemente descorado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril. Pele: levemente descorado. Orofaringe:presença de queilite angular e papilas gustativas hipotróficas. AR: FR= 17 ipm, MV presente, simétrico, sem ruídos adventícios ACV: 2 BRNF, sem sopros. FC=P=86 bpm. PA: 140 x 90 mmHg Abdome: baço palpável no rebordo costal esquerdo Exame hematológico: Hb: 9,6 g/dl (VN: 13,5 – 17,5 g/dL) Leucócitos: 3.900/µL (VN: 3500 - 10500/µL) Ht: 28% (VN: 39 – 50%) neutrófilos: 2.100 (1700 – 8000) GV: 2,25 x 106/µL (VN: 4,3 – 5,7 x 106/µL) eosinófilos: 300 (50 – 500) VCM: 125 fL (VN: 81 – 95 fL) linfócitos: 1.400 (900 – 2900) Plaquetas: 146.000/µL (150 – 450 x 103/µL) monócitos: 100 (300 – 900) Basófilos: 100 (0 – 100) Caso 1 Identificação: Mulher, 44 anos, branca, divorciada, professora, natural de São Paulo e procedente de Serrana (SP). QD: Fraqueza progressiva há 3 meses HMA: Paciente conta que nos últimos três meses vem apresentando fraqueza progressiva nos exercícios diários, como caminhada até o ponto de ônibus e subir escada. A fraqueza é acompanhada de dor nas pernas e discreta falta de ar, que melhoram rapidamente com o descanso. Seus filhos notaram que estava mais pálida nas últimas semanas. IDA: Pele: palidez. Nega petéquias ou equimoses TSC: nega adenomegalias Boca: refere ferida na boca Gênito-urinário: refere fluxo menstrual aumentado no último ano, durando 6 a 7 dias e consumindo quatro pacotes de absorventes, acompanhados de cólicas menstruais que melhoram parcialmente com analgésicos AP: G3P3A0. Refere apendicectomia aos 11 anos, sem intercorrências. Nega transfusões prévias. Nega diabetes, hipertensão. AF: Pais, irmãos e filhos sadios. EXAME FÍSICO: Bom estado geral, leve a moderadamente descorada, anictérica, acianótica, afebril. Pele: sem alterações; boca e orofaringe: presença de queilite angular. Papilas gustativas normotróficas AR: 15 ipm; MV presente, sem ruídos adventícios ACV: FC=P= 94 bpm. PA: 100 x 67 mmHg. 2 BRNF, com sopro holossistólico 3+/6 pancardíaco. Abdome: fígado e baço não palpáveis Exame hematológico: Hb: 9,6 g/dl (VN: 12 – 15,5 g/dL) Leucócitos: 9.000/µL (VN: 3500 - 10500/µL) Ht: 31% (VN: 35 – 45%) neutrófilos: 5.700 (1700 – 8000) GV: 4,18 106/µL (VN: 3,9 – 5 106/µL) eosinófilos: 700 (50 – 500) VCM: 74 fL (VN: 82 – 98 fL) linfócitos: 1800 (900 – 2900) Plaquetas: 377.000/µL (150 – 450 x 103/µL) monócitos: 700 (300 – 900) Basófilos: 100 (0 – 100) Caso 2 DENGUE • Grande importância econômica e de saúde pública em diversos países da África, América do Sul e Sudeste Asiático. • Alta incidência: 390 milhões de pessoas por ano. • 96 milhões de pessoas desenvolvem a doença. • Cerca de 3,9 bilhões de pessoas em áreas de risco • Endêmica em mais de 100 países • Novas áreas: Croácia e França (2010) DENGUE • Período de incubação: 5 a 6 dias • Sintomatologia dividida em: dengue clássica, dengue hemorrágica e síndrome do choque. Dengue clássica: febre, dor retro-orbitária, cefaleia, prostração, artralgia e mialgia. Dengue hemorrágica: aumento da permeabilidade vascular, plaquetopenia: <100.000/mm³ (150.000 – 400.000/mm³). Síndrome do choque: hemoconcentração, aumento da viscosidade sanguínea, insuficiência cardíaca e pode levar a um choque hipovolêmico. Fisiopatologia da Dengue grave I • Cerca de 500.000 casos no mundo ao ano • Mortalidade: 0,2 a 10-20% dependendo dos recursos de atenção à saúde • Idade: crianças 15 vezes do que adulto (DENV 2) • Sexo: mulheres >> homens • Genética: negroides <<< caucasoides, mongoloides • Doenças associadas (diabetes , asma) Espectro Clínico - Adultos • Sinais de alarme tem correlação direta com o aumento da permeabilidade capilar e a iminência do quadro de choque. • Associação de dor abdominal à