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PROVA REVALIDA 2022

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Questões resolvidas

Um homem com 48 anos de idade, tabagista, em tratamento irregular de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemia, é admitido na unidade de emergência de hospital de pequeno município do interior, com quadro de dor torácica de forte intensidade, tipicamente anginosa, associada a diaforese, náuseas e vômitos. Segundo informa, o quadro álgico tem cerca de 4 horas de evolução, não tendo procurado antes a unidade de saúde por receio de contaminação devido à pandemia em curso. O exame físico dirigido revela um paciente em moderado desconforto agudo, ansioso, com pressão arterial (PA) de 102 x 70 mmHg, frequência cardíaca de 102 batimentos por minuto, levemente taquipneico, frequência respiratória de 22 incursões respiratórias por minuto. Na ausculta cardíaca, revelam-se uma 4a bulha e um sopro sistólico suave na ponta, estando os pulmões limpos. É realizado, então, um eletrocardiograma (ECG) nos primeiros 10 minutos de atendimento, que mostra a presença de um supradesnível do segmento ST superior a 2 mm nas derivações D2, D3, aVF e V1, além de infradesnível de ST de 3 mm nas derivações V2 a V4, nas quais são observadas ondas R aumentadas e ondas T positivas proeminentes. São administrados nitrato sublingual e ácido acetils

A) solicitar dosagens hormonais e fazer o encaminhamento da paciente para centro de referência.
B) pedir avaliação ultrassonográfica da presença e tamanho de útero e ovários da paciente.
C) solicitar teste de progesterona via oral da paciente para estímulo endometrial.
D) orientar e esclarecer a paciente sobre a normalidade do desenvolvimento

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Questões resolvidas

Um homem com 48 anos de idade, tabagista, em tratamento irregular de hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus e dislipidemia, é admitido na unidade de emergência de hospital de pequeno município do interior, com quadro de dor torácica de forte intensidade, tipicamente anginosa, associada a diaforese, náuseas e vômitos. Segundo informa, o quadro álgico tem cerca de 4 horas de evolução, não tendo procurado antes a unidade de saúde por receio de contaminação devido à pandemia em curso. O exame físico dirigido revela um paciente em moderado desconforto agudo, ansioso, com pressão arterial (PA) de 102 x 70 mmHg, frequência cardíaca de 102 batimentos por minuto, levemente taquipneico, frequência respiratória de 22 incursões respiratórias por minuto. Na ausculta cardíaca, revelam-se uma 4a bulha e um sopro sistólico suave na ponta, estando os pulmões limpos. É realizado, então, um eletrocardiograma (ECG) nos primeiros 10 minutos de atendimento, que mostra a presença de um supradesnível do segmento ST superior a 2 mm nas derivações D2, D3, aVF e V1, além de infradesnível de ST de 3 mm nas derivações V2 a V4, nas quais são observadas ondas R aumentadas e ondas T positivas proeminentes. São administrados nitrato sublingual e ácido acetils

A) solicitar dosagens hormonais e fazer o encaminhamento da paciente para centro de referência.
B) pedir avaliação ultrassonográfica da presença e tamanho de útero e ovários da paciente.
C) solicitar teste de progesterona via oral da paciente para estímulo endometrial.
D) orientar e esclarecer a paciente sobre a normalidade do desenvolvimento

Prévia do material em texto

2022 
1. Uma mulher com 51 anos de idade, 
em tratamento para osteoporose com 
bifosfonato, comparece ao ambulatório 
de infectologia de um hospital escola 
para receber o resultado da 
investigação diagnóstica de quadro de 
lesão crônica oro-cérvico-facial à 
direita. Segundo a paciente, a lesão 
iniciou-se há cerca de 18 meses como 
um endurecimento inflamatório logo 
abaixo da mandíbula, bem ao nível de 
seu ângulo; ao longo de alguns dias, a 
lesão tornou-se um nódulo endurecido 
que, posteriormente, se ulcerou, dando 
saída a secreção purulenta contendo 
granulações amareladas por 2 tratos 
fistulosos. Conta que procurou 
assistência médica, tendo realizado 
tratamento antibiótico por algumas 
vezes, sempre por 7 a 14 dias, com 
melhora inicial do quadro, mas retorno 
da drenagem de material nas semanas 
seguintes. Acrescenta que, há 4 
semanas, foi submetida a 
procedimento de biópsia local, tendo 
retornado ao ambulatório para saber o 
resultado da investigação diagnóstica. 
O laudo histopatológico revelou a 
presença de granulações contendo 
material inflamatório linfo-histiocitário 
associado a camadas densas de 
neutrófilos, no interior das quais são 
observadas massas de bactérias gram-
positivas com filamentos ramificados, 
além de material sugestivo de 
depósitos de fosfato de cálcio. As 
culturas do material drenado isolaram, 
além de Actinomyces israelli, Eikenella 
corrodens e espécies de 
Staphylococcus. Ao exame físico, a 
paciente apresenta 2 elementos 
molares da arcada dentária inferior, 
bem adjacentes à lesão cérvico-facial, 
em péssimo estado de conservação, 
com processo inflamatório inequívoco. 
Nesse caso, o fármaco adequado, de 
uso prolongado, para a conduta 
terapêutica antimicrobiana é 
A) oxacilina. 
B) cefalexina. 
C) clindamicina. 
D) levofloxacina. 
QUESTÃO ANULADA 
Temos aqui um caso clínico complexo 
da prova do Revalida de 2022, que, ao 
final, aborda o tópico de 
antimicrobianos. Infelizmente, a 
questão acabou anulada, pois nenhuma 
resposta era apropriada. Mesmo assim, 
vamos analisar o caso? 
Nossa paciente está em tratamento 
para osteoporose com bisfosfonatos, e 
é importante você lembrar que esses 
medicamentos têm como efeito 
colateral característico a 
osteonecrose mandibular. A 
apresentação dessa condição pode 
cursar com dor, dificuldade de 
mobilização, edema e eritema. O 
diferencial nesse caso clínico é perceber 
que a osteonecrose propiciou a 
formação de um micetoma 
cervicofacial. 
O micetoma cervicofacial se comporta 
exatamente como descrito no 
enunciado: uma lesão nodular que, 
posteriormente, se torna ulcerada, com 
saída de secreção amarelada e 
granulada - característica da espécie 
Actinomyces israelli. O laudo 
histopatológico justamente reforça: há 
a presença de infiltrado inflamatório 
associado à massas de bactérias gram-
positivas com filamentos - de novo o 
Actinomyces!. Por fim, via cultura, 
confirma-se a presença de Actinomyces 
israelli, Eikenella corrodens - um bacilo 
gram negativo anaeróbico, muito 
frequentemente associado ao 
Actinomyces - e espécies de 
Staphylococcus. 
E qual antibioticoterapia utilizar? 
No caso do micetoma pelo 
Actinomyces, o tratamento “de uso 
prolongado”, como o solicitado na 
questão, seria idealmente a penicilina 
G por via intravenosa por algumas 
semanas, seguida de penicilina oral, 
com tempo total de tratamento de 12 
meses. Nos casos graves, pode-se 
lançar mão de Imipenem (500 mg) EV 
de 6/6h. 
Note que nenhuma das alternativas 
fornece essas opções, motivo pelo qual 
foi anulada. 
Vamos então analisá-las 
individualmente: 
Alternativa A - Incorreta: A Oxacilina é 
uma droga com cobertura específica 
para estafilococos produtores de 
penicilinase. Não surtiria efeito contra o 
Actinomyces ou Eikenella. 
Alternativa B - Incorreta: A Cefalexina 
é uma cefalosporina de primeira 
geração, com espectro limitado. É 
utilizada em infecções superficiais de 
pele e não oferece cobertura. 
Alternativa C - Incorreta: A 
Clindamicina não seria a primeira 
indicação para uso prolongado. Seu uso 
é controverso, pois algumas referências 
mostram ação in vitro, mas ela deve ser 
evitada pela alta resistência do 
Actinomyces. 
Alternativa D - Incorreta: O 
Levofloxacino não possui nenhuma 
indicação nesse caso, pois não cobre 
apropriadamente nenhuma bactéria 
encontrada na cultura, além de 
apresentar alta taxa de resistência pelo 
Actinomyces. Também, dificilmente as 
fluoroquinolonas são antibióticos de 
escolha para uso contínuo por seus 
efeitos adversos osteocondrais. 
 
2. Um paciente com 72 anos de idade, 
tabagista, vem se queixando de 
icterícia, acolia, colúria e prurido há 
cerca de 2 meses de forma progressiva. 
Ao exame físico, apresenta icterícia 
+++/4 e massa palpável, de consistência 
amolecida e indolor no hipocôndrio 
direito, mais precisamente no ponto 
cístico. Os exames laboratoriais 
apresentam os seguintes resultados: 
hemograma com discreta anemia, AST 
de 64 U/l, AlT de 88 U/l, bilirrubina total 
de 32 mg/dl, sendo 24 mg/dl de 
bilirrubina direta e 8 mg/dl de bilirrubina 
indireta. 
Com base nos dados apresentados, 
entre os diagnósticos a seguir, qual é o 
mais provável? 
A) Coledocolitíase. 
B) Adenocarcinoma de vesícula biliar. 
C) Adenocarcinoma de cabeça de 
pâncreas. 
D) Colangiocarcinoma da confluência 
dos ductos hepáticos. 
 
CCQ: Idoso com síndrome colestática 
progressiva + massa palpável em 
ponto cístico = adenocarcinoma de 
cabeça de pâncreas 
A respeito de paciente de 72 anos, 
tabagista, com queixa de icterícia, 
acolia, colúria e prurido progressivos, há 
cerca de dois meses, com icterícia +++/4 
e massa palpável indolor em região de 
ponto cístico, com exames 
demonstrando hiperbilirrubinemia de 
32 mg/dl, às custas de bilirrubina direta. 
Qual o diagnóstico mais provável? 
Adenocarcinoma de cabeça de 
pâncreas, correto? É o tumor 
periampular mais comum e que justifica 
as alterações clínicas apresentadas pelo 
paciente. 
Bora avaliar as alternativas!!! 
Alternativa A - Incorreta: 
Coledocolitíase não cursaria com 
síndrome colestática tão progressiva e 
nem com massa palpável abdominal 
compatível com vesícula biliar 
escleroatrófica; 
Alternativa B - Incorreta: 
Adenocarcinoma de vesícula biliar não 
cursa com colestase, visto que não 
temos uma obstrução de colédoco; 
Alternativa C - Correta: Conforme 
explicação acima; 
Alternativa D - Incorreta: Tumor de 
Klatskin, também conhecido como 
tumor da confluência dos ductos 
hepáticos, não cursa com palpação de 
vesícula biliar indolor ao exame físico. 
 
 
3. Um menino com 5 anos de idade, 
acompanhado da mãe, é atendido em 
unidade de saúde. A mãe relata o 
aparecimento abrupto de manchas 
arroxeadas indolores nos membros 
inferiores da criança há 2 dias, sem 
outras queixas. Há 1 mês, conta que o 
filho apresentou quadro de resfriado 
comum, para o qual fez uso somente de 
soro fisiológico para lavagem nasal. 
Nega uso recente de medicamentos ou 
antecedentes familiares relevantes. Ao 
exame clínico, o menino apresenta 
regular estado geral, corado, hidratado, 
anictérico, acianótico, afebril e 
eupneico; baço palpável ao nível de 
rebordo costal esquerdo, presença de 
petéquias e equimoses indolores em 
membros inferiores. Exame de Fundo 
de Olho sem sinais de sangramento. 
Sem evidência de outros sangramentos 
ou outros achados clínicos relevantes. 
Os exames laboratoriais iniciais 
evidenciaram hemoglobina de 12,3 g/dl 
(valor de referência [VR]: 12,6 g/dl); 
hematócrito de 38% (VR: 37%); 
contagem de 5.700 leucócitos/mm3 
(VR: 5.000-15.000/mm3), com 37% de 
segmentados, 44% de linfócitos, 1% de 
monócitos e contagem de plaquetas de 
64.000/mm3 (VR: 150.000- 
450.000/mm3). Coagulograma com um 
tempo de tromboplastina de 12,5 
segundos (VR: 10-14 segundos), 100% 
deatividade de protrombina e um 
tempo de tromboplastina ativada de 31 
segundos (VR: 25-36 segundos). 
Considerando a principal hipótese 
diagnóstica para esse caso, qual deve 
ser a conduta terapêutica inicial? 
 
A) Terapia com corticosteroide. 
B) Internação para esplenectomia. 
C) Observação clínica ambulatorial. 
D) Administração de imunoglobulina. 
CCQ: Petéquias e equimoses + 
plaquetopenia, especialmente após 
IVAS, pense na púrpura 
trombocitopênica idiopática, onde na 
criança, o tratamento tende a ser a 
observação clínica 
Ei pessoal, tudo joia? Questãozinha 
sobre distúrbios da hemostasia na 
pediatria. Vamos rever juntos? 
Temos na questão uma criança que 
após um quadro de IVAS começou a 
apresentar púrpuras (essas manchas 
arroxeadas) na pele. Quando pedimos 
os exames laboratoriais, notamos: uma 
anemia leve com hematócrito 
levemente aumentado. O resto normal 
exceto pelo principal que nos guiará 
para o diagnóstico: a plaquetopenia. 
Sempre que tiver um quadro de 
petéquias e equimoses + 
plaquetopenia, especialmente após 
IVAS, pense na púrpura 
trombocitopênica idiopática ou 
autoimune. 
Esse quadro ocorre por deposição de 
anticorpos na membrana plaquetária. 
Quando o baço identifica essas 
plaquetas, elas são destruídas (por isso 
podemos ter um aumento do baço 
também). O quadro clássico é o de 
plaquetopenia e mais nada, mas fique 
atento, pois algumas questões, como 
essa, tentam lhe desviar do caminho 
certo ao colocar anemia, por exemplo. 
E o tratamento? É feito com prednisona 
e indicado quando as plaquetas estão < 
20.000/mm³ ou < 30.000/mm³ 
associadas a um sangramento mucoso. 
Em crianças, o tratamento 
convencional e sugerido como mais 
adequado hoje em dia é a observação 
clínica e laboratorial, uma vez que 80% 
das crianças melhoram 
espontaneamente em até 6 meses. 
Vamos ver o que as alternativas dizem 
sobre o tratamento da condição: 
Alternativa A - Incorreta: Não, pois as 
plaquetas não estão abaixo de 20.000. 
Alternativa B - Incorreta: Não, esse é 
um tratamento possível quando houve 
refratariedade do quadro após conduta 
conservadora e medicamentosa. 
Alternativa C - Correta: Opa, 
exatamente!! Dada a história natural da 
doença na maior parte dos casos na 
criança, vamos observar. 
Alternativa D - Incorreta: 
Consideramos a imunoglobulina em 
casos muito graves, apenas. 
 
4. Segundo o Instituto Nacional do 
Câncer (INCA), o rastreamento do 
câncer de mama organizado por 
mamografia de rotina (em que se 
convida formalmente as mulheres na 
faixa etária alvo para os exames 
periódicos), além de garantir controle 
de qualidade, seguimento oportuno e 
monitoramento em todas as etapas do 
processo, apresenta melhores 
resultados e menores custos que o 
rastreamento oportunístico. 
Considerando as informações 
apresentadas, para qual faixa etária e 
em que periodicidade, 
respectivamente, o INCA recomenda o 
rastreamento do câncer de mama 
organizado por mamografia de rotina? 
A) 45 aos 69 anos de idade; anualmente. 
B) 50 aos 79 anos de idade; anualmente. 
C) 40 aos 69 anos de idade; a cada 2 
anos. 
D) 50 aos 69 anos de idade; a cada 2 
anos. 
CCQ: O rastreio de câncer de mama é 
preconizado pelo INCA dos 50 aos 69 
anos de idade com exame realizado 
bianualmente caso normalidade 
Olá, pessoal! Fala, aluno Aristo! Mais 
uma questão sobre câncer de mama 
devido à relevância desse tema, uma 
vez que sabemos que ele representa o 
segundo câncer mais comum no mundo 
e é o mais frequente entre as mulheres. 
Diante disso, é importante ter domínio 
sobre alguns tópicos, sendo um deste 
os fatores de risco associados a essa 
neoplasia. Por isso, vamos revisar os 
principais: 
• Sexo feminino. 
• Raça branca. 
• Antecedente pessoal de câncer 
de mama. 
• Lesões histológicas que indicam 
risco como hiperplasia ductal ou 
lobular. 
• Nuliparidade e primiparidade 
idosa. 
• História familiar de câncer de 
mama em parentes de primeiro 
grau. 
• Sedentarismo. 
• Exposição à radiação ionizante. 
Referente ao diagnóstico, sabe-se que o 
exame clínico das mamas é uma das 
ferramentas adotadas e necessita ser 
realizada pelo profissional de saúde. 
Essa abordagem demonstrou-se efetiva 
em reduzir a mortalidade por câncer de 
mama. Todavia, a mamografia é o 
método de escolha dos programas de 
rastreamento, sendo recomendada na 
faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois 
anos pelo Ministério da Saúde e INCA. 
Agora, vamos analisar as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Tanto a faixa 
etária quanto a periodicidade descritas 
não são as preconizadas pelo INCA. 
Alternativa B - Incorreta: É apenas até 
os 69 anos e o exame é bianual. 
Alternativa C - Incorreta: É 
preconizado idade a partir dos 50 anos. 
Alternativa D - Correta: Exato! 
Conforme justificado no texto acima. 
 
5. Um homem com 48 anos de idade é 
obeso, tabagista e hipertenso há 6 anos, 
quando, devido a esse quadro, foi-lhe 
recomendada mudança do estilo de 
vida e prescrita farmacoterapia. 
Procura hoje a Unidade Básica de Saúde 
(UBS) com níveis tensionais elevados, 
glicemia alterada e referindo ter 
deixado de usar os medicamentos anti-
hipertensivos prescritos dizendo "eles 
estão me fazendo sentir doente". O 
paciente relata que, durante a 
pandemia da COVID-19, deixou de 
seguir as orientações alimentares, de 
atividade física e de cessação do 
tabagismo. 
Para esse caso, a conduta a ser adotada 
pela equipe da UBS é 
A) construir um projeto terapêutico 
singular e pactuar com o paciente as 
propostas de ações para a mudança do 
estilo de vida e a adesão 
medicamentosa. 
B) esclarecer o paciente, no projeto 
terapêutico singular, sobre as 
consequências da não adesão ao 
tratamento, destacando o perigo dos 
potenciais danos clínicos e reiterando 
firmemente o aconselhamento. 
C) utilizar, no projeto terapêutico 
singular, a negação do paciente aos 
problemas apresentados e a adesão ao 
tratamento como formas de pressão 
para obtenção da mudança do estilo de 
vida. 
D) condicionar, na construção do 
projeto terapêutico singular, a adesão 
às mudança do estilo de vida e ao 
tratamento farmacológico e comunicar 
ao paciente que, se não seguir as 
orientações da equipe, não poderá mais 
ser atendido na UBS. 
CCQ: Saber que o Projeto Terapêutico 
Singular, um projeto interprofissional 
e holístico, é a abordagem ideal para 
problemas complexos na APS 
Querido aluno Aristo, questão não tão 
Pareto acerca de uma abordagem de 
alto envolvimento da equipe de 
Atenção Primária, e que destina um 
volume de recursos humanos alto, em 
um determinado período de tempo, 
para o paciente. 
O Projeto Terapêutico Singular (PTS) 
é a elaboração de um plano conjunto 
entre diversas áreas da saúde presentes 
no serviço, de modo a abordar o quadro 
do paciente com um ponto de vista 
interprofissional e holístico. Tal 
abordagem é extremamente benéfica 
para a longitudinalidade, visto que 
aborda o paciente e o seu meio de 
diversas formas, com diversas ações 
distribuídas no tempo, por meio de 
vários atores da prestação de cuidado. 
Como é um projeto que compartilha 
metas e objetivos, este geralmente 
aborda as problemáticas do paciente 
sob diversos pontos de vista, dando 
também ao paciente mais 
conhecimento acerca do seu quadro de 
saúde e firmando pactuações com 
diversos profissionais para que os 
planos terapêuticos sejam seguidos. 
A criação de um vínculo de 
corresponsabilização, com a divisão 
clara de tarefas entre os profissionais e 
o paciente, é a abordagem preferencial. 
Uma abordagem paternalista, onde o 
profissional “manda” e o paciente 
“obedece” geralmente acaba 
desmotivando o paciente e impedindo 
que este seja protagonista nas 
mudanças de estilo de vida e na adesão 
terapêutica que a equipe planejou junto 
com o paciente. 
Agora que você já sabe sobre o PTS, quetal avaliarmos nossas alternativas? 
Alternativa A – Correta: Exatamente! 
O PTS vai ser um projeto de 
acompanhamento longitudinal, com o 
propósito final de desenvolver 
propostas de mudanças de estilo de 
vida e de adesão medicamentosa para o 
paciente ou para seu ambiente. 
Alternativa B – Incorreta: A 
abordagem pelo medo das 
complicações é uma abordagem pouco 
eficaz, uma vez que o paciente não 
parece ser sintomático. Dessa forma, a 
educação em saúde acerca da sua 
condição de saúde e da importância das 
medicações e dos hábitos passa a ter 
muito mais validade. 
Alternativa C – Incorreta: Não. Utilizar 
a negação do paciente como maneira 
de pressionar não é uma alternativa de 
promoção de saúde, ainda mais para 
um problema crônico, que exige 
mudança de estilo de vida. 
Alternativa D – Incorreta: Não! Essa 
alternativa fere totalmente os atributos 
do acesso e da integralidade, além do 
princípio da equidade, visto que é um 
paciente com uma condição de difícil 
abordagem, e que precisa de mais 
recursos para que seja feita alguma 
mudança no seu estilo de vida. 
 
6. Um homem com 64 anos de idade 
chega ao serviço de emergência, 
conduzido pelos familiares, por 
confusão mental e sonolência. O 
paciente tem história de hipertensão 
arterial sistêmica com difícil controle. 
Ao exame, apresenta edema de papila 
ao fundo de olho, pressão arterial (PA) 
de 220 x 130 mmHg, presença de 4ª 
bulha na ausculta cardíaca. O restante 
do exame físico não apresenta 
alterações. A tomografia de crânio sem 
contraste não evidenciou sinais de 
isquemia cerebral. 
O tratamento de primeira escolha a ser 
proposto para esse paciente é iniciar 
A clonidina, via oral, com o objetivo de 
reduzir a PA em até 50% em 24 horas ou 
para uma PA na faixa de 140 x 90-85 
mmHg. 
B nitroprussiato endovenoso com o 
objetivo de reduzir a PA em até 25% em 
2 horas ou para uma PA na faixa de 160 
x 100-110 mmHg. 
C nitroglicerina endovenosa com o 
objetivo de reduzir a PA em até 25% em 
2 horas ou para uma PA na faixa de 160 
x 100-110 mmHg. 
D captopril, via sublingual, com o 
objetivo de reduzir a PA em 50% em 8 
horas ou para uma PA na faixa de 140 x 
90-85 mmHg. 
QUESTÃO ANULADA 
Dae querido aluno! Tranquilo? Temos 
aqui uma questão clássica de 
Encefalopatia Hipertensiva (EH), que, 
infelizmente, acabou sendo anulada 
pela banca de forma inadequada. 
Mesmo assim, vamos revisar esse tema 
tão importante! 
As emergências hipertensivas devem 
conter duas condições: hipertensão + 
lesão de órgão alvo. No caso, temos 
um paciente com alteração no nível de 
consciência e papiledema - dois sinais 
clínicos da EH, que também pode cursar 
com cefaleia. Aqui devemos nos 
atentar no diagnóstico diferencial com 
os acidentes vasculares: a ausência de 
sinais focais também fala a favor da EH, 
e, a TC de crânio afasta ainda mais a 
possibilidade de AVC. 
Sendo definido o diagnóstico, como 
manejamos a EH? 
As recomendações gerais de redução 
da PA na EH são: 
• Diminuir a PA em 25% na 1ª 
hora; 
• Alcançar PA 160/100 -110 mmHg 
em 2-6 h 
• PA 135/85 mmHg em 24-48 h do 
início do tratamento. Lembre-se 
que, quedas maiores que isso 
podem ser danosas, levando à 
hipoperfusão de órgãos nobres. 
Por fim, para alcançar esses objetivos, 
podemos lançar mão de anti-
hipertensivos EV, sendo os principais: 
• Nitroprussiato de sódio 
• Nicardipina 
• Betabloqueadores: 
labetalol/metoprolol 
Essas são as medicações de escolha 
para tratamento de uma encefalopatia 
hipertensiva. 
Assim, vamos analisar alternativa por 
alternativa: 
Alternativa A - Incorreta: Reduzir a PA 
em 50% significaria chegar em valores 
próximos à 110x65 mmHg, sendo que o 
mínimo recomendado é 135x85 mmHg. 
Essa seria uma redução drástica, que 
poderia levar à hipoperfusão e 
instabilidade hemodinâmica. 
Alternativa B - Correta: Tanto a 
medicação quanto a redução descritas 
nessa alternativa podem ser aceitas, e, 
essa seria a primeira escolha. 
Alternativa C - Incorreta: Foi essa 
alternativa que gerou a iniciativa de 
anulação da questão, mas repare que o 
enunciado deixa bem explícito, ele 
pergunta qual a primeira escolha. 
Dessa forma, não podemos negar que é 
o nitroprussiato. A nitroglicerina fica 
mais reservada para emergência 
hipertensiva associada a síndrome 
coronariana e não é muito usada na 
encefalopatia, devido à queda da PA ser 
pouco previsível. 
Alternativa D - Incorreta: 
Primeiramente, a via sublingual não é 
adequada, sendo a via EV preferida em 
emergências hipertensivas. Também, a 
redução de 50% em 24h é brusca, e 
poderia ser danosa pelos mesmos 
motivos descritos na alternativa A. 
Gabarito da banca: questão anulada. 
 
