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2020 
1. Uma mulher com 43 anos de idade, 
com 80kg, sofreu queimadura na perna 
após receber descarga elétrica há 1 
hora. Durante o atendimento 
hospitalar, o médico emergencista 
percebeu pequena queimadura em face 
lateral da coxa direita, de cerca de 5 cm, 
e outra na face lateral do pé do mesmo 
lado, próxima ao maléolo, de cerca de 2 
cm. Ao realizar o exame físico, os sinais 
vitais da paciente estavam estáveis. O 
médico iniciou hidratação venosa e 
colocação de sonda vesical para 
monitorar diurese da paciente. Notou 
saída de cerca de 80 mL de urina um 
pouco mais escura que a habitual. 
Solicitou, então, hemograma e 
dosagem de creatinina, cujos 
resultados estavam normais. Diante 
desse quadro, após a internação 
hospitalar e o curativo das lesões, a 
conduta imediata adequada é indicar: 
A) hidratação venosa com ringer lactato 
pela fórmula de Parkland e dar alta 
hospitalar à paciente. 
B) hidratação venosa com soro 
fisiológico 0,9 % até atingir débito 
urinário de 60 a 80 mL/hora. 
C) hidratação venosa com ringer lactato 
até atingir débito urinário de 100 a 200 
mL/hora. 
D) hidratação venosa com soro 
fisiológico 0,9 % até atingir débito 
urinário de 80 a 100 mL/hora e 
fasciotomia da coxa direita. 
CCQ: O alvo da diurese em pacientes 
vítimas de queimadura elétrica é 2 
ml/kg/h 
A paciente da questão sofreu uma 
queimadura elétrica, e diante desse 
cenário, é preciso lembrar que esse tipo 
de queimadura acomete tecidos mais 
profundos e apresenta maior risco de 
lesão renal, arritmias e síndrome 
compartimental. Pelo risco de lesão 
renal, a hidratação desses pacientes 
deve ser feita de forma mais generosa 
do que em queimaduras térmicas, e 
para isso utilizamos a fórmula 4 mL x 
peso x SCQ (%). A avaliação é feita pela 
diurese, que deve ser de 2 ml/kg/h 
(lembrando que em queimaduras 
térmicas o alvo para adultos é 0,5 
ml/kg/h e para crianças 1 ml/kg/h). 
Alternativa A – Incorreta: A hidratação 
pode ser feita com ringer lactato ou 
com soro fisiológico e pode ser utilizada 
a fórmula de Parkland. O erro da 
afirmativa é querer dar alta para a 
paciente. Conforme revisamos, 
precisamos monitorar o débito urinário 
e o quadro geral da paciente, que pode 
evoluir com alguma das complicações 
descritas. 
Alternativa B – Incorreta: A paciente 
pesa 80 kg e, portanto, o objetivo da 
diurese dela deve ser em torno de 160 
ml/h e não 60-80 ml/h. 
Alternativa C – Correta: Perfeito, o 
intervalo entre 100 e 200 compreende o 
valor calculado de 160 ml/h para a 
paciente. 
Alternativa D – Incorreta: Aqui 
novamente temos um valor incorreto 
de diurese, muito baixo para um caso de 
queimadura elétrica. Além disso, não 
temos dados que nos indiquem a 
necessidade de uma fasciotomia em 
coxa, procedimento realizado em casos 
de síndrome compartimental. Devemos 
suspeitar dessa complicação se o 
paciente apresentar dor 
desproporcional à lesão, dor à extensão 
passiva da musculatura, edema duro do 
compartimento e parestesia distal ao 
local acometido. No enunciado existe 
apenas a descrição de uma “pequena 
queimadura em face lateral da coxa 
direita de cerca de 5 cm”. 
Importante relembrar também que a 
fórmula de Parkland para queimaduras 
térmicas é de 2xSCQxPeso, sendo a 
meta em adultos uma diurese de 
0,5ml/kg/h, em crianças até 30kg 
1ml/kg/h e em bebês 2ml/kg/h 
Portanto, o gabarito é a alternativa C 
_______________________________ 
 
2. Ao atender uma primigesta com 15 
anos de idade, trazida à Emergência de 
um hospital geral pela ambulância do 
Serviço de Atendimento Móvel de 
Urgência (SAMU), o plantonista 
encontra a seguinte situação: idade 
gestacional de 36 semanas, bolsa rota 
com líquido claro, 4 contrações uterinas 
fortes com duração de 40 segundos em 
5 minutos de observação, colo dilatado 
10 cm, feto em apresentação cefálica 
em posição occipto-pública no plano +1 
de De Lee, frequência cardíaca fetal = 
130 bpm. Nessa situação, o plantonista 
deve 
A) conduzir a gestante de maca até o 
Centro Obstétrico do mesmo hospital e 
realizar o parto normal. 
B) realizar cesariana de urgência, 
mesmo sem a presença dos pais para 
autorização. 
C) requisitar fórcipe de alívio e finalizar 
o parto na própria sala de Emergência. 
D) iniciar analgesia peridural e infundir 
ocitocina endovenosa. 
CCQ: Saber que no TP sem fatores de 
risco a conduta é parto via vaginal 
Fala, pessoal! Questão de nível fácil 
sobre conduta no trabalho de parto 
(TP). 
O TP é diagnosticado quando há 
contrações regulares (2 - 3 contrações 
em 10 minutos) + dilatação cervical 
progressiva (2 - 3 cm) OU apagamento 
cervical > 80%. Entre 37 semanas a 41 
sem + 6 dias é a termo, sendo que se 
iniciado antes de 37 semanas é 
considerado TP prematuro. 
A conduta vai depender das condições 
materno-fetais, sendo sempre que 
possível será indicado parto pela via 
vaginal. As indicações absolutas de 
cesárea são apresentação anômala 
(transverso), inserção baixa de placenta 
(placenta prévia total), vasa prévia, 
descolamento prematuro de placenta 
(caso seja a via mais rápida) ou prolapso 
de cordão. 
Temos também indicações relativas por 
fatores maternos - duas cesáreas 
prévias, cirurgias vaginais prévias, 
herpes genital ativo, infecção pelo HIV 
(se carga viral acima de 1000 cópias) - 
ou fatores fetais - malformações, 
gemelar com o primeiro "não-cefálico", 
macrossomia (com fetos acima de 
4500g). 
No caso clínico acima, a paciente 
apresenta 36 semanas de IG + 4 
contrações de 40 segundos em 5 
minutos de observação + colo com 10 
cm de dilatação = assistência ao 
trabalho de parto. Nesse caso, como o 
feto está cefálico, fletido, na descida, o 
parto é por via vaginal. 
Vamos analisar as alternativas: 
Alternativa A – Correta: Conduta 
correta, pessoal! Deve conduzir a 
gestante até o centro obstétrico mais 
próximo para o parto via vaginal. 
Alternativa B – Incorreta: Não tem 
indicação de cesárea. 
Alternativa C – Incorreta: O feto está 
com o BCF bom (entre 110-160bpm), 
sem sinais de sofrimento fetal ou de 
alteração que necessite de fórcipe de 
alívio. As indicações de uso de fórcipe 
são mães cardiopatas ou pneumopatas, 
sofrimento fetal agudo em parto 
vaginal iminente, sofrimento materno 
com partos prolongados por causa 
motora (discinesias) e cabeça 
derradeira. 
Alternativa D – Incorreta: A paciente 
está com mais de 3 contrações efetivas 
em 10 min, não necessita de ocitocina. 
O uretotônico se utilizado nesse caso 
caracteriza uma iatrogenia, com risco 
de rotura uterina. 
Portanto, o gabarito é a letra A 
________________________________ 
3. Uma mulher com 35 anos de idade 
exerce prostituição há 8 anos em hotéis 
da cidade para seu sustento e de seus 
filhos. Em virtude da pandemia da 
COVID-19, há 6 meses não trabalha e 
vem apresentando grave dificuldade 
financeira. Ao consultar na Unidade 
Básica de Saúde (UBS) do bairro, 
queixa-se de preocupações excessivas, 
nervosismo, tremores, palpitações e 
tonturas. Nesse caso, qual é a conduta 
adequada do médico de família e 
comunidade? 
A) Investigar o uso de drogas ilícitas, 
prescrever benzodiazepínico e 
encaminhar para psiquiatria. 
B) Evitar prescrever medicamentos, 
recomendar uso de chás e o abandono 
definitivo da atividade profissional. 
C) Oferecer escuta ativa, pactuar plano 
terapêutico singular e agendar retorno 
programado na UBS. 
D) Prescrever benzodiazepínico e 
antidepressivo tricíclico e agendar 
retorno em 30 dias. 
CCQ: Saber que o transtorno de 
ansiedade generalizado é tratado com 
psicoterapia + farmacoterapia e 
acompanhamento 
Os transtornos de ansiedade são 
desordens psiquiátricas comuns, 
caracterizados por um sentimento de 
apreensão desproporcional às vivências 
do indivíduo, podendo envolver sinais 
psíquicos (nervosismo, insegurança, 
dificuldade de concentração, etc.) efísicos (taquicardia, sudorese, náusea, 
parestesias, ondas de calor, sensação 
de sufocamento, dentre outros). 
O DSM-5 divide os transtornos de 
ansiedade em: transtorno do pânico e 
agorafobia, fobia social e fobias 
específicas, transtorno de ansiedade 
generalizada, transtorno de estresse 
pós-traumático, transtorno misto de 
ansiedade e depressão, transtorno de 
ansiedade de separação, além do 
transtorno de mutismo seletivo. 
Dentre eles, o transtorno de ansiedade 
generalizada é o mais comum, definido 
pela preocupação excessiva e 
abrangente. Tem caráter flutuante e 
não se relaciona a situações específicas. 
É mais comum em mulheres que em 
homens, com prevalência de 2:1. O 
quadro clínico engloba sentimento de 
apreensão, impaciência, irritabilidade, 
insônia, dificuldade de concentração e 
lapsos de memória. Podem também 
ocorrer sintomas físicos como 
tremores, tensão muscular, 
palpitações, sensação de asfixia, 
sudorese, mãos frias, sensação de nó na 
garganta. Os sintomas da paciente da 
questão, de preocupações excessivas, 
nervosismo, tremores, palpitações e 
tonturas fazem do transtorno de 
ansiedade generalizada a principal 
hipótese diagnóstica. 
O tratamento se baseia em 
psicoterapia, uso de antidepressivos 
inibidores da recaptação de serotonina 
ou venlafaxina, além de 
benzodiazepínicos de curta duração no 
início do tratamento). 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O uso de 
drogas ilícitas deve ser investigado e os 
benzodiazepínicos até podem ser uma 
opção para os sintomas agudos no 
início do tratamento, mas não são o 
tratamento de escolha. Não é 
necessário encaminhar logo para a 
psiquiatria, e a maior parte dos casos 
pode ser manejada na atenção 
primária. 
Alternativa B - Incorreta: A 
farmacoterapia é parte importante do 
tratamento, e pode até haver conversa 
sobre atividade profissional, mas não 
deve ser feito juízo de valor. 
Alternativa C - Correta: Apesar de a 
psicoterapia ser importante, a escuta 
ativa pelo médico no conceito de UBS 
tem extrema importância no 
diagnóstico e tratamento, e permite 
pactuar plano terapêutico singular (com 
medicação se necessário), e 
acompanhamento com retornos 
programados na UBS. 
Alternativa D - Incorreta: Os 
benzodiazepínicos e antidepressivos 
tricíclicos não são a primeira escolha de 
tratamento, além disso, a escuta ativa e 
a psicoterapia também são parte 
essencial da abordagem do transtorno 
de ansiedade generalizada. 
Portanto, o gabarito é a alternativa C. 
________________________________ 
4. Uma mulher com 48 anos de idade 
vai a uma consulta na Unidade Básica de 
Saúde com queixa de calorões há três 
meses. As ondas de calor começam de 
repente, percorrem o tórax, pescoço e 
cabeça, geram suor abundante e 
terminam espontaneamente após 
alguns minutos. Ultimamente, os 
fogachos acontecem cerca de 3 a 4 
vezes por dia e, às vezes, ocorrem 
durante a noite, atrapalhando o sono. A 
paciente está ficando cansada e irritada 
desde que o sintoma começou. Usa 
como método contraceptivo a 
laqueadura tubária. Ela teve ciclos 
menstruais irregulares nos últimos anos 
(menstruava a cada 2 ou 3 meses) e está 
em amenorreia há 6 meses. Deseja 
alguma solução para os calorões que a 
estão ""deixando louca"". Não fuma, 
nega doenças crônicas e nega história 
de câncer de mama ou endométrio. Sua 
história familiar é negativa para 
doenças ginecológicas. Em seu exame 
físico, apresenta IMC = 23,5 kg/m², PA = 
110 x 70 mmHg e exame ginecológico e 
de mamas sem alterações dignas de 
nota. Todos os exames 
complementares de rotina estão 
normais. Considerando os dados 
clínicos da paciente, assinale a 
alternativa que apresenta a conduta 
adequada. 
A) Solicitar dosagem de FSH e 
ultrassonografia transvaginal para 
definir o diagnóstico de climatério. 
B) Prescrever inibidor seletivo de 
recaptação de acetilcolina como 
primeira opção terapêutica. 
C) Solicitar dosagem de estradiol e 
progesterona para avaliar a função 
ovariana. 
D) Prescrever terapia hormonal com 
estrogênio e progestagênio. 
CCQ: Saber a indicação de Terapia de 
Reposição Hormonal (TRH) em 
pacientes com fogacho no climatério 
Mentorando, assunto tão quente 
quanto os fogachos da nossa paciente! 
As bancas adoram cobrar as indicações 
de TRH no climatério, fique esperto! 
A questão apresenta uma paciente de 
48 anos, sem comorbidades, iniciando o 
climatério com sinais e sintomas de 
fogachos (sintomas vasomotores como 
calor, rubor, sudorese e taquicardia) 
que prejudicam a sua qualidade de vida, 
e diante disso qual a melhor conduta a 
se tomar? 
Antes das alternativas, vamos rever 
alguns conceitos importantíssimos. 
Climatério é a fase de transição entre o 
período reprodutivo para o não 
reprodutivo da mulher, que vai desde os 
primeiros indícios de falha ovariana até 
os 65 anos. Já a menopausa é a parada 
da menstruação, e deve ser reconhecida 
somente após 12 meses de amenorreia, 
geralmente acontece por volta dos 50 
anos. 
A paciente da questão está no 
climatério e na perimenopausa, que é o 
intervalo do início dos sintomas de 
irregularidade menstrual até o final do 
primeiro anos após a menopausa. 
O diagnóstico de climatério e 
menopausa é clínico, não sendo 
necessário solicitar exames, salvo 
algumas exceções, como por exemplo 
suspeita de falência ovariana precoce 
ou em paciente com histerectomia, já 
que essa paciente não irá menstruar e, 
por isso, a dosagem de FSH com valor 
> 40 mUI/ml nos auxilia no diagnóstico 
de menopausa. 
Alternativa A e C - Incorretas: Como 
vimos, o diagnóstico do climatério e da 
menopausa é clínico, e essa paciente 
está na idade esperada para início do 
climatério, além do fato de não tem 
histerectomia prévia, portanto não há 
necessidade de exames 
complementares. 
Alternativa B - Incorreta: Aqui atente-
se, os inibidor seletivo de recaptação de 
serotonina (e não acetilcolina) são uma 
opção terapêutica, mas a primeira 
opção para fogacho é a reposição do 
estrogênio na TRH, quando não há 
contraindicação. 
Alternativa D - Correta: A indicação 
mais clássica para TRH cobrada nas 
provas é exatamente a que a paciente 
apresenta: fogachos que prejudicam a 
qualidade de vida. 
Veja que a questão traz 
cuidadosamente que a paciente não 
tem nenhuma contraindicação à TRH, 
ela não é tabagista, não tem 
comorbidades, não tem histórico 
pregresso e nem familiar de câncer de 
mama e endométrio, além de haver 
nenhuma alteração no exame físico e 
nos exames complementares. 
Outro ponto importante, é que a 
reposição hormonal do estrogênio deve 
ser combinada com progesterona, a fim 
de evitar a hiperplasia endometrial e 
aumentar o risco de câncer de 
endométrio. 
Gabarito, letra D 
_______________________________ 
5. Uma mulher com 18 anos de idade vai 
ao ambulatório para levar o resultado 
da análise do líquido ascítico, além de 
outros exames laboratoriais. A história 
da paciente revela aumento progressivo 
do volume abdominal há 2 meses, 
acompanhado de perda de peso 
(habitual = 60 kg; atual = 51 kg) e 
episódios febris há 1 mês, geralmente 
no final da tarde, com temperatura de 
até 38 °C. Os exames demonstram 
anemia ferropriva, albumina sérica = 
3,4/dL (valor de referência: 3,5 a 
4,7g/dL), albumina no líquido ascítico = 
2,5g/dL, leucocitúria = 35 a 40 
leucócitos/campo e urocultura 
negativa. A fim de racionalizar a 
investigação diagnóstica, qual é o 
próximo exame complementar a ser 
solicitado? 
A) Pesquisa de BAAR na urina. 
B) Dosagem sérica de CA 19.9. 
C) Pesquisa de autoanticorpos lúpicos. 
D) Sorologia para hepatites virais B e C. 
CCQ: Saber que ascite GASA < 1,1 + 
perda de peso + febre sugere TB 
peritoneal 
Fala, pessoal! Tuberculose é um tema 
muito cobrado pelas bancas e devemos 
conhecer as suas principais 
características!A banca traz uma paciente de 18 anos, 
com ascite há 2 meses, associada a 
perda de peso e febres vespertinas. No 
Brasil, febre arrastada + perda de peso 
tem que nos fazer lembrar de 
tuberculose! 
Ao analisar o líquido ascítico, 
percebemos que temos um GASA de 
0,9 (gradiente de albumina soro-ascite) 
< 1,1 o que nos indica doença peritoneal. 
Lembrando que: 
• GASA ≥ 1,1 g/dL = hipertensão 
portal (transudato) - cirrose, 
insuficiência cardíaca 
• GASA < 1,1 g/dL = provável 
doença peritoneal (exsudato): 
neoplasia peritoneal, 
tuberculose peritoneal. 
Além disso, os exames ainda trazem 
uma albumina sérica baixa, com anemia 
ferropriva, com uma leucocitúria e a 
urocultura negativa. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Correta: A pesquisa de 
BAAR na urina costuma ser positiva na 
TB peritoneal, mas se for negativa, não 
exclui o diagnóstico. A análise do 
líquido ascítico tem uma celularidade 
elevada (500-2.000 células/ml), com 
predomínio de linfócitos, glicose 
normal ou um pouco baixa. A 
positividade da baciloscopia é baixa, 
assim como a cultura (25-40%). O 
diagnóstico deve ser feito pela biópsia 
peritoneal (granuloma caseoso) e a 
cultura positiva do fragmento retirado. 
Alternativa B - Incorreta: Câncer entra 
no nosso diagnóstico diferencial, mas 
não é a principal hipótese devido à 
paciente ser jovem e não apresentar 
história de neoplasia. 
Alternativa C - Incorreta: Ascite por 
peritonite lúpica é muito rara, portanto, 
não seria a nossa principal hipótese 
diagnóstica. 
Alternativa D - Incorreta: Hepatite B e 
C crônicas causam cirrose, que 
apresentaria um GASA > 1,1 
(transudato). 
Portanto, o gabarito é a alternativa A 
________________________________ 
6. Uma criança com 6 anos de idade é 
levada para atendimento em Unidade 
Básica de Saúde devido à constipação 
intestinal. O quadro teve início há 1 mês 
e vem piorando gradativamente, com 
postura retentiva e incontinência 
urinária associados. Atualmente, a 
criança apresenta apenas uma 
evacuação a cada 3 dias, com fezes em 
síbalos. Ao exame físico, mostra-se em 
bom estado geral, corada e hidratada. 
Abdome globoso, distendido, sem 
visceromegalias, com fezes palpáveis 
em fossa ilíaca esquerda. O toque retal 
evidencia esfíncteres anal interno 
relaxado e externo contraído, além de 
fezes na ampola retal. A provável causa 
da constipação intestinal é 
A) aganglionose congênita. 
B) constipação funcional. 
C) alergia alimentar. 
D) hipotireoidismo. 
CCQ: Saber o quadro clínico da 
constipação funcional 
A constipação funcional é aquela que 
não há substrato orgânico para que ela 
exista. O seu diagnóstico é dado pelos 
critérios de ROMA IV: 
Pelo menos 2 dos seguintes critérios, 
por 1 mês: 
• 2 ou menos evacuações por 
semana; 
• Pelo menos 1 episódio de 
incontinência fecal por semana; 
• Postura retentiva (criança que 
segura as fezes no momento de 
evacuar, contrai o esfíncter 
anal); 
• Dor abdominal/Dor ao evacuar 
(“movimentos intestinais 
dolorosos”); 
• Massa fecal no reto; 
• Fezes calibrosas que entopem o 
vaso. 
Através da anamnese e exame físico, 
conseguimos direcionar e suspeitar se 
há causa orgânica subjacente ou se é 
uma constipação funcional. Como é o 
caso da criança do enunciado, já que 
não há informações que nos direcionam 
para uma causa orgânica da 
constipação. 
Vamos às alternativas? 
Alternativa A - Incorreta: Também 
conhecida como doença de 
Hirschsprung, sendo uma e obstrução 
intestinal neonatal. A clínica consiste 
em obstrução distal, com o toque retal 
revelando saída explosiva de gases e 
fezes. Pode ocorrer atraso na 
eliminação de mecônio (acima de 48 
horas) no recém-nascido. 
Alternativa B - Correta: Isso mesmo! O 
paciente se encaixa nos critérios de 
ROMA IV para constipação intestinal 
funcional. 
Alternativa C - Incorreta: A alergia 
alimentar costuma cursar com fezes 
diarreicas, além de flatulências, 
distensão abdominal e dermatite 
perianal associadas. 
Alternativa D - Incorreta: Paciente sem 
dados clínicos que não faz pensar em 
hipotireoidismo (pele seca, obesidade, 
inapetência, intolerância ao frio...). Mas 
saiba que o hipotireoidismo pode sim 
cursar com constipação intestinal. 
Logo, o gabarito é a letra B 
_______________________________ 
7. Um paciente com 54 anos de idade 
procurou a Unidade Básica de Saúde 
para atendimento. O homem relatou 
que, há um ano, apresentou abscesso 
na região perineal que foi drenado em 
pronto-socorro. Desde então, 
apresentou uma ferida próxima ao 
ânus, que ocasionalmente inflama e 
apresenta saída de secreção turva, com 
odor fecaloide. O paciente realizou 
colonoscopia há 3 anos, a qual não 
evidenciou lesões no cólon. O exame da 
região perianal evidenciou orifício 
cutâneo a 2 cm da borda anal, na região 
anterior direita do períneo. O toque 
retal evidenciou próstata com 
características normais e indução 
anteriormente à borda anal. Após a 
compressão local, houve saída de 
secreção pelo orifício cutâneo. Com 
base na história clínica e nos dados do 
exame físico, o diagnóstico e a conduta 
adequada são 
A) abscesso perianal e drenagem 
cirúrgica. 
B) fissura anal aguda e uso de anti-
inflamatórios tópicos. 
C) fístula perianal e encaminhamento 
para tratamento cirúrgico eletivo. 
D) fissura anal crônica e 
encaminhamento para tratamento 
cirúrgico eletivo. 
CCQ: Lesões perianais sem trajeto 
delimitado para a mucosa anal são 
diagnosticados como fissuras anais 
Vamos lá, mentorando! Temos aqui um 
paciente com queixa de ferida próxima 
ao ânus com saída de secreção, e uma 
história de abcesso perineal que já foi 
drenado em pronto-socorro. Trata-se 
de um tema recorrente nas provas e que 
pode aparecer na sua casa. 
Neste caso, o examinador nos pede o 
diagnóstico e a conduta adequada, 
então vamos analisar cada uma das 
alternativas para encontrar a correta: 
Alternativa A - Incorreta: Os abcessos 
são infecções que se originam no plano 
interesfincteriano e pode formar um 
trajeto em direção à margem anal. Se 
apresentam clinicamente como um 
edema doloroso, que pode ser 
erroneamente interpretado como 
hemorroida trombosada. Clinicamente, 
quando visualizado, é visto como uma 
tumoração óbvia, vermelha e flutuante. 
Alternativa B - Incorreta: De fato, a 
história e o exame físico mostram se 
tratar de uma fissura anal, devido à dor 
e a saída de secreção que representa 
uma inflamação. Entretanto, devido à 
história arrastada, não podemos 
classificar como uma fissura aguda, que 
são aquelas que se apresentam três a 
seis semanas após o início dos 
sintomas. 
Alternativa C - Incorreta: A fístula 
perineal consiste em um trajeto pérvio 
entre a mucosa anal e a região perineal. 
A história do paciente com saída de 
secreção fecaloide nos faz pensar em 
um primeiro momento em uma fístula. 
Entretanto, trata-se da história referida 
pelo paciente, correto? O exame do 
toque retal é o meio definitivo para 
definir a presença ou não de um 
orifício de saída anal, configurando 
uma fístula perineal, e o toque do nosso 
paciente não evidenciou tal orifício! E 
por causa desse dado do exame físico, 
não podemos classificar a lesão como 
fístula. 
Alternativa D - Correta: Finalmente, 
podemos classificar a lesão do paciente 
como uma fissura anal, uma vez que 
não observamos a presença de trajeto 
para a mucosa anal, e devido à sua 
história, esta fissura pode ser 
classificada como crônica. O 
tratamento cirúrgico para fissuras anais 
é indicado no caso de fissuras crônicas e 
graves (como o caso do nosso paciente) 
e aqueles que não responderam ao 
tratamento clínico. Não há necessidade 
de realização de cirurgia na 
emergência, podendo ser realizado 
eletivamente. 
Portanto, o gabarito da questão é a 
alternativa D 
_______________________________ 
8. Um homem com 19 anosde idade, 
motorista de aplicativo, procura a 
Unidade de Saúde da Família (USF) por 
tristeza e insônia há uma semana, 
desde que sua mãe faleceu por acidente 
ciclístico. O pai faleceu em um acidente 
de moto há 5 anos. Relata que tem 
estado muito preocupado com o futuro, 
pois agora está morando apenas com 
sua irmã de 15 anos de idade. Nos 
últimos dias, ele tomou 3 comprimidos 
de diazepam que achou na bolsa da mãe 
e pede uma receita para pegar mais 
dessa medicação na USF. Nega 
histórico de transtornos mentais. Nesse 
caso, a conduta médica inicial deve ser 
A) suspender benzodiazepínico e 
encaminhar ao psiquiatra. 
B) manter o uso da medicação e 
orientar o paciente a fazer a redução 
gradual. 
C) oferecer escuta ativa, técnicas de 
higiene do sono e terapia cognitivo-
comportamental. 
D) trocar por um benzodiazepínico em 
gotas para facilitar a redução gradual da 
medicação. 
CCQ: Saber que a conduta inicial em 
casos de insônia deve ser a escuta 
ativa, a higiene do sono e a terapia-
cognitivo comportamental 
Fala pessoal, temos aqui assuntos 
importantes para discutirmos! Nessa 
questão, temos um homem de 19 anos, 
apresentando-se com um quadro 
ansioso importante, a ponto de 
interferir em seu sono. Esse quadro 
ansioso, como pudemos observar, 
advém de uma situação social delicada, 
em que o paciente torna-se chefe da 
família devido ao falecimento de seu pai 
e de sua mãe. 
Em tentativa de aliviar seu próprio 
sofrimento, o paciente faz uso 
inadequado de 03 comprimidos de 
benzodiazepínicos, para diminuir a 
insônia. Essa conduta está inadequada, 
pois a primeira linha de tratamento 
para a insônia é, na verdade, a higiene 
do sono, combinada ao tratamento de 
algum transtorno de humor 
subjacente que esteja interferindo 
com o sono do paciente. No caso em 
questão, esse transtorno seria o de 
ansiedade e, nesse caso, a primeira 
linha de tratamento seria a terapia 
cognitivo-comportamental. 
E como é que poderíamos chegar a esse 
ponto, de oferecer essas terapêuticas 
para o paciente? Por meio da escuta 
ativa, em que entenderíamos todos os 
motivos da situação que está sendo 
apresentada por ele. 
Tendo isso em vista, vamos analisar as 
outras alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: O 
benzodiazepínico deve ser, de fato, 
suspenso nesse primeiro momento, 
mas não há necessidade de encaminhar 
o paciente ao psiquiatra, pois a atenção 
primária pode fazer essa primeira 
abordagem, com orientações e 
psicoeducação! 
Alternativa B – Incorreta: O uso de 
benzodiazepínicos não é a primeira 
linha de tratamento contra a insônia. 
Ele é apenas um adjuvante, mas, antes 
de iniciar seu uso, o paciente deve ser 
orientado a realizar higiene do sono, 
atividade física, melhorar a alimentação 
e também a fazer uma terapia, em caso 
de ansiedade. 
Alternativa C – Correta: Exatamente 
isso! Além de técnicas de higiene do 
sono, outras orientações poderiam ser 
passadas, como: realizar atividade 
física, alimentar-se melhor, evitar 
bebidas cafeinadas depois das 16h. 
Alternativa D – Incorreta: Como já 
vimos, o benzodiazepínico não é a 
primeira linha de tratamento para a 
insônia! 
Portanto, ficamos com letra C como 
gabarito 
_________________________________ 
9. Uma adolescente com 14 anos de 
idade, acompanhada de sua prima de 18 
anos de idade, é atendida pelo médico 
de plantão no hospital, queixando-se de 
sangramento vaginal abundante há 5 
dias. A paciente nega contato sexual 
prévio ou doenças pregressas e relata 
menstruações mensais regulares desde 
os 10 anos de idade. O exame 
ginecológico revela rotura himenal 
cicatrizada e pequeno sangramento 
vaginal no momento do exame. Nessa 
situação, para diferenciar as causas de 
sangramento, o exame complementar 
inicial importante é 
A) FSH sérico. 
B) beta hCG sérico. 
C) progesterona sérica. 
D) fator de Von Willebrand. 
CCQ: Saber que dosagem sérica de 
beta-hCG é SEMPRE o exame inicial 
em caso de investigação diagnóstica 
de sangramento vaginal 
Mentorando, esta foi uma questão 
muito tranquila do exame de 
revalidação de 2021. A primeira coisa 
que devemos ter em mente é que nas 
pacientes com sangramento vaginal e 
em idade fértil, SEMPRE devemos 
aventar gestação como uma hipótese 
diagnóstica, mesmo que a paciente 
negue contato sexual prévio. A paciente 
do caso, além de apresentar 
sangramento, possui indícios de rotura 
himenal, de forma que é fundamental a 
dosagem de beta-hCG sérico para 
descartar qualquer patologia 
relacionada a gravidez. 
Vamos as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Não há 
motivo para realizarmos dosagem de 
FSH em uma paciente de 14 anos com 
um episódio de sangramento uterino 
anormal. Solicitamos FSH 
principalmente em casos de 
infertilidade e suspeita de falência 
ovariana prematura. 
Alternativa B - Correta: Exatamente 
como vimos acima. 
Alternativa C - Incorreta: Não há 
relação entre os níveis séricos de 
progesterona e o episódio de 
sangramento apresentado pela 
paciente. 
Alternativa D - Incorreta: Iremos 
solicitar a dosagem do fator de Von 
Willebrand em caso de suspeita de 
coagulopatia. Nesses casos, a paciente 
irá relatar sangramento uterino 
abundante e de repetição, não sendo o 
caso apresentado pela questão. 
Sendo assim, o gabarito é a 
alternativa B 
________________________________ 
10. Uma mãe leva seu filho com 2 anos 
de idade para consulta na Unidade de 
Saúde da Família (USF) relatando que a 
criança apresenta febre não aferida e 
lesões vésico-pústulo-crostosas em 
tronco há 2 dias. Segundo o Programa 
Nacional de Imunização, o calendário 
de vacinação esteve completo somente 
até os 6 meses de idade, pois a mãe 
disse que deixou de vacinar a criança 
porque passou a trabalhar em turno 
integral, não tendo como levá-la à USF. 
Quais são a vacina que preveniria a atual 
doença e a idade para a sua 
administração? 
A) Vacina tetraviral; 12 meses. 
B) Vacina tetraviral; 15 meses. 
C) Vacina tríplice viral; 12 meses. 
D) Vacina tríplice viral; 15 meses. 
CCQ: A primeira dose da vacina contra 
a varicela é aos 15 meses, por meio da 
vacina tetraviral 
A criança da questão é um menino de 2 
anos que apresenta febre e lesões 
vesico-pustulo-crostosas em tronco há 
2 dias, com vacinação atrasada (desde 
os 6 meses). Sabendo disso, qual a 
nossa principal hipótese diagnóstica? 
Varicela! 
A varicela (ou catapora) é uma doença 
altamente contagiosa, que se 
caracteriza por um exantema 
papulovesicular de distribuição 
centrípeta (cabeça e tronco) e com 
polimorfismo das lesões (mácula, 
pápula, vesícula e crosta). Costuma ser 
uma doença benigna, apresentando um 
quadro mais grave quando acomete 
indivíduos imunocomprometidos. 
O Programa Nacional de Imunizações 
(PNI) disponibiliza duas doses da vacina 
varicela, uma aos 15 meses e outra aos 
4 anos. No entanto, a primeira dose é 
administrada como parte da vacina 
tetraviral, que protege contra sarampo, 
caxumba, rubéola e varicela. 
Alternativa A – Incorreta: A vacina 
tetraviral é administrada aos 15 meses. 
Alternativa B – Correta: A vacina 
tetraviral protege contra sarampo, 
caxumba, rubéola e varicela e é 
administrada aos 15 meses. 
Alternativa C – Incorreta: A vacina 
tríplice viral, apesar de ser administrada 
aos 12 meses, só protege contra 
sarampo, caxumba e rubéola. 
Alternativa D – Incorreta: Conforme a 
alternativa C. 
_________________________________ 
11. Uma mulher com 36 anos de idade, 
obesa e multípara, é admitida no 
pronto-socorro com quadro de febre 
alta com calafrios, dor no hipocôndrio 
direito e icterícia. Ela tem histórico de 
dor abdominal recorrente no 
hipocôndrio direito, geralmente 
associada à ingestão de alimentação 
gordurosa. Ao chegar a essa unidade 
hospitalar, encontra-se torporosa, febril 
(39,6 °C), com PA = 90 x 60 mmHg, 
reagindo com fácies dedor à 
compressão do hipocôndrio direito, 
mas com sinal de Murphy ausente. Os 
exames laboratoriais da paciente 
revelam leucócitos = 22.000/mm³ (valor 
de referência: 6 000 a 10 000/mm ³ ), 
com 17% de bastões e 3% de 
metamielócitos e bílirrubina direta = 4,8 
mg/dL ( valor de referência: até 0,3 
mg/dL), fosfatase alcalina = 420 UI/L 
(valor de referência: 70 a 192 UI/L) e 
gama-glutamil transferase = 302 UI/L 
(valor de referência 70 a 192 UI/L). A 
ultrassonografia abdominal da paciente 
mostra a presença de dilatação das vias 
biliares extra-hepáticas, e a vesícula 
biliar com algumas imagens 
hiperdensas e com sombra acústica 
posterior. Diante desse quadro clinico, 
qual é o diagnostico correto? 
A) Colangite aguda com pêntade de 
Reynolds. 
B) Colangite aguda com tríade de 
Charcot. 
C) Colecistite crônica alitiásica. 
D) Colecistite aguda litiásica. 
CCQ: Saber que febre + icterícia + dor 
em hipocôndrio direito + alteração do 
estado mental + hipotensão = 
Pêntade de Reynolds 
Vamos lá, pessoal! Temos um caso 
clínico de uma mulher adulta com 
quadro de febre, dor em hipocôndrio 
direito e icterícia. Essas três 
características constituem a tríade de 
Charcot, que é característica de 
colangite aguda. 
Mas o caso não para por aí: o paciente 
evolui com torpor (esta é uma dica do 
examinador para você pensar em 
alteração do estado mental) e 
hipotensão. Estas duas características 
somadas, à tríade de Charchot, 
constituem a Pêntade de Reynolds, que 
é característica da evolução da 
colangite aguda para uma colangite 
tóxica com manifestações sistêmicas! 
O examinador ainda apresenta mais 
dados laboratoriais e dados da 
anamnese, mas apenas com essas 
informações conseguimos encontrar a 
resposta correta. Vamos às 
alternativas: 
Alternativa A - Correta: Como vimos 
acima, o paciente apresentava 
exatamente as manifestações da 
Pêntade de Reynolds, que é 
característica da colangite aguda grave 
com manifestação sistêmica! 
Alternativa B - Incorreta: Se o caso 
clínico parasse antes do paciente 
apresentar torpor e hipotensão, com 
certeza esta seria a alternativa correta! 
Mas não podemos ignorar estes outros 
dois sinais que são presentes na 
Pêntade de Reynolds. 
Alternativa C - Incorreta: A colecistite 
crônica alitiásica, ou seja, a inflamação 
vesicular cuja etiologia não é por 
cálculo, não costuma se apresentar com 
febre e icterícia! 
Alternativa D - Incorreta: A nossa 
paciente tem fator de risco para 
colecistite aguda litiásica, pois é uma 
mulher, multípara e obesa. Mas essa 
situação costuma se apresentar com 
cólica em hipocôndrio direito, náuseas e 
vômitos, e por vezes sinal de Murphy 
positivo no exame físico. A presença de 
febre e das outras alterações que já 
citamos deve nos fazer pensar em 
colangite! 
________________________________ 
12. Um adolescente com 13 anos de 
idade é atendido no pronto-socorro 
devido à picada de escorpião no dedo 
indicador esquerdo. Em exame físico, 
apresenta sinais vitais estáveis, dor 
intensa, hiperemia e formigamento no 
local da picada, associados a náuseas, 
vômitos, sudorese e sialorreia discretos. 
Além do alívio da dor, a conduta 
recomendada é 
A) observação domiciliar por 6 a 12 
horas. 
B) observação hospitalar por 6 a 12 
horas. 
C) soro anti-escorpiônico (2 a 3 
ampolas. 
D) soro anti-escorpiônico (4 a 6 
ampolas. 
CQ: Saber que em caso de acidente 
escorpiônico moderado, há indicação 
de 2 a 3 ampolas de soro 
antiescorpiônico 
Fala, galera! Questão muito boa para 
discutirmos sobre a estratificação dos 
acidentes escorpiônicos e como 
faremos o tratamento em cada caso! 
A questão descreve um acidente com 
escorpião em um adolescente! Aqui, é 
legal lembrar que os acidentes em 
crianças, principalmente nos menores 
de 10 anos, e idosos costumam ser mais 
graves! Vamos ver como ficam os sinais 
e sintomas de acordo com a gravidade? 
• Acidentes leves: dor local que 
pode ser acompanhada de 
parestesia, eritema e sudorese 
ao redor da picada. Pode durar 
por 24 horas, sendo mais intensa 
nas primeiras horas. 
• Acidentes moderados: aqui, 
além da intensa dor local, há a 
presença de sudorese, náusea, 
vômitos, taquicardia, 
taquipneia e hipertensão. 
• Acidentes graves: além dos 
sintomas acima, temos 
manifestações neurológicas, 
miose/midríase, priapismo, 
aumento de secreções 
(sudorese profusa, vômitos 
incoercíveis e rinorreia), 
agitação, bradicardia, podendo 
chegar a casos graves de choque 
e coma. 
O paciente da questão tem, associados 
a dor local e eritema, náuseas, vômitos, 
sudorese e sialorreia discretos, o que 
descreve para gente um caso de 
acidente moderado! 
E como nós vamos tratar, então? O 
esquema é simples: 
• Acidentes leves: pode ser 
realizada uma anestesia local 
com lidocaína e observação por 
4 a 6 horas. 
• Acidente moderado: indica-se 
de 2 a 3 ampolas de soro 
antiescorpiônico. 
• Acidente grave: indica-se de 4 a 
6 ampolas de soro. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativas A e B - Incorretas: Como 
se trata de um caso moderado, não 
iremos só observar, sendo indicado o 
soro. 
Alternativa C - Correta: Como vimos, 
esse é o tratamento indicado! 
Alternativa D - Incorreta: Essa 
alternativa estaria correta se fosse um 
caso grave. 
Portanto, o gabarito é alternativa C 
_______________________________ 
13. Um adolescente com 11 anos de 
idade é atendido no pronto-socorro 
com história de dor e inchaço em joelho 
esquerdo há 5 dias. Ele conta que, há 2 
dias, iniciou com febre, dificuldade para 
deambular e aumento da dor e do 
inchaço na região. A mãe relata recusa 
alimentar e palidez cutânea há 1 dia. O 
adolescente apresenta antecedente de 
trauma local durante partida de futebol 
há 1 semana e refere o uso de anti-
inflamatório não esteroidal desde 
então, sem melhora do quadro. Ao 
exame físico, apresenta-se em regular 
estado geral, com palidez cutânea, 
febril (temperatura axilar = 38,2 °C), 
eupneico, anictérico, acianótico, com 
tempo de enchimento capilar de 3 
segundos e pressão arterial normal para 
a idade. Apresenta, ainda, edema, 
rubor, calor e dor no joelho esquerdo, 
com bloqueio à tentativa de 
mobilização. O resultado do 
hemograma mostra leucocitose com 
desvio à esquerda. Também foram 
observados proteína C reativa e VHS 
elevados. Nesse caso, quais são o 
agente etiológico mais provável e a 
antibioticoterapia endovenosa 
indicada? 
A) Streptococcus pneumoniae; 
ampicilina. 
B) Staphylococcus aureus; oxacilina. 
C) H. influenzae tipo B; amoxicilina. 
D) Kingella kingae; ceftriaxona. 
CCQ: Diante de artrite monoarticular 
lembrar de artrite séptica, e que, 
quando relacionada a trauma, tem 
como principal agente o S. aureus 
Aluno Aristo, a artrite séptica é a 
infecção do espaço articular por 
diferentes tipos de patógenos, 
geralmente por via hematogênica e em 
alguns raros casos por inoculação direta 
como em traumas e ferimentos. 
Pacientes com artrite séptica 
geralmente apresentam uma única 
articulação edemaciada e dolorosa. Em 
um grande número de vezes é o joelho. 
No exame, o paciente apresenta dor à 
mobilização ativa e passiva do joelho, 
além de manifestações sistêmicas 
(febre, recusa alimentar, cansaço) e 
alterações laboratoriais indicativos de 
infecção: leucocitose com desvio, 
aumento de indicadores de inflamação 
(VHS, PCR). 
Os agentes etiológicos se dividem em 
gonococos e não gonococos (S. aureus). 
A artrite causada por gonococos 
acomete mais jovens sexualmente 
ativos e tem quadro bifásico (poliartrite 
que evolui para monoartrite); a 
relacionada ao S. aureus acomete 
idosos e tem quadro monofásico com 
artrite monoarticular. 
Portanto, em pacientes como o nosso, 
possivelmente com vida sexual inativa, 
de causa traumática, devemos pensar 
em S. aureus e tratar com oxacilina ou 
vancomicina (fatoresde risco para 
MRSA). 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: A Kingella 
kingae é um dos componentes daquele 
acrônimo HACEK que a gente decora 
para aprender os gram-negativos que 
podem causar endocardite. Também 
são responsáveis pela artrite séptica, 
mas em menor proporção. 
Alternativa B - Correta: Como dito, o 
principal agente em artrite séptica por 
trauma é o Staphylococcus aureus e o 
tratamento deve ser feito com 
oxacilina. 
Alternativa C - Incorreta: O 
Hemophylus influenzae é responsável 
por uma taxa menor que o S. aureus das 
artrites sépticas. 
Alternativa D - Incorreta: Os 
estreptococos também são 
importantes agentes etiológicos, mas 
com predomínio menor, especialmente 
em crianças maiores de 3 anos. 
Portanto, o gabarito é a alternativa B 
________________________________ 
14. Uma mulher com 20 anos de idade, 
com 10 semanas de gestação, retorna 
para consulta de pré-natal com exames 
de rotina. A urocultura apresentou 
crescimento bacteriano maior que 10⁵ 
UFC/mL (unidades formadoras de 
colônias por mL). A paciente relatou 
aumento da frequência urinária, 
entretanto negou sintomas como 
disúria, urgência miccional, noctúria, 
dor suprapúbica ou febre. Nesse caso, o 
diagnóstico e o tratamento 
antimicrobiano são, respectivamente, 
A) bacteriúria assintomática; 
nitrofurantoína. 
B) bacteriúria assintomática; 
ciprofloxacina. 
C) cistite aguda; nitrofurantoína. 
D) cistite aguda; ciprofloxacina. 
CCQ: Bacteriúria Assintomática na 
gestação deve ser tratada com 
nitrofurantoína, fosfomicina ou beta-
lactâmicos 
Essa questão nos apresenta uma 
bacteriúria assintomática em paciente 
gestante. Vamos relembrar alguns 
pontos antes das alternativas: 
• Em todo trimestre de gestação 
deve ser colhido um EAS e 
urocultura. Se crescimento de 
colônias acima de 100.000 na 
ausência de sintomas deve-se 
fazer os diagnósticos de 
bacteriúria assintomática e 
tratar. 
• As opções de tratamento para 
B.A. são: nitrofurantoína, 
fosfomicina, amoxicilina, 
ampicilina, cefalexina e 
sulfametoxazol-trimetoprim. A 
urocultura deve guiar o 
tratamento, mas 
cotidianamente a 
nitrofurantoína é a primeira 
escolha. 
• A cistite aguda também 
apresenta crescimento de 
colônias na urocultura, mas tem 
como diferencial o fato de ser 
sintomática, cursando com 
polaciúria, ardência, dor pélvica 
e, em alguns casos, febre baixa. 
O tratamento é o mesmo da 
B.A. 
O tratamento idealmente deve ser 
realizado conforme o antibiograma. 
Após o tratamento, deve-se aguardar 1 
a 2 semanas e coletar nova urocultura 
para controle de cura. 
Por último, precisamos lembrar que 
quinolonas e tetraciclinas não devem 
ser prescritas na gestação por 
toxicidade fetal. Sulfametoxazol-
trimetoprim pode ser utilizado somente 
no segundo trimestre e a 
nitrofurantoína deve ser utilizada 
somente até 36 semanas. 
Dito isso, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Correta. Trata-se de 
bacteriúria assintomática e o 
tratamento é com nitrofurantoína 100 
mg 6/6 horas VO por 7 dias, segundo o 
Ministério da Saúde. 
Alternativa B - Incorreta. De fato é 
uma B.A., porém o tratamento com 
ciprofloxacino não é recomendado, 
uma vez que a paciente é gestante e a 
medicação deve ser evitada na 
gestação. 
Alternativa C - Incorreta. A paciente 
está totalmente assintomática, o que 
exclui cistite aguda. O tratamento está 
correto. 
Alternativa D - Incorreta. Nem o 
tratamento e nem o diagnóstico estão 
corretos pelas razões conforme 
comentado anteriormente. 
Logo, o gabarito é letra A 
_________________________________ 
15. Uma paciente com 20 anos de idade 
notou nodulação na região central do 
pescoço. Procurou atendimento 
médico ambulatorial, no qual foi 
solicitada dosagem de hormônio 
tireoidiano (com resultados normais) e 
ultrassonografia com punção aspirativa 
por agulha fina (PAAF) do nódulo. O 
resultado foi nódulo de 1 cm em lobo 
esquerdo da tireoide, hipoecoico, de 
margens irregulares, sem calcificação. 
A PAAF não conseguiu distinguir entre 
lesão maligna ou benigna (Bethesda 
IV). O resultado do perfil de expressão 
gênica (PEG) indicou suspeita para 
malignidade. A conduta médica 
adequada para esse caso é 
A) observar clinicamente e repetir 
ultrassonografia a cada 3 meses. 
B) repetir ultrassonografia e realizar 
nova punção aspirativa com agulha fina. 
C) indicar tireoidectomia total com 
esvaziamento cervical do lado 
esquerdo. 
D) indicar cirurgia com retirada apenas 
do lobo esquerdo sem linfadenectomia. 
CCQ: Saber que, na suspeita de 
carcinoma folicular da tireoide em 
nódulo < 2 cm, devemos realizar 
tireoidectomia parcial para análise 
histopatológica 
Fala, aluno Aristo! Aqui temos uma 
ótima questão que traz bastante 
detalhes sobre nódulos de tireoide. 
Vamos começar a revisão! 
Primeiramente, não podemos esquecer 
dos passos da investigação dos nódulos 
da tireoide: 
 