presença de ascite e choque. • Manifestações hemorrágicas e plaquetopenia podem estar presentes em todas as apresentações clínicas. Evolução para choque sem evidências de sangramento • A fase crítica e inicia ao redor do 5 – 6° dia da doença. Espectro Clínico - Infância • Quadro clínico mais comum: síndrome febril aguda, com sinais e sintomas específicos, apatia, sonolência, recusa da alimentação , vômitos, diarreia. • Abaixo dos 2 anos e, principalmente <6m, a cefaleia, artralgia e mialgia se refletem em choro persistente, adinamia, irritabilidade. • Assim como nos adultos: delírio, sonolência, coma depressão irritabilidade, demência, amnésia, sinais meníngeos, paresias, paralisias, polineuropatias, síndrome de Reye, SGB, encefalite. • Essas complicações podem surgir a partir do 3° dia, com ou sem febre. Complicações da Dengue • Cardíacas: Alterações do ECG são muito comuns, mas passam despercebidas. Entre pacientes com formas graves, incidem entre 17 e 70% de miocardite, bloqueios de ramo, taqui/bradicardiarritmias, edema agudo do pulmão. • Insuficiência Renal Aguda: Incidem 6% do total e, de forma relevante em 1% dos internados (proteinúria/hematúria) Entre pacientes renais crônicos há alta letalidade (60%) • Neurológicas: Encefalite, convulsões, neurites, síndrome do trato piramidal e SGB (rara) • Hematológicas: Síndrome hemo-fagocitária Achados Laboratoriais apresentados na Dengue • Leucopenia • Diminuição de níveis séricos de componentes do sistema complemento • Aumento do tempo de tromboplastina ativada parcial • Aumento do tempo de protrombina • Aumento de produtos de degradação do fibrinogênio • Trombocitopenia • Acidose metabólica • Hiponatremia • Glicemia anormal CHIKUNGUNYA Chikungunya no Brasil (2019), em números: • Até o dia 16 de março, foram 39,4 casos a cada 100 mil habitantes. • 12.942 casos de chikungunya no país, com uma incidência de 6,2 casos a cada 100 mil habitantes. Em 2018, foram 23.484 casos – uma redução de 44%. O termo “Chikungunya” provém do idioma Malombe, falado em algumas áreas do norte de Moçambique e sul da Tanzânia, que quer dizer “aquele que se dobra”, em referência à postura adquirida pelo paciente devido às severas artralgias. No final de 2014, países da América do Sul, como: Guiania Francesa, Venezuela, Colômbia, Suriname, Paraguai e Brasil haviam registrados a circulação do CHIKV CHIKUNGUNYA • Alphavirus – Togaviridae (Rubéola) – RNA • Descrição: Tanzania, 1952-53 • África: ciclo silvestre envolvendo primatas não humanos • 3 genótipos: africano ocidental, africano centro-leste-sul, asiático • Até 2004: surtos esporádicos na África, na Índia e no Sudeste Asiático. Diagnóstico Clínico - adultos Período de Incubação: 2 a 12 dias (média 4-7 dias) • Fase aguda (4 a 7 dias) • Infecções assintomáticas relativamente raras • Início abrupto com febre elevada (> 38,5°), poliartralgia, dor lombar, cefaleia e fadiga. • Poliartralgia aparece em 87 – 98% dos casos, bilateral, simétrica, acometendo pulsos, tornozelos e falanges, por vezes ombros, cotovelos e joelhos. • Edema articular em 27 – 42% dos casos. • Mialgia em mais da metade dos casos • Acometimento cutâneo: rash macular ou máculo-papular em cerca da metade dos casos, por vezes prurido e descamação. • Podem ocorrer diarreia, nauséa e vômitos com menor frequência, além de desanimo e impossibilidade de realizar tarefas comuns. • Morte relativamente rara • Fase de convalescência e crônica (> 7 dias → anos) • Artralgia e dores musculoesquelétias podem persistir por meses e até anos, com recorrências periódicas, preenchimento critérios para AR e espôndilite. • Febre, artralgia, cefaleia, dor neuropática, distúrbios cerebrais e sensorioneurais, disestesias, parestesias • Disturbios digestivos, alterações cutâneas, rash, alopecia, prurido, rigidez matinal, bursite, tenossinovite com ou sem derrame. 