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Curso de F-149 – 1S 2017 Desenvolvimento de Novos Materiais (Materials Design) Aula 3 Estruturas Cristalinas e Propriedades Físicas • Sólidos, Estruturas Cristalinas, grupos espaciais e pontuais • Monocristais e Policristais • Relação da estrutura com as propriedades Físicas: ex: estrutura eletrônica e Campo cristalino (magnetismo) • Hábito de Crescimento • Fator de tolerância • Critérios experimentais de qualidade cristalina Estruturas Cristalinas Alta simetria Baixa simetria Fenômenos mais complexos Classificação do Materias Magnéticos Origem dos momentos magnéticos Tipo de interação entre os momentos Magnetismo Fraco Diamagnetos Paramagnetos Magnetismo Forte Materiais Ordenados: Ferrimagnetos Antiferromagnetos Crédito: M. Knobel (Unicamp) Estruturas Cristalinas - Magnetismo Ferromagnetos Magnetismo na matéria 3) Materiais com número ímpar de elétrons podem ser magnéticos.??? Fe (Z=26), Ni(Z=27) e Co(Z=28) – possuem elétrons desemparelhados na camada 3d Gd e Dy – possuem elétrons desemparelhados na camada 4f. S = 7/2 Gd3+ - (4f7) 6 • Íons de Terras Raras SLHSO Interação spin-órbita Representa o acoplamento magnético entre o spin do elétron e o campo magnético originado do movimento orbital relativo entre o núcleo e o elétron. Considerando que a interação spin-órbita é suficientemente grande, o momento angular total é dado pelo acoplamento entre L e S, descrito pelo número quântico J. SLJ 7 • Íons de Terras Raras Nível fundamental dado pela regra de Hund: i) O valor do spin total S é o maior valor permitido pelo princípio de exclusão. ii) O valor do momento angular orbital total L é o maior valor compatível com o valor de S obtido no item anterior. iii) O valor do momento angular total J é igual a |L - S| se menos de metade da camada estiver ocupada e igual a L + S se mais de metade da camada estiver ocupada. Quando exatamente metade da camada está ocupada, a aplicação das duas primeiras regras leva a L = 0 e, portanto, J = S. Ashcroft – Mermin, Solid State Physics J 12S X Estado Fundamental: L = 0 1 2 3 4 5 6 X = S P D F G H I Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb 8 • Efeitos do Campo Cristalino (CEF) Propriedades físicas dos intermetálicos de terras raras são significativamente influenciadas pela interação de campo cristalino; qj Rj r │Rj - r│ o Potencial eletrostático em um ponto (r, θ, ϕ) próximo a origem devido aos íons da vizinhança: Se o íon magnético tem carga qi em (ri, θi, ϕi), então a energia eletrostática devido ao potencial perturbador, V, é: j jq φ)θ,V(r, rR j i i j ji iiCC qq VqWH ij rR 9 Temos então que, 4606644044c O21OBO5OBH Onde, • Efeitos do Campo Cristalino (CEF) B4 B6 Octaedro + 7 16 𝑍𝑒2 𝑅5 𝛽 𝑟4 + 3 64 𝑍𝑒2 𝑅7 𝛾 𝑟6 Cubo − 7 18 𝑍𝑒2 𝑅5 𝛽 𝑟4 + 1 9 𝑍𝑒2 𝑅7 𝛾 𝑟6 Tetraedro − 7 36 𝑍𝑒2 𝑅5 𝛽 𝑟4 + 1 18 𝑍𝑒2 𝑅7 𝛾 𝑟6 10 2 5 5 2 3 6 1 2 3 ~ 2 1 2 1 ~ 2 1 2 1 ~ 2 5 5 2 3 6 1 2 3 ~ Γ 2 3 5 2 5 6 1 β 2 3 5 2 5 6 1 α Γ 2 5 J 8 7 Os autovetores podem ser descritos como s que são representações irredutiveis do grupo de simetria cúbica. A. ABRAGAM, B. BLEANEY, ELECTRON PARAMAGNETIC RESONANCE OF TRANSITION IONS, 1970 • Efeitos do Campo Cristalino (CEF) 11 • Efeitos do Campo Cristalino (CEF) 4606644044 6 6 4 4c O21OOeO5OO Onde, 6F O 6FB 4F O 4FBH Reescrevendo o hamiltoniano em função de F(4) e F(6), que representam os elementos comuns a todas as matrizes: Definindo, 1x1Onde, x1W6FB Wx4FB 6 4 W é um fator de escala 12 O hamiltoniano pode ser escrito como: 6F O x1 4F O xWH 64c K. R. Lea, M. J. M. Leask and W. P. Wolf, J. Phys. Chem. Solids 23, 1381 (1962) • Efeitos do Campo Cristalino (CEF) 13 β E T β T E C eg egεN ElnZ β E egβZ m 0r βε r m 0r βε rr r βε r r r r T δ 0 12 T δ 2 0 1 e g g T eδ g g RC Para um sistema de dois níveis 0 30 60 90 120 150 0.00 0.05 0.10 0.15 0.20 0.25 C p / T ( J /m o l- R .K 2 ) T (K) • Efeitos do Campo Cristalino (CEF) Anomalia de Schottky em Cp Anomalia de Schottky em Cp 𝛿 = 𝜀1 𝑘 Energia de separação 14 JHμgO21OBO5OBH BJ4606644044c P. G. Pagliuso et al. PRB 60 4176. • Efeitos do Campo Cristalino (CEF) Suceptibilidade magnética 15 1 S = 0 JRKKY ≠1 S 0 Sem ordenamento Com ordenamento Com ordenamento • Interações Magnéticas + Campo cristalino JRKKY ≠1 1 JRKKY ≠1 1 16 • Efeitos do Campo Cristalino (CEF) Interações Magnéticas RKKY: B 20 O 20 B 40 O 40 B 44 O 44 K P. G. Pagliuso, D. Garcia, E. Miranda, et al. J. App. Phys. 99 (2006) O modelo: Interações Magnéticas e Efeitos de Campo Cristalino ji J.J K Interação de Campo Cristalino: 17 Resultados para (B44=5B40=0.25meV) • Efeitos do Campo Cristalino (CEF) B 20 O 20 B 40 O 40 B 44 O 44 Efeitos de Campo Cristalino: P. G. Pagliuso, D. Garcia, E. Miranda, et al. J. App. Phys. 99 (2006) 𝜃 18 • Efeitos do Campo Cristalino (CEF) P. G. Pagliuso, D. Garcia, E. Miranda, et al. J. App. Phys. 99 (2006) Efeitos de interação sobre a temperatura de ordem TN: Cada ponto é obtido para parâmetros específicos de B20, B40 e B44 Solido cristalino: formação de estados eletrônicos Partiremos dos estados eletrônicos de um átomo isolado! E n e rg i a Potencial coulombiano Teoria de Bandas dos Sólidos Estruturas Cristalinas – Estrutura eletrônica Vimos que para um átomo isolado: os seus elétrons ocupam os vários níveis, em ordem crescente de energia e obedecendo sempre o princípio de exclusão de Pauli. Como exemplo, no caso dos 29 elétrons de um átomo de 29Cu elétron E n e rg ia Teoria de Bandas dos Sólidos Portanto, para dois átomos distantes.... ..as funções de onda dos vários elétrons não se sobrepõem, e tudo fica praticamente inalterado, cada um dos átomos com seus elétrons nos seus níveis.... Teoria de Bandas dos Sólidos d >> 260 pm Agora vamos aproximar os dois átomos... Quando as funções de onde de dois elétrons se sobrepõem, não podemos mas falar de dois elétrons independentes, mas sim como um sistema de dois elétrons, cada um deles sujeito ao princípio de Exclusão de Pauli. Como consequência cada nível de energia do átomo isolado se desdobra em dois níveis... Diminuindo d d Teoria de Bandas dos Sólidos Mas e se tivermos N átomos muitos próximos como na rede cristalina do cobre sólido, cada nível do átomo isolado se desdobrará em N níveis! Note que N pode ser 1023 - 1024 átomos..... os níveis ficarão muito próximos...quase que um contínuo