Então, nosso paciente possui nódulo de 
1 cm hipoecoico, de margens 
irregulares (características de nódulo 
maligno, lembre-se disso!), o que nos 
indicou realização da PAAF. Porém, a 
PAAF não conseguiu distinguir entre 
tumor benigno ou maligno, isso é muito 
característico de tumor folicular. 
Nesse caso, lembre-se: em tumores 
foliculares, o resultado da PAAF não 
diferencia o adenoma do carcinoma (é 
maligno ou benigno?), sendo necessária 
cirurgia e análise histopatológica do 
tecido. 
• Lesões menores ou iguais a 2 
cm: tireoidectomia parcial 
(lobectomia + istmectomia). 
Caso a histopatologia demonstre 
malignidade, devemos estender a 
cirurgia para tireoidectomia total e 
completar o tratamento com 
radioablação com iodo radioativo e 
supressão do hormônio 
tireoestimulante (TSH) com 
levotiroxina exógena. 
• Lesão maior que 2 cm: 
tireoidectomia total (havendo 
indicação de radioablação + 
supressão hormonal caso a 
histopatologia indique 
malignidade). 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Como não 
conseguimos excluir a possibilidade de 
ter uma neoplasia maligna, não 
podemos apenas acompanhar por US. 
Alternativa B - Incorreta: Não vai 
adiantar realizar nova PAAF, pois a 
PAAF não diferencia se é maligno ou 
benigno. 
Alternativa C - Incorreta: No primeiro 
momento, como o nódulo é < 2 cm, é 
indicado a tireoidectomia parcial para 
avaliar a histopatologia. 
Alternativa D - Correta: Como vimos, 
primeiro realizamos a tireoidectomia 
parcial para então avaliar 
histologicamente se é benigno ou 
maligno e prosseguir o 
acompanhamento. 
Portanto, o gabarito é a alternativa D 
_______________________________ 
 
16. Um homem com 55 anos de idade é 
encaminhado para esclarecimento 
diagnóstico de déficit cognitivo 
associado a transtornos do movimento 
com suspeita de síndrome de 
Parkinson. Nesse caso, qual é o achado 
semiológico que contribui para esse 
diagnóstico? 
A) Reflexos patelares exaltados 
associados à presença de clônus de 
rótula e de pés. 
B) Tremor em repouso, de baixa 
frequência e algo assimétrico 
(predominando na mão direita. 
C) Diminuição da sensibilidade 
vibratória e da propriocepção 
consciente nos membros inferiores. 
D) Presença de oftalmoplegia 
internuclear com alterações graves na 
mirada conjugada horizontal. 
CCQ: Saber que o tremor de repouso, 
assimétrico e com baixa frequência é 
característico da síndrome de 
Parkinson 
Questão direta que nos pergunta qual 
conjunto de alterações no exame 
neurológico é mais compatível com a 
síndrome de Parkinson. Portanto, 
vamos revisar a tríade clássica do 
parkinsonismo: tremor, rigidez e 
bradicinesia. Além desses três sinais, 
outra característica que auxiliam no 
diagnóstico dessa síndrome é o fato do 
tremor ocorrer principalmente no 
repouso, assimétrico e cursar com 
melhora após a administração de 
levodopa. 
Alternativa A – Incorreta: Essaclínica é 
mais compatível com síndrome do 
neurônio motor superior (aquele que 
deveria inibir a transmissão neuronal) 
que cursa com hipertonia e 
hiperreflexia. Não combina com a 
síndrome de Parkinson e é causada 
mais comumente por AVE. 
Alternativa B – Correta: A que mais se 
encaixa com a nossa descrição do 
exame físico do parkinsonismo. O 
tremor de repouso na mão é lento e 
frequentemente descrito como “de 
contar moedas”. 
Alternativa C – Incorreta: Esse 
comprometimento isolado da 
sensibilidade vibratória (palestesia) e da 
propriocepção é característico da 
síndrome medular posterior, pois é 
nesse "canal" que passam as fibras 
responsáveis por esses sinais. As causas 
mais comuns são a deficiência de B12 e 
a neurossífilis (tabes dorsalis). 
Alternativa D – Incorreta: A 
oftalmoplegia internuclear é um 
comprometimento isolado dos 
movimentos horizontais do olho, 
cursando com diplopia. Suas principais 
causas são AVE, com 
comprometimento unilateral e mais 
comum em idosos, e a esclerose 
múltipla, que ocorre em pacientes mais 
jovens e de forma bilateral. 
Portanto, o gabarito é a alternativa B 
_________________________________ 
17. Um homem com 54 anos de idade, 
transplantado renal há 3 meses, 
apresenta, há cerca de 7 dias, febre 
elevada (> 40 °C), tosse pouco produtiva 
(escarro pouco purulento) e dor torácica 
à esquerda. Ele procurou o serviço onde 
realizou o transplante de órgão, sendo 
observada a presença de febre elevada 
e ausculta pulmonar com estertores 
crepitantes difusos, além de semiologia 
compatível com derrame pleural à 
esquerda. O Gram de escarro não 
mostrou patógenos, mas apenas alguns 
polimorfonucleares. A Tomografia 
Computadorizada de Tórax (TCT), 
realizada no mesmo dia, revelou 
opacidades alveolares arredondadas e 
derrame pleural leve à esquerda. Como 
o paciente respondeu bem à 
administração de antitérmico, 
mantendo bom estado hemodinâmico 
e padrão respiratório satisfatório, foi 
liberado para casa com prescrição de 
amoxicilina-clavulanato. No entanto, 
após 4 dias de tratamento, mantinha-se 
febril, sem melhora do quadro clínico. 
Nova TCT revelou que algumas das 
opacidades parenquimatosas haviam 
evoluído com escavação central. Foi 
formulada a hipótese de pneumonia por 
Legionella pneumophila. Em função de 
o paciente estar em tratamento 
imunossupressor com ciclosporina e 
tacrolimus, qual é o tratamento 
antimicrobiano adequado a ser 
prescrito? 
A) Sulfametoxazol-trimetoprim. 
B) Levofloxacino. 
C) Azitromicina. 
D) Doxiciclina. 
CCQ: Saber que o tratamento da 
pneumonia por Legionella pode ser 
feito com levofloxacino 
A pneumonia adquirida em 
comunidade é uma das infecções mais 
comuns na prática clínica e nas provas, 
e pode ser causada por vírus (rinovírus, 
influenza, coronavírus, etc.), bactérias 
típicas (pneumococo, Haemophilus 
influenzae, etc.) e atípicas 
(Mycoplasma, Chlamydia, Legionella, 
etc.). 
O quadro clínico inclui sintomas 
semelhantes ao do paciente da 
questão, como febre, dor torácica, 
mialgia, taquipneia e estertores 
crepitantes à ausculta pulmonar. A 
radiografia de tórax está indicada em 
todos os casos, e exames laboratoriais 
estão indicados para pacientes com 
indicação de internação. Existem 
diversos scores que avaliam gravidade e 
necessidade de internação, sendo um 
bem simples o CURB-65. Seus critérios 
são confusão mental, ureia >50, FR >20, 
PAS <90, idade >65 anos. 
O tratamento varia de acordo com a 
etiologia, gravidade e comorbidades do 
paciente: 
• O tratamento para pacientes 
sem comorbidades e sem sinais 
de alarme pode ser feito 
ambulatorialmente com 
monoterapia (ex: amoxacilina 
1000 mg 8/8 h por 5 a 7 dias). 
• Pacientes ambulatoriais com 
fatores modificadores de maior 
probabilidade de resistência 
bacteriana tem indicação de 
terapia combinada, com 
amoxacilina/clavulanato 500 mg 
8/8 h + azitromicina 500 mg no 
primeiro dia e depois 250 mg/dia 
ou claritromicina. 
Vale destacar que pacientes que tem 
indicação de terapia combinada são 
aqueles com: DPOC, ICC, doença 
hepática crônica, doença renal, 
etilistas, com neoplasia maligna ou 
asplenia. 
Pacientes internados podem ser 
tratados com ceftriaxona + azitromicina 
ou claritromicina. O levofloxacino é 
uma quinolona que pode ser usada 
como monoterapia. 
Uma vez que o paciente da questão não 
apresentava sinais de gravidade, mas 
era um paciente com doença renal e 
transplantado, a escolha inicial para 
tratamento da PAC no caso descrito foi 
a de amoxicilina + clavulanato. Porém, a 
falha terapêutica e os exames 
adicionais identificaram a infecção por 
um germe atípico, a Legionella. Assim, 
uma vez que as quinolonas 
respiratórias em monoterapia tem 
cobertura para germes atípicos, o 
levofloxacino passa a ser o 
tratamento de escolha. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: A associação 
sulfametoxazol-trimetoprim não é 
utilizada na PAC causada por germes 
típicos, nem por germes atípicos. Ela é 
utilizada na profilaxia e tratamento da 
pneumonia por Pneumocystis jirovecii. 
Alternativa B - Correta: O 
levofloxacino é uma quinolona 
respiratória que pode ser usada no 
tratamento PAC por Legionella. 
Alternativa C - Incorreta: A 
azitromicina só é usada como 
monoterapia nas pneumonias sem 
sinais de gravidade e sem 
comorbidades modificadoras de risco. 
Alternativa D - Incorreta: A doxiciclina 
pode ser uma opção de monoterapia 
em substituição à amoxacilina para 
pacientes em monoterapia para PAC 
sem sinais de risco, porém, ainda assim 
não é a opção preferível, pois há alta 
resistência do pneumococo a esse 
agente. 
Portanto, o gabarito é a alternativa B 
________________________________ 
18. Uma gestante com 18 anos de idade 
e 32 semanas de gestação realizou 
tratamento com penicilina benzatina 
para sífilis no final do primeiro trimestre 
de gestação. Desde então, não 
compareceu às consultas de pré-natal 
porque ficou isolada em casa devido à 
pandemia da COVID-19. A paciente, 
então, retorna com resultado de 
exames mostrando VDRL com aumento 
de duas diluições em relação ao título 
anterior. Nesse caso, a conduta 
apropriada é 
A) repetir o VDRL e adotar conduta 
expectante. 
B) instituir novo tratamento com outro 
fármaco. 
C) repetir o tratamento com penicilina 
benzatina. 
D) encaminhar a paciente ao serviço 
pré-natal de alto risco. 
CCQ: Saber identificar falha no 
tratamento de sífilis 
Olá, mentorando! Tudo certo? Essa 
questão é de um tema muito 
importante tanto na vida quanto na 
prova: sífilis na gestação. Atualmente 
os casos de sífilis voltaram a aumentar e 
precisamos saber bem como manejar. 
Vamos relembrar alguns pontos! 
• Diagnóstico: para diagnosticar a 
sífilis usamos 2 exames: o VDRL, 
que é um teste não treponêmico 
com resultado dado em título, e 
o FTA-Abs que é um teste 
treponêmico, com resultado 
dado com positivo/negativo. Em 
relação ao VDRL, objetiva-se ter 
títulos com denominador 
menor, porque indicam que foi 
necessária uma concentração 
maior de soro para encontrar 
anticorpos. Por exemplo, VDRL 
1:8 é melhor do que 1:64. 
Quando o VDRL está alterado, 
solicitamos o FTA-Abs e se este 
estiver alterado também 
considera-se diagnóstico de 
sífilis. Entretanto, inicia-se o 
tratamento sem o teste 
treponêmico para evitar 
complicações; se o teste vier 
negativo, o tratamento é 
suspenso. 
• Seguimento: o 
acompanhamento da sífilis é 
feito com o VDRL buscando uma 
melhora nos títulos de acordo 
com o tratamento. É importante 
lembrar que algumas pessoas 
terão sempre VDRL em títulos 
baixos (1:4,1:8...) e que o VDRL 
pode estar alterado por outras 
doenças. Se houver resultados 
melhores e constantes, 
podemos considerar que o 
tratamento funcionou - por 
exemplo, uma mulher que 
iniciou o tratamento com VDRL 
de1:128 e após o tratamento 
teve 3 resultados seguidos de 
VDRL 1:4 pode ser considerada 
curada. É importante também 
que o parceiro seja testado, e 
tratado se positivo, para evitar a 
reinfecção. Quando o VDRL 
volta a "subir" consideramos 
falha no tratamento e este deve 
ser repetido no mesmo 
esquema. 
• Tratamento: o tratamento para 
sífilis é sempre com penicilina 
benzatina IM na dose de 2 
aplicações de 1.200.000 
unidades (uma em cada 
nádega), totalizando 
2.400.000U, durante 3 semanas. 
Quando a gestante aparece com 
lesão ativa já sabemos que a 
sífilis é primária e nesse caso o 
tratamento é com uma 
aplicação na mesma dose. Para 
gestantes alérgicas a penicilina a 
recomendação é fazer 
dessensibilização. 
Dito isso, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta. Com dois 
testes de VDRL com índices piores do 
que os anteriores já devemos iniciar o 
tratamento. 
Alternativa B - Incorreta. O fármaco é 
sempre penicilina benzatina. 
Alternativa C - Correta. O tratamento 
falhou e deve ser refeito da mesma 
forma. 
Alternativa D - Incorreta. O 
encaminhamento é reservado para 
casos de suspeita de sífilis congênita na 
observação da ecografia ou de 
neurossífilis com falha no tratamento. 
Gabarito: letra C 
_________________________________ 
19. Um paciente com 23 anos de idade 
procurou atendimento em Unidade 
Básica de Saúde devido ao 
aparecimento de dor ocular intensa. Ele 
relatou ser soldador e que, no dia 
anterior, não utilizou seu equipamento 
de proteção durante sua atividade com 
a solda elétrica. Acredita que pode ter 
entrado corpo estranho nos olhos, por 
isso resolveu procurar atendimento. Na 
inspeção, apresentou lacrimejamento e 
fotofobia. A conduta imediata para esse 
paciente, antes do encaminhamento 
para consulta especializada, é 
A) uso de colírio anestésico e oclusão 
com pomada oftálmica. 
B) uso de colírio anestésico e de anti-
inflamatório não esteroidal oral. 
C) irrigação com soro fisiológico e 
oclusão com pomada oftálmica. 
D) irrigação com soro fisiológico e 
encaminhamento para avaliação de 
emergência. 
CCQ: Conduzir um caso de corpo 
estranho ocular na atenção primária 
Diferentemente da prática médica em 
emergências, o trauma ocular com 
corpo estranho é incomum aparecer nas 
provas. A banca apresenta um caso de 
um rapaz jovem que procurou uma UBS 
com dor ocular intensa, 
lacrimejamento, fotofobia e história de 
que não utilizou equipamento de 
proteção para solda no dia anterior. A 
banca não está exigindo diagnóstico, se 
você consegue ou não identificar corpo 
estranho, qual seria o tratamento 
definitivo, enfim, ela quer saber se você 
como médico sabe fazer o primeiro 
atendimento. Então, antes de 
encaminhá-lo com urgência ao 
especialista, o que podemos fazer por 
esse paciente nesse momento: 
Alternativa A – Incorreta: Podemos 
aplicar colírio anestésico para aliviar 
sintomas, mas além disso, devemos 
lavar em abundância o olho com soro 
fisiológico como primeira medida a ser 
feita, por isso errada. 
Alternativa B – Incorreta: A conduta é 
lavar o olho e aplicar pomada 
oftalmológica, podemos até aplicar 
colírio anestésico e fazer AINE para 
aliviar a dor, porém, sempre lavar o olho 
primeiro. 
Alternativa C – Correta: Primeira coisa 
a se feita é lavar abundantemente o 
olho com soro fisiológico, depois 
devemos aplicar pomada 
oftalmológica, ocluir o olho e 
encaminhar com urgência para o 
especialista. 
Alternativa D – Incorreta: Faltou 
aplicar a pomada oftalmológica!! 
Portanto, o gabarito é a letra C. 
Obs: para aqueles que ficaram com 
dúvidas sobre a pomada, não posso 
citar nomes comerciais aqui, sem 
merchandising... Mas, como médico, 
costumo usar pomada que acelera a 
cicatrização, a base de retinol + 
aminoácidos + metionina + 
cloranfenicol - sendo indicado por 
colega oftalmologista para casos de 
lesão corneana. 
________________________________ 
20. Na enfermaria de uma 
maternidade, encontram-se internadas 
quatro puérperas. Todas tiveram partos 
vaginais sem intercorrências. Paciente 
1: 22 anos, G2P2A0, classificação 
sanguínea da mãe foi A positivo; 
classificação sanguínea do recém-
nascido foi O negativo. Paciente 2: 30 
anos, G1P1A0, classificação sanguínea 
da mãe foi O negativo; classificação 
sanguínea do recém-nascido foi O 
negativo. Paciente 3: 27 anos, G1P1A0, 
classificação sanguínea da mãe foi O 
negativo; classificação sanguínea do 
recém-nascido foi A positivo. Paciente 
4: 20 anos, G2P2A0, classificação 
sanguínea da mãe foi A positivo; 
classificação sanguínea do recém 
nascido foi A positivo. Deve ser 
prescrita imunoglobulina anti-Rh, antes 
da alta hospitalar, apenas para 
A) a paciente 1. 
B) a paciente 3. 
C) as pacientes 1 e 4. 
D) as pacientes 2 e 3. 
CCQ: Saber que mãe Rh negativa com 
feto Rh positivo precisa receber 
imunoglobulina para evitar 
aloimunização materna 
Jotinha, questão clássica sobre 
profilaxia da aloimunização materna 
para evitar a doença hemolítica 
perinatal (eritroblastose fetal). Esse 
assunto é tanto da GO como da 
pediatria, portanto, é muito importante 
que você revise. 
A questão apresenta o tipo sanguíneo e 
o fator Rh de 4 puérperas e de seus 
respectivos recém-nascidos. A partir 
daí, a banca quer saber quem precisa 
fazer imunoglobulina. 
Qual o motivo de se prescrever a 
imunoglobulina anti-D? A 
imunoglobulina serve para “neutralizar” 
o antígeno fetal (hemácia) que pode ter 
entrado na circulação materna, 
evitando que a mãe desenvolva 
anticorpos contra esses antígenos, 
prevenindo, numa próxima gestação de 
um feto Rh negativo, a eritroblastose 
fetal. 
Quem deve receber a 
imunoglobulina? Mãe Rh negativa 
com feto/ recém-nascidos Rh positivo 
Quando e como se prescreve? O ideal 
seriam todas as gestantes Rh- com feto 
Rh+ na 28ª semana, porém, também 
pode ser realizada após o parto (até 
72h). Atenção em mulheres Rh 
negativas que tiveram aborto de feto Rh 
positivo: elas também precisam da 
profilaxia! Imunoglobulina anti-D 
300mcg IM dose única. 
Você sabia que incompatibilidade ABO 
, quando associada à incompatibilidade 
Rh, é protetora?! Isso porque o sangue 
fetal é mais rapidamente destruído 
quando atinge a circulação materna, 
não dando tempo para que haja 
sensibilização ao fator Rh (Isso já foi 
cobrado em prova, então guarda aí)! 
Alternativas A, C e D - Incorretas: Não 
há incompatibilidade Rh. 
Alternativa B - Correta: Nessa paciente 
há necessidade de realizar 
imunoglobulina, já que é Rh negativo e 
seu recém-nascido tem fator Rh 
positivo. 
Portanto, o gabarito é a letra B 
_________________________________ 
 
21. Um escolar com 9 anos de idade 
comparece à consulta médica de rotina 
em Unidade Básica de Saúde. O 
paciente apresenta crises de 
broncoespasmo recorrentes desde 4 
anos de idade, com sintomas diurnos 3 
vezes por semana e despertar noturno 
sempre com necessidade de uso de β2-
agonista de curta duração por 
demanda. Ele não consegue realizar 
atividades comuns da infância, como 
correr com seus amigos. Refere 
controle ambiental adequado. Há 4 
meses, faz uso contínuo de corticoide 
inalatório em dose baixa. Ao exame 
físico, apresenta-se em bom estado 
geral, corado, hidratado e eupneico. 
Possui auscultas cardíaca e respiratória 
normais. Qual é a classificação da asma 
e a terapêutica recomendada, além do 
uso do β2-agonista de curta duração 
por demanda? 
A) Asma parcialmente controlada; uso 
contínuo de corticoide inalatório em 
dose média. 
B) Asma parcialmente controlada; uso 
contínuo de corticoide oral em doses 
baixas. 
C) Asma não controlada; uso contínuo 
de corticoide inalatório em dose média. 
D) Asma não controlada; uso contínuo 
de corticoide oral em doses baixas. 
CCQ: Identificar asma não controlada 
em maiores de 6 anos e saber o 
tratamento de manutenção em 
pacientesde 6 a 11 anos 
A questão é de 2020, mas vamos 
atualizar e considerar a Global Initiative 
for Asthma (GINA) de 2021 para 
respondê-la. Lembrando que a 
classificação do controle de asma varia 
de acordo com a faixa etária; deve-se 
avaliar se a criança tem 5 anos ou menos 
OU se tem 6 anos ou mais. Na questão, 
a criança tem 9 anos, então devem ser 
considerados os critérios para maiores 
de 6 anos. 
Devemos avaliar os sintomas de asma 
nas últimas 4 semanas: 
1 - Sintomas diurnos de asma mais de 2 
vezes por semana? 
2 - Limitação de atividade devido à 
asma? 
3 - Necessitou de medicação de alívio 
(beta-2-agonista) mais de 2 vezes na 
semana? (Exclui uso de medicação de 
alívio pré-exercício) 
4 - Apresentou algum despertar 
noturno devido à asma? 
Se a resposta for “não” para todas as 
perguntas = asma controlada. 
Se para 1-2 perguntas a resposta for 
“sim” = asma parcialmente 
controlada. 
Se para 3-4 perguntas a resposta for 
“sim” = asma não controlada. 
Na questão, o paciente de 9 anos, 
asmático, está em uso de corticoide 
inalatório (CI) contínuo em dose baixa. 
Ele apresentou sintomas diurnos 3 
vezes por semana e despertar noturno, 
sempre com necessidade de uso de β2-
agonista de curta duração por 
demanda. Ele não consegue realizar 
atividades comuns da infância, como 
correr. Diante disso, temos uma asma 
não controlada. 
Os tratamentos( Steps) para essa faixa 
etária (6 a 11 anos) incluem: 
Step 1: se necessário (nas crises), uso de 
corticoide inalatório (CI) em baixa dose 
associado a beta-2 agonista de curta 
Step 2: CI em baixa dose como 
tratamento de manutenção 
Step 3: CI diário em baixa dose+ beta-2-
agonista de longa duração (LABA) OU 
CI em dose média OU CI + Formoterol 
em dose muito baixa 
Step 4: CI diário em média dose+ LABA 
OU CI + Formoterol em dose baixa 
Step 5: encaminhar paciente; 
considerar maior dose de CI +LABA ou 
terapias adicionais como anti-IgE 
Alternativa A - Incorreta: Como visto 
acima, estamos diante de um paciente 
com asma não controlada. 
Alternativa B - Incorreta: O paciente 
apresenta asma não controlada. Além 
disso, o corticoide oral não deve ser 
usado como tratamento de 
manutenção da asma. É importante 
lembrar que esta medicação apresenta 
muitos efeitos adversos sistêmicos. 
Alternativa C - Correta: Na asma não 
controlada, deve-se verificar a técnica 
adequada da administração do 
medicamento (com uso de espaçador), 
além de verificar a adesão e tratar 
fatores de risco modificáveis. Após 
realizar essas condutas, considerar 
"Step up", no caso, ir para o Step 3, que 
inclui nessa faixa etária: aumento para 
média dose de corticoide inalatório ou 
CI + LABA ou CI + Formoterol em dose 
muito baixa. 
Alternativa D - Incorreta: Corticoide 
oral não deve ser usado como 
tratamento de manutenção da asma, é 
utilizado nas exacerbações. 
Portanto, o gabarito é a alternativa C 
________________________________ 
22. Uma mulher com 20 anos de idade 
chega ao pronto-socorro com queixa de 
dor em fossa ilíaca direita e relata febre 
iniciada há 24 horas. O cirurgião de 
plantão fez o diagnóstico de apendicite 
aguda e indicou cirurgia para a 
paciente. Seguindo a rotina hospitalar, 
foi colhido swab para teste de COVID-
19 por RT-PCR, mesmo com a paciente 
assintomática, cujo resultado será 
obtido entre 48 a 72 horas. Entre os 
procedimentos descritos a seguir, os 
mais indicados em relação ao acesso 
cirúrgico e à proteção da equipe 
cirúrgica quanto ao contágio de COVID-
19 durante o ato operatório são 
A) cirurgia adiada até obtenção do 
resultado do RT-PCR, a ser feita 
somente por via aberta, com equipe 
cirúrgica utilizando os seguintes 
equipamentos de proteção individual, 
caso o resultado do exame seja 
negativo: máscara N95, avental 
impermeável, gorro, luvas estéreis e 
protetor facial. 
B) cirurgia adiada até obtenção do 
resultado do RT-PCR, a ser feita 
somente por via laparoscópica ou 
aberta, com equipe cirúrgica utilizando 
os seguintes equipamentos de proteção 
individual, em caso de resultado 
negativo do exame: máscara cirúrgica, 
luvas estéreis, gorro e avental 
impermeável. 
C) cirurgia de emergência, por via 
laparoscópica ou aberta, com equipe 
cirúrgica utilizando os seguintes 
equipamentos de proteção individual: 
máscara N95, protetor facial, luvas 
estéreis, gorro e avental impermeável. 
D) cirurgia de emergência somente por 
via aberta, com equipe cirúrgica 
utilizando os seguintes equipamentos 
de proteção individual: máscara N95, 
protetor facial e avental impermeável, 
gorro e luvas estéreis. 
CCQ: Saber que o pneumoperitôneo 
feito em cirurgias laparoscópicas não 
aumenta a dispersão de partículas de 
Sars-Cov-2 
Questão fácil sobre a cirurgias durante a 
pandemia pelo Sars-Cov-2! A COVID-19 
afetou todas as áreas da Medicina, o 
que não foi diferente para os cirurgiões 
e cirurgiãs do nosso país. Se por um lado 
toda a equipe a cirúrgica corria o risco 
de contágio de profissionais envolvidos 
no ato operatório, existiam casos em 
que a cirurgia não poderia ser adiada. 
Nesse cenário, foram criadas diretrizes 
para diminuir esse risco. Vamos analisar 
as alternativas! 
Alternativa A - Incorreta: A cirurgia 
não deve ser adiada, pois o quadro é 
uma urgência cirúrgica e é a única forma 
de tratamento para este paciente. Além 
disso, a paciente é de baixo risco, pois 
está assintomática. 
Alternativa B - Incorreta: Além de a 
cirurgia não poder ser adiada, máscaras 
cirúrgicas não são adequadas para a 
realização de cirurgias durante a 
pandemia por COVID-19. 
Alternativa C - Correta: O paciente 
deve ser operado o mais rápido 
possível, de forma laparoscópica ou 
aberta. A respeito dos EPIs, os que 
devem ser usados pelos cirurgiões e 
cirurgiãs são: máscara N95 ou PPF2, 
protetor facial ou óculos, luvas estéreis, 
gorro e avental impermeável (não 
utilizar apenas avental de pano). 
Alternativa D - Incorreta: Não existe 
evidência de maior infecção por COVID-
19 devido ao pneumoperitôneo feito 
em cirurgias laparoscópicas. As 
sociedades de cirurgia recomendam 
apenas maior cuidado com os 
trocateres: ao colocar e retirá-los, 
colocação de válvulas de vedação e 
limpeza rigorosa desses instrumentos. 
Portanto, o gabarito é a alternativa C. 
_________________________________ 
23. Um homem com 51 anos de idade, 
assintomático, comparece à consulta 
agendada na Unidade de Saúde da 
Família do seu bairro. Afirma ter 
procurado atendimento porque sua 
última consulta médica foi há 7 anos e 
ficou apreensivo após seu vizinho 
comentar que havia descoberto um 
câncer no intestino depois de realizar 
exames de rotina. Nega comorbidades, 
uso regular de medicamentos, cirurgias 
prévias e história de câncer na família. 
Como o médico de família deve abordar 
essa situação? 
A) Solicitar o exame de sangue oculto 
nas fezes e orientar que ele é suficiente 
para o diagnóstico de câncer de cólon e 
reto. 
B) Orientar que os exames para 
detecção de câncer de cólon e reto 
devem ser realizados apenas em 
pacientes com sinais e sintomas. 
C) Solicitar o exame de sangue oculto 
nas fezes e orientar que, se positivo, o 
paciente poderá realizar colonoscopia 
para avaliação. 
D) Orientar que o exame de 
colonoscopia para rastreamento do 
câncer de cólon e reto está indicado 
apenas para pessoas com história 
familiar da doença. 
CCQ: Saber que o rastreamento para 
câncer colorretal pode ser realizado 
por meio do exame de sangue oculto 
nas fezes em pacientes de 50-75 anos 
Questão de nível fácil, com um tema 
muito recorrente nas provas de 
residência: o screening de doenças! 
Primeiramente é válido lembrar que o 
rastreamento é realizado em pacientes 
assintomáticos de determinado 
público alvo. Se o paciente estiver com 
sintomas, não iremos realizar exames 
de rastreio e sim uma propedêutica 
diagnóstica.O paciente da questão está 
assintomático e possui 51 anos. Vamos 
relembrar quando e como fazemos o 
rastreio de câncer de colorretal? 
• O Ministério da Saúde 
recomenda rastreamento 
através de PSOF anual em 
pacientes assintomáticos de 50 
a 75 anos. Lembre-se também 
que segundo o US Preventive 
Services Task Forces há 
recomendação com nível de 
evidência B de se iniciar o 
rastreio aos 45 anos! 
Dessa forma, nosso paciente se 
enquadra no perfil para realização do 
rastreio. Agora vamos analisar as 
alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O exame de 
sangue oculto nas fezes é somente um 
exame de rastreio e seu resultado não é 
diagnóstico. Caso o exame seja 
positivo, deve ser realizada uma 
colonoscopia diagnóstica. 
Alternativa B - Incorreta: Como vimos, 
existe recomendação formal do MS 
para rastreamento do câncer colorretal 
em pacientes assintomáticos de 50 a 75 
anos. Lembre-se que o grau de 
recomendação para rastreio nessa 
idade é de nível A! 
Alternativa C - Correta: Devemos 
solicitar o exame de sangue oculto nas 
fezes e orientar que, se positivo, o 
paciente irá realizar colonoscopia 
diagnóstica para avaliação 
complementar. A colonoscopia é o 
exame padrão-ouro para o diagnóstico 
do câncer colorretal, pois além de 
visualizar diretamente toda a mucosa, 
esse exame permite a realização de 
biópsia da mucosa. 
Alternativa D - Incorreta: A 
colonoscopia também pode ser usada 
como exame de rastreio de acordo com 
o MS, mesmo em pacientes sem 
história familiar de câncer colorretal. 
Diferentemente do SOF que deve ser 
feito anualmente para se aumentar a 
sensibilidade do método, a 
colonoscopia deve ser realizada a cada 
10 anos, se o exame permanecer sem 
alterações. 
Portanto, o gabarito é a letra C 
_________________________________ 
24. Uma mulher com 69 anos de idade, 
hipertensa, em uso de enalapril 40 
mg/dia e de hidroclorotiazida 25 
mg/dia, tem palpitações, tremores de 
membros superiores e dispneia que 
começaram há cerca de 30 minutos, 
logo após ter sido assaltada. Está 
orientada, corada, sem déficits motores 
focais, FC = 110 bpm, PA = 200 x 120 
mmHg em membros superiores. 
Ausculta cardíaca: bulhas 
normofonéticas, ritmo regular em 2 
tempos, sem sopros. Pulsos radiais e 
femorais amplos, bilateralmente, FR = 
24 irpm, sem esforço respiratório. 
Ausculta pulmonar normal. Oximetria 
de pulso de 99 % (em ar ambiente). O 
eletrocardiograma mostra taquicardia 
sinusal e sinais de sobrecarga 
ventricular esquerda. A abordagem 
inicial adequada para essa paciente é 
administrar 
A) nifedipina de liberação rápida por via 
oral ou sublingual, repetindo a 
medicação se PA permanecer acima de 
180 x 100 mmHg após 60 minutos. 
B) ansiolítico por via oral, mantendo-a 
em observação em local tranquilo e 
reavaliando os níveis pressóricos num 
intervalo de 30 a 60 minutos. 
C) nitroglicerina por via endovenosa 
contínua, ajustando a dose a cada 5 
minutos até alcançar níveis pressóricos 
inferiores a 160 x 90 mmHg. 
D) metoprolol em bolus por via 
endovenosa, repetindo a medicação se 
PA permanecer acima de 180 x 100 
mmHg após 10 minutos. 
CCQ: Reconhecer que na pseudocrise 
hipertensiva, vamos tratar os fatores 
desencadeantes e reavaliar o paciente 
Fala, galera! Questão boa, com um 
tópico frequente, a diferenciação entre 
crise hipertensiva e pseudocrise 
hipertensiva. 
A questão traz uma paciente que 
acabou de sofrer um assalto e apresenta 
sintomas de ansiedade (tremores, 
palpitação), além de hipertensão. 
Devemos nos preocupar com esse valor 
pressórico? Pense bem… Quando nós 
vamos para a academia, ou qualquer 
outro exercício físico, se você medir sua 
PA, ela estará elevada! Isso é um fato! E 
então, estamos frente a uma urgência 
hipertensiva? É claro que não! É uma 
resposta fisiológica que nossa PA 
aumente em determinadas situações, e 
existem 2 que as provas adoram: 
• Paciente com cefaleia isolada e 
PA elevada; 
• Paciente que passou por algo 
traumático (assalto) e PA 
elevada. 
Note que a banca jogará valores de PA 
de 200/120 para tentar confundir você! 
Mas a partir de agora você não errará 
este tipo de questão. 
Saiba que não consideramos estes 
casos como crises hipertensivas, mas 
sim uma pseudocrise! Pois não é a PA 
elevada que está gerando os sintomas, 
mas sim o contrário. 
Por isso, nossa conduta é controlar o 
fator que está gerando o aumento desta 
PA, no nosso caso aqui, controlar a 
ansiedade da paciente, que há pouco, 
foi assaltada. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Não vamos 
medicar a PA da paciente! Controlamos 
o fator que desencadeou este aumento. 
Alternativa B - Correta: Exatamente! 
Com isso tranquilizaremos a paciente e 
provavelmente seus níveis tensionais 
normalizarão. 
Alternativa C - Incorreta: Aqui a banca 
cita o tratamento de uma emergência 
hipertensiva, o que não é o nosso caso. 
Alternativa D - Incorreta: Outra 
alternativa com tratamento para 
emergência hipertensiva. 
Portanto, o gabarito é alternativa B 
_________________________________ 
 
25. Um menino com 8 anos de idade 
comparece à Unidade Básica de Saúde, 
acompanhado de sua mãe, para 
consulta anual. Quando perguntada 
sobre a atividade física, a mãe relata 
que a criança frequenta a escola de 
manhã e não gosta de realizar as 
atividades que exigem esforço físico na 
escola e, em casa, tem o hábito de jogar 
videogame e jogos pelo celular. No 
recordatório alimentar foi observada 
alta ingesta de carboidratos. A 
avaliação antropométrica apresenta 
estatura de 130 cm e peso de 37 kg. Com 
base na situação e no quadro 
apresentados e de acordo com o Índice 
de Massa Corporal (IMC) para a idade, 
qual é a classificação do estado 
nutricional do menino? 
 