30% dos pacientes relataram sintomas por 1-3 semanas e 50% > 4 meses. Diagnóstico Clínico - crianças • Quadro clínico cursa com febre, irritabilidade. • Em relação aos adultos, menor incidência de manifestações reumatológicas e maior incidência de manifestações cutâneas (hiperpigmentação, eritema, rash, lesões vésico-bolhosas); • Maior incidência de manifestações neurológicas: encefalite, convulsões, síndromes meníngeas,formas garves: sintomas respiratórios, pancreatite, hepatite, insuficiência adrenal. • Transmissão vertical: início 3-7 dias de vida, febre, recusa da mamada, exantema, lesões vésico-bolhosas. Achados Laboratoriais As alterações laboratoriais de Chikungunya, durante a fase aguda, são inespecíficas: • Leucopenia com linfopenia menor que 1.000 céls/mm³ é a observação mais frequente. • A trombocitopenia inferior a 100.000 céls/mm³ é rara • A velocidade de hemossedimentação e a Proteína C Reativa encontram-se geralmente elevadas • Outras alterações podem ser detectadas como elevação discreta das enzimas hepáticas, da creatinina e da creatinofosfoquinase (CK) Diagnóstico Diferencial CHKV x Dengue A infecção pelo vírus Chikungunya mais frequentemente cursa com febre elevada, artralgia grave, rash cutâneo e linfopenia , enquanto a Dengue mais comumente cursa com neutropenia, trombocitopenia, hemorragia, choque morte ZIKA • Em humanos , foi confirmado na Nigéria, mas algumas evidências sorológicas de infecção humana por esse arbovirus também foram reportadas em outros países africanos, como o Egito, Tanzânia, Gabão e Serra Leoa. • Em 2007, uma epidemia de Zika atingiu a ilha Yap, Micronésia, no Oceano Pacífico, enquanto que a Polinésia Francesa, também na Oceania, registrou uma grande epidemia da doença em outubro de 2013. • Nas Américas , o Zika vírus somente foi identificado na Ilha de Páscoa, território do Chile, no início de 2014. • Em 2015, o Brasil registrou os primeiros casos humanos de Zika. • Os primeiros estados brasileiros a registrar casos de indecção por Zika foram a Bahia e Rio Grande do Norte. Característica do vírus • Flavivirus (febre amarela, dengue, West Nile, Saint Louis, Encefalite japonesa) • Descrita 3 linhagens: 2 africanas (W e E) e polinésia (Brasil) • Também já foram descritas, embora de impacto epidemiológico ainda incerto, a transmissão sexual, transfusão de sangue, acidente laboratorial. Manifestações neurológicas ZIKV • Síndrome Congênita do ZIKV • Síndrome de Guillain Barré • Encefalite • Meningocefalite • Paralisia facial • Mielite transversa Diagnóstico laboratorial ZIKV • Hemograma: discreta leucopenia (3.700 – 4.000 leucócitos) plaquetas normais ou discretamente baixas, RN plaquetopenia. • PCR elevado (ao redor de 15 a 20) • Sorologia : IgM+ a partir do 3°/4° dia do doença – reatividade cruzada com dengue, especialmente nas pessoas que já tiveram dengue anteriormente, IgG a partir do 7° dia, reações cruzadas. • Diagnóstico definitivo: RT-PCR no plasma ou na urina. No plasma detectável até o 5° dia; urina e saliva, por mais tempo (?) Dislipidemias Lipoproteínas Os lipídeos são sintetizados no fígado e intestino, são transportados no plasma em complexos macromoleculares denominados de lipoproteínas. As lipoproteínas são tipicamente particulas esféricas com lipídeos neuro apolares (triglicerídeos e esteres de colesterol) no interior e lipídeos amfipáticos (fosfolipideos e colesterol livre) na superfície. Contém também uma ou mais proteína específica denominada de apoproteina na superfície. Existem vários tipos de lipoproteínas, e estas podem ser classificadas de diversas maneiras. O modo pelo qual