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Prova - Stella Costa - Economia Setor Publico

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO 
INSTITUTO DE PESQUISA E PLANEJAMENTO URBANO E REGIONAL
GESTÃO PÚBLICA PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
	
STELLA COSTA - 118147419
PROVA - ECONOMIA DO SETOR PÚBLICO
Rio de Janeiro - RJ
2021
Prova apresentada como requisito parcial para obtenção de aprovação na disciplina Economia do Setor Público, no curso de Gestão Pública: para o Desenvolvimento Econômico e Social - GPDES
Professor: Kaio Pimentel
5- Segundo Kalecki, por que setores da sociedade objetam políticas de pleno emprego?
Para Michael Kalecki (1899 – 1970), mesmo em um sistema capitalista, o pleno emprego pode ser assegurado por um programa de gasto governamental desde que se tenha força de trabalho; planejamento adequado para a destinação dessa mão e a garantia das matérias-primas necessárias. Entretanto, é verdadeira a existência de oposição á política de criação de emprego via gastos governamentais baseada em razões políticas.
Segundo o economista, em um estado e manutenção de pleno emprego causaria mudanças sociais e políticas que dariam um novo impulso para a oposição dos líderes empresariais. Ele afirma que, sob um regime de pleno emprego permanente, a demissão abandonaria seu papel punitivo de “medida disciplinar” fazendo com que tensões políticas fossem criadas em busca da garantia e maiores direitos trabalhistas. Neste cenário a posição política do patrão sofreria grandes abalos. Além disso, mesmo que no pleno emprego os lucros fossem elevados, a manutenção das classes sociais bem dívidas afeta não só a “disciplina nas fábricas” e a “estabilidade política”, mas também os interesses rentistas, visto que em um sistema capitalista o desemprego é um componente “normal”.
 