7. Uma paciente com 35 anos de idade, 
vítima de acidente automobilístico, 
queixa-se de dor abdominal. Durante a 
admissão no setor de emergência, 
apresenta-se lúcida, cooperativa 
(Glasgow 15), pressão arterial: 100 x 60 
mmHg, frequência cardíaca: 88 
batimentos por minuto, frequência 
respiratória: 20 incursões respiratórias 
por minuto. Foi indicada tomografia de 
abdome, que evidenciou moderada 
quantidade de líquido livre na cavidade 
abdominal, hematoma subcapsular no 
lobo direito do fígado, ocupando cerca 
de 40% da superfície do órgão e 
laceração de cerca de 5 cm em lobo 
esquerdo. 
Nesse caso, qual deve ser a conduta 
para a paciente? 
A) laparotomia com rafia da laceração 
hepática e drenagem do hematoma 
subcapsular. 
B) laparotomia, hemostasia com 
compressas no fígado e reabordagem 
cirúrgica após 48 horas. 
C) Internação em Unidade de Terapia 
Intensiva com monitorização 
hemodinâmica e hematócrito seriado. 
D) Internação em Unidade de Terapia 
Intensiva com monitorização 
hemodinâmica, hematócrito seriado e 
tomografia de abdome a cada 48 horas. 
CCQ: Na ausência de 
contraindicações, o manejo do 
trauma hepático é conservador 
Aluno Aristo, questão Pareto no trauma 
abdominal, trazendo um conceito que 
não podemos deixar escapar: A conduta 
conservadora no trauma hepático. 
O fígado tem uma capacidade de 
regeneração elevada, além de ser um 
órgão de difícil abordagem, de forma 
que as condutas atuais tendem ao 
manejo não operatório, mostrando que 
há vantagem mesmo quando estamos 
diante de danos orgânicos mais 
relevantes. Isso é ainda mais verdadeiro 
em traumas fechados, como o do caso, 
na presença de alguns critérios, como a 
estabilidade hemodinâmica e a 
possibilidade de monitoramento 
seriado dos níveis de hemoglobina. 
Veja bem, é o quadro da nossa paciente, 
estabilidade hemodinâmica sem outras 
lesões abdominais que justifiquem a 
abordagem abdominal. 
O enunciado ainda traz informações 
que nos permitem classificar o trauma 
em grau III pela classificação da 
American Association for the Surgery of 
Trauma Organ Injury, mas não era 
sequer necessário, então não se prenda 
a isso. Bora dar uma olhada nas 
alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Conforme 
conversamos, paciente com trauma 
hepático fechado, com estabilidade 
hemodinâmica, sem sinais de lesões em 
outras vísceras tem indicação de 
tratamento conservador. 
Alternativa B - Incorreta: Observação 
clínica, conforme explicamos logo 
acima. 
Alternativa C - Correta: É isso, como 
explicamos, vamos internar essa 
paciente em ambiente no qual ela possa 
ser frequentemente avaliada e ter seu 
estado hemodinâmico avaliado de 
forma seriada. 
Alternativa D - Incorreta: A princípio, 
não há necessidade de repetição da 
tomografia como dito pela alternativa. 
Exames de imagem seriados não fazem 
parte do monitoramento do trauma 
hepático. 
 
8. Um menino com 11 anos de idade 
apresenta febre diária há 4 dias e 
claudicação de membro inferior direito 
e vem usando ibuprofeno desde o início 
do quadro, sem melhora. Há 1 dia, 
recusa-se a andar, referindo muita dor 
em joelho direito, onde notou inchaçoe 
vermelhidão. Refere ainda inapetência 
e indisposição geral. Tem antecedente 
de lesões crostosas de mucosa nasal e 
pele ao redor do nariz há 2 semanas, 
tendo usado pomada à base de 
corticoide, sem melhora. Ao exame 
físico apresentou regular estado geral, 
corado, hidratado, febril (temperatura = 
38 ºC), frequência cardíaca: 103 
batimentos por minuto, frequência 
respiratória: 16 incursões respiratórias 
por minuto, anictérico, acianótico, 
eupneico, pulsos cheios, boa perfusão 
periférica. lesões pustulosas e crostosas 
em vestíbulo nasal. Joelho direito com 
edema, calor e intensa dor à 
mobilização. Restante dos aparelhos 
sem alterações. 
Para a elucidação diagnóstica, quais são 
os exames/ procedimentos indicados? 
A) Antiestreptolisina O e 
ecocardiograma. 
B) Anticorpo antinuclear e fator 
reumatoide. 
C) Ultrassonografia e punção articular 
de joelho. 
D) Hemograma e provas de atividade 
inflamatória. 
CCQ: Na hipótese de artrite séptica, 
hemograma e provas de função 
inflamatória ajudam a esclarecer o 
diagnóstico 
Ei pessoal, tudo certo? Questãozinha 
sobre condições osteoarticulares na 
infância, bora rever? 
Antes de mais nada, vamos analisar o 
caso e raciocinar a partir disso: Temos 
uma que, após lesões crostosas na 
mucosa nasal e pele ao redor, provável 
impetigo, apresentou uma artrite em 
joelho direito, com comprometimento 
do estado geral. 
Sempre que tiver um quadro infeccioso 
que "migra" para uma articulação, 
pense na artrite séptica. Esse quadro 
pode ocorrer por disseminação 
hematogênica de um microrganismo 
quando o paciente tem uma infecção 
prévia. 
A doença acomete mais as articulações 
de cargas dos membros inferiores: 
quadris e joelhos e a clínica é composta 
por dor articular, limitação à 
movimentação e sinais flogísticos. 
Em relação aos exames 
complementares, precisamos primeiro 
confirmar a inflamação: o hemograma 
mostra aumento de polimorfonucleares 
com desvio à esquerda e as provas 
inflamatórias (PCR e VHS estão 
aumentadas). Depois, exames de 
imagem, como a ultrassonografia, 
podem ser úteis. 
Vamos ver as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Marcou essa 
aqui quem pensou na febre reumática, 
mas lembre-se: a febre reumática 
ocorre após uma faringoamigdalite, 
impetigo não. 
Alternativa B - Incorreta: Não, pois 
nossa suspeita é infecciosa, não 
autoimune. 
Alternativa C - Incorreta: Essa pegou 
muita gente: está errado pedir esses 
exames agora? Nâo. Mas sem nem 
sequer confirmar a inflamação, não são 
eles que vão elucidar o diagnóstico. 
Alternativa D - Correta: Exatamente, 
com o hemograma e provas de 
atividade inflamatória vamos confirmar 
nossa hipótese de inflamação e aí 
partimos para outras propedêuticas. 
9. Uma paciente com 30 anos de idade, 
gestante pela 3ª vez, comparece ao 
centro de saúde para acompanhamento 
pré-natal. Relata que os outros dois 
partos foram normais, há 10 e 8 anos, 
que não houve nenhuma intercorrência 
nas outras gestações e que não tem 
nenhuma doença diagnosticada. Refere 
sintomas típicos de início de gestação: 
enjoo matinal e sonolência. Está com 13 
semanas de gestação e apresenta os 
resultados dos exames de pré-natal 
anteriormente solicitados. Entre eles, o 
resultado da glicemia de jejum mostra 
132 mg/dl. 
Com relação a esse caso, qual é a 
conduta adequada? 
A)Encaminhar a gestante para pré-
natal de alto risco, já que se trata de 
diabetes mellitus gestacional. 
B) Encaminhar a gestante para pré-
natal de alto risco, já que se trata de 
diabetes mellitus prévio diagnosticado 
na gestação. 
C) Solicitar um teste de tolerância à 
glicose oral com 75 g imediatamente 
para elucidar o diagnóstico e avaliar 
necessidade de encaminhar a paciente 
ao ambulatório especializado. 
D) Solicitar um teste de tolerância à 
glicose oral com 75 g com 26 semanas 
para elucidar o diagnóstico e avaliar 
necessidade de encaminhar a paciente 
ao ambulatório especializado. 
CCQ: Saber que glicemia de jejum 
acima de maior/igual a 126 mg/dl 
caracteriza uma diabetes prévia 
Pessoal, tudo bem com vocês? Diabetes 
gestacional é um tema muito 
importante, devido sua prevalência 
(sendo representada por 7,6% no 
Sistema Único de Saúde), e suas 
complicações, podendo levar a uma 
macrossomia fetal, crescimento 
intrauterino restrito, polidrâmnio, 
prematuridade. 
O rastreamento está indicado em todas 
as gestantes, sendo realizado um 
exame de glicemia em jejum antes das 
20 semanas, cujo resultado normal é < 
92 mg/dl , e caso apresente um 
resultado normal, é necessário uma 
prova de tolerância oral com glicose 
entre as semanas 24ª e 28ª semanas de 
gestação. 
Sabendo disso, vamos analisar as 
alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Resultados 
de glicemia alterados, de 92 mg/dl a 125 
mg/dl representam uma diabetes 
gestacional, a nossa paciente apresenta 
um resultado de 132 mg/dl, indicando 
uma diabetes prévia. 
Alternativa B - Correta: Resultados de 
glicemia alterados, acima de 125 mg/dl, 
já caracterizam uma diabetes prévia, 
indicando um acompanhamento da 
gestante em pré-natal de alto risco 
devido às complicações que uma 
diabetes pode trazer na gestação. 
Alternativa C - Incorreta: O teste de 
tolerância oral a glicose está indicado 
apenas na 24ª a 28ª semana se a 
gestante apresentar um resultado 
normal no primeiro exame, em caso de 
uma glicemia de jejum acima dos 
valores para diabetes gestacional (92 - 
125 mg/dl) na primeira medição, já 
diagnostica como diabetes mellitus 
prévia, não havendo necessidade de 
outro exame confirmatório. 
Alternativa D - Incorreta: Como 
mencionado anteriormente, em casos 
de resultado de glicemia em jejum 
alterados na primeira medição, acima 
de 125 mg/dl, já temos diagnóstico de 
diabetes prévia, não havendo 
necessidade de exame confirmatório. 
 
10. Diante da pandemia da COVID-19, e 
segundo o guia de vigilância 
epidemiológica emergência de saúde 
pública de importância nacional pela 
doença pelo coronavírus 2019 - COVID-
19 (2021), o Ministério da Saúde emitiu 
orientações de biossegurança durante a 
investigação de infecções respiratórias 
a partir de pacientes com suspeita de 
infecção por SARS-CoV-2. 
Nesta circunstância, para a coleta de 
material potencialmente gerador de 
aerossol, constitui a primeira linha de 
proteção destinada aos profissionais da 
saúde, os seguintes equipamentos de 
proteção individual (EPI): 
A) gorro descartável, protetor facial, 
máscara PFF2 e avental de pano. 
B) óculos de proteção, máscara 
cirúrgica e avental de mangas 
compridas. 
C) gorro descartável, óculos de 
proteção ou protetor facial, máscara 
PFF2 (N95 ou equivalente), avental de 
mangas compridas, luva de 
procedimento e calçados fechados. 
D) gorro descartável, óculos de 
proteção ou protetor facial, máscara de 
pano/tecido (dupla camada), avental de 
mangas compridas, luva de 
procedimento e calçados fechados. 
CCQ: Saber que a máscara PFF2 e o 
avental de mangas compridas fazem 
parte da primeira linha de proteção 
dos profissionais de saúde na coleta 
de material potencialmente gerador 
de aerossol no contexto da COVID-19 
Fala, pessoal! Estamos diante de uma 
questão que aborda o uso de 
equipamentos de proteção individual 
(EPIs) em situação de coleta de material 
potencialmente gerador de aerossol, 
como swab de vias aéreas ou aspirado 
de vias aéreas de um paciente com 
COVID-19. Vamos lá! 
As medidas de prevenção e controle 
de infecção devem ser implementadas 
pelos profissionais que atuam nos 
serviços de saúde para evitar ou reduzir 
ao máximo a transmissão de 
microrganismos durante qualquer 
assistência à saúde realizada. 
Voltado para o contexto da questão, 
considerando profissionais de saúde 
que realizam procedimentos geradores 
de aerossóis, não podemos esquecer da 
importância da máscara N95/PFF2. Ela 
sedifere das demais máscaras como a 
cirúrgica e as de pano devido a seu alto 
poder de filtragem e de proteção 
contra partículas que podem ficar no ar 
por várias horas. N95 é a sigla utilizada 
para a PFF2 (“peça facial filtrante”) nos 
Estados Unidos, de modo que as duas 
siglas representam a mesma máscara. 
Agora podemos ir às alternativas. 
Alternativa A – Incorreta: Não está 
indicado o uso de avental de pano, 
além de ser indispensável o uso de luvas 
de procedimento. 
Alternativa B – Incorreta: Não é 
indicado a utilização de máscara 
cirúrgica, e sim de máscara PFF2, já que 
trata-se de uma situação de coleta de 
material potencialmente gerador de 
aerossol. 
Alternativa C – Correta: Exato! Essa 
alternativa cita todos os equipamentos 
de proteção individual que devem ser 
usados em situação de coleta de 
material potencialmente gerador de 
aerossol: gorro descartável, óculos de 
proteção ou protetor facial, máscara 
PFF2 (N95 ou equivalente), avental de 
mangas compridas, luva de 
procedimento e calçados fechados. 
Alternativa D – Incorreta: Como visto 
anteriormente, o indicado é o uso da 
máscara PFF2, e não de máscara de 
pano/tecido. 
 
11. Uma paciente com 22 anos de idade 
dá entrada na unidade de emergência 
de hospital de média complexidade 
com quadro de asma descompensada. 
A paciente, que se apresenta 
taquicárdica (frequência cardíaca: 110 
batimentos por minuto), taquipneica 
(frequência respiratória: 28 incursões 
respiratórias por minuto) e febril (38,3 
ºC), relata descompensação do quadro 
respiratório há 2 dias, tendo utilizado 
medicação de resgate (beta 2 agonista 
adrenérgico inalatório) por diversas 
vezes ao longo desse período, sem 
obter melhora. Diagnosticada com 
asma ainda na infância, ela conta que 
sua doença vem sendo classificada 
como asma moderada persistente, 
estando em uso regular de beta 2 
agonista de longa duração (salmoterol) 
e corticoide inalatório (budesonida) em 
baixa dose, além da medicação de 
resgate. Ao exame físico, nota-se 
também leve cianose e sibilância 
inspiratória e expiratória; a 
hemodinâmica encontra-se estável 
bem como o nível de consciência. A 
paciente é submetida a administração 
de nebulização com beta 2 agonista 
adrenérgico inalatório e anticolinérgico 
de ação rápida (brometo de ipratrópio). 
A despeito da oxigenioterapia sob 
máscara nasal com reservatório, 
repetição da nebulização e da 
administração de metilprednisolona 
intravenosa, a paciente continua com 
algum grau de desconforto respiratório. 
Exames laboratoriais indicam a 
presença de possível processo 
infeccioso bacteriano (leucocitose com 
leve desvio à esquerda e aumento da 
proteína C reativa [PCR]), confirmado 
na radiografia de tórax, que indica 
padrão de condensação segmentar no 
lobo inferior direito. A gasometria 
arterial revelou o seguinte padrão: pH: 
7,44 (valor de referência [VR]: 7,35-
7,45); PaO2: 65 (VR para idade: 95); 
PaCO2: 44 (VR: 35-45); HCO3 : 22 (VR: 
24 +/- 2); SaO2: 91% (VR > 94%). 
Completada essa avaliação inicial, o 
médico opta por indicar a realização de 
intubação orotraqueal preventiva. A 
principal razão para a tomada dessa 
decisão 
A) foi o nível reduzido da PaO2 à 
gasometria arterial. 
B) foi o nível normal da PaCO2 à 
gasometria arterial. 
C) foram as evidências de pneumonia à 
radiografia de tórax, hemograma e 
PCR. 
D) foi a presença de sibilância 
inspiratória e expiratória associada à 
taquipneia. 
QUESTÃO ANULADA 
Fala aluno Aristo! Temos aqui uma 
questão sobre Asma que deu o que 
falar! Basicamente, foi indicada 
intubação orotraqueal (IOT) precoce 
nessa paciente, e a banca solicitava o 
porquê. 
A questão justamente foi anulada pois 
nenhuma alternativa trazia uma 
justificativa plausível. Vamos tentar 
entender o que a banca queria: 
Primeiramente, a decisão de intubar um 
paciente asmático é difícil: a IOT 
aumenta ainda mais a reatividade 
brônquica, causando mais constrição. 
Por isso, a técnica de IOT precoce pode 
ser benéfica, pois um preparo 
apropriado diminui os efeitos 
deletérios, sendo a IOT tardia muito 
mais difícil. Para ajudar nessa decisão, 
utilizamos o mnemônico ABC: 
• A) paciente apresenta alteração 
do estado mental. 
• B) breathing: esforço 
respiratório, fadiga respiratória, 
hipóxia e hipercapnia 
• C) curso desfavorável: pacientes 
que estão deteriorando 
No nosso caso, a paciente não 
apresentava alteração do estado 
mental mas, mesmo após as medidas 
iniciais com fornecimento de oxigênio, 
nebulização e corticoide, ainda 
mantinha algum grau de desconforto 
respiratório. Também, foi descrita 
cianose discreta, PaO2: 65, PaCO2 no 
limite superior e SaO2: 91% (VR > 94%) 
- o que pode ser interpretado como um 
curso desfavorável. 
Portanto, o que banca gostaria? 
Que o candidato assinalasse a 
alternativa A. Justificando 
subjetivamente que a hipóxia e cianose, 
em asma refratária, podem ser 
indicações de IOT precoce. No entanto, 
devemos sempre analisar a clínica do 
paciente. Além disso, se formos falar de 
valores, segundo o GINA (principal 
referência no tema), os critérios para 
falência respiratória são: PaO2 < 60 
mmHg e PaCO2 normal ou aumentado 
(> 45 mmHg) após as medidas iniciais. 
Portanto, podemos tirar daí a indicação 
de intubação. 
Visto isso, vamos concluir que o 
principal motivo da indicação da 
intubação aqui é a refratariedade às 
medidas iniciais com sinal de falência 
respiratória. 
Basicamente, as alternativas não foram 
bem formuladas mas, vamos analisá-
las: 
Alternativa A - Incorreta: Se formos 
levar em conta estritamente o valor da 
PaO2, seria correto considerar se a 
PaO2 fosse menor que 60 mmHg, que 
não é o caso. 
Alternativa B - Incorreta: Níveis 
normais de PaCO2 nesse contexto 
justificariam a intubação orotraqueal, 
mas veja que seria uma resposta 
incompleta, não seria a principal razão, 
como pergunta o enunciado. A principal 
razão é a refratariedade às medidas 
terapêuticas iniciais com evolução para 
falência respiratória. 
Alternativa C - Incorreta: Pneumonia 
não é indicação de IOT. 
Alternativa D - Incorreta: A presença 
de sibilância e taquipneia não é 
indicação de IOT. 
 
12. Uma paciente com 43 anos de 
idade, sem comorbidades, vem 
apresentando quadro de dor em 
hipocôndrio direito, febre, colúria e 
acolia fecal há 48 horas. Ao exame, 
mostra-se lúcida, orientada no tempo e 
espaço, com icterícia +/4, temperatura 
axilar 39 ºC e pressão arterial de 130 x 90 
mmHg. No exame do abdome 
apresenta dor à palpação profunda do 
ponto cístico, sem massas e/ou 
visceromegalias. Realizou 
ultrassonografia que mostrou vesícula 
biliar com paredes levemente 
espessadas, com cálculos pequenos em 
seu interior; dilatação das vias biliares 
com colédoco medindo 1 cm. 
Diante desse quadro, quais são, 
respectivamente, a principal hipótese 
diagnóstica e o tratamento inicial 
adequado? 
A) Colecistite aguda; antibioticoterapia 
venosa. 
B) Colangite aguda; antibioticoterapia 
venosa. 
C) Colecistite aguda; colecistectomia de 
emergência. 
D) Colangite aguda; drenagem cirúrgica 
das vias biliares. 
CCQ: Icterícia obstrutiva + dor em 
hipocôndrio direito + febre = colangite 
aguda 
Salve salve família Aristo, tudo bem 
com vocês? Questãozinha do INEP-
REVALIDA-DF de 2022 trazendo um 
tema frequente nas provas, sendo 
abordado de forma inteligente e sem 
muitas complicações, concordam? 
A respeito de paciente de 43 anos com 
quadro de dor em hipocôndrio direto, 
febre, colúria e acoli fecal há 48 h, com 
exame físico denotando febre de 39°C, 
PA de 130 x 90 mmHg, com dor à 
palpação profunda do ponto cístico. 
USG demonstrou vesícula biliar com 
paredes levemente espessadas, com 
cálculos pequenos em seu interior e 
colédoco dilatado, com 1 cm de 
diâmetro. Qual o diagnóstico e conduta 
inicial? 
Icterícia obstrutiva+ dor em 
hipocôndrio direito + febre (podendo 
ter calafrios associados) = colangite 
aguda, certo!? Tal paciente apresenta a 
tríade de Charcot e fecha nossa 
hipótese principal. Inicialmente, a 
conduta é internação, estabilização 
clínica e início de antibioticoterapia, 
com programação de CPRE eletiva, 
caso se mantenha estável. Caso piore, 
com instabilidade hemodinâmica e 
confusão mental, devemos pensar que 
o paciente está evoluindo com a 
pêntade de Reynolds e, nesse caso, 
deve-se fazer CPRE com urgência para 
exploração da via biliar. 
Bora avaliar as alternativas!!! 
Alternativa A - Incorreta: Colecistite 
aguda não cursa com icterícia, colúria e 
acolia fecal; 
Alternativa B - Correta: Conforme 
explicação acima; 
Alternativa C - Incorreta: Nos casos de 
colecistite, não se realiza 
colecistectomia de forma imediata; 
Alternativa D - Incorreta: Não se indica 
drenagem cirúrgica das vias biliares 
como tratamento inicial de colangite 
aguda não-supurativa. 
 
13. Uma menina com 11 meses de idade 
comparece à consulta de puericultura 
na Unidade Básica de Saúde. A mãe 
questiona como deve seguir a 
vacinação, especificamente no caso do 
sarampo, uma vez que a criança 
recebeu uma dose dessa vacina aos 8 
meses de idade, quando teve contato 
com um caso suspeito da doença. 
De acordo com o estabelecido pelo 
Ministério da Saúde, essa criança deve 
receber uma dose da vacina 
A) tríplice viral aos 12 meses e uma dose 
da vacina tetraviral aos 15 meses. 
B) tríplice viral aos 12 meses e uma dose 
da vacina tetraviral aos 18 meses. 
C) antissarampo aos 12 meses e uma 
dose da vacina tríplice viral aos 15 
meses. 
D) antissarampo aos 18 meses e outra 
dose da vacina tetraviral aos 18 meses. 
CCQ: Mesmo após a dose zero da 
vacina contra Sarampo, a criança deve 
receber uma dose da tríplice viral aos 
12 meses e uma da tetra viral aos 15 
meses 
Ei pessoal, tudo joia? Questão simples, 
direta e muito possível de ser recorrente 
dada a nova realidade que estamos 
vivendo, de aumento de casos de 
sarampo. Vamos rever a imunização 
dessa doença? 
A vacina contra Sarampo é composta de 
vírus vivo atenuado e deve ser 
administrada em duas doses: aos 12 
meses pela tríplice viral e aos 15 meses 
pela tetra viral. Mas a criança da 
questão tomou uma vacina aos 8 
meses, o que houve? 
Diante da epidemia de Sarampo em 
2019, houve uma recomendação de 
uma dose adicional, chamada de dose 
zero, para os lactentes de 6 meses até 
11 meses e 29 dias. Essa dose NÃO 
entra na conta das vacinas: é uma extra, 
então a criança do caso ainda deve 
tomar a tríplice aos 12 e a tetra aos 15 
meses. 
E um algo a mais sobre a vacina do 
Sarampo é que ela pode ser feita para 
pacientes expostos, não imunizados e 
imunocompetentes como forma de 
bloqueio. A vacina pode ser 
administrada em até 72h após o contato 
com um caso suspeito. 
Vamos ver as alternativas: 
Alternativa A - Correta: Exatamente o 
que comentamos!! 
Alternativa B - Incorreta: Aqui, o erro 
está na idade de aplicação da tetra viral. 
Alternativa C - Incorreta: Não, a dose 
da tríplice é aos 12 meses. 
Alternativa D - Incorreta: Aqui está 
tudo errado!! 
14. Uma paciente chega à unidade de 
emergência com idade gestacional de 
37 semanas e 6 dias, gesta: 2, para: 1, 
aborto: 0 (um parto cesariana anterior), 
com contrações uterinas presentes, 
colo não pérvio, pressão arterial de 160 
x 110 mmHg, já com duas aferições 
intervaladas por 10 minutos. 
Para esse caso, a conduta correta é 
solicitar 
A) acesso venoso e decúbito lateral 
esquerdo, além de encaminhar a 
paciente para cesariana de urgência. 
B) decúbito lateral esquerdo e exames 
laboratoriais, além de reavaliar a 
pressão arterial da paciente e proceder 
a resolução da gestação. 
C) acesso venoso e exames 
laboratoriais, além de iniciar sulfato de 
magnésio e proceder a resolução da 
gestação. 
D) acesso venoso e exames 
laboratoriais, além de encaminhar a 
paciente para cirurgia devido a 
cesariana anterior. 
[QUESTÃO ANULADA] 
Olá Aluno! Nos deparamos aqui com 
uma questão sem resposta certa! A 
questão nos cobra a conduta mais 
adequada em casos de pico 
hipertensivo grave na gestação. Vamos 
conversar um pouco sobre? 
A gravidez representa um 
"experimento" para a reserva 
cardiovascular da paciente no que 
tange à hipertensão. Pacientes com 
tendência a hipertensão desenvolvem 
a DHEG (Doença Hipertensiva 
Específica da Gravidez). Pacientes 
com hipertensão prévia podem 
apresentar uma DHEG superajuntada 
à hipertensão prévia, cursando com 
descompensação da comorbidade de 
base. 
Dentre as principais complicações da 
DHEG, devemos nos atentar à pré-
eclâmpsia e eclâmpsia. A pré-eclâmpsia 
consiste em medidas de pressão arterial 
alteradas, podendo ser leve ou grave. 
Observe abaixo: 
 
Fonte: www.rmmg.org 
Já a eclâmpsia é um fenômeno grave, 
caracterizado por uma crise convulsiva 
tônico-clônica generalizada e pode ser 
precedida de sinais que indica a 
iminência de eclâmpsia (cefaleia + 
epigastralgia + escotomas visuais). 
No casos dos picos hipertensivos, eles 
devem ser manejados com anti-
hipertensivos de rápida ação. A 
escolha principal é a hidralazina 
seguida do nifedipino e, em último 
caso, o uso de nitroprussiato de sódio, 
que deve ser evitado pois podem causar 
intoxicação fetal. Já a iminência de 
eclâmpsia e a eclâmpsia são tratadas 
com Sulfato de Magnésio em 
esquema de Pritchard. 
Na questão acima, a paciente apresenta 
um pico hipertensivo. Não há evidência 
de sofrimento fetal e nem sinais de 
eclâmpsia ou iminência de eclâmpsia. 
Portanto, o tratamento deveria ter sido 
feito com Hidralazina, Nifedipino ou 
Nitroprussiato de sódio. Nenhuma 
dessas opções está presente nas 
alternativas. 
 