geralmente as classificam, é baseado na sua densidade. DISLIPIDEMIAS • Hipercolesterolemia familiar • Hipertrigliceridemia familiar DISLIPIDEMIAS PRIMÁRIAS > Fatores genéticos • Maus hábitos alimentares; Sedentarismo; • Tabagismo; Alcoolismo; • Estresse; DISLIPIDEMIAS SECUNDÁRIAS AO ESTILO DE VIDA INADEQUADO • Diabetes mellitus, Doenças Hepáticas, Doença Renal Crônica; • Síndrome de Cushing; Hipotireoidismo; • **Medicamentos** DISLIPIDEMIAS SECUNDÁRIAS À DOENÇAS CRÔNICAS “Valores de CT ≥ 310 mg/dL em adultos ou ≥ 230 mg/dL para pacientes entre 2 e 19 anos de idade podem ser indicativos de Hipercolesterolemia Familiar (HF), se excluídos as dislipidemias secundárias”. ESTATINAS CARACTERÍSTICA Atorvastatina Fluvastatina Lovastatina Pravastatina Rosuvastatina Sinvastatina Redução de Colesterol-LDL (%) 50 24 24 34 50 41 Redução de Triglicerídeos (%) 29 10 16 24 18 18 Aumento de colesterol-HDL (%) 6 8 9 12 8 12 DISLIPIDEMIA SECUNDÁRIA DOENÇAS • OBESIDADE ( CT , TG HDL ) • DIABETES ( TG, HDL ) • HIPOTIREOIDISMO ( CT , TG ) • SÍNDROME NEFRÓTICA ( CT , TG ) • INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA ( CT ) • HEPATOPATIAS COLESTÁTICAS CRÔNICAS ( CT ) INSUFICIÊNCIA RENAL Sintomas de Distúrbios Renais Os sintomas variam de acordo com o tipo de distúrbio e com a parte do sistema afetado. A febre e a sensação de mal-estar generalizado são sintomas comuns, apesar de uma cistite geralmente não causar febre. A pielonefrite causa febre alta. Ocasionalmente, o câncer de rim causa febre. A maioria das pessoas urinam cerca de 4 a 6 vezes por dia, principalmente durante o dia. A micção freqüente sem aumento da quantidade diária total de urina é um sintoma de infecção de bexiga, ou corpo estranho como cálculos ou tumores. Sintomas de Distúrbios Renais A micção freqüente durante a noite pode ocorrer nos estágios iniciais de uma nefropatia, embora a causa pode ser simplesmente a ingestão de uma grande quantidade de líquidos. A noctúria também é comum em pessoas com insuficiência cardíaca, insuficiência hepática ou diabetes Os sintomas mais freqüentes de uma obstrução da uretra são o início hesitante da micção, a necessidade de esforço para urinar, o jato de urina fraco e irregular e o gotejamento no final da micção. co le ta H o m en s co le ta M u lh eres EXAMES QUE VERIFICAM O FUNCIONAMENTO DOS RINS • NÍVEIS DE CREATININA • BUN (NITROGÊNIO UREICO NO SANGUE) • DEPURAÇÃO DE CREATININA A INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA ALTERA OS RESULTADOS DE VÁRIOS EXAMES. • POTÁSSIO • SÓDIO • ALBUMINA • FÓSFORO • CÁLCIO • MAGNÉSIO INSUFICIÊNCIA RENAL • INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA: • - DEFINIDA COMO CREATININA SÉRICA AUMENTADA EM ≥ 0,5MG/DL OU 50% ACIMA DO VALOR BASAL, OU REDUÇÃO DE 50% NA CLEARANCE DE CREATININA OU FUNÇÃO RENAL REDUZIDA RESULTANDO EM NECESSIDADE DE DIÁLISE. • INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA: INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA • AS ANÁLISES LABORATORIAIS TAMBÉM PERMITEM DETECTAR COMPLICAÇÕES DA IRC PRECOCEMENTE, COMO GRAUS INICIAIS DE ANEMIA, ALTERAÇÕES DOS ELETRÓLITOS (PRINCIPALMENTE CÁLCIO, FÓSFORO E POTÁSSIO), ALTERAÇÕES DO HORMÔNIO PTH (QUE CONTROLA A SAÚDE DOS OSSOS), DOS VALORES DE PH DO SANGUE, ETC. AVALIAÇÃO DO RESULTADO • - CLASSIFICAÇÃO DA DRC CLASSIFICAÇÃO DA DRC • - “Ajuste de dose” • Prolongamento do t1/2 de fármacos eliminados por excreção renal. • Monitorização da concentração plasmática (Vancomicina, aminoglicosídeos) “Ajuste de dose de medicamentos utilizados em UTI” • Aciclovir • Amicacina • Amoxicilina-clavulanato • Imipenem • Piperacilina-tazobactam • Teicoplanina • Vancomicina EXEMPLO ENTECAVIR FUNÇÃO HEPÁTICA Funções do fígado • O fígado é o