de estados eletrônicos... Teoria de Bandas dos Sólidos Formação de bandas de energia em um sólido cristalino Um átomo isolado Poucos átomos próximos Um mol de Átomos próximos bandas Teoria de Bandas dos Sólidos 2 1 6 2 banda proibida E n e rg ia Átomos de Na isolados Átomos de Na em Na metálico Bandas de energia Exemplo: 11Na r Banda 1s cheia Banda 2p cheia Banda 3s meio cheia Átomos de sódio se aproximando Banda 2s cheia Teoria de Bandas dos Sólidos Enfatizando os pontos principais sobreas bandas: • Banda de valência: os elétrons que eram das últimas camadas dos átomos individuais agora não pertencem mais a um único átomo e ocupam a banda de valência; • Banda de condução: é a banda de maior energia que está parcialmente ocupada por elétrons, ou então desocupada; • Banda proibida (ou gap ou lacuna): onde não pode haver elétrons (não há estados!). Teoria de Bandas dos Sólidos Banda de Valência Banda de Condução Banda de Valência 27 E n e rg ia Última banda ocupada Primeira banda desocupada Eg Banda de Condução 1s2 2s2 2p6 ( 10Ne ) 1s2 2s2 2p6 3s1 ( 11Na ) Teoria de Bandas dos Sólidos Teoria de Bandas dos Sólidos Material (m) Isolante (BV preenchida) e “gap” grande (ex. Diamante – 5.5 eV) ~ 104 – 1018 Condutor (banda semi- preenchida) (ex.Cu) ~ 10-6 – 10-8 Semicondutor (BV preenchida) e “gap” pequeno (ex. Silício – 1.1 eV) intermediário Podemos entender qualitativamente: Enquanto kBT ~ 0.086 eV para T = 1000 K Para haver uma corrente elétrica com cargas se movendo em uma dada direção, precisamos excitar elétrons para estados de energia maior. Se não há estados próximos acessíveis (desocupados) para os elétrons mais energéticos ocuparem, então não haverá corrente! Nos metais, os elétrons na banda de condução podem facilmente ocupar níveis mais energéticos desocupados. Esses elétrons de condução podem se mover quase que livremente através do metal, como o fazem as moléculas de um gás. Em resumo metais, semicondutores e isolantes Estados desocupados Estados ocupados Energia de Fermi EF Isolante Metal Teoria de Bandas dos Sólidos Em 3D: ....3,2,1 para ) 8 ( 2 2 2 nn mL h E ....3,2,1 para))( 8 ( 222 22 2 nnnn Lm h E zyx 2 4 8 1 )( 2 2 drrdrrdrrN O nº de estados entre r e r+dr por unidade de volume 1/2222 22 22 )( r onde ) 8 ( zyx nnn Lm rh E Assim, dEE Lm h E Lm hdrr 2/12/1 22 2 1 22 22 ) 8 ( 2 1 ( ) 8 ( 22 O Modelo Quântico de Elétrons Livres - Metal r dr Elétrons confinados em uma dimensão Elétrons confinados em três dimensões Assim, o número de estados quânticos entre E e E+E é: )) 8 ( 2 1 ( ) 8 ( 22 2/12/1 22 2 1 22 22 dEE Lm h E Lm hdrr O Modelo Quântico de Elétrons Livres - Metal dEE Lm hdrr 2/12/3 22 22 ) 8 ( 42 dEEm h Ldrr 2/12/13 3 32 )2( 4 2 dEEm h V dEEN 2/12/13 3 )2( 4 )( Considerando o spin do elétron, a densidade de estados quânticos (N(E)) [ nº de estados / (m3.eV) ] é então: 2/12/3 3 28 )( Em h EN r dr • Densidade de estados quânticos (N(E)) [ nº de estados / (m3.eV) ]: 2/1 3 2/3 28 )( E h m EN e • Probabilidade de ocupação P(E) [ Estatística de Fermi-Dirac] : N(E)dE = nº de níveis de energia disponíveis para os elétrons no intervalo de energia entre E e E+dE por unidade de volume P(E) = probabilidade de que nível de energia E esteja ocupado por um elétron TkTE Be EP /))(( 1 1 )( O Modelo Quântico de Elétrons Livres - Metal K) 10000()( FF TTET )()()(0 EPENEN Densidade de estados ocupados: N(E) = P(E) Poucos estados disponíveis Muitos estados disponíveis Alta probabilidade de ocupação Baixa probabilidade de ocupação Poucos estados ocupados Muitos estados ocupados O Modelo Quântico de Elétrons Livres - Metal 2/1 3 2/328 )( E h m EN Densidade de estados ocupados: Para uma dada T, o nº de elétrons de condução do metal (por unid. de vol.) é: FE dEENdEENn 00 0 )()( O Modelo Quântico de Elétrons Livres - Metal )()()(0 EPENEN A qual é muito fracamente afetada pela T em um metal. A agitação térmica fornece energia apenas para os elétrons com energias próximas da energia de Fermi, porque: Etérmica ~ kBT ~ 10 -3 – 10-2 eV EF ~ eV • A Teoria de Banda apresentada foi contruída mediante considerações qualitativas sobre a mistura dos estados eletrônicos dos átomos isolados. • Uma soluções mais rigorosa envolve a solução da equação de Schroedinger (EqS) dos elétrons para o potencial periódico do átomos. • Vamos avançar um pouco mais utilizando uma aproximação unidimensional de um potencial periódico formado por poços retangulares e barreiras. O Modelo Quântico de Elétrons numa Rede Periódica ikx k exux )()( )()()( naxuaxuxu kkk )()(),( tkxik exutx Segundo Bloch: O efeito da periodicidade é então modular de forma periódica a amplitude da solução da partícula livre! O Modelo Quântico de Elétrons numa Rede Periódica ikx k exux )()( ... , 3 , 2 , aaa k Ao resolver a EqS para o modelo de Kronig-Penney devemos sastisfazer as condições de continuidade de e d/dx, isto restringe as soluções para alguns intervalos de energias tendo origem às bandas permitidas. E os intervalos proibidos ou descontinuidades em energias ocorrem para valores de k dados simplesmente Na verdade, os valores de k ocorrem para: O Modelo Quântico de Elétrons numa Rede Periódica ikx k exux )()( ... , 3 , 2 , aaa k ... ,3 ,2 ,2 a x a eetx xaixai cos),( ))/(())/(( x a seneetx xaixai ))/(())/((),( que é a condição para as ondas incidentes e refletidas na barreria possuirem a mesma amplitude. Mas os intervalos proibidos aparecem porque há duas maneiras diferentes da amplitude da onda refletida ser igual à amplitude da onda incidente, para cada valor crítico de k. • Dois valores possíveis de em cada um dos valores críticos de k. • Desvio em forma de S na curva (k) • Formação das zonas de Brillouin O Modelo Quântico de Elétrons numa Rede Periódica x a sentx ),( x a tx cos),( ... ,3 ,2 ,2 a O Modelo Quântico de Elétrons numa Rede Periódica * 22 2m k * 1 m *m qE dt dv • A interação dos elétrons com o potencial cristalino altera a estrutura de bandas e a condutividade do material. • Bandas de caráter mais localizadas (ex. d e f) tende a ter condutividade elétrica menor (Fe) que bandas mais estendidas (s) (Cu). Superfícies de Fermi de materiais reais (ARPES, STM) Estruturas cristalinas de baixa simetria invarialmente geral estrutura de bandas de baixa simetria.)
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