A) Obesidade. 
B) Sobrepeso. 
C) Obesidade grave. 
D) Risco de sobrepeso. 
CCQ: Saber que a obesidade em > 5 
anos é o IMC entre os escores +2 e +3 
A obesidade é uma doença crônica, 
não transmissível, multifatorial, 
caracterizada pelo acúmulo excessivo 
de gordura corporal que acarreta 
prejuízos à saúde dos indivíduos. Ela 
foi reconhecida pela OMS como a maior 
epidemia de saúde pública mundial, 
com elevação da sua prevalência tanto 
em países desenvolvidos quanto em 
países em desenvolvimento. Esse 
processo está associado a modificações 
econômicas, sociais e demográficas que 
provocaram uma transição no padrão 
de nutrição e consumo. 
Seguindo a tendência mundial, o Brasil 
apresenta elevada prevalência de 
sobrepeso e obesidade, inclusive em 
sua população jovem. Esse aumento é 
proporcionalmente mais elevado nas 
famílias de baixa renda. 
Os principais fatores de risco associados 
são: síndrome metabólica, dislipidemia, 
hipertensão arterial sistêmica, diabetes 
mellitus, peso de nascimento pequeno 
ou grande para a idade gestacional, 
exposição intrauterina ao diabetes e/ou 
obesidade materna. 
O principal método de diagnóstico da 
obesidade são as medidas 
antropométricas, peso, estatura, 
circunferências e dobras, que podem 
ser traduzidas na curva IMC/idade. Os 
valores de referência são: 
 
Sabendo disso, podemos analisar 
melhor o caso: 
Menino, 8 anos, com história de não 
praticar atividade física, ser sedentário 
(jogar videogame e jogos de celular) e 
ingerir muitos carboidratos, que são 
fatores de risco para o 
desenvolvimento de obesidade. Ele 
apresenta um IMC de 21,89 (37 ÷ (1,3 x 
1,3)), o que, se olharmos no gráfico, 
corresponde ao intervalo entre os 
escores z +2 e z +3, ou seja, se trata de 
obesidade. 
Alternativa A - Correta: Exatamente 
como discutimos: crianças, > 5 anos, 
com IMC entre os escores z +2 e +3 = 
obesidade. 
Alternativa B - Incorreta: O sobrepeso 
em crianças com > 5 anos seria se o IMC 
estivesse entre os escores z +1 e +2. 
Alternativa C - Incorreta: A obesidade 
grave em crianças com >5 anos seria se 
o IMC estivesse > escore z +3. 
Alternativa D - Incorreta: O risco de 
sobrepeso não faz parte da classificação 
do IMC de crianças com > 5 anos. 
Portanto, o gabarito é a alternativa A 
_________________________________ 
26. Um paciente com 30 anos de idade, 
internado na Unidade de Terapia 
Intensiva com diagnóstico de abscesso 
renal, intubado e em ventilação 
mecânica, apresentou, na admissão, os 
seguintes sinais vitais: PA = 90 x 40 
mmHg, febre de 39 °C, FC = 114 bpm, FR 
= 23 irpm, Escala de Ramsay de 5, 
PaO₂/FiO₂ de 350. Após ressuscitação 
volêmica com cristaloides, apresentou 
melhora do quadro hemodinâmico (PA 
= 110 x 70 mmHg). Exames laboratoriais 
mostraram os seguintes resultados: 
bílirrubina total = 1,1 mg/dL (valor de 
referência: 0,8 a 1,2 mg/dL), creatinina 
= 1,9 mg/dL (valor de referência: 0,8 a 
1,2 mg/dL) e lactato = 2,2 mmol/L (valor 
de referência: < 2 mmol/L). A definição 
atual do quadro clínico desse paciente é 
A) Sepse. 
B) Sepse Grave. 
C) Choque Séptico. 
D) Síndrome da Resposta Inflamatória 
Sistêmica. 
CCQ: Sepse é definida como um 
processo infeccioso associado a pelo 
menos 2 disfunções orgânicas 
Pessoal, nosso paciente apresenta um 
foco já identificado de infecção, o 
abscesso renal, e chegou ao serviço de 
saúde com disfunção cardiovascular, 
representado pela hipotensão e 
taquicardia. Aplicando o escore qSOFA 
para triagem de sepse, ele pontua 3 
(rebaixamento de nível de consciência, 
taquipneia e hipotensão), sugerindo 
sepse. Após expansão com cristaloides, 
apresentou melhora expressiva do 
quadro hemodinâmico. 
Temos então um quadro de Sepse, 
confirmado pelo escore SOFA, em que 
o paciente pontuou pelo menos 3 
(rebaixamento do nível de consciência, 
relação P/F e hipotensão). 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Correta: A definição de 
sepse pelo Sepsis-3, de 2016, é um 
processo infeccioso associado a pelo 
menos 2 disfunções orgânicas, 
representadas pelos critérios do escore 
SOFA. O manejo consiste na expansão 
com cristaloides, coleta de culturas, 
administração de antibióticos e uso de 
vasopressores se não houver melhora 
da hipotensão com as medidas iniciais. 
É muito importante dosar o lactato 
seriadamente, pois ele é um marcador 
de hipoperfusão tecidual e sugere 
prognóstico. 
Alternativa B - Incorreta: A definição 
de sepse grave não existe mais no 
Sepsis-3; os critérios que definiam esse 
conceito compõem agora o SOFA. 
Alternativa C - Incorreta: Choque 
séptico é definido como sepse 
associada à necessidade de 
vasopressores para manter PAM > 65 
mmHg e lactato elevado, maior que 2 
mmol/L. Nosso paciente respondeu 
bem à reposição volêmica, não 
necessitando de drogas vasoativas. 
Alternativa D - Incorreta: A SIRS é 
definida como temperatura > 38°C ou < 
36°, frequência cardíaca > 90 bpm, 
frequência respiratória > 20 irpm ou 
PaCO < 32 mmHg e leucócitos < 4000 ou 
> 12000 ou com 10% de bastões. No 
Sepsis-2, esses critérios associados à 
suspeita de infecção fechavam para 
sepse. 
Portanto, o gabarito é a alternativa A 
________________________________ 
27. Um homem com 26 anos de idade 
procura equipe de Saúde da Família 
Ribeirinha devido a um acidente com 
anzol. O paciente refere que é pescador 
experiente, porém, ao se distrair para 
pegar a isca, acabou fisgando a própria 
perna com o anzol. Ao realizar o exame 
físico, o médico identifica que se trata 
de um anzol de duas pontas e que uma 
das pontas perfurou profundamente a 
panturrilha direita do paciente. Sobre o 
procedimento para a remoção do anzol, 
é correto afirmar que se deve 
A) realizar, com um alicate, o corte da 
ponta livre do anzol, para que não haja 
risco de novo acidente enquanto se está 
removendo a ponta perfurante. 
B) realizar a técnica de bloqueio de 
campo regional para a anestesia no 
local de entrada do anzol e posterior 
remoção. 
C) realizar, com um bisturi, uma incisão 
para ampliar o orifício de entrada do 
anzol, a fim de que ele possa ser 
retirado. 
D) realizar a tração do anzol até efetuar 
a sua retirada. 
CCQ: Antes de qualquer atendimento, 
devemos nos paramentar e ter 
segurança da cena 
O CCQ acima foi muito negligenciado 
no passado e, cada vez mais, nós como 
médicos devemos dar atenção a ele, 
principalmente, no momento de 
pandemia de COVID que vivemos – 
paramentação sempre, proteção nossa, 
do paciente e dos próximos pacientes. 
Nos últimos anos, vem aparecendo 
mais e mais nas provas, teóricas e 
práticas, questionamentos da primeira 
conduta a ser feita em algumas 
situações. Na maioria delas, são 
situações de trauma, mas 
paramentação e segurança da cena de 
atendimento se estendem para 
qualquer tipo de atendimento. 
Nesse caso, temos um paciente que 
sofreu um acidente com objeto 
perfurante, um azol de duas pontas. 
Pois é, caros Mentorandos, 6 anos de 
faculdade não ensina o que é um anzol 
de duas pontas, mas precisamos 
saber… Vejam a imagem abaixo: 
 
Então, a primeira coisa a ser feita é 
cortar a outra ponta antes de tentar 
remover a ponta que está na panturrilha 
desse homem. Se não fizermos isso, 
existe o risco de você se perfurar ou 
acabar perfurando a perna dele com a 
outra ponta. 
Sobre as alternativas: 
Alternativa A - Correta: Como 
explicado acima, a primeira coisa a fazer 
é assegurar a cena, corta a ponta livre, 
garantir que você não irá causar um 
acidente enquanto manipula a ponta 
que está na perna dele. 
Alternativa B - Incorreta: Quando 
formos retirar o anzol devemos fazer 
anestesia com bloqueio local, onde foi 
perfurado, não há necessidade alguma 
de bloqueio de campo regional. Esse 
tipo de bloqueio seria bloquear toda a 
inervação das pernas, ou seja, fazer 
uma raquianestesia. 
Alternativa C - Incorreta: Para retirar 
um anzol devemos apenas empurrá-lo 
no sentido de entrada, fazendo um 
movimento em C, como se fosse uma 
sutura. Não há necessidade alguma de 
fazer uma incisão da pele. 
Alternativa D - Incorreta: Não se faz 
tração do anzol. Quando retiramos um 
anzol, nunca puxamos a ponta, mas, 
sim, empurramos fazendo um 
movimento semelhante à sutura com 
agulha curva – a ponta do anzol tem a 
“fisga”, se puxarmos, ela dificultará a 
remoção e pode causar mais danos. 
Portanto, o gabarito correto é a letra 
A. 
_________________________________ 
28. Uma mulher com 38 anos de idade, 
com crises de enxaqueca com aura, 
realizou encontros de planejamento 
familiar, desejando utilizar anel vaginal 
combinado ou dispositivo intrauterino 
liberador de levonorgestrel como 
método contraceptivo. A orientação 
sobre esses métodos em relação à 
enxaqueca dessa paciente é que 
A) o anel vaginal é contraindicado, mas 
o dispositivo intrauterino liberador de 
levonorgestrel é adequado. 
B) o anel vaginal é adequado, mas o 
dispositivo intrauterino liberador de 
levonorgestrel é contraindicado. 
C) o anel vaginal e o dispositivo 
intrauterino liberador de levonorgestrel 
são contraindicados. 
D) o anel vaginal e o dispositivo 
intrauterino liberador de levonorgestrel 
são adequados. 
CCQ: Métodos contraceptivos 
contendo estrogênio são 
contraindicados na enxaqueca com 
aura 
Pessoal, CCQ muito cobrado em prova 
dentro de um tema de grande 
relevância! 
A indicação ou restrição do uso dos 
métodos contraceptivos em cada 
contexto particular obedece aos 
critérios de elegibilidade da OMS, que 
compreendem 4 categorias: 
Categoria 1: Não há restrição para o uso 
➞ Uso indicado; 
Categoria 2: As vantagens geralmente 
superam os riscos ➞ Uso com cautela e 
precauções, mas geralmente se utiliza; 
Categoria 3: Os riscos geralmente 
superam as vantagens ➞ Uso do 
método não é apropriado, a menos que 
haja indisponibilidade ou aceitabilidade 
de outro método mais apropriado; 
Categoria 4: Risco de saúde inaceitável 
➞ Contraindicado. 
Paraessa questão era necessário saber 
que os métodos hormonais combinados 
(contendo estrogênio) estão 
contraindicados para pacientes com 
enxaqueca com aura, independente da 
idade. Estes compreendem as pílulas 
combinadas, o adesivo hormonal, o 
anel vaginal e o injetável mensal. 
Isso se deve ao fato que, entre mulheres 
com enxaqueca, aquelas com aura 
tiveram risco de AVC maior do que 
aquelas sem aura. Além disso, o risco foi 
2-4x maior nas usuárias de 
anticoncepcionais hormonais 
combinados quando comparadas às 
não usuárias. 
Também são contraindicações aos 
métodos combinados a história pessoal 
de eventos trombóticos prévios ou 
trombofilia, idade ≥35 anos e tabagismo 
≥ 15 cigarros/dia, hipertensão, diabetes 
com complicações ou há mais de 20 
anos, valvopatias com complicação e 
infarto ou AVE prévio. 
Portanto, vamos às alternativas: 
Alternativa A – Correta: O anel vaginal 
contém estrogênio e, portanto, está 
contraindicado. O dispositivo 
intrauterino (DIU) de levonorgestrel, 
por outro lado, é considerado categoria 
2 e, portanto, normalmente está 
indicado com segurança. 
Alternativa B – Incorreta: Ao contrário 
do que traz a alternativa, o início de DIU 
de levonorgestrel é bem indicado e o 
anel vaginal está contraindicado. 
Alternativa C – Incorreta: Como 
mencionamos na alternativa acima, o 
DIU de levonorgestrel é categoria 2 para 
início em pacientes com enxaqueca 
com aura e, portanto, está bem 
indicado. 
Alternativa D – Incorreta: O anel 
vaginal contém estrogênio e, portanto, 
está contraindicado. 
Portanto, o gabarito é a alternativa A! 
_________________________________ 
29. Um homem com 62 anos de idade 
chega à sala de emergência de um 
hospital com quadro de instalação 
abrupta, há cerca de 1 hora, de 
monoparesia superior direita associada 
à afasia não fluente. O paciente, que 
tem histórico de diabete melito tipo 2, 
vem usando metformina 850 mg 2 
vezes por dia, além de ácido 
acetilsalícilico (AAS), devido à 
ocorrência de fibrilação atrial 
paroxística recorrente, tendo um ponto 
no escore CHA2DS2-VASc. Não há 
outras morbidades nem alergias. Na 
admissão hospitalar, o paciente 
mantém o déficit, que parece ter 
piorado um pouco nos último minutos. 
Está acordado, angustiado com a 
inegável afasia não fluente (Broca) e 
com diminuição moderada da força no 
membro superior direito. Apresenta PA 
= 160 x 100 mmHg, FC = 110 bpm, com 
ritmo cardíaco irregular e com 
anisocardiosfigmia. Neste momento, 
apresenta glicemia capilar = 300 mg/dL. 
O paciente é imediatamente 
encaminhado para a realização de uma 
tomografia computadorizada de crânio 
sem contraste, cuja imagem é 
apresentada na figura a seguir, tendo o 
laudo sido liberado cerca de 2 horas e 30 
minutos após o início do quadro 
neurológico. Diante desse quadro, 
quais são o diagnóstico e a conduta 
médica adequados nesse momento? 
 
A) Ataque isquêmico transitório; iniciar 
anticoagulação plena endovenosa em 
associação ao AAS. 
B) Acidente vascular encefálico 
isquêmico; proceder à trombólise 
imediata com rtPA. 
C) Acidente vascular encefálico 
isquêmico; contraindicar a terapia 
trombolítica. 
D) Ataque isquêmico transitório; 
associar clopidogrel ao AAS. 
CCQ: Saber que AVC isquêmico na 
janela terapêutica (< 4,5h) possui 
indicação de trombólise 
Fala, pessoal! Questão clássica sobre 
AVC, vamos lá! 
AVC é aquela entidade que além de 
muito comum na prática médica, é 
tema frequente nas provas. Temos que 
saber quando suspeitar e como 
conduzir! Veja que a questão nos 
apresenta um paciente admitido com 
déficit neurológico abrupto há 1 hora. 
Nossa principal suspeita deve ser AVC! 
Percebam que a questão ainda nos 
informa alguns fatores que nos fazem 
pensar em uma fonte cardioembólica 
para a isquemia cerebral (nosso 
paciente possui FA e sua ausculta é 
irregular). Tendo AVC como 
diagnóstico diferencial, devemos 
solicitar uma TC crânio. 
A principal utilidade da TC crânio na 
fase aguda do AVC é descartar 
hemorragias, que aparecem na 
tomografia como imagens 
hiperdensas (o sangue é BRANCO na 
TC). As alterações de imagem do AVC 
isquêmico podem demorar para 
aparecer e as primeiras alterações são 
sutis. Com o tempo, as áreas de 
isquemia apresentam-se como lesões 
hipodensas. Reparem que na imagem 
acima não encontramos nenhum sinal 
de hiperdensidade, assim, nossa 
principal hipótese fica como AVC 
isquêmico. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O AIT é 
caracterizado por um evento agudo de 
isquemia encefálica com reversão 
completa do quadro em até 24 horas, 
sendo que 85% dos eventos têm 
duração inferior à 1h. Não deixam 
alterações em RNM ou TC. Nosso 
paciente apresenta clínica superior à 1h, 
com piora. Além disso, quando nos 
deparamos com um AIT, calculamos o 
risco de um AVC isquêmico nas 
próximas 48h através do escore ABCD2, 
que avalia: 
• Age (idade) > 60 anos: 1 ponto; 
• Blood pressure (PA) > 140/90 
mmHg: 1 ponto; 
• Clínica: se paresia unilateral, 2 
pontos; e se alteração apenas de 
fala, 1 ponto; 
• Diabetes 1 ponto; 
• Duração: se > 60 minutos, 2 
pontos; e se entre 10 - 59 
minutos, 1 ponto. 
Baixo risco: < 4 pontos | Médio risco: 4 
ou 5 pontos | Alto risco: > 5 pontos. 
Os pacientes com pontuação alta são 
hospitalizados e monitorizados, 
recebendo clopidogrel 75 mg associado 
ao AAS e estatina. 
Alternativa B - Correta: Excluída a 
hipótese de AVC hemorrágico, 
devemos pensar em qual terapia 
podemos instituir para o tratamento de 
AVC isquêmico. São candidatos à 
trombólise pacientes que apresentam 
o tempo entre o início da 
apresentação do quadro e a aplicação 
da medicação inferior a quatro horas e 
meia. Nosso paciente está com 3 horas 
e meia (ao chegar no PS já estava há 1h 
com a clínica, e até o resultado da TC 
foram 2h30). Na prática clínica, 
devemos calcular a escala NIHSS, que 
mensura a gravidade do AVC, que 
possui 15 itens e varia de 0 a 42 pontos. 
Os pacientes com pontuação entre 4 e 
25 pontos são candidatos à trombólise. 
Alternativa C - Incorreta: Para a prova, 
o que precisamos saber são os critérios 
de exclusão principais: IAM recente, 
hemorragia digestiva nos últimos 21 
dias, hemorragia intracraniana prévia, 
TCE ou AVE nos últimos 3 meses, 
glicose menor que 50 (pois 
hipoglicemias podem simular um AVC), 
cirurgia de grande porte nos últimos 14 
dias. Nosso paciente não apresenta 
nenhum desses critérios. 
Alternativa D - Incorreta: Como 
discutimos na alternativa A, não 
estamos diante de um AIT. Caso 
estivéssemos diante de um AIT, nosso 
paciente pontuaria 1 ponto por idade 
maior que 60 anos, 1 ponto por PA > 
140x90 mmHg, 2 pontos por apresentar 
paresia, 2 pontos por duração superior a 
60 minutos, e 1 ponto por ser diabético, 
somando 7 pontos, logo, alto risco de 
AVE isquêmico nas 48h após o AIT. A 
conduta aqui estaria correta: 
clopidogrel + AAS. 
Portanto, o gabarito é a alternativa B 
_________________________________ 
30. Uma adolescente com 17 anos de 
idade comparece à consulta na Unidade 
Básica de Saúde com queixa de dor 
incapacitante relacionada ao 
sangramento menstrual. Refere que o 
problema se iniciou há 2 anos, tendo-se 
agravado os sintomas com o tempo. 
Relata que a menarca ocorreu aos 11 
anos, que é nulípara e que iniciou vida 
sexual há 1 ano. Ela apresenta 
dispareunia, está sem comorbidades e 
deseja orientação quanto a método 
contraceptivo. Diante do quadro clínico 
apresentado, quais são, 
respectivamente, a hipótese 
diagnóstica, o exame complementar a 
ser solicitado e o método contraceptivo 
indicado? 
A) Congestão pélvica; ultrassonografia 
transvaginal com Doppler; e DIU 
hormonal. 
B) Dismenorreia primária; nenhum 
exame complementar; e hormonal 
contínuo. 
C) Endometriose; ultrassonografia 
transvaginal; e hormonal contínuo. 
D) Endometrite;histeroscopia 
diagnóstica; e método de barreira. 
CCQ: Na endometriose 
leve/moderada o ACO contínuo é o 
tratamento mais indicado em 
pacientes que não desejam gestar 
Fala, pessoal! Aqui temos uma paciente 
de 17 anos com dismenorreia 
progressiva e dispareunia. Quando nos 
deparamos com paciente jovem + 
dismenorreia intensa e progressiva + 
dispareunia a primeira hipótese deve 
ser endometriose! 
A endometriose é uma doença 
estrogênio-dependente. Além da 
dismenorreia progressiva e dispareunia 
citadas no quadro clínico, também tem 
como característica a dor pélvica 
crônica associada a infertilidade. 
Acomete mulheres de 25-40 anos, 
sendo o USG-TV um método fácil e 
menos invasivo para investigação. O 
diagnóstico só é confirmado após 
análise histopatológica dos focos 
endometriais, e, por isso, tratamos 
muitas vezes empiricamente. 
Como a paciente não deseja gestar no 
momento, a primeira opção para 
controle sintomático é o 
anticoncepcional oral (ACO) contínuo, 
sendo que o DIU de levonorgestrel, os 
progestágenos cíclicos, o danazol, a 
gestrinona, o GnRH e os AINE’s 
também podem ser utilizados. 
Vamos analisar as alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: Diagnóstico 
diferencial de endometriose, a 
síndrome de congestão pélvica é 
caracterizada por dor pélvica crônica 
que se desenvolve após a gestação. 
Piora no final do dia, ao ficar em pé e 
está associada a dispareunia. 
Alternativa B – Incorreta: 
Dismenorreia primária não é 
progressiva. 
Alternativa C – Correta: Como 
explicado acima, alternativa correta. 
Alternativa D – Incorreta: Endometrite 
é a infecção endometrial, sendo 
caracterizada por febre + dor pélvica e à 
mobilização uterina + secreção 
mucopurulenta. 
Portanto, a alternativa C é a certa! 
________________________________ 
31. Uma adolescente com 11 anos de 
idade, com diagnóstico de epilepsia, 
chega ao pronto-socorro (PS) 
inconsciente, com movimentos tônico 
clônicos generalizados, cianótica, com 
desvio do olhar e sialorreia. A mãe 
informa que a adolescente iniciou a 
crise há 20 minutos, sem recuperar a 
consciência ao longo do trajeto para o 
PS. Na sala de emergência, devido à 
persistência do quadro, é administrado 
diazepam endovenoso por 3 vezes, com 
intervalo de 5 minutos entre as doses. 
Apesar da intervenção terapêutica, a 
paciente mantém o quadro convulsivo. 
Nesse caso, a próxima conduta médica 
deve ser administrar 
A) topiramato por infusão endovenosa 
contínua. 
B) fenitoína em dose de ataque 
endovenosa. 
C) diazepam em dose dobrada 
endovenosa. 
D) tiopental por cânula endotraqueal. 
CCQ: Saber a conduta da crise 
convulsiva na emergência 
Pessoal, questão fácil cobrando um 
tema que não é muito comum nas 
provas, mas que, por isso mesmo, vale a 
revisão. 
Temos uma criança de 11 anos 
apresentando episódio de crise 
convulsiva, com diagnóstico prévio de 
epilepsia. Sabemos ainda que é uma 
crise prolongada que já dura 20 
minutos e que foi refratária à 
administração de benzodiazepínico 
por três vezes. 
Vamos relembrar a abordagem da crise 
convulsiva na criança: 
 
Concluímos que o próximo passo, 
então, seria a administração de 
fenitoína em dose de ataque 
endovenosa. 
Vamos às alternativas: 
Alternativas A, C e D - Incorretas: 
abordam tratamentos que não se 
enquadram no momento, considerando 
a tabela apresentada acima. 
Alternativa B - Correta: exatamente 
como vimos acima, a fenitoína EV é o 
próximo passo. 
Vale ainda recordar que quando uma 
crise convulsiva for associada a febre e 
se tornar recorrente ou prolongada, 
com duração maior que 5 minutos, é 
obrigatória a realização de investigação 
adicional para buscar a sua etiologia, 
iniciando o tratamento de forma 
semelhante às crises afebris. 
Portanto, o gabarito é a letra B. 
________________________________ 
32. Um paciente com 70 anos de idade, 
com sequela de acidente vascular 
encefálico, acamado, apresenta quadro 
de distensão abdominal, dor tipo cólica 
intensa e parada de eliminação de gases 
e fezes há cerca de 24 horas. Nega 
vômitos ou febre. A acompanhante 
informou que o paciente já apresentava 
constipação crônica, sendo muitas 
vezes necessário clister glicerinado para 
retirada de fecaloma. Entretanto, desta 
vez, relata que realizou o clister, sem 
saída de fezes e com piora do quadro 
abdominal. O exame do abdome estava 
prejudicado pela pouca interação do 
paciente, mas ele manifestava dor à 
palpação difusa. O toque retal mostrou 
ampola retal vazia. Realizaram-se as 
radiografias de rotina para abdome 
agudo, o que evidenciou, além de 
imagem de fecaloma, intensa dilatação 
de todo o cólon (mais dilatado no ceco - 
11 cm de diâmetro), ausência de gás no 
reto e ausência de dilatação de intestino 
delgado. A conduta médica indicada 
para esse paciente é 
A) laparotomia exploradora. 
B) colonoscopia descompressiva. 
C) esvaziamento colônico manual. 
D) laxantes via sonda nasogástrica. 
CCQ: Na obstrução em alça fechada, a 
dilatação do ceco com 10 ou mais cm 
de diâmetro é um risco de iminência 
de ruptura 
Temos um paciente acamado com 
quadro de constipação crônica tratada 
com clister de glicerina repetidas vezes. 
Porém, na última vez, não houve 
melhora da constipação e ele evoluiu 
com um abdome agudo obstrutivo. 
Na investigação do quadro, foi 
realizado uma radiografia abdominal 
que evidenciou dilatação de todo o 
cólon (mais dilatado no ceco - 11 cm de 
diâmetro), ausência de gás no reto e 
ausência de dilatação de intestino 
delgado. 
Essa ausência de ar no intestino 
delgado nos indica uma válvula 
ileocecal competente. Há, portanto, 
dois pontos obstruídos, um no cólon e 
outra na válvula, o que caracteriza uma 
obstrução em alça fechada. 
A única conduta possível neste caso é a 
cirurgia com intuito de descompressão 
cirúrgica do cólon e procura do que 
causou essa obstrução. A conduta deve 
ser rápida, pois o aumento progressivo 
da pressão dentro do cólon pode 
aumentar o risco de isquemia e 
perfuração da alça. 
Alternativa A - Correta: A laparotomia 
exploradora está indicada pois a 
dilatação > 10 cm de diâmetro indica 
uma iminência de rotura do ceco. É 
necessário agir o mais rápido possível 
para descomprimir a alça e também 
avaliar a etiologia da obstrução. 
Alternativa B - Incorreta: A 
colonoscopia iria aumentar a pressão 
intracolônica, arriscando perfuração do 
cólon e agravamento do quadro para 
um abdome perfurativo. 
Alternativa C - Incorreta: o 
esvaziamento colônico manual pode ser 
realizado numa situação de fecaloma 
mais proximal, em que se realiza fratura 
digital ou instrumental do bolo fecal 
para ele quebrar e ser extraído. 
Porém, ao toque retal há presença 
apenas de ar, o que indica que a 
obstrução está mais alta e isso 
impossibilita a realização da extração 
manual. 
Alternativa D - Incorreta: existem 
diferentes tipos de laxantes, como por 
exemplo, os osmóticos, estimulantes, 
amaciadores e formadores de massa. 
Todos eles agem de uma forma que 
culmina no aumento da motilidade 
intestinal e isso faz com que aumente a 
pressão intracolônica, podendo agravar 
o quadro obstrutivo. 
Portanto, o gabarito é a alternativa A 
_________________________________ 
33. Uma gestante com 24 anos de 
idade, primigesta de 28 semanas, em 
seguimento pré-natal na Unidade 
Básica de Saúde, comparece a uma 
consulta eventual, relatando início, há 5 
dias, de tosse, febre (até 38°C), 
inapetência e perda de 1 kg. Foi 
coletado material de nasofaringe por 
swab, com SARS-CoV-2 detectado em 
teste molecular (RT-qPCR). A paciente 
trabalha como balconista de shopping 
center. Para essa paciente, segundo 
orientações do Ministério da Saúde, 
deve-se 
A) fornecer atestado médico até o fim 
do período de isolamento 
recomendado. 
B) interromper seus procedimentos 
eletivos (consultas e exames na rotinade atendimento da Unidade Básica de 
Saúde. 
C) agendar nova consulta presencial, 
porque a infecção por SARS-CoV-2 está 
associada a risco de maior gravidade em 
gestantes. 
D) evitar o uso de antitérmicos, pois a 
temperatura é importante parâmetro 
para avaliar a evolução e para tomar 
uma decisão clínica. 
CCQ: Saber que pacientes com 
COVID-19 devem ser afastados nos 10 
primeiros dias de sintomas 
Questão tranquila do Revalida-DF, com 
um tema quente para as provas de 
residência: o manejo de pacientes 
ambulatoriais com COVID-19! 
Como você provavelmente já sabe, a 
maioria dos casos de COVID-19 é leve 
e a letalidade geral da doença é de 
cerca de 2,3%, até mesmo para 
pacientes gestantes. Dessa forma é 
muito importante que você conheça o 
manejo de pacientes que não têm 
indicação de hospitalização. Lembre-se 
que pacientes com quadros leves serão 
conduzidos com sintomáticos somente! 
Não existe atualmente nenhuma 
evidência mostrando resultado 
benéfico ao uso de outras mediações 
nesses casos. 
Vale destacar aqui que sinais como 
SatO2 < 95%, dispneia ou 
descompensação de doença de base 
são indicativos de Síndrome 
Respiratória Aguda Grave e a condução 
deve ser realizada em nível hospitalar! 
Vamos analisar cada alternativa e 
discutir um pouco mais esse tema: 
Alternativa A - Correta: A paciente 
deve ser afastada de suas atividades 
laborais e de familiares por 10 dias a 
partir da data de início de sintomas. 
Dessa forma, o médico deve emitir um 
atestado que a afaste de seu trabalho 
pelos próximos 05 dias. 
Alternativa B - Incorreta: Assertiva um 
tanto dúbia, mas interromper não é o 
verbo correto, e sim adiar seus 
procedimentos eletivos até o 10º dia a 
partir do primeiro dia de sintomas. 
Alternativa C - Incorreta: Devido às 
alterações hormonais e inflamatórias 
da gestação, a gravidez é sim um fator 
de risco para infecção grave por Sars-
Cov-2. Contudo, se a paciente não 
apresentar sinais de Síndrome 
Respiratória Aguda Grave, como SatO2 
< 95% ou dispneia, não há necessidade 
de nova consulta presencial. 
Alternativa D - Incorreta: Antitérmicos 
devem ser usados para alívio 
sintomático e principalmente se a 
paciente tiver febre alta. Ademais, a 
febre sozinha não é um importante 
parâmetro clínico para tomada de 
decisão. 
Portanto, o gabarito é a letra A! 
_________________________________ 
34. Uma adolescente com 13 anos de 
idade é atendida no pronto-socorro por 
apresentar ""perda de força nas 
pernas"". Segundo a mãe, a 
adolescente está doente há mais de um 
mês na primeira semana da doença, 
teve febre alta que durou 5 dias, dor de 
garganta, dores no corpo e cansaço 
extremo. Ela informa, ainda, que a filha 
foi diagnosticada com amigdalite, 
recebeu amoxicilina por 7 dias e que, 
durante esse tratamento, apresentou 
manchas vermelhas levemente 
pruriginosas pelo corpo. A mãe relata 
também que, após desaparecimento da 
febre, a adolescente persistiu com 
desânimo por cerca de 3 semanas e, 
quando parecia estar se recuperando, 
começou a queixar-se de dor e 
formigamento nos pés e pernas, com 
dificuldade progressiva para caminhar e 
que, hoje, não havia conseguido 
levantar-se da cama. Ao exame físico, a 
paciente apresenta paraparesia 
simétrica e diminuição de força 
muscular em membros superiores, 
reflexos osteotendinosos diminuídos 
em membros superiores e abolidos nos 
membros inferiores. Em relação a esse 
quadro clínico, quais são as principais 
hipóteses diagnósticas? 
A) Dengue; meningite asséptica. 
B) Dengue; síndrome de Guillain-Barré. 
C) Mononucleose infecciosa; meningite 
asséptica. 
D) Mononucleose infecciosa; síndrome 
de Guillain-Barré. 
CCQ: Síndrome de Guillain-Barré 
pode ser complicação de 
mononucleose 
Questão fácil, mas com muitos 
detalhes. Vamos primeiro entender o 
diagnóstico inicial para depois 
pensarmos na complicação descrita. 
Temos uma paciente de 13 anos com 
histórico de febre + “amigdalite” + 
mialgia + exantema após uso de 
amoxicilina. Houve ainda persistência 
do desânimo por tempo mais 
prolongado que uma amigdalite 
comum, concorda? Guarde essa 
informação para sua prova: doença 
exantemática que se assemelha a uma 
amigdalite com exantema que surge 
com uso de amoxicilina = 
mononucleose infecciosa. 
Agora vamos pensar na complicação: a 
paciente tem um quadro de 
formigamento e dor que iniciou em 
MMII e teve progressão ascendente, 
evoluindo com paraparesia simétrica e 
diminuição de força muscular em 
membros superiores, reflexos 
osteotendinosos diminuídos em 
membros superiores e abolidos nos 
membros inferiores. Um quadro como 
esse, principalmente em criança após 
um episódio de mononucleose, deve 
nos fazer pensar em complicações 
neurológicas, que afetam cerca de 0,3% 
a 7,3% dos pacientes. Nesse caso 
específico, os sintomas e a evolução nos 
indicam se tratar da síndrome de 
Guillain-Barré, que é uma doença 
imunomediada dos nervos periféricos e 
raízes nervosas, de início agudo, 
caracterizada por paralisia ascendente 
simétrica progressiva, diminuição ou 
abolição dos reflexos tendinosos, 
disautonomia e déficits sensoriais. Está 
comumente associada a quadros virais. 
Vamos às alternativas: 
Alternativas A e B - Incorretas: Vimos 
que o diagnóstico inicial mais provável é 
a mononucleose. Lembre-se da 
associação do exantema com o uso de 
amoxicilina. 
Alternativa C - Incorreta: Na 
meningite, teríamos sintomas 
neurológicos possivelmente mais 
centrais, como rigidez de nuca. 
Alternativa D - Correta: exatamente 
como vimos acima. 
Vale recordar que a síndrome de 
Guillain-Barré é a causa mais comum de 
paralisia flácida aguda infantil após a 
erradicação da poliomielite em países 
desenvolvidos. 
Resposta: letra D. 
_________________________________ 
35. Um homem com 39 anos de idade, 
previamente hígido, é atendido em 
centro de saúde com lesão peniana, 
mal-estar e febre baixa há 5 dias. O 
paciente nega descarga uretral e nega 
lesões penianas prévias. Não tem 
parceira sexual estável, tendo relações 
sexuais desprotegidas com diferentes 
mulheres esporadicamente. Em seu 
exame físico, apresenta temperatura 
axilar = 37,8 °C e está corado, hidratado 
e anictérico. Há linfonodos axilares, 
epitrocleares e inguinais palpáveis, 
pequenos, fibroelásticos. Verifica-se 
lesão ulcerada e úmida em corpo 
peniano. O teste rápido para sífilis 
realizado no momento da consulta foi 
positivo. Não há relato de tratamento 
com antimicrobianos no último ano. 
Relata que, há cerca de 10 anos, ao 
tomar penicilina benzatina 
intramuscular para tratar faringite, teve 
dor no local da aplicação, sem lesões e 
com remissão espontânea. Nesse 
momento, qual é a conduta correta para 
esse paciente? 
A) Prescrever doxiciclina 100 mg, por via 
oral, de 12 em 12 horas por 15 dias e, 
após 3 meses, realizar VDRL. 
B) Solicitar FTA-Abs e, se teste for 
positivo, prescrever doxiciclina 100 mg, 
por via oral, de 12 em 12 horas por 30 
dias. 
C) Aplicar penicilina benzatina 2,4 
milhões UI em dose única, por via 
intramuscular, e solicitar VDRL nessa 
consulta. 
D) Solicitar VDRL e, se teste for 
positivo, prescrever penicilina 
benzatina 2,4 milhões UI por via 
intramuscular, 3 doses, com intervalos 
de 7 dias. 
CCQ: Saber que o tratamento do 
cancro duro é penicilina benzatina 2,4 
milhões de UI em dose única 
Fala, mentorandos! Questão sobre 
infecção sexualmente transmissível que 
descreve um paciente com lesão 
ulcerada e única em corpo peniano + 
teste rápido positivo para sífilis e pede a 
conduta. 
O cancro duro, lesão da sífilis primária, 
é caracterizado por lesão ulcerada 
indolor, de fundo limpo com adenopatia 
sem fistulização. Quanto ao 
diagnóstico, é realizado através de 
testes treponêmicos (TR, FTA-Abs) + 
não-treponêmicos (VDRL). Trata-se 
sífilis primária com penicilina benzatina2,4 milhões de UI, IM, dose única 
(mesmo tratamento para sífilis 
secundária e latente recente). Nos 
casos de sífilis tardia (> 2 anos) ou 
indeterminada, aumenta-se a dose para 
7,2 milhões de UI em 3 semanas. 
Vale lembrar do diagnóstico diferencial 
das ulceras indolores: sífilis primária 
causada pelo Treponema pallidum, 
Donovanose pela Kleibsiella 
granumatis e Linfogranuloma venéreo 
pela Chlamylia trachomatis. 
Vamos analisar as alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: o 
tratamento é realizado com penicilina 
benzatina. 
Alternativa B – Incorreta: não precisa 
solicitar FTA-Abs para iniciar 
tratamento. O tratamento é realizado 
com penicilina benzatina. 
Alternativa C – Correta: isso mesmo, 
como explicado acima. 
Alternativa D – Incorreta: com TR 
positivo já indica-se tratamento. A dose 
descrita é para tratamento de sífilis 
tardia ou indeterminada. 
Portanto, a alternativa C é a correta! 
_________________________________ 
36. Um paciente com 47 anos de idade, 
motorista de ônibus, comparece ao 
ambulatório da atenção secundária 
relatando início de dor lombar baixa há 
2 semanas, a qual se irradia para 
membros inferiores. Ele nega ter 
sofrido queda e/ou trauma local. Devido 
à intensidade da dor, procurou 
atendimento em emergência na época, 
tendo recebido medicação endovenosa 
e orientação para acompanhamento 
ambulatorial para investigação. O 
paciente afirma que possui dor ainda 
incapacitante, a qual piora ao se sentar 
e ao ficar em pé, mas que melhora com 
o repouso. Essa dor possui irradiação 
pela região posterior da coxa e perna, 
chegando até a planta do pé à direita. 
Também relata diminuição da 
sensibilidade no dorso do pé direito. Ao 
realizar exame físico, apresentou teste 
de elevação do membro inferior 
estendido positivo à direita quando 
realizando a 40 graus, além de 
hipoestesia em região de dorso do pé 
direito, com reflexos sem alterações e 
sem perda de força muscular. A conduta 
imediata adequada para o caso é 
A) receitar opioide a curto prazo e 
orientar o paciente a retornar ao 
trabalho conforme intensidade da dor. 
B) encaminhar o paciente para cirurgia 
imediata para descompressão. 
D) receitar corticosteroide sistêmico e 
repouso por 14 dias. 
CCQ: Saber que o tratamento da 
hérnia de disco é sintomático 
Aluno Aristo, as hérnias de disco são um 
tema muito cobrado pelas bancas e 
muito comum na prática clínica! 
A hérnia de disco ocorre quando um 
disco cartilaginoso entre as vértebras se 
exterioriza, podendo irritar os nervos 
próximos e resultar em dor, parestesia, 
alteração na sensibilidade e fraqueza. 
A banca nos traz um paciente com um 
quadro clínico clássico associado a um 
teste de Lasegue positivo (presença ou 
agravamento da dor radicular com a 
flexão do quadril entre 30 e 60 graus). É 
provável se tratar de uma radiculopatia 
de L5 (a mais comum), pois se 
manifesta com lombalgia que se irradia 
pela face lateral da perna até o pé, 
podendo ter perda sensorial na face 
lateral da perna e do dorso do pé, com 
reflexos geralmente normais. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Correta: O tratamento 
inicial conservador da hérnia de disco é 
sintomático, podendo ser utilizados 
analgésicos, AINE's e opioides fracos, 
evitando atividade física em excesso. 
Quando os sintomas agudos 
diminuírem, recomendamos retomar 
atividades físicas moderadas, conforme 
tolerado. 
Alternativa B - Incorreta: No quadro 
agudo não devemos iniciar exercícios 
para o fortalecimento lombar. É 
recomendado realizar o tratamento 
sintomático e caso os sintomas 
persistam, avaliamos a indicação de 
exercícios e fisioterapia para os casos 
persistentes leves a moderados. 
Alternativa C - Incorreta: A cirurgia só 
é indicada para casos graves e 
refratários ao tratamento clínico. 
Alternativa D - Incorreta: Os 
corticoides sistêmicos não são 
utilizados de rotina, pois a evidência 
disponível sugere que a terapia 
sistêmica com glicocorticoides não tem 
benefício. 
Portanto, o gabarito é a alternativa A 
________________________________ 
37. Um homem com 62 anos de idade 
retorna à consulta para receber o 
resultado de biópsia transretal de 
próstata, procedimento realizado duas 
semanas antes, cuja classificação 
histopatológica foi de Gleason 7 (4+3). 
Esse resultado caracteriza o diagnóstico 
de 
A) hiperplasia prostática benigna. 
B) câncer de próstata. 
C) prostatite crônica. 
D) prostatite aguda. 
CCQ: Saber que a escala de Gleason 
avalia os graus de diferenciação 
celular no câncer de próstata 
Temos um paciente que nos retorna 
com o resultado de sua biopsia 
prostática apresentando um Gleason de 
7 (4+3). Mas afinal, o que é essa escala? 
A escala de Gleason foi criada para 
classificar a histologia encontrada em 
pacientes com câncer de próstata. Ela 
é graduada de 1 a 5, de acordo o grau de 
diferenciação celular deste câncer, 
sendo que 1 é bem diferenciado e 5 é 
pouco diferenciado. 
Ao analisar a amostra da biópsia, o 
patologista irá atribuir uma nota de 
Gleason ao padrão mais predominante 
nas amostras de tecido da próstata. 
Mas, como normalmente os cânceres 
de próstata têm áreas com diferentes 
graus, uma segunda nota de Gleason é 
adicionada ao segundo padrão mais 
predominante. As duas notas serão, 
então, adicionadas para determinar sua 
pontuação no Gleason. 
Por exemplo, quando dizemos que o 
Gleason é 7 (4+3), entende-se que a 
maior parte do material analisado 
apresenta alterações grau 4, havendo 
também uma parte menor que 
apresenta alterações grau 3. 
Com isso, entendemos também que um 
Gleason 7 (3+4) é menos agressivo que 
o (4+3), pois a maior parte do material 
analisado apresenta alterações grau 3. 
Portanto, o gabarito é a alternativa B. 
_________________________________ 
38. Uma menina com 13 anos de idade 
comparece à Unidade Básica de Saúde 
acompanhada da mãe para consulta de 
rotina. A paciente tem um irmão de 11 
anos de idade. Ao exame físico, não 
foram observadas alterações dignas de 
nota. Ao verificar o cartão de vacinação, 
constatou-se que a adolescente não 
havia sido vacinada contra o HPV. 
Nesse caso, o profissional de saúde 
deve 
A) orientar somente a vacinação do 
irmão. 
B) orientar somente a vacinação da 
adolescente. 
C) orientar a vacinação da adolescente e 
de seu irmão. 
D) orientar que não é recomendada a 
vacinação da adolescente e de seu 
irmão. 
CCQ: Saber que a vacina contra o HPV 
é recomendada para meninas de 9 a 
14 anos e meninos de 11 a 14 anos 
Fala, pessoal! Essa é uma questão mais 
tranquila que cobra conceitos sobre o 
PNI (Programa Nacional de 
Imunizações) na forma de um caso 
clínico. Lembrando que essa é uma 
estratégia muito importante na 
prevenção de inúmeros agravos e que 
sofre atualizações quase todos os anos. 
O HPV, também chamado de 
papilomavírus humano, é um patógeno 
sexualmente transmitido que está 
relacionado fortemente com a gênese 
do câncer de colo uterino, sendo 
responsável por 95% dessas neoplasias. 
A maioria das infecções por HPV são 
assintomáticas ou de caráter 
transitório, regredindo 
espontaneamente pela imunidade do 
indivíduo. Quando se manifestam, 
geralmente geram lesões 
microscópicas ou não produzem lesões, 
este último sendo denominado de 
infecção latente. Nesse último 
exemplo, o HPV ainda não está 
produzindo a doença, mas pode depois 
de um longo período se manifestar 
clinicamente. 
A vacina contra o papilomavírus 
humano (HPV) é uma vacina 
quadrivalente, que protege contra os 
principais tipos do vírus (6, 11, 16 e 18). 
É disponibilizada pelo Ministério da 
Saúde nas idades a seguir: 
• Meninas: 9 a 14 anos; 
• Meninos: 11 a 14 anos. 
A aplicação deve ser oferecida 
preferencialmente para os indivíduos 
que não foram infectados com o HPV, 
por isso a vacinação foca nos pacientes 
que ainda nãotiveram iniciação sexual. 
Mas o histórico de infecção pelo HPV 
não é uma contraindicação para 
imunização contra o HPV. A vacina é 
administrada em duas doses, com 
intervalo mínimo de 6 meses entre elas. 
Sabendo disso, como a menina da 
questão tem 13 anos e o seu irmão tem 
11 anos, podemos orientar a vacinação 
dos dois. 
Além da vacina contra o HPV, outra 
vacina exclusiva da adolescência é a 
meningocócica ACWY, recomendada 
para adolescentes entre 11 e 12 anos. 
Nesse caso, somente o irmão da 
paciente poderia ser vacinado. 
Alternativa A, B e D - Incorretas: 
Devemos vacinar os dois pacientes. 
Alternativa C - Correta: Como ambos 
estão na faixa de idade preconizada 
para o recebimento da vacina, os dois 
vão receber o imunizante. 
Portanto, o gabarito é a alternativa C 
________________________________ 
39. Um homem com 21 anos de idade 
comparece à Unidade de Saúde da 
Família para ser submetido a 
tratamento cirúrgico de onicocriptose 
em hálux direito. Com relação à técnica 
a ser adotada para esse procedimento 
cirúrgico, após anestesia local, é correto 
A) realizar exérese completa da unha 
encravada. 
B) descolar o leito ungueal, fazendo-se 
uma avulsão parcial do segmento 
encravado. 
C) preservar a matriz ungueal e fazer a 
exérese em cunha do tecido de 
granulação. 
D) retirar uma elipse de pele e tecido 
subcutâneo da borda com tecido de 
granulação e sinais de infecção local. 
CCQ: Conhecer a técnica de avulsão 
parcial de segmento encravado na 
onicocriptose 
A onicocriptose, ou popularmente 
conhecida como "unha encravada" é 
uma alteração no alinhamento entre a 
placa ungueal e o seu leito, gerando um 
crescimento inadequado e penetração 
de espículas de unha sobre a pele, o que 
traz um quadro doloroso e muitas vezes 
recorrente ao paciente, se não for 
corretamente tratado. 
Algo a mais: em casos crônicos de lesão 
local e inflamação, há formação de 
granulomas e hipertrofia na dobra 
ungueal, com maior suscetibilidade a 
infecção secundária. 
Alternativa A – Incorreta: A exérese 
completa da unha está contraindicada, 
pois contribui para piora do quadro. A 
retirada total da placa ungueal gera 
uma elevação na polpa distal do dedo, 
onde a nova placa ungueal terminará 
por penetrar também, causando 
recidiva do quadro. 
Alternativa B – Correta: A técnica de 
escolha consiste na avulsão parcial do 
segmento encravado e sua espícula e 
estreitamento da placa ungueal. Pode 
ser associado também à matricectomia, 
que visa estreitar a matriz ungueal e 
prevenir recidivas. 
Alternativa C – Incorreta: A 
preservação da matriz ungueal, com 
retirada apenas do tecido de granulação 
pode melhorar a inflamação 
momentaneamente, mas não impede a 
espícula de penetrar a pele recidivando 
o processo. 
Alternativa D – Incorreta: Apesar de 
ser uma das opções terapêuticas, esse 
tipo de ressecção está associada a 
recidivas, maus resultados estéticos e 
maior morbidade em relação a técnica 
de avulsão parcial. 
Portanto, o gabarito é a letra B 
_________________________________ 
40. A equipe de Saúde da Família 
recebeu uma solicitação de visita 
domiciliar para um paciente com 74 
anos de idade, que obteve alta 
hospitalar no dia anterior. A esposa e 
cuidadora do paciente mostrou a 
contrarreferência do hospital, 
informando que o paciente esteve 
internado por câncer de próstata 
avançado com metástases ósseas e que 
recebeu alta com cuidados paliativos. 
Ademais, o paciente é hipertenso, 
diabético, acamado há 1 ano, em uso de 
sonda nasoenteral devido a um 
acidente vascular encefálico e sem 
perspectiva de tratamento curativo. A 
esposa estava bastante angustiada e 
não entendia como o marido tinha 
recebido alta naquelas condições, pois 
gemia e, à noite, gritava de dor, mesmo 
em uso de paracetamol e codeína (500 
mg + 30 mg), que foram mantidos na 
alta hospitalar. Qual é a conduta médica 
correta para esse paciente? 
A) Iniciar morfina solução oral 10 
mg/mL, 10 gotas, de 4 em 4 horas para 
controle de dor intensa em cuidados 
paliativos. 
B) Manter paracetamol, codeína e 
adicionar anti-inflamatório não 
esteroidal para otimizar tratamento da 
dor. 
C) Iniciar tramadol em solução oral 100 
mg/mL, 20 gotas, de 12 em 12 horas, 
para controle de dor intensa. 
D) Encaminhar para reinternação 
hospitalar para controle da dor com 
morfina endovenosa. 
CCQ: Saber a Escada da Analgesia da 
OMS 
Caro aluno, nesta questão somos 
apresentados a um paciente em 
cuidados paliativos, refratária ao uso de 
analgésico simples, e opióide fraco. 
Para responder esta questão é 
importante ter conhecimento na 
escada da Analgesia proposta pela 
OMS: 
 