principal órgão com respeito à síntese de vários compostos biológicos entre os quais proteínas, carboidratos e lipídios; • Sintetiza várias proteínas plasmáticas como albumina, fibrinogênio, globulinas β e α, fatores de coagulação, proteínas de transporte. • Principal órgão de desintoxicação e metabolização das drogas; • Responsável pela formação de corpos cetônicos. Icterícia Testes de função hepática Integridade do fígado Função secretora Capacidade de síntese Avaliação laboratorial Enzimas AST (TGO), ALT (TGP), GGT, Fosfatase alcalina Bilirrubina Albumina Transaminases As enzimas AST e ALT estão amplamente distribuídas nos tecidos humanos. As atividades mais elevadas de AST encontram-se no miocárdio, fígado, músculo esquelético, com pequenas quantidades nos rins, pâncreas,baço, cérebro pulmões e eritrócitos. AST = (Aspartato Aminotransferases) = TGO (transaminase glutâmica oxalacética) ALT = (Alanina Aminotransferases) = TGP(transaminase glutâmica pirúvica) Interferentes: Valores falsamente aumentados: paracetamol, ampicilina, agentes anestésicos, cloranfenicol, codína, cumarínicos, difenilhidantoína, etanol, isoniazida, morfina, anticoncecionais orais, sulfonamidas e tiazidas. ❑Variação circadiana e prática de exercício (AST 3X) (Cordoba et al., 1998) ❑ Baixa correlação entre aminotransferases e o grau de fibrose hepática (Pratt et al., 2000) ❑Correlação com o peso. Atualização dos valores de ALT em homens e mulheres; Transaminases Transaminases Aumento das aminotransferases Lesões ou destruição das células hepáticas liberam estas enzimas para a circulação. • A ALT é encontrada principalmente no citoplasma do hepatócito, enquanto 80% da AST está presente na mitocôndria. •Esta diferença tem auxiliado no diagnóstico e prognóstico de doenças hepáticas. ❑ Em dano hepatocelular leve a forma predominante no soro é citoplasmática (ALT), enquanto em lesões graves há liberação da enzima mitocondrial (AST). Transaminases ❑ Em dano HEPATOCELULAR LEVE a forma predominante no soro é citoplasmática (ALT), enquanto em LESÕES GRAVES há liberação da enzima mitocondrial (AST). Coeficiente de Ritis: AST/ALT – (TGO/TGP) < 1 (hepatites virais agudas) >1 (hepatopatias crônicas*) *Cirrose alcoólica, hepatite crônica, hepatocarcinoma e etc. OBS: Não é necessário que haja morte celular para haver liberação dessas enzimas no plasma, apenas modificação da permeabilidade da membrana. Transaminases Desordens Hepatocelulares Hepatite aguda Os aumentos podem atingir até 100 vezes os limites superiores dos valores de referência, apesar de níveis entre 20 e 50 vezes, serem os mais encontrados. Na fase aguda da hepatite viral ou tóxica, a ALT (GPT), geralmente, apresenta atividade maior que a AST (GOT). A relação AST/ALT é menor que 1. AST/ALT <1 Cirrose hepática São detectados níveis até cinco vezes superiores aos valores de referência,dependendo das condições do progresso da destruição célula, nestes casos, a atividade da AST (GOT) é maior que a ALT (GTP). AST/ALT >1 Fosfatase alcalina ❑A Fosfatase Alcalina está amplamente distribuída nos tecidos humanos, notadamente na mucosa intestinal, fígado (canalículos biliares), túbulos renais, baço, ossos (osteoblastos) e placenta. ❑No FÍGADO, a fosfatase alcalina está localizada na membrana celular que une a borda sinusoidal das células parênquimais aos canalículos biliares INTERFERENTES Resultados falsamente elevados: são encontrados em pacientes submetidos a tratamentos com paracetamol, aspirina, agentes antifúngicos, barbitúricos, difenilhidantoína, morfina, anticomcepcionais orais e tiazidas Hiperfosfatasemia alcalina - Obstrução Intrahepática Como a fosfatase alcalina está localizada nas membranas de revestimento dos canalículos