6. Eatwell (2002), quais as variáveis chaves na discussão sobre a ‘crise’ da previdência e como essas variáveis se relacionam? 
 Para Eatwell (2002), as dificuldades enfrentadas pelo sistema público de previdência são generalizadas e não são exclusivos ao setor público. Ainda para o autor essa “crise” é um fenômeno geral mesmo sendo usualmente referida como uma crise da previdência. Para ele as variáveis chaves nessa “crise” das aposentadorias são: a taxa de crescimento da população aposentada, a taxa de crescimento da força de trabalho, a taxa de crescimento da produtividade; a taxa de crescimento do valor real da aposentadoria média e uma média ponderada das taxas de crescimento dos impostos e das taxas de poupança. 
A taxa de crescimento da população aposentada, segundo o autor, cresce de forma mais acelerada que o crescimento da força de trabalho. Desse modo a geração de aposentados, em um cenário de envelhecimento populacional, se tornando maior que a de trabalhadores acarreta grande desequilibro econômico. 
Em complemento, o economista no apresenta a seguinte equação:
Onde, representa a taxa de crescimento da população aposentada; , da força de trabalho; , da alíquota de contribuição; , da produtividade; e, , do valor real do benefício médio. Neste contexto, onde (população aposentada) é maior que (força de trabalho), o montante despendido para o pagamento de benefícios se igualaria á parcela da renda não consumida direcionada a previdência. 
	Além disso, a sobrecarga oferecida pelo aumento do envelhecimento da população seria por conta de maiores direitos monetários agregados acumulados pelos aposentados. Sendo necessário que esses direitos fossem cobertos por uma poupança maior, bem como a extração de recursos da força de trabalho. Em contrapartida, caso a força de trabalho não concretizasse essa redução em seus recursos e consumo, acarretaria um aumento dos preços e maiores impostos. Estas variáveis se relacionariam a uma maior necessidade de a força de trabalho diminuir seu consumo real por conta do aumento do valor a ser destinado à poupança de modo a garantir o valor real do estoque de direitos financeiros a serem acumulados. E assim, caso se negasse a reduzir seu consumo deveria ser reduzido.
Por fim o autor argumenta que a “crise” do sistema previdenciário não inviabiliza seu futuro oferecendo alternativas capazes de suplantar os empecilhos identificados pelo economista. 
7. Segundo Gentil (2017), como a política macroeconômica impactou o resultado fiscal da previdência?
Para Denise Gentil, o resultado da Previdência Social brasileira nos últimos sete anos é o reflexo da influência pela política macroeconômica recessiva adotada nos governos, Dilma e Temer durante o período de 2011 a 2017. A política adotada tem implicou no corte radical nos investimentos para cumprir com as metas de excedente primário; em renúncias de receitas de contribuições sociais e de impostos; em juros nominais e reais elevados; câmbio valorizado e redução do crédito público. Com isso a redução de gastos discricionários da União, acarretou forte queda do investimento agregado da economia, puxado principalmente pelo encolhimento do investimento público. A taxa de investimento da economia recuou em todos os anos desde 2013. Em consequência, ocorreu uma longa traçada de redução da produção industrial. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o país acumulou uma queda de 17% na produção industrial em três anos. Além disso, houve diminuição no consumo das famílias, acarretadas por: aumento das taxas de desemprego; aumento dos empregos precários; aumento da informalidade e de trabalhadores autônomos; queda real dos salários e elevado comprometimento da renda do trabalho. 
Com o agravamento dessa crise no mercado de trabalho e pela adoção de políticas macroeconômicas mais restritivas recuou as receitas de contribuições Previdenciárias e nas Contribuições Sociais (CSLL, Cofíns e PIS/PASEP) visto que dependem do nível de emprego formal, do patamar salarial e da produção e faturamento da indústria. Além disso, no governo Temer a política macroeconômica adotada faz com que a população brasileira padeça com o corte investimentos públicos, juros elevados e contração do crédito, bem como os efeitos do aumento do desemprego e da miséria. 
No tocante a política fiscal da previdência, a política econômica recessiva com a queda do nível de emprego culminou em maior informalidade repercutindo sobre a arrecadação da Previdência gerando a retração de receitas.
Em conclusão, a autora afirma que o resultado fiscal da Previdência tem sido determinado pela diminuição brutal de receitas e especula que “O governo adota uma narrativa contraditória, já que destrói receitas de um sistema no qual diz haver um alarmante déficit.” (Gentil,2017) para ela essa lógica traz a constatação de que o governo estaria provocando o déficit que defendia combater.
8. Segundo Rossi et al (2018), quais os problemas da metáfora do orçamento doméstico para a discussão sobre gastos do governo?
Para Rossi et al (2018), a austeridade é uma ideia força, poderosa quando transformada em discurso, perigosa quando aplicada politicamente. A lógica da austeridade defende que diante de uma desaceleração econômica e do aumento da dívida pública, o governo tem a responsabilidade de realizar um ajuste fiscal de preferência com corte de gastos públicos em detrimento de aumento de impostos. 
“Ou seja, ao mostrar “responsabilidade” em relação às contas públicas, o governo ganha credibilidade junto aos agentes econômicos e, diante da melhora nas expectativas, a economia passa por uma recuperação decorrente do aumento do investimento dos empresários, do consumo das famílias e da atração de capitais externos. 
A austeridade teria, portanto, a capacidade de reequilibrar a economia, reduzir a dívida pública e retomar o crescimento econômico.
No plano da teoria econômica, esse efeito decorre do pressuposto de que o setor público e o setor privado disputam recursos, ou poupança, e que uma redução do gasto público abre espaço para o investimento privado.”
(Rossi et al, 2018)
Além disso, é comum no campo da austeridade a comparação equivocada do orçamento público com o orçamento doméstico, onde assim como em uma famílianão se deve gastar mais do que ganha, bem como, poupar durante uma crise e/ou de um aumento das dívidas. As críticas a essa comparação perpassam pelos argumentos de que diferentemente das famílias o governo consegue definir seu orçamento e desse modo arrecadar impostos sob o olhar e decisão política para arrecadar mais durante uma crise, possibilidade não aplicável a uma família. Em segundo, o gasto governamental volta retorna aos cofres públicos sob a forma de impostos, assim, quando o governo acelera o crescimento econômico com políticas de estímulo o governo aumenta suas receitas. Em terceiro, os autores argumentam que as famílias não emitem moeda, não possuem a capacidade de emitir títulos em sua própria moeda, tão pouco definem a taxa de juros das dívidas que pagam, mais uma vez se diferenciando do governo. 
Concluindo, para os autores a comparação entre orçamento público e familiar é dissimulada e desvirtua as responsabilidades cabíveis a política fiscal na economia, em induzir o crescimento e amortecer os impactos dos ciclos econômicos. 
REFERÊNCIAS:
1. KALECKI, Michal. Aspectos políticos do pleno emprego In Crescimento e Ciclos das Economias Capitalistas, Hucitec, São Paulo, 1977.
2. EATWELL, John. A anatomia da “crise” da Previdência. Econômica, n.º 2, v. 4, p. 117-191, 2003. FAGNANI, Eduardo. Política social no Brasil (1964-2002)
3. Gentil, A PREVIDÊNCIA SOCIAL ‘PAGA O PREÇO’ DO AJUSTE FISCAL E DA EXPANSÃO DO PODER FINANCEIRO, Revista da ABET, v. 16, n. 1, jan./jun. 2017.
4. Pedro Rossi et al ECONOMIA. PARA. POUCOS: Impactos Sociais da Austeridade e Alternativas para o Brasil, 2018

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