Nosso paciente encontra-se com dor 
Intensa e está recebendo a analgesia no 
degrau 2. O próximo passo deve ser 
escalonar para o terceiro degrau, com o 
uso de um opióide forte. 
Vamos as alternativas: 
Alternativa A - Correta: A introdução 
de um opióide forte de uso oral é uma 
ótima alternativa para este paciente. 
Alternativa B - Incorreta: Introduzir um 
AINE não iria mudar o tratamento 
proposta de degrau. 
Alternativa C - Incorreta: Tramadol é 
um opióide fraco, assim como a 
codeína. 
Alternativa D - Incorreta: O paciente 
foi recentemente deshospitalizado e 
está com proposta de tratamento 
paliativo, sendo melhor indicado a 
tentativa de uso de medicação oral, 
como morfina, metadona, e 
intradérmico com patch de fentanil. 
Portanto, o gabarito é a letra A 
________________________________ 
41. Um pré-escolar com 3 anos de idade 
é atendido no pronto-socorro com 
quadro de tosse produtiva e febre alta 
há 4 dias, associado à dificuldade 
respiratória. No exame físico, 
apresenta-se febril, emagrecido, 
hipocorado (2+/4+), hidratado, com boa 
perfusão periférica, com temperatura 
axilar de 39 °C, FC = 110 bpm e FR = 55 
irpm. O paciente apresenta retração 
subcostal e tiragens intercostais, com 
murmúrio vesicular diminuído em base 
de hemitórax esquerdo. Segundo o 
Programa de Atenção Integrada das 
Doenças Prevalentes na Infância 
(AIDPI) do Ministério da Saúde, qual é a 
classificação do quadro respiratório da 
criança? 
A) Pneumonia. 
B) Pneumonia grave. 
C) Não é pneumonia. 
D) Pneumonia muito grave. 
CCQ: Apenas a presença de tiragem 
subcostal já classifica a pneumonia 
como grave 
Galerinha, questão bem interessante 
sobre pneumonia adquirida na 
comunidade (PAC) na pediatria, tema 
bastante recorrente nas provas e em 
nossa prática clínica. Essa questão nos 
cobra a classificação da pneumonia 
segundo a AIDPI, então vamos revisar 
esse assunto para você, mentorando JJ, 
acertar esse tipo de questão quando 
aparecer! 
Vamos lá, primeiramente a AIDPI 
classifica a pneumonia em 3 tipos: 
pneumonia grave (ou doença muito 
grave), pneumonia e "não é 
pneumonia". Bom, para ser classificada 
como pneumonia grave, o quadro 
clínico precisa ter pelo menos um 
desses achados: 
• Recusa de 
líquidos/amamentação 
• Vômitos a tudo que ingere 
• Convulsões e/ou movimentos 
anormais em menos de 72h 
• Sonolência/letargia 
• Enchimento capilar > 2s 
• Batimento de asa do nariz e/ou 
gemência 
• Tiragem subcostal 
• Estridor em repouso 
Para ser classificada apenas como 
pneumonia, basta a criança com 
quadro pneumônico apresentar 
taquipneia, sem apresentar nenhum 
dos sinais já citados. Vamos lembrar as 
frequências respiratórias que 
configuram taquipneia para cada faixa 
etária? 
• < 2 meses: FR ≥ 60 irpm 
• 2 a 11 meses: ≥ 50 irpm 
• 12 meses a 5 anos: ≥ 40 irpm 
E por fim, para ser classificada em não 
pneumonia, a criança não apresenta 
taquipneia nem outro sinal de alarme já 
citado. 
Voltando ao enunciado, temos uma 
criança que se encontra emagrecida, 
taquipneico para idade e tiragem 
subcostal. Além disso, a criança ainda 
apresenta murmúrio vesicular 
diminuído em um dos hemitórax, o que 
sugerea presença de um derrame 
pleural. Bom, não restam dúvidas que 
essa criança é classificada como 
pneumonia grave! Vamos às 
alternativas. 
Alternativa A - Incorreta: Como vimos, 
essa criança possui sinal de alarmes, o 
que a classifica como pneumonia grave 
Alternativa B - Correta: Alternativa 
correta! Como vimos, essa criança 
apresenta sinais de alarme, o que 
configura uma pneumonia grave. 
Alternativa C - Incorreta: É classificado 
como "não pneumonia" um paciente 
que além de não apresentar sinais de 
alarme, não apresenta taquipneia. Esse 
paciente apresenta tanto taquipneia 
como sinais de alarme. 
Alternativa D - Incorreta: Não existe 
pneumonia muito grave segundo a 
classificação da AIDPI! 
Gabarito: alternativa B. 
_________________________________ 
42. Uma mulher com 30 anos de idade 
assintomática, vem à Unidade Básica de 
Saúde para mostrar o resultado do 
exame de colo uterino. A paciente havia 
realizado a coleta há cerca de 20 dias, 
como rotina ginecológica. No dia da 
coleta, nenhuma anormalidade foi 
detectada no exame especular. O 
resultado da citologia oncótica revelou 
células escamosas atípicas de 
significado indeterminado, 
possivelmente não neoplásicas (ASC-
US). Qual conduta médica deverá ser 
adotada a partir desse resultado? 
A) Orientar a repetir a citologia oncótica 
em 12 meses. 
B) Orientar a repetir a citologia oncótica 
em 6 meses. 
C) Solicitar biópsia do colo uterino. 
D) Solicitar colposcopia. 
CCQ: Conhecer a conduta diante de 
um resultado alterado de exame 
citopatológico no rastreamento de 
câncer cervical. 
Fala, pessoal! Questão que aborda um 
CCQ recorrente nas provas! 
Rastreamento de câncer de colo uterino 
é um assunto garantido na prova de GO! 
O exame citopatológico é o método de 
rastreamento do câncer de colo uterino 
e de suas lesões precursoras, sendo 
realizado a partir dos 25 anos. 
A conduta diante de um achado de 
atipia de células escamosas de 
significado indeterminado (ASC-US) 
varia de acordo com a idade da 
paciente: 
• Em mulheres < 25 anos, 
devemos repetir o exame em 3 
anos; 
• Entre 25 e 29 anos, a citologia 
deve ser repetida em 12 meses; 
• Em pacientes ≥ 30 anos, a 
citologia deve ser repetida em 6 
meses. 
Alternativa A - Incorreta: Essa é a 
conduta adequada para pacientes entre 
25 e 29 anos com resultado de ASC-US. 
Alternativa B - Correta: É a conduta 
adequada para o caso, devendo a 
citologia ser repetida em 6 meses. 
Alternativa C - Incorreta: Biópsia de 
colo uterino não está indicada. 
Alternativa D - Incorreta: Não é 
necessário encaminhar a paciente para 
colposcopia. 
Portanto, o gabarito correto é a letra 
B 
_________________________________ 
43. Uma mulher com 44 anos de idade é 
encaminhada para avaliação de nódulos 
mamários múltiplos, inicialmente 
atribuídos a possível doença fibrocística 
benigna da mama. A razão do 
encaminhamento ao especialista é a 
preocupação da paciente com o fato de 
uma tia paterna, com 68 anos de idade, 
ter sido recentemente diagnosticada 
com câncer de mama (adenocarcinoma 
ductal infiltrante). A paciente é 
multípara (G4P5), tendo sua primeira 
gestação ocorrido aos 36 anos de idade. 
Amamentou todos os filhos por pelo 
menos 1 ano. Sua menarca foi tardia, 
ocorrendo aos 16 anos de idade. Relata 
que seus ciclos menstruais são indolores 
e regulares, a cada 28 dias (3 dias de 
duração), com fluxo em volume normal. 
Mantém relações sexuais regulares, 
com parceiro único e sem uso de 
preservativo. Ela nega possuir 
comorbidades e alergias. No exame das 
mamas, são palpados múltiplos nódulos 
de consistência fibroelástica bilaterais, 
no meio dos quais é palpado um nódulo 
sólido, indolor e pouco móvel, de 2,0 cm 
de diâmetro, localizado no quadrante 
superior externo da mama esquerda; 
não há alterações cutâneas locais nem 
linfonodomegalias satélites, axilares, 
supraclaviculares ou cervicais. No 
exame físico geral, a paciente se 
encontra em bom estado, corada, com 
IMC = 23,5 kg/m². Além do nódulo sólido 
palpável, qual é o outro fator de risco 
para câncer de mama que a paciente 
apresenta? 
A) Multiparidade. 
B) Menarca tardia. 
C) Primeira gestação em idade 
avançada. 
D) Tia paterna com câncer de mama 
pós-menopausa. 
CCQ: Saber os fatores de risco para 
câncer de mama 
Questão de nível fácil! A questão 
aborda de forma geral e superficial os 
fatores de risco para o câncer de mama. 
Para resolução da questão é necessário 
saber os principais fatores endócrinos 
que aumentam o risco do 
desenvolvimento das neoplasias 
malignas mamárias. 
Alternativa A - Incorreta: 
Multiparidade não é fator de risco, mas 
sim anuliparidade. 
Alternativa B - Incorreta: A menarca 
precoce e a menopausa tardia que são 
fatores de risco. 
Alternativa C - Correta: Os fatores 
endócrinos/história reprodutiva estão 
relacionados principalmente ao 
estímulo estrogênico, seja endógeno ou 
exógeno, com aumento do risco de 
acordo com a exposição. Esses fatores 
incluem: história de menarca precoce, 
menopausa tardia, primeira gravidez 
após os 30 anos, nuliparidade, uso de 
contraceptivos orais (estrogênio- 
progesterona) e terapia de reposição 
hormonal pós-menopausa (estrogênio- 
progesterona). 
Alternativa D - Incorreta: 
Considerando a história familiar como 
fator de risco, estão inclusos apenas 
parentes de primeiro grau. 
DICA: É importante lembrar que o 
principal fator de risco é a idade maior 
que 40 anos e que tabagismo não é 
considerado fator de risco para câncer 
de mama. 
Portanto, a alternativa correta é a 
letra C. 
_________________________________ 
44. Uma jovem com 18 anos de idade 
que sofreu uma queda de bicicleta há 2 
horas é levada ao pronto-socorro. Seus 
familiares relatam que ela não estava 
usando capacete e bateu a cabeça na 
calçada, quando perdeu 
momentaneamente a consciência por 
cerca de 1 minuto. Ao ser atendida, 
apresenta-se consciente e orientada no 
tempo e no espaço, com abertura 
ocular espontânea e respondendo aos 
comandos verbais, com pupilas 
isocóricas e ausência de déficit 
neurológico. Ela se queixa de cefaleia 
discreta e não progressiva, além de 
tontura temporária, e apresenta ainda 
ferimento cortocontuso de cerca de 3 
cm no couro cabeludo, negando 
episódios de vômitos ou outros 
sintomas. Nessa situação, a conduta 
adequada a ser adotada, após a sutura 
do ferimento, é 
A) manter a paciente em observação e 
realizar exame neurológico seriado por 
24 horas. 
B) dar alta hospitalar, orientando a 
paciente e seus acompanhantes em 
relação aos sintomas de alarme. 
C) solicitar tomografia de crânio e, se o 
resultado for normal, dar alta hospitalar 
à paciente com orientações. 
D) solicitar tomografia de crânio e 
indicar internação hospitalar da 
paciente para observação clínica por 24 
horas. 
CCQ: Saber qual é a indicação de 
solicitação de TC no TCE 
Aluno Aristo, questão direta que nos 
mostra uma jovem de 18 anos que 
sofreu um TCE com perda de 
consciência durante 1 minuto, mas que, 
no atendimento, apresentava-se com 
ECG 15. Quais são as indicações de TC 
ou internação hospitalar em TCE leve 
como o da nossa paciente segundo o 
ATLS? 
• TCE penetrante; 
• história de perda prolongada de 
consciência (mais que 5 min); 
• deterioração do nível de 
consciência; 
• cefaleia moderada a grave; 
• intoxicação significativa por 
álcool/drogas; 
• fratura de crânio; 
• fístula liquórica; 
• suspeita de fratura de base de 
crânio; 
• mais que 2 episódios de 
vômitos; 
• idade > 65 anos; 
• uso de anticoagulantes; 
• ECG < 15 até 2 horas após o 
trauma. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: A paciente 
não apresenta critérios para admissão 
hospitalar (TCE penetrante, perda de 
consciência prolongada, cefaleia, falta 
de acompanhante em casa, intoxicação 
por álcool/drogas).Alternativa B - Correta: A paciente não 
apresenta critérios para internação ou 
solicitação de TC, conforme citado 
acima, podendo fazer observação 
neurológica domiciliar. 
Alternativa C - Incorreta: A paciente 
não apresenta critérios para solicitar TC 
(sinal de fratura de base de crânio ou 
suspeita de fratura exposta, ou com 
afundamento, vômitos repetidos, idade 
> 65 anos, uso de anticoagulantes, 
amnésia para fatos anteriores ao 
impacto maior que 30 minutos, 
mecanismo perigoso, perda de 
consciência prolongada, ECG < 15). 
Alternativa D - Incorreta: A paciente 
não apresenta critérios para solicitar TC 
ou para internação hospitalar. 
Portanto, o gabarito é a alternativa B 
_________________________________ 
 
45. Uma gestante, no curso da 12.ª 
semana de gestação, vai ao 
ambulatório de obstetrícia referenciado 
de sua Unidade Básica de Saúde com o 
seguinte encaminhamento: 
""Encaminho primigesta com 23 anos 
de idade por ter apresentado, em seus 
exames de rotina do pré-natal, uma 
glicemia de jejum de 140 mg/dL"". No 
momento, a paciente encontrava-se 
assintomática e já trazia um segundo 
resultado de glicemia de jejum que 
demonstrava um valor de 148 mg/dL. O 
obstetra do ambulatório, segundo as 
recomendações mais atualizadas da 
OMS e da Sociedade Brasileira de 
Diabetes, deve 
A) solicitar teste de sobrecarga oral com 
75 gramas de glicose anidra ainda com 
12 semanas de gestação. 
B) solicitar teste de sobrecarga oral com 
75 gramas de glicose anidra entre 24 e 
28 semanas de gestação. 
C) diagnosticar a paciente com diabete 
melito prévio à gestação e iniciar 
tratamento adequado. 
D) diagnosticar a paciente com diabete 
melito gestacional e iniciar tratamento 
adequado. 
CCQ: Saber que valores de glicemia 
igual ou maior que 126 caracteriza um 
Diabetes mellitus prévio 
Olá, Pessoal...! A Diabetes mellitus 
gestacional (DMG) ou prévio é um tema 
muito recorrente em provas e 
importantíssimo no dia a dia do 
obstetra devido sua prevalência. Então 
bora lá dar uma revisada breve no 
assunto e resolver essa questão! 
Lembrando aqui rapidinho como que 
fazemos o rastreio e o diagnóstico da 
DMG: 
1º passo: glicemia de jejum (na 1a 
consulta, ou seja, primeiro trimestre): 
• Maior ou igual a 126mg/dl: 
diabetes prévio; 
• Entre 92 e 125mg/dl: diabetes 
gestacional; 
• Abaixo de 92: fazer TOTG 75 
entre 24 e 28 semanas. 
2º passo: TOTG 75 g entre 24 e 28 
semanas de IG: 
Diagnóstico de diabetes gestacional, 
se: 
• Jejum: maior ou igual a 92mg/dl; 
• 1 hora: maior ou igual a 
180mg/dl; 
• 2 horas: maior ou igual a 
153mg/dl. 
Na nossa paciente apresentava já dois 
resultados superiores a 126 mg/dL no 
início da gestação, configurando um 
diagnóstico de DM prévio à gestação! 
Sabendo disso, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: não é 
necessário! A paciente já possui um 
valor acima de 126 mg/dL confirmado 
com uma segunda medida, logo já está 
feito o diagnóstico de DM prévio. 
Alternativa B - Incorreta: como já foi 
firmado o diagnóstico de DM prévio, 
não é necessário a gestante realizar o 
exame TOTG entre 24-28 semanas! 
Alternativa C - Correta: isso! Agora 
com o diagnóstico firmado devemos 
inciar o tratamento. Lembrando que de 
uma maneira geral, as medicações orais 
estão contraindicadas no diabetes 
gestacional, sendo a insulina a grande 
alternativa e primeira escolha. Mas 
antes disso é preconizado tentar regular 
os valores glicêmicos através de 
mudanças de hábitos de vida com 
alimentação balanceada e atividade 
física regular. 
Alternativa D - Incorreta: não é 
considerado gestacional devido os 
valores superiores a 125. É uma DM que 
foi diagnosticada na gestação, mas isso 
não a caracteriza por gestacional. 
Logo, o gabarito é a alternativa C 
_________________________________ 
46. Uma pré-escolar com 4 anos de 
idade é atendida no pronto-socorro 
com história de febre alta (40 °C) há 3 
dias, indisposição e dores no corpo, 
vômitos e diarréia. No momento, 
queixa-se de dor abdominal intensa e 
contínua. Em seu exame físico, os 
resultados foram os seguintes: FC = 120 
bpm, FR = 25 irpm, temperatura axilar = 
37,5 °C, mucosas úmidas, coradas, 
anictéricas; ausculta cardíaca e 
respiratória normais, abdome 
levemente distendido, doloroso 
difusamente à palpação, sem sinais de 
irritação peritoneal, fígado palpável a 3 
cm do rebordo costal direito. Há 
petéquias esparsas e exantema máculo-
papular em face, tronco, membros 
superiores e inferiores, incluindo 
palmas das mãos. Suas extremidades 
estão aquecidas e bem perfundidas. Foi 
realizado hemograma que apresentou 
os seguintes valores: Ht = 45 % (valor de 
referência: 37 a 40 %); Hb = 15,2 g/dL 
(valor de referência: 12,6 ± 1,5 g/dL), 
leucócitos totais = 3 500/mm³ (valor de 
referência: 5 000 a 12 000/mm³, bastões 
= 2 %, segmentados = 50 %, linfócitos = 
30 %, monócitos = 10 %, eosinófilos = 8 
%, plaquetas = 50 000/mm³ (valor de 
referência: 150 000 a 450 000/mm³). 
Quais são, respectivamente, o 
diagnóstico e a conduta médica inicial 
adequados? 
A) Chikungunya; observação e a 
hidratação parenteral com soro 
fisiológico 0,9 %. 
B) Zika; internação hospitalar e 
hidratação parenteral com soro 
fisiológico 0,9 %. 
C) Dengue grupo B; observação e 
hidratação oral com a reavaliação 
clínico-laboratorial. 
D) Dengue grupo C; internação 
hospitalar e hidratação parenteral com 
soro fisiológico 0,9 %. 
CCQ: Saber que um quadro típico de 
dengue + sinais de alarme é 
classificado como grupo C 
Pessoal, temos aqui um caso de uma 
criança com um quadro clínico clássico 
de dengue: febre alta, dores no corpo, 
prostração, petéquias, exantema e 
plaquetopenia. 
Inicialmente, devemos realizar a 
famosa classificação da dengue em 
grupos, que é feita de acordo com a 
gravidade. Todos os grupos 
apresentam em comum a febre com 
pelo menos 2 dos seguintes sintomas 
inespecíficos: cefaleia, prostração, dor 
retro-orbitária, exantema, mialgia e 
artralgia. 
Na classificação, as bancas sempre 
cobram o reconhecimento dos sinais de 
alarme, que podem indicar uma 
provável evolução para a síndrome do 
choque da dengue. São exemplos de 
sinais de alarme a dor abdominal, 
vômitos persistentes, hipotensão 
arterial e letargia. 
• Grupo A: ausência de 
manifestações hemorrágicas, 
prova do laço negativa e 
ausência de sinais de alerta. 
• Grupo B: manifestações 
hemorrágicas, prova do laço 
positiva e ausência de sinais de 
alerta. 
• Grupo C: presença de sinais de 
alerta. 
• Grupo D: paciente com sinais de 
choque. 
A paciente apresenta 3 sinais de alarme: 
dor abdominal, vômitos e 
hepatomegalia, e não apresenta sinais 
de choque! Portanto, ela é classificada 
como grupo C e necessita de internação 
e hidratação endovenosa. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Na 
Chikungunya, esperaríamos encontrar 
febre e artralgia importante, e o 
paciente também pode apresentar 
prurido e exantema. 
Alternativa B - Incorreta: Apenas 20% 
das infecções pelo Zika vírus são 
sintomáticas, e o quadro clínico é 
marcado principalmente pela febre 
baixa, que pode vir acompanhada por 
artralgia (não tão intensa como ocorre 
na Chikungunya) e conjuntivite não 
purulenta. 
Alternativa C - Incorreta: Como a 
paciente apresenta dengue com sinais 
de alarme, ela não pode ser classificada 
como grupo B. 
Alternativa D - Correta: Conforme 
explicamos acima, a paciente com 
dengue e sinais de alarme é classificada 
como grupo C, e necessita de 
internação e hidratação endovenosa! 
Portanto, o gabarito é a alternativa D. 
_________________________________ 
47. O quadro a seguir apresenta os 
dados sobre a mortalidade nas capitais 
brasileiras por COVID-19 e a população 
que vive com menos de US$ 5,5 por dia, 
faixa que define a linha da pobreza, 
segundo o Banco Mundial. Com basenas informações do quadro 
apresentado, assinale a alternativa 
correta. 
 
A) As capitais com as maiores taxas de 
mortalidade por COVID-19 possuem 
maior população estimada, indicando 
maior concentração demográfica e, 
portanto, maior risco de contágio. 
B) Não há associação entre a 
mortalidade por COVID-19 e a taxa de 
população mais pobre, pois a 
ocorrência de morte pela doença se 
relaciona à idade e à presença de 
comorbidades. 
C) Há grande diferença na mortalidade 
por COVID-19, sendo mais elevada 
onde é maior a proporção de pessoas 
mais pobres, o que reforça a 
determinação social da saúde. 
D) As capitais com maiores taxas de 
mortalidade por COVID-19 apresentam 
menores proporções de pessoas com 
rendimento familiar abaixo da linha da 
pobreza. 
CCQ: Saber que existe relação entre 
as capitais que apresentaram maior 
mortalidade por COVID 19 com a 
proporção elevada de pessoas que 
vivem abaixo da linha da pobreza 
Pessoal, em questões que trazem 
muitas informações não se desespere! 
Vamos analisar com calma o que está 
sendo pedido na questão, pois, na 
maioria das vezes, utilizamos apenas 
uma pequena parte das informações 
trazidas! 
A banca apresenta um quadro com 
informações relacionadas a: 
• População nas capitais 
brasileiras; 
• Mortes por COVID-19; 
• Mortalidade por COVID 19 para 
cada 100.000 habitantes; 
• Proporção de pessoas na linha 
da pobreza. 
Assim, vamos analisar o que cada item 
pede e procurar as informações no 
quadro! 
Alternativa A – Incorreta: Vou elencar 
abaixo, em primeiro lugar, as cidades 
com maior mortalidade por 100 mil 
habitantes: 
 
Agora, vamos olhar o gráfico com as 
capitais que possuem as maiores 
populações: 
 
Assim, concluímos que as capitais que 
apresentam maior mortalidade não são 
as mesmas que apresentam maior 
população estimada! 
Alternativa B – Incorreta: Vamos olhar 
a relação das capitais com maior 
mortalidade por 100 mil habitantes e a 
proporção com a população pobre: 
 
Agora, vamos analisar as cidades menor 
mortalidade por COVID 19 e a 
proporção de pessoas pobres: 
 
Percebemos que nas cidades com a 
maior mortalidade realmente existe 
uma maior proporção de pessoas 
pobres quando comparada com as 
cidades com menor mortalidade e 
número de pessoas pobres. Assim, está 
errado afirma que não há associação. 
Alternativa C – Correta: Vamos rever 
os dados analisados no item anterior, 
percebemos que, de fato, existe uma 
associação das cidades que 
apresentaram maior mortalidade com a 
proporção elevada de pessoas pobres. 
Logo, esse item é a nossa resposta! 
Alternativa D – Incorreta: Como vimos 
no comentário da alternativa B, 
percebemos que este item está errado, 
pois, as capitais com maiores taxas de 
mortalidade por COVID 19 apresentam 
MAIOR proporção de pessoas abaixo da 
linha da pobreza. 
Portanto, como a questão pede o item 
correto, ficamos com a letra C como 
gabarito 
_________________________________ 
48. Uma paciente com 34 anos de 
idade, vítima de acidente 
automobilístico, apresentando trauma 
abdominal contuso sem evidência de 
lesões em outros segmentos corpóreos, 
foi levada ao pronto-socorro do Centro 
de Referência de Trauma de nível 
terciário para atendimento. No 
atendimento em cena pela equipe de 
suporte avançado do Serviço de 
Atendimento Móvel de Urgência 
(SAMU), foram infundidos 500 mL de 
ringer lactato. No exame físico da 
paciente, obteve-se os seguintes 
resultados: FC = 110 bpm, enchimento 
capilar = 6 segundos, PA = 100 x 70 
mmHg, Glasgow = 15. Houve 
normalização dos sinais vitais após a 
infusão de mais de 500 mL de solução 
cristaloide no atendimento inicial. Os 
exames laboratoriais mostraram os 
seguintes resultados: Hb = 10,5 g/dL 
(valor de referência: 12 a 14 g/dL), Ht = 
31 % (valor de referência: 35 a 45 %), 
lactato = 2,8 mmol/L (valor de 
referência: < 2,0 mmol/L), INR = 1,0 
(valor de referência: 0,8 a 1,2), 
fibrinogênio = 200 mg/dL (valor de 
referência: 185,0 a 400,0 mg/dL), 
plaquetas = 120 000/mm³ (valor de 
referência: 100 000 a 420 000/mm³). A 
tomografia computadorizada do 
abdome com contraste endovenoso é 
mostrada na imagem a seguir. Não 
foram evidenciadas outras lesões no 
abdome. Com base na história clínica, 
nos dados do exame físico e na imagem 
da tomografia, a conduta médica 
adequada é indicar 
 
A) laparotomia exploradora de urgência 
para tratamento da lesão hepática. 
B) controle clínico-laboratorial seriado e 
tratamento não operatório. 
C) angiografia e embolização para 
tratamento da lesão hepática. 
D) laparoscopia de urgência para 
hemostasia da lesão hepática. 
CCQ: Trauma abdominal contuso com 
lesão hepática associada à 
estabilidade hemodinâmica e sem 
sinais de alerta deve ser tratada de 
forma conservadora com angiografia 
e embolização da artéria hepática 
Salve salve, família, tudo bem com 
vocês? Questãozinha do INEP-
Revalida-DF de 2021 trazendo um tema 
frequente, apesar de ter trazido um 
enunciado grande e feito para nos 
confundir, concorda? 
A respeito do seguinte caso clínico, qual 
o provável diagnóstico e conduta para a 
paciente? Mulher com 34 anos de idade, 
vítima de acidente automobilístico, 
apresentando trauma abdominal 
contuso sem evidência de lesões em 
outros segmentos corpóreos, foi 
levada ao pronto-socorro do Centro de 
Referência de Trauma de nível terciário 
para atendimento. No atendimento em 
cena pela equipe de suporte avançado 
do Serviço de Atendimento Móvel de 
Urgência (SAMU), foram infundidos 500 
mL de ringer lactato. No exame físico da 
paciente, obteve-se os seguintes 
resultados: FC = 110 bpm, enchimento 
capilar = 6 segundos, PA = 100 x 70 
mmHg, Glasgow = 15. Houve 
normalização dos sinais vitais após a 
infusão de mais de 500 mL de solução 
cristaloide no atendimento inicial. 
Os exames laboratoriais mostraram os 
seguintes resultados: Hb = 10,5 g/dL 
(valor de referência: 12 a 14 g/dL), Ht = 
31 % (valor de referência: 35 a 45 %), 
lactato = 2,8 mmol/L (valor de 
referência: < 2,0 mmol/L), INR = 1,0 
(valor de referência: 0,8 a 1,2), 
fibrinogênio = 200 mg/dL (valor de 
referência: 185,0 a 400,0 mg/dL), 
plaquetas = 120 000/mm³ (valor de 
referência: 100 000 a 420 000/mm³). A 
tomografia computadorizada do 
abdome com contraste endovenoso é 
mostrada na imagem a seguir. Não 
foram evidenciadas outras lesões no 
abdome. 
 
• Diagnóstico: trauma abdominal 
contuso com lesão hepática sem 
sinais de instabilidade 
hemodinâmica e/ou peritonite 
e/ou pneumoperitônio e/ou 
FAST positivo, a princípio; 
• Conduta: por se tratar de lesão 
hepática com estabilidade 
hemodinâmica no momento e 
apesar de sinais de hipoperfusão 
tecidual apresentados por nossa 
paciente, devemos considerar 
um tratamento conservador 
com realização de angiografia 
para embolização da artéria 
hepática, provável causa do 
sangramento apresentado pela 
nossa paciente. Caso os 
parâmetros hematimétricos e os 
sinais de perfusão tecidual não 
melhorem, aí devemos lançar 
mão do tratamento cirúrgico 
por meio de laparotomia 
exploradora. 
Bora avaliar as demais alternativas? 
Alternativa A - Incorreta: Laparotomia 
exploradora de urgência deveria ser 
realizada se houvesse instabilidade 
hemodinâmica e/ou a lesão hepática 
fosse de grau VI, ou seja, total avulsão e 
explosão hepática com 
desvascularização. Não é o que a TC 
mostra. 
Alternativa B - Incorreta: Tal conduta 
poderia ser realizada caso nosso 
paciente não apresentasse sinais de 
descompensação hemodinâmica, 
apesar de ter sido resolvida com infusão 
de cristaloides. Além disso, apesar de 
estável hemodinamicamente no 
momento, ele apresenta sinais de 
hipoperfusão tecidual, com lactato > 2 
mmol/L e TEC > 3 s. Existe uma lesão 
sangrante ativa que necessita de 
abordagem, por mais que seja 
conservadora. 
Alternativa C -Correta: Conforme 
explicação acima. 
Alternativa D - Incorreta: Laparoscopia 
não está indicada para hemostasia de 
lesão hepática, haja vista nem sempre 
estar disponível nos serviços e, além 
disso, existem sinais de hipoperfusão 
tecidual, o que contraindica a realização 
de laparoscopia. 
Algo a mais: nos casos de trauma 
hepático grave (grau VI) e/ou naqueles 
associados a sinais de instabilidade 
hemodinâmica (hipotensão/choque 
hipovolêmico III a IV), o tratamento 
deve ser cirúrgico! 
Portanto, a alternativa correta é a 
letra C 
_________________________________ 
49. Uma gestante, no curso da 24.ª 
semana de gestação, comparece à 
consulta de rotina de pré-natal. Informa 
já ter tido um aborto com 7 semanas e 
um parto vaginal com 34 semanas. No 
momento, está sem queixas e 
apresenta exame físico dentro da 
normalidade. Traz consigo 
ultrassonografia gestacional que revela 
gestação única, tópica, com 24 
semanas (corrigidas), feto com 
apresentação cefálica, placenta 
anterior e com grau zero de 
maturidade, quantidade de líquido 
amniótico e peso fetal normais para a 
idade gestacional, colo uterino fechado 
medindo 2,9 cm (valor de referência: > 
2,5 cm). Apresenta também resultado 
de exame de urocultura que revela E. 
coli com 10⁵ Unidades Formadoras de 
Colônias. O médico prescreve 
cefalexina e progesterona para essa 
paciente. Nesse caso, a prescrição de 
progesterona se justifica porque a 
gestante apresenta 
A) bacteriúria assintomática, que é um 
fator de risco para parto prematuro. 
B) ultrassonografia gestacional que 
demonstrou um colo uterino curto. 
C) passado de um aborto precoce por 
insuficiência de corpo lúteo. 
D) histórico de parto prematuro. 
CCQ: Saber que paciente com 
antecedente de parto prematuro 
anterior tem indicação de 
progesterona por via vaginal nas 
próximas gestações 
Gente, questão sobre parto prematuro! 
Tema super importante para as provas, 
vamos lá! 
A banca traz o caso de uma gestante 
com 24 semanas de idade gestacional e 
tem como antecedente um episódio de 
aborto e um parto prematuro com 34 
semanas. E o que isso quer dizer? Trata-
se de uma gestante com alto risco de 
evoluir para um parto prematuro 
também nessa gestação. E para evitar 
isso, é indicado a administração de 
progesterona por via vaginal até o parto 
ou termo. 
Preste atenção em um detalhe, a banca 
nos forneceu o comprimento do colo 
uterino dessa paciente, mas 
precisaríamos dele para indicar a 
progesterona? A resposta é não! Isso 
porque, diante de uma paciente com 
antecedente de parto prematuro, a 
progesterona está indicada 
independente do comprimento do colo 
uterino. 
Vamos avaliar as alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: A paciente 
apresenta, de fato, bacteriúria 
assintomática mas esse não é o motivo 
para a prescrição de progesterona, e 
sim para a prescrição de cefalexina. 
Alternativa B – Incorreta: A 
ultrassonografia gestacional 
demonstrou um colo uterino de 2,9cm, 
valor acima da referência de 2,5cm. 
Alternativa C – Incorreta: O 
antecedente de um aborto precoce não 
é indicação de progesterona. 
Alternativa D – Correta: É isso, pessoa! 
Histórico de parto prematuro 
Portanto, o gabarito é a letra D. 
_________________________________ 
50. Uma paciente com 42 anos de 
idade, internada no hospital por 
prurido, cansaço, anorexia e epistaxe 
que foi prontamente tamponada, relata 
que tem ficado ""roxa"" com facilidade, 
mesmo após traumas muito leves. Em 
exame físico, a paciente apresenta 
icterícia e algumas equimoses e seus 
exames laboratoriais mostram 
aumento de fosfatase alcalina, de 
gama-glutamil transferase, de 
aminotransaminases, de tempo de 
protrombina (TP) e da razão 
normalizada internacional (INR). Nesse 
caso, qual é o tratamento indicado? 
A) Reposição de fator VIII, via 
endovenosa, dose única. 
B) Reposição de vitamina K, via 
parenteral, por 24 até 72 horas. 
C) Administração de prednisona 1 
mg/kg uma vez ao dia por 72 horas. 
D) Administração de ácido 
tranexâmico, a cada 8 horas, por 24 a 48 
horas. 
CCQ: Saber que a vitamina K deve ser 
usada para normalização do INR 
Pessoal, nossa paciente se apresenta no 
pronto-socorro com queixa de epistaxe 
e “roxos” na pele recorrentes, 
associados a cansaço e anorexia. Nos 
exames laboratoriais, apresenta 
aumento de enzimas hepáticas e 
canaliculares, além de aumento da 
razão normalizada internacional (INR). 
Ora, os sinais, sintomas e exames nos 
levam a pensar que existe alguma 
disfunção hepática causando o quadro. 
Dentre as disfunções apresentadas, nos 
chama bastante atenção o alargamento 
do INR, que já está repercutindo com 
alterações de coagulação, 
representadas pelos “roxos” e pela 
epistaxe. O INR reflete as vias 
extrínseca e comum, medidas através 
do TP (tempo de protrombina). Os 
fatores dependentes de vitamina K 
(fatores II, VII, IX e X) podem alterar o 
INR. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O fator VIII 
está relacionado com a via intrínseca, 
portanto, não apresenta impacto 
significativo no INR. Suas alterações 
seriam vistas no tempo de 
tromboplastina ativada e na relação R. 
Alternativa B - Correta: A vitamina K é 
a terapia de escolha para normalização 
do INR, com tempo de ação entre 6-8 
horas, devendo ser medido o TP a cada 
6 h. A dose da vitamina K é 
administrada de acordo com o valor 
inicial do INR. 
Alternativa C - Incorreta: A prednisona 
não está indicada nesse momento da 
terapêutica. Geralmente, é utilizada 
quando há trombocitopenia. 
Alternativa D - Incorreta: O ácido 
tranexâmico está indicado na presença 
de sangramentos volumosos e em que 
há risco ou que já está estabelecido 
choque hipovolêmico. A epistaxe foi 
tamponada com sucesso, logo, não há 
necessidade da administração desse 
fármaco. 
Vamos lembrar que a principal causa 
de alargamento do INR é a 
intoxicação cumarínica, então, é 
necessário sempre constar na 
anamnese as medicações de uso 
contínuo, e o médico deve perguntar 
ativamente sobre o uso de varfarina. 
Portanto, o gabarito é a alternativa B. 
_________________________________ 
 
51. Uma criança com 7 anos de idade, 
do sexo feminino, é atendida na 
Unidade Básica de Saúde devido à 
enurese noturna há cerca de 6 meses, 
com 2 a 3 episódios de perda 
involuntária de urina à noite por 
semana. A criança havia apresentado 
controle de esfíncter vesical à noite aos 
5 anos de idade. A mãe afirma que a 
queixa principal coincidiu com o 
nascimento de seu filho mais novo, o 
que levou a mudanças na rotina da 
família, entre elas, a menina passou a 
ficar com os avós durante o dia, só 
retornando para casa à noite. Nesse 
caso, qual deve ser a conduta inicial? 
A) Terapia com anticolinérgicos. 
B) Terapia com desmopressina. 
C) Terapia com amitriptilina. 
D) Terapia comportamental. 
CCQ: Saber que a conduta inicial para 
a enurese secundária é a terapia 
comportamental 
Galera, vamos agora discutir um tema 
não tão comum nas provas, mas que 
pode te garantir pontos essenciais. 
Portanto, grave esse CCQ com muito 
carinho, e vamos juntos! 
A enurese é definida como perda 
involuntária de urina durante o sono em 
crianças com mais de 5 anos. É uma 
situação que acomete mais meninos do 
que meninas, e pode ser classificada 
como primária ou secundária. No 
primeiro grupo, estão as crianças que 
nunca conseguiram ter controle 
esfincteriano noturno, e no segundo 
grupo estão aquelas que já tiveram esse 
controle, mas começaram a apresentar 
enurese, como no caso da questão. 
Em geral, a enurese secundária 
relaciona-se a mudanças 
comportamentais, e a primeira 
abordagem, como o próprio nome da 
causa base já diz, é justamente a terapia 
comportamental. O uso do alarme 
noturno e a diminuição da ingesta de 
líquidos no período noturno, por 
exemplo, são as medidas maisutilizadas nesse contexto. 
O tratamento farmacológico deve ser 
iniciado apenas a partir dos 7 anos de 
idade, e somente quando há falha da 
abordagem não-farmacológica. As 
duas drogas inicialmente usadas são a 
desmopressina e a imipramina, mas 
alguns agentes anticolinérgicos 
também são uma opção em certos 
casos. 
Na nossa questão, temos uma criança 
de 7 anos, com controle de esfíncter 
vesical à noite desde os 5 anos e que 
começou a apresentar enurese após o 
nascimento do irmão mais novo e 
consequente mudança de rotina. Ou 
seja, estamos diante de uma enurese 
secundária sem tratamento 
comportamental prévio, correto? 
Então, não devemos iniciar o 
tratamento com medicamentos, e sim 
com a terapia comportamental. Vamos 
às alternativas? 
Alternativa A - Incorreta: Apesar dos 
anticolinérgicos serem opções em casos 
como perda de urina disfuncional, 
bexiga hiperativa ou neurogênica, no 
nosso caso, estamos diante de uma 
enurese secundária à mudança 
comportamental, portanto, essa não é 
uma escolha de tratamento. 
Alternativa B - Incorreta: A 
desmopressina é um bom 
medicamento, e possui um início de 
ação rápido e prolongado, com mais 
ação antidiurética. Entretanto, ela não é 
primeira escolha diante de enurese 
secundária à mudança 
comportamental. 
Alternativa C - Incorreta: A 
amitriptilina não é um medicamento de 
escolha para tratamento da enurese. A 
imipramina, por outro lado, também 
um antidepressivo tricíclico, pode ser 
usada em caso de refratariedade ao 
tratamento de primeira escolha, que é a 
terapia comportamental. A imipramina 
atua deixando a bexiga menos sensível 
ao enchimento, e, assim, permite o 
armazenamento de mais urina antes 
que haja uma urgência urinária. 
Alternativa D - Correta: Exatamente! 
Diante da enurese secundária à 
mudança de hábitos e 
comportamentos, a terapia 
comportamental é a primeira escolha 
no tratamento. 
Sendo assim, a alternativa correta é a 
letra D 
_________________________________ 
52. Um paciente com 23 anos de idade, 
do sexo masculino, vítima de acidente 
automobilístico, foi trazido ao setor de 
Trauma pela equipe de suporte 
avançado do Serviço de Atendimento 
Móvel de Urgência (SAMU). Apresenta 
vias aéreas pérvias, ausculta pulmonar 
normal, PA = 100 x 60 mmHg, FC = 100 
bpm, FR = 24 irpm, Glasgow = 14. 
Durante a inspeção, nota-se equimose 
perineal. O paciente está com sonda 
vesical de duas vias com débito de 40 
mL de sangue vivo. Queixa-se de dor 
intensa em hipogástrio, onde se nota 
abaulamento extremamente doloroso à 
palpação que vai do púbis até cerca de 5 
cm abaixo da cicatriz umbilical. Nesse 
caso, o diagnóstico e a conduta médica 
inicial para esse paciente são 
A) trauma renal e tomografia 
computadorizada de abdome com 
contraste endovenoso. 
B) trauma de bexiga e colocação de 
sonda vesical em três vias para irrigação 
contínua. 
C) trauma de uretra e retirada da sonda 
vesical com cistostomia percutânea. 
D) obstrução da sonda vesical e 
desobstrução com irrigação sob 
pressão. 
CCQ: Nos casos de trauma 
geniturinário com sinais de lesões de 
uretra, a conduta é suspender a 
sondagem vesical de demora e 
realizar cistostomia suprapúbica pela 
via percutânea 
Salve salve, família, tudo bem com 
vocês? Questãozinha do INEP de 2020 
trazendo um tema frequente nas 
provas, abordado de forma simples, 
tranquila e atual, concordam? 
A respeito do seguinte quadro clínico, 
qual é o diagnóstico e a conduta mais 
prováveis? Um paciente com 23 anos, 
do sexo masculino, vítima de acidente 
automobilístico, foi trazido ao setor de 
Trauma pela equipe de suporte 
avançado do Serviço de Atendimento 
Móvel de Urgência (SAMU). Apresenta 
vias aéreas pérvias, ausculta pulmonar 
normal, PA = 100 x 60 mmHg, FC = 100 
bpm, FR = 24 irpm, Glasgow = 14. 
Durante a inspeção, nota-se equimose 
perineal. O paciente está com sonda 
vesical de duas vias com débito de 40 
mL de sangue vivo. Queixa-se de dor 
intensa em hipogástrio, onde se nota 
abaulamento extremamente doloroso à 
palpação que vai do púbis até cerca de 5 
cm abaixo da cicatriz umbilical. 
• Diagnóstico: equimose perineal 
+ dor intensa em hipogástrio + 
sinais de bexigoma = trauma 
uretral com sinais de obstrução 
do trato urinário baixo; 
• Conduta: como existe equimose 
perineal e uretrorragia, não 
podemos conduzir o caso com 
sondagem vesical de demora, 
haja vista que existem sinais de 
lesão uretral e, nesses casos, 
não podemos sondar nossos 
pacientes com SVD. Assim, o 
ideal é retirar a SVD e realizar 
cistostomia percutânea; 
Bora avaliar as alternativas? 
Alternativa A - Incorreta: Trauma renal 
seria uma hipótese se hematúria 
macroscópica estivesse presente. Não é 
o caso, apesar de TC de abdome com 
contraste ser um exame adequado para 
avaliação. 
Alternativa B - Incorreta: Também 
seria um diagnóstico a ser pensado na 
presença de hematúria macroscópica. 
Pelo fato de existirem sinais de lesão 
uretral, a sondagem vesical está 
contraindicada. 
Alternativa C - Correta: Conforme 
explicação acima. 
Alternativa D - Incorreta: O trauma 
uretral foi o responsável pelo bexigoma, 
e não a obstrução da sonda vesical. 
Algo a mais: de acordo com a última 
edição do ATLS, de 2018, próstata 
elevada ao toque retal não é mais 
contraindicação para sondagem vesical 
nos casos suspeitos de trauma uretral. 
Portanto, a alternativa correta é a 
letra C 
_________________________________ 
53. A Agente Comunitária de Saúde 
(ACS) visitou a casa de uma moradora 
de 26 anos de idade com suspeita de 
sofrer violência intradomiciliar pelo 
companheiro há 6 meses. Na ocasião da 
visita, o companheiro estava no 
trabalho, a mãe das crianças negou 
problemas e disse que elas estavam 
dormindo, entretanto, os vizinhos têm 
ouvido brigas frequentes do casal, cujos 
filhos de 2 e 3 anos de idade choram e 
gritam muito, além de apresentarem 
manchas roxas pelo corpo. Após o 
relato da ACS para a médica da equipe, 
qual é a conduta adequada para esse 
caso? 
A) Orientar a ACS a acionar a polícia 
visando ao encaminhamento das 
crianças a uma delegacia especializada 
pelos indícios de violência e pelo risco 
de revitimização. 
B) Registrar no Sistema Nacional de 
Notificação de Agravos e encaminhar as 
crianças ao Centro de Atenção 
Psicossocial Infantojuvenil. 
C) Programar visita domiciliar, notificar 
suspeita de violência, acionar o 
Conselho Tutelar considerando as 
evidências de agressões. 
D) Respeitar a autonomia da mãe, 
direito fundamental garantido pelo 
Estatuto da Criança e do Adolescente. 
CCQ: Saber que, em suspeita de 
violência intradomiciliar, deve-se 
programar visita domiciliar e notificar 
suspeita de violência, acionando o 
conselho tutelar em casos que 
envolvam crianças e adolescentes 
Olá pessoal, beleza? Hoje vamos falar 
sobre violência intradomiciliar. Mas, 
antes de discutir as alternativas, vamos 
estudar sobre o tema? 
O que é violência intrafamiliar? 
• A violência intrafamiliar é toda 
ação ou omissão que prejudique 
o bem-estar, a integridade 
física, psicológica ou a liberdade 
e o direito ao pleno 
desenvolvimento de outro 
membro da família. Pode ser 
cometida dentro ou fora de casa 
por algum membro da família, 
incluindo pessoas que passam a 
assumir função parental, ainda 
que sem laços de 
consanguinidade, e em relação 
de poder à outra. O conceito de 
violência intrafamiliar não se 
refere apenas ao espaço físico 
onde a violência ocorre, mas 
também às relações em que se 
constrói e é efetuada. 
Qual a diferença da violência 
intrafamiliar para a violência 
doméstica? 
• A violência doméstica distingue-
se da violência intrafamiliar por 
incluir outros membros do 
grupo, sem função parental, que 
convivam no espaço doméstico. 
Incluem-se aí empregados(as), 
pessoas que convivem 
esporadicamente, agregados.Qual é a responsabilidade do 
profissional de saúde? 
• A equipe de saúde deve estar 
atenta quanto à possibilidade de 
um membro da família estar 
praticando ou sendo vítima de 
violência, mesmo que não haja, 
à primeira vista, indicações para 
suspeitas. Através de 
observações, visitas 
domiciliares, perguntas 
indiretas ou diretas dirigidas a 
alguns membros da família, 
situações insuspeitas podem ser 
reveladas se houver um cuidado 
e uma escuta voltadas para 
estas questões. Mesmo que a 
família tente ocultar tais 
situações, a aproximação por 
parte do profissional poderá 
facilitar a abertura a um diálogo 
futuro, criando novos espaços 
de ajuda. 
• Além disso, salvo situações de 
risco iminente ou quando a 
vítima não tem capacidade de 
tomar decisões, a equipe de 
saúde deve oferecer orientações 
e suporte para que a vítima 
possa compreender melhor o 
processo que está vivendo, 
analise as soluções possíveis 
para os seus problemas, 
tomando a decisão que lhe 
pareça mais adequada. 
• Para fins de notificação, deve-se 
notificar: Caso suspeito ou 
confirmado de violência 
doméstica/intrafamiliar, sexual, 
autoprovocada, tráfico de 
pessoas, trabalho escravo, 
trabalho infantil, tortura, 
intervenção legal e violências 
homofóbicas contra mulheres e 
homens em todas as idades. 
 
Fonte: Ministério da Saúde. 
Agora que entendemos mais sobre o 
tema, vamos ver as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: No caso de 
suspeita ou comprovação de violência, 
não é função do profissional da saúde 
acionar a polícia. 
Alternativa B - Incorreta: No caso de 
suspeita de violência, é importante 
notificar e encaminhar a criança ao 
tratamento adequado. Porém, o 
conselho tutelar deve sempre ser 
acionado. 
Alternativa C - Correta: No caso de 
crianças e adolescentes, o profissional 
de saúde é, por lei, obrigado a notificar 
ao conselho tutelar quando da suspeita 
ou comprovação de um caso de 
violência. Esta notificação é uma 
medida importante para a proteção da 
criança ou adolescente. 
Alternativa D - Incorreta: Como vimos 
acima, a notificação ao conselho tutelar 
é compulsória em caso de suspeita ou 
comprovação de violência. Mas, no caso 
de denúncia aos conselhos tutelares, é 
importante explicar para a família o seu 
papel, esclarecendo que o sigilo 
continuará a ser preservado. 
Portanto, o gabarito é letra C! 
_________________________________ 
54. Uma adolescente com 18 anos de 
idade chega à Unidade Básica de Saúde 
com queixa de sinusorragia, dispareunia 
e corrimento amarelado sem odor e 
sem prurido. A paciente nega outras 
queixas. Ao realizar exame físico, os 
resultados foram os seguintes: PA = 120 
x 75 mmHg, pulso = 70 bpm, 
temperatura axilar = 36,5 °C. Seu 
abdome está plano, flácido e indolor à 
palpação. Em exame especular, 
percebe-se corrimento amarelado, sem 
bolhas e sem grumos presentes na 
vagina e no orifício cervical externo, 
colo uterino sangrante ao toque e 
doloroso à mobilização. Seu pH vaginal 
está próximo de 4,0 e o teste de Whiff 
deu negativo. Qual é o provável agente 
etiológico do quadro clínico 
apresentado por essa adolescente? 
A) Candida albicans. 
B) Gardnerella vaginalis. 
C) Trichomonas vaginalis. 
D) Chlamydia trachomatis. 
CCQ: Saber que a cervicite por 
clamídia pode se apresentar com 
leucorreia amarelada + dor a 
mobilização do toque 
Mentorandos, questão que aborda os 
diagnósticos diferenciais das infecções 
sexualmente transmissíveis. A paciente 
acima apresenta sinusiorragia + 
dispareunia + leucorreia amarelada com 
colo friável e doloroso, caracterizando 
uma cervicite. 
A cervicite é assintomática em 70-80% 
dos casos, sendo causada 
principalmente pela clamídia e 
gonorreia. Sua principal complicação é 
a doença inflamatória pélvica (DIP), 
ocasionada pela ascensão destas 
bactérias. Quando presente, o quadro 
clínico é caracterizado princiapalmente 
pela leucorreia amarelada, dispareunia, 
dor à mobilização do colo, febre, entre 
outros. 
Assim, pela descrição acima pensamos 
em infecção por clamídia, devendo 
investigar e tratar para evitar a evolução 
para DIP. 
Vamos analisar as alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: candidíase 
causa corrimento branco grumoso, 
indolor, sem odor, com pH < 4. Não 
causa cervicite. 
Alternativa B – Incorreta: na vaginose 
bacteriana, teríamos Whiff teste 
positivo + pH > 4,5 + corrimento fétido 
fluido, branco/amarelo acinzentado. 
Caracteriza-se também pela presença 
de clue cells na lâmina a fresco. 
Alternativa C – Incorreta: na 
tricomoníase, teríamos Whiff teste 
positivo + pH > 4,5 + corrimento 
amarelo esverdeado, bolhoso, com 
odor fétido. Também pode apresentar 
colpite tigroide, colo em framboesa e 
presença de protozoários flagelados na 
microscopia. 
Alternativa D – Correta: correta, como 
explicado acima. 
Portanto, a alternativa D é o gabarito! 
_________________________________ 
55. Um Agente Comunitário de Saúde 
solicita que o médico da equipe avalie 
uma senhora de 78 anos de idade que 
vem apresentando confusão mental 
nos últimos meses. Ao realizar a 
avaliação, o médico nota que a paciente 
está em regular estado geral, confusa e 
descorada. O exame físico mostrou 
reflexo de Babinski presente 
bilateralmente e incoordenação 
motora. Considerando o caso clínico 
apresentado, assinale a alternativa que 
contempla corretamente o exame 
laboratorial que deve ser solicitado, o 
resultado e o diagnóstico. 
A) Hemograma; VCM = 120 fl; anemia 
perniciosa. 
B) Hemograma; VCM = 80 fl; anemia 
por deficiência de ácido fólico. 
C) FAN; positivo com padrão nuclear 
pontilhado fino denso; encefalopatia 
renal. 
D) FAN; positivo com padrão nuclear 
pontilhado grosso; encefalopatia 
lúpica. 
CCQ: Saber que anemia perniciosa 
causa deficiência de B12, que pode 
cursar com confusão, incoordenação 
motora e reflexo de Babinski presente 
Caro aluno Aristo, a deficiência de B12 é 
um tema Pareto nas nossas provas e 
devemos conhecer as suas principais 
causas e consequências! 
A anemia perniciosa é uma doença 
caracterizada pelo desenvolvimento de 
autoanticorpos que atacam as células 
parietais do estômago, reduzindo a 
produção de ácido e de fator intrínseco, 
cursando com hipocloridria e anemia 
megaloblástica por má-absorção de 
B12. A anemia perniciosa é a doença 
que mais comumente causa 
deficiência de B12! 
As manifestações neurológicas por 
deficiência de B12 são comuns e podem 
ocorrer com o hemograma normal, mas 
geralmente existe anemia 
megaloblástica associada (VCM > 100). 
Os achados neuropsiquiátricos incluem: 
• Parestesia em extremidades 
(alteração mais precoce); 
• Diminuição da sensibilidade 
profunda (proprioceptiva e 
vibratória); 
• Desequilíbrio, marcha atáxica, 
sinal de Romberg; 
• Fraqueza e espasticidade nos 
membros inferiores, com sinal 
de Babinski, hiperreflexia 
profunda, refletindo uma 
síndrome piramidal nos 
membros inferiores; 
• Deficits cognitivos, demência e 
psicoses. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Correta: Exato, nossa 
paciente apresenta sintomas 
neurológicos e está descorada, 
sugerindo o diagnóstico de anemia 
megaloblástica (VCM > 100) por 
deficiência de B12. 
Alternativa B - Incorreta: A anemia por 
deficiência de ácido fólico não causa 
sintomas neurológicos e cursa com 
VCM > 100. 
Alternativa C - Incorreta: A 
encefalopatia renal ou urêmica é uma 
causa de sintomas neurológicos 
advindos da insuficiência renal e do 
acúmulo de toxinas urêmicas, porém, 
não seria a nossa principal hipótese 
diagnóstica para essa paciente. 
Alternativa D - Incorreta: A 
encefalopatia lúpica também não seria 
nossa principal hipótese diagnóstica, 
pois a paciente não apresenta história 
de lúpus. 
Portanto, o gabarito é a alternativa A. 
_________________________________ 
56. Um pré-escolar com4 anos de idade 
foi diagnosticado com COVID-19 há 30 
dias, sem complicações na época. Há 5 
dias, tem tido febre diária, 38 a 40 °C, 
persistente. No segundo dia de febre, 
apresentou língua em framboesa, 
linfadenite cervical unilateral (3 cm), 
tendo recebido, na ocasião, dose única 
de penicilina benzatina. Hoje, quinto 
dia, é atendido no pronto-socorro com 
persistência da febre. Ao exame físico, 
encontra-se clinicamente hidratado, 
com hiperemia conjuntival bilateral não 
purulenta, exantema escarlatiniforme, 
edema em mãos e pés. Em face desse 
quadro clínico, o exame complementar 
e o tratamento indicados são, 
respectivamente, 
A) sorologia para Epstein-Baar; 
corticoterapia via oral. 
B) ecocardiograma; aplicação de 
gamaglobulina via endovenosa. 
C) IgG e IgM para sarampo; reposição de 
vitamina A via endovenosa. 
D) reação em cadeia da polimerase para 
espiroquetas; doxiciclina via oral. 
CCQ: Saber que a doença de 
Kawasaki-like está associada à 
COVID-19 
Olá Aluno Aristo, tudo bem? Essa 
questão cobra uma complicação da 
infecção por COVID-19 que foi descrita 
em crianças e que ganhou bastante 
importância, então valea pena 
revisarmos com calma. 
Foi descrita, principalmente na 
pediatria, a chamada Síndrome 
inflamatória multissistêmica 
associada à COVID-19, que é uma 
possível apresentação da doença, em 
que as crianças apresentaram uma 
síndrome inflamatória multissistêmica, 
com sintomas e alterações laboratoriais 
parecidas com as que vemos na 
síndrome de Kawasaki. 
A doença de Kawasaki é uma vasculite 
cujo diagnóstico é determinado pela 
presença de 5 dos 6 critérios abaixo, 
sendo a febre obrigatória: 
1. Febre há pelo menos 5 dias 
2. Conjuntivite sem exsudato 
3. Alterações em lábios e cavidade 
oral 
4. Linfadenopatia cervical 
5. Exantema polimórfico: pode ser 
rendilhado, maculopapular, 
escarlatiniforme ou eritema 
multiforme 
6. Alterações das extremidades: 
em geral, eritema em região 
palmoplantar e edema de pés e 
mãos, seguidos por descamação 
periungueal na fase de 
convalescença. 
A complicação mais temida são os 
aneurismas de coronárias. O 
tratamento visa justamente diminuir a 
chance desses aneurismas e deve ser 
instituído o mais precoce possível, com 
imunoglobulina (2g/Kg e infusão 
contínua por 10 a 12 horas) e AAS na 
fase aguda e manutenção do AAS por 
seis a oito semanas na fase de 
convalescença. 
Depois dessa revisãozinha, vamos às 
alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: A sorologia 
para o EBV é realizada na suspeita de 
mononucleose, quadro com amigdalite 
+ mal-estar + febre + adenopatia + 
exantema principalmente após o uso de 
amoxicilina. 
Alternativa B - Correta: Como vimos 
acima, aneurisma de coronárias é uma 
complicação da doença de Kawasaki e o 
ECO deve ser realizado assim que há o 
diagnóstico. O tratamento envolve uso 
de imunoglobulinas e AAS. 
Alternativa C - Incorreta: Não há sinais 
que nos fariam pensar em sarampo, 
como febre, tosse intensa, manchas de 
Koplik e exantema morbiliforme de 
distribuição craniocaudal. 
Alternativa D - Incorreta: 
Considerando bactérias espiroquetas 
com tratamento envolvendo a 
doxiciclina, pensaríamos na 
Leishmaniose visceral, que se 
apresentaria como uma febre 
hemorrágica, com 
hepatoesplenomegalia, pancitopenia, 
entre outros. 
Portanto, nosso gabarito é a 
alternativa B. 
_________________________________ 
57. Um paciente com 25 anos de idade 
foi vítima de ferimento penetrante por 
arma de fogo em hemitórax esquerdo. 
O exame físico mostrou sinais vitais 
normais. No exame do hemitórax 
esquerdo, foi evidenciado orifício de 
entrada na linha axilar anterior a 1,5 cm 
acima da linha mamilar e orifício de 
saída em região posterior logo acima do 
ângulo da escápula do mesmo lado. A 
ausculta pulmonar evidenciou abolição 
do murmúrio vesicular e maciez à 
percussão. A radiografia de tórax, 
realizada com o paciente em pé, é 
exibida a seguir. O diagnóstico e a 
conduta inicial indicada para esse 
paciente são 
 
A) hemopneumotórax e drenagem em 
selo d'água no quinto espaço 
intercostal. 
B) hemotórax e drenagem em selo 
d'água no quinto espaço intercostal. 
C) hemopneumotórax e toracocentese 
no quinto espaço intercostal. 
D) hérnia diafragmática e laparotomia 
exploradora. 
CCQ: Reconhecer um 
hemopneumotórax a partir de uma 
radiografia de tórax 
O Hemotórax, em um contexto de 
trauma, é resultado de uma laceração 
pulmonar, lesão de vasos intercostais 
ou da artéria torácica interna. 
Semiologicamente, o hemotórax pode 
ser suspeitado quando o paciente 
apresenta redução ou abolição do 
murmúrio vesicular e macicez à 
percussão. 
Mesmo o diagnóstico sendo clínico, a 
radiografia de tórax é um exame de 
rotina no trauma torácico de pacientes 
estáveis e auxilia na avaliação de 
diversas lesões importantes que podem 
estar associadas ao hemotórax, como o 
pneumotórax, fraturas de costelas, 
lesões diafragmáticas e 
pneumoperitônio. 
Lembrando que o hemotórax maciço 
pode ser definido como o acúmulo 1500 
ml de sangue na cavidade pleural ou 
ainda 1/3 da volemia do paciente, sendo 
que esse volume é evidenciado com a 
inserção do dreno de tórax, medida 
terapêutica a ser tomada diante do 
quadro. 
No caso da presente questão, pela 
semiologia descrita, estamos diante de 
um quadro de hemotórax, porém com 
um RX que evidencia uma área 
hipodensa, com ausência de trama 
vascular logo acima, relativa a um 
pneumotórax propiciado pelo orifício 
de entrada da bala. 
Assim, temos: 
Alternativa A - Correta: O diagnóstico 
após a radiografia de tórax é de um 
hemopneumotórax e a conduta correta 
realmente é a drenagem em selo d'água 
no quinto espaço intercostal. 
Alternativa B - Incorreta: A questão 
apresenta um pneumotórax associado 
ao hemotórax. 
Alternativa C - Incorreta: Só a 
toracocentese é insuficiente nesse caso. 
Hemotórax no contexto do trauma, 
ainda mais com outra lesão associada 
como o pneumotórax, requer 
drenagem em selo d'água. 
Alternativa D - Incorreta: A semiologia 
descrita na questão corresponde à 
encontrada em um paciente com 
hemotórax e não hérnia diafragmática. 
Portanto, a alternativa correta é a 
letra A. 
_________________________________ 
58. Em reunião dos membros da 
Unidade de Saúde da Família (USF), a 
médica da equipe coloca em pauta o 
atendimento feito a um pescador não 
cadastrado naquela USF para retirada 
de anzol em polegar direito, 
questionando se o pescador deveria ter 
sido encaminhado para atendimento na 
USF onde é cadastrado ou para Unidade 
de Pronto Atendimento. Nessa 
situação, considerando as diretrizes 
para a organização da Atenção Primária 
à Saúde (APS) no SUS, a conduta 
adequada da equipe deve ser 
A) solicitação de transferência para 
Unidade de Pronto Atendimento pelo 
Serviço de Atendimento Móvel de 
Urgência (SAMU, pois a remoção de 
anzol não é um procedimento previsto 
para a APS. 
B) encaminhamento do pescador para a 
USF de origem, observando-se as 
diretrizes de territorialização e 
adscrição de usuários. 
C) atendimento do usuário fora de sua 
área de cobertura após pactuação e 
negociação entre gestão e equipe de 
saúde. 
D) acolhimento do usuário pela equipe, 
pois é de sua competência classificar 
riscos e definir condutas. 
CCQ: Saber que a USF deve atender 
indivíduos em situação de urgência 
por demanda espontânea durante 
todo seu horário de funcionamento, 
sendo ele cadastrado ou não 
Gente, temos aqui uma questão 
interessante de aplicação prática do 
princípio de acesso da Atenção Básica. 
De acordo com a Política Nacional de 
Atenção Básica (PNAB), instituída pela 
Portaria 2.436 de 21 de setembro de 
2017, o acesso aos serviços de saúde 
deve ser universal e contínuo pois a 
atenção primária é a porta de entrada 
preferencial do SUS. 
Ele pode ser analisado por meio de3 
pontos importantes: 
• Disponibilidade: obter a 
atenção necessária tanto nas 
situações de 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html
urgência/emergência quanto 
nas de eletividade; 
• Comodidade: tempo de espera 
de atendimento, forma de 
agendamento, horários 
disponíveis; 
• Aceitabilidade: satisfação do 
usuário. 
Sabendo disso, vamos analisar as 
alternativas juntos e aprender um 
pouco mais sobre esse tema: 
Alternativa A - Incorreta: Nada disso! A 
remoção de anzol não é um 
procedimento que necessita de alta 
densidade tecnológica, e quando 
relembramos que a resolutividade da 
Atenção Primária (APS) deve ser de 
85% de acordo com o Ministério da 
Saúde, fica claro que poderia ter sido 
feito na Unidade de Saúde da Família 
(USF). 
Alternativa B - Incorreta: Sabemos que 
a APS tem como atributo essencial ser 
porta de entrada preferencial do SUS 
e, portanto, deve permitir acesso de 
todos os indivíduos ao serviço de saúde 
a livre demanda. No caso de 
urgências/emergências, como no 
enunciado, qualquer profissional que 
possa acolher o indivíduo deve se 
responsabilizar por ele, independente 
dele ser cadastrado ou não. A 
territorialização não deve ser uma 
barreira de acesso. 
Alternativa C - Correta: Exatamente 
isso, mentorando! O acolhimento 
consiste em atender todas as pessoas 
que chegarem à UBS, e deve acontecer 
durante todo o horário de 
funcionamento, de modo universal e 
sem diferenciações excludentes, de 
acordo com a demanda espontânea da 
população. Por isso, o acolhimento 
pode promover mudança na 
organização das equipes e no modo de 
cuidar, e muitas vezes, não é a equipe 
responsável que faz o atendimento 
daquele indivíduo na 
urgência/emergência. 
Alternativa D - Incorreta: De fato, a 
equipe de referência é responsável por 
atender integralmente o doente, 
cuidando de todos os aspectos de sua 
saúde e elaborando projetos 
terapêuticos, quando necessário. Ela 
também contribui para tentar resolver a 
falta de definição de responsabilidades, 
de vínculo terapêutico e de 
integralidade na atenção à saúde, 
fornecendo um tratamento digno, 
respeitoso, com qualidade, 
acolhimento e vínculo. Contudo, em 
casos de urgência/emergência, como 
vimos na alternativa C, qualquer 
profissional disponível no horário deve 
realizar o atendimento. 
Portanto, o gabarito é alternativa C! 
_________________________________ 
59. Um recém-nascido a termo de parto 
cesáreo, que foi indicado por 
sofrimento fetal, encontra-se, logo 
após o nascimento, hipotônico e 
cianótico, banhado em líquido meconial 
viscoso. Não houve retardo de 
crescimento intrauterino e a mãe não 
apresentou intercorrências durante a 
gestação. Na mesa de reanimação, 
foram realizadas as manobras iniciais 
de secagem, oferta de calor e aspiração 
de boca e narinas com sonda. 
Decorridos 15 segundos, o recém-
nascido encontra-se hipotônico, com 
respiração irregular e frequência 
cardíaca de 75 bpm. A conduta que deve 
ser realizada até completar o primeiro 
minuto da reanimação é 
A) aspirar traqueia sob visualização 
direta para remover o mecônio. 
B) intubar por via endotraqueal e 
ventilar com pressão positiva. 
C) intubar por via endotraqueal e aspirar 
vias aéreas inferiores. 
D) ventilar com pressão positiva através 
de máscara facial. 
CCQ: Saber que a ventilação com 
pressão positiva é o procedimento 
mais importante da reanimação 
neonatal 
A reanimação neonatal é um dos 
assuntos mais frequentes na pediatria! 
O que precisamos de saber é 
basicamente: 
1. Como avaliar o RN: o primeiro 
passo consiste em fazer aquelas 
3 perguntinhas clássicas: 
• o RN chorou? 
• o RN é termo? 
• o RN tem tônus? 
2. Cuidados iniciais: se o RN 
responder NÃO para qualquer 
uma dessas perguntas, 
devemos: 
• prover calor: colocar o RN em 
berço aquecido; 
• secar e trocar campos úmidos; 
• posicionar sua cabeça em leve 
extensão; 
• aspirar vias aéreas (boca e 
nariz), se necessário; 
Todos esses procedimentos devem 
demorar < 30 seg. 
3. Avaliar a FC: o principal 
parâmetro para indicação da 
reanimação neonatal é 
justamente a FC: 
• FC < 100 = iniciar a ventilação 
com pressão positiva (VPP) 
com máscara facial dentro do 
primeiro minuto (“golden 
minute”). 
Entendendo isso, podemos analisar 
melhor o caso clínico: 
RN respondeu NÃO para a pergunta 
do tônus. Por isso, foi levado ao berço 
aquecido e recebeu os primeiros 
cuidados. Após isso, foi verificada a 
presença de respiração irregular e FC de 
75 bpm (FC < 100). Portanto, o próximo 
passo é exatamente iniciar a VPP. 
Alternativa A - Incorreta. A aspiração 
de traqueia sob visualização direta para 
remoção de mecônio pode ser realizada 
em RN com líquido meconial APENAS 
quando houver falha do primeiro ciclo 
de VPP. 
Alternativa B - Incorreta. Como vimos, 
a intubação é indicada em casos de 
falha de pelo menos 3 ciclos de VPP 
adequada ou de suspeita de hérnia 
diafragmática. Portanto, inicialmente 
fazemos apenas a VPP com máscara 
facial. 
Alternativa C - Incorreta. Como vimos, 
a intubação é indicada em casos de 
falha de pelo menos 3 ciclos de VPP 
adequada ou de suspeita de hérnia 
diafragmática. A aspiração de vias 
aéreas inferiores não é um 
procedimento realizado! 
Alternativa D - Correta. A VPP com 
máscara facial é o procedimento mais 
importante da reanimação neonatal e é 
exatamente indicada em RN com FC < 
100 bpm. 
Portanto, o gabarito é a alternativa D 
_________________________________ 
60. Uma mulher com 64 anos de idade 
é encaminhada para investigação 
diagnóstica de quadro de tosse seca e 
dispneia ao realizar esforços. A paciente 
é portadora, há 3 décadas, de 
hipertensão arterial sistêmica, sendo 
tabagista e etilista social. Seu exame 
físico revela IMC = 33 kg/m², eupneica 
em repouso, mas com acrocianose 
(+/4+) e murmúrio vesicular reduzido 
difusamente, sendo auscultados sibilos 
esparsos em todo tórax. O ritmo 
cardíaco é regular, em 2 tempos, com 
2.ª bulha hiperfonética em foco 
pulmonar. Há turgência de veia jugular 
quando a cabeceira da maca é elevada a 
45 graus, além de edema de membros 
inferiores (2+/4+). A paciente traz à 
consulta uma espirometria realizada 
recentemente que evidencia um 
volume expiratório forçado no 1.º 
segundo (VEF1) reduzido (68 % do 
previsto com base em sua idade e 
altura), sendo a relação entre esse 
parâmetro e a capacidade vital forçada 
(VEF1/CVF) inferior a 70 %; não há 
elevação de 20% ou aumento superior a 
200 mL em nenhum desses dois 
parâmetros espirométricos após a 
administração de broncodilatador. Com 
base no caso clínico e no resultado da 
espirometria, qual é o diagnóstico da 
paciente? 
A) Asma persistente moderada. 
B) Doença pulmonar obstrutiva crônica. 
C) Pneumopatia restritiva pela 
obesidade. 
D) Derrame pleural por insuficiência 
cardíaca. 
CCQ: Saber que VEF1/CVF < 0,7 pós-
prova broncodilatadora é critério 
diagnóstico de DPOC 
Fala, pessoal! Questão abordando 
DPOC, que é uma doença 
importantíssima, com alta incidência e 
mortalidade. 
Lembre-se que o grande fator de risco é 
o tabagismo, sendo a deficiência de 
alfa-1-antitripsina uma causa 
importante (e muito lembrada pelas 
bancas) de DPOC não relacionada ao 
tabaco. Outros fatores de risco são o 
sexo feminino, exposição à poluição e 
asma. 
Suspeitamos do diagnóstico quando 
temos pacientes com os fatores de risco 
acima que desenvolvem uma síndrome 
clínica caracterizada por tosse + 
dispneia crônica. Mas o que comprova 
esse padrão obstrutivo é justamente 
uma espirometria com índice de 
Tiffeneau (VEF1/CVF) reduzido após 
prova broncodilatadora: VEF1/CVF < 
0,7 após prova broncodilatadora 
exatamente como o paciente da 
questão. 
Lembre-se também do estadiamento:Sobre as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O 
diagnóstico de asma é quando VEF1/ 
CVF < 75%-80% em adultos, porém 
apresenta prova broncodilatadora 
positiva: Aumento do VEF1 > 12% e > 
200 ml em relação ao basal. Isso não 
acontece na nossa paciente. 
Alternativa B - Correta: Paciente com 
sintomas, fatores de risco e padrão 
obstrutivo na espirometria, exatamente 
como vimos que é o diagnóstico do 
DPOC. 
Alternativa C - Incorreta: O quadro 
clínico não é compatível, mas lembre-se 
também que o padrão da espirometria 
em doença pulmonar restritiva 
apresenta redução da CVF e redução da 
VEF1 e do Índice de Tiffeneau normal. 
Alternativa D - Incorreta: O que pode 
ter confundido nessa alternativa é que 
ela apresenta sintomas de ICC também, 
como turgência jugular e edema em 
membros inferiores. Mas lembre-se que 
pode ser causada pela DPOC (cor 
pulmonale), em que há aumento da 
pressão pulmonar, causando uma 
insuficiência cardíaca direita. 
Portanto, o gabarito é a alternativa B. 
_________________________________ 
61. Um médico de uma equipe de 
Saúde da Família atende muitas 
pessoas tabagistas e opta por implantar 
um grupo operativo de enfrentamento 
ao tabagismo como intervenção 
coletiva de educação em saúde. 
Segundo o Consenso sobre Abordagem 
e Tratamento do Fumante do Instituto 
Nacional do Câncer, está correto o 
médico 
A) prever inicialmente seis sessões 
semanais e recomendar, ao grupo, uma 
redução progressiva do número de 
cigarros fumados por dia. 
B) planejar palestras nas sessões com 
imagens demonstrando as 
consequências maléficas do tabagismo 
para a saúde. 
C) realizar o teste de Fagerstrom 
durante a primeira sessão do grupo para 
avaliação da gravidade da dependência 
nicotínica. 
D) indicar farmacoterapia sem 
contraindicações clínicas para fumantes 
que já tentaram parar de fumar 
somente com terapia cognitivo-
comportamental. 
CCQ: Saber que a farmacoterapia 
deve ser indicada para fumantes que 
já tentaram parar de fumar antes mas 
sem êxito pelos sintomas de 
abstinência 
Galera, questão que foge do pareto! 
Vamos aproveitar para aprender com 
ela! 
De acordo com o Consenso sobre 
Abordagem e Tratamento do Fumante 
do Instituto Nacional do Câncer, o 
paciente deve ser avaliado quanto à sua 
dependência de nicotina e seu grau de 
motivação para deixar de fumar. Uma 
das formas de avaliar o grau de 
dependência da nicotina é pelo teste de 
Fargerström! 
Lembre-se que outra indicação para 
farmacoterapia são os fumantes com 
escore do teste de Fagerström igual ou 
maior do que 5, ou avaliação individual, 
a critério do profissional. Portanto, 
antes de indicar a farmacoterapia, seria 
importante realizar o teste! 
Alternativa A – Incorreta: não há essa 
determinação de 6 reuniões semanais. 
A indicação vai variar com a 
necessidade e disponibilidade do 
serviço de saúde. 
Alternativa B – Incorreta: não está 
indicada palestra com sequência de 
imagens maléficas. A abordagem deve 
ser cognitivo-comportamental. 
Alternativa C – Incorreta: essa 
alternativa é polêmica! O teste de 
Fagerström pode ser usado para 
avaliação da dependência de nicotina e 
deve ser aplicado inicialmente. 
Provavelmente a banca considerou a 
alternativa incorreta pois ele não 
necessariamente será aplicado no 
primeiro encontro, e 
preferencialmente, deve ser aplicado de 
forma individual. 
Primeiro, seria importante informar o 
fumante sobre os riscos de fumar e 
benefícios de parar de fumar, motivá-lo 
a deixar de fumar e apoiá-lo no processo 
de cessação ao tabagismo, fornecendo 
orientações para que possa lidar com 
síndrome de abstinência, com a 
dependência psicológica e os 
condicionamentos associados ao hábito 
de fumar. 
Alternativa D – Correta: um dos 
critérios para indicar a farmacoterapia 
é: "fumantes que já tentaram parar de 
fumar anteriormente apenas com a 
abordagem cognitivo-
comportamental, mas não obtiveram 
êxito devido a sintomas da síndrome de 
abstinência". 
Portanto, o gabarito é a alternativa D 
_________________________________ 
62. Uma mulher com 25 anos de idade 
vai ao ambulatório de ginecologia com 
queixa de dor pélvica há 24 horas. 
Possui ciclos regulares de 28 dias (3 a 4 
dias) e a sua última menstruação 
ocorreu há 3 semanas. No exame 
clínico, observou-se PA = 110 x 70 
mmHg e pulso = 84 bpm. Notou-se dor 
à palpação profunda em fossa ilíaca 
esquerda e em região hipogástrica, 
Blumberg negativo. Sem outras 
anormalidades durante o exame físico. 
Foi realizada ultrassonografia 
transvaginal que revelou estrutura 
cística no ovário esquerdo, medindo 7,0 
x 6,5 cm, sem fluxo ao estudo Doppler, 
conforme indica imagem a seguir. 
Considerando o caso clínico 
apresentado e a hipótese diagnóstica 
mais provável, qual deve ser a conduta 
médica? 
 
A) Solicitar ressonância magnética da 
pelve. 
B) Encaminhar para laparoscopia 
exploradora. 
C) Orientar a repetição da 
ultrassonografia após a menstruação. 
D) Solicitar marcadores tumorais, como 
o antígeno carcino-embrionário e o CA-
125. 
CCQ: Cistos funcionais apresentam 
características benignas ao USG e a 
conduta é conservadora, se 
estabilidade clínica 
Olá, aluno Aristo! Questão sobre cistos 
ovarianos, muito comuns nas provas e 
na prática clínica. Vamos lá! 
O importante para essa questão é 
entender que cistos funcionais podem 
se formar nos ovários ao longo do ciclo 
menstrual, podendo gerar ou não 
sintomatologia associada. É comum 
que um folículo não ovule e mantenha o 
conteúdo, cresça e dê origem a um cisto 
como o da imagem acima. 
O que nos ajuda aqui é que a paciente 
não está descompensada, não tem 
sinais de alerta, não traz sintomas mais 
preocupantes que nos levem a pensar 
em algo maligno e nem tem um 
histórico de ciclos irregulares. Junto 
com isso, temos um exame de imagem 
tranquilizador, com aspecto cístico, 
sem fluxo ao doppler, menor de 8 cm e 
aspecto regular. 
Para relembrar, veja a tabela abaixo das 
principais características a serem 
avaliadas em cisto ovariano ao USG: 
 
Então, vamos às alternativas! 
Alternativa A- Incorreta: O USG já nos 
tranquiliza e não indica 
complementação com outro exame de 
imagem. 
Alternativa B - Incorreta: A paciente 
está hemodinamicamente estável e 
sem sinais de peritonite, com achado 
em USG de cisto que em geral 
apresenta resolução espontânea. Não 
há indicação cirúrgica. 
Alternativa C - Correta: Essa é a boa! 
Como dito acima, esse cisto tem relação 
com o ciclo menstrual da paciente, 
então podemos ter uma abordagem 
mais expectante e repetir a avaliação 
pelo USG transvaginal logo após a 
menstruação. 
Alternativa D- Incorreta: O uso de 
marcadores tumorais não traria 
benefícios para a definição diagnóstica, 
uma vez que são principalmente 
utilizados na suspeita e 
acompanhamento neoplásico. 
Sendo assim, nossa resposta correta é 
alternativa C 
________________________________ 
63. Um homem com 36 anos de idade 
comparece à Unidade Básica de Saúde 
queixando-se de lesão cutânea 
localizada no membro superior direito. 
Ele informa que, cerca de 10 dias após 
realizar atividades de jardinagem em 
seu sítio, utilizando a enxertia de 
algumas de suas laranjeiras, observou o 
aparecimento de uma pápula dolorosa 
no 1.º quirodáctilo direito. Nos dias 
subsequentes, essa lesão evoluiu com 
ulceração local, surgindo, 
posteriormente, lesões similares no 
mesmo antebraço. Durante o exame, 
são observadas pápulas ulceradas na 
região assinalada, havendo aspecto 
sugestivo de disseminação linfangítica 
do processo. O médico suspeita de uma 
determinada dermatose de etiologia 
infecciosa. Com base na apresentação 
clínica e considerando a história 
epidemiológica relatada, o agente 
etiológico e o meio de cultura em agar 
adequado para sua detecção são, 
respectivamente, 
A) Nocardia asteroídes e chocolate.B) Sporothrix schenckii e Sabouraud. 
C) Staphylococcus aureus e Sabouraud. 
D) Mycobacterium kansasii e chocolate. 
CCQ: Saber que o causador da 
esporotricose é o Sporothrix Schenckii 
e o meio de cultura para sua detecção 
é o Sabouraud 
Fala pessoal! Questão boa do revalida, 
com um tema não tão frequente, mas 
que quando cai geralmente é isso ai que 
a banca nos perguntou, então é bom 
que você aprenda este CCQ. 
A esporotricose é uma micose causada 
pelo fungo Sporothrix Schenckii, 
classicamente o paciente é infectado 
por meio de acidentes com espinhos ou 
lascas de madeira, opa olha o nosso 
paciente da questão com antecedente 
de "realizar atividades de jardinagem 
em seu sítio", a banca nunca colocará 
informações avulsas no enunciado, se 
um dado como este esta presente, fique 
atento! 
O sintoma inicial da esporotricose é 
uma lesão muito parecida a uma picada 
de inseto (pápula dolorosa) na região 
da infecção, podendo evoluir para: 
lesões ulceradas com pus, feridas que 
não cicatrizam, tosse, falta de ar, 
dispneia, febre (afetação pulmonar 
seria um quadro mais grave). 
Um detalhe bem interessante é que a 
doença tem disseminação linfangítica, 
dando o aspecto de "Rosário" para o 
aparecimento das lesões. 
 
Como vimos, nosso paciente da 
questão apresenta todos os aspectos 
descritos aqui para fazermos o 
diagnóstico de esporotricose, mas isso 
não bastava para respondermos. 
Tínhamos que saber qual é o fungo 
responsável, que como já citado é o 
Sporothrix Schenckii, como não 
tínhamos outras opções com esse 
mesmo fungo, não precisávamos saber 
o meio de cultivo, mas é um CCQ a mais 
para que você tenha em mente. Este 
fungo é cultivado no meio de 
Sabouraud. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Causa a 
nocardiose, a qual tem relação com o 
trabalho com a terra, mas não causa as 
lesões características descritas no 
enunciado. 
Alternativa B - Correta: Exatamente, 
nossa principal hipótese e com o meio 
de cultura correto. 
Alternativa C - Incorreta: A infecção de 
pele por S. Aureus, não apresenta as 
características descritas pela banca. 
Alternativa D - Incorreta: Essa 
alternativa a banca colocou uma 
bactéria totalmente fora de pareto, 
saiba que ela produz um pigmento 
amarelo quando exposta à luz e provoca 
principalmente infecções pulmonares, 
mas nada parecido com o quadro 
descrito pela banca. 
Portanto, o gabarito é a alternativa B 
_________________________________ 
64. Um homem com 60 anos de idade 
comparece à Unidade Básica de Saúde 
para atendimento, relatando que, ao 
realizar caminhadas, sente dor no 
membro inferior direito que o obriga a 
parar a cada 4 ou 5 quarteirões. 
Apresenta como fatores de risco à 
saúde ser tabagista, com consumo de 
20 maços-ano, obesidade, 
hipercolesterolemia, hipertensão 
arterial e diabete melito, que afirma 
tratar de forma irregular. Traz um eco-
Doppler arterial que evidencia estenose 
moderada (entre 20 e 49%) do 
segmento aortoilíaco direito. Nesse 
caso, a conduta médica adequada é 
A) encaminhar ao pronto-socorro para 
avaliação urgente com especialista. 
B) orientar e tratar os fatores de risco e 
encaminhar para avaliação eletiva com 
especialista. 
C) orientar e tratar os fatores de risco, 
prescrever aspirina para prevenir 
doença tromboembólica arterial. 
D) solicitar angiografia por tomografia 
ou ressonância magnética para 
descartar tromboangeíte obliterante de 
Buerger. 
CCQ: Reconhecer quadro clínico de 
DAOP e seu manejo 
Aluno Aristo, a doença arterial 
obstrutiva periférica é definida como o 
processo patológico de degeneração ou 
oclusão parcial/das artérias (exceto 
àquelas que irrigam coração e cérebro), 
mais comumente afeta as artérias que 
irritam membros inferiores, 
provenientes de ramos da artéria 
poplítea. 
Os principais fatores de risco são: 
tabagismo, hipertensão, diabetes e 
hipercolesterolemia, ou seja, o 
paciente da questão apresenta todos 
eles. 
O quadro clínico é de claudicação 
intermitente, caracterizada por uma 
dor que surge durante o exercício e que 
melhora com repouso, ocasionada pela 
diminuição do fluxo sanguíneo para os 
músculos irrigados pela artéria 
acometida. A dor referida pelo paciente 
apresentado pela banca é exatamente 
essa! 
O paciente traz então um eco-doppler 
que mostra estenose moderada do 
segmento aorto - ilíaco, e, aqui, 
podemos lembrar da tríade de Leriche: 
claudicação dos membros inferiores ou 
das nádegas, pulsos femorais ausentes 
ou muito diminuídos, disfunção erétil. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Pessoal, a 
questão não nos dá informações sobre 
o exame físico do paciente. Para 
pensarmos em uma emergência, 
precisaríamos estar frente a uma 
situação de isquemia crítica (dor em 
repouso associada a risco importante 
de perda de membro sem intervenção), 
gangrena seca/infecção necrosante, ou 
uma obstrução arterial aguda (lembrem 
dos 6Ps - palidez, pulso ausente, 
paralisia, parestesia, perfusão 
prejudicada e pain - dor). 
Alternativa B - Correta: O tratamento 
da DAOP normalmente é clínico, com 
controle dos fatores de risco e 
vasodilatadores (cilostazol é a escolha). 
Nosso paciente apresenta uma clínica 
de claudicação moderada, e um exame 
que mostra uma estenose também 
moderada. O ideal é encaminharmos 
para o especialista para avaliação. 
Alternativa C - Incorreta: Pessoal, 
aspirina como prevenção primária é um 
tema polêmico, A prescrição de aspirina 
aqui seria pensando em uma redução 
do risco cardiovascular e de eventos 
cardiovasculares, considerando que 
esse paciente é um paciente de muito 
alto risco. 
Caso fosse indicada a prescrição de 
aspirina para esse paciente, seria para 
redução de mortalidade por eventos 
como IAM ou AVC. De qualquer forma, 
sabemos que a alternativa B está MAIS 
correta, então podemos excluir essa 
alternativa. 
Alternativa D - Incorreta: Guardem 
esse CCQ - doença de Buerger nas 
provas é igual a paciente tabagista + 
sinais de isquemia distal (ausência de 
pulsos distais com necrose de 
extremidades - acometimento de 
digitais). 
Portanto, o gabarito é a alternativa B 
_________________________________ 
65. Um homem com 28 anos de idade, 
residente na área rural coberta pela 
Unidade Básica de Saúde, procura 
atendimento queixando-se de tosse 
seca, manchas vermelhas e coceira na 
pele, cefaleia, dispneia e astenia há 3 
dias. Trabalha há 3 meses na 
carcinicultura (criação de camarões), 
sem carteira assinada, com a tarefa de 
calagem. Informa que, nessa atividade, 
faz a limpeza do viveiro drenado 
espalhando cerca de 1 000 quilos de 
cal/hectare sobre o solo. Já trabalhou 
como agricultor e auxiliar de pedreiro. 
Além de assistência imediata ao 
paciente, quais são as atividades que a 
equipe de Saúde da Família (eSF) deve 
exercer? 
A) Encaminhar o caso ao setor de 
Vigilância em Saúde do Trabalhador 
para que seja notificado no Sistema 
Nacional de Notificação de Agravos e 
acionar o município para desencadear 
as ações pertinentes de promoção, de 
proteção e de educação em saúde. 
B) Construir o perfil epidemiológico dos 
trabalhadores da área adscrita e 
informar ao setor de Vigilância em 
Saúde do Trabalhador do município 
para que intervenha com ações de 
promoção e de prevenção em saúde do 
trabalhador no território adscrito à eSF. 
C) Mapear as atividades produtivas 
desenvolvidas no território para 
conhecer riscos potenciais à saúde dos 
trabalhadores e da população residente 
e para identificar situações de 
vulnerabilidade socioambiental 
decorrentes dessas atividades, com 
vistas ao planejamento e execução das 
ações de saúde no território. 
D) Realizar a vigilância dos locais de 
trabalho dos usuários sob sua 
responsabilidade, permitindo o 
planejamento, a programação 
descentralizada e o desenvolvimento 
de ações,com impacto na situação, nos 
condicionantes e determinantes da 
saúde das pessoas e coletividades 
presentes naquele espaço adstrito. 
CCQ: Saber que a ESF deve conhecer 
os riscos ocupacionais aos quais sua 
população está exposta para que 
possa planejar e executar, junto com a 
Vigilância em Saúde do Trabalhador, 
ações de saúde no território 
Essa questão pergunta sobre quais 
atividades a ESF deve exercer para um 
trabalhador que apresenta uma doença 
possivelmente relacionada ao ambiente 
de trabalho. Vamos revisar esse tema, 
mentorando! 
Primeiro, precisamos entender que as 
ações da ESF para o cuidado da saúde 
dos trabalhadores nos serviços de saúde 
devem considerar a inserção destes nos 
processos produtivos, considerando 
que o trabalho é determinante 
importante do processo saúde-
doença. Assim, é essencial que as 
equipes conheçam o trabalho ou a 
ocupação do usuário-trabalhador e 
incorporem esse conhecimento às 
ações de promoção, proteção e 
vigilância, assistência e reabilitação, 
na rede de atenção do Sistema Único de 
Saúde (SUS). 
Antes de ir para os itens, vamos revisar 
como funciona a notificação de doenças 
relacionadas ao trabalho! 
 
Ministério da Saúde 
Agora, vamos analisar as alternativas e 
discutir um pouco mais sobre esse 
tema! 
Alternativa A - Incorreta: O item 
afirma que a equipe deve encaminhar o 
caso ao setor de Vigilância em Saúde do 
Trabalhador para notificar no sistema. 
Contudo, a notificação deve ser feita na 
Estratégia de Saúde da Família, 
seguindo a imagem que inserimos no 
texto introdutório. 
Alternativa B - Incorreta: Além da 
vigilância em Saúde do Trabalhador 
dever realizar ações de promoção e 
prevenção em saúde do trabalhador, 
também é importante que a equipe 
realize essa tarefa na área adscrita. 
Logo, deve haver uma ação conjunta 
entre eles. 
Alternativa C - Correta: Essa é a nossa 
resposta! É muito importante que a 
equipe conheça a sua população e saiba 
quais são as atividades produtivas 
desenvolvidas no território, além de 
identificar a quais riscos e situações de 
vulnerabilidade a população está 
exposta. Com isso, é possível planejar 
ações para intervir antes que ocorra o 
problema. Ademais, é fundamental 
contar com a parceria da Vigilância em 
Saúde do Trabalhador. 
Alternativa D - Incorreta: Sem dúvidas, 
planejar e desenvolver ações que 
tenham o objetivo de prevenir doenças 
para o trabalhador é uma função da 
equipe de saúde da família. Contudo, 
fazer a vigilância dos locais de trabalho 
é uma função da Vigilância em Saúde do 
Trabalhador. 
________________________________ 
66. Um lactente com 1 mês de vida, 
nascido a termo de parto normal sem 
intercorrências, em aleitamento 
materno exclusivo, retornou à Unidade 
Básica de Saúde para consulta de 
puericultura. A mãe começou a 
apresentar febre (temperatura axilar = 
38ºC) há 2 dias e encontra-se em bom 
estado geral. Apresenta dor, calor, 
edema e rubor em quadrante superior 
esquerdo da mama direita, sendo 
indicado tratamento domiciliar com 
cefalexina e ibuprofeno. Nesse caso, o 
aleitamento materno deverá 
A) ser mantido em ambas as mamas 
como parte da terapêutica materna. 
B) ser mantido, oferecendo somente a 
mama esquerda e preservando a mama 
afetada. 
C) ser suspenso pelo risco de 
contaminação do lactente pelas 
bactérias presentes no leite. 
D) ser suspenso devido ao uso materno 
de medicamentos incompatíveis com a 
amamentação. 
CCQ: Conhecer a conduta frente a 
uma lactante com mastite 
As provas frequentemente abordam a 
mastite e o ingurgitamento puerperais, 
e esses temas podem aparecer tanto na 
prova de G.O. quanto de pediatria, por 
englobarem também o aleitamento 
materno. 
Em relação à mastite, ela ocorre devido 
à estase láctea por esvaziamento 
insuficiente, que pode conduzir a um 
quadro inflamatório agudo e 
possibilitar a proliferação bacteriana 
(normalmente por Staphylococcus 
aureus). Em relação ao quadro clínico, 
caracteriza-se por dor mamária, 
geralmente unilateral, associada a febre 
e sinais flogísticos localizados. 
É importante saber diferenciar do 
ingurgitamento mamário, que inclusive 
pode precipitar um episódio de mastite, 
e se caracteriza por mamas distendidas 
(com pele brilhante), com aumento de 
volume, mamilos achatados, sinais 
flogísticos em toda a extensão da 
mama e eventualmente pode 
apresentar episódios de febre baixa. 
Tanto na mastite quanto no 
ingurgitamento, a principal medida 
terapêutica é realizar o esvaziamento 
mamário frequente e, em ambos os 
casos, o aleitamento materno não está 
contraindicado. A única precaução é 
que sejam prescritos medicamentos 
(analgésicos, anti-inflamatórios e 
antibióticos, quando necessário) 
compatíveis com a amamentação. 
Alternativa A - Correta: Conforme 
discutido acima. 
Alternativa B - Incorreta: Ambas as 
mamas devem ser oferecidas, tanto 
para evitar o ingurgitamento da mama 
não acometida, quanto para realizar a 
terapêutica na mama com mastite. 
Alternativa C - Incorreta: O 
aleitamento materno deve ser 
incentivado. 
Alternativa D - Incorreta: A cefalexina 
e o ibuprofeno não são contraindicados 
na amamentação. 
_________________________________ 
67. Uma mulher com 42 anos de idade, 
com ciclos menstruais regulares, 
comparece ao ambulatório de 
ginecologia por apresentar um laudo de 
exame de ultrassonografia transvaginal 
evidenciando cisto ovariano de paredes 
finas, com contornos regulares, 
conteúdo anecóico, medindo 4 cm em 
seu maior diâmetro. A paciente nega 
sintomas. Diante desse quadro, a 
principal hipótese diagnóstica e o 
exame complementar que auxiliaria no 
esclarecimento dessa hipótese são, 
respectivamente, 
A) cisto hemorrágico, com dosagem de 
antígeno carcino-embrionário. 
B) cisto folicular, sem necessidade de 
exame adicional. 
C) teratoma, com dosagem de alfa-feto 
proteína. 
D) endometrioma, com dosagem de 
CA-125. 
CCQ: Reconhecer as características do 
cisto folicular 
E ai pessoal, tudo bem?? Nós sabemos 
que as questões envolvendo tumores 
ovarianos são motivo de desespero para 
a maioria dos alunos. De fato, este é um 
assunto difícil e confuso, mas se você 
souber os principais CCQs, irá garantir 
todas as questões na sua prova. 
O primeiro passo para acertar a questão 
é reconhecer se o cisto apresenta 
características benignas ou malignas à 
USG-TV. Vamos revisar? 
 
Dessa forma, percebemos que a 
paciente da questão possui um cisto 
benigno, dado que mede 4cm, possui 
contornos regulares, paredes finas e 
conteúdo anecoico. 
Agora, vamos analisar as alternativas 
para ver qual a melhor hipótese 
diagnóstica. 
Alternativa A - Incorreta - Os cistos 
hemorrágicos são cistos benignos que 
ocorrem devido ao sangramento do 
folículo após a menstruação. A 
descrição ecográfica associada será: 
conteúdo com aspecto heterogêneo 
linear. Já descartamos essa alternativa, 
visto que o conteúdo do cisto em 
questão é anecoico. Além disso, no 
cisto hemorrágico, a conduta é 
expectante, não havendo necessidade 
de realizar a dosagem de CEA. 
Alternativa B - Correta - Pessoal, essa é 
a afirmação correta. A questão 
descreve um cisto benigno simples, 
com características de cisto folicular, e a 
conduta é expectante, já que estes 
cistos se resolvem espontaneamente 
em dias ou meses. Alguns autores 
preconizam repetir a USG-TV entre 4-8 
semanas, mas há divergências na 
literatura sobre esta conduta. 
Alternativa C - Incorreta - O teratoma 
possui na descrição ultrassonográfica 
ecos brilhantes (decore!) e sombras 
acústicas. 
Alternativa D - Incorreta - Os achados 
característicos do endometrioma ao 
ultrassom são: aspecto homogêneo 
associado a pontilhado em vidro fosco e 
cápsula espessa. 
Portanto, o gabarito é a letra B 
_________________________________ 
68. Uma criança com 8 anos de idade éatendida na emergência com 
exantema. Segundo sua mãe, o quadro 
clínico iniciou-se há 2 dias com febre 
alta, calafrios, vômitos, cefaleia, 
prostração e odinofagia. Há 1 dia, surgiu 
exantema em pescoço, axilas e virilhas, 
generalizando-se a seguir. Ela nega 
antecedentes patológicos relevantes. 
Em exame físico, a criança apresenta 
estado geral regular, corada, hidratada; 
com amígdalas hiperemiadas, 
hipertrofiadas e recobertas por 
exsudato purulento. Ao redor da boca, 
observa-se palidez e, nas demais áreas 
da pele, exantema papular, eritematoso 
e áspero. Há linhas hiperpigmentadas 
em áreas de flexão da pele. Para esse 
caso, o exame laboratorial que confirma 
o diagnóstico é 
A) dosagem de anticorpos heterófilos. 
B) dosagem de imunoglobulinas. 
C) dosagem de antígenos NS1. 
D) cultura de orofaringe. 
CCQ: Saber que o diagnóstico da 
escarlatina pode ser feito com cultura 
de orofaringe 
Pessoal, questão dentro do Pareto 
sobre doenças exantemáticas! Nela, 
temos a descrição de um quadro de 
escarlatina, com presença de uma fase 
prodrômica, com cefaleia, prostração e 
odinofagia, seguida de uma fase 
exantemática, com início na região do 
pescoço e progressão caudal. O 
paciente em questão apresentava, 
ainda, sinais típicos da doença, como 
pele em lixa, sinal de Filatov (linhas 
hiperpigmentadas em áreas de flexão 
de pele) e de Pastia (palidez perioral). 
Portanto, sabendo que a probabilidade 
do diagnóstico ser escarlatina é alta, 
como podemos confirmar essa 
suspeita? Com a pesquisa do 
Streptococcus pyogenes em esfregaço 
colhido por SWAB da nasofaringe! 
Agora ficou tudo bem claro, não é 
mesmo? 
Vamos dar uma olhada nas demais 
alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: A dosagem 
de anticorpos heterófilos pode ser feita 
em caso de suspeita de mononucleose, 
cujo quadro clínico clássico se 
caracteriza por fadiga, faringite, 
linfadenopatia generalizada e edema 
palpebral (Sinal de Hoagland). Embora 
mononucleose seja um dos 
diagnósticos diferenciais da escarlatina, 
o paciente em questão não apresenta 
nem uma linfadenopatia importante 
nem o sinal de Hoagland, que são 
importantes para se diferenciar uma 
patologia da outra na prática clínica. 
Alternativa B – Incorreta: A dosagem 
de imunoglobulinas poderia ser feita 
caso se pensasse em um processo 
alérgico, porém, como vimos, o 
paciente apresentava muitos sinais de 
uma doença infecciosa, com fase 
prodrômica e exantemática bem 
marcadas. 
Alternativa C – Incorreta: A dosagem 
de antígenos NS1 poderia ser feita em 
caso de suspeita de dengue. De fato, 
alguns sintomas, como a cefaleia, e 
sinais como a prostração e o exantema, 
poderiam fazer com que pensássemos 
em dengue. No entanto, o aspecto de 
lixa da pele, bem como sinais típicos da 
escarlatina, como de Filatov e de Pastia, 
enfraquecem a hipótese. 
Alternativa D – Correta: Como vimos, a 
cultura de orofaringe com pesquisa para 
S. pyogenes pode ser utilizada para 
confirmar o diagnóstico de escarlatina! 
No entanto, aqui cabe lembrar que o 
diagnóstico é basicamente clínico! 
Portanto, o gabarito é a letra D. 
________________________________ 
69. Uma mulher com 28 anos de idade, 
primigesta, com 14 semanas de 
gestação, comparece à segunda 
consulta de pré-natal com resultado de 
exame de sorologia para toxoplasmose 
com IgG e IgM positivos. A paciente 
está assintomática. Nesse caso, a 
conduta médica adequada ao realizar o 
atendimento a essa gestante é 
A) prescrever imediatamente 
espiramicina e solicitar teste de avidez 
de IgG. 
B) prescrever imediatamente 
espiramicina e solicitar nova sorologia 
em 1 mês. 
C) tranquilizar a paciente, dizendo que 
se trata de infecção antiga e não 
solicitar mais sorologias. 
D) tranquilizar a paciente, dizendo que 
pode se tratar de falso positivo e 
solicitar nova sorologia em 2 semanas. 
CCQ: IgG e IgM positivos em gestante 
de primeiro trimestre → solicitar teste 
de Avidez de IgG 
Importantíssimo que você domine esse 
tema, as questões que abordam o teste 
de avidez de toxoplasmose são muito 
frequentes nas provas de residência. 
Vamos aproveitar essa questão para 
revisar um pouco sobre o tema. 
Embora a paciente esteja de 14 
semanas, ela já está com o resultado 
dos exames que habitualmente são 
realizados no primeiro trimestre. Visto 
isso, vamos revisar a conduta quando as 
sorologias (IgM e IgG) são positivas em 
uma gestante no primeiro trimestre. 
De acordo com o Ministério da Saúde, a 
positividade do IgM no primeiro 
trimestre indica que a infecção pode ter 
ocorrido logo antes da concepção ou 
durante o início da gestação. Frente a 
essa possibilidade de infecção durante a 
gestação, a conduta é solicitar o teste 
de avidez de IgG. 
Um teste com avidez forte, indica 
infecção adquirida antes de 12 -16 
semanas, ou seja, não há necessidade 
de mais investigação. Já um teste de 
avidez fraca sugere infecção mais 
recente, durante a gestação, com a 
necessidade de prescrever espiramicina 
na esperança de tentar evitar a 
passagem transplacentária, além de 
realizar a investigação do feto. 
Em resumo: 
IgG - e IgM - : Gestante suscetível a 
infecção (nunca teve a doença); 
IgG - e IgM + : Iniciar espiramicina para 
diminuir as chances de transmissão 
materno-fetal, e repetir o exame em 3 
semanas: Se IgG - e IgM +, provável 
resultado falso negativo; Se IgG+ e 
IgM+, infecção aguda, encaminhar para 
centro de referência. 
IgG + e IgM - : Contágio prévio à 
gravidez, já apresenta imunidade; 
IgG + e IgM + : Infecção pode ser aguda 
ou crônica. Nesses casos, até 16 
semanas de idade gestacional, 
solicitaremos o teste de avidez. Avidez 
alta (> 60%) indica contágio prévio à 
gestação, mantendo pré-natal de 
rotina; na avidez baixa, repetiremos o 
exame em 2 semanas: se avidez 
duplicar, provável infecção prévia à 
gestação; se avidez não duplicar, iniciar 
espiramicina e encaminhar para centro 
de referência. 
Agora, vamos as alternativas: 
Alternativa A - Correta: conforme 
discutido acima. 
Alternativa B - Incorreta: o teste de 
avidez que deve ser solicitado, não a 
repetição da sorologia. Na avidez baixa, 
repetiremos o exame em 2 semanas: se 
avidez duplicar, provável infecção 
prévia à gestação. 
Alternativa C - Incorreta: caso os 
exames tenham sido coletados no 
primeiro trimestre e o resultado do 
teste de avidez seja avidez forte, a 
conduta será a descrita nessa 
alternativa. 
Alternativa D - Incorreta: não tem 
necessidade de repetir a sorologia e sim 
realizar o teste de avidez, para estimar 
o tempo que ocorrer a infecção. 
Gabarito: A 
_________________________________ 
70. Uma paciente com 25 anos de idade 
foi submetida à ressecção eletiva de 
segmento de cólon sigmoide de cerca 
de 10 cm devido à estenose intestinal 
ocasionada por endometriose pélvica. 
No pré-operatório, foi realizado apenas 
preparo de cólon distal com clister 
glicerinado. Durante a cirurgia, com 
duração de 4 horas, não houve 
extravasamento de fezes no momento 
da abertura colônica e foi realizada 
anastomose primária com fio 
inabsorvível monofilamentar. Para esse 
caso, a antibioticoprofilaxia adequada 
deve ser feita 
A) no momento da incisão com dose 
única. 
B) no momento da incisão, com 
repetição da dose a cada 2 a 4 horas e 
manter por 24 horas após a cirurgia. 
C) até uma hora antes da incisão 
cirúrgica com repetição da dose a cada 
2 a 4 horas e manter por 48 horas após 
a cirurgia. 
D) até uma hora antes da incisão 
cirúrgica com repetição da dose a cada 
2 ou 4 horas apenas durante o ato 
operatório. 
CCQ: Antibioticoprofilaxia em 
cirurgias deve ser iniciada 1h antes da 
incisão cirúrgica, podendo-se repetir a 
dose do antibiótico se tempo 
operatório for superior a 3h 
Fala Pessoal! Questãozinha do INEP-
Revalida de 2020 trazendo um tema 
frequente, então bora lá! 
Diz respeitoa uma paciente com 25 
anos que foi submetida à ressecção 
eletiva de segmento de cólon sigmoide 
de cerca de 10 cm devido à estenose 
intestinal ocasionada por endometriose 
pélvica. No pré-operatório, foi realizado 
apenas o preparo de cólon distal com 
clister glicerinado. Durante a cirurgia, 
com duração de 4 horas, não houve 
extravasamento de fezes no momento 
da abertura colônica e foi realizada 
anastomose primária com fio 
inabsorvível monofilamentar. Como 
deve ser realizada a 
antibioticoprofilaxia? Bora avaliar cada 
alternativa! 
Alternativa A - Incorreta: a 
antibioticoprofilaxia deve ser realizada 
uma hora antes da incisão cirúrgica e 
não no momento da incisão. Além 
disso, há preferência pela dose única, 
porém isso é variado. 
Alternativa B - Incorreta: alternativa 
parcialmente correta, porém, não há 
necessidade de mantermos a 
antibioticoprofilaxia por 24 h após o fim 
do procedimento. 
Alternativa C - Incorreta: não se deve 
manter os antibióticos profiláticos por 
48 h após a cirurgia. 
Alternativa D - Correta: a 
antibioticoprofilaxia deve ser realizada 
1h antes da incisão cirúrgica e, nos casos 
de procedimentos mais extensos, 
geralmente com duração superior a 3h, 
podemos fazer o repique da dose de 
antibiótico profilático. O período pode 
variar conforme a duração do 
procedimento cirúrgico, porém já 
podemos considerar o repique para 
procedimentos que duram mais que 2-
4h. 
Algo a mais: o antibiótico profilático 
comumente utilizado no mundo inteiro 
é a cefazolina, 1g! 
Portanto, a alternativa correta é a 
letra D! 
_________________________________ 
71. Uma mulher com 20 anos de idade 
procura atendimento hospitalar devido 
a quadro clínico iniciado há 2 meses 
com artrite, rash malar, alopécia, além 
de anemia por doença crônica, 
leucopenia e proteinúria. A pesquisa do 
fator antínuclear revela-se positiva para 
Anti-Sm (título 1:640 e padrão nuclear 
pontilhado grosso). As pesquisas de 
Anti-Jo-1, Anti-La e Anti-Ro 
apresentam-se negativas. Em face 
desse quadro clínico, qual é a principal 
hipótese diagnóstica? 
A) Polimiosite. 
B) Síndrome Sjogren. 
C) Artrite reumatoide. 
D) Lúpus eritematoso sistêmico. 
CCQ: Saber que artrite e rash malar 
em pacientes femininas sugere lúpus 
eritematoso sistêmico 
Pessoa, toda vez que virem na questão 
rash malar desconfiem de Lúpus 
Eritematoso sistêmico, afinal, o 
eritematoso não está no nome à toa. O 
nome "sistêmico" também dá uma ideia 
de outra característica: ele acomete 
diversos órgãos. 
Guardem: O protótipo de paciente 
com lúpus é mulher jovem (entre 15-
45 anos), negra, apresentando 
fotossensibilidade, artrite de 
pequenas articulações e proteinúria, 
assim como nossa paciente. O 
anticorpo anti- Smith positivo é o 
anticorpo mais específico para a 
doença. 
Nossa paciente apresenta, além de 
história muito sugestiva, ao todo, 6 
critérios para lúpus: 
1. Artrite 
2. Acometimento cutâneo agudo 
(rash malar) 
3. Alopécia 
4. Leucopenia 
5. Nefrite (proteinúria) 
6. Anti Smith positivo 
Embora seja necessário 10 pontos para 
fechar o diagnóstico, o quadro é muito 
sugestivo. 
Alternativa A - Incorreta - Embora 
possa apresentar eritema facial, a 
polimiosite não está associada à artrite 
e nefrite, e apresenta Anti-Jo 1 positivo. 
Alternativa B - Incorreta - Em Sjögren 
também podemos encontrar artrites e 
citopenias, no entanto, o eritema 
costuma ser anular (incomum) e os 
anticorpos mais comumente 
associados são o Anti-Ro e o Anti-La 
(ainda que possam ser negativos). 
Alternativa C - Incorreta - A artrite 
reumatoide também pode cursar com 
artrite (dã), lesão renal, anemia e 
leucopenia. Contudo, o acometimento 
cutâneo se manifesta principalmente 
na forma de nódulos subcutâneos e a 
doença está relacionada à positividade 
de Fator Reumatoide e Anti-CCP. 
Alternativa D - Correta - Como dito, 
mulher entre 15 e 45 anos com rash 
malar e artrite, muito provavelmente é 
lúpus. 
Portanto, o gabarito é a alternativa D 
________________________________ 
72. Um paciente com 30 anos de idade, 
vítima de traumatismo há 5 dias, 
necessitou de laparotomia por trauma 
fechado de abdome para rafia de lesão 
hepática, esplenectomia e rafia de alça 
de delgado. Ele encontra-se em estado 
grave na unidade de terapia intensiva, 
com necessidade de aminas vasoativas 
(3 mL/h de noradrenalina) e em 
ventilação mecânica. Há 24 horas foi 
passado cateter de Swan-Ganz através 
de veia subclávia direita para melhor 
monitorização dos parâmetros 
hemodinâmicos. Hoje apresenta 
hipotensão grave (PA = 70 x 20 mmHg), 
refratária à reposição volêmica e 
necessitando de aumento de 
noradrenalina para 18 mL/h. Os 
parâmetros do Swan-Ganz são os 
seguintes: índice cardíaco = 2,5 
L/min.m² (valor de referência: 2,8 a 4,0 
L/min.m²), resistência vascular 
periférica = 2 000 dina.seg/cm-5 (valor 
de referência: 770 a 1 500 dina.seg/cm-
5), pressão capilar pulmonar = 1 cmH₂O 
(valor de referência: 2 a 12 cmH₂O), 
pressão venosa central (PVC) = 15 
cmH₂O (valor de referência: 0 a 9 
cmH₂O). A natureza provável do choque 
desse paciente é 
A) hipovolêmico. 
B) cardiogênico. 
C) obstrutivo. 
D) séptico. 
CCQ: Hipotensão grave + índice 
cardíaco baixo + pressão capilar 
pulmonar baixa sugerem TEP 
proximal = choque obstrutivo 
Pessoal, o choque acontece quando o 
sistema circulatório é incapaz de 
fornecer oxigênio necessário para a 
adequada perfusão tissular, o que leva a 
disfunção celular e falência orgânica. 
O perfil hemodinâmico dos diferentes 
tipos de choque é um dos CCQs mais 
importantes para sua prova, vamos 
revê-los: 
• Choque hipovolêmico: baixo 
DC, alta RCP, baixa POAP, baixa 
PVC; 
• Choque distributivo: alto DC, 
baixa RVP, POAP baixa ou 
normal, PVC baixa ou normal; 
• Choque obstrutivo: alto DC, 
baixa RVP, POAP baixa ou 
normal, alta PVC; 
• Choque cardiogênico: baixo DC, 
alta RVP, alta POAP, alta PVC. 
Legenda: DC = débito cardíaco | RVP = 
resistência vascular periférica | POAP = 
pressão capilar pulmonar | PVC =pressão 
venosa central. 
O choque obstrutivo (ou choque 
cardiogênico compressivo) é uma 
síndrome clínica que pode ter diferentes 
etiologias (pneumotórax hipertensivo, 
tamponamento cardíaco, embolia 
pulmonar), e a depender desta 
podemos encontrar tanto valores de 
pressão capilar pulmonar altos quanto 
normais ou baixos - apesar de os valores 
aumentados serem a situação clínica 
mais comum. Mas por que isso 
acontece? 
A compressão extrínseca leva a uma 
enorme pós-carga, desencadeando 
todo aquele processo de congestão e, 
com isso, levando à hipertensão 
pulmonar e ao aumento da pressão 
capilar pulmonar. Só que neste caso é 
diferente! Neste caso temos um 
paciente grave em UTI após um grande 
procedimento cirúrgico pós-trauma, o 
que nos alerta para a possibilidade de 
uma embolia pulmonar! 
Na embolia pulmonar podemos ter 
diferentes situações: quando há uma 
embolia maciça em vasos terminais vai 
ocorrer sim uma hipertensão pulmonar 
com aumento da pressão capilar 
pulmonar, mas se a embolia for em um 
vaso muito proximal (ex.: no tronco da 
pulmonar) o sangue nem sequer vai 
passar dali. Com isso, não vai ser 
desencadeado o mecanismo de 
hipertensão pulmonar - e podemos 
chegar a esta quase "exceção" do caso 
citado! Repare que "do nada" o paciente 
apresenta uma hipotensão gravíssima, 
com índice cardíaco também baixo mas 
uma pressão capilar pulmonar baixa. 
Opa! Deve ser um TEP beem proximal! 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: No choque 
hipovolêmico a pressão venosa central 
é baixa! 
Alternativa B - Incorreta: Quase hein! 
Mas no choque cardiogênico 
esperamos uma pressão capilar 
pulmonar alta devido à congestão 
retrógrada e à hipertensão pulmonar. 
Alternativa C - Correta: Exatamente! 
Não é a situação clínica mais comum,mas o choque obstrutivo por TEP pode 
cursar com pressão capilar pulmonar 
baixa! 
Alternativa D - Incorreta: No choque 
séptico a resistência vascular periférica 
é baixa. 
Portanto, o gabarito é a alternativa 
correta, letra C 
________________________________ 
73. Uma mãe leva seu filho de 5 anos de 
idade para atendimento, na Unidade 
Básica de Saúde, relatando febre 
persistente há 24 horas, diminuição do 
apetite, náuseas e vômitos. A criança 
amanheceu febril, com cefaleia e sede. 
A mãe relata que a criança frequentou 
uma festa de aniversário há cerca de 5 
dias. Ela tem vacinação em dia. No 
exame físico, os resultados de sua 
avaliação foram os seguintes: pouco 
reativa; FC = 130 bpm; FR = 30 irpm; 
temperatura axilar = 38,8 °C; Sat. O₂ = 
96 %; mucosas desidratadas 3+/4+; 
petéquias puntiformes em membros 
inferiores, tórax e abdome. Ele possui 
dor à flexão da coluna cervical. Nesse 
caso, qual é a conduta médica 
adequada? 
A) Suspeitar de infecção bacteriana e 
iniciar antibioticoterapia, dado o 
quadro de infecção de foco e de 
etiologia desconhecidos. Liberar a 
criança para casa com hidratação oral, 
antitérmico, antiemético, antibiótico, 
com retorno em 72 horas para 
reavaliação clínica. 
B) Solicitar hemograma para diferenciar 
etiologia viral ou bacteriana. Descartar 
meningite por Haemophilus do grupo B, 
pois a vacinação está atualizada. 
Liberar a criança para casa com 
hidratação oral, sintomáticos e retorno 
em 24 horas com resultado de exame. 
C) Acionar o Serviço de Atendimento 
Móvel de Urgência (SAMU com 
encaminhamento à emergência, 
instituir hidratação venosa e 
isolamento, pois trata-se de um caso 
suspeito de COVID-19 com provável 
infecção bacteriana secundária. 
Notificar o caso e isolar contactantes. 
D) Acionar o Serviço de Atendimento 
Móvel de Urgência (SAMU com 
encaminhamento à emergência, com 
hidratação venosa, isolamento, 
antibioticoterapia e sintomáticos por 
tratar-se de caso suspeito de meningite 
meningocócica. Notificar o caso e 
instituir tratamento profilático aos 
comunicantes. 
CCQ: Saber que febre + queda do 
estado geral + cefaleia + rigidez de 
nuca + petéquias = meningite 
meningocócica 
A meningococcemia é uma variedade 
da doença meningocócica 
caracterizada pela presença de lesões 
de pele, petéquias e/ou púrpuras, 
principalmente nas extremidades e nas 
regiões da pele submetidas a pressões. 
Ela pode ou não estar associada a 
meningite meningocócica, que se 
manifesta com cefaleia, febre, rigidez 
de nuca, mialgia, náuseas, vômitos, 
irritabilidade e convulsões. 
A meningococcemia fulminante é 
quando a doença evolui de forma 
extremamente rápida com sinais de 
choque e coagulação intravascular 
disseminada. Os sinais de gravidade 
são: hipotensão, ausência de 
meningite, leucopenia ou 
plaquetopenia, dor nas pernas, 
extremidades frias, coloração anormal 
da pele, pneumonia, conjuntivite. 
O diagnóstico é confirmado pela coleta 
de líquor e pela hemocultura. Outros 
exames, como hemograma, sódio, 
coagulograma e gasometria, são mais 
utilizados para avaliação de possíveis 
complicações associadas. 
O tratamento deve ser iniciado de 
forma empírica com ceftriaxone ou 
penicilina cristalina por pelo menos 7 
dias. Se houver sinais de choque, 
devemos realizar ressuscitação 
volêmica, uso precoce de inotrópico e 
ventilação mecânica a fim de diminuir a 
mortalidade. 
Todos os contactantes familiares 
íntimos, as crianças da festa e os 
profissionais de saúde que não fizeram 
o uso adequado de EPI devem fazer a 
profilaxia com rifampicina, 600mg, 
VO, 12/12h, por 2 dias ou 10mg/kg, 2 
vezes ao dia, por 2 dias (crianças). 
Entendendo isso, podemos analisar 
melhor o caso clínico: 
Menino, 5 anos, com história de ter 
frequentado uma festa (aglomeração!) 
e iniciado quadro de febre, cefaleia, 
náuseas e vômitos, o que já nos leva a 
pensar na possibilidade de meningite. 
Além disso, no exame físico, observa-se 
petéquias puntiformes e dor à flexão 
da coluna cervical (irritação 
meníngea), o que indica meningite 
associada a meningococcemia. A 
evolução rápida do quadro (24h) 
associada a rebaixamento do nível de 
consciência, taquicardia e taquipneia 
sugerem evolução para um quadro de 
choque. 
Então, vamos as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: realmente 
estamos suspeitando de infecção 
bacteriana e devemos iniciar 
antibioticoterapia, mas já temos uma 
suspeita etiológica: doença 
meningocócica, que é causada pela 
bactéria Neisseria meningitidis. Além 
disso, a presença de sinais sugestivos de 
choque e a seriedade da doença são 
indicativos de internação! 
Alternativa B - Incorreta: realmente, 
podemos descartar infecção pelo HIB 
devido ao estado vacinal, mas não 
precisamos de hemograma para definir 
a etiologia e o tratamento deve ser em 
regime de internação! 
Alternativa C - Incorreta: devemos sim 
encaminhar essa criança para a 
emergência e a isolar, mas não se trata 
de um caso de COVID. Apesar de no 
cenário atual ele praticamente sempre 
ser um diagnóstico diferencial, a 
questão traz um quadro clássico, bem 
sugestivo de meningococcemia. 
Alternativa D - Correta: exato, 
estamos suspeitando fortemente de 
meningite meningocócica e, pela 
gravidade do quadro, devemos internar 
o paciente e o isolar. Além disso, é 
essencial notificar o caso, entrar em 
contato com os contactantes e iniciar a 
profilaxia. 
Portanto, o gabarito é a alternativa D. 
_________________________________ 
74. Um lactente com 2 meses de idade 
é atendido na emergência, 
acompanhado pela mãe, que relata 
vômitos pós-grandiais desde os 15 dias 
de vida, com piora progressiva em 
frequência e intensidade. Ela conta que, 
após tais episódios eméticos, o lactente 
chora e parece ter fome. Informa, ainda, 
que seu filho nasceu a termo, com peso 
de 3 000 g e 49 cm de comprimento e 
que os testes de triagem neonatal 
foram normais. Ela nega a ocorrência de 
doenças gestacionais e perinatais. Ao 
exame físico, o lactente apresenta-se 
emagrecido (peso = 3 200 g), ativo, 
acianótico, antictérico, desidratado 
(1+/4+) e corado, com abdome 
distendido, especialmente na região 
epigástrica, notando-se ausência de 
hepatoesplenomegalia e presença de 
ondas de Kussmaul observadas após a 
alimentação. Os exames laboratoriais 
iniciais revelam pH = 7,5 (valor de 
referência: 7,35 a 7,45); HCO₃ = 27 
mEq/L (valor de referência: 23 a 28 
mEq/L); Na = 135 mmol/L (valor de 
referência: 136 a 145 mmol/L); Cl = 95 
mmol/L (valor de referência : 98 a 106 
mmol/L) e K = 4,5 mmol/L (valor de 
referência: 3,5 a 5,5 mmol/L). Nesse 
caso, a conduta médica adequada é 
A) solicitar endoscopia digestiva alta e 
elevação da cabeceira do berço. 
B) solicitar ultrassonografia de abdome 
e piloromiotomia à Fredet-Ramstedt. 
C) investigar doenças metabólicas e 
administrar dieta hipoproteica e 
hipercalórica. 
D) prescrever expansão com soro 
fisiológico 0,9% e infusão de 
hidrocortisona 50 mg/m² 
subcutânea/dia. 
CCQ: Saber que o principal exame de 
imagem para diagnóstico de estenose 
hipertrófica do piloro é USG de 
abdome e o tratamento é feito com a 
piloromiotomia à Ramstedt 
Fala, pessoal! Esse tema é frequente nas 
provas, não podemos dar bobeira! 
Vamos revisar o tema em cima da 
questão? 
A questão nos traz uma criança de 2 
meses com vômitos pós-prandiais 
desde as primeiras duas semanas de 
vida, com o lactente mantendo sinais 
de fome. Ao exame físico, é observado 
emagrecimento, distensão epigástrica 
e ondas de Kussmaul após a 
alimentação. 
Nos exames laboratoriais, a criança se 
encontra com alcalose hipoclorêmica. 
Com esses dados, podemos ver que 
essa história condiz bastante com a 
estenose hipertrófica do piloro, não? 
A estenose hipertrófica do piloro tem 
como causa a hipertrofia das camadas 
musculares do piloro, o que levaa uma 
obstrução do fluxo gástrico nessa 
topografia. Isso resulta em atraso no 
esvaziamento gástrico, dilatação e 
hiperperistalse (ondas de Kussmaul). 
Crianças do sexo masculino são mais 
acometidas, com quadro iniciando 
geralmente após a 3ª semana de vida. 
Os vômitos são em jato, após as 
mamadas, não biliosos e a criança se 
mantém com fome após esses 
episódios. No exame físico, podemos 
encontrar uma oliva palpável em 
epigastro (ou relato de distensão nessa 
região, como a questão citou) e ondas 
hiperperistálticas no abdome (ondas de 
Kussmaul). 
No exame laboratorial, podemos ter 
alcalose metabólica hipoclorêmica, 
devido à perda de ácido clorídrico nos 
vômitos. Além disso, é possível 
encontrar hipocalemia, numa tentativa 
de compensar a alcalose metabólica ao 
trocar esse íon pelo hidrogênio. 
Para confirmação do diagnóstico, 
utilizamos a ultrassonografia (USG) do 
abdome, o principal exame de imagem 
diagnóstico. Diâmetro do piloro > 14 
mm, comprimento > 19 mm e espessura 
> 4 mm confirmam o quadro. 
E qual seria o tratamento, portanto? 
Inicialmente corrigimos o distúrbio 
hidroeletrolítico e, após, realizamos a 
cirurgia, sendo a piloromiotomia o 
tratamento definitivo (técnica de 
Ramstedt). 
Ufa! A revisão foi longa, mas valeu a 
pena! Vamos às alternativas, então! 
Qual a conduta do caso? 
Alternativa A - Incorreta: EDA não é o 
melhor método, e a elevação da 
cabeceira não resolve o quadro. 
Alternativa B - Correta: A conduta é 
solicitar USG de abdome e o 
tratamento é com piloromiotomia à 
Fredet-Ramstedt. 
Alternativa C - Incorreta: O quadro da 
criança sugere estenose hipertrófica do 
piloro, não sendo necessário investigar 
doenças metabólicas e, tampouco, 
administrar dieta hipoproteica e 
hipercalórica. 
Alternativa D - Incorreta: Devemos 
inicialmente corrigir o distúrbio 
hidroeletrolítico e realizar a cirurgia. 
Não há indicação de uso de 
hidrocortisona. 
Alternativa correta: letra B! 
_________________________________ 
75. Um homem com 34 anos de idade, 
em acompanhamento e tratamento 
ambulatorial há 5 anos por retocolite 
ulcerativa, é internado em hospital 
terciário para investigação diagnóstica 
de quadro de prurido generalizado. Seu 
exame físico é normal, salvo pela 
presença de escoriações difusas e de 
cicatriz cutânea antiga no membro 
inferior direito por pioderma 
gangrenoso. Exames laboratoriais 
recentes revelam níveis séricos 
extremamente elevados (cerca de 10 
vezes acima do limite superior normal 
[LSN]) da fosfase alcalina e níveis cerca 
de 2 vezes o LSN das 
aminotransferases, sendo normais os 
níveis séricos de bilirrubinas. As 
concentrações sanguíneas de IgG, em 
particular da fração IgG4, são normais e 
as pesquisas de anticorpos anti-
mitocôndria, anti-LKM1 e anti-músculo 
liso se revelam negativas. É solicitada 
uma colangiopancreatografia por 
ressonância magnética, que revela a 
presença de múltiplas estenoses 
fibróticas nas vias biliares intra-
hepáticas, sendo tais estenoses 
entremeadas por dilatações saculares 
de áreas aparentemente normais, 
conferindo um aspecto em ""contas de 
rosário"". Qual é o diagnóstico do 
quadro colestático desse paciente? 
A) Peri-hepatite aguda. 
B) Cirrose biliar primária. 
C) Colangite esclerosante. 
D) Hepatite crônica autoimune. 
CCQ: Vias biliares intra-hepáticas em 
contas de rosário + elevação de 
enzimas canaliculares + história de 
retocolite ulcerativa = COLANGITE 
ESCLEROSANTE 
E aí pessoal! Aqui temos uma questão 
muito interessante e que traz aspectos 
importantíssimos para levamos para a 
prova. Temos um paciente com história 
de retocolite ulcerativa que se 
apresenta à internação com quadro de 
prurido generalizado. O paciente 
apresenta elevação importante de 
enzimas canaliculares e elevação mais 
discreta de transaminases. Além disso, 
em exame de colangiopancreatografia 
por ressonância magnética ficou 
evidenciado a presença de múltiplas 
estenoses fibróticas entremeadas por 
dilatações saculares, dando um aspecto 
de contas de rosário. Pessoal, com esta 
história clinica temos que nos lembra na 
hora de colangite esclerosante. Esta 
patologia possui etiologia autoimune e 
é caracterizada por inflamação e fibrose 
de ductos biliares tanto intra como 
extra-hepáticos. O padrão laboratorial 
da doença é justamente de elevação 
das enzimas fosfatase alcalina e GGT, 
como foi o caso clínico do paciente. É 
uma doença que, embora rara, possui 
relação com outras doenças 
autoimunes do fígado e com Doenças 
inflamatórias intestinais 
O diagnóstico da colangite esclerosante 
é suspeitado justamente com o quadro 
clínico-laboratorial típico e confirmado 
por meio da realização de uma 
colangiopancreatografia por 
ressonância magnética, que possui 
sensibilidade e especificidade de 80 e 
87% respectivamente. O achado 
descrito no caso, com a via biliar em 
contas de rosário é típico da doença. 
Achado típico da colangite esclerosante, 
com irregularidades murais associadas a 
estenoses e saculações da árvore biliar 
intra e/ou extra-hepática. Imagem 
retirada do programa de educação 
médica continuada da Sociedade 
Brasileira de Hepatologia. 
Visto isso, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O quadro 
clinico da hepatite aguda cursaria com 
dor abdominal importante juntamente 
com elevação significativa de 
transaminases, diferente do que foi 
apresentado. 
Alternativa B - Incorreta: Neste caso o 
paciente também se apresentaria com 
um quadro clínico diferente, de 
evolução prolongada. A colangite biliar 
primária, em quadros crônicos graves 
cursa com cirrose e insuficiência 
hepática. 
Alternativa C - Correta: O quadro 
clínico é justamente compatível com 
colangite esclerosante. A história clinica 
de doença inflamatória intestinal 
juntamente com o achado de contas em 
rosário ao exame de imagem é típico da 
doença. CCQ's importantes para levar 
para a prova, mentorando!! 
Alternativa D - Incorreta: Hepatite 
crônica autoimune também se 
apresentaria com quadro clinico 
diferente, cursando com dor abdominal 
e aumento importante de 
transaminases. 
Dessa forma, o gabarito é a letra C 
________________________________ 
76. Um médico presta atendimento 
domiciliar a um paciente de 69 anos de 
idade, já acompanhado há um ano, com 
hipertensão e diabete melito 
compensados, com hemiplegia direita 
por acidente vascular encefálico (AVE) 
isquêmico há 10 anos, parcialmente 
independente para as atividades de vida 
diária e em uso de andador. A filha e 
cuidadora do idoso refere que o pai está 
apresentando noctúria há alguns meses 
e que isso a preocupa devido ao risco de 
queda. O paciente nega incômodo com 
a noctúria e não refere outros sintomas 
urinários. Nega emagrecimento e não 
tem história familiar de câncer de 
próstata. Ao exame físico, o idoso 
apresenta-se lúcido, orientado e com 
diminuição de força à direita. Ao ser 
questionado, ele se recusa a realizar 
exame de toque retal e Antígeno 
Prostático Específico (PSA) para 
investigar a possibilidade de câncer de 
próstata. Entretanto, sua filha insiste na 
realização de exames, afirmando 
""receio de ser algo mais grave"". 
Considerando a situação descrita, qual é 
a conduta médica adequada? 
A) Explicar ao paciente a necessidade 
do rastreamento de câncer de próstata 
(PSA e ultrassonografia de vias 
urinárias, pelo risco da neoplasia, pois o 
diagnóstico precoce 
comprovadamente diminui a 
mortalidade por essa doença, e solicitar 
anuência da filha, responsável pelo 
paciente, para realização dos exames 
de rastreamento. 
B) Explicar ao paciente e à filha que a 
noctúria se deve ao AVE isquêmico 
prévio e ao envelhecimento; orientar 
ser desnecessário o rastreamento de 
câncer de próstata e recomendar que o 
paciente evite, à noite, a ingesta hídrica 
e o consumo de cafeína; avaliarsuspensão de diuréticos e prescrever 
medicação para aumento do tônus 
vesical. 
C) Explicar ao paciente que o câncer de 
próstata é o mais prevalente em 
homens, com alta mortalidade e que 
somente seu diagnóstico precoce evita 
complicações e óbitos; convencer o 
paciente a realizar o toque retal e 
encaminhá-lo ao urologista; se o toque 
retal e o PSA se mostrarem alterados, 
encaminhá-lo para realização de 
biópsia prostática. 
D) Explicar ao paciente e à filha que o 
rastreamento de câncer de próstata 
depende de uma decisão compartilhada 
entre o médico, paciente e família; 
oferecer explicações, em linguagem 
acessível, sobre os benefícios e riscos 
desse rastreamento; respeitar a decisão 
compartilhada com o paciente para 
prosseguimento ou não do 
rastreamento. 
CCQ: Saber que a decisão terapêutica 
deve ser compartilhada entre médico 
e paciente, respeitando a autonomia 
do mesmo após esclarecimentos de 
riscos e benefícios 
Mentorando, esse é o tipo de questão 
em que não podemos nos descuidar. No 
caso em questão, temos um senhor de 
69 anos de idade com suspeita de 
câncer de próstata (noctúria) e com 
múltiplas comorbidades. E aqui temos 
um dilema ético, pois, enquanto o 
paciente, lúcido e orientado, manifesta 
o desejo de não realizar os exames de 
rastreamento do câncer de próstata, a 
filha do paciente insiste que os exames 
devem ser feitos. E agora, como o 
médico deve proceder? 
Antes de mais nada, precisamos 
reconhecer que a forma de exercer a 
medicina mudou ao longo dos anos. 
Antes, o médico apenas informava o 
que deveria ser feito. Hoje em dia, o 
médico informa sobre as 
possibilidades terapêuticas e 
estabelece um acordo a respeito de 
qual é a melhor solução para cada 
paciente. E é nesse contexto que entra 
o conceito de Tomada de Decisão 
Compartilhada (TDC), modalidade em 
que o paciente é estimulado a decidir 
sobre o próprio tratamento a partir do 
diálogo sobre as opções existentes, a 
relação risco-benefício de cada uma das 
opções e o diálogo decisional a partir das 
preferências dos pacientes. 
Um adendo: excetuando-se o câncer de 
pele não-melanoma, quais são os tipos 
de câncer de localização primária mais 
comuns (maior incidência) nos 
homens, em ordem decrescente, 
segundo dados do INCA (Instituto 
Nacional do Câncer) de 2020? 
• Próstata; 
• Cólon e Reto; 
• Pulmão; 
• Estômago; 
• Cavidade Oral; 
• Esôfago. 
E quais são os tipos de câncer de 
localização primária com maior índice 
de mortalidade nos homens, em ordem 
decrescente, segundo dados do INCA 
(Instituto Nacional do Câncer) de 2019? 
• Pulmão; 
• Próstata; 
• Cólon e Reto; 
• Estômago; 
• Fígado e vias biliares intra-
hepáticas; 
• Pâncreas. 
Vamos agora analisar as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O paciente é 
lúcido e orientado. Logo, a decisão 
sobre o tratamento deve ser 
compartilhada com a família e com o 
médico. 
Alternativa B - Incorreta: A noctúria 
não necessariamente se deve ao 
histórico de AVC isquêmico. A 
hiperplasia prostática pode ser devido 
ao processo de envelhecimento, porém, 
precisamos verificar a possibilidade de 
investigação diagnóstica. 
Alternativa C - Incorreta: O câncer de 
próstata é o tipo de câncer com maior 
incidência entre os homens, e não 
prevalência. Cuidado, mentorando, as 
questões adoram pregar essas peças 
nos candidatos que não leem com 
atenção. 
Alternativa D - Correta: O paciente e a 
família devem estar cientes das 
possibilidades diagnósticas e das 
vantagens e desvantagens da 
realização do rastreamento do câncer 
de próstata, devendo a autonomia de 
decisão do paciente ser respeitada ao 
longo do processo de escolha da 
conduta mais adequada. 
Portanto, o gabarito é a alternativa D 
_________________________________ 
77. Uma mulher com 52 anos de idade 
apresenta queixa de sangramento 
uterino anormal com aumento do fluxo 
e diminuição do intervalo entre os 
sangramentos há 3 meses. A paciente 
possui histórico de 2 partos e 
laqueadura tubária há 18 anos. Nega 
comorbidades. Seus exames clínicos e 
ginecológicos estão sem 
anormalidades. A ultrassonografia 
transvaginal visualizou espessamento 
focal endometrial com fluxo ao doppler. 
Nesse caso, a principal conduta médica 
a ser realizada é 
A) solicitar histeroscopia com biópsia. 
B) indicar histerectomia total. 
C) fazer ecografias periódicas. 
D) prescrever progesterona. 
CCQ: Saber qual a conduta diante de 
um espessamento de endométrio 
Uma paciente que possui 
espessamento do endométrio pode 
apresentar sangramento aumentado, 
sangramento entre os ciclos menstruais 
ou sangramento na menopausa. Uma 
vez detectado por ultrassonografia, é 
necessário aprofundar a investigação, já 
que esse espessamento pode 
representar uma hiperplasia atípica ou 
câncer de endométrio. 
Alternativa A - Correta. A 
histeroscopia combinada com a biópsia 
direta é o método mais adequado para 
aprofundar a investigação da doença de 
base do espessamento do endométrio, 
além de permitir biópsias dirigidas, com 
menor risco de erro de amostragem. 
Alternativa B - Incorreta. A 
histerectomia total pode ser indicada 
caso seja diagnosticado câncer de 
endométrio. 
Alternativa C - Incorreta. Nesse caso, o 
ideal é continuar a investigação com 
histeroscopia e biópsia e não apenas 
com ecografias periódicas. 
Alternativa D - Incorreta. Primeiro é 
importante aprofundar a investigação 
para posteriormente definir o 
tratamento mais adequado. 
Portanto, gabarito é a alternativa A 
_________________________________ 
78. Um homem de 50 anos de idade 
realiza investigação ambulatorial 
devido ao aumento de transaminases: 
AST = 122 U/L (valor de referência: < 38 
U/L) e ALT = 142 U/L (valor de 
referência: < 41 U/L) evidenciado em um 
exame de rotina. O paciente consome 5 
latas de cerveja diariamente e nega o 
uso de drogas ilícitas. Não apresenta 
queixas clínicas. Os exames 
laboratoriais solicitados para a 
investigação demonstraram o que está 
apresentado no quadro a seguir. Com 
base nos aspectos clínicos e 
laboratoriais, o diagnóstico e a conduta 
neste momento devem ser, 
respectivamente, 
 
A) hepatite B crônica; indicar vacinação. 
B) hepatite B aguda; indicar interferon 
alfa peguilado. 
C) hepatite C curada; orientar 
interrupção do etilismo. 
D) hepatite B crônica; orientar 
interrupção do etilismo. 
CCQ: Saber o diagnóstico laboratorial 
de hepatite B crônica 
Fala, pessoal, questão muito frequente 
nas provas, então se você ainda não 
sabia como identificar os tipos de 
hepatite B, aproveite esta questão para 
aprender. 
O vírus da hepatite B possui várias 
sorologias disponíveis, que são: 
• Antígeno S (HbSAg) : Este 
antígeno com s de superfície, 
está presente na membrana do 
vírus! 
• Anticorpo anti-antígeno S (Anti 
HbS): Anticorpo gerado a partir 
do contato com o antígeno S, 
que pode ser a partir de uma 
infecção ou a partir da vacina. 
• Antígeno C (HbCAg): Antígeno 
do "coração" do vírus - este aqui 
não pode ser detectado! 
Somente os anticorpos estarão 
presentes! 
• Anticorpo anti-antígeno C (Anti 
HbC): Este sim pode ser dosado, 
e é importantíssimo, pois só se 
encontra elevado em pacientes 
que realmente tiveram contato 
com o vírus! Pode ainda ser 
dividido em IgM e IgG, o qual 
denota um contato com o vírus 
recente ou viral. Repetindo, 
este anticorpo não se eleva em 
pessoas vacinadas! 
• Antígeno E e anticorpo anti AgE: 
Estes 2 são menos cobrados, e 
demonstram replicação viral. 
Por que é tão importante sabermos 
disso? A partir destas sorologias, 
podemos dizer se é uma hepatite 
crônica ou aguda, ou até mesmo se 
temos uma imunidade por vacina. Os 
principais padrões são: 
• Anti-HbS positivo + Anti-HbC 
negativo + HbSAg negativo = 
Imunidade por vacinação 
• Anti-HbS positivo + Anti-HbC 
positivo (geralmente IgG) + 
HbSAgnegativo = Imunidade 
por contato com o vírus (o 
paciente teve a infecção e 
obteve cura espontânea) 
• Anti-HbS negativo + Anti-HbC 
positivo (geralmente IgM) + 
HbSAg positivo = Paciente 
apresenta a doença aguda pela 
hepatite B 
• Anti-HbS negativo + Anti-HbC 
positivo (geralmente IgG) + 
HbSAg positivo = Hepatite B 
crônica 
Temos algumas variantes a partir da 
presença de IgG, ou até mesmo da 
presença concomitante de Anti-HbS 
com o próprio antígeno HbS, mas não 
são tão cobradas em provas. 
Portanto, podemos já distinguir que 
nosso paciente apresenta Hepatite B 
crônica! Agora vem um detalhe, que 
devemos gravar com muita atenção: 
todo paciente com Hepatite (sem 
importar a etiologia) deve ser orientado 
à interrupção do etilismo. 
Portanto, o gabarito é alternativa D: 
hepatite B crônica; orientar 
interrupção do etilismo. 
_________________________________ 
79. Uma paciente com 45 anos de idade 
apresenta queixa de astenia, mal-estar 
e tosse seca persistente. Ela procurou 
assistência médica em Unidade Básica 
de Saúde. Em seu exame físico, notou-
se adenomegalia cervical bilateral, sem 
outros achados. Foi realizada a 
radiografia de tórax, conforme exibido 
na imagem. No atendimento 
ambulatorial, foi realizada a biópsia de 
um dos nódulos que revelou células 
gigantes, multinucleadas em aspecto 
de ""olhos de coruja"" e do subtipo 
esclerose nodular. De acordo com os 
achados radiográficos e 
histopatológicos, a conduta indicada é 
encaminhar a paciente para 
 
A) rede UNACON/CACON de 
assistência oncológica. 
B) hospital terciário para tratamento 
especializado em infectologia. 
C) hospital terciário para tratamento 
especializado em Cirurgia Torácica. 
D) hospital terciário para tratamento 
especializado em Cirurgia de Cabeça e 
Pescoço. 
CCQ: Saber que o paciente com 
linfoma de Hodgkin deve ser 
encaminhado para tratamento na 
rede UNACON/CACON 
Pessoal, questão importante sobre 
linfoma! A paciente se apresenta com 
alargamento mediastinal, identificado 
na radiografia de tórax, associado a 
adenomegalia cervical e células de 
Reed-Sternberg na biópsia (células 
gigantes, multinucleadas, em “olhos de 
coruja”). 
Esse quadro é sugestivo de Linfoma de 
Hodgkin, que deve ser tratado com 
quimio e radioterapia a depender do 
estadiamento. Para isso, devemos 
encaminhar a paciente para a rede 
UNACON/CACON de assistência 
oncológica. 
A Política Nacional de Prevenção e 
Controle do Câncer determina que o 
tratamento do câncer pelo SUS deve ser 
feito de forma integral nas Unidades de 
Assistência de Alta Complexidade 
(UNACON) e Centros de Assistência de 
Alta Complexidade em Oncologia 
(CACON). 
Lembre-se que o linfoma de Hodgkin se 
apresenta com disseminação por 
contiguidade, o acometimento 
extranodal é raro e o mediastinal é 
comum. Costuma acometer pacientes 
mais jovens e tem melhor prognóstico. 
Vamos às alternativas? 
Alternativa A – Correta: Paciente com 
suspeita de linfoma de Hodgkin, 
portanto, deve ser encaminhada para 
assistência oncológica. 
Alternativa B – Incorreta: O quadro da 
paciente não parece ser infeccioso, por 
isso não faz sentido encaminhá-la para 
um centro de infectologia. 
Alternativa C – Incorreta: O 
tratamento do linfoma de Hodgkin não 
é cirúrgico, portanto não devemos 
encaminhar a paciente para a cirurgia. 
Alternativa D – Incorreta: Assim como 
o item anterior, não devemos 
encaminhá-la para uma unidade 
cirúrgica. 
Portanto, o gabarito é a alternativa A 
_________________________________ 
80. Uma mulher de 45 anos de idade 
comparece à Unidade de Saúde da 
Família do seu bairro pedindo 
atendimento de urgência devido a 
fortes dores nos braços e costas. A 
paciente já realiza acompanhamento 
regular por quadro depressivo de difícil 
controle, iniciado há 4 meses. Foi 
referenciada a um Centro de Atenção 
Psicossocial, porém, ainda não 
conseguiu agendamento. Em seu 
exame físico, constatou-se a presença 
de hematomas e de escoriações em 
membros superiores e na região 
lombar. Ao final da consulta, 
confidencia sofrer agressões físicas 
frequentes pelo marido. Nesse caso, a 
conduta médica indicada será 
A) Acionar a polícia sobre violência 
intradomiciliar à mulher e planejar uma 
intervenção familiar. 
B) realizar encaminhamento à 
psiquiatria, pois na Atenção Primária à 
Saúde não é possível manejar esse caso. 
C) solicitar avaliação pela equipe do 
Núcleo de Apoio à Saúde da Família 
(NASF, que decidirá o melhor plano 
terapêutico. 
D) agendar consulta compartilhada 
com a equipe do NASF para decisão de 
abordagens interprofissionais. 
CCQ: Saber que o Núcleo Ampliado de 
Saúde da Família apresenta uma 
equipe multiprofissional que atua de 
forma integrada com a Equipe de 
Saúde da Família 
Tema de grande relevância para a 
prática clínica. Vamos entender qual o 
papel da equipe de estratégia de saúde 
da família (ESF) em relação à violência 
doméstica! 
Pode-se dizer que é de 
responsabilidade das ESF conhecer, 
discutir e identificar as pessoas 
vulneráveis à violência intrafamiliar 
na população adscrita, facilitando a 
definição de ações a serem 
desenvolvidas com a finalidade de 
intervir preventivamente ou confirmar 
um diagnóstico e viabilizar a adoção das 
medidas adequadas ao enfrentamento 
das diversas situações de violência 
intrafamiliar. 
Nesse sentido, a equipe da ESF deve 
estar capacitada para orientar e dar 
suporte às pessoas em situação de 
violência, ajudando-as a 
compreenderem, analisarem e 
tomarem as decisões pertinentes à 
problemática. Esse suporte deve 
agregar a rede de serviços 
especializados das áreas de saúde, 
social, de segurança e justiça e da 
comunidade, envolvendo as 
associações de moradores, os grupos de 
mulheres e religiosos, entre outros. 
Ademais, vamos relembrar quais são os 
tipos de violências que existem: 
- Violência física: ações que ofendam a 
integridade ou a saúde do corpo, como: 
bater ou espancar, empurrar, atirar 
objetos na direção de uma pessoa, 
sacudir, chutar, apertar, queimar, cortar 
ou ferir. 
- Violência psicológica: ações que 
causam danos emocionais e diminuição 
da autoestima, ou que visem degradar 
ou controlar seus comportamentos, 
crenças e decisões; mediante ameaça, 
constrangimento, humilhação, 
manipulação, isolamento, vigilância 
constante, perseguição contumaz, 
insulto, chantagem, violação de sua 
intimidade, ridicularização, exploração 
e limitação do direito de ir e vir, ou 
qualquer outro meio que cause prejuízo 
à saúde psicológica e à 
autodeterminação. - Violência sexual: 
ações que forcem a pessoa a fazer, 
manter ou presenciar ato sexual sem 
que ela queira, por meio de força, 
ameaça ou constrangimento físico ou 
moral. - Violência patrimonial: ações 
que envolvam a retirada de dinheiro 
conquistado pela pessoa com seu 
próprio trabalho, assim como destruir 
qualquer patrimônio, bem pessoal ou 
instrumento profissional. - Violência 
moral: ações que desonram a pessoa 
diante da sociedade com mentiras ou 
ofensas. É, também, acusá-la 
publicamente de ter praticado crime. 
Após essa revisão, vamos ler as 
alternativas e achar nossa resposta! 
Alternativa A – Incorreta: O médico 
deve notificar a agressão e estimular a 
pessoa a buscar ajuda por meio da 
autoridade policial. 
Alternativa B – Incorreta: A questão 
afirma que a paciente já foi referenciada 
ao CAPS, contudo, não conseguiu a 
vaga. Apesar de o acompanhamento 
com o psiquiatra e psicólogo ser 
fundamental para o tratamento da 
paciente, visto que ela apresenta um 
quadro de depressão, essa não é a única 
forma que a equipe pode ajudá-la. É 
necessário que a equipe busque a rede 
apoio e serviços que possam contribuir 
com a saúde dessa mulher como um 
todo. 
Alternativa C – Incorreta: A equipe 
multiprofissional do NASF, sem 
dúvidas, ajudará para o planoterapêutico desta paciente, contudo, 
não é possível retirar a responsabilidade 
da equipe da UBS, pois essas duas 
equipes trabalham de forma integrada. 
Alternativa D – Correta: Como falamos 
no item acima, é fundamental que a 
equipe da UBS possa contar com a 
equipe do NASF, para que de forma 
conjunta, busquem solucionar os 
problemas relacionados à saúde dessa 
paciente. 
Portanto, ficamos com a letra D como 
gabarito 
_________________________________ 
81. Um pré-escolar com 3 anos de 
idade, previamente hígido, é atendido 
no pronto-socorro. A mãe relata que 
seu filho apresentou manchas no corpo 
há 2 dias. Além disso, refere que a 
criança esteve resfriada no mês anterior 
e que melhorou após 5 dias. Durante o 
exame físico, estava afebril, alerta, com 
múltiplas petéquias em membros e 
tronco, pequenos hematomas em 
joelhos, ausência de visceromegalias ou 
linfonodomegalia. O exame de 
esfregaço de sangue periférico mostra 
plaquetas de 57 000/mm³ (valor de 
referência: 150 000 a 450 000/mm³), 
com macroplaquetas; células 
vermelhas e brancas com morfologia e 
quantidade normais. Nesse caso, o 
diagnóstico provável e a conduta 
adequada são, respectivamente, 
A) leucemia; aspiração e biópsia de 
medula óssea. 
B) púrpura trombocitopênica 
idiopática; seguimento clínico. 
C) púrpura trombocitopênica 
idiopática; corticoide em altas doses. 
D) leucemia; exames de citometria de 
fluxo e imuno-histoquímicos. 
CCQ: Reconhecer o diagnóstico e a 
conduta da púrpura trombocitopênica 
idiopática 
Mentorando, questões de hematologia 
costumam ser uma pedra no sapato de 
muitos candidatos, por isso não 
podemos deixar de revisar o assunto. 
Nessa questão temos um menino de 
três anos com histórico de resfriado há 
um mês, em bom estado geral, porém, 
com surgimento de múltiplas petéquias 
em membros e tronco, além de 
hematomas em joelhos e sem 
hepatoesplenomegalia ou 
linfonomegalia associadas. Ao se 
realizar o esfregaço periférico, observa-
se plaquetopenia com macroplaquetas 
e não se observam alterações nas séries 
vermelhas ou brancas. E por qual 
motivo esse esfregaço foi fundamental 
para acertarmos a questão? Porque nas 
leucemias iríamos observar alterações 
nessas séries. Lembre-se, mentorando: 
na leucemia mieloide, observamos 
alterações tanto na série vermelha 
como nas plaquetas devido a um 
precursor em comum. Já na leucemia 
linfoide, observaríamos alteração na 
série branca. 
Um algo a mais: qual é a leucemia mais 
comum na infância? A leucemia linfoide 
aguda. E nos adultos? A leucemia 
mieloide aguda. Guarde essas 
informações com carinho. 
Voltando à questão: 
A Púrpura trombocitopênica idiopática, 
ou trombocitopenia primária imune, é 
causada pela destruição imunomediada 
das plaquetas, geralmente 
desencadeada por um quadro 
infeccioso prévio. É a principal causa de 
trombocitopenia na infância. O 
diagnóstico é de exclusão e é 
considerado quando se observa 
sangramento isolado sem 
manifestações sistêmicas associado à 
plaquetopenia abaixo de 100 mil/mm3, 
ausência de hepatomegalia ou 
linfadenomegalia e com esfregaço de 
sangue não sugerindo outra etiologia 
(séries branca e vermelha sem 
alterações de etiologia). Em 
aproximadamente 85% dos casos a 
evolução é benigna e autolimitada, com 
recuperação completa em até seis 
meses. Costuma afetar crianças de dois 
a cinco anos ou adolescentes saudáveis, 
com apresentação súbita do quadro 
clínico após infecção ou após a 
aplicação de algumas vacinas, tais 
como da hepatite B e da tríplice viral. 
E o tratamento? O objetivo aqui é 
manter o nível de plaquetas estável a 
fim de evitar hemorragias. Em casos de 
manifestações exclusivamente 
cutâneas, a conduta é expectante, com 
seguimento clínico. A transfusão de 
plaquetas, imunossupressão com 
corticoides ou uso de imunoglobulina é 
considerada apenas em casos graves 
com instabilidade hemodinâmica ou 
comprometimento cardiovascular. 
Vamos às alternativas? 
Alternativa A - Incorreta: Na leucemia 
haveria alteração morfológica ou na 
série branca ou na série vermelha, fora 
que a biópsia de medula óssea é 
inadequada para o caso por ser um 
exame invasivo. 
Alternativa B - Correta: Temos aqui 
plaquetopenia sem linfonodomegalia 
ou hepatoesplenomegalia, com 
sangramento espontâneo na pele e sem 
comprometimento do estado geral - ou 
seja, um quadro compatível com o 
diagnóstico de púrpura 
trombocitopênica idiopática. Logo, a 
conduta é expectante, com seguimento 
clínico para avaliação dos níveis de 
plaquetas. 
Alternativa C - Incorreta: Não 
utilizamos imunossupressores em casos 
leves, pois a maioria dos casos evolui 
satisfatoriamente sem a necessidade de 
intervenção farmacológica. 
Alternativa D - Incorreta: O 
diagnóstico não é compatível com 
leucemia, logo, não há necessidade de 
imunofenotipagem para identificação 
dos marcadores e da linhagem afetada. 
Logo, o gabarito é a letra B. 
_________________________________ 
82. Uma mulher com 25 anos de idade é 
atendida na Unidade Básica de Saúde 
após palpar um nódulo em sua mama 
direita. Na avaliação médica, identifica-
se um nódulo de 1 cm, no maior 
diâmetro, móvel, com consistência 
fibroelástica, regular e indolor. Nesse 
caso, qual deve ser a conduta médica 
inicial? 
A) Punção e citologia. 
B) Exérese do nódulo. 
C) Seguimento ecográfico. 
D) Encaminhamento ao Centro de 
Oncologia. 
CCQ: Reconhecer as características 
sugestivas de malignidade em um 
nódulo de mama 
A conduta frente a um nódulo de mama 
e a uma classificação de BI-RADS são 
tópicos frequentemente abordados nas 
provas. Por isso, aproveite essa questão 
para revisar. 
Em relação a um nódulo mamário 
palpável no exame físico, são 
características sugestivas de 
malignidade: 
• consistência endurecida; 
• aderência aos planos profundos; 
• nódulo mal definido e/ou 
irregular; 
• lesão cutânea associada ou 
sobrejacente. 
Segundo o fluxograma da FEBRASGO, 
por se tratar de uma paciente com 
menos de 30 anos, a investigação inicial 
de um nódulo mamário, independente 
de suas características no exame físico, 
é com ultrassonografia. 
Além disso, como as características da 
lesão sugerem benignidade, se essas 
características forem confirmadas na 
ultrassonografia, a conduta é 
seguimento ultrassonográfico, 
conforme consta na alternativa C. 
Alternativa A - Incorreta: Caso a 
consistência fosse cística ou houvesse 
uma ultrassonografia indicando um 
cisto simples e a paciente fosse 
sintomática, a punção (sem 
necessidade de citologia) poderia ser 
uma opção. No entanto, nessa questão 
o nódulo tem consistência fibroelástica, 
não cística. 
Alternativa B - Incorreta: Além de não 
ter características de malignidade no 
exame físico, a paciente também não 
tem exames de imagem que sugerem 
malignidade. Ou seja, para essa 
paciente do caso clínico, a exérese do 
nódulo não é a conduta inicial. 
Alternativa C - Correta: Conforme 
discutido acima. 
Alternativa D - Incorreta: Um nódulo 
sem características de malignidade não 
tem indicação de iniciar seguimento 
com a oncologia. Pela descrição clínica, 
provavelmente trata-se de um 
fibroadenoma, uma lesão mamária 
benigna. 
Portanto, o gabarito é a letra C. 
________________________________ 
83. Um paciente com 32 anos de idade, 
tabagista, com histórico de 
epigastralgia, apresentou, há cerca de 4 
horas, quadro de hematêmese e 
melena. Ao chegar a um pronto-socorro 
hospitalar, encontrava-se com PA = 90 x 
50 mmHg e FC = 112 bpm. No local, 
foram realizadas reposição volêmica 
com normalização dos parâmetros 
hemodinâmicos bem como endoscopia 
digestiva alta, que evidenciou úlcera 
péptica localizada na incisura angularis 
do estômago, com vaso visível, porém 
sem sangramento ativo. Realizou-se, 
então, terapia combinada de 
hemostasia da úlcera. Nesse caso, a 
condutaimediata adequada para o 
paciente é indicar 
A) internação hospitalar e preparação 
para a cirurgia de emergência. 
B) internação hospitalar, octreotide 
endovenoso e repetição da endoscopia 
em 48 horas. 
C) internação hospitalar, inibidor de 
bomba de prótons endovenoso e 
monitorização hemodinâmica não 
invasiva. 
D) alta hospitalar, inibidor de bomba de 
prótons por via oral por 30 dias e 
repetição de endoscopia digestiva alta 
em 3 meses. 
CCQ: Saber que em caso de Forrest IIa 
devemos realizar o tratamento 
clínico-endoscópico com IBP EV 
Fala pessoal! Questão sobre HDA 
(hemorragia digestiva alta). Na EDA foi 
evidenciada úlcera péptica com VASO 
VISÍVEL. Vamos revisar a classificação 
de Forrest? 
Forrest I – hemorragia ativa 
• Ia – sangramento em jato; 
• Ib – babando. 
Forrest II – sinais de hemorragia 
recente 
• IIa – vaso visível; 
• IIb – coágulo; 
• IIc – hematina. 
Forrest III – úlcera com base clara 
Portanto, nosso paciente tem uma 
classificação de Forret IIa e já foi tratado 
corretamente através de terapia 
combinada para hemostasia. 
O que a questão quer saber é o que 
precisamos fazer após isso, então bora 
conferir! 
Alternativa A – Incorreta: Nosso 
paciente não precisa de cirurgia de 
emergência visto que já foi 
adequadamente tratado através de 
terapia endoscópica. 
Alternativa B – Incorreta: O octreotide 
é um vasoconstritor esplâncnico 
indicado nos casos de HDA de origem 
VARICOSA, o que não é o caso da 
questão. 
Alternativa C – Correta: Exatamente 
isso, mentorando! Precisamos internar 
esse paciente, utilizar IBP e monitorá-
lo! 
Alternativa D – Incorreta: Não 
devemos dar alta hospitalar para um 
paciente com Forrest Ia que ainda tem 
chance de Ressangramento! 
Portanto, alternativa correta letra C. 
_________________________________ 
84. Uma mulher de 58 anos de idade, 
portadora há longa data de diabete 
melito tipo 2 e de hipertensão arterial 
sistêmica (HAS), é internada em 
hospital terciário com queixas de 
náuseas, vômitos, soluços e dor 
precordial ventilatório-dependente. O 
quadro se iniciou na véspera, quando 
procurou o pronto-socorro, onde 
realizou alguns exames 
complementares que revelaram glicose 
= 145 mg/dL (valor referência: 70 a 99 
mg/dL), ureia = 264 mg/dL (valor 
referência: 20 a 40 mg/dL), creatinina = 
12,8 mg/dL (valor de referência: 0,7 a 1,2 
mg/dL) e potássio = 5,8 mEq/L (valor de 
referência: 3,5 a 5,2 mEq/L), além da 
presença, no eletrocardiograma 
convencional, de supradesnivelamento 
difuso (exceto em AVR e V1) do 
segmento ST, com ondas T positivas 
(exceto as duas derivações anteriores) e 
infra do segmento PR. Foi administrado 
gluconato de cálcio e endovenoso e 
resina de troca catiônica via oral (VO), 
sendo solicitada transferência para 
internação hospitalar. A paciente havia 
parado de fazer acompanhamento 
médico regular, não comparecendo às 
consultas nos 2 últimos anos. 
Entretanto, continuava fazendo uso dos 
seguintes fármacos: metformina 500 
mg VO duas vezes ao dia; 
hidroclorotiazida 25 mg/dia VO; e 
anlodipino 10 mg VO duas vezes ao dia. 
Durante exame físico, a paciente se 
revela sonolenta, bradipsíquica, com 
hálito desagradável em com soluços. 
Está hipocorada (2+/4+), com mucosas 
úmidas, acianótica, anictérica e afebril. 
O ritmo cardíaco é regular, em 2 
tempos, sendo auscultado um ruído 
sistólico rude em borda esternal 
esquerda baixa, além de um sopro 
sistólico de baixa intensidade 
pancardíaco. Há turgência jugular 
patológica, mas não há pulso paradoxal 
arterial ou venoso. Além disso, 
apresenta PA = 180 x 100 mmHg; FC = 
122 bpm; FR 26 irpm. A ausculta 
pulmonar evidencia redução no 
murmúrio vesicular nas bases, 
estendendo-se ao terço médio do 
hemitórax direito. Membros inferiores 
revelam edema 2+/4+, não havendo 
sinais de trombose venosa. 
Considerando o caso apresentado, 
assinale a alternativa que indica 
corretamente quais são as condutas 
que o plano de cuidados dessa paciente 
deve incluir nesse momento. 
A) Iniciar terapia dialítica imediata por 
via de uma fístula arteriovenosa; 
melhorar o controle glicêmico através 
da associação de insulinização ao 
fármaco hipoglicemiante já em uso; e 
ajustar os fármacos para controle da 
HAS, incluindo a associação de 
furosemida ao esquema em curso. 
B) Providenciar acesso venoso profundo 
com cateter duplo lúmen para início de 
terapia dialítica; suspender o esquema 
antidiabético oral, mantendo controle 
glicêmico apenas através de 
insulinização; e ajustar os fármacos 
para controle de HAS, incluindo a 
suspensão do uso da hidroclorotiazida. 
C) Puncionar o líquido pericárdico para 
definir a causa da pericardite, tratando-
a adequadamente; melhorar o controle 
glicêmico através da associação de 
insulinização ao fármaco 
hipoglicemiante já em uso; e ajustar os 
fármacos para controle da HAS, 
incluindo a suspensão do uso da 
hidroclorotiazida. 
D) Encaminhar a paciente para a 
cateterismo coronário e possível 
revascularização percutânea; 
suspender o esquema antidiabético 
oral, mantendo controle glicêmico 
apenas através de insulinização; e 
ajustar os fármacos para controle da 
HAS, incluindo a associação de 
furosemida ao esquema em curso. 
CCQ: Reconhecer quadro clínico de 
uremia 
Fala Pessoal! Questão longa que tenta 
nos complicar com um quadro clínico 
exuberante! De vários sistemas, mas 
tudo poderia ser explicado por apenas 1 
causa, a uremia! 
Um paciente com insuficiência renal 
crônica, pode vir a desenvolver uremia, 
um quadro pelo acúmulo de ureia, que 
não consegue ser excretada pelo rim. 
Os sintomas mais comuns são: 
• Náuseas, vômitos, sonolência, 
torpor, coma. 
• Derrame pericárdico ou pleural. 
• Confusão mental, convulsões, 
anorexia. 
• Soluço. 
Note que o paciente apresenta os 
sintomas em negrito, e além disso, 
temos alguns exames para analisar! 
Preste atenção na ureia (264 mg/dL) e 
na creatinina (12,8 mg/dL) só com estes 
exames, já pensamos diretamente em 
uma disfunção renal! E a banca nos 
ajuda mais ainda: 
• ECG com supradesnivelamento 
difuso do segmento ST = 
Pericardite. 
O paciente apresenta todos os sintomas 
prováveis de uma síndrome uremica! 
Por isso é nossa principal hipótese 
diagnóstica. 
O tratamento para a mesma, é a 
hemodiálise de urgência, pois o 
paciente esta com uremia grave. 
Se é de urgência, não temos tempo de 
confeccionar uma fístula artério-
venosa! E por isso, a diálise deve ser 
feita por uma via venosa central. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Como citado, 
não podemos fazer a diálise por uma 
fístula artério-venosa! Pois não temos 
tempo para prepara-lá. 
Alternativa B - Correta: Exatamente 
como explicado acima! Quadro muito 
sugerente de uremia, e devemos fazer a 
diálise de urgência para estabilizarmos 
o paciente. 
Alternativa C - Incorreta: Nossa causa 
provável de pericardite é a uremia! 
Pelos níveis séricos de ureia e creatinina 
já temos nossa principal suspeita! Por 
isso não precisamos fazer a punção do 
líquido pericárdico. 
Alternativa D - Incorreta: Aqui a banca 
tenta nos fazer pensar em uma 
síndrome coronariana pela presença de 
supra de ST, mas lembre-se! Supra de 
ST em múltiplas derivações devemos 
pensar em pericardite! Ainda mais o 
dado semiológico da dor, que é 
ventilatório dependente. 
Portanto, o gabarito é alternativa B. 
_________________________________ 
85. Uma mulher, G2P1A0, com 26 anos 
de idade, 39 semanas de gestação, 
apresenta-se na maternidade em 
franco trabalho de parto. O obstetra 
realiza o parto vaginal sem 
intercorrências. Na assistência ao 
terceiro período da parição, ainda na 
sala de parto, logo após a saída do 
recém-nascido, o médico solicita que a 
equipe de enfermagem administre 
ocitocina, de forma intramuscular. O 
médico também realiza a tração 
controlada do cordãoumbilical. Após o 
desprendimento da placenta, a 
paciente é encaminhada para a 
enfermaria. No entanto, cerca de 10 
minutos depois, ela apresenta 
sangramento intenso, taquicardia e 
hipotensão. O obstetra realiza 
massagem uterina e solicita a 
instalação de ocitocina endovenosa, de 
soro fisiológico, além da administração 
de misoprostol via oral. Diante das 
condutas realizadas, assinale a 
alternativa correta. 
A) Na sala de parto, o médico deveria 
ter prescrito misoprostol ao invés de 
ocitocina após o desprendimento do 
feto. 
B) Caso a paciente persista com 
sangramento, a próxima conduta do 
médico será indicar histerectomia. 
C) O médico deveria ter realizado a 
extração manual da placenta, seguida 
de curagem ou curetagem. 
D) O uso de misiprostol via oral justifica-
se por seu início de ação rápido. 
CCQ:Na atonia uterina, o misoprostol 
administrado por via oral tem início de 
ação mais rápido 
Questão sobre manejo de atonia 
uterina. Tema muito importante para as 
provas. Vamos lá!! 
A atonia uterina é a principal causa de 
hemorragia no pós-parto, sendo esta 
uma importante causa de 
morbimortalidade materna no Brasil e 
no mundo. As outras principais causas 
de morte materna são hipertensão e 
infeccão. 
O manejo dessas pacientes é baseado 
na compressão uterina bimanual 
associada a utilização de uterotônicos 
e de antifibrinolíticos (ácido 
tranexâmico). O uterotônico de 
primeira linha é a ocitocina. Os outros 
uterotônicos utilizados são os 
derivados da ergot e o misoprostol 
(por via retal ou oral). Caso essas 
medidas não funcionem, pode-se tentar 
o balão intraútero, ligadura ou 
embolização de artérias 
uterinas/hipogástricas ou sutura de B-
lynch e por fim, a histerectomia (caso 
todas as outras medidas sejam 
insuficientes ou indisponíveis). 
Lembre-se que existe uma forma de 
prevenção da hemorragia no pós-
parto: a administração de ocitocina IM 
de forma universal logo após o parto. 
Visto isso, vamos às alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: Como vimos, 
após o desprendimento do feto deve-se 
administrar ocitocina para todas as 
pacientes. 
Alternativa B – Incorreta: Existem 
diversas medidas (balão intraútero, 
ligadura de artérias, sutura de B-Lynch) 
antes que o médico precise indicar uma 
histerectomia. 
Alternativa C – Incorreta: Não há 
indicação de extração manual da 
placenta, ou de curetagem uterina. 
Alternativa D – Correta: O misoprostol 
pode ser administrado por via retal ou 
por via oral. Pela via oral o seu inicio de 
ação é de 7 a 11 minutos. E por via retal, 
o inicio de ação é de 15 a 20 minutos. 
Portanto, o gabarito é a letra D 
_________________________________ 
86. Um recém-nascido a termo, com 24 
horas de vida e peso de nascimento de 3 
200 g, realiza o teste de triagem 
neonatal para cardiopatia congênita 
crítica (Teste do Coraçãozinho) com os 
seguintes resultados: Saturação de O₂ 
em membro superior direito (MSD) de 
97 % e em membro inferior direito 
(MID) de 93 %. A conclusão do resultado 
do teste e a conduta médica indicada 
em relação ao caso são, 
respectivamente, 
A) teste normal e a criança deve 
permanecer por mais 24 horas no 
alojamento conjunto para observação 
e, então, poderá ser liberada para casa. 
B) teste limítrofe e deve ser repetido 
após 12 horas de intervalo e, se persistir 
com saturação de MID < 95%, deve ser 
solicitada ecocardiografia. 
C) teste alterado e deve ser solicitado 
exame radiológico de tórax e avaliação 
cardiológica com ecocardiografia para 
esclarecimento. 
D) teste alterado e deve ser repetido 
após 1 hora de intervalo e, se persistir 
com alteração, deverá ser solicitada 
ecocardiografia. 
CCQ: Oximetria < 95% e diferença 
entre os membros maior ou igual a 3% 
= teste do coraçãozinho alterado, cuja 
conduta é repetir o teste em 1 hora e - 
se alterado - devemos solicitar 
ecocardiograma 
O teste do coraçãozinho consiste em 
realizar a aferição da oximetria de pulso 
nos recém-nascidos aparentemente 
saudáveis com idade gestacional > 34 
semanas. 
• Local de aferição: membro 
superior direito e um dos 
membros inferiores; 
• Momento da aferição: entre 24 e 
48 horas de vida, antes da alta 
hospitalar. 
O resultado é normal quando a 
saturação periférica é ≥ 95% em ambas 
as medidas, sendo a diferença entre 
elas < 3%. Assim, quando qualquer 
medida é < 95% ou a diferença entre 
elas é ≥ 3%, temos um teste anormal. 
Diante da alteração, a conduta é realizar 
um novo teste em 1 hora e - se 
novamente alterado - realizar um 
ecocardiograma dentro de 24 horas. 
Sabendo disso, vamos analisar o nosso 
paciente! Trata-se de um RN a termo, 
com 24 horas de vida, que realiza o teste 
do coraçãozinho, cujo resultado é: 
saturação de 97% em MSD e de 93% em 
MID. Além de uma das medidas ser 
menor que 95% (a do membro inferior), 
a diferença entre elas é de 4%. Dessa 
maneira, devemos repetir esse teste em 
1 hora e, se continuar alterado, solicitar 
um ecocardiograma. 
Vamos então para as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O teste está 
alterado, uma vez que uma das medidas 
está abaixo de 95% e a diferença entre 
as medidas é de 4%. 
Alternativa B - Incorreta: O teste está 
alterado e deve ser repetido dentro de 
1h. 
Alternativa C - Incorreta: Diante de um 
teste alterado, a conduta inicial é 
realizar um novo teste em 1 hora, e não 
solicitar radiografia de tórax. 
Alternativa D - Correta: Como visto 
acima, o teste está alterado pois um dos 
membros está menor que 95% e a 
diferença entre as duas medidas é 
maior do que 3%, então devemos 
repeti-lo em 1 hora. Solicitar um 
ecocardiograma, apenas se o novo 
teste também vier alterado. 
Portanto, o gabarito é a letra D 
_________________________________ 
_________________________________ 
87. Uma lactente com 1 ano de idade foi 
levada à Unidade Básica de Saúde para 
atendimento. A mãe relatou que a 
menina apresentava uma tumoração na 
região inguinal direita durante o banho, 
porém que tinha desaparecido no dia 
seguinte. Durante o exame físico, foi 
confirmada uma nodulação na região 
inguinal direita, móvel, indolor, 
redutível e com transiluminação 
negativa. Nesse caso, a suspeita 
diagnóstica e a conduta terapêutica 
corretas são 
A) adenomegalia inguinal e manter 
conduta expectante. 
B) hérnia inguinal e realizar tratamento 
operatório eletivo. 
C) hérnia inguinal e aguardar a 
regressão espontânea até os 5 anos de 
idade. 
D) cisto do canal de Nuck e aguardar a 
regressão espontânea até os 5 anos de 
idade. 
CCQ: As hérnias inguinais na infância 
devem ser operadas de forma eletiva 
Temos uma paciente de 1 ano 
apresentando história tumoração 
inguinal percebida em um dia e que 
sumiu no dia seguinte. Ao exame, foi 
novamente percebida, móvel, indolor e 
passível de redução. Em pacientes 
masculinos (principalmente) 
poderíamos ficar em dúvida entre 
hérnia inguinal e hidrocele 
comunicante, mas o exame de 
transiluminação é capaz de auxiliar 
nessa diferenciação, sendo positivo na 
hidrocele e negativo na hérnia. Lembre-
se de que a hidrocele comunicante 
costuma evoluir ao longo do dia, sendo 
menor de manhã e maior ao final do dia. 
Nesse caso, temos tudo para pensar em 
uma hérnia inguinal redutível. 
Importantíssimo lembrar que o 
tratamento das hérnias inguinais na 
infância é cirurgia eletiva assim que 
possível. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: Uma 
adenomegalia não desapareceria e 
reapareceria dessa maneira. 
Alternativa B – Correta: A descrição é 
compatível com hérnia inguinal e o 
tratamento deve ser a cirurgia eletiva, 
exatamente como colocado na 
afirmativa. 
Alternativa C – Incorreta: A hérnia da 
infância que podemos aguardar que 
regrida espontaneamente até os 4-6 
anos é a umbilical. Lembrando que as 
indicações de tratamento cirúrgico para 
esse tipo de hérnia são:tamanho > 
1,5cm, hérnia inguinal associada ou 
em pacientes > 6 anos. 
Alternativa D – Incorreta: O cisto do 
canal de Nuck, também chamado de 
hidrocele feminina, é uma condição 
rara decorrente da não obliteração do 
processo vaginal. Apresenta-se como 
massa palpável irredutível e 
normalmente indolor. A 
transiluminação nesse caso seria 
positiva, como ocorre na hidrocele 
comunicante masculina. 
Portanto, o gabarito é a letra B. 
_________________________________ 
88. Um homem com 24 anos de idade 
comparece à Unidade de Saúde da 
Família do seu bairro. Há uma semana, 
iniciou quadro de tosse produtiva, febre 
de 38ºC e inapetência. Afirmou fazer 
uso regular de antirretrovirais para 
tratamento de HIV/aids há 2 anos. 
Houve emagrecimento de 5 kg nos 
últimos seis meses. Sem alterações na 
ausculta pulmonar e cardíaca ou nos 
demais itens do exame físico. Qual deve 
ser a conduta médica para a 
investigação diagnóstica desse 
paciente, além da solicitação de 
radiografia de tórax? 
A) Solicitar teste rápido molecular para 
tuberculose, caso haja alteração na 
radiografia de tórax. 
B) Solicitar teste rápido molecular para 
tuberculose e, se negativo, indicar a 
cultura de escarro com teste de 
sensibilidade. 
C) Solicitar teste rápido molecular para 
tuberculose e cultura de escarro com 
teste de sensibilidade já na primeira 
consulta. 
D) Solicitar teste rápido molecular para 
tuberculose e cultura de escarro com 
teste de sensibilidade somente se 
resistência à rifampicina. 
CCQ: Saber que a investigação de 
tuberculose em pacientes HIV + é feita 
com teste rápido molecular e cultura 
do escarro 
Caro aluno Aristo, a coinfecção HIV-TB 
é assunto frequente nas provas! Diante 
de um paciente com febre, sudorese 
noturna, emagrecimento e/ou tosse, 
independentemente da duração, 
devemos investigar tuberculose. 
Esse é exatamente o caso do paciente 
dessa questão, que vem se 
apresentando com tosse, febre e 
emagrecimento. 
Dada a grande vulnerabilidade dos 
pacientes HIV+, recomenda-se que a 
investigação seja feita através de 
diferentes metodologias em conjunto: 
teste rápido ou baciloscopia + cultura 
com teste de sensibilidade. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Não 
devemos esperar um raio X alterado 
para fazer a pesquisa com teste rápido. 
Alternativa B - Incorreta: Devemos já 
iniciar a investigação com diferentes 
metodologias desde o início, de forma a 
não atrasar o início da terapia. 
Alternativa C - Correta: Como 
discutido, já na primeira consulta, 
devemos solicitar teste rápido e cultura. 
Alternativa D - Incorreta: Nos 
pacientes HIV+ já há um risco 
aumentado de resistência à rifampicina, 
assim, está indicado a investigação com 
ambos exames. 
Um extra: lembre-se que a TARV deve 
ser iniciada 15 dias após o início do 
tratamento para tuberculose, em 
pacientes com sintomas de 
imunodeficiência ou CD4 < 50, devido 
ao risco de síndrome da reconstituição 
imune (resposta inflamatória 
exacerbada a infecções devido ao início 
do reestabelecimento da imunidade). 
Nos demais casos, a TARV deve ser 
iniciada após a 8.ª semana de 
tratamento. 
Portanto, o gabarito é a alternativa C 
_________________________________ 
89. Uma lactente com 10 meses de 
idade é levada à Unidade Básica de 
Saúde pela mãe, a qual demonstra 
preocupação pelo contato da filha com 
um tio que, no dia anterior, chegou de 
viagem do exterior com sintomas 
respiratórios e manchas no corpo. Ele 
procurou atendimento no pronto-
socorro e foi diagnosticado como caso 
suspeito de sarampo. A conduta médica 
indicada para a lactente é administrar a 
vacina 
A) tetraviral em até 48 horas após o 
contato com o caso suspeito, sendo 
essa a dose 1, seguida da segunda dose 
aos 12 meses. 
B) tetraviral em até 72 horas após o 
contato com caso suspeito, sendo essa 
a dose 1, seguida da vacinação habitual 
aos 12 meses. 
C) tríplice viral em até 48 horas após o 
contato com o caso suspeito, sendo 
essa a dose zero, seguida da segunda 
dose aos 12 meses. 
D) tríplice viral em até 72 horas após o 
contato com o caso suspeito, sendo 
essa a dose zero, seguida da vacinação 
habitual aos 12 meses. 
CCQ: Após contato com caso suspeito 
de sarampo, vacinação em até 72 
horas 
Fala pessoal, vamos seguir com a 
agenda de revisões abordando uma 
questão sobre doenças exantemáticas. 
Neste caso, o sarampo. 
O sarampo é uma doença causada por 
um vírus de RNA (família 
Paramyxoviridae e gênero 
Morbillivirus), tem sua transmissão 
realizada a partir de gotículas e 
aerossóis, logo tem uma alta taxa de 
transmissibilidade. O quadro clínico é 
típico e cursa com febre alta, coriza, 
tosse, conjuntivite e um enantema oral 
(o sinal de koplik). Tratamos dessa 
afecção com sintomáticos e vitamina A, 
que deve ser administrada no momento 
da suspeita, ainda na unidade de saúde. 
Um assunto super cobrado em relação 
ao sarampo são suas complicações, a 
mais comum é a otite média aguda e a 
que mais causa morte é a pneumonia 
(CCQ cobrado demaaais). 
Nos pacientes que tiveram contato 
com um paciente com um caso 
suspeito ou confirmado, deve ser 
realizado o bloqueio vacinal em até 72 
horas. Nos contatos de 6 meses até 11 
meses e 29 dias, como o do nosso 
paciente em questão, deve ser realizada 
a vacina tríplice viral, sendo que essa 
não será válida para a rotina regular de 
vacinação. 
Agora, vamos as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: como 
explicado, esse paciente deve receber 
uma dose da tríplice viral até 72 horas, 
sendo essa a dose zero. 
Alternativa B - Incorreta: o tempo está 
certo, 72 horas, mas a vacina está errada 
e a dose também. 
Alternativa C - Incorreta: quase certa, 
só errou no tempo, sendo até 72 horas. 
Alternativa D - Correta: corretíssima, 
deveríamos aplicar a tríplice viral em até 
72 horas, sendo essa a dose zero. 
Portanto, ficamos com a alternativa D 
como gabarito 
_________________________________ 
90. Um homem com 64 anos de idade é 
encaminhado ao ambulatório para 
investigação de anemia, detectada nas 
últimas semanas durante investigação 
de quadro de fadiga, cansaço e dores 
ósseas. Ao exame físico, paciente 
apresenta-se em regular estado geral, 
hipocorado, não havendo outras 
anormalidades. Os exames 
complementares realizados 
recentemente revelaram o seguinte: 
hemoglobina = 10g/dL (valor de 
referência: 13 a 17 g/dL); hematócrito = 
28% (valor de referência: 40 a 52%); 
volume corpuscular médio = 88 fL (valor 
de referência: 80 a 100 fL); leucometria 
e contagem plaquetária normais; ureia 
= 60 mg/dL (valor de referência: 20 a 40 
mg/dL); creatínina = 1,3mg/dL (valor de 
referência: 0,7 a 1,2mg/dL); e cálcio 
sérico = 11,8mg/dL (valor de referência: 
8,0 a 10,5mg/dL). Os exames 
laboratoriais realizados no dia do 
atendimento apresentam: ureia = 
88mg/dL; creatinina = 2,4mg/dL e cálcio 
sérico = 12,0mg/dL; proteinograma 
sérico: albumina = 3,1g/dL (valor de 
referência: 3,5 a 5,5 g/dL), e globulina = 
8,2g/dL (valor de referência: 1,5 a 
2,5g/dL). Nesse caso, o diagnóstico, a 
partir dos dados clínicos e laboratoriais, 
é de 
A) gamopatia monoclonal associada a 
mieloma múltiplo. 
B) gamopatia policlonal associada a 
síndrome hemolítico-urêmica. 
C) inversão albumina/globulina por 
cirrose hepática complicada com 
síndrome hepatorrenal. 
D) hipoalbuminemia decorrente de 
síndrome nefrótica por nefropatia 
membranosa associada a síndrome 
hiper-IgG. 
CCQ: Reconhecer que o mieloma 
múltiplo cursa com pico de globulina + 
anemia + disfunção renal + dor óssea + 
hipercalcemia 
Aluno Aristo, se você encontrar uma 
questão falando de um paciente idoso 
(como é o caso acima), com anemia e 
mais nenhum dado hematimétrico, cuja 
função renal está piorando, e 
apresentando dor óssea, pode ter 
certeza que a questão está querendo 
puxarpara o diagnóstico de mieloma 
múltiplo, ainda mais se também citar 
uma hipercalcemia associada e a 
presença de lesões líticas (clássicas do 
mieloma). 
Afinal, o mieloma múltiplo é uma 
neoplasia hematológica das células 
plasmocitárias, comum nos idosos, e o 
que falamos acima é a apresentação 
clássica da doença e, inclusive, o seu 
critério diagnóstico. Para confirmar que 
é mieloma, é preciso ter mais de 10% de 
plasmócitos clonais na medula OU ter 
uma confirmação histopatológica (pela 
biópsia) de uma plasmocitoma + pelo 
menos um dos seguintes: hipercalcemia 
(> 11), lesão renal aguda (creatinina > 2), 
anemia (Hb < 10) e presença de lesões 
ósseas líticas. 
Mas, veja, o critério obrigatório para 
diagnóstico do mieloma necessita de 
um exame invasivo da medula óssea, 
seja o mielograma ou biópsia. De 
alguma forma, então, devemos 
suspeitar da doença antes de partir para 
testes invasivos, e tem um dado além 
das manifestações que fazem parte dos 
critérios diagnósticos e que vai nos 
ajudar: o aumento de globulinas 
identificado no exame convencional, 
com inversão da relação 
albumina/globulina (quando o correto é 
ter mais albumina) e o pico monoclonal 
de globulinas na eletroforese, o que 
configura a gamopatia monoclonal, 
relacionada às globulinas produzidas 
pelos plasmócitos clonais na medula. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Correta: Apesar de não 
ter o critério obrigatório aqui, após ler 
os parágrafos anteriores, é muito 
provável estarmos diante de um 
paciente com mieloma múltiplo! 
Alternativa B - Incorreta: Pensar em 
síndrome hemolítico-urêmica em um 
paciente com anemia + disfunção renal 
é uma boa pedida, poderia ter um 
aumento das globulinas de caráter 
policlonal secundário à inflamação (pico 
policlonal), mas o contexto seria outro. 
Teríamos a história prévia de diarreia, 
pois a principal etiologia é a infecção 
por bactérias produtoras da toxina 
Shiga - E. coli e Shigella. Além disso, a 
anemia é hemolítica microangiopática, 
sendo necessário ter esquizócitos no 
sangue periférico (guarde essa bandeira 
vermelha) e seria relatada a 
plaquetopenia. Já deu para perceber 
que não podemos marcar essa 
alternativa. 
Alternativa C - Incorreta: Se a questão 
não ofereceu dados, não podemos ficar 
inventando moda. Onde está escrito 
que o paciente apresenta estigmas de 
doença hepática? No mínimo uma 
cirrose hepática complicada por 
síndrome hepatorrenal já teria causado 
ascite, seria relatado histórico de 
doença hepática. Nada disso foi citado 
na questão. 
Alternativa D - Incorreta: Para 
falarmos que se trata de uma síndrome 
nefrótica, deveríamos ver os seus 
comemorativos: edema, 
hipoalbuminemia, hipercolesterolemia, 
hipertrigliceridemia e o principal → 
proteinúria na faixa nefrótica (> 3,5 
mg/24h). Não vemos isso descrito aqui. 
A nefropatia membranosa pode ser 
secundária aos distúrbios da 
imunidade, como a doença do IgG4, 
mas se não foi relatado um quadro de 
síndrome nefrótica, já excluímos essa 
alternativa. 
________________________________ 
91. Um homem com 27 anos de idade 
busca atendimento, pela primeira vez, 
na Unidade de Estratégia de Saúde da 
Família (ESF) do bairro onde reside, pois 
apresenta constantemente crises de 
falta de ar, com tosse e 'chiadeira' no 
peito. Durante a consulta, afirma que, 
desde a infância, tem diagnóstico de 
asma, porém, as crises se exacerbaram 
após ter iniciado o trabalho na câmara 
fria de um frigorífico da cidade. O 
paciente relata ter comunicado ao seu 
chefe sobre seu estado de saúde, mas 
seu superior respondeu que, se ele não 
quisesse trabalhar, haveria muitas 
pessoas interessadas no emprego e que 
deveria, portanto, 'pedir as contas'. 
Considerando o texto, assinale a 
alternativa que indica o que compete ao 
médico da ESF, além do tratamento da 
asma. 
A) Fornecer declaração médica 
determinando a troca de função pelo 
empregador. 
B) Aconselhar o paciente a pedir 
demissão, tal como sugerido pelo 
empregador. 
C) Encaminhar o paciente ao centro de 
referência em saúde do trabalhador. 
D) Encaminhar o paciente à perícia 
médica do INSS. 
CCQ: Os Centros de Referência em 
Saúde do Trabalhador podem auxiliar 
nos casos de doenças ocupacionais e 
agravadas pelo trabalho 
O CEREST (Centro de Referência em 
Saúde do Trabalhador) é um 
componente estratégico do SUS, onde 
é prestado assistência aos 
trabalhadores urbanos e rurais, com a 
função de promoção, prevenção, 
diagnóstico, tratamento, reabilitação e 
vigilância em saúde dos trabalhadores, 
porém é um nível média pra alta 
complexidade, que não possui porta 
aberta. Dessa forma o médico da APS 
deve acolher a queixa do paciente 
relacionado ao trabalho e encaminhá-lo 
quando necessário ao centro 
especializado. 
Dentre os temas sobre Medicina do 
Trabalho, a classificação de Schilling é 
um dos que mais você precisa ficar 
atento. Não se esqueça que a 
Classificação de Schilling é um método 
utilizado para estabelecer uma relação 
de causa e efeito entre patologias e o 
trabalho. Ela pode ser classificada em: 
• Shilling I: Doenças para as quais 
a atividade exercida no trabalho 
é um fator necessário para o seu 
desenvolvimento; 
• Shilling II: Doenças para as 
quais o trabalho é um fator 
contributivo, mas não 
necessário; 
• Schilling III: Doenças para as 
quais o trabalho é um fator 
provocador ou fator agravador. 
Abaixo deixaremos uma tabela com 
alguns exemplos para que você possa 
estudar: 
 
Observe que a classificação do nosso 
paciente é Schilling III, pois tem asma 
prévia que agravou devido ao trabalho. 
Agora vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta Existe uma 
especialidade médica destinada à saúde 
do trabalho que correlaciona queixa 
com a condição e serão eles que vão 
orientar e definir troca de função se for 
necessário. 
Alternativa B - Incorreta Não cabe ao 
médico da ESF influenciar nessa 
escolha, afinal, pedir demissão do 
trabalho nem sempre é a escolha 
possível! 
Alternativa C - Correta Isso, mesmo! A 
função do médico da ESF é cuidar do 
paciente como um todo, mas quando o 
assunto é uma doença agravada pelo 
trabalho, esse paciente vai precisar 
passar pelo médico do trabalho para 
poder ajudá-lo nos trâmites dentro da 
empresa em relação a sua comorbidade 
e seu trabalho. 
Alternativa D - Incorreta A asma não é 
uma doença incapacitante em que o 
paciente precisa se ausentar do 
trabalho, exceto que esse agravo 
incapacite por mais de 15 dias o 
paciente, este deverá passar pelo INSS, 
já que será ele que fará o pagamento do 
trabalhador em questão. Contudo, em 
um primeiro momento iremos tratar a 
asma do paciente e encaminhá-lo ao 
médico do trabalho. 
Portanto, o gabarito é alternativa C 
________________________________ 
92. Uma secundigesta com 23 anos de 
idade comparece à consulta 
ambulatorial de pré-natal de alto risco, 
encaminhada pela Unidade Básica de 
Saúde. Afirma estar receosa com a 
gestação atual e refere ter tido, na 
gravidez anterior, elevação da pressão 
arterial e convulsão antes do parto, que 
ocorreu com 37 semanas. No momento, 
encontra-se com 14 semanas de 
gestação e sem queixas, não havendo 
outros antecedentes patológicos. Ao 
exame físico, mostra-se dentro da 
normalidade, com PA = 115 x 82 mmHg. 
Avaliando-se essa história clínica, qual 
medicamento faz parte da prevenção 
da condição que a paciente apresentou 
em sua primeira gestação? 
A) Metildopa. 
B) Ácido fólico. 
C) Progesterona. 
D) Ácido acetilsalicílico. 
CCQ: Conhecer que o AAS é usado 
como medicação profilática para 
gestantes de alto risco para pré-
eclâmpsia 
As doenças hipertensivas específicas da 
gestação (DHEG) são a maior causa de 
morte materna no Brasil, o que 
demonstra a importância do tema e 
justifica sua recorrência nas provas. Por 
isso pessoal, vamosrelembrar alguns 
conceitos importantes! 
A paciente em questão tem uma 
história prévia de eclâmpsia em 
gestação passada, o que é um fator de 
risco importante para intercorrências 
hipertensivas na gestação atual, como 
desenvolvimento da pré-eclâmpsia e 
progressão para eclâmpsia. Por isso, 
pacientes com alto risco devem receber 
AAS em baixas doses (60 mg a 150 
mg/dia) para prevenção da PE, devendo 
ser iniciado antes da 16ª semana de 
idade gestacional (IG). Tais pacientes 
também devem receber 
suplementação de cálcio (1 g/dia), após 
a 12ª semana de IG, especialmente 
aquelas com dieta pobre no elemento. 
Não há um consenso entre as 
referências bibliográficas sobre a 
realização dessas condutas, mas tanto a 
ACOG (American College of 
Obstetricians and Gynecologists) quanto 
a OMS recomendam. 
Alternativa A - Incorreta: Paciente não 
apresenta alterações pressóricas 
atualmente que justifiquem o início de 
uma terapia anti-hipertensiva. 
Alternativa B - Incorreta: O ácido fólico 
tem como objetivo prevenir defeitos no 
tubo neural do feto, formado no 
momento inicial da gravidez. A 
ingestão da substância reduz em até 
75% o risco de má formação dessa 
estrutura, prevenindo casos de 
anencefalia, paralisia dos membros 
inferiores, entre outras alterações. 
Alternativa C - Incorreta: A 
progesterona é um hormônio que 
diminui as contrações uterinas e tem 
um importante papel na manutenção 
da gravidez. Por isso, o seu uso é 
sugerido para a prevenção do parto 
prematuro para gestantes de risco. 
Alternativa D - Correta: Isso! Ocorre 
ação inibitória da aspirina na síntese de 
tromboxane sem alterar de forma 
significativa a produção de 
prostaciclinas, restaurando assim o 
equilíbrio entre essas duas substâncias. 
Dessa forma, as propriedades 
anticoagulantes e vasodilatadoras do 
endotélio são restabelecidas (maior 
produção de PGI2), e ocorre uma 
diminuição da reatividade vascular a 
substâncias vasopressoras. 
Logo, a alternativa correta é a letra D 
_________________________________ 
93. Uma mulher com 55 anos de idade, 
previamente hígida, é admitida em 
hospital após episódio de síncope. 
Apresenta bradicardia sinusal, discreta 
hipertensão arterial sistêmica e edema 
palpebral bilateral. Nota-se um 
aumento difuso da tireoide que a 
paciente não havia percebido até então. 
Não há rouquidão, disfagia nem 
alteração recente de peso. Ademais, 
não apresenta histórico familiar de 
câncer. Um estudo ultrassonográfico da 
tireoide mostra 3 nódulos de bordas 
regulares, parcialmente císticos, com 
componente sólido isoecoico, sem 
calcificações, de 0,4 cm, 0,6 cm e 0,8 
cm. Não há linfadenopatia cervical. O 
exame revelou TSH = 17,2 mUI/mL 
(valor de referência = 0,3 a 5,0 mUI/mL). 
Nesse caso, a abordagem adequada 
para com a paciente é 
A) solicitar T3 total e T4 livre e 
cintilografia da tireoide antes de definir 
o tratamento. 
B) prescrever levotiroxina e realizar 
acompanhamento clínico e 
ultrassonográfico dos nódulos. 
C) prescrever levotiroxina e dosar anti-
tireoide peroxidase para definir a 
abordagem dos nódulos. 
D) solicitar T4 livre e punção aspirativa 
com agulha fina do maior nódulo antes 
de definir o tratamento. 
CCQ: Saber que nódulos isoecoicos 
menores de 1cm não necessitam de 
PAAF 
Aluno Aristo, as tireoideopatias são um 
tema Pareto para as nossas provas e 
devemos conhecer as suas principais 
características! 
A banca nos traz uma paciente com 
clínica de hipotireoidismo (bradicardia 
sinusal, hipertensão arterial e edema 
palpebral bilateral, com bócio - 
aumento difuso da tireoide). No 
hipotireoidismo pode haver discreto 
bócio indolor (pela infiltração 
inflamatória crônica), mas é mais 
comum a tireoide estar atrófica. O 
diagnóstico é confirmado com a clínica 
sugestiva mais o TSH elevado, além de 
não apresentar sintomas sugestivos de 
neoplasia (perda de peso, disfagia e 
rouquidão). 
Ao USG encontramos 3 nódulos de 
bordas regulares, parcialmente císticos, 
com componente sólido isoecoico, sem 
calcificações, de 0,4 cm, 0,6 cm e 0,8 
cm. Ou seja, nódulos com 
características benignas! É muito 
importante lembrar as características 
sugestivas de malignidade dos nódulos: 
hipoecogenicidade, conteúdo sólido, 
mais alto do que largo, margem 
irregular, hipervascularização ao 
doppler e microcalcificações (CCQ 
importante). 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Não 
necessitamos solicitar T3 e T4 para 
confirmar o diagnóstico de 
hipotireoidismo, pois na fase precoce 
ocorre hipotireoidismo subclínico, com 
T4 livre na faixa normal. A cintilografia 
é útil na investigação do 
hipertireoidismo para diferenciar 
Doença de Graves (aumento difuso da 
captação de iodo), bócio nodular tóxico 
(aumento localizado da captação) e 
tireoidites (captação diminuída). 
Alternativa B - Correta: Exato, 
precisamos tratar o hipotireoidismo 
com levotiroxina e acompanhar os 
nódulos com USG de controle. 
Alternativa C - Incorreta: Não 
necessitamos da dosagem do anticorpo 
anti-tireoide peroxidase para definir a 
abordagem dos nódulos. 
Alternativa D - Incorreta: Não há 
necessidade de realizar a PAAF em 
nódulos menores de 1 cm com 
características benignas (bordas 
regulares, císticos, calcificação em 
casca de ovo). Só consideramos realizar 
a PAAF em nódulos menores que 1 cm 
se apresentarem características 
malignas. 
Portanto, o gabarito é a alternativa B. 
_________________________________ 
94. Um paciente com 70 anos de idade 
foi atendido no pronto-socorro de 
hospital de nível secundário, relatando 
dor abdominal com irradiação para 
região dorsal, além de emagrecimento, 
há 4 meses. Há 2 meses, começou a 
apresentar prurido cutâneo progressivo 
e urina escura. Há 15 dias, notou que os 
'olhos ficaram amarelos'. Na ocasião do 
exame físico, encontrava-se 
emagrecido, ictérico (++/4+), com 
escoriações dérmicas provocadas pelo 
ato de coçar. A borda do fígado era 
palpada a 1,5 cm abaixo de rebordo 
costal direito, com palpação não 
dolorosa. Com base no caso clínico, os 
resultados dos exames laboratoriais 
que confirmam a hipótese diagnóstica 
são 
A) aumento da bilirrubina indireta e 
aumento da amilase. 
B) aumento da bilirrubina direta e 
aumento da fosfatose alcalina. 
C) aumento da bilirrubina indireta e 
aumento da alanina aminotransferase. 
D) aumento da bilirrubina direta e 
diminuição do tempo de protrombina 
em segundos. 
CCQ: ↑ bilirrubina direta e ↑ FA e ↑ GGT 
são indicativos de obstrução de árvore 
biliar 
Salve salve, família, tudo bem com 
vocês? Questãozinha do INEP-Revalida 
de 2021 trazendo um tema frequente 
nas provas de residência, sendo 
abordado de forma simples, direta e 
fácil, concordam? 
Temos um paciente de 70 anos de idade 
que foi atendido no pronto-socorro de 
hospital de nível secundário, com relato 
de dor abdominal com irradiação para 
região dorsal, além de emagrecimento, 
há 4 meses. Há 2 meses, começou a 
apresentar prurido cutâneo progressivo 
e urina escura. Há 15 dias, notou que os 
'olhos ficaram amarelos'. Na ocasião do 
exame físico, encontrava-se 
emagrecido, ictérico (++/4+), com 
escoriações dérmicas provocadas pelo 
ato de coçar. A borda do fígado era 
palpada a 1,5 cm abaixo de rebordo 
costal direito, com palpação não 
dolorosa. Qual é o diagnóstico mais 
provável? 
Temos os seguintes dados: colúria + 
icterícia + dor abdominal com irradiação 
para dorso + emagrecimento = 
coledocolitíase, concordam? Pois é, 
mas aqui que algumas questões podem 
te enganar! 
Note que nosso paciente apesar de 
apresentar dor abdominal, não é uma 
dor característica de cólico biliar, além 
disso a idade do paciente e o 
antecedente de perca de peso deve 
chamar a sua atenção! 
Agora vem o detalhe: 
• A borda do fígado era palpada 
abaixo do rebordo costal não 
doloroso! 
Lembre-seque muitas vezes é difícil 
descrevermos a palpação da vesícula, 
pois a mesma é aderida ao fígado! Por 
isso acreditamos que a banca quis nos 
descrever uma vesícula palpável e não 
dolorosa, a chamada vesícula de 
courvoisier-terrier. 
Característica de quadros com 
obstrução de vias biliares sem uma 
vesícula patológica! E quais são as 
nossas principais hipóteses aqui? Os 
tumores peri ampulares! 
Agora a banca nos pergunta quais 
exames poderiam confirmar a nossa 
hipótese diagnóstica, mas note que é a 
hipótese de realmente ser uma 
obstrução de via biliar! E não a etiologia 
desta obstrução. 
Algumas questões do revalida são 
assim mesmo mentorando! Então não 
brigue com a questão. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: BI e amilase 
não costumam se elevar de forma 
significativa nos casos de obstrução de 
árvore biliar 
Alternativa B - Correta: Conforme 
explicação acima. 
Alternativa C - Incorreta: BI e TGP/ALT 
não costumam se elevar de forma 
significativa também nos casos 
obstrução de via biliar 
Alternativa D - Incorreta: Devido ao 
fato das vitaminas lipossolúveis 
estarem presentes na bile e essa estar 
em estase, ou seja, não ser reabsorvida 
pela obstrução mecânica ao fluxo biliar, 
teremos uma redução da vitamina K 
sérica. Assim, os fatores da coagulação 
dependentes da vitamina K também 
não serão produzidos de forma 
adequada, alargando o valor do tempo 
de ativação de protrombina e alterando 
o RNI. 
Portanto, a alternativa correta é a 
letra B! 
_________________________________ 
95. Uma mulher com 26 anos de idade, 
primigesta, chega á emergência de uma 
maternidade confusa e com cefaleia por 
estar apresentando, há cerca de 30 
minutos, um sangramento vivo que 
chegou a 'escorrer por suas pernas', 
além de dor abdominal intensa. A 
paciente nega trauma e/o outras 
queixas. Relata ainda ter feito duas 
consultas de pré-natal, mas não trouxe 
consigo o seu cartão de pré-natal e 
trouxe ultrassonografia gestacional 
normal de duas semanas atrás. Pela 
data da última menstruarão, o médico 
calcula a idade gestacional em 32 
semanas. Em seu exame físico 
constatou-se PA = 180 x 120 mmHg, 
pulso = 114 bpm, abdome gravídico com 
dinâmica uterina ausente, altura uterina 
compatível com a idade gestacional, 
útero lenhoso e frequência cardíaca 
fetal de 108 bpm. Em exame especular, 
foi visualizado sangramento vivo ativo 
vindo do orifício cervical externo. 
Proteinúria de fita revelou +++. Após 
iniciado o sulfato de magnésio, qual a 
conduta médica imediata a ser tomada. 
A) Administrar betametasona para o 
amadurecimento pulmonar. 
B) Realizar ultrassonografia gestacional 
com urgência. 
C) Iniciar indução do parto com 
misoprostol. 
D) Realizar cesariana de urgência. 
CCQ: Reconhecer a conduta mais 
adequada na DPP com feto vivo e 
parto não iminente é a cesárea 
Fala, pessoal! Esse tema é bem 
prevalente nas provas, então bora falar 
sobre isso para tirá-lo de letra. 
Primeiro, antes de entrarmos de fato às 
alternativas, temos que fechar o 
diagnóstico que a questão nos propôs, 
ok? Temos um relato de uma gestante, 
de 32 semanas de idade gestacional, 
com pressão elevada de 180x120 
mmHg + proteinúria (pré-eclâmpsia), 
dor súbita em abdome, com 
sangramento, hipertonia uterina (útero 
lenhoso) e sofrimento fetal (FCF < 110 
bpm)! 
Só com esses dados, já conseguimos 
pensar na principal hipótese 
diagnóstica: o descolamento 
prematuro de placenta (DPP). Ele é 
caracterizado por uma separação da 
placenta normalmente inserida no 
corpo uterino com 20 semanas ou mais 
de gestação. 
Clinicamente, a gestante apresenta-se 
com dor abdominal, podendo ou não, 
estar associado a sangramentos. Pode 
haver ainda uma hipertonia uterina, 
sofrimento fetal e história de 
hipertensão materna. Fique atento, 
porque o sangramento mais escuro, 
associado a uma hipertonia uterina e 
sofrimento fetal, são os achados 
clássicos da doença! 
E aí, depois de fecharmos o diagnóstico, 
temos que pensar na conduta mais 
adequada, não é mesmo? 
Então, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Como se 
trata de uma emergência obstétrica, 
em que o feto corre risco de vida por não 
estar recebendo os aportes de 
nutrientes necessários devido o 
descolamento da placenta, não há 
indicação de corticoterapia, já que o 
parto deverá ser imediato! 
Alternativas B - Incorreta: Através do 
BCF já fica claro que há um sofrimento 
fetal, não sendo necessários exames de 
imagem. Além disso, o diagnóstico de 
DPP é clínico e a conduta deve ser 
tomada quanto antes. 
Alternativa C - Incorreta: Como o 
quadro é grave, indica-se interrupção 
imediata da gestação, não devendo 
realizar indução. Quando o parto for 
iminente (subjetivo), pode-se fazer o 
parto vaginal, mas normalmente (na 
prática, quase sempre) o parto é 
cesáreo. Em ambas as vias, deve-se 
realizar amniotomia para reduzir 
complicações, pois isso reduz a 
velocidade do descolamento. 
Lembre-se que se o feto estiver morto 
(infelizmente, é comum) a via de parto 
preferencial é a vaginal. 
Alternativa D - Correta: então, 
devemos seguir da forma mais rápida 
possível, de maneira a evitar a morte 
fetal e também intercorrências 
maternas, por isso, a cesárea é a melhor 
opção de conduta a ser feita. 
Portanto, o gabarito é a alternativa D. 
_________________________________ 
96. Uma lactente com 1 ano e 10 meses 
de idade, previamente hígida, foi 
atendida no pronto-socorro com 
quadro de febre e irritabilidade iniciado 
há 72 horas. Não foram encontradas 
alterações em exame físico realizado na 
criança. Procedeu-se, então, à coleta de 
urina tipo 1 por sondagem vesical e 
hemograma. A criança foi encaminhada 
ao ambulatório para verificação dos 
exames. O hemograma revelou Hb = 
11,8 g/dL (valor de referência: 12,6 ± 1,5 
g/dL), Ht = 38 % (valor de referência: 37 
a 40 %), leucócitos = 18 000 mm³ (valor 
de referência: 5 000 a 15 000/mm³), 
plaquetas = 300 000 mm³ (valor de 
referência: 150 000 a 450 000/mm³), 
segmentados = 60 %, linfócitos = 37 % e 
monócitos = 3 %. O exame de urina tipo 
1 apresentou densidade = 1 015 (valor de 
referência: 1 005 a 1 030), pH = 5,7 (valor 
de referência: 5,5 a 7,5), leucócitos = 180 
000/mL (valor de referência: até 10 
000/mL), hemácias = 10 000/mL (valor 
de referência: até 10 000/mL), cilindros 
piocitários raros, nitrito positivo e a 
bacterioscopia mostrou a presença de 
agente Gram negativo. Diante desse 
quadro clínico, a conduta médica 
indicada é 
A) encaminhar a criança para 
tratamento hospitalar com indicação de 
antibioticoterapia parenteral empírica. 
B) solicitar urocultura com 
antibiograma e aguardar o resultado 
para orientação da antibioticoterapia 
adequada. 
C) solicitar urocultura com 
antibiograma e iniciar 
antibioticoterapia domiciliar empírica, 
antes da obtenção do resultado do 
exame. 
D) iniciar antibioticoterapia domiciliar 
empírica imediatamente, sem 
necessidade de outros exames, e 
reavaliar a criança em 24 horas. 
CCQ: Conduta na infecção do trato 
urinário na infância 
Essa questão do Revalida traz muito 
bem uma das principais causas de idas 
às emergências - seja na infância, seja 
na vida adulta. Criança pré-escolar, de 1 
ano e 10 meses, apresentando quadro 
de febre e irritabilidade, exame físico 
normal, leucocitose de 18000 e exame 
de urina tipo 1 (exame de EAS) com 
alterações sugestivas de infecção do 
trato urinário - 180 mil leucócitos, 
cilindros piocitários, nitrito positivo e a 
bacterioscopia com presença de 
organismo Gram-negativo 
(possivelmente a E. coli, por ser o 
agente mais comum). 
A banca questiona então qual seria a 
melhor conduta nesse caso: coletar 
urocultura a fim de determinar o agente 
e antibiograma e iniciar 
antibioticoterapia empírica para casa 
(antes do resultado da cultura). 
Alternativa A- Incorreta: Para criança 
sem sinais de sepse, toxemia, sinais de 
pielonefrite e exame físico normal, não 
há indicação de internação e 
antibioticoterapia venosa. As 
indicações de internação são: 
pielonefrite aguda, sinais de sepse, 
crianças < 1 mês (alguns livros dizem < 3 
m), sinais de desidratação, vômitos e 
incapacidade de ingerir líquidos e 
alimentos. 
Alternativa B - Incorreta: Pois não 
devemos aguardar até 72 h para ver o 
resultado da cultura. A infecção já foi 
constatada, devemos iniciar o 
antibiótico empírico e, se houver 
necessidade de escaloná-lo, fazemos 
após o resultado da cultura. 
Alternativa C - Correta: Devemos 
solicitar a urocultura e já iniciar 
antibioticoterapia empírica antes de 
sair o resultado. 
Alternativa D - Incorreta: Na criança, 
existe a indicação de coletar urocultura 
para determinar o agente e o melhor 
antibiótico. Não devemos pedir 
urocultura para aquela 1.ª ITU na 
mulher adulta, fora esse caso, sempre 
pediremos urocultura. 
Portanto, a alternativa correta é letra 
C. 
_________________________________ 
97. Uma paciente com 35 anos de idade 
procura atendimento hospitalar devido 
a episódio único de sangramento anal 
vermelho vivo, indolor, em pequena 
quantidade durante evacuação. Nega 
qualquer história prévia de 
traumatismo local. Em seu exame 
físico, constatou-se que a paciente está 
em bom estado geral, normocorada, PA 
= 120 x 60 mmHg, FC = 76 bpm e com 
pulso radial amplo, regular. Abdome 
plano e depressível, indolor à palpação, 
sem massas palpáveis e sem sinais de 
irritação peritoneal. A anuscopia não 
demonstrou doença hemorroidária 
externa e/ou fissuras anais e/ou fístulas 
perianais. O toque retal não identificou 
lesões palpáveis, até cerca de ± 6 cm da 
margem anal, porém, evidenciou 
discreta quantidade de sangue em 
dedo-de-luva. O médico assistente 
solicitou hemograma, cujo resultado foi 
normal. A paciente foi liberada com 
encaminhamento ambulatorial e com 
solicitação de exame de colonoscopia. 
O resultado da colonoscopia mostrou 
alguns pólipos colônicos, não 
pediculados, e lesão de borda elevada 
com ulceração central, séssil, ± 1,5 cm 
de diâmetro, em cólon sigmoide, 
distando ± 35 cm da margem anal - a 
qual foi biopsiada. Nesse caso clínico, a 
hipótese diagnóstica mais provável 
para essa paciente é de 
A) polipose adenomatosa familiar. 
B) síndrome de Peutz-Jeghers. 
C) neoplasia colônica. 
D) doença de Crohn. 
CCQ: Saber que lesão de borda 
elevada com ulceração central na 
colonoscopia sugere como 
diagnóstico neoplasia colônica 
Fala, pessoal! Questão boa para 
revisarmos alguns aspectos da 
neoplasia colônica, então bora lá! 
O primeiro aspecto que temos que 
saber sobre neoplasia colo-retal é que a 
maioria das ocorrências é por causa 
esporádica e não por doenças 
hereditárias, mas as bancas adoram 
cobrar as causas hereditárias e dentre 
elas, a mais cobrada é a PAF (polipose 
adenomatosa familiar). 
O que temos que saber nesta doença é 
que o cólon do indivíduo é revestido por 
pólipos (no mínimo centenas) e, como a 
história natural de desenvolvimento de 
CA cólon retal vem de pólipos, esses 
pacientes têm praticamente 100% de 
chance de virem a desenvolver uma 
neoplasia, pois apresentam muitos. 
Um CCQ a mais: importante sabermos 
também que o pólipo com maior chance 
de malignização é o adenoma viloso 
(vilão). 
Voltando à questão, a banca cita 
presença de alguns pólipos, isso já nos 
faz afastar o quadro de PAF (que gerou 
mais dúvida nos alunos), mas ué? 
Paciente jovem com neoplasia 
colônica? 
• A medicina não é uma ciência 
exata, apesar de ser mais 
frequente em idades mais 
avançadas, é possível ter 
pacientes mais jovens com esse 
tipo de condição. 
Por isso, nossa paciente, mesmo sem 
apresentar sintomas constitucionais, 
com essa colonoscopia com achado de 
lesão de borda elevada com ulceração 
central, dentre as alternativas, a mais 
provável realmente seria uma neoplasia 
colônica. Questão bem difícil, pela 
epidemiologia e nem sintomas da 
paciente corroborarem com este 
diagnóstico, mas, como vamos ver, é a 
mais provável dentre as alternativas 
citadas pela banca. 
Alternativa A - Incorreta: Vimos que 
para diagnóstico desta condição o 
paciente precisa ter o cólon "forrado" de 
pólipos e não somente "alguns" pólipos. 
Por isso, descartamos esta opção. 
Alternativa B - Incorreta: Esta síndrome 
é caracterizada por manchas 
melanocíticas e pólipos 
hamartomatosos, não é o quadro 
descrito pela banca. 
 
Alternativa C - Correta: Como descrito é 
a nossa principal hipótese dentre as 
citadas pela banca. 
Alternativa D - Incorreta: A doença de 
Crohn não apresenta os achados 
descritos (pólipos ou lesão de bordas 
elevadas com ulceração central), 
lembre-se que é uma doença 
inflamatória intestinal de 
acometimento transmural e com 
afetação salteada (não é contínua como 
na RCUI). 
Pessoal, questão bem difícil, a 
maneira mais fácil de resolver seria 
por eliminação das outras 
alternativas, portanto, não se 
preocupe se você errou esta questão, 
difícil aparecer outra questão como 
esta. 
Portanto, o gabarito é a alternativa C. 
________________________________ 
98. Em uma reunião da Unidade de 
Saúde da Família, com a presença dos 
membros das cinco equipes de Saúde 
da Família, incluindo os Agentes 
Comunitários de Saúde (ACS), decidiu-
se que, em razão do aumento do 
número de usuários sem cadastro que 
passaram a procurar a unidade para 
atendimento, seria iniciado o processo 
de atualização da territorialização, que 
inclui várias etapas e principia pela fase 
preparatória. Considerando-se essa 
situação, que conjunto de ações e/ou 
atividades está incluído na etapa 
preparatória do processo de 
territorialização? 
A) Fazer o levantamento dos dados 
populacionais e socioeconômicos, 
analisar os dados, adquirir mapa do 
território, identificar os equipamentos 
sociais com base no tamanho da 
população e delimitar o território de 
acordo com os dados obtidos. 
B) Indagar às lideranças comunitárias 
sobre fatores facilitadores ou 
dificultadores do trabalho desenvolvido 
pela equipe de saúde e acerca do 
funcionamento da unidade de saúde, 
além de obter informações sobre 
dificuldades de acesso à unidade. 
C) Realizar entrevistas para levantar 
informações sobre o território e a vida 
das famílias e da comunidade, aspectos 
geográficos, políticos, econômicos, 
sociais e culturais percebidos e de 
relevância para a comunidade. 
D) Levantar a documentação (incluindo 
plano diretor do município, projetos e 
estudos, dados demográficos, 
econômicos e sociais; adquirir mapa-
base e definir responsabilidades, 
principalmente dos ACS (Agente 
Comunitário de Saúde e dos 
profissionais mais antigos e/ou 
moradores na área. 
CCQ: Para que ocorra a 
territorialização, deve-se, 
inicialmente, planejar o processo com 
a aquisição de documentos para 
informações sobre a região, além de 
nomear qual a tarefa de cada pessoa 
Questão um pouco fora do pareto sobre 
territorialização, pessoal, mas vamos 
revisar para que possamos entender o 
que foi pedido pela banca do INEP. 
Vamos entender primeiramente o que é 
a territorialização: é um processo de 
reconhecimento do território. Pode 
ser visto como uma prática, um modo 
de fazer, uma técnica que possibilita o 
reconhecimento do ambiente, das 
condições de vida e da situação de saúde 
da população de determinado território, 
assim como o acesso dessa população a 
ações e serviços de saúde, viabilizando 
o desenvolvimento de práticas de 
saúde voltadas à realidade cotidiana 
das pessoas. 
Além disso, para que esse processo 
ocorra, são necessárias 03 fases, são 
elas: 
• Fase 1: preparatória ou de 
planejamento: estabelecer o 
que se deseja saber e como será 
a melhor maneira de obter as 
informações necessárias; 
•Fase 2: de coleta de 
dados/informações: coletar 
informações de observações do 
local, acesso aos Sistemas de 
Informação à Saúde, entrevistas 
com as pessoas do território; 
• Fase 3: fase de análise dos 
dados: análise de forma 
organizada de todos os dados 
coletados. 
Antes de olhar os itens, vamos 
relembrar qual é a pergunta da banca! 
“Que conjunto de ações e/ou atividades 
está incluído na etapa preparatória do 
processo de territorialização?” Assim, 
está sendo questionado sobre a fase 1, 
correto? 
Agora vamos analisar as alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: Realizar 
levantamento dos dados populacionais 
e analisar os dados fazem parte da fase 
3. Adquirir mapa do território, 
identificar os equipamentos sociais 
fazem parte da fase 2. Assim, essa não 
é a nossa resposta! 
Alternativa B – Incorreta: As questões 
levantadas neste item fazem referência 
a fase 2, visto que é a fase de coleta dos 
dados adquiridos na comunidade. 
Alternativa C – Incorreta: Esse item 
também fala sobre a fase 2, pois, 
novamente, é falado sobre a fase de 
coleta de dados. 
Alternativa D – Correta: Essa é a nossa 
resposta! Aqui percebemos que está 
havendo um planejamento para que 
ocorra as fases seguintes, pois fala 
sobre levantar documentos, projetos e 
estudos, além de definir 
responsabilidades para os ACS e 
moradores da região. 
Portanto, o gabarito é a letra D 
_________________________________ 
99. Uma escolar com 7 anos de idade foi 
levada para atendimento no pronto-
socorro após episódio de violência 
sexual. A criança, no dia anterior, foi 
deixada aos cuidados do primo com 18 
anos de idade para que os pais 
pudessem trabalhar. No dia seguinte, 
pela manhã, a mãe notou que a criança 
estava chorosa e com presença de 
sangue em roupas íntimas e de 
ferimento em região anal. Durante o 
atendimento, a criança informou que o 
seu primo introduziu o pênis em seu 
orifício anal e que isso tem acontecido 
há 1 ano. A caderneta de vacinação da 
criança encontra-se completa. Durante 
o exame físico, a criança mostra-se em 
bom estado geral, mas bastante 
assustada, com sinais vitais estáveis e 
presença de laceração em região anal. 
Após o atendimento inicial, são 
realizados exames laboratoriais e o 
resultado do anti-HBs da criança é 
negativo. O primo da criança encontra-
se foragido. Segundo a linha de cuidado 
para a atenção integral à saúde de 
crianças em situação de violências, para 
a profilaxia para hepatite B, 
recomenda-se realizar 
A) nova série de vacinação Anti-
hepatite B (3 doses. 
B) acompanhamento clínico, sem 
medidas específicas. 
C) duas doses de imunoglobulina 
humana Anti-hepatite B. 
D) uma única dose de imunoglobulina 
humana Anti-hepatite B. 
CCQ: Saber que criança com anti-Hbs 
negativo, apesar de esquema 
completo, deve receber profilaxia 
com 3 doses da vacina de hepatite B 
em caso de abuso sexual infantil por 
agressor não testado/resultado 
desconhecido para HbsAg 
A imunoprofilaxia contra a hepatite B 
deve ser considerada nos casos em que 
haja suspeita ou confirmação de 
exposição da vítima ao sêmen, sangue 
ou outros fluidos corpóreos do 
agressor. Nos casos em que não haja 
contato com fluidos, o agressor seja 
vacinado ou use preservativo durante 
todo o ato de violência sexual ou nos 
casos de violência crônica (geralmente 
intrafamiliar), a imunoprofilaxia contra 
hepatite B não está recomendada. O 
início da profilaxia está indicado nos 
casos de dúvida, desconhecimento do 
estado vacinal ou esquema vacinal 
incompleto e não deve estar 
condicionada a coleta e análise de 
exames. 
Alternativa A - Correta: Uma vez que a 
paciente possui o calendário vacinal 
para hepatite b completo, mas se 
encontra com anti-Hbs negativo, é 
necessário a realização de três doses 
adicionais da vacina contra hepatite B. 
A primeira dose deve ser administrada 
na ocasião do atendimento, e as doses 
posteriores, realizadas nas unidades de 
atenção primária à saúde, após análise 
dos exames de primeira consulta. 
Alternativa B - Incorreta: É necessário 
tomar medidas específicas, como a 
profilaxia com vacinação. 
Alternativas C e D - Incorretas: A 
imunoglobulina humana anti-hepatite 
B (IGHAHB) poderá ser administrada 
em até, no máximo, 14 dias após a 
violência sexual, mas recomenda-se 
aplicação nas primeiras 48 horas após a 
violência. No entanto, quando a 
violência sexual na infância é crônica e 
prolongada, perpetrada pelo mesmo 
agressor, o uso da imunoglobulina não 
é recomendado, porém, é essencial que 
se interrompa o ciclo de violência. 
Portanto, a alternativa correta é a 
letra A. 
_________________________________ 
100. Um homem com 50 anos de idade 
é internado em hospital terciário para 
investigação diagnóstica e tratamento 
de quadro caracterizado por dispneia 
aos moderados esforços. Há relato, 
ainda, de precordialgia em aperto, com 
duração de cerca de 5 minutos, 
precipitada por esforços e aliviada com 
o repouso, além da ocorrência de 2 
episódios de síncope nos últimos 12 
meses. Ao realizar exame físico, 
constatou-se que o paciente se 
encontra em regular estado geral, 
corado, acianótico, eupneico, com a 
cabeceira do leito elevada a 30 graus. 
Seu ritmo cardíaco é regular, em 3 
tempos, com a presença de 4.ª bulha e 
a existência de um sopro mesossistólico 
3+/6+ mais audível no 2.º espaço 
intercostal direito, na borda esternal; os 
pulsos arteriais são do tipo parvus et 
tardus. A ausculta pulmonar apresenta 
discretos estertores crepitantes em 
bases. Não há edema de membros 
inferiores. A radiografia de tórax (PA e 
perfil) mostra leve dilatação da raiz da 
aorta, área cardíaca normal e presença 
de calcificações mitro-aórticas. É 
solicitado, então, um ecocardiograma 
transtorácico que revela área valvar 
aórtica de 0,9 cm² (normal: 3 a 4 cm²), 
sendo o gradiente ventrículo esquerdo 
(VE) - aorta de 55 mmHg e velocidade 
máxima de fluxo transvalvar de 4,5 
metros/segundo (normal = inferior a 
2m/seg); fração de ejeção do VE é de 52 
%. Frente ao processo de avaliação 
diagnóstica e ao estabelecimento de 
plano terapêutico neste momento, qual 
é a conduta médica indicada para o 
paciente e sua justificativa? 
A) Indicar início de tratamento 
farmacológico com diurético de alça, 
inibidor de enzima conversora de 
angiotensina e nitrato, dada a presença 
de insuficiência cardíaca provocada 
pelo aneurisma da aorta torácica 
ascendente. 
B) Solicitar a complementação do 
ecocardiograma com infusão 
endovenosa de dobutamina, em razão 
da necessidade de melhor definir o 
comprometimento da função diastólica 
causado pela regurgitação valvar 
aórtica. 
C) Proceder cateterismo cardíaco 
diagnóstico e possivelmente 
terapêutico, dada a inegável existência 
de doença arterial coronariana como 
causa da angina pectoris estável e 
disfunção sistólica do VE. 
D) Solicitar avaliação do risco cirúrgico 
visando à realização de troca valvar 
aórtica, em razão da existência de 
estenose aórtica grave sintomática, 
com indicação de substituição da valva 
afetada. 
CCQ: Saber que dispneia, angina e 
síncope + pulso parvus e tardus + 
sopro sistólico em foco aórtico = 
estenose aórtica 
Caro aluno Aristo, temos aqui uma 
questão fácil para revisar valvulopatias. 
Recebemos um paciente com sintomas 
de dispneia, angina e síncope (tríade 
clássica!), que no exame se apresenta 
com sopro mesossistólico 3+/6+ mais 
audível no foco aórtico, B4 e pulso 
parvus e tardus (baixa amplitude e 
maior duração). Essas são as 
características típicas, figura de livro, da 
estenose aórtica! 
Suas principais etiologias são valva 
aórtica bicúspide, cardiopatia 
reumática crônica e degeneração 
calcifica, esta última a provável causa 
em questão, pelas calcificações 
observadas ao raio-X. 
A troca valvar está indicada na presença 
de estenose grave(área valvar < 1) 
sintomática, estenose grave com FE < 
50% e estenose grave em pacientes que 
já serão submetidos a cirurgia cardíaca, 
e é o único tratamento que reduz 
mortalidade. 
Assim sendo, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Como vimos 
a causa da insuficiência cardíaca é a 
estenose aórtica, que pode levar a uma 
dilatação da raiz aórtica, e não um 
aneurisma. Além disso, nesse caso o 
tratamento farmacológico é pouco 
efetivo, estando indicada a troca valvar. 
Lembre-se que os betabloqueadores 
devem ser evitados pela redução da 
contratilidade miocárdica! 
Alternativa B - Incorreta: Não há 
regurgitação aórtica, mas sim estenose. 
Alternativa C - Incorreta: A causa da 
angina é a estenose aórtica e não uma 
doença arterial coronariana. 
Alternativa D - Correta: Como 
discutimos acima. 
Portanto, o gabarito é a alternativa D.

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