biliares. Quando ocorre impedimento do trato biliar, a FA sérica atinge 2-3 vezes os valores de referência (podendo chegar a 10-15 vezes), dependendo do grau de estase biliar. As elevações ocorrem principalmente em: - Lesões expansivas: carcinoma hepatocelular primário, metástases, abscessos e granuloma. Hiperfosfatasemia alcalina - Obstrução Extrahepática A atividade eleva 3 a 10 vezes os valores de referências na obstrução parcial ou total do colédoco. Encontrados nos cálculos biliares ou tumores que bloqueiam os canais que conduzem a bile para o intestino ou na vesícula biliar Aumento da FA 2-3 vezes são observados no terceiro trimestre de gravidez; a enzima adicional é de origem placentária. -Enfermidades ósseas Aumentos na atividade de FA ocorrem em pacientes com doenças ósseas caracterizadas pela hiperatividade osteoblástica. Fosfatase alcalina •Doença de Paget (osteíte deformante) – ocorre aumento de 10-25 vezes. • Raquitismo – ocorre aumento de 2-4 vezes (que declinam após terapia com vitamina D. •Tumores ósseos osteoblásticos primários ou secundários. • Fraturas ósseas – aumentos pequenos Arruti e colaboradores (2009) tem descrito um aumento de fosfatase alcalina em crianças com menos de 5 anos de causa idiopática. Gama- Glutamiltransferase Apesar da atividade enzimática ser maior no rim, a enzima presente no soro é de origem, principalmente, do sistema hepatobiliar. No fígado, a g-GT está localizada nos canalículos das células hepáticas e, particularmente, nas células epiteliais que revestem os ductos biliares. Interferentes: Valores falsamente aumentados: fenitoína, fenobarbital, glutemidina e metaqualona Gama- Glutamiltransferase Obstrução intra-hepática e extra-hepática São observados os maiores aumentos ( 5-30 X) nas colestases do trato biliar. A g-GT é mais sensível e duradoura que a fosfatase alcalina e as transaminases na detecção de icterícia obstrutiva, colangite e colecistite (inflamação da vesícula biliar) Além disso, a g-GT é útil na diferenciação da fonte de elevação da fosfatase alcalina a g-GT apresenta valores normais nas desordens ósseas e durante a gravidez. Gama- Glutamiltransferase Enfermidades hepáticas induzidas pelo álcool As elevações enzimáticas nos alcoólatras variam entre 2-3 vezes os valores de referência. Estes ensaios são úteis no acompanhamento dos efeitos da abstenção do álcool. Nestes casos, os níveis voltam aos valores de referência em duas ou três semanas, mas podem elevar novamente se o uso do álcool é retomado. Hepatite infecciosa Aumentos de 2 a 5 vezes os valores de referência; nestes casos a determinação das aminotranferases (transaminases) é de maior utilidade. Doenças hepáticas Doenças hepáticas Interpretação dos Resultados Sorológicos Caso clínico Mulher, 19 anos, negra, grávida, procedente de Minas Gerais, compareceu a consulta médica de rotina e foi observado os seguintes resultados para os exames laboratoriais: bilirrubina total de 1,1 mg/dL (VR: até 1,2 mg/dL), bilirrubina direta e indireta normais, TGO: 30U/L (VR até 32U/L), TGP: 31 U/L (VR: até 31 U/L), Fosfatase alcalina: 210 U/L (VR:50-130 U/L), g-GT normal. Olhando rapidamente o exame desta paciente, o médico hipotetizou que esta estivesse com alguma lesão ou obstrução hepática. a) O médico acertou em seu diagnóstico? Justifique sua resposta. DIABETES MELITO - Doença Metabólica crônica, associada a concentrações glicêmicas aumentadas nas quais o organismo não produz, ou utiliza inadequadamente, insulina; complicações vasculares e neuropáticas associadas. Critérios para o diagnóstico de diabetes* 1 . Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dL, sendo o jejum definido como nenhuma ingestão calórica por um período mínimo de 8h. ** OU 2 . Na presença de sintomas de hiperglicemia, uma glicemia casual ≥ 200 mg/dL, sendo casual definido como sendo em qualquer horário do dia e independente do horário da última refeição. OU 3 . Glicemia ≥ 200 mg/dL, 2h após ingestão de 75g de glicose anidra ou equivalente. ** * Valores baseados em glicemias plasmáticas ** Nessas situações deve-se confirmar o diagnóstico com uma segunda medida da glicemia DIABETES TIPO 2: fatores de risco • Idade ≥ 45 anos • IMC ≥ 25 • Diabetes tipo 2 em parente de 1º grau • Sedentarismo • DG prévia • Hipertensão • Dislipidemia (HDL ≤ 35 mg/dL e/ou Triglicerídeos ≥ 250 mg/dL) • Síndrome dos ovários policísticos • História do doença vascular DIABETES TIPO 2: triagem Glicemia de jejum HbA1ce/ou < 100 mg/dL 100 - 125mg/dL ≥ 126mg/dL Triagem Negativa Glicemia Alterada Triagem Positiva Repetir a cada 3a TOTG Repetir outro dia < 5,7 % 5,7 – 6,4 % ≥ 6,4 % Triagem Negativa Pré-diabetes Triagem Positiva Repetir a cada 3a TOTG Repetir outro dia DIABETES GESTACIONAL : triagem Gestantes com fatores de risco Sim HbA1c 1ª consulta Não TOTG (24ª - 28ª semana) HbAc1 < 6,5% HbAc1 ≥ 6,5% Diabetes Pré-existente Teste Positivo Diabetes Gestacional • IMC ≥ 25 + 1 ou mais fatores abaixo • Idade materna ≥ 40 anos • História pessoal de pré-diabetes • Doenças associadas ao diabetes • Dislipidemia • DG em outragravidez NÍVEIS DE HbA1C FATORES QUE DIMINUEM Anemia Hemolítica ou estados hemorrágicos • Diminui a meia vida da hemácia Vitaminas C e E • Inibem a glicação da Hemoglobina • Interferência ao completar 20/dia Dapsona • Pode aumentar os níveis de MetaHb e diminuir o tempo de sobrevida das Hemácias. FATORES QUE AUMENTAM Anemia Ferropriva • Aumento na proporção de hemácias “mais velhas”. Fenobarbital • Eleva a reatividade da glicose a hemoglobina Insuficiência renal • Hemoglobina carbamilada. A cetoacidose caracteriza-se clinicamente por desidratação, respiração acidótica e alteração do sensório; e laboratorialmente por: - Hiperglicemia (glicemia > 250 mg/dl); - Acidose metabólica (pH < 7,3 ou bicarbonato sérico < 15 mEq/l); - Cetonemia (cetonas totais > 3 mmol/l) e cetonúria. - Alguns pacientes podem estar em cetoacidose e ter uma glicemia normal caso tenham usado insulina pouco tempo antes de virem para a Unidade de Emergência. Outros podem ter glicemia > 250 mg/dl e não estarem em cetoacidose caso não preencham os demais requisitos para o seu diagnóstico. CETOACIDOSE DIABÉTICA Tipos de marcadores cardíacos ENZIMAS CARDÍACAS ❑CK ❑LDH (Lactato desidrogenase) PROTEÍNAS CARDÍACAS 1. Mioglobina 2. Troponina 3. Proteína ligadora de ácidos graxos MARCADORES DE INFARTO MARCADOR AUMENTO APÓS IAM(HS) PICO (HORAS) RETORNO AO NORMAL VANTAGENS DESVANTAGENS AST (TGO) 8-10 24-48 4-5 DIAS Ensaio simples Não cardíaco específico, pico tardio LDH 12-24 2-4 DIAS 8-14 DIAS Ensaio simples Não cardíaco específico, pico muito tardio CK-TOTAL 1-8 12-24 36-48 Marcador precoce p/ detectar lesões no miocárdio Não cardíaco específico CK-MB 3-6 12-24 24-48 Atual marcador padrão TROPONINA I 4-6 12-24 4-7 DIAS Marcador cardíaco específico Demora p/ voltar ao normal. Ensaio ainda não difundido MIOGLOBINA 1-3 4-6 18-24 1º marcador a se elevar após dor peitoral Não cardíaco específico. Ensaio ainda não difundido Testes Laboratoriais Hematológicos no Acompanhamento da COVID-19 Quais testes são relevantes ? Alguns parâmetros hematológicos vem demonstrando importância no acompanhamento e prognóstico na COVID-19. Tem sido observado : • Surgimento de Leucocitose e Neutrofilia • Agravamento da Linfopenia • Surgimento de Trombocitopenia (36,2%) • Aumento do Tempo de Protrombina • Aumento de Fibrinogênio • Aumento de PDF de D-Dímeros • Diminuição de Anti-Trombina ISTH interim guidance on recognition and management of coagulopathy in COVID‐19: A Comment Christopher D. Barret, Hunt B. Moore, Michael B Yaffe 17 April 2020 A partir das taxas de Fibrinogênio, deve ser tomada a decisão de usar ou não a Heparina como profilaxia ao Tromboembolismo pulmonar. Pacientes com níveis de Fibrinogênio > 700mg/ dL (200 - 400 mg/dL) não devem fazer Heparina e sim uma anticoagulação sistêmica, sendo monitorado pela dosagem de anti- Fator X. Pacientes com níveis de Fibrinogênio <700 mg/dL , é recomendável iniciar HBPM ou HNF como profilaxia. Pacientes com níveis de Fibrinogênio > 900mg/ dL (200 - 400 mg/dL) fazer a terapia de regaste usando o Ativador do Plasminogênio tecidual (t-PA). https://onlinelibrary.wiley.com/journal/15387836 C O V ID -1 9 - Fisio p ato lo gia Células Hospedeiras, presentes em: Vasos Pulmões Coração Rins TGI Trato Biliar Ativação da CE, Plaquetas, Leucócitos e Monócitos. Aumento do FvW e Fator Tissular Aumento de Fibrinogênio e FVIII Aumento de geração de Trombina Aumento de D-Dímeros Resposta Imune excessiva → Tempestade de Citocinas IL1, IL2, IL6, G-CFS, TNF, INF e outros Resposta Inflamatória Sistêmica e Local (SIRS) Hipercoagulabilidade Desequilíbrio de porteínas Pro- coagulantes vs anticoagulantes Diminuição do Fluxo Sanguíneo HIPÓXIA Endoteliopatia Vasoconstrição MACROTROMBOSES Eventos tromboembólicos venosos e arteriais MICROTROMBOSES Falência Multipla dos órgãos Microangiopatia Embolia Pulmonar SRAG Understanding pathophysiology of hemostasis disorders in critically ill patients with COVID-19 A Covid-19 é um estado inflamatório. A inflamação e coagulação são eventos interligados. Desse modo, manifestações pró- trombóticas ou de hipercoagulação podem ser previstas no cenário da Covid-19. No paciente com Covid-19 há uma tendência à trombose devido a uma tempestade de citocinas associados a um estado inflamatório culminando em lesão endotelial e exposição do fator tecidual e ativação da coagulação. Isso leva a quimiotaxia dos elementos figurados e termina com formação de trombos para conter a injúria. Com a formação de microtrombos em pequenos e médios vasos do ambiente capilar pulmonar sendo favorecido pela hipoxemia. C o agu lação In travascu lar D isse m in ad a - C IV D Na CIVD tem-se ativação da coagulação sanguínea, com consumo dos fatores de coagulação, consequente trombose de pequenos e médios vasos e tendendo à hemorragia – por consumo dos fatores da coagulação. Critérios para determinar a CIVD em Pacientes com COVID-19 AVALIAR: • Contagem de Plaquetas (150.000 – 450.000/mm³) • Tempo parcial de Tromboplastina ativado (Razão Paciente/Controle < 1,30) • Dosagem de D-Dímeros (<0,5 µg/mL) • Dosagem de Fibrinogênio (200 – 400 mg/dL) • PDF (até 5.000ng/mL – semiquantitativo) •< 5: Não compatível. Repetir a cada 24 a 48h; •> 5: compatível com CIVD, repetir score diariamente para acompanhamento. Conjunto de Testes Iniciais (Resultados Esperados) TESTES RESULTADOS D- Dímeros Aumentado Dosagem de Fibrinogênio Aumentado Tempo de Protrombina Ligeiramente aumentado Tempo parcial de Tromboplastina ativado Encurtado na fase aguda, potencialmente aumentado posteriormente Número de Plaquetas Diminuído Número de Linfócitos Diminuído Testes Potencialmente úteis para Monitorar a situação do Paciente TESTES FINALIDADE D- Dímero, Fibrinogênio e TP Identificação de coagulopatia de consumo ou trombótica em andamento (CIVD) Ferritina Monitoramento da resposta Inflamatória Presepsina Monitoramento da gravidade da Infecção Viral (sepes) "Em cada medicamento que alivia as dores da humanidade está a ciência do farmacêutico.“ "Nada é veneno e tudo é veneno, depende da dose". fmcamara@hotmail.com OBRIGADO!!!!!
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