15. Primigesta com 36 anos de idade e 
com 26 semanas de gestação 
comparece à consulta de rotina de pré-
natal na Unidade de Saúde da Família 
(USF). A paciente nega queixas, 
apresenta situação vacinal atualizada, 
sorologias de segundo trimestre 
negativas e procura checagem do 
resultado do teste oral de tolerância à 
glicose, realizado há 1 semana. O 
resultado da glicemia de jejum de 
primeiro trimestre foi de 90 mg/dl. O 
médico de Família e Comunidade 
identifica, no teste oral de tolerância à 
glicose, glicemia de jejum de 85 mg/dl e 
http://rmmg.org/artigo/detalhes/1194
encontra o valor de 192 mg/dl na 
dosagem após 1 hora de sobrecarga e o 
de 180 mg/dl na dosagem após 2 horas. 
Com relação a esse caso, quais são, 
respectivamente, o diagnóstico e a 
conduta corretos? 
A) Diabetes mellitus gestacional não 
detectado; manter seguimento na 
rotina de pré-natal de risco habitual na 
USF. 
B) Diabetes mellitus gestacional; 
solicitar início, na USF, da 
insulinoterapia (2,5 UI/Kg/dia) e avaliar 
glicemia capilar em 15 dias. 
C) Diabetes mellitus gestacional; 
manter acompanhamento longitudinal 
na USF e encaminhar a paciente para 
pré-natal de alto risco. 
D) Diabetes mellitus; suspender 
acompanhamento do pré-natal de risco 
habitual na USF e encaminhar a 
paciente ao pré-natal de alto risco. 
 
CCQ: TOTG entre 24 e 28 sem com 
jejum entre 92 a 125 mg/dL, ≥ 180 
mg/dL na 1 hora ou entre 153 e 199 
mg/dL após 2 horas é DMG 
Fala, aluno Aristo! Tudo tranquilo? 
Temos aqui uma questão que aborda 
um assunto garantido na sua prova! 
Diabetes na gestação é um tema 
recorrente e devemos estar com os 
conceitos dominados. Vamos revisar 
juntos: 
O diabetes mellitus (DM) é 
caracterizado por hiperglicemia 
consequente à deficiência insulínica, que 
pode ser decorrente da produção 
pancreática reduzida, de inadequada 
liberação e/ou da resistência periférica 
ao hormônio. A hiperglicemia deve ser 
categorizada e diferenciada em DM 
diagnosticado na gestação (do inglês, 
overt diabetes) ou em diabetes mellitus 
gestacional, como descrito abaixo:• Diabetes mellitus gestacional 
(DMG): hiperglicemia detectada 
pela primeira vez durante a 
gravidez, com níveis glicêmicos 
sanguíneos que não atingem os 
critérios diagnósticos para DM; 
• Diabetes mellitus 
diagnosticado na gestação 
(overt diabetes): mulher sem 
diagnóstico prévio de DM, com 
hiperglicemia detectada na 
gravidez e com níveis glicêmicos 
sanguíneos que atingem os 
critérios da OMS para o DM em 
não gestantes; 
O rastreamento do DM é feito através 
da medida da glicemia de jejum na 
primeira consulta pré-natal < 20 
semanas). Em caso de glicemia ≥ 126 
mg/dL, temos diagnóstico de DM na 
gestação; se glicemia 92 a 126 mg/dL, 
considera-se DM gestacional. Se 
glicemia < 92 mg/dL, aplica-se o TOTG 
75g entre 24 e 28 semanas de gestação. 
Nesse caso, o diagnóstico de DM 
gestacional é confirmado se ao menos 
um valor de: 
• Jejum entre 92 a 125 mg/dL; 
• 1 hora ≥ 180 mg/dL; 
• 2 horas entre 153 e 199 mg/dL. 
Por outro lado, o diagnóstico de DM na 
gestação é firmado em caso de haver 
ao menos um valor de: 
• Jejum ≥ 126 mg/dL; 
• 2 horas ≥ 200 mg/dL. 
O tratamento do DMG inclui medidas 
não farmacológicas como cuidados 
com a alimentação, prática de exercício 
físico e farmacológicas como uso de 
medicamentos, além de 
monitorizações metabólica e obstétrica 
continuadas. 
O tratamento farmacológico padrão 
para o DMG é a insulina. O tratamento 
com insulina é indicado nas gestantes 
que não atingem as metas de controle 
glicêmico com dieta, que apresentam 
falha do tratamento com medicação VO 
ou naquelas com indicadores de provável 
falha do tratamento VO (glicemia de 
jejum > 140 mg/dL ou glicemia em 2 h 
no TOTG > 200 mg/dL). 
A banca nos apresenta uma paciente 
com os seguintes resultados no TOTG: 
glicemia de jejum de 85 mg/dl, que não 
fecha o diagnóstico de DM, mas valores 
de 192 mg/dl na dosagem após 1 hora de 
sobrecarga e o de 180 mg/dl na dosagem 
após 2 horas, ambos valores fechando o 
diagnóstico de DM gestacional. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Os valores 
encontrados no TOTG indicam 
diagnóstico de DM gestacional e a 
paciente deve ser encaminhada para 
pré-natal de alto risco. 
Alternativa B - Incorreta: O 
diagnóstico é de DM gestacional e a 
terapêutica inicial deve ser feita com 
medidas não farmacológicas, 
inicialmente, e encaminhamento ao 
pré-natal de alto risco. 
Alternativa C - Correta: Como 
discutido, os valores fecham o 
diagnóstico de DM gestacional e a 
paciente deve ser encaminhada ao pré-
natal de alto risco, com a USF habitual 
mantendo o cuidado longitudinal e 
coordenação do cuidado. 
Alternativa D - Incorreta: O 
diagnóstico de é DM gestacional. A 
paciente deve ser encaminhada ao pré-
natal de alto risco, mas seguir o 
acompanhamento na USF habitual. 
 
 
 
16. Uma jovem com 19 anos de idade 
chega para consulta na Unidade de 
Pronto Atendimento por icterícia e 
desconforto no quadrante superior 
direito do abdome. A paciente refere 
que vem se sentindo cansada há 
aproximadamente 10 dias, 
acrescentando que, nos primeiros 2 dias 
desse quadro, apresentou febre (38 ºC 
na região axilar) e artralgia, coriza, tosse 
seca, perda de apetite, náuseas e dois 
episódios de vômitos. Conta ainda que, 
quando a icterícia apareceu, os 
sintomas melhoraram bastante e que 
agora sente apenas um pouco de 
desconforto no quadrante superior 
direito do abdome e leve diminuição do 
apetite. Ao exame físico, a paciente 
apresenta regular estado geral, ictérica 
e com fígado palpável 2 cm abaixo do 
rebordo costal; o baço não é palpável. 
Considerando o quadro clínico e os 
dados apresentados, a principal 
hipótese diagnóstica dessa paciente é 
A) leptospirose. 
B) mononucleose. 
C) colecistite aguda. 
D) hepatite aguda viral. 
CCQ: Saber que diante de um quadro 
com um período prodrômico com 
sintomas inespecíficos seguido do 
aparecimento de icterícia e 
hepatomegalia dolorosa devemos 
suspeitar do diagnóstico de hepatite 
viral aguda 
Fala, aluno Aristo! Aqui nos deparamos 
com mais uma questão sobre 
gastroenterologia, focando nas 
hepatites virais. Não se preocupe se não 
conseguiu acertar. Vamos aprender 
esse CCQ e acertar a partir de agora! 
As hepatites agudas virais são doenças 
causadas por diferentes agentes 
etiológicos e que possuem relevância 
para a saúde pública, devido ao grande 
número de indivíduos atingidos e a 
possibilidade de complicações. 
É importante saber que o quadro clínico 
da doença pode ser 
oligossintomático/assintomático ou 
sintomático. No primeiro caso, os 
sintomas estão ausentes ou são leves e 
atípicos, simulando um quadro gripal. 
Já no segundo caso, as manifestações 
clínicas são típicas como febre, 
icterícia e colúria. 
Na hepatite aguda, três fases podem 
ser evidenciadas na evolução do 
quadro. Há um período prodrômico ou 
pré-ictérico em que ocorre a incubação 
do vírus e ainda não está evidente a 
icterícia. Nesse período, é comum 
aparecerem manifestações 
inespecíficas como anorexia, náuseas, 
vômitos, febre baixa, mialgia, artralgia 
e fadiga. 
Posteriormente, há o aparecimento da 
icterícia, na fase ictérica, e, em geral, os 
sintomas prodrômicos tendem a 
diminuir. O paciente pode apresentar 
hepatomegalia dolorosa e 
esplenomegalia. Há hiperbilirrubinemia 
intensa e progressiva, às custas 
principalmente de bilirrubina direta. As 
aminotransferases podem aumentar de 
10 a 100 vezes o limite superior da 
normalidade. 
Por fim, há o período de convalescença, 
em que ocorre o desaparecimento da 
icterícia e melhora do bem-estar geral. 
Caso haja sintomas por mais de seis 
meses, devemos pensar na cronificação 
do quadro. Os vírus B, C e D podem 
cronificar. Nesses casos, há inflamação 
e fibrose contínua do fígado, podendo 
levar a sintomas dependendo do grau 
de lesão hepática. Está relacionado com 
uma evolução desfavorável, com 
complicações como cirrose hepática. 
Agora que discutimos um pouco sobre 
essa doença, vamos analisar as 
alternativas abaixo. 
Alternativa A - Incorreta: A 
leptospirose geralmente se apresenta 
com um período precoce com sintomas 
inespecíficos como febre, dor de 
cabeça, dor muscular, perda de apetite, 
náuseas e vômitos. Em 15% dos casos, 
pode evoluir para a apresentação mais 
grave, cuja principal manifestação é a 
síndrome de Well, com icterícia, 
insuficiência renal e hemorragias. 
Assim, não pensamos nessa condição 
como diagnóstico mais provável. 
Alternativa B - Incorreta: Deve-se 
suspeitar de mononucleose em caso de 
febre, dor de garganta, fadiga e 
linfoadenomegalia importante. Dessa 
forma, apresenta quadro típico 
diferente do apresentado pela paciente. 
Alternativa C - Incorreta: A colecistite 
aguda se apresenta geralmente com 
um quadro de dor contínua em abdome 
superior, pior após a ingestão de 
alimentos gordurosos. O paciente pode 
apresentar náuseas, vômitos, anorexia 
e febre. Não cursa com icterícia, a não 
ser quando associada a outras 
complicações, como coledocolitíase, 
não sendo pensada como diagnóstico 
mais provável. 
Alternativa D - Correta: Como vimos, 
as hepatites virais agudas cursam com 
um período de sintomas inespecíficos e, 
posteriormente, aparecimento da 
icterícia e da hepatomegalia dolorosa e 
ocasional esplenomegalia, sendo 
compatível com o quadro acima 
descrito. 
 
17. Um homem com 33 anos de idade 
chega para atendimento no Pronto-
Socorro de hospital de nível secundário. 
Relata vômitos com sangue assim como 
fezes escurecidas e fétidas há 1 dia. Ao 
exame físico, encontra-se descorado, 
taquicárdico, hipotenso. Realizou 
endoscopia digestiva alta que 
evidenciou úlcera péptica pré-pilórica 
(tipo III de Johnson), com sangramento 
em jato proveniente da lesão 
(Classificação Ia de Forrest), sendo 
realizada hemostasia da ulceração com 
solução de adrenalina. Doze horas após 
aterapêutica endoscópica, apresentou 
novamente vômitos com sangue em 
grande quantidade, frequência cardíaca 
de 110 batimentos por minuto e pressão 
arterial de 80 x 40 mmHg. 
Com base na história clínica do paciente 
e nos dados do exame físico, o 
tratamento adequado deve ser 
A) reposição volêmica e nova 
endoscopia para terapêutica 
endoscópica. 
B) terapia intensiva, inibidor de bomba 
de prótons e tratamento operatório. 
C) transferência para angiografia 
terapêutica e embolização em hospital 
terciário. 
D) terapia intensiva e dobrar a dose de 
inibidor de bomba de prótons 
endovenoso. 
 
CCQ: Saber que em pacientes com 
hemorragia digestiva alta e perda 
importante de volume é necessário 
realizar reposição volêmica e 
tratamento endoscópico 
Olá, aluno Aristo. Temos aqui mais uma 
questão sobre hemorragia digestiva 
alta. Não se preocupe se errou. Vamos 
aprender esse CCQ e acertar a partir de 
agora. 
Dizemos que há hemorragia digestiva 
alta (HDA) quando há sangramentos no 
trato gastrointestinal acima do 
ligamento de Treitz. Ela pode ser 
manifestada por meio de hematêmese, 
em que há vômitos com sangue, ou 
melena, em que o sangue encontra-se 
digerido nas fezes, dando-lhes o 
aspecto escurecido e fétido. 
Diante de um paciente com HDA a 
prioridade do tratamento é a 
estabilização hemodinâmica em caso 
de sangramento agudo. Em pacientes 
com perdas menores que 15% de 
volume não há sintomas como 
hipotensão e taquicardia. Perdas entre 
15 a 30% geram taquicardia em repouso 
e hipotensão postural e, no caso de PAS 
< 90 mmHg, alterações de consciência e 
extremidades frias, devemos suspeitar 
de choque hipovolêmico, em que a 
perda sanguínea é maior que 40% do 
volume. Nos casos em que há 
sintomatologia diante do sangramento, 
é necessário realizar reposição 
volêmica. 
Após estabilização hemodinâmica e 
medidas iniciais como monitorização e 
solicitação de exames laboratoriais, 
deve-se realizar endoscopia digestiva 
alta (EDA) precocemente, entre 12 a 24 
horas após a admissão, para se 
identificar a origem do sangramento e 
inclusive tratá-lo em alguns casos. 
A doença ulcerosa péptica é uma das 
causas da HDA. Ela pode ser 
classificada, de acordo com sua 
localização, pela classificação de 
Johnson: 
• Tipo I - localizada no corpo 
gástrico; 
• Tipo II - associada à úlcera 
duodenal; 
• Tipo III - pré-pilórica; 
• Tipo IV - próxima à junção 
esofogogástrica, considerada 
alta. 
Além disso, a classificação de Forrest, 
permite avaliar o sangramento 
presente na úlcera e guia a terapia 
endoscópica a ser escolhida. Podemos 
visualizar essa classificação na tabela 
abaixo. Em casos de sangramentos 
visíveis ou vaso visível, deve ser 
realizado tratamento endoscópico. 
 
Disponível em: GIORDANO-NAPPI, 
José; MALUF FILHO, Fauze. Aspectos 
endoscópicos no manejo da úlcera 
péptica gastroduodenal. Rev. Col. Bras. 
Cir., Rio de Janeiro , v. 35, n. 2, p. 124-
131, Apr. 2008 . 
Diante disso, vamos analisar as 
alternativas abaixo. 
Alternativa A - Correta: O paciente 
acima apresenta sinais de instabilidade 
hemodinâmica e precisa de reposição 
volêmica. Além disso, está indicada 
realização de EDA para identificação da 
origem do sangramento e tratamento. 
Alternativa B - Incorreta: O 
tratamento cirúrgico está indicado em 
pacientes com choque hipovolêmico, 
que não respondem a outros métodos e 
aqueles que necessitem de mais de 6 
unidades de concentrado de hemácias, 
o que não é o caso. 
Alternativa C - Incorreta: A angiografia 
terapêutica e a embolização não são 
tratamentos indicados para úlceras 
pépticas. 
Alternativa D - Incorreta: Os inibidores 
de bomba de prótons devem ser usados 
para tratamento da úlcera péptica, 
podendo utilizar o omeprazol ou 
pantoprazol, 80mg em bolus com 
manutenção de 8mg/h durante 72 horas 
para aumentar a estabilidade do 
coágulo. Apesar disso, nesse paciente 
em questão é necessário 
prioritariamente a estabilização 
hemodinâmica e abordagem 
endoscópica inicialmente. 
 
 
 
18. Um médico de plantão em uma 
unidade de saúde materno- infantil de 
hospital secundário recebe a 
informação de parto de uma gestante 
com antecedente de tratamento de 
sífilis primária no segundo trimestre da 
gestação, com penicilina benzatina 
2.4000.000 UI, dose única, via 
intramuscular. O parto foi normal, sem 
intercorrências, com recém-nascido 
(RN) a termo, capurro de 39 semanas e 
4 dias, peso: 3.450 g, estatura: 49 cm e 
apgar: 9-10; ele está assintomático e 
com exame físico sem alterações. 
Houve a coleta de sorologias da mãe e 
do RN. Os resultados do VDRl mostram 
títulos maternos de 1:4 e títulos do RN 
de 1:32. 
Em relação ao recém-nascido, a 
conduta a ser adotada é 
A) fazer seguimento ambulatorial com 
novas coletas de VRDl nas consultas de 
rotina. 
B) solicitar radiografia de ossos longos e 
hemograma e notificar sífilis congênita 
se exames alterados. 
C) notificar sífilis congênita, solicitar 
líquor, radiografia de ossos longos, 
hemograma e iniciar tratamento. 
D) notificar sífilis congênita e iniciar 
tratamento com penicilina cristalina 
endovenosa por 10 dias. 
CCQ: Se títulos de VDRL do RN forem 
pelo menos duas diluições maiores 
que os da mãe, notificar sífilis 
congênita, solicitar líquor, radiografia 
de ossos longos, hemograma e iniciar 
tratamento 
Ei pessoal, tudo certo por aí? 
Questãozinha sobre infecções 
congênitas, mais especificamente a 
sífilis. Bora rever? 
Sempre que temos uma gestante 
diagnosticada com sífilis, precisamos 
nos atentar à possibilidade de uma 
transmissão vertical e ao fato de que o 
recém-nascido pode ter uma sífilis 
congênita. 
A criança da questão é uma criança 
exposta à sífilis e nesse caso não 
sabemos se a mãe foi ou não tratada 
adequadamente, pois não temos os 
títulos de VDRL anteriores. Se 
supormos que não, temos uma criança 
exposta a sífilis com tratamento 
inadequado da mãe: notificamos sífilis 
congênita, solicitamos exames e 
tratamos. Os exames solicitados são: 
Teste não-treponêmico em amostra de 
sangue periférico da puérpera e do RN; 
radiografia de ossos longos; análise do 
líquido cefalorraquidiano (VDRL, 
celularidade e proteinorraquia) e 
hemograma completo. 
Se supormos que sim, temos uma 
criança com mãe adequadamente 
tratada, mas com teste não 
treponêmico pelo menos duas diluições 
MAIOR que o materno: notificamos 
sífilis congênita, solicitamos exames e 
tratamos. Veja esse fluxograma que 
resume bem o que dissemos e também 
pode ser encontrado na página 36 da 
sua apostila sobre Infecções 
Congênitas. 
Vamos ver as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: A sífilis 
congênita pode trazer inúmeras 
consequências, precisamos tratar, não 
apenas observar o caso. 
Alternativa B - Incorreta: Como vimos, 
já consideramos sífilis congênita e 
notificamos. Os exames nos ajudarão a 
guiar o tratamento, não a diagnosticar. 
Alternativa C - Correta: Exatamente o 
que vimos. 
Alternativa D - Incorreta: O que vai 
guiar o tipo de penicilina usada serão os 
exames. Líquor normal, posso usar a 
procaína, por exemplo. 
 
19. Uma mulher com 38 anos de idade 
comparece ao pronto atendimento com 
dor em baixo ventre de forte 
intensidade há algumas horas. A 
paciente refere que vinha sentindo um 
leve incômodo em baixo ventre, mas há 
algumas horas sente dor de forte 
intensidade em abdome, mais 
localizada em baixo ventre. Não tem 
fatores de melhora e piora ao caminhar. 
Refere náuseas e um episódio de 
vômito. Nega febre. Como 
antecedentes já teve uma doença 
inflamatória pélvica há alguns anos, 
tratada com antibióticos. Está casada 
há 10 anos, não utiliza método 
anticoncepcional hormonal e não usa 
preservativo em todas as relações. Tem 
dois filhos que nasceram de parto 
normal. Nega patologias clínicas. A 
data da última menstruação foi há 
aproximadamente7 semanas. Ao 
exame, apresenta regular estado geral, 
lúcida e contactuante, afebril, 
descorada (++/++++), com pressão 
arterial de 100 x 55 mmHg e pulso de 
110 batimentos por minuto. Exame 
cardiopulmonar sem anormalidades. 
Abdome distendido, doloroso, 
descompressão brusca presente em 
fossa ilíaca direita. Ruídos hidro aéreos 
presentes, mas diminuídos. Exame 
especular sem sangramento, presença 
de discreta leucorreia fluida sem sinais 
de vulvovaginite. Toque vaginal com 
muita dor, dificultando o exame, mas o 
útero está de tamanho, forma e 
consistência normal; sente muita dor à 
palpação de fundo de saco. 
Considerando o quadro clínico 
apresentado, assinale a opção que 
apresenta, respectivamente, a principal 
hipótese diagnóstica e a conduta 
correta a ser realizada. 
A) Apendicite aguda; cirurgia. 
B) Gestação ectópica rota; cirurgia. 
C) Doença inflamatória pélvica; 
antibioticoterapia parenteral. 
D) Aborto ou ameaça de aborto; 
internação para observação. 
CCQ: Mulheres com gravidez ectópica 
tendem a cursar com sintomas de dor 
abdominal, atraso menstrual e 
sangramento genital 
Olá, pessoal! Questão bem interessante 
porque requer conhecimento não 
apenas da ginecologia e obstetrícia mas 
também ter um bom leque de 
diagnósticos diferenciais se tratando de 
dor abdominal. 
Nesse caso, trata-se de uma paciente 
com DUM há 7 semanas e apresentando 
um quadro que já indica uma 
instabilidade. O exame físico revela 
descompressão brusca presente em 
fossa ilíaca direita como um sinal de 
irritação peritoneal e o toque vaginal 
doloroso. A história de dor a abdominal 
com atraso menstrual e sinais de 
choque é um forte indicativo de 
gravidez ectópica rota. 
Sendo resultado de implantação e 
desenvolvimento do ovo fora da 
cavidade uterina, o local mais 
acometido por essa patologia são as 
tubas uterinas (90%-95% dos casos), 
porém podem ocorrer em diferentes 
locais como na porção intersticial da 
tuba, cérvice uterina, no ovário, 
cavidade do abdômen e, até mesmo, na 
cicatriz da cesárea. 
Nesses casos, a dor é o principal 
sintoma, tendo caráter sincopal e 
lancinante na ruptura tubária e possui 
caráter de cólicas no aborto. Ao 
estabelecimento do hemoperitônio, a 
dor se acentua e generaliza para todo o 
abdome associado à ocorrência de 
náuseas e vômitos. Pode ocorrer dor 
escapular decorrente de dor referida 
por irritação diafragmática pelo 
hemoperitônio. 
Durante o exame físico da paciente, 
podem ser notados sinais como palidez 
cutaneomucosa sem perda sanguínea 
visível, taquicardia e hipotensão arterial 
devido ao estado de hipovolemia 
instalado devido a condição. Além 
disso, pode-se observar dor à 
descompressão brusca, redução dos 
ruídos hidroaéreos intestinais, intensa 
dor durante a palpação do fundo de 
saco posterior (classificado como Sinal 
de Proust) - como apresentado pela 
paciente. 
Agora, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Embora o 
dado de descompressão brusca 
presente em fossa ilíaca direita possa 
levar a cogitar apendicite, outros dados 
da história clínica da paciente como 
amenorreia, toque vaginal doloroso e os 
sinais vitais podem não torná-lo o 
principal diagnóstico. 
Alternativa B - Correta: Exato! 
Conforme justificado no texto. 
Alternativa C - Incorreta: A paciente 
não possui os critérios para fechar 
diagnóstico de DIP. 
Alternativa D - Incorreta: A paciente 
não apresenta história compatível com 
ameaça de aborto. 
 
20. O médico de uma Equipe de Saúde 
da Família (ESF) está presente em uma 
reunião com moradores da área adstrita 
que discute sobre o papel da ESF no 
planejamento de um projeto de 
intervenção coletiva para promoção da 
saúde local. Um dos moradores 
pergunta sobre a possibilidade e 
importância da participação do controle 
social no projeto. 
Com relação ao aspecto questionado, o 
médico deve esclarecer que 
A) não há espaço para a participação do 
controle social no desenvolvimento do 
projeto de intervenção. 
B) a participação do controle social é 
legalmente permitida e muito 
importante para o desenvolvimento do 
projeto. 
C) a participação do controle social no 
desenvolvimento do projeto seria 
importante, mas não é permitida pela 
legislação brasileira. 
D) a participação do controle social no 
desenvolvimento do projeto só é 
permitida após aprovação pelo poder 
legislativo do município. 
CCQ: Saber que a participação do 
controle social é instituída legalmente 
Fala, galera! Estamos diante de uma 
questão que aborda a participação 
social, princípio definido pela Lei 
Orgânica da Saúde (8.080/90) e 
sistematizado pela lei 8142/90. Observe 
que há uma tendência das provas em 
não perguntar diretamente o que diz 
determinada lei, mas sim mesclar em 
situações do cotidiano. Vamos rever 
sobre esses princípios, já que trata-se de 
um tema recorrente: 
• Universalidade: significa que 
todos os cidadãos têm acesso ao 
sistema, incluindo os 
estrangeiros. 
• Integralidade: as ações de saúde 
estão presentes em todas as 
possíveis esferas, promoção de 
saúde, prevenção de doenças, 
cura e reabilitação. 
• Equidade: esse princípio existe 
devido a necessidade de 
redução das disparidades sociais 
e regionais que temos no Brasil. 
Ele se relaciona ao conceito de 
Justiça Social. Em se tratando de 
SUS visa ações e serviços de 
saúde, de forma a garantir 
atendimento ao cidadão em 
qualquer lugar, da forma que ele 
precisar, sem distinção de 
classe, sem privilégios, sem 
nada do tipo. Ele se materializa 
oferecendo mais recursos a 
quem mais precisa e menos 
recursos a quem menos precisa. 
Logo, percebemos que 
equidade é diferente de 
igualdade, já que igualdade não 
envolve diminuição de 
heterogeneidade. 
• Descentralização: significa uma 
redistribuição das 
responsabilidades das ações e 
dos serviços de saúde entre os 3 
níveis de poder. 
• Regionalização: 
municipalização do cuidado, 
mediante maior autonomia e 
autoridade dos municípios, já 
que cada município conhece 
melhor sua realidade. 
• Hierarquização: organização da 
atenção em diferentes níveis de 
atenção, primária, secundária e 
terciária. 
• Participação Social: garante 
participação da própria 
população na formulação de 
políticas e ações em saúde. 
Ocorre mediante os Conselhos e 
as Conferências de Saúde. 
• Resolubilidade: o sistema deve 
ser resolutivo, ou seja, de 
alguma forma o problema do 
usuário/paciente deve ser 
solucionado! 
• Complementaridade: é possível 
contratar o serviço privado. Em 
caso de insuficiência do setor 
público, pode haver necessidade 
de contratação do serviço 
privado de forma 
complementar. 
Agora podemos ir às alternativas. 
Alternativa A – Incorreta: Há espaço 
para a participação do controle social no 
desenvolvimento do projeto de 
intervenção, assim como está previsto 
na legislação. 
Alternativa B – Correta: Exato! A 
participação do controle social é 
assegurada pela Lei 8142 e é essencial 
no desenvolvimento do projeto. 
Alternativa C – Incorreta: A 
participação do controle social no 
desenvolvimento do projeto é 
permitida pela legislação brasileira. 
Alternativa D – Incorreta: Não é 
necessário a aprovação do poder 
legislativo para que a participação 
social ocorra, ela pode ocorrer por meio 
de participação ativa da população nas 
atividades da saúde, nos Conselhos e 
Conferências de saúde. 
 
21. Uma jovem com 14 anos de idade 
procura atendimento em Unidade 
Básica de Saúde (UBS) devido a crises 
recorrentes de lombalgia há, pelo 
menos, 4 anos. Relata que a dor é 
intensa, de início agudo, sem fator 
desencadeante que tenha identificado e 
que já havia precisado ser levada a 
pronto atendimento em algumas 
dessas crises para administração de 
analgésicos endovenosos. Conta que, 
em algumas dessas ocasiões, realizou 
exames laboratoriais, informandoque 
apenas era detectada a presença de 
anemia. Acrescenta que, no último 
atendimento, também foi realizada 
uma radiografia da coluna lombar, que 
evidenciou a presença de vértebras em 
"H", tendo sido orientada a procurar o 
médico da UBS para prosseguimento 
de investigação. 
Diante desse histórico, o médico da 
UBS deve considerar a hipótese de 
A) hiperparatireoidismo e solicitar 
dosagem de paratormônio. 
B) anemia falciforme e solicitar 
eletroforese de hemoglobina. 
C) fraturas vertebrais secundárias e 
solicitar tomografia computadorizada. 
D) espondilite anquilosante e solicitar 
ressonância magnética de sacroilíacas. 
CCQ: Saber que a anemia falciforme 
pode se apresentar com crises álgicas 
acompanhada de anemia recorrente e 
ter como imagem radiológica na 
radiografia de coluna vertebral o 
padrão de "vértebra em H” 
Olá, aluno Aristo! 
Questão sobre anemia falciforme. 
Vamos relembrar? 
Segundo o Tratado de Pediatria 4ª 
Edição, doença falciforme é o termo 
utilizado para definir um grupo de 
alterações genéticas caracterizadas 
pelo predomínio da hemoglobina S 
(HbS). Essas alterações incluem a 
anemia falciforme (HbSS), cujas 
manifestações clínicas dependem do 
genótipo e é caracterizada por 
episódios de dores osteoarticulares, 
dores abdominais, infecções e sintomas 
respiratórios (taquipneia, dispneia, 
tosse e dor torácica), além de retardo do 
crescimento e da maturação sexual, 
complicações oftalmológicas, acidente 
vascular cerebral e comprometimento 
crônico de múltiplos órgãos. 
A anemia falciforme pode acarretar em 
infartos ósseos que, na coluna 
vertebral, podem causar deformações 
chamadas de “vértebras em H”. 
Ainda, segundo o tratado, o diagnóstico 
laboratorial completo da doença 
falciforme no período pós‐natal inclui a 
realização de hemograma com 
contagem de reticulócitos, além da 
detecção da HbS e da sua associação 
com outras frações pela a eletroforese 
de hemoglobina. Vale lembrar que o 
diagnóstico em geral é realizado por 
meio do teste do pezinho, durante a 
triagem neonatal. 
Com isso, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O 
hiperparatireoidismo não se apresenta 
com anemia e imagem óssea como 
descrita no caso. 
Alternativa B - Correta: Exato! A 
paciente apresenta quadro típico de 
crise álgica, muito característica de 
anemia falciforme, acompanhada de 
anemia persistente. Além disso, 
apresenta imagem radiográfica 
característica da doença. A técnica mais 
eficaz para o exame diagnóstico é a 
eletroforese de hemoglobina. 
Alternativa C - Incorreta: Farturas 
vertebrais secundarias não justificariam 
as crises álgicas como descritas e nem a 
anemia. 
Alternativa D - Incorreta: A espondilite 
anquilosante é um tipo de artrite e não 
cursa com anemia, além de não se 
apresentar com a imagem radiológica 
descrita no caso. 
 
 
22. Um homem com 22 anos de idade, 
atendido no Pronto-Socorro de 
hospital, apresentava um ferimento por 
projétil de arma de fogo no hemitórax 
direito. Ao exame físico, foram 
constatados: frequência respiratória de 
24 incursões respiratórias por minuto, 
frequência cardíaca de 110 batimentos 
por minuto, preenchimento capilar 
maior que 2 segundos, pressão arterial 
de 80 x 40 mmHg, estase jugular 
bilateral, desvio da traqueia para a 
esquerda, murmúrio vesicular abolido e 
timpanismo aumentado no hemitórax 
direito. 
Com base nesses dados, a conduta 
adequada é realizar 
A) radiografia do tórax e toracocentese 
no segundo espaço intercostal direito. 
B) radiografia do tórax e drenagem 
pleural fechada no quarto espaço 
intercostal direito. 
C) toracocentese inicialmente e 
drenagem pleural fechada no quarto 
espaço intercostal direito. 
D) toracocentese inicialmente e 
drenagem pleural aberta no segundo 
espaço intercostal direito. 
 
QUESTÃO ANULADA 
Fala, galera! Temos aqui uma questão 
bem interessante sobre trauma 
torácico. Trata-se de um paciente 
vítima de trauma por arma de fogo em 
hemitórax direito. Clinicamente ele 
apresenta sinais de choque: 
taquicardia, tempo de enchimento 
capilar aumentado, hipotensão. Além 
disso, ao exame físico conseguimos 
identificar turgência jugular + desvio da 
traqueia + timpanismo à percussão. 
Diante disso, nossa hipótese 
diagnóstica será de pneumotórax 
hipertensivo, concordam? 
O diagnóstico de pneumotórax 
hipertensivo é essencialmente clínico, 
não precisamos de exames 
complementares. O tratamento 
imediato é a punção torácica, ou 
toracocentese de alívio, no 5º espaço 
intercostal na linha axilar média. 
Porém, a conduta terapêutica definitiva 
é a drenagem torácica em selo d'água, 
também no 5º espaço intercostal. 
Algo a mais: Fiquem atentos na 
localização da toracocentese, pois 
costuma ser pegadinha de prova. De 
acordo com a nova edição do ATLS, a 
toracocentese não é mais feita no 2º 
espaço intercostal, e sim no 5º 
igualmente a drenagem. 
Alternativa A - Incorreta: 
Comentamos que o diagnóstico de 
pneumotórax hipertensivo é clínico, 
portanto a solicitação de radiografia de 
tórax se faz desnecessária. 
Alternativa B - Incorreta: Novamente o 
que discutimos, não é conduta de rotina 
a solicitação da radiografia, já que o 
diagnóstico é clínico. Além disso, a 
drenagem torácica é feita no quinto 
espaço intercostal. 
Alternativa C - Incorreta: A alternativa 
traz a toracocentese como conduta 
inicial seguida de drenagem, que está 
correta. Porém, de acordo com o ATLS, 
o local de inserção do dreno de tórax é 
no 5º espaço intercostal. Algumas 
bancas trazem como referência o 4º 
espaço intercostal como nesse caso, 
fiquem do olho. 
Alternativa D - Incorreta: Como já 
discutimos, o local tanto da 
toracocentese de alívio como da 
drenagem torácica, é o 5º espaço 
intercostal. 
 
23. Um lactente com 18 meses de idade 
é atendido em Unidade Básica de Saúde 
em virtude de a mãe ter notado "algo 
duro" na barriga do filho durante o 
banho há 1 semana. A mãe fez uso de 
laxativo por 2 dias, mas não houve 
desaparecimento da tumoração. Nesse 
período, ela notou que a criança estava 
mais apática e inapetente. Ela nega 
sintomas respiratórios e febre. Relata 
que o filho nasceu de parto cesárea a 
termo, sem intercorrências neonatais e 
que recebeu aleitamento materno 
exclusivo por 6 meses. Observa-se bom 
ganho pondero-estatural e vacinação 
em dia. A mãe traz exame de urina 
realizado há 3 dias, que mostra 
hematúria. Ao exame físico, apresenta 
regular estado geral, apático, hipoativo, 
descorado 1+/4+, afebril, acianótico, 
frequência cardíaca de 104 batimentos 
por minuto, frequência respiratória de 
32 incursões respiratórias por minuto, 
pressão arterial no percentil 95 para a 
idade e estatura. Ausência de 
linfoadenomegalias. Abdome com 
presença de massa de consistência 
endurecida no andar superior, sem 
ultrapassar linha média. Membros sem 
edema ou lesões. 
Considerando esse caso clínico, a 
principal hipótese diagnóstica e o 
exame indicado para elucidar o 
diagnóstico são, respectivamente, 
A) linfoma; ultrassonografia de abome. 
B) tumor de Wilms; ultrassonografia de 
abdome. 
C) glomerulonefrite difusa aguda; 
complemento sérico. 
D) neuroblastoma; tomografia 
computadorizada de abdome. 
CCQ: Saber que o tumor de Wilms é o 
tumor renal mais comum em crianças 
Olá, pessoal! Temos aqui uma questão 
com um caso clínico que aborda o 
diagnóstico diferencial de massas 
tumorais. Vamos analisar juntos: 
Trata-se de um lactente de 18 meses, 
previamente hígido, com uma massa 
tumoral no andar superior do 
abdome. Além disso, ele apresenta-se 
apático, hipoativo, hipocorado e com 
alterações que sugerem 
comprometimento renal: hematúria e 
aumento pressórico (PA no percentil 
95). 
Diante desse cenário, devemos pensar 
nos principais tumores da faixa etária 
pediátrica e associá-lo a alteração renal. 
Agora ficoutranquilo, certo?! 
• Assim, nossa principal hipótese 
é o Tumor de Wilms 
(nefroblastoma). 
• É o tipo de tumor renal mais 
comum na infância e pode 
acometer um ou ambos os rins. 
• Algumas síndromes genéticas 
podem estar associadas a um 
maior risco de desenvolver a 
doença. 
• Esse tipo de tumor pode ser 
evidenciado apenas como 
massa palpável no abdome ou 
apresentar outros sintomas 
associados, como infecção 
urinária, hematúria, 
hipertensão arterial e/ou dor 
abdominal. Na maior parte das 
vezes, o estado geral da criança 
é bom. Em casos mais graves, 
podem ocorrer metástases 
principalmente para o pulmão. 
• O diagnóstico é feito por meio 
de exames de imagem (como 
ultrassonografia de abdome, 
radiografia de tórax, tomografia 
computadorizada de tórax, 
abdome e pelve, ressonância 
nuclear magnética de abdome), 
com ou sem biópsia da massa 
inicialmente. 
• O tratamento é baseado em 
cirurgia, quimioterapia e/ou 
radioterapia em alguns casos. 
Os pacientes com a doença 
localizada, em geral, têm boa 
resposta ao tratamento, com 
alta taxa de cura. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: No linfoma 
espera-se linfonodomegalias, o que não 
é descrito no nosso caso clínico. 
Alternativa B - Correta: Exatamente 
como discutimos acima. 
Alternativa C - Incorreta: Na 
glomerulonefrite não há a presença de 
massa palpável. 
Alternativa D - Incorreta: Trata-se de 
um tumor sólido extracraniano mais 
comum em crianças e o mais 
comumente diagnosticado em 
lactentes menores de 1 ano. Pode surgir 
na glândula adrenal e/ou nas regiões 
cervical, torácica, abdominal e/ou 
pélvica, seguindo o trajeto de toda a 
cadeia do sistema nervoso simpático. 
Mas o nefroblastoma é o mais comum 
nos rins, sendo a nossa primeira 
suspeita. 
 
24. Em uma Unidade Básica de Saúde, 
uma adolescente com 13 anos de idade, 
acompanhada da mãe, refere, em 
consulta, ausência de menstruação. A 
genitora mostra-se ansiosa, pois relata 
acreditar que o desenvolvimento 
corporal da filha está atrasado em 
relação às amigas da mesma idade. Ao 
exame físico, a adolescente apresenta 
altura e peso compatíveis com percentil 
60 do gráfico de crescimento da 
Organização Mundial da Saúde. 
Observa-se aumento das mamas e 
aréola, sem separação dos contornos 
(M3 na classificação de Tanner), assim 
como presença de pelos pigmentados, 
longos e enrolados, atingindo a sínfise 
púbica (P3 na classificação de Tanner). 
Nesse caso, a conduta adequada é 
A) solicitar dosagens hormonais e fazer 
o encaminhamento da paciente para 
centro de referência. 
B) pedir avaliação ultrassonográfica da 
presença e tamanho de útero e ovários 
da paciente. 
C) solicitar teste de progesterona via 
oral da paciente para estímulo 
endometrial. 
D) orientar e esclarecer a paciente sobre 
a normalidade do desenvolvimento 
CCQ: Não há anormalidade em um 
quadro de adolescente de 13 anos que 
está em M3-P3 e ainda não menstruou 
Ei pessoal, tudo joia? Questãozinha 
sobre crescimento e desenvolvimento: 
a famosa puberdade. Vamos lá? 
Quando falamos de puberdade, é 
preciso diferenciá-la primeiro da 
adolescência. A puberdade envolve um 
desenvolvimento biológico, enquanto a 
adolescência envolve um 
desenvolvimento biopsicossocial. 
Nas meninas, a puberdade ocorre entre 
8 e 13 anos, onde temos a telarca, 
evolução da mama para o estádio M2 de 
Tanner e 2,5 anos depois da telarca, a 
menarca. E nos meninos, entre 9 e 14 
anos, onde temos aumento do volume 
testicular para 4 cm cúbicos, e entrada 
no estádio G2 de Tanner. 
A menina da questão está no estágio M3 
de Tanner, ou seja, ainda há tempo para 
que ocorra a menstruação, por volta do 
M3-M4. Considerando isso e o fato de 
que não há nenhum sinal de alerta e o 
crescimento está ótimo, explicamos 
para a mãe e para a adolescente a 
normalidade do quadro. 
Vamos ver quais são esses estágios de 
Tanner nas meninas e nos meninos e 
depois analisar as alternativas: 
 
Alternativa A - Incorreta: Não há, no 
caso relatado, quaisquer sinais que me 
façam desconfiar de problemas 
hormonais. 
Alternativa B - Incorreta: Como vimos, 
nada anormal no caso, não temos que 
fazer US de rotina e o caso não nos 
indica essa necessidade. 
Alternativa C - Incorreta: Não há, no 
caso relatado, quaisquer sinais que me 
façam desconfiar de problemas 
hormonais. 
Alternativa D - Correta: Exatamente o 
que vimos: tudo dentro da faixa de 
normalidade. 
 
25. Em reunião de equipe de uma 
Unidade de Saúde da Família, o médico 
de família e comunidade propõe a 
discussão de estratégias para a 
orientação da comunidade sobre a 
COVID-19. A equipe atende a uma 
região periférica, composta por uma 
área de ocupação, conjuntos 
habitacionais populares e residências 
de classe média. 
Nesse contexto, a estratégia adequada 
é 
A) homogeneizar as orientações para 
toda a comunidade, já que a COVID-19 
atinge de modo semelhante todos os 
grupos populacionais. 
B) assumir um papel de vigilância em 
saúde, com prioridade às necessidades 
dos grupos mais vulneráveis em relação 
à pandemia da COVID-19. 
C) buscar orientações dos órgãos 
competentes, alertando contra 
quaisquer recomendações de curadores 
tradicionais referentes à pandemia da 
COVID-19. 
D) posicionar-se com neutralidade 
diante das necessidades da 
comunidade e das diferentes 
orientações das autoridades municipal, 
estadual e federal no combate à COVID-
19. 
CCQ: Saber que devemos devemos 
priorizar as necessidades dos grupos 
mais vulneráveis com base no 
princípio da equidade 
Fala, galera! Estamos diante de uma 
questão que aborda de modo 
contextualizado a equidade, princípio 
definido pela Lei Orgânica da Saúde 
(8.080/90). Vamos rever sobre esses 
princípios, já que trata-se de um tema 
recorrente: 
• Universalidade: significa que 
todos os cidadãos têm acesso ao 
sistema, incluindo os 
estrangeiros. 
• Integralidade: as ações de saúde 
estão presentes em todas as 
possíveis esferas, promoção de 
saúde, prevenção de doenças, 
cura e reabilitação. 
• Equidade: esse princípio existe 
devido a necessidade de 
redução das disparidades sociais 
e regionais que temos no Brasil. 
Ele se relaciona ao conceito de 
Justiça Social. Em se tratando de 
SUS visa ações e serviços de 
saúde, de forma a garantir 
atendimento ao cidadão em 
qualquer lugar, da forma que ele 
precisar, sem distinção de 
classe, sem privilégios, sem 
nada do tipo. Ele se materializa 
oferecendo mais recursos a 
quem mais precisa e menos 
recursos a quem menos precisa. 
Logo, percebemos que 
equidade é diferente de 
igualdade, já que igualdade não 
envolve diminuição de 
heterogeneidade. 
• Descentralização: significa uma 
redistribuição das 
responsabilidades das ações e 
dos serviços de saúde entre os 3 
níveis de poder. 
• Regionalização: 
municipalização do cuidado, 
mediante maior autonomia e 
autoridade dos municípios, já 
que cada município conhece 
melhor sua realidade. 
• Hierarquização: organização da 
atenção em diferentes níveis de 
atenção, primária, secundária e 
terciária. 
• Participação Social: garante 
participação da própria 
população na formulação de 
políticas e ações em saúde. 
Ocorre mediante os Conselhos e 
as Conferências de Saúde. 
• Resolubilidade: o sistema deve 
ser resolutivo, ou seja, de 
alguma forma o problema do 
usuário/paciente deve ser 
solucionado! 
• Complementaridade: é possível 
contratar o serviço privado. Em 
caso de insuficiência do setor 
público, pode haver necessidade 
de contratação do serviço 
privado de forma 
complementar. 
Agora podemos ir às alternativas. 
Alternativa A – Incorreta: Estamos 
lidando com grupos populacionais 
distintos, os quais vão ter uma 
vulnerabilidade diferente para o 
adoecimento para COVID-19, de modo 
que seria adequado heterogeneizar as 
orientações na comunidade,já que essa 
doença atinge os grupos populacionais 
de modo diferente. 
Alternativa B – Correta: Exato! Essa 
alternativa reflete o princípio da 
equidade, de forma que devemos 
lembrar que cada grupo populacional 
pode ter riscos distintos, e portanto 
devemos tratar diferentemente cada 
situação. Dessa forma, é adequado 
assumir um papel de vigilância em 
saúde, com prioridade às necessidades 
dos grupos mais vulneráveis em relação 
à pandemia da COVID-19. 
Alternativa C – Incorreta: Com base na 
competência cultural, que é um dos 
atributos derivados da APS, como 
profissionais de saúde devemos saber 
nos conectar com os saberes locais para 
trabalhar com determinada 
comunidade e respeitar sua cultura, não 
devendo alertar contra 
recomendações de curadores 
tradicionais no contexto do COVID-19, 
a não ser que represente algo nocivo. 
Alternativa D – Incorreta: A equipe 
tem papel de tentar resolver os 
problemas da comunidade, devendo 
aderir às recomendações e levar para as 
pessoas, não sendo adequado 
posicionar-se com neutralidade frente 
às necessidades da população. 
 
 
 
 
 
26. Um homem com 48 anos de idade, 
tabagista, em tratamento irregular de 
hipertensão arterial sistêmica, diabetes 
mellitus e dislipidemia, é admitido na 
unidade de emergência de hospital de 
pequeno município do interior, com 
quadro de dor torácica de forte 
intensidade, tipicamente anginosa, 
associada a diaforese, náuseas e 
vômitos. Segundo informa, o quadro 
álgico tem cerca de 4 horas de evolução, 
não tendo procurado antes a unidade 
de saúde por receio de contaminação 
devido à pandemia em curso. O exame 
físico dirigido revela um paciente em 
moderado desconforto agudo, ansioso, 
com pressão arterial (PA) de 102 x 70 
mmHg, frequência cardíaca de 102 
batimentos por minuto, levemente 
taquipneico, frequência respiratória de 
22 incursões respiratórias por minuto. 
Na ausculta cardíaca, revelam-se uma 
4a bulha e um sopro sistólico suave na 
ponta, estando os pulmões limpos. É 
realizado, então, um eletrocardiograma 
(ECG) nos primeiros 10 minutos de 
atendimento, que mostra a presença de 
um supradesnível do segmento ST 
superior a 2 mm nas derivações D2, D3, 
aVF e V1, além de infradesnível de ST de 
3 mm nas derivações V2 a V4, nas quais 
são observadas ondas R aumentadas e 
ondas T positivas proeminentes. São 
administrados nitrato sublingual e 
ácido acetilsalicílico (AAS), além de ser 
solicitada a infusão de tenecteplase 
intravenosa em bolus, uma vez que não 
há serviço de hemodinâmica na região. 
Enquanto é providenciada a elaboração 
do trombolítico, o paciente refere piora 
dos sintomas, sendo verificado que ele 
se encontra ainda mais pálido e 
hipotenso (PA: 80 x 46 mmHg), a 
despeito de sua ausculta pulmonar 
manter-se sem ruídos adventícios. 
Considerando os dados relatados, a 
melhor explicação para a piora clínica 
do paciente logo após a instituição da 
abordagem inicial é 
A) agravamento da hipercalemia pelo 
AAS. 
B) desenvolvimento de rotura de septo 
interventricular. 
C) medicação inadequada na 
coexistência de infarto de ventrículo 
direito. 
D) instalação de choque cardiogênico 
por grave disfunção ventricular 
esquerda. 
CCQ: Saber que infarto de parede 
inferior também pode ter 
acometimento de VD e que nestes 
casos não se deve usar nitrato 
Olá, aluno Aristo! Temos aqui uma 
questão sobre infarto do ventrículo 
direito, que nos exige conhecimento 
sobre seu diagnóstico e limitações, 
trazendo um CCQ muito importante 
para as provas. Vamos revisar um pouco 
sobre o assunto? Um dos primeiros 
passos para acertar essa questão era 
saber identificar o padrão de 
acometimento das paredes através do 
ECG. Temos aqui um supra desnível de 
D2, D3 e avF o que corresponde à 
topografia de artéria coronária 
direita/ parede inferior do ventrículo 
esquerdo, lembra? O infradesnível de 
ST de V2-V4 (parede anterior) so 
corrobora com essa constatação, visto 
que a parede diametralmente oposta à 
necrose transmural costuma se 
apresentar em uma “imagem em 
espelho”. 
Sabendo que a coronária direita 
também é responsável pela irrigação do 
ventrículo direito devemos nos lembrar 
de solicitar também as derivações V3R e 
V4R antes de iniciar o tratamento do 
paciente. Isso porque em infartos do 
VD não devemos usar nitrato, morfina 
e diuréticos, pois estes medicamentos 
tendem a diminuir a pré-carga e 
consequentemente prejudicar ainda 
mais a perfusão local. Nos casos de VD, 
deve-se optar pelo tratamento com 
reposição volêmica e dobutamina (se 
houver choque). 
Vamos às alternativas? 
Alternativa A – Incorreta: Este não é 
um efeito esperado pelo AAS. 
Alternativa B – Incorreta: A rotura de 
septo interventricular é uma 
complicação grave, que geralmente 
ocorre nas primeiras 24h até 7 dias após 
IAM. Sua manifestação clínica consiste 
em colapso hemodinâmico, 
caracterizado por sopro sistólico no 
quarto espaço intercostal esquerdo 
com irradiação para direita. 
Alternativa C – Correta: Como 
discutimos, nos casos de infarto de VD 
o nitrato é proscrito. 
Alternativa D – Incorreta: A alternativa 
peca ao dizer que o choque 
cardiogênico se da por grave disfunção 
de VE, quando na verdade a disfunção é 
de VD. O enunciado inclusive fala que 
não há alteração na ausculta pulmonar, 
que estaria presente devido à 
congestão quando há falha do VE. 
27. Um homem com 23 anos de idade, 
em atendimento no Pronto-Socorro de 
hospital de nível terciário, apresenta 
trauma abdominal contuso após 
acidente automobilístico, sem 
evidências de lesões em outros 
segmentos corpóreos. Ao exame físico, 
apresenta frequência cardíaca de 84 
batimentos por minuto, preenchimento 
capilar menor que 2 segundos, pressão 
arterial de 115 x 65 mmHg. Durante o 
atendimento inicial foi utilizada 
sondagem vesical de demora que 
evidenciou hematúria maciça. A 
tomografia de abdome com contraste 
endovenoso mostrou uma lesão renal 
grau III, correspondendo a laceração 
cortical do parênquima renal maior que 
1 cm, sem extravasamento urinário. 
Não foram evidenciadas outras lesões 
no abdome. 
Considerando essa história clínica, os 
dados do exame físico e da tomografia, 
a conduta correta é indicar 
A) arteriografia e embolização para 
coibir o sangramento. 
B) tratamento operatório em função da 
hematúria maciça. 
C) sonda vesical de três vias e irrigação 
com solução salina 0,9%. 
D) repouso até resolução da hematúria, 
hematócrito seriado e antibióticos. 
QUESTÃO ANULADA 
Fala, pessoal. Questão sobre trauma 
renal, mas antes de tudo, vamos 
revisar? 
O trauma renal é classificado e dividido 
em graus: 
• Grau I: hematoma subcapsular 
não expansivo, sem laceração 
de parênquima; 
• Grau II: hematoma perirrenal 
não expansivo, com laceração 
menor que 1cm; 
• Grau III: laceração renal maior 
que 1cm, sem extravasamento 
urinário; 
• Grau IV: laceração do 
parênquima até o sistema 
coletor, com extravasamento 
urinário, e lesão arterial ou 
venosa; 
• Grau V: completa 
desvascularização renal, rim 
pulverizado. 
Atualmente, na maioria dos traumas 
abdominais específicos, cada vez mais 
tem se optado por tratamentos 
conservadores. Nos pacientes estáveis, 
com lesões até grau III, os pacientes 
recebem preferivelmente o tratamento 
não operatório. Em pacientes instáveis 
ou com lesões mais graves, entre grau 
IV e V, podemos lançar mão de técnicas 
mais invasivas. 
O nosso paciente apresenta-se estável 
hemodinamicamente, com boa 
perfusão tecidual, e uma lesão renal 
grau III de acordo com a tomografia 
computadorizada. Portanto, o 
tratamento de escolha é conservador. 
Alternativa A - Incorreta: A 
arteriografia e embolização são 
técnicas que podem ser usadas nos 
pacientes com lesões mais graves (grau 
IV) que estão estáveis. Não estão 
indicadas no caso do paciente da 
questão.Alternativa B - Incorreta: O paciente 
não apresenta indicação imediata de 
tratamento operatório, conforme 
discutimos. 
Alternativa C - Incorreta: A sonda 
vesical de três vias é usada para 
irrigação fechada usada no tratamento 
de distúrbios urinários. Não está 
indicada nos traumas renais. 
Alternativa D - Incorreta: Aqui está a 
pegadinha. Falamos que nesse caso, 
indicamos o tratamento conservador, 
mas como ele seria feito? É indicado 
que o paciente permaneça em 
observação e realizando exames 
seriados para investigarmos a perda 
sanguínea. Porém não é preciso realizar 
repouso até resolução da hematúria, 
assim como a antibioticoterapia não 
está indicada nesse caso. 
 
28. Um menino com 11 meses de idade, 
acompanhado da mãe, é atendido em 
uma Unidade Básica de Saúde por 
queixa de obstrução nasal e coriza há 2 
dias, porém não faz acompanhamento 
regular em puericultura, tendo a mãe 
comparecido apenas à consulta com 15 
dias de vida da criança. Na avaliação da 
alimentação, a mãe relata que a criança 
não recebe leite materno e, sim, leite de 
vaca, em mamadeira, e de forma 
estrita. Ao exame físico, a criança 
encontra-se em regular estado geral, 
ativa e reativa, presença de coriza 
hialina, afebril, sem sinais de 
desidratação. Seu peso é de 7.200 g, o 
que leva aos pontos de corte de score z 
-3 e z -2. 
Considerando os dados apresentados, 
qual é a classificação do estado 
nutricional correspondente para esse 
caso, de acordo com a Caderneta da 
Criança do Ministério da Saúde? 
A) Peso baixo para a idade. 
B) Peso elevado para a idade. 
C) Peso adequado para a idade. 
D) Peso muito baixo para a idade. 
CCQ: Saber que escores entre -3 e -2 
na escala de peso para idade em 
crianças de 0 a 2 anos são classificados 
como baixo peso 
Olá, caros alunos da Aristo! Aqui vamos 
nós para mais uma questão de 
puericultura! Ao ler o enunciado da 
questão, é importante que 
destaquemos o que de fato está sendo 
perguntado: porque há uma narrativa 
extensa sobre o quadro de saúde do 
paciente, mas a pergunta faz referência 
somente à classificação do seu estado 
nutricional – e o único critério levado 
em conta para isso é o seu peso para a 
idade, a partir do qual a população 
pediátrica é estratificada através de 
escores. 
Assim, a questão na verdade exige de 
nós que saibamos a classificação do 
peso da criança a partir dos escores 
estabelecidos nos gráficos da 
Caderneta da Criança do Ministério da 
Saúde. Diante disso, precisamos 
relembrar quais escores determinam 
quais estratíficações para a população 
entre 0 a 2 anos: acima do escore +2, 
peso elevado para a idade; entre os 
escores +2 e -2, adequado peso para a 
idade; entre os escores -3 e -2, baixo 
peso para a idade; e abaixo do escore -
3, muito baixo peso para a idade. 
Portanto, o paciente da questão é 
classificado como de baixo peso para a 
idade. 
Aproveitemos a oportunidade para 
relembrarmos uma informação que 
pode ser importante para as provas de 
residência: a expectativa de ganho de 
peso da criança no primeiro ano de vida, 
que é de 700g/mês no primeiro 
trimestre de vida, 600g/mês no 
segundo trimestre, 500g/mês no 
terceiro e 400g/mês no quarto. 
Alternativa A – Correta: Crianças com 
escore de peso para a idade entre -3 e -
2 são classificados como de baixo peso. 
Alternativa B – Incorreta: A criança 
teria elevado peso para a idade se 
possuísse escore acima de +2. 
Alternativa C – Incorreta: A criança 
teria adequado peso para a idade se 
possuísse escore entre +2 e -2. 
Alternativa D – Incorreta: A criança 
teria muito baixo peso para a idade se 
possuísse escore abaixo de -3. 
 
29. Uma gestante primigesta com 25 
anos de idade e com idade gestacional 
de 20 semanas comparece à consulta no 
Centro de Saúde referindo uma lesão 
em vulva. Relata que, inicialmente, 
sentiu dor e coceira no local e que, 
pouco depois, apareceu a lesão, que 
ainda dói e arde. Nega episódios 
semelhantes anteriores. Ao exame 
ginecológico, apresenta lesão em 
fúrcula vaginal, hiperemiada, com 
vesículas agrupadas, algumas 
exulceradas. 
Considerando esse quadro clínico, 
assinale a opção que apresenta, 
respectivamente, a principal hipótese 
diagnóstica e a conduta correta a ser 
adotada. 
A) Sífilis (lesão secundária); deve ser 
solicitado VDRl e teste treponêmico 
com urgência para definir conduta. 
B) Sífilis (lesão primária); indicação de 
tratamento com penicilina benzatina 
para a mulher e o(s) parceiro(s). 
C) Herpes Genital; deve ser solicitada 
sorologia (IGG e IGM) e cultura de 
secreção da lesão e, após coleta, iniciar 
tratamento com aciclovir. 
D) Herpes Genital; indicação de 
tratamento com aciclovir e com 36 
semanas de gestação deve ser prescrito 
aciclovir profilático, para diminuir o 
risco de lesões ativas no momento do 
parto. 
CCQ: Herpes genital é caracterizado 
por lesões vesiculares dolorosas na 
região genital e o tratamento da 
primoinfecção na gestação é feito 
com aciclovir 
Aluno Aristo, tudo certo? Questão que 
aborda um tema recorrente nas provas! 
As úlceras genitais costumam aparecer 
com frequência nas questões e 
conhecer as principais características de 
cada lesão é suficiente para 
garantirmos a maioria delas! 
As úlceras genitais podem ser divididas 
em dolorosas e não dolorosas. As 
primeiras ocorrem no herpes (HVS 1 e 2) 
e no cancro mole ou cancroide 
(causado pelo Haemophilus ducreyi). Já 
as úlceras não dolorosas ocorrem na 
sífilis primária ou cancro duro (causada 
pelo Treponema pallidum), na 
donovanose ou granuloma venéreo 
(causada pela Klebsiella granulomatis) e 
no linfogranuloma venéreo (causado 
pela Chlamydia trachomatis). 
A banca nos apresenta uma gestante 
com 20 semanas de idade gestacional 
com lesões dolorosas na região genital, 
precedidas por pródromo de prurido e dor 
no local. Quadro clínico muito 
característico de herpes genital! 
A infecção pelo vírus Herpes Simples 
(HSV) é a principal causa de úlcera 
genital em todo o mundo. É doença 
infectocontagiosa, crônica e 
generalizada, sujeita a recidivas, tendo 
como agente etiológico duas cepas 
diferentes do vírus herpes simples, o 
tipo 1 (HSV-1) e o tipo 2 (HSV-2). 
Quando sintomática, a primoinfecção é 
precedida por um pródromo, focalizado 
na zona da futura lesão, com dor, 
ardência e sensação de 
“formigamento”; estes sintomas duram 
cerca de 24 horas. A primoinfecção 
estabelecida manifesta-se inicialmente 
por cefaléia, febre, mal-estar e 
adenopatia inguinal, sintomas que 
costumam desaparecer antes da cura 
das lesões. 
As lesões surgem 4 a 7 dias depois do 
início da infecção, sob a forma de 
vesículas dolorosas nos pequenos 
lábios, na vulva, na vagina e no trato 
urinário, podendo também atingir o 
colo do útero. Depois, rompem, 
ulceram e formam-se crostas sobre as 
lesões que curam, em geral sem deixar 
cicatrizes, em 2 a 6 semanas. 
O diagnóstico do herpes genital é 
essencialmente clínico, baseado na 
história médica e exame físico. Na 
primoinfecção, o tratamento 
recomendado para as lesões herpéticas 
na gestação consiste, em qualquer 
trimestre da gestação, em aciclovir 
400mg, por via oral, 3x/dia, durante 7 a 
10 dias ou aciclovir 200 mg, por via oral, 
5x/dia, por 7 a 10 dias. 
Nos casos de primoinfecção na gestação 
ou se recidivas foram frequentes no 
período gestacional (seis ou mais 
episódios ao ano), pode-se realizar 
terapia supressiva, a partir da 36ª 
semana, com aciclovir 400mg, 3x/dia. 
Recomenda-se a realização de 
cesariana em mulheres que 
apresentaram primoinfecção herpética 
no terceiro trimestre e sempre que 
houver lesões herpéticas ativas. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: As lesões da 
sífilis secundária são não ulcerosas e 
indolores. O quadro clínico da paciente 
não é compatível com essa doença. 
Alternativa B - Incorreta: Asífilis 
primária, também chamada de cancro 
duro, apresenta-se clinicamente com 
uma úlcera indolor, geralmente única, 
rasa, com fundo limpo, bordas bem 
definidas e medindo cerca de 2cm. Não 
é a principal hipótese diagnóstica para 
esse caso. 
Alternativa C - Incorreta: Como vimos, 
o diagnóstico de herpes genital é 
clínico. Não há indicação de solicitar 
sorologias para iniciar o tratamento. 
Alternativa D - Correta: A principal 
hipótese diagnóstica para essa paciente 
é herpes genital. O tratamento deve ser 
feito com aciclovir e profilaxia com o 
mesmo medicamento a partir de 36 
semanas de gestação também está 
indicada. 
 
30. O médico de uma Equipe de Saúde 
da Família foi demandado para 
atendimento a uma gestante no final do 
primeiro trimestre de gestação. Na 
consulta, a gestante informou que havia 
mudado de cidade e trouxe os 
resultados de exames que havia feito 
após consulta de abertura de pré-natal 
na cidade em que morava. O exame 
clínico e os resultados de exames 
complementares estavam dentro da 
normalidade. 
Nesse caso, o médico deve recomendar 
a essa paciente que volte para nova 
consulta 
A) mensalmente até a 34ª semana. 
B) mensalmente até a 28ª semana. 
C) quinzenalmente até a 34ª semana. 
D) quinzenalmente até a 28ª semana. 
CCQ: Saber que o Ministério da Saúde 
recomenda consultas mensais até a 
28° semana de Pré-Natal 
E aí, Aristos! Questão sobre assistência 
pré-natal pra gente responder junto. 
Temos uma gestante no primeiro 
trimestre iniciando o vínculo de Pré-
Natal em um novo serviço, trazendo o 
resultado da propedêutica do primeiro 
trimestre. Como nos foi mencionado 
que todos os exames estavam dentro da 
normalidade, significa dizer que: 
• O hemograma tinha 
hemoglobina maior que 11 
mg/dL; 
• A glicemia de jejum era menor 
que 92 mg/dL; 
• A urocultura veio inocente; 
• A gestante é imune ou 
susceptível à toxoplasmose; 
• O VDRL e anti-HIV 1 e 2 vieram 
não reagente; 
• O HbsAg veio negativo; 
Confira na tabela a programação 
completa da propedêutica do Pré-
Natal: 
 
Beleza! Então nossa gestante está 
evoluindo bem. O que a banca quer 
saber é sobre a frequência de 
atendimento no Pré-Natal, preconizada 
pelo Ministério da Saúde (MS). 
Devemos lembrar que o MS preconiza 
um mínimo de 6 consultas, sendo 
mensais até a 28° semana, quinzenais 
entre a 28° e 36° semana e semanais a 
partir do termo (37° semana). 
 
 
 
31. Um homem com 45 anos de idade, 
internado em enfermaria de hospital 
secundário há 15 dias pós trauma grave 
com boa evolução, apresenta swab anal 
positivo para bacilo gram-negativo 
resistente a carbapenênmico. Ele não 
apresenta febre e o leucograma está 
com 6.500 leucócitos (neutrófilos: 
4.500, linfócitos: 1.500 células por 
campo). 
Nesse caso, a conduta adequada é 
A encaminhar o paciente a um centro 
especializado de trauma. 
B) iniciar tratamento do paciente com 
antibiótico conforme o antibiograma. 
C) observar o quadro clínico do paciente 
e instituir precaução de contato. 
D) instituir precaução de gotículas e 
banho com clorhexidine para o 
paciente. 
CCQ: Pacientes internados com 
bactérias multirresistentes e estando 
assintomáticos, devem ser isolados e 
mantidos em observação 
Esta questão é bem interessante, cobra 
conceitos sobre a conduta médica 
frente a pacientes com bactérias 
multirresistentes, vamos entender um 
pouco mais sobre elas? 
Então, aluno Aristo, quando falamos 
em bactérias multirresistentes sempre 
ficamos receosos. E uma das mais 
preocupantes trata-se das bactérias 
gram-negativas resistentes aos 
carbapenêmicos. As principais 
bactérias que podem apresentar essa 
característica são as enterobactérias, 
como a Klebsiella pneumoniae, e as 
bactérias gram-negativas não 
fermentadoras, como as Pseudomonas 
spp e o Ancinectobacter spp. Essas 
bactérias são preocupantes visto sua 
resistência aos antibióticos 
convencionais e isso se deve a produção 
da enzima carbapenemase. Entretanto, 
alguns inibidores de β-lactamases 
possuem a capacidade de inativar essa 
enzima, principalmente se associado à 
Cefalosporinas ou Carbapenêmicos, 
como Ceftazidima-Avibactam e 
Meropenem-Vaborbactam. 
Vamos às alternativas 
Alternativa A - Incorreta: O paciente já 
está bem assistido em relação aos 
agravos gerados pelo trauma, com boa 
evolução, o problema atual se 
concentra na colonização por bactérias 
multirresistentes. 
Alternativa B - Incorreta: Ainda não há 
dados laboratoriais ou sinais clínicos 
que indiquem um tratamento guiado 
por antibióticos. 
Alternativa C - Correta: Isso mesmo! O 
paciente está colonizado por uma 
bactéria gram negativa resistente a 
carbapenêmicos, não deve ser 
instituído tratamento específico diante 
da ausência de sinais de infecção e 
deve-se manter o paciente em 
isolamento de contato até a alta 
hospitalar. 
Alternativa D - Incorreta: O banho com 
clorhexidine é recomendado em todos 
os pacientes infectados por bactérias 
multirresistentes, porém a instituição 
de precaução de gotículas não é 
necessária. 
 
32. Uma criança com 5 anos de idade 
precisa ser submetida a um 
procedimento cirúrgico de pele. 
Considerando-se os agentes 
anestésicos locais, quais são os 
medicamentos, a serem administrados 
em associação, capazes de fornecer, 
respectivamente, o menor tempo de 
latência e o maior tempo de ação? 
A) Mepivacaína e lidocaína. 
B) lidocaína e bupivacaína. 
C) Cloroprocaína e lidocaína. 
D) Cloroprocaína e mepivacaína. 
CCQ: Saber que a lidocaína possui o 
menor tempo de latência, e a 
bupivacaína possui o maior tempo de 
duração 
Olá, querido aluno! Tudo certo por aí? 
Vamos revisar um pouco sobre os 
anestésicos locais! 
São fármacos usados no bloqueio 
reversível da condução nervosa, sem 
alterar o nível de consciência do 
paciente. 
Podem ser classificados de várias 
formas, mas a principalmente em 
relação ao seu tempo de duração: 
• Curta duração: procaína e 
cloroprocaína; 
• Média duração: lidocaína, 
prilocaína, mepivacaína, entre 
outros; 
• Longa duração: bupivacaína, 
tetracaína, entre outros. 
O tempo de latência de um anestésico é 
caracterizado pelo tempo necessário 
desde a infiltração da solução até o 
completo bloqueio do impulso nervoso. 
A lidocaína é o anestésico com menor 
tempo de latência, e por isso é tão 
usado na prática clínica, principalmente 
em pequenos procedimentos, em que é 
necessário um agente que induz o 
bloqueio de forma rápida. 
Alternativa A - Incorreta: Tanto a 
mepivacaína quando a lidocaína são 
anestésicos de média duração. 
Alternativa B - Correta: Como já 
falamos, a lidocaína possui o menor 
tempo de latência, bloqueando o 
impulso nervoso rapidamente. 
Enquanto a bupivacaína é um agente de 
longa duração, tendo seu efeito por 
mais tempo. 
Alternativa C - Incorreta: A 
cloroprocaína possui curta duração. 
Alternativa D - Incorreta: A 
mepivacaína possui média duração. 
 
33. Um menino com 3 anos de idade é 
atendido na emergência de hospital 
público municipal em decorrência de 
tosse e febre. Sua mãe relata que o 
quadro se iniciou há cerca de 5 dias, com 
coriza hialina, e que, posteriormente, 
surgiram tosse, que se tornou 
produtiva, e febre de até 38,5 ºC. Nega 
antecedentes patológicos relevantes. 
Ao exame, o menino apresenta-se em 
regular estado geral, hipocorado 1+/4+, 
desidratado 1+/4+, anictérico e 
acianótico, com frequência cardíaca de 
150 batimentos por minuto e frequência 
respiratória de 50 incursões 
respiratórias por minuto. Há presença 
de tiragem subcostal. A ausculta 
respiratória revela estertores 
crepitantes em base direita. A ausculta 
cardíaca e do abdome, sem 
anormalidades. A radiografia de tórax 
revela condensação em base direita, 
sem derrame pleural. 
Com base nesses dados, assinale a 
opção que apresenta o antibiótico de 
primeira escolhapara esse caso. 
A) Penicilina intravenosa. 
B) Gentamicina intravenosa. 
C) Ceftazidima intravenosa. 
D) Vancomicina intravenosa. 
CCQ: O tratamento de escolha para 
pneumonia com critério de gravidade 
é a penicilina intravenosa 
Encontrou um quadro de taquipneia na 
ausência de estridor e sibilos? Pense na 
pneumonia adquirida na comunidade. 
90% dos casos são virais e quando 
bacterianos, temos Streptococcus 
pneumoniae como principal agente. 
Vemos que, além dos sinais e sintomas 
de IVAS, a criança está com taquipneia, 
desidratado, hipocorado, taquicárdico, 
com tiragem subcostal... Um quadro 
grave, né? E só para confirmar essa 
gravidade, olha só os critérios da SBP: 
• Tiragem subcostal; 
• Dificuldade para ingerir líquidos; 
• Batimento de asa de nariz, 
gemência e movimento 
involuntários de cabeça; 
• Cianose central; 
• Hipoxemia (SatO2 < 92%); 
• Rebaixamento do sensório; 
• Vômitos incoercíveis. 
A criança do caso então tem sinal de 
gravidade e por isso devemos interná-
la. E é aqui o pulo do gato: se fosse 
tratamento ambulatorial, nosso atb de 
escolha seria a amoxicilina. Mas quando 
internamos, dividimos em faixas 
etárias: 
• Menores que 2 meses: o 
tratamento destas crianças é 
SEMPRE HOSPITALAR sendo 
feito, na maioria das vezes, com 
o uso de penicilina cristalina ou 
ampicilina associadas à 
gentamicina, ou amicacina. 
• Maiores que 2 meses: penicilina 
cristalina intravenosa é a droga 
de escolha. A ampicilina 
intravenosa também pode ser 
utilizada. Caso haja pneumonia 
grave, pode-se ampliar o 
esquema utilizando associação 
de oxacilina com ceftriaxona ou 
cloranfenicol. 
Vamos ver as alternativas: 
Alternativa A - Correta: BINGO! Temos 
aqui nossa primeira escolha de 
tratamento. 
Alternativa B - Incorreta: Associamos a 
gentamicina em crianças menores de 2 
meses, o que não é o caso. 
Alternativa C - Incorreta: Não tem 
indicação aqui e é um antibiótico que 
tem causado muita resistência 
bacteriana. 
Alternativa D - Incorreta: Não tem 
indicação nesse caso. 
 
 
 
34. Uma paciente com 62 anos de idade 
comparece à consulta no centro de 
saúde com o laudo de exame de 
ultrassom pélvico. No laudo, constam a 
descrição de um cisto com septação 
espessa, ecogenicidade aumentada e 
com projeção papilar em ovário 
esquerdo; ausência de ascite ou outros 
achados, medidas uterinas e do ovário 
direito normais. A paciente acrescenta 
que desconhece histórico familiar de 
cistos ou tumores de ovário. 
Considerando o caso clínico 
apresentado, assinale a opção correta. 
A) As características ultrassonográficas 
são de alto risco para malignidade. 
B) As características ultrassonográficas 
correspondem a processos não 
neoplásicos ou fisiológicos. 
C) As características ultrassonográficas 
são inespecíficas para classificar risco 
de malignidade. 
D) O exame de ultrassom não é 
adequado para a avaliação das 
características da massa anexial. 
CCQ: Em cisto de ovário, aspecto 
hiperecogênico, com septação 
espessa e projeção papilar indicam 
alto risco para malignidade 
Fala, aluno Aristo, tudo certo? 
Questãozinha sobre massas ovarianas, 
bora rever juntos? 
A neoplasia de ovário é um câncer 
ginecológico pouco sintomático, sem 
método de rastreio e geralmente 
encontrado já em estado avançado. O 
principal exame usado para avaliar um 
achado de massa anexial é o USTV e 
algumas características encontradas 
podem nos direcionar mais para uma 
malignidade ou uma benignidade. 
Veja o quadro a seguir: 
 
O ultrassom da paciente mostra um 
cisto com septação espessa, 
ecogenicidade aumentada e com 
projeção papilar em ovário esquerdo. 
Note que todas as características do 
cisto encontrado apontam um achado 
de alto risco. 
Por último, vale relembrar que o câncer 
de ovário não possui formas efetivas de 
rastreamento e os principais fatores de 
risco são idade avançada (para 
epiteliais), história familiar e 
nuliparidade, sendo o uso de 
anticoncepcionais orais fator de 
proteção. 
Vamos ver então as alternativas: 
Alternativa A - Correta: Exatamente o 
que vimos acima. 
Alternativa B - Incorreta;. Não, todas 
as características indicam alto risco de 
malignidade. Fisiológicos, geralmente, 
são cistos simples e hemorrágicos em 
mulheres em idade reprodutiva. 
Alternativa C - Incorreta;. Não, como 
vimos, são específicas para um alto 
risco de malignidades. 
Alternativa D - Incorreta;. Erradíssimo, 
já que o ultrassom é o principal exame 
para avaliação inicial de massa 
ovariana. 
 
 
35. De acordo com o Caderno de 
Atenção Básica n. 32, publicado pelo 
Ministério da Saúde, durante a consulta 
de pré-natal de risco habitual na 
Unidade Básica de Saúde, quais exames 
complementares devem ser solicitados 
no primeiro trimestre da gestação, 
independente da condição clínica ou 
social da paciente? 
A) Hemograma; tipagem sanguínea e 
fator Rh; glicemia de jejum; testes de 
rastreamento para sífilis, HIV e 
citomegalovírus; exame de urina e 
urocultura. 
B) Hemograma; tipagem sanguínea e 
fator Rh; teste de tolerância oral à 
glicose; testes de rastreamento para 
sífilis, HIV e hepatite B; exame de urina 
e urocultura. 
C) Hemograma; tipagem sanguínea e 
fator Rh; glicemia de jejum; testes de 
rastreamento para sífilis, HIV, 
toxoplasmose e hepatite B; exame de 
urina e urocultura. 
D) Hemograma; tipagem sanguínea e 
fator Rh; glicemia de jejum; testes de 
rastreamento para sífilis, HIV, 
citomegalovírus e hepatite B e C; exame 
de urina e urocultura. 
CCQ: Hemograma; tipagem 
sanguínea e fator Rh; glicemia de 
jejum; testes de rastreamento para 
sífilis, HIV, toxoplasmose e hepatite 
B; exame de urina e urocultura são os 
exames complementares devem ser 
solicitados no primeiro trimestre 
Olá, aluno Aristo! Questões sobre pré-
natal são extremamente importantes 
nas provas! Então, preste muito 
atenção na questão a seguir. 
Seis é o número mínimo de consultas 
durante o pré-natal, sendo três no 3.º 
trimestre, duas no 2.º, e uma no 1.º, 
porém, o ideal é que se faça consultas 
mensais até a 28ª semana, quinzenais 
até a 36ª e semanais após esse 
momento. 
Além disso, é extremamente necessário 
saber quais são os exames 
complementares solicitados durante a 
primeira consulta pré-natal (de acordo 
com o ministério da Saúde). Vamos 
revisar com a tabela abaixo? 
 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Teste de 
rastreamento para citomegalovírus não 
é um dos exames complementares 
solicitados no primeiro trimestre. 
Alternativa B - Incorreta: Teste de 
tolerância oral à glicose não é um dos 
exames complementares solicitados no 
primeiro trimestre. 
Alternativa C - Correta: Perfeito, aluno 
Aristo! Como visto na tabela acima. 
Alternativa D - Incorreta: Teste de 
rastreamento para citomegalovírus não 
é um dos exames complementares 
solicitados no primeiro trimestre. 
 
 
36. Os principais componentes da 
avaliação laboratorial da anemia são a 
contagem de reticulócitos, o esfregaço 
de sangue periférico, os índices 
eritrocitários, os estudos nutricionais e, 
em alguns casos, o aspirado e a biópsia 
da medula óssea. 
A contagem reticulocitária (corrigida ou 
absoluta) aumentada pode sugerir, 
como etiologia da anemia, 
A) deficiência de vitamina B12. 
B) aplasia de medula óssea. 
C) deficiência de G6PD. 
D) hipotireoidismo. 
CCQ: A deficiência de G6PD gera uma 
anemia hemolítica, na qual há 
aumento dos reticulócitos 
Oi galera, tranquilos?! Essa questão 
está dentro do pareto. Aborda o 
conhecimento das anemias que 
aumentam os reticulócitos, assunto 
importante para o diagnóstico 
diferencial das anemias. Como as 
alternativas são bem diretas, vamos 
revisar quais anemias são hiper e 
hipoproliferativas. 
Anemias hiperproliferativas, ou seja, 
aquelas em que há aumento de 
reticulócitos: 
• Anemias hemolíticas; 
• Sangramentoagudo. 
Anemias hipoproliferativas, ou seja, 
aquelas em que não há aumento de 
reticulócitos: 
• Anemias carenciais (Deficiência 
de vitamina B12, folato e ferro); 
• Aplasia de medula óssea; 
• Anemia de doença crônica; 
• Anemia sideroblástica. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: A vitamina 
B12 é fundamental para produção de 
material genético celular, na sua 
deficiência a medula óssea não 
consegue aumentar a produção de 
hemácias, dessa forma, não há 
aumento dos reticulócitos. 
Alternativa B - Incorreta: Na aplasia de 
medula óssea há uma substituição do 
tecido medular por tecido gorduroso, 
dessa forma, a produção de células 
sanguínea é prejudicada, levando a 
diminuição na produção de 
reticulócitos. 
Alternativa C - Correta: A deficiência 
de G6PD é uma anemia causada por 
hemólise, como as outras anemias 
hemolíticas, a medula óssea tenta 
compensar a perda com o aumento de 
produção de hemoglobina, 
aumentando os reticulócitos. 
Alternativa D - Incorreta: No 
hipotireoidismo, como há diminuição 
do metabolismo a produção de 
eritropoietina está diminuída, sendo 
assim diminui a produção hemoglobina 
causando a diminuição de reticulócitos. 
 
37. Uma mulher com 42 anos de idade, 
levada ao Pronto-Socorro (PS) de 
hospital de nível secundário para 
atendimento, relata ter sofrido choque 
elétrico ao encostar inadvertidamente 
em fio caído da rede elétrica. Ao exame 
físico, apresenta orifício de entrada da 
corrente elétrica na mão direita e de 
saída em joelho esquerdo, contratura 
da mão e do cotovelo direito, assim 
como sinais de trombose de vasos 
sanguíneos superficiais do membro 
superior direito. Queixa-se de dor e 
apresenta urina escura. 
Com base na história clínica da paciente 
e nos dados do exame físico, a conduta 
inicial indicada é 
A) fasciotomia, reposição hídrica por via 
oral, radiografia de membro superior 
direito e observação no PS. 
B) sondagem vesical, pesquisa de 
mioglobina na urina, analgesia, 
monitorização eletrocardiográfica e 
internação hospitalar. 
C) avaliação do cirurgião plástico, 
considerando que a superfície corpórea 
queimada corresponde a 9%, além de 
reposição hídrica por via oral. 
D) reposição com fluidos endovenosos, 
monitorização eletrocardiográfica e 
transferência para centro especializado 
em queimados, após estabilização. 
CCQ: Saber que em paciente vítimas 
de queimaduras elétricas a prioridade 
é reposição volêmica e monitorização 
cardíaca 
Olá aluno(a) Aristo, tudo bem? Questão 
do INEP - Revalida - DF de 2022 
abordando o manejo em casos de 
queimaduras elétricas, vamos revisar? 
As queimaduras são uma das principais 
causas de lesões acidentais e morte nos 
em todo o mundo. A grande maioria das 
lesões não requer hospitalização, mas 
devemos dar bastante importância pois 
queimaduras graves podem levar a 
morbidade e morte significativas. 
Pontos importantes a serem avaliados 
em pacientes queimados são: o 
mecanismo da queimadura, 
profundidade da queimadura, extensão 
e localização anatômica. Com esses 
parâmetros que determinam a 
gravidade geral da lesão por 
queimadura (leve, moderada, grave), o 
que orienta aos cuidados com esses 
pacientes. 
Outro ponto é que esse paciente foi 
vítima de queimadura elétrica e pela 
exposição a alta voltagem pode ter 
condições associadas, como arritmias 
cardíacas, fraturas, síndromes 
compartimentais e mioglobinúria. 
Então devemos focar nos principais 
acometimentos através do mecanismo 
desse tipo de queimadura. 
No manejo desse paciente, iniciamos 
com uma avaliação do trauma (ABCDE) 
e reanimação adequada, começando 
com uma avaliação rápida das vias 
aéreas e do estado cardiopulmonar, 
deve ser realizada para qualquer 
paciente com exposição elétrica grave. 
Devemos também realizar a 
monitorização cardíaca e realizar um 
eletrocardiograma devido à alta 
incidência de arritmia e disfunção 
autonômica. 
Além disso, devemos monitorar quanto 
ao desenvolvimento de síndrome 
compartimental aguda, rabdomiólise e 
lesão renal aguda, com isso, esses 
pacientes geralmente requerem 
reposição agressiva de fluidos IV, 
especialmente se houver sinais de 
necrose muscular. 
Visto isso, vamos analisar as 
alternativas. 
Alternativa A - Incorreta: A 
fasciotomia é realizada quando há a 
presença de síndrome compartimental 
e os primeiros sinais clínicos que devem 
levantar a suspeita de síndrome 
compartimental aguda são: dor severa 
de extremidades desproporcional com 
lesões aparentemente presentes e dor 
que não melhora com analgesia 
adequada, o paciente também pode 
apresentar parestesia. Outro ponto é 
que a reposição volêmica é realizada de 
maneira endovenosa e exames de 
imagem podem ser realizados, mas não 
são prioridade neste momento, a 
prioridade é estabilizar esse paciente. 
Alternativa B - Incorreta: Todos esses 
pontos podem ser realizados nesse 
paciente e possuem sua devida 
importância, mas a reposição de fluidos 
é muito importante e por isso a outra 
alternativa está "mais certa". 
Alternativa C - Incorreta: A reposição 
volêmica é realizada via endovenosa. 
Alternativa D - Correta: Sim, a 
reposição de fluidos de maneira 
endovenosa é muito importante para 
evitar lesão renal aguda e síndrome 
compartimental. Outro ponto é a 
monitorização eletrocardiográfica, 
condições associadas, como arritmias 
cardíacas, podem estar presentes nesse 
paciente. E além do mais, existe a 
possibilidade de transferir esse paciente 
para um local especializado em 
queimados, onde ele vai ter um cuidado 
específico para sua condição, estabiliza 
e encaminha! 
 
 
 
38. Um menino com 10 anos de idade, 
com diagnóstico prévio de epilepsia de 
difícil controle, em uso de lamotrigina e 
topiramato, está sendo atendido em 
sala de emergência de hospital de 
referência terciária, com quadro de mal 
convulsivo. A crise teve início há 20 
minutos, em casa, sem desencadeante 
definido. A glicemia de entrada foi 120 
mg/dl. Está com acesso venoso 
periférico, com fonte de oxigênio 
(cateter 2 litros/minuto), saturação 
transcutânea de 95%, pulsos distais 
amplos, tempo de enchimento capilar 
de 3 segundos, auscultas pulmonar e 
cardíaca normais, sem lesões de pele. 
Inicialmente, foi administrado 
diazepínico (3 doses) por via 
endovenosa, sem melhora dos abalos, 
mantendo-se hipertonia, desvio ocular 
e salivação. Optou-se por iniciar 
hidantalização com fenitoína, 
administrada em velocidade de 50 
mg/minuto. 
Seguindo o protocolo de tratamento de 
mal epiléptico, caso não haja reversão 
da crise, quais são, respectivamente, a 
opção terapêutica a ser adotada e o 
principal risco do seu uso? 
A) Tiopental; arritmia cardíaca. 
B) Midazolan; hipertensão 
intracraniana. 
C) Propofol; instabilidade 
hemodinâmica. 
D) Fenobarbital sódico; depressão 
respiratória. 
CCQ: Saber que fenobarbital é o 
fármaco de terceira linha no manejo 
do estado de mal epilético e que seu 
principal risco é a depressão 
respiratória 
Olá, aluno Aristo! 
Questão sobre manejo do mal epilético 
na infância. 
Segundo a 4ª edição do Tratado de 
Pediatria, na abordagem do estado de 
mal epilético (EME) inicialmente deve-
se realizar medidas gerais para 
estabilização e investigar a possível 
etiologia. Em seguida, seguimos para as 
medidas farmacológicas, sendo os 
benzodiazepínicos, como diazepam ou 
midazolam, as drogas de primeira linha. 
Devido a meia vida curta desses 
medicamentos torna-se necessária a 
administração de uma droga de 
segunda linha, como a fenitoína. Caso o 
controle clínico não seja alcançado o 
próximo passo é administração de 
fenobarbital sódico por via endovenosa. 
A partir desse momento, se ainda não 
houver o controle da crise, a maior parte 
dos autores considera o estado de mal 
epilético refratário. 
Dentre os efeitos adversos do uso do 
fenobarbitalpodemos citar: ataxia, 
sonolência, náusea e vômitos, artralgia 
e depressão respiratória, sendo este 
último o principal risco de seu uso. 
Vamos, então, às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Tiopental, 
medicamento da classe dos 
barbitúricos, é uma alternativa ao uso 
do midazolam nos casos de EME 
refratário. 
Alternativa B - Incorreta: O uso do 
midazolam é preconizado como 
medicamento de primeira linha ou, de 
forma contínua, em casos de EME 
refratário. 
Alternativa C - Incorreta: No caso de 
falha do controle clínico e/ou 
eletrográfico, após a administração 
tiopental ou midazolam contínuo, o 
propofol torna-se uma alternativa. 
Sempre que forem utilizadas drogas 
anestésicas, as doses devem ser 
tituladas com realização contínua de 
EEG. 
Alternativa D - Correta! Exato, como 
vimos acima, após a administração da 
segunda droga (fenitoína), caso não 
ocorra a melhora clínica e/ou 
eletrocardiográfica, o protocolo de 
manejo de EME indica o uso de 
fenobarbital. 
 
39. Uma paciente com 25 anos de 
idade, casada há 3 meses, usa 
Dispositivo Intrauterino (DIU) como 
método anticoncepcional. Procura 
consulta em centro de saúde com 
queixa de corrimento vaginal 
abundante. Refere que a secreção é 
amarelada, que sente ardor e dor, que 
piora na relação sexual. Ao exame 
ginecológico, é observada hiperemia de 
genitais externos e de parede vaginal, 
com presença de secreção amarelo-
esverdeada com pequenas bolhas, não 
aderida à parede vaginal, além de colo 
uterino com colpite e "aspecto de 
morango". 
Nesse caso, o exame a ser realizado e 
seu resultado mais provável são, 
respectivamente, 
A) exame de secreção vaginal com 
coloração de Gram; observadas "Clue 
Cells". 
B) cultura de secreção vaginal; 
observado crescimento de 
Streptococcus agalactie. 
C) exame a fresco de secreção vaginal; 
observados parasitas flagelados com 
movimentos pendulares. 
D) exame a fresco de secreção vaginal 
com hidróxido de potássio; observadas 
pseudo-hifas e esporos. 
CCQ: Colo em framboesa ou morango 
(colpite) é uma característica da 
tricomoníase 
Olá, aluno Aristo! Firme e forte nos 
estudos? Questão clássica sobre 
corrimento vaginal. A banca aborda 
uma paciente com 25 anos de idade, 
casada há 3 meses, usa DIU e queixa-se 
de corrimento vaginal amarelado, 
abundante com ardor e dor, (que piora 
na relação sexual). 
No exame ginecológico, observa-se 
hiperemia de genitais externos e de 
parede vaginal, com presença de 
secreção amarelo-esverdeada com 
pequenas bolhas, não aderida à parede 
vaginal, além de colo uterino com 
colpite e "aspecto de morango". 
Bem característico da tricomoníase, 
concorda, aluno Aristo? 
A tricomoníase é Infecção sexualmente 
transmissível causada pelo protozoário 
flagelado Trichomonas vaginalis. É 
caracterizada pelo corrimento amarelo-
esverdeado com odor fétido e 
inflamação presente (irritação, 
dispareunia). Além disso, podemos 
encontrar: 
• Colo em framboesa ou 
morango (colpite) 
• Colo tigroide no teste de Schiller 
(aplicação de solução de Lugol) 
• Teste das aminas positivo 
• pH acima de 4,5 
• Encontro de protozoários 
flagelados no exame 
microscópico. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: "Clue Cells" 
são observadas na vaginose 
bacteriana, 
Alternativa B - Incorreta: Não há 
crescimento de Streptococcus 
agalactie. na tricomoníase. 
Alternativa C - Correta: Perfeito, 
pessoal! Na tricomoníase, encontramos 
no exame a fresco de secreção vaginal 
parasitas flagelados com movimentos 
pendulares. 
Alternativa D - Incorreta: Pseudo-hifas 
e esporos são encontrados na 
candidíase vaginal. 
 
40. Uma comunidade ribeirinha vive 
próxima de uma barragem que está 
sendo construída em um rio. Uma das 
consequências ambientais desse 
represamento das águas é a redução do 
nível do rio, o que prolonga o período de 
águas baixas (vazante) na região. Em 
contrapartida à construção da 
barragem, a empreiteira e os entes 
públicos associados à sua implantação 
promoveram ações que eliminaram o 
desmatamento no entorno dessa 
comunidade, que é atendida por uma 
Equipe de Saúde da Família. O médico 
de Família e Comunidade da equipe 
pretende realizar uma ação educativa 
para alertar os moradores locais quanto 
aos impactos da mudança ambiental na 
saúde. 
Nessa situação, que problema de saúde 
esse médico deverá abordar, 
considerando-se o provável aumento 
em sua frequência? 
A) Acidentes ofídicos. 
B) Acidentes com arraia. 
C) Acidentes escorpiônicos. 
D) Intoxicação por mercúrio. 
CCQ: Saber que acidentes com arraias 
de água doce ocorrem com mais 
frequência em águas rasas 
Pessoal, questão extremamente 
esquisita do Revalida. Vamos esmiuçar 
o caso para chegarmos na resposta que 
banca queria. Vamos que vamos! 
Bom, o ponto central dessa questão é 
saber que mudanças ambientais geram 
impactos na saúde pública. Nesse caso, 
teremos a construção de uma barragem 
em um determinado rio. O impacto 
disso é que o nível da água do rio irá 
baixar, o que aumenta o período de 
vazante na região. O que isso nos 
mostra? Que aquele ecossistema do rio 
sofrerá alterações, sobretudo da fauna 
que reside ali. Com água mais baixa 
ocorre uma maior probabilidade de 
acidente com arraias! Isso porque esse 
animal prefere viver em águas rasas nas 
margens dos rios, sendo os acidentes 
relatados com maior frequência nas 
épocas de baixa, devido ao maior uso 
das praias de água doce. Como teremos 
um nível do rio mais baixo de forma 
permanente pela construção de 
barragem, é esperado que esses 
acidentes aumentem na região. 
Reparem ainda que o enunciado coloca 
que serão feitas ações para eliminar o 
desmatamento no entorno da região. 
Dessa forma, habitat de cobras, 
escorpiões e outros animais 
peçonhentos não seria alterado. Foi 
uma forma da questão orientar o 
raciocínio do candidato para acidentes 
com animais que vivem no rio. 
Agora podemos ir às alternativas. 
Alternativa A – Incorreta: Não! Na 
prática até poderíamos ter um aumento 
de acidente ofídico, mas quando a 
questão coloca que a mata do entorno 
será preservada é uma forma dela dizer 
“não haverá impacto no ecossistema 
das cobras”. Por isso, essa não é a 
melhor resposta para a questão. 
Alternativa B – Correta: Sim! Como 
vimos, as arraias tendem a viver em 
águas mais rasas. Dessa forma, se o 
nível do rio vai baixar, aumentam as 
chances de acidentes com esses 
animais. 
Alternativa C – Incorreta: Não! 
Acidentes com escorpiões caem no 
mesmo raciocínio dos acidentes 
ofídicos para o caso. 
Alternativa D – Incorreta: Também 
não. Construção de barragens não se 
relacionam com poluição por mercúrio, 
que tem uma associação grande com 
mineração de ouro. 
 
 
 
41. Uma paciente com 32 anos de idade 
foi internada em Unidade de Terapia 
Intensiva com quadro de crise 
tireotóxica, relatando, na admissão, 
palpitação, nervosismo, falta de ar, 
fraqueza e perda de peso. Ao exame 
físico, apresentava taquicardia, tremor 
fino, miopatia proximal e sopro na 
tireoide. Após a investigação, foi feito o 
diagnóstico de doença de Graves. 
Entre as modalidades de tratamento 
para o controle do hipertireoidismo na 
doença de Graves, a mais indicada 
nesse contexto clínico é 
A) a terapia com iodo radioativo. 
B) o uso de metimazol via oral. 
C) a tireoidectomia subtotal. 
D) a tireoidectomia total. 
CCQ: O controle do hipertireoidismo 
por doença de Graves no contexto de 
uma crise tireotóxica é 
preferencialmente realizado com uso 
de drogas antitireoidianas 
Olá, aluno Aristo! Temos aqui uma 
questão que deseja saber qual a melhor 
conduta frente uma crise tireotóxica na 
doença de Graves. Vamos revisar um 
pouco sobre o tema? 
A tireotoxicose é definida como uma 
síndrome clínica decorrente da 
exposição a altas concentrações de 
hormônios tireoideanos. Elapode 
ocorrer devido a hormônios exógenos 
(ingestão acidental ou iatrogenia) ou 
endógenos (hipertireoidismo). A 
presença de sopro audível sobre a 
glândula, geralmente traduz a 
tireotoxicidade. 
Após confirmado laboratorialmente o 
quadro de tireotoxicose, a conduta 
consiste em definir a causa exata. Neste 
caso, já sabemos se tratar de doença de 
Graves, patologia responsável por 60-
80% dos casos de tirotoxicose. Sendo 
assim, temos 3 principais tipos de 
tratamento: drogas antitireoidianas, 
radioterapia com iodo ou cirugia. A 
escolha do tratamento deve ser guiado 
pelo perfil do paciente de acordo com a 
probabilidade de remissão com drogas, 
potencial de futuras gestações, 
presença/tamanho do bócio, presença 
de comorbidades e preferência do 
paciente. 
Apesar de o metimazol e o tapazol 
serem drogas mais efetivas na 
estabilização rápida do eutireoidismo 
(por conta de sua ação direta na 
interrupção da síntese de hormônios 
tireoideanos, além de ter, entre seus 
fatores preditores de sucesso, sexo 
feminino, idade > 40 anos, cessação do 
tabagismo, hipertireoidismo leve, bócio 
pequeno ou que diminui durante a 
terapia com tionamida), em uma 
situação de crise tireotóxica (CT), o 
medicamento de escolha, geralmente, 
é o propiltiouracil (PTU), pois tem efeito 
periférico e impede a conversão de T4 
em T3. Em pacientes com tireotoxicose 
severa, essas drogas devem ser 
associadas ao uso de beta-
bloqueadores para melhora de 
sintomas como tremor, palpitações e 
ansiedade. Por sua vez, a radioterapia é 
o tratamento de escolha na recidiva da 
doença. Entretanto, em paciente muito 
sintomáticos, o tratamento prévio com 
antitireoideanos deve ser instituído. Por 
fim , a cirurgia é um tratamento pouco 
utilizado no Brasil. É importante 
destacar que caso escolhida esta 
modalidade terapêutica, o paciente 
deve estar eutireoideo visando diminuir 
a taxa de complicações ou a 
possibilidade de tempestade 
tireoideana. 
Vamos às alternativas? 
Alternativa A – Incorreta: Essa 
modalidade de tratamento é priorizada 
em recidivas. 
Alternativa B – Correta: Como 
discutimos acima, essa opção seria a 
mais apropriada visto que nossa 
paciente é do sexo feminino, ainda não 
apresentou refratariedade a esta opção 
clínica e, no momento, apresenta-se 
bastante sintomática. Apesar de não ser 
a primeira escolha no momento da CT, 
essa é a alternativa que melhor 
responde o quadro da paciente da 
questão. 
Alternativa C e D – Incorretas: A 
cirurgia não é muito utilizada nos 
serviços como tratamento de 
tireotoxicose inicialmente, além disso, 
exige que o paciente esteja eutireoideo. 
 
42. No ambulatório de um hospital 
secundário, o médico de plantão recebe 
uma paciente de 43 anos de idade que 
se encontra no 10º dia de pós-
operatório de uma histerectomia total 
abdominal por doença benigna. A 
paciente queixa-se de mal-estar, 
hiporexia e febre (37,3 ºC) há cerca de 2 
dias. Ao exame físico, a incisão 
operatória encontra-se um pouco 
hiperemiada e quente. A semiologia 
pulmonar é normal; não há queixa de 
disúria nem sinais de flebite. 
Considerando esse caso, assinale a 
opção que apresenta, respectivamente, 
a classificação da cirurgia quanto ao 
grau de contaminação e qual deveria ter 
sido a melhor conduta pré- operatória 
para evitar a infecção pós-operatória. 
A) Contaminada; realizar 
antibioticoprofilaxia com a 
administração de cefazolina 1G IV 
durante o ato cirúrgico. 
B) Contaminada; realizar 
antibioticoprofilaxia com a 
administração de cefazolina 2G IV uma 
hora antes do ato cirúrgico. 
C) limpa-contaminada; realizar 
antibioticoprofilaxia com a 
administração de cefazolina 1G IV 
durante o ato cirúrgico. 
D) limpa-contaminada; realizar 
antibioticoprofilaxia com a 
administração de cefazolina 2G IV uma 
hora antes do ato cirúrgico. 
CCQ: Saber que a histerectomia total 
abdominal por doença benigna é 
classificada como uma cirurgia limpa-
contaminada e deve receber 
antibiótico profilático uma hora antes 
do ato cirúrgico 
Meu caro aluno Aristo, questões que 
abordam o período peroperatório tem 
uma relevância muito alta nas provas e 
por isso te convido para revisar com a 
gente. Vamos lá? 
Classificamos uma cirurgia quanto ao 
grau de contaminação em 4 grupos. 
Relembre-os abaixo: 
 
Nesse contexto, visando a prevenção de 
infecção de sítio cirúrgico indicamos 
antibiótico profilático para as 
cirurgias limpa-contaminadas e 
contaminadas! 
O antibiótico de escolha para a grande 
maioria das profilaxias é a cefazolina, 
cuja administração deve ser feita 60 
minutos antes da incisão da pele. 
Agora vamos ao caso da nossa paciente! 
Ela foi submetida a uma histerectomia 
total abdominal por doença benigna e 
isso é uma cirurgia limpa-
contaminada, uma vez que não tem 
extravasamento de conteúdo do trato 
gastrointestinal ou trato respiratório, 
mas penetra o trato genitourinário. 
Assim, deve receber o antibiótico 
profilático uma hora antes do ato 
cirúrgico! 
Tranquilo, né? 
Um algo a mais: As cirurgias limpa-
contaminadas também são chamadas de 
potencialmente contaminadas 
Alternativa A - Incorreta: Conforme 
explicado acima trata-se de uma 
cirurgia limpa-contaminada! 
Alternativa B - Incorreta: Conforme 
explicado acima trata-se de uma 
cirurgia limpa-contaminada! 
Alternativa C - Incorreta: A profilaxia é 
indicada 1 hora antes do ato cirúrgico, 
não durante a cirurgia! A dose é 
variável, podendo ser feito de 1-2g de 
Cefazolina! 
Alternativa D - Correta: Isso mesmo. A 
profilaxia é feita com 1-2g de Cefazolina 
uma hora antes do ato cirúrgico! 
 
43. Uma menina com 8 anos de idade 
apresenta-se, acompanhada da mãe, 
em consulta ambulatorial com história 
de chiado no peito quase que 
diariamente, associado a dispneia aos 
esforços moderados e tosse noturna 5 
vezes por semana, estando em 
tratamento contínuo com 1 puff de 250 
ucg de beclometasona 1 vez ao dia, sem 
sinal de melhora. Apresenta 
exacerbações frequentes, com 
limitação das atividades nessas 
ocasiões, sendo necessário o uso de 
beta 2 agonista de curta duração e, às 
vezes, de corticoide oral. Ausculta 
respiratória sem alterações, frequência 
respiratória de 20 incursões 
respiratórias por minuto e saturometria 
de 96%. 
Diante desse caso, a classificação 
correta da doença da criança e a 
conduta adequada para o tratamento a 
longo prazo são, respectivamente, 
A) asma intermitente; tratar os 
episódios de exacerbação com inalação 
de beta 2 agonista de curta duração. 
B) asma persistente moderada não 
controlada; fazer uso de corticoide 
inalatório oral em dose moderada. 
C) asma persistente leve parcialmente 
controlada; utilizar corticoide inalatório 
oral de baixa dosagem. 
D) asma persistente grave parcialmente 
controlada; iniciar corticoide inalatório 
oral em dosagem alta. 
Questão ANULADA, aluno! 
Mas isso não impede que aprendamos 
com ela. Temos aqui um quadro de 
asma, com controle inadequado e 
exacerbações frequentes. Para 
classificar, devemos lembrar que: A 
classificação entre intermitente ou 
persistente não é o grande foco, uma 
vez que as mudanças na conduta são 
baseadas na classificação de controle 
da asma. Logo, o mais importante é 
classificar o grau de controle da asma, 
que irá guiar as alterações na 
terapêutica. Há atualmente indicação 
de corticoide inalatório desde os passos 
iniciais do tratamento, uma vez que a 
asma possui etiologia inflamatória. Em 
contrapartida, é relevante lembrar que 
o uso de corticoide oral é indicado nos 
casos de exacerbação, e não no 
tratamento de manutenção. 
Alternativa A - Incorreta: A frequência 
dos sintomas não permite classificar o 
quadro como intermitente. 
Alternativa B - Incorreta: Sintomas 
noturnos 5x na semana classificam a 
paciente como não controlada. 
Entretanto, o uso de corticoide oral no 
tratamentode manutenção NÃO é 
indicado. 
Alternativa C - Incorreta: Sintomas 
noturnos 5x na semana classificam a 
paciente como não controlada. 
Alternativa D - Incorreta: Sintomas 
noturnos 5x na semana classificam a 
paciente como não controlada. 
44. Uma mulher com 25 anos de idade, 
casada, atendida em uma Unidade 
Básica de Saúde, queixa-se de 
sangramentos intermenstruais nos 
últimos meses. A paciente relata que 
mudou de contraceptivo hormonal oral 
(CHO) por sua própria iniciativa há 3 
meses: usava CHO composto por 
etinilestradiol 35 mcg em associação 
com acetato de ciproterona 2 mg e 
mudou para CHO composto por 
etinilestradiol 20 mcg em associação 
com gestodeno 75 mcg. Ela tem como 
antecedentes relevantes ser multigesta 
(2 partos normais, o último há 3 anos) e 
apresenta quadro de convulsões tônico-
cônicas controladas com o uso de 
anticonvulsivante fenitoína 300 mg ao 
dia. 
Diante desse quadro clínico, a 
orientação que deve ser dada à paciente 
para corrigir o problema é 
A) usar fármacos que reduzam o 
sangramento na fase dos sangramentos 
intermenstruais, por exemplo, anti-
inflamatórios e/ou antifibrinolíticos. 
B) voltar a fazer uso de CHO de dose 
maior, podendo ser o mesmo que usava 
antes (etinilestradiol 35 mcg em 
associação com acetato de ciproterona 
2 mg). 
C) inserir o Dispositivo Intrauterino 
(DIU), pois existe contraindicação ao 
uso de métodos hormonais 
estroprogestativos por via oral. 
D) usar outro CHO com o progestógeno 
acetato de ciproterona, pois o 
gestodeno frequentemente se associa 
com maior risco de sangramentos 
intermenstruais. 
CCQ: Saber que a combinação de 
contracepção hormonal combinada e 
fenitoína não é recomendada e 
devemos optar por outro método 
Olá Aluno! Aqui estamos frente a uma 
questão de anticoncepção oral. Não 
temos dúvida que é um tema 
extremamente relevante na prática 
clínica básica né? Pois é, além disso é 
super comum nas provas de residência 
e concursos do país. Vamos relembrar o 
tema? 
Dentre as formas de anticoncepção, a 
Anticoncepção Combinada Oral (ACO) 
é uma das mais utilizadas atualmente. 
Seu advento permitiu um avanço 
substancial nas políticas de 
planejamento familiar. Além da via oral, 
métodos hormonais existem nas forma 
injetáveis, vaginal tópica e 
transdérmica, porém dessa vez vamos 
nos focar nos orais. 
Seu mecanismo de ação é 
principalmente a inibição da secreção 
de gonadotrofinas. Os progestagênios 
inibem a secreção de LH e o pico deste 
hormônio, inibindo a ovulação. A 
ausência de LH leva a um 
espessamento do muco cervical, 
menor proliferação endometrial e 
menor peristalse das tubas uterinas, 
que também contribuem para o efeito 
contraceptivo. O componente 
estrogênico inibe a secreção de FSH e 
evita o crescimento do folículo 
dominante. 
Apesar de boa eficácia e segurança, os 
ACOs possuem contraindicações bem 
estabelecidas pela OMS, de acordo com 
os critérios de elegibilidade, 
numerados de 1 a 4, desenvolvido a 
partir de diversos estudos ao redor do 
mundo. Observe: 
 
Dessa forma, cada situação clínica 
relevante é numerada com um critério 
de elegibilidade para os diversos tipos 
de métodos contraceptivos. A OMS 
possui uma tabela extensa com as 
principais situações que pode ser 
encontrada em 
www.paho.org/pt/brasil. 
No que tange às interações 
medicamentosas, apesar da crença 
que várias medicações interferem nos 
ACOs, na verdade poucos fármacos tem 
esse efeito. Em particular, os 
anticonvulsivantes como a fenitoína, 
a carbamazepina, os barbitúricos, a 
primidona, o topiramato e a 
oxcarbazepina, além da lamotrigina e 
rifampicina possuem critério de 
elegibilidade 3, ou seja, deve ser 
evitado o uso dos ACOs caso 
tenhamos opções melhores! 
Dito isso, vamos às alternativas! 
Alternativa A - Incorreto: Não é o mais 
adequado introduzir mais uma 
medicação na vida da paciente, dado 
que a paciente usa medicações que 
interferem na ação dos ACOs e 
podemos lançar mão de outros 
contraceptivos. 
Alternativa B - Incorreta: O uso dos 
ACOs, como o anterior que ela utilizava, 
possui critério de elegibilidade 3 pela 
OMS, devendo ser evitado. 
Alternativa C - Correta: Perfeito! O uso 
do DIU representa um método muito 
mais adequado, com alta eficácia, dado 
que o uso dos ACOs possui 
contraindicação relativa nesse caso. 
Alternativa D - Incorreta: Ainda assim 
se manteria o uso de um ACO, o que no 
caso, não é o mais adequado. 
 
45. Um paciente com 48 anos de idade 
busca atendimento em Unidade de 
Saúde da Família devido a quadro de 
tosse produtiva há cerca de 2 meses, 
associada a perda de peso e sudorese 
noturna. Paciente refere ter voltado a 
morar com os pais há 1 semana, depois 
de ter ficado em situação de rua nos 
http://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/42907/9241562668_por_B.pdf;jsessionid=584214289D6BA510797E1348EA9ACC5F?sequence=7
últimos 3 anos, devido a um episódio de 
conflito familiar. Refere ter procurado o 
pronto atendimento há 1 mês, quando 
foi prescrita amoxicilina 500 mg, de 8 
em 8 horas por 10 dias, porém sem 
melhora do quadro. O médico de 
família solicita, então, realização do 
teste rápido molecular para 
tuberculose, cujo resultado foi positivo, 
sendo negativa a resistência à 
rifampicina. 
Nesse caso, a conduta a ser adotada 
para o paciente é 
A) solicitar cultura de escarro e 
aguardar o resultado para iniciar o 
tratamento de acordo com o teste de 
sensibilidade. 
B) encaminhar para a referência 
terciária para iniciar o tratamento após 
o resultado da cultura de escarro e do 
teste de sensibilidade. 
C) iniciar esquema básico com 
rifampicina, isoniazida, pirazinamida e 
etambutol, não havendo necessidade 
de coleta de cultura de escarro. 
D) iniciar esquema básico com 
rifampicina, isoniazida, pirazinamida e 
etambutol, e reavaliar o caso após 
resultado da cultura de escarro e do 
teste de sensibilidade. 
CCQ: O tratamento da tuberculose 
pulmonar é feito com o Esquema 
Básico 2 RHZE/4 RH, e deve-se 
solicitar baciloscopias mensais para 
controle bacteriológico 
E aí aluno Aristo, pega seu cafezinho e 
vamos para mais uma questão! Essa, 
abordou o tratamento da Tuberculose. 
Temos um quadro clínico clássico de 
Tuberculose (TB), com tosse crônica, 
perda ponderal e sudorese noturna. 
Além disso, temos o diagnóstico já 
confirmado laboratorialmente, e 
sabemos que não há resistência à 
rifampicina. 
Sendo assim, devemos prosseguir para 
o tratamento, que pode ser conduzido 
na própria Unidade Básica de Saúde, 
sem necessidade de encaminhamentos. 
Será utilizado o Esquema Básico, que é 
recomendado para o tratamento de 
casos novos ou retratamento, em para 
todas as formas clínicas da tuberculose 
(exceto meningoencefálica e 
ostearticular). 
 
Deve ser realizado o controle 
bacteriológico com baciloscopias 
mensais, para o monitoramento da 
efetividade do tratamento. É esperado 
que ela se negative após 2 semanas de 
tratamento, podendo se manter 
positiva por mais tempo. Se a 
baciloscopia mantiver positiva no final 
da fase intensiva (2 meses de 
tratamento), deve-se estendê-la por 
mais 30 dias e solicitar a cultura do 
escarro com teste de sensibilidade. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Temos o 
diagnóstico confirmado laboratorial, e 
por isso, podemos já prosseguir para o 
tratamento. 
Alternativa B - Incorreta: Não há 
necessidade de encaminhamento, o 
tratamento pode ser realizado na 
Atenção Primária. 
Alternativa C - Incorreta: É necessário 
solicitar baciloscopias mensais para 
acompanhamento do tratamento. 
Alternativa D - Correta: É exatamente 
isso! Conforme já vimos na nossa 
discussão. 
 
 
 
46. Uma paciente com 30 anos de 
idade, sem comorbidades, compareceu 
à Unidade Básica de Saúde com queixas 
de disúria, tenesmo vesical, polaciúria e 
ardência miccional há 2 dias.Relatou 
vida sexual ativa, uso de método 
anticoncepcional e última menstruação 
na semana anterior ao surgimento dos 
sintomas. Negou quadro de infecção 
urinária no último ano ou história 
sugestiva de anormalidades do trato 
urinário. 
Diante desses dados, a principal 
hipótese diagnóstica é 
A) pielonefrite grave. 
B) sepse de foco urinário. 
C) bacteriúria assintomática. 
D) infecção de trato urinário não 
complicada. 
CCQ: A infecção do trato urinário não 
complicada ocorre quando há 
sintomas urinários baixos em 
paciente sem fatores de risco para 
complicação ou falha de tratamento 
E aí Aluno Aristo! Pega sua água, e 
vamos para mais uma! Essa questão 
abordou a clínica das Infecções do Trato 
Urinário (ITU), então vamos aproveitar 
para revisar alguns pontos: 
• Cistite (ITU baixa): tem uma 
clínica mais localizada, com 
sintomas do trato urinário baixo, 
como disúria (dor/desconforto 
ao urinar), polaciúria (ir ao 
banheiro muitas vezes com 
pouco volume urinário), 
urgência miccional e dor 
suprapúbica; 
• Pielonefrite (ITU alta): tem 
uma clínica mais sistêmica, com 
presença de febre, lombalgia, 
astenia, náuseas e vômitos. 
Pode ter punho-percussão 
lombar positiva (sinal de 
Giordano). 
O agente etiológico mais comum das 
ITU adquiridas na comunidade é a E. 
coli, seguida de outras enterobactérias. 
Laboratorialmente, o achado mais 
importante é a presença de piúria e 
pode haver leucocitose no hemograma, 
principalmente nos casos de 
pielonefrite. 
A ITU complicada ocorre quando há 
sinais sistêmicos ou fatores de risco 
para falha no tratamento, como: 
doença urológica prévia, gestação, 
doença sistêmica predisponente 
(diabetes), uso de sonda vesical, 
presença de abscessos, pielonefrite, 
etc. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Não temos 
nenhum sinal de comprometimento 
sistêmico, o que torna esse diagnóstico 
pouco provável. 
Alternativa B - Incorreta: Por 
definição, a sepse ocorre quando há 
uma resposta desregulada do 
organismo à uma infecção, levando à 
disfunção orgânica. O que não 
observamos no nosso caso! Mas vale 
lembrar, que o trato urinário é um 
importante foco de sepse. 
Alternativa C - Incorreta: A bacteriúria 
assintomática é definida como a 
ausência de sintomas em pacientes com 
presença de mais de 100.000 UFC/mL. 
Isso vale em duas uroculturas 
consecutivas em mulheres e apenas 
uma em homens, ou uma em pacientes 
com uso de cateter vesical. 
Normalmente, só é tratada em casos 
especiais, como em gestantes e 
pacientes submetidos a procedimentos 
urológicos invasivos ou transplante 
renal. 
Alternativa D - Correta: É isso mesmo! 
Nossa questão trouxe uma clínica 
clássica de cistite não complicada, além 
da epidemiologia: mulher jovem, com 
vida sexual ativa. Isso acontece porque 
a uretra feminina é mais curta, 
favorecendo a ascendência de 
patógenos do trato gastrointestinal. 
 
47. Um paciente com 25 anos de idade, 
soldador, procurou Unidade de Pronto 
Atendimento relatando que, durante 
seu ofício, retirou o protetor facial 
momentaneamente e foi atingido por 
"flash" ocasionado pelo equipamento 
de solda no olho direito. O médico 
clínico socorrista evidenciou apenas 
eritema conjuntival. O paciente refere, 
nesse momento, irritabilidade e 
"sensação de areia" nos olhos, sem 
perda da acuidade visual. 
Nesse caso, a melhor medida a ser 
adotada pelo médico socorrista antes 
de encaminhar o paciente para 
avaliação especializada é 
A) curativo oclusivo e compressivo. 
B) oftalmoscopia e retirada de corpo 
estranho com pinça. 
C) aplicação de colírio contendo 
antimicrobianos e corticoesteroides. 
D) irrigação ocular com soro fisiológico 
a 0,9% em temperatura ambiente. 
CCQ: Saber que na suspeita de corpo 
estranho ocular realizamos irrigação 
ocular com soro fisiológico a 0,9% e 
encaminhamos o pacientes para 
avaliação especializada 
Meu caro aluno Aristo, essa questão 
aborda um tema importante na prática 
médica e que pode te garantir um ponto 
extra na prova. Vamos revisar juntos? 
Temos o caso de um jovem que, 
durante seu trabalho de soldador, foi 
exposto aos resíduos de solda. Após 
isso, chega no pronto-socorro com 
eritema de conjuntiva e "sensação de 
areia" nos olhos. 
Nesse momento nossa primeira 
hipótese é a presença de corpo 
estranho ocular! A sensação de areia 
nos olhos é um sintoma muito visto 
nessa condição! 
Como conduzimos esses casos antes da 
avaliação especializada? 
• Aplicamos uma gota de colírio 
anestésico no globo ocular; 
• Realizamos irrigação do olho 
com jato fino de soro fisiológico 
0,9%; 
• Se o corpo estranho for 
visualizado é possível tentar a 
remoção utilizando um 
cotonete. 
• Após a lavagem realizar oclusão 
do olho com pomada 
oftalmológica antibiótica 
encaminhar ao serviço de 
oftalmologia para avaliação 
detalhada das estruturas 
oculares. 
Tranquilo, né? 
Um algo a mais: Na suspeita de 
queimadura química a conduta é similar, 
contudo indicamos a utilização de 
pomada oftálmica contendo antibiótico e 
corticoide. 
Alternativa A - Incorreta: Não 
indicamos curativo compressivo na 
suspeita de lesão de estruturas do globo 
ocular! 
Alternativa B - Incorreta: Caso 
optemos por tentar remover o corpo 
estranho o instrumento utilizado para 
isso é um cotonete e não uma pinça. 
Alternativa C - Incorreta: Evitamos o 
uso de colírio de corticosteroides na 
atenção primária, pois eles podem 
desencadear um quadro de glaucoma! 
Alternativa D - Correta: Isso mesmo. 
Essa alternativa traz um bom resumo de 
como manejamos esses pacientes! 
 
48. Um pré-escolar com 4 anos de 
idade, acompanhado dos pais, dá 
entrada na emergência com quadro de 
febre, cefaleia e irritabilidade que se 
iniciou há 2 dias. A mãe relata que, hoje 
pela manhã, a criança apresentou 
erupções vermelhas na pele e que não 
percebeu outros sintomas antes do 
início do aparecimento desse quadro, 
porém, conta que o pai da criança 
estava com sintomas de síndrome 
gripal 2 semanas antes do adoecimento 
do filho. Ao exame físico, a criança 
apresenta estado geral comprometido, 
mucosas hipocoradas +/4+ e 
escleróticas anictéricas. Apresenta, 
ainda, olhos com conjuntivas 
hiperemiadas; pescoço com 
linfoadenomegalia cervical; tórax com 
diminuição da expansibilidade e 
tiragem subcostal presente; abdome 
plano, sem visceromegalias; pele com 
presença de erupções exantematosas. 
Frequência cardíaca = 168 batimentos 
por minuto, frequência respiratória = 39 
incursões respiratórias por minuto e 
temperatura axilar = 39,1 ºC. 
Os resultados dos exames laboratoriais 
iniciais da criança são apresentados no 
quadro a seguir. 
Após análise do quadro clínico e dos 
resultados laboratoriais, a principal 
hipótese diagnóstica é 
A) dengue grave com choque. 
B) síndrome do choque tóxico 
estafilocócico. 
C) meningite meningocócica na forma 
séptica. 
D) síndrome inflamatória 
multissistêmica pediátrica. 
CCQ: Saber que crianças com quadro 
semelhante a Síndrome de Kawasaki 
com antecedente de contato ou 
infecção por COVID-19 
provavelmente apresenta síndrome 
inflamatória multissistêmica 
pediátrica 
Fala pessoal! Questão boa do revalida, 
então bora lá entender o que a banca 
queria de nós. 
Diante do COVID-19, causado pelo 
SARS-COV-2, descobrimos muitas 
manifestações da doença e dentro de 
pediatria temos uma muito comentada, 
a famosa SIM-P (síndrome inflamatória 
multissistêmica pediátrica). 
Esta, é uma doença rara, mas grave que 
ocorre dias a semanas após infecção 
aguda (aqui a banca considerou o 
contato, mas é mais comum após a 
infecção) pelo vírus SARS-COV-2. O 
interessante é que os sintomas são 
muito parecidos com a síndrome de 
Kawasaki com febre, alterações 
oculares, bucais, adenomegalia no 
pescoço, rash no corpo e alterações de 
extremidades. 
Os critérios para definirmoseste 
diagnóstico são: 
Casos que foram hospitalizados com 
presença de febre elevada (> 38°C) e 
persistente (≥ 3 dias) em crianças e 
adolescentes (até 19 anos de idade) e 
pelo menos dois dos seguintes sinais 
e/ou sintomas: 
• Conjuntivite não purulenta ou 
lesão cutânea bilateral ou sinais 
de inflamação muco-cutânea 
(oral, mãos ou pés), 
• Hipotensão arterial ou choque, 
• Manifestações de disfunção 
miocárdica, pericardite, 
valvulite ou anormalidades 
coronarianas [incluindo achados 
do ecocardiograma ou elevação 
de Troponina, ou N-terminal do 
peptídeo natriurético tipo B 
(NT-proBNP)], 
• Evidência de coagulopatia (por 
TP, TTPa ou D-dímero 
elevados). 
• Manifestações gastrointestinais 
agudas (diarreia, vômito ou dor 
abdominal). 
• Marcadores inflamatórios 
elevados (VHS, PCR) 
Bem interessante e atual este tema 
pessoal! Por isso, tenha muita atenção. 
Voltando a questão, temos um paciente 
com febre, cefaleia, irritabilidade que se 
iniciou há 2 dias, erupções vermelhas na 
pele, linfoadenomegalia cervical, 
conjuntivite e contato com paciente 
com suspeita de COVID-19 (pai com 
sintomas respiratórios). Apesar de não 
cumprir com os critérios diagnósticos, 
não tem como negar que a nossa 
principal hipótese no momento (que é o 
que a banca pergunta) é SIM-P. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta Não temos 
quadro compatível com dengue, onde 
teríamos um histórico mais florido com 
o pai apresentando febre alta + dores 
musculares também, além dos 
sintomas não serem compatíveis. 
Alternativa B - Incorreta Pessoal, não é 
um quadro compatível com choque 
estafilocócico, onde não 
encontraríamos as adenomegalias 
cervicais ou o histórico de contato com 
o pai com sintomas gripais. 
Alternativa C - Incorreta Não explicaria 
as linfoadenomegalias, conjuntivite ou 
o contato com o pai com sintomas 
gripais. 
Alternativa D - Correta Exato! É a nossa 
principal hipótese no momento. 
 
 
 
49. Uma paciente com 19 anos de 
idade, solteira, busca orientação 
médica em Unidade Básica de Saúde. 
Relata que teve duas gestações 
anteriores, sendo um parto a termo e 
um aborto, e que tem um filho vivo e 
saudável de 3 anos de idade. Informa 
que contraiu infecção pelo HIV há 2 
anos e utiliza terapia antirretroviral há 6 
meses. Está assintomática e sem sinais 
clínicos de patologias. Os exames de 
rotina mostram contagens de lT-CD4+ 
acima de 500 células/mm3 e carga viral 
indetectável. Ela refere início de um 
relacionamento com parceiro 
soropositivo de 35 anos de idade há 1 
mês. Refere, ainda, que o parceiro tem 
dois filhos vivos saudáveis e que o casal 
não deseja ter filhos. 
Nessa situação, está indicado 
A realização de laqueadura tubária 
associada ao uso de preservativo. 
B uso de anticoncepcional hormonal 
associado ao uso de preservativo. 
C uso do Dispositivo Intrauterino (DIU) 
de cobre. 
D realização de vasectomia. 
CCQ: Em mulheres portadoras de HIV, 
devemos sempre associar o uso 
concomitante de preservativo ao 
método anticoncepcional escolhido 
Fala, aluno Aristo, tudo em paz? 
Questão completinha e que nos dá a 
oportunidade de rever vários CCQs 
importantes! 
Ao analisar a indicação de um método 
contraceptivo, devemos levar em conta 
alguns fatores como a vontade da 
paciente, os benefícios além da 
contracepção, e as contraindicações 
existentes para aquele método. A 
questão cita 5 métodos e vamos ver 
alguns pontos de cada um deles, 
focando na nossa paciente com HIV: 
• Laqueadura tubária: o 
diagnóstico de HIV não interfere 
na legislação da esterilização 
definitiva, mas para que seja 
possível sua realização, a 
paciente precisa ter pelo menos 
25 anos de idade ou dois filhos 
vivos, o que não é o caso. 
• Anticoncepcional hormonal: o 
diagnóstico de HIV não é uma 
contraindicação ao uso de 
métodos hormonais; no 
entanto, devemos estar atentos 
a interações medicamentosas e 
outras doenças que possam 
surgir tanto em decorrência do 
próprio HIV, quanto pelo uso da 
TARV. 
• Preservativo: o uso consistente 
e adequado de preservativos é 
eficaz na prevenção da 
transmissão do HIV e de outras 
doenças sexualmente 
transmissíveis. O uso do 
preservativo em todas as 
relações é indicado mesmo em 
casais soroconcordantes, uma 
vez que os sorotipos de HIV 
podem ser diferentes! 
• DIU de cobre: o diagnóstico de 
HIV não é uma contraindicação 
ao uso de dispositivos 
intrauterinos! Muito pelo 
contrário, sabemos que o uso de 
DIU pode reduzir em até 30% os 
casos de câncer de colo de útero, 
uma neoplasia muito prevalente 
nessa população, tendo, 
portanto, outros benefícios 
além da contracepção. 
• Vasectomia: o parceiro poderia 
sim fazer vasectomia, não há 
contraindicações em relação ao 
HIV. 
Mas se temos muitas alternativas 
possíveis, como vamos escolher? A 
grande sacada aqui é a recomendação 
da Febrasgo acerca do tema, veja só: 
"Recomendação especial deve ser dada 
às mulheres infectadas pelo HIV: 
incentivar o uso concomitante dos 
preservativos de maneira consistente e 
correta, pois ajudam a prevenir a 
transmissão do HIV e outras DSTs. Os 
preservativos também proporcionam 
proteção contraceptiva adicional para 
mulheres em terapia ARV. 
Ou seja, precisamos escolher um 
método e sempre associar o uso de 
preservativos a ele. 
Vamos ver as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: A paciente 
não apresenta os critérios necessários 
para laqueadura tubária. Mas a 
alternativa ganha pontos conosco ao 
associar o preservativo, não é mesmo? 
Alternativa B - Correta: BINGO! 
Podemos usar anticoncepcionais orais e 
devemos associar ao uso concomitante 
de preservativo, pois, neste caso, não 
nos foi informada a carga viral do 
parceiro. 
Nos casos em que ambos os parceiros 
são soropositivos, estudos têm 
mostrado que se ambos apresentam 
carga viral persistentemente suprimida, 
não há capacidade de transmissão do 
vírus mesmo sem uso de preservativo. 
Alternativa C - Incorreta: Aqui, o erro 
está em não falar sobre a necessidade 
de associação com o uso de 
preservativo. 
Alternativa D - Incorreta: Aqui, o erro 
está em não falar sobre a necessidade 
de associação com o uso de 
preservativo. 
 
50. Um paciente com 55 anos de idade, 
branco, casado, autônomo, procura 
Unidade de Saúde da Família para 
realização de rastreamento de câncer 
de próstata por insistência de sua 
mulher. Paciente nega disúria, 
polaciúria, hesitação inicial, 
gotejamento posterior ou outras 
queixas de prostatismo. Nega uso 
regular de medicamentos, 
comorbidades, internações prévias e 
história de câncer na família. 
Nesse caso, a conduta correta para esse 
paciente é 
A solicitar PSA e, se alterado, realizar o 
toque retal. 
B solicitar PSA associado à realização 
do toque retal. 
C solicitar PSA e, se alterado, 
encaminhar ao urologista para a 
realização do toque retal. 
D individualizar e compartilhar a 
decisão frente aos riscos e benefícios 
associados ao rastreamento. 
CCQ: Rastreamento para câncer de 
próstata não é preconizado pelo 
Ministério da Saúde 
Salve salve família Aristo, tudo bem 
com vocês? Questãozinha do INEP-
REVALIDA-DF de 2022 trazendo um 
tema frequente nas provas, sendo 
abordado de forma inteligente e dentro 
dos conceitos éticos, correto? 
A respeito de paciente de 55 anos, 
casado e hígido, sem queixas no 
momento, dá entrada na USF por 
insistência de sua mulher para 
rastreamento de câncer de próstata. 
Nega sintomas e sinais de prostatismo. 
Qual a melhor conduta a ser tomada, 
neste caso? 
Como o rastreamento de câncer de 
próstata não é preconizado pelo 
Ministério da Saúde, a decisão quanto 
ao rastreamento deve ser 
individualizada para esse paciente, 
ponderando os possíveis riscos e 
benefícios do screening, como também 
de intervenções que podem advir desse. 
Neste momento, a práticada 
prevenção quaternária é fundamental. 
Bora avaliar as alternativas!!! 
Alternativas A, B e C - Incorretas: Por 
se tratar de atendimento em unidade de 
saúde, cabe ao profissional de saúde 
local discutir a real necessidade de se 
rastrear o paciente quanto ao 
adenocarcinoma de próstata. 
Preconizado pela USPSTF, deve ser 
feito com PSA e toque retal, 
concomitantemente, em pacientes 
assintomáticos e com idade entre 50-75 
anos; 
Alternativa D - Correta: Conforme 
explicação acima. 
 
 
51. Um paciente com 50 anos de idade 
encontra-se internado em um quarto de 
isolamento respiratório na enfermaria 
de pneumologia. Relatou, na sua 
admissão, apresentar tosse há 6 
semanas, febre, fadiga, sudorese 
noturna, perda ponderal, episódios de 
hemoptise e dor torácica do tipo 
pleurítica. À ausculta pulmonar, foram 
percebidos estertores finos, pós-
tussivos, nos ápices. Exames 
laboratoriais mostraram anemia 
normocítica normocrômica e 
hipoalbuminemia e, na radiografia de 
tórax, foram visualizados infiltrados e 
cavitações no segmento posterior do 
lobo superior direito. 
Diante do quadro clínico descrito, a 
hipótese diagnóstica mais provável é 
A) tuberculose extrapulmonar. 
B) tuberculose pulmonar latente. 
C) tuberculose pulmonar pós-primária. 
D) infecção primária por 
Mycobacterium tuberculosis. 
CCQ: A manifestação clínica clássica 
da tuberculose pulmonar pós-
primária (secundária) é tosse crônica, 
febre vespertina, perda ponderal, 
sudorese noturna e hemoptise 
E aí aluno Aristo, tudo bem? Questão 
abordou as manifestações clínicas da 
Tuberculose, tema que pode ser um 
pouco chato e confuso. Por isso, vamos 
revisar juntos! 
A Tuberculose (TB) é uma doença 
causada pelo Mycobacterium 
tuberculosis, que afeta principalmente 
os pulmões, mas pode acometer outros 
órgãos. Sua transmissão é por meio da 
inalação de partículas infectantes, e por 
isso, a forma pulmonar é a mais 
importante na manutenção da 
disseminação da doença. 
A manifestação clínica da TB é variável, 
a depender do sítio da doença. Dentro 
desse espectro, temos a TB pulmonar e 
a TB extrapulmonar (sendo a pleural e a 
ganglionar as mais frequentes). Aqui, 
vamos enfatizar as formas da TB 
pulmonar: 
• Tuberculose Primária: é a 
primoinfecção pelo bacilo, mais 
comum em crianças. 
Normalmente apresenta-se 
com uma clínica mais insidiosa, 
e muitas vezes é assintomática. 
Pode ser observada irritação, 
febre baixa, sudorese noturna e 
inapetência. A tosse pode ou 
não estar presente. Na 
histopatologia, há a formação 
de granuloma no pulmão; 
• Tuberculose pós-primária 
(secundária): mais comum em 
jovens adultos, e é caracterizada 
pela clínica clássica, com tosse 
crônica, anorexia, perda 
ponderal, febre vespertina e suor 
noturno. Radiologicamente, são 
encontradas principalmente 
cavernas nos ápices pulmonares 
(é a região mais aerada do 
pulmão, e o Mycobacterium é 
aeróbio obrigatório). 
Histopatologicamente, essa 
forma ocorre devido a “quebra” 
da integridade dos granulomas, 
permitindo a reativação da 
infecção; 
• Tuberculose miliar: é uma 
forma grave e disseminada da 
doença, mais comum em 
imunossuprimidos. Pode ocorrer 
tanto na forma primária quanto 
secundária, por disseminação 
hematogênica. Os sintomas são 
semelhantes aos clássicos da 
tuberculose, e ⅓ dos pacientes 
apresentam hepatomegalia 
e/ou alterações do sistema 
nervoso central. 
Radiologicamente, possui um 
padrão intersticial micronodular. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Estamos 
diante de um paciente com o quadro 
clínico clássico da tuberculose 
pulmonar. 
Alternativa B - Incorreta: A TB latente 
ocorre após a infecção primária, e é 
caracterizada pela presença do bacilo 
viável dentro dos granulomas com 
ausência de doença ativa. Não é o caso 
do nosso paciente. 
Alternativa C - Correta: É isso mesmo! 
Nosso paciente tem sinais e sintomas 
de Tuberculose secundária, além de 
uma radiografia de tórax altamente 
sugestiva. A anemia e a 
hipoalbuminemia nesse caso são sinais 
de inflamação crônica. 
Alternativa D - Incorreta: Apesar de ser 
possível na primoinfecção ter os 
sintomas clássicos, ela normalmente é 
assintomática/oligossintomática. Além 
disso, epidemiologicamente ela é 
menos provável, já que é mais comum 
em crianças. 
 
 
 
52. Durante um jogo de basquete 
feminino, a estrela da equipe, com 19 
anos de idade, após um salto para 
"enterrar" a bola, pisou de maneira 
inadequada no solo e caiu. Não tendo 
sido mais capaz de se levantar naquele 
momento, foi levada para o Pronto-
Socorro, onde chegou deambulando, 
embora mancasse. A jogadora 
apresentava dor aos movimentos, 
edema e equimose no tornozelo 
esquerdo. Ao palpar o tornozelo, o 
médico não evidenciou nenhum ponto 
ósseo específico de dor. 
Diante desse quadro, considerando o 
preconizado em casos de entorse de 
tornozelo, a conduta adequada é 
A pedir uma radiografia do tornozelo 
para avaliar a fratura. 
B aplicar calor local e encaminhar a 
paciente para avaliação do ortopedista. 
C iniciar fisioterapia motora precoce e 
solicitar o parecer de um ortopedista. 
D imobilizar o membro afetado e 
medicar a paciente com anti-
inflamatório. 
CCQ: Saber que pacientes sem dor em 
pontos ósseos específicos e 
apresentando capacidade de 
deambular não necessitam de RX de 
tornozelo nos casos de entorse da 
articulação 
Caro aluno Aristo, questões de 
ortopedia podem parecer difíceis, mas 
não serão um bicho de sete cabeças 
para você que vai aprender o método 
Aristo de responde-las considerando os 
pontos mais importantes. 
Temos o quadro de uma paciente jovem 
que sofreu uma entorse de tornozelo 
em uma partida de basquete. Como 
conduzir esses casos? 
• Repouso nos primeiros 3 dias; 
• Imobilização do membro; 
• Elevação do membro 
acometido; 
• Aplicação de gelo no local 
durante 20 minutos nas 
primeiras 24-72h; 
• Prescrição de analgésicos e anti-
inflamatórios. 
Agora você vai me perguntar: E a 
radiografia da articulação, quando 
indicamos? 
Visando uma utilização racional dos 
métodos de imagem, em pacientes com 
entorse de tornozelo utilizamos os 
critérios de Ottawa para decidir se 
vamos ou não pedir uma radiografia. 
Esse exame deve ser solicitado caso o 
paciente tenha 1 dos 2 condicionantes: 
• Presença de dor em pontos 
ósseos específicos; 
• Incapacidade de apoio de 
marcha (pelo menos quatro 
passos). 
Agora que já revisamos os princípios do 
tratamento vamos procurar a 
alternativa correta? 
Um algo a mais: Recomendamos 
fisioterapia para os pacientes que 
apresentam instabilidade funcional, 
falha na propriocepção ou frouxidão 
ligamentar. 
Alternativa A - Incorreta: De acordo 
com os critérios de Ottawa a paciente 
não necessita de radiografia da 
articulação. Repare que ela não tem dor 
em nenhum ponto ósseo específico e 
chegou deambulando ao PS! 
Alternativa B - Incorreta: Nessas 
lesões utilizamos gelo local. Além disso, 
a paciente não precisa de 
encaminhamento para a ortopedia 
nesse momento! 
Alternativa C - Incorreta: Vamos 
indicar fisioterapia nos pacientes com 
instabilidade funcional, falha na 
propriocepção ou frouxidão ligamentar. 
Além disso, a paciente não precisa de 
encaminhamento para a ortopedia 
nesse momento! 
Alternativa D - Correta: Isso mesmo. 
Essa alternativa faz um bom resumo de 
como vamos tratar esses pacientes! 
 
53. Uma médica é chamada para dar 
assistência ao recém-nascido de uma 
gestante com 35 anos e idade 
gestacional de 33 semanas, com rotura 
de membrana, superior há 18 horas. 
No que se refere a essa situação, 
assinale a opção correta. 
A) Caso o recém-nascido apresente boa 
vitalidade, o clampeamento imediato 
do cordão evita a hemorragia 
intracraniana e a enterocolite 
necrosante. 
B) Caso o recém-nascido comece a 
respirar ou chorar eesteja ativo, deve-
se secá-lo rapidamente e envolver a 
região das fontanelas e do corpo em 
campo estéril aquecido para evitar a 
hipotermia; o neonato deve ser 
posicionado no abdome ou tórax 
materno. 
C) Caso o recém-nascido não apresente 
boa vitalidade, realizam-se o 
clampeamento imediato de cordão, a 
colocação de touca dupla e saco 
plástico, visando-se manter a 
temperatura axilar > 37,5 ºC para 
proteção de lesão cerebral em paciente 
asfixiado. 
D) Caso o recém-nascido apresente boa 
vitalidade, após posicionar o pescoço, 
deve-se aspirar delicadamente a boca e 
depois as narinas com sonda traqueal 
número 6-8 conectada ao aspirador a 
vácuo, sob pressão máxima de 100 
mmHg. 
CCQ: O recém nascido com boa 
vitalidade deve ter o cordão 
clampeado tardiamente 
Olá, caro aluno Aristo! A questão 
aborda a avaliação da vitalidade do 
recém-nascido e a correlação com o 
clampeamento do cordão umbilical (se 
imediato ou tardio). 
Atualmente, as diretrizes apontam para 
a utilização de três critérios para definir 
se o RN tem vitalidade ou não: se é a 
termo; se respira e/ou chora e se tem 
tônus muscular. Se a resposta para as 
três perguntas for positiva, o 
clampeamento tardio pode ser 
adotado, já que, segundo evidências, 
traz benefícios de ordem hematológica. 
No entanto, se qualquer uma das 
perguntas for respondida 
negativamente, deve-se adotar o 
clampeamento imediato, já que o 
atraso nesse procedimento pode 
retardar o uso da ventilação com 
pressão positiva, se for necessária. 
Antes de passarmos às alternativas, 
vamos lembrar de uma informação 
importante: se realmente necessária a 
estabilização/reanimação do paciente, 
o primeiro passo consiste em manter a 
temperatura corporal entre 36,5ºC e 
37,5ºC. 
Agora vamos lá: 
Alternativa A - Incorreta: Com o RN 
com boa vitalidade, respiração 
adequada e ativo, o clampeamento 
TARDIO está indicado. 
Alternativa B - Correta: Estando a 
criança chorando/respirando e com boa 
vitalidade, é possível realizar o 
clampeamento tardio, mantendo nesse 
período a criança sobre a mãe e a 
secando e cobrindo fontanelas, a fim de 
evitar a perda de calor. 
Alternativa C - Incorreta: Como dito, 
deve-se manter a temperatura corporal 
entre 36,5ºC e 37,5ºC. 
Alternativa D - Incorreta: A aspiração 
está reservada para as crianças que 
apresentem obstrução por excesso de 
secreção. 
Vale lembrar que, no caso de RN abaixo 
de 34 semanas, após os passos iniciais e 
clampeamento do cordão, é obrigatório 
levar a criança para a mesa de 
reanimação a fim de cumprir as demais 
etapas, a saber: posicionar, fornecer 
calor sob fonte radiante, utilização de 
touca dupla e realização de manobras 
necessárias, caso se aplique, 
 
 
 
54. Na Unidade Básica de Saúde, uma 
paciente com 28 anos de idade relata 
novo relacionamento e desejo de uma 
nova gravidez. Nega intercorrências nas 
três gestações passadas, informando 
ter realizado laqueadura tubária no 
último parto, há 3 anos. Relata também 
que seus ciclos são regulares e que o 
exame ginecológico não apresentou 
alterações significativas. Acrescenta 
que o atual companheiro também tem 
um filho de união anterior, o qual tem 8 
anos de idade. 
No projeto terapêutico direcionado ao 
casal, qual deverá ser a indicação 
inicial? 
A) Encaminhar o casal para programa 
de adoção. 
B) Prescrever indução de ovulação para 
reprodução assistida. 
C) Encaminhar a paciente para cirurgia 
de recanalização tubária. 
D) Solicitar exames para excluir outros 
fatores de infertilidade. 
 
CCQ: A infertilidade é definida como 
uma afecção do casal 
Olá, aluno Aristo. Tudo bem? A banca 
cita uma paciente de 28 anos, com 
desejo reprodutivo. Ela tem três filhos, 
sendo submetida à laqueadura 
tubária há 3 anos. Seu companheiro 
também possui um filho. 
Lembrando que infertilidade é sempre 
do casal. Dessa forma, no No projeto 
terapêutico, os dois devem ser 
investigados, mesmo com a presença 
de filhos. 
A infertilidade é definida como uma 
afecção do casal, em que não há 
gestação após 1 ano de coito 
desprotegido. Os casais hoje optam por 
terem filhos um pouco mais tarde e, por 
isso, é um problema crescente. 
Você lembra quais são os quatro 
exames básicos para investigar 
infertilidade? 
• Dosagens hormonais (TSH, 
prolactina, progesterona, FSH, 
estradiol, T4 livre). Os dois 
últimos podem não ser 
solicitados; 
• Ultrassonografia transvaginal 
seriada; 
• Histerossalpingografia. 
• Espermograma. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Devemos 
investigar primeiramente se esse casal 
pode ter ainda filhos biológicos. 
Alternativa B - Incorreta: A paciente 
apresenta ciclos menstruais regulares; 
se infertilidade, a causa ovulatória não 
seria a nossa principal hipótese. 
Alternativa C - Incorreta: Antes da 
reversão da laqueadura tubária, 
devemos solicitar exames para excluir 
outros fatores de infertilidade (para 
evitar realizar uma recanalização 
tubária sem necessidade). 
Alternativa D - Correta: Perfeito, aluno 
Aristo! Como explicado previamente, 
devemos solicitar exames para excluir 
outros fatores de infertilidade. 
 
55. Um homem com 24 anos de idade 
realiza acompanhamento médico 
regular na Unidade de Saúde da Família 
(USF) de referência. Possui diagnóstico 
de HIV há 1 ano, sendo acompanhado 
em Centro de Saúde de Referência 
municipal para HIV/AIDS. Hoje, busca 
atendimento na USF com queixa de 
perda de peso nos últimos 3 meses, 
nota que as bermudas estão folgadas. 
Durante a anamnese, informou que há 3 
semanas está com tosse, 
ocasionalmente apresentando 
sudorese noturna. Traz consigo exames 
laboratoriais e de imagem realizados há 
cerca de 7 dias. Radiografia de tórax 
com presença de infiltrados e cavidades 
em lobo superior direito. Prova 
tuberculínica positiva. Baciloscopia de 
escarro com presença de raros bacilos 
álcool-ácido resistente (BAAR). A 
região onde se encontra a USF 
apresenta índices elevados de 
Tuberculose, Paracoccidioidomicose, 
Criptococose e Toxoplasmose. 
Diante do quadro apresentado, o novo 
diagnóstico e os exames 
complementares adequados para 
comprová-lo são, respectivamente, 
A) criptococose; sorologia. 
B) paracocciodioidomicose; exame a 
fresco de escarro. 
C) toxoplasmose; tomografia, 
imununofluorescência indireta e teste 
imunoenzimático (ElISA). 
D) tuberculose pulmonar; teste rápido 
molecular para tuberculose (TRM-TB), 
cultura de escarro e teste de 
sensibilidade. 
CCQ: A coinfecção Tuberculose-HIV é 
muito comum no nosso meio, e deve-
se sempre pensar em Tuberculose nas 
PVHIV com sintomas respiratórios 
Ei aluno Aristo! Vamos resolver mais 
uma? Questão interessante, que 
abordou a coinfecção HIV/Tuberculose. 
A Tuberculose (TB) é uma infecção 
prevalente em pessoas vivendo com o 
HIV (PVHIV). Por isso, deve ser 
realizada a prova tuberculínica (PPD) 
em todas as PVHIV, para investigação 
de TB latente. Devido ao risco de 
imunossupressão, pode haver 
reativação da TB, causando doença 
ativa. 
E isso é provavelmente o que aconteceu 
no nosso caso clínico! Estamos diante 
de um paciente portador do HIV, com 
história e radiografia altamente 
sugestivas de tuberculose (tosse, perda 
ponderal, sudorese noturna, e presença 
de cavidade em lobo pulmonar 
superior). Além disso, apresenta PPD 
positivo, demonstrando que houve 
contato prévio com o bacilo. 
O método diagnóstico mais utilizado é 
a baciloscopia no escarro pulmonar, 
por ser mais disponível. São 
pesquisados de bacilos álcool-ácido 
resistente (BAAR), em pelo menos duas 
amostras. Outro método é o Teste 
Rápido Molecular (TRM-TB), que além 
de identificar a presença do material 
genético do bacilo, também pesquisa 
por resistência a rifampicina. 
Segundo o Ministério da Saúde, em 
todas as PVHIV com suspeita de TB, é 
recomendado realizar a culturanos 
materiais biológicos para 
Mycobacterium tuberculosis com teste 
de sensibilidade. 
Algo a mais: Portadores do HIV tem 
uma chance até 12 vezes maior que 
adoecer por Tuberculose. Por isso, deve 
ser realizado o tratamento da TB 
latente (PPD positivo, sem sinais e 
sintomas da doença) nesses pacientes, 
com Isoniazida (H) em 270 doses, entre 
9 a 12 meses. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Apesar da 
criptococose pulmonar cursar com 
sintomas semelhantes a tuberculose, 
epidemiologicamente a TB é mais 
prevalente, além de termos um PPD 
positivo no nosso paciente. 
Alternativa B - Incorreta: Não há uma 
epidemiologia forte para essa doença, 
como ser trabalhador rural ou contato 
prolongado com solo. 
Alternativa C - Incorreta: As principais 
manifestações da toxoplasmose em 
PVHIV são neurológicas, e não 
pulmonares. 
Alternativa D - Correta: Conforme 
vimos na discussão, TB é a hipótese 
mais provável, e está indicada a 
realização de cultura e teste de 
sensibilidade. 
 
56. Uma mulher com 44 anos de idade, 
atendida em hospital, refere aumento 
de volume cervical há 5 meses. Nega 
dispneia ou disfagia, alterações do sono 
ou no hábito intestinal. Relata história 
de hipotireoidismo materno e de câncer 
de tireoide em sua irmã mais velha. Ao 
exame físico, notam-se tireoide 
aumentada 1x, móvel, consistência 
fibroelástica, nódulo palpável em torno 
de 3 cm em lobo direito, móvel e 
elástico, não havendo 
linfadenomegalias cervicais. 
Na investigação do caso dessa paciente, 
qual é a conduta adequada? 
A) Solicitar cintilografia de tireoide. 
B) Solicitar ultrassonografia de tireoide. 
C) Encaminhar a paciente para cirurgia. 
D) Solicitar punção aspirativa por 
agulha fina. 
CCQ: A ultrassonografia de tireóide é 
o exame de escolha para a 
investigação de nódulos tireoidianos, 
quando não há hipertireoidismo 
E aí aluno Aristo, pega sua água, e 
vamos para mais uma! Questão 
interessante, que abordou o tema dos 
nódulos tireoidianos. 
Primeiro, precisamos nos lembrar que 
há várias etiologias possíveis para os 
nódulos tireoidianos, e que a maioria 
delas é benigna. Os fatores de risco 
para malignidade são: 
• Idade <30 e >60 anos; exposição 
à radiação; sexo masculino; 
nódulo solitário/sólido; história 
familiar; crescimento rápido; 
associação com dispneia, 
disfagia e disfonia.* 
Ao depararmos com um nódulo 
tireoidiano, é necessário definir a 
funcionalidade da tireoide e descartar 
malignidade. Segue abaixo um 
esquema, para ajudar a organizar o 
raciocínio clínico: 
 
Fonte: Autor 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Não temos 
nenhum sintoma ou sinal clínico que 
nos leve a pensar em hipertireoidismo. 
Sendo assim, a cintilografia não seria o 
exame mais indicado. 
Alternativa B - Correta: É isso! A 
ultrassonografia de tireoide é o exame 
mais indicado para início da 
investigação. 
Alternativa C - Incorreta: Não há 
nenhum aspecto do exame físico que 
nos leve a pensar em malignidade. 
Além disso, é necessário a investigação 
da etiologia do nódulo, antes de definir 
uma conduta cirúrgica. 
Alternativa D - Incorreta: Apesar de a 
nossa paciente ter um fator de risco 
para malignidade (história familiar), 
não há sintomas ou sinais de 
malignidade. A PAAF não seria a 
conduta mais adequada nesse 
momento. 
 
57. Uma paciente com 35 anos de idade 
vem apresentando dor em região 
lombar direita, associada a náuseas e 
vômitos de início súbito há 4 horas. 
Nesse período, nega febre e refere 
vários episódios semelhantes 
anteriores. Ao exame físico, apresenta 
apenas sinal de Giordano positivo à 
direita. Realizou tomografia de abdome 
e pelve que mostrou cálculo de 1,2 cm, 
localizado em junção ureteropiélica 
direita e de densidade de 1.500 UH. 
Resultado do exame de Elementos 
Anormais e Sedimentos (EAS) na urina 
mostrou apenas hematúria 
microscópica discreta. 
Em relação ao cálculo, entre as 
condutas a seguir, a mais indicada é 
A) ureterorrenoscopia. 
B) pielolitotomia cirúrgica. 
C) litotripsia extracorpórea. 
D) terapia expulsora do cálculo com 
hidratação e alfa- bloqueadores. 
QUESTÃO ANULADA 
Fala, galera. Questão um pouco mais 
complexa sobre litíase renal, vamos 
respira fundo que nós vamos revisar 
juntos! 
A litíase urinária é uma condição 
comum no dia a dia e atinge grande 
parte da população. A prevalência dessa 
condição pode ser afetada por várias 
outras condições, como a genética 
familiar, rotina dietética, fatores 
ambientais. 
Os cálculos podem provocar a famosa 
"cólica renal", caracterizada por dor 
lombar, que ocorre de início abrupto, 
podendo irradiar para região genital. 
Além disso, outras complicações 
podem surgir, como a infecção renal ou 
pielonefrite. 
A grande maioria dos cálculos são 
pequenos, menores que 0,5 cm, e serão 
eliminados naturalmente. Porém em 
alguns casos, o tratamento 
intervencionista será indicados. Nesse 
caso, existem diversas técnicas que 
podem ser empregadas. 
Vamos analisar as alternativas e discutir 
cada uma delas. 
Alternativa A - Incorreta: A 
ureterorrenoscopia é uma cirurgia 
endoscópica para retiradas de cálculos 
no sistema urinário. Nessa técnica, o 
aparelho é introduzido pela uretra, 
utilizando um laser para fragmentar e 
retirar as "pedras". É uma ótima opção 
por ser minimamente invasiva, porém 
cálculos com densidade superiores a 
1.000 UH são mais difíceis de serem 
fragmentados. 
Alternativa B - Incorreta: A 
pielolitotomia cirúrgica é uma técnica 
cirúrgica aberta para remoção de 
cálculos. Ela está indicada 
principalmente em paciente com 
cálculos maiores que 2 cm ou que 
apresentam patologias renais prévias 
que dificultem o acesso laparoscópico, 
como os rins em ferradura. 
Alternativa C - Incorreta: A litotripsia 
extracorpórea consiste na 
fragmentação dos cálculos através a 
energia que é gerada pelo aparelho. 
Está indicada para cálculos grande, de 
até 2 cm de dimensão. Porém, existe 
uma limitação no caso de cálculos de 
grande densidade, que são 
considerados mais "duros", pois são 
mais resistentes a fragmentação. 
Alternativa D - Incorreta: A terapia 
medicamentosa possui efeito positivo 
na eliminação da cálculos distais, 
principalmente nos de tamanho menor, 
que medem entre 0,5 e 1 cm. 
 
58. Uma criança com 4 anos de idade, 
do sexo masculino, é atendida no 
serviço de emergência pública de sua 
cidade em decorrência de quadro de 
náuseas, vômitos e dor abdominal há 
cerca de 2 horas. A mãe refere que a 
criança vem perdendo peso há 
aproximadamente 2 meses e 
apresentando aumento de apetite e 
diurese nesse período. O 
desenvolvimento da criança é 
adequado para a idade. Ao exame 
físico, o paciente mostra-se acordado e 
colaborativo, apresentando hálito 
cetônico, hipocorado 1+/4+, 
desidratado 3+/4+ e taquipneico, 
abdome difusamente doloroso, mas 
sem sinais de irritação peritoneal. A 
ausculta respiratória e a cardiovascular 
apresentam-se sem anormalidades. 
Exames laboratoriais evidenciam 
glicemia = 350 mg/dl, gasometria com 
pH = 7,20; pCO2 = 25 mmHg; pO2 = 80 
mmHg ; Bicarbonato = 10 mEq/l. O 
resultado do exame de urina revela 
cetonúria. Cerca de 4 horas após início 
de tratamento com reposição hídrica e 
insulina 0,1 UI/kg/h, o paciente passa a 
apresentar redução do nível de 
consciência associada a bradicardia. 
Considerando o caso clínico descrito, o 
tratamento mais adequado para a 
complicação apresentada por esse 
paciente deve ser feito com 
A) bicarbonato, 1 mEq/kg, intravenoso. 
B) flush de 200 mg/kg de glicose, 
intravenoso. 
C) manitol, na dose de 0,5 a 1,0 g/kg, 
intravenoso. 
D) 40 mEq de potássio por litro de 
solução, intravenoso. 
CCQ: O edema cerebral é uma 
importante complicação do 
tratamento da cetoacidose diabética 
Questão trazendo um quadro clássico! 
Temos perda de peso, poliúriae 
polidipsia… Logo, temos um paciente 
diabético! Porém, no contexto da 
questão, essa criança vem para 
atendimento já apresentando uma 
complicação de sua doença de base 
que, na pediatria, muitas vezes é a 
forma como a família descobre o 
diagnóstico: a cetoacidose diabética. 
Não bastando isso, nosso enunciado vai 
mais além, pois ele quer saber sobre 
uma complicação do tratamento da 
cetoacidose, então vamos relembrar? 
Na cetoacidose, é indispensável 3 
pontos: reposição hídrica, correção de 
insulina e reposição de potássio, 
quando indicado. As grandes 
preocupações ao tratar o paciente são: 
hipoglicemia, edema cerebral e 
hipocalemia. Desses, o edema é o mais 
letal. Sabendo disso, vamos avaliar as 
alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O uso de 
bicarbonato é controverso e as 
literaturas que o embasam indicam em 
graus mais elevados de acidose 
metabólica, não se aplicando ao caso 
em questão. 
Alternativa B - Incorreta: A glicose 
seria uma opção se pensando na 
hipoglicemia como complicação do 
paciente, porém apenas os dados 
fornecidos não nos permitem 
responder que a complicação trata-se 
de hipoglicemia. 
Alternativa C - Correta: O manitol está 
indicado para o edema cerebral, 
hipótese mais adequada uma vez que 
temos redução de nível de consciência 
associada a 1 dos 3 componentes da 
tríade de Cushing. 
Alternativa D - Incorreta: Não foram 
fornecidos dados que nos fizessem 
pensar em distúrbios do potássio. 
Importante salientar que a expansão 
hídrica ANTES de iniciar a reposição de 
insulina é essencial para reduzir os risco 
de edema cerebral, cuja fisiopatologia 
ainda não é totalmente esclarecida. 
Ainda assim, sabe-se que alterações 
bruscas de osmolaridade, rápida 
correção da glicemia, administração 
inadequada de bicarbonato são fatores 
que podem gerar o quadro. 
 
59. Uma adolescente com 12 anos de 
idade, acompanhada de sua mãe, chega 
ao plantão hospitalar com sangramento 
abundante. A mãe afirma que a 
menarca de sua filha ocorreu há 6 
meses. A adolescente relata ser a 
terceira menstruação nesse intervalo e 
nega contato sexual prévio. Ao exame 
ginecológico, não se observam 
anormalidades e o hímen está íntegro. 
Considerando esse quadro clínico, a 
causa mais provável de sangramento 
uterino anormal da paciente é 
A) anovulação. 
B) doença von Willebrand. 
C) hipogonadismo hipogonadotrófico. 
D) púrpura trombocitopênica 
idiopática. 
CCQ: Saber que a imaturidade do eixo 
hipotálamo-hipófise-ovário é um 
processo fisiológico de anovulação 
que ocorre nos dois primeiros anos da 
menacne 
Fala Aristo!! Questão trazendo um tema 
comum do dia a dia. Uma adolescente 
de 12 anos, teve sua primeira 
menstruação há 6 meses e vem 
apresentando ciclos irregulares, chega 
ao plantão hospitalar com queixas de 
sangramento abundante, em que 
devemos pensar? 
Sangramento uterino anormal é todo 
tipo de sangramento vaginal que foge 
do padrão fisiológico, podendo ter 
diversas etiologias dependendo da faixa 
etária da paciente, a questão nos trás 
uma paciente no seu período da 
adolescência, onde as principais causas 
nessa idade são imaturidade do eixo 
hipotálamo-hipófise-ovário, 
coagulopatias ou infeções. 
Sabendo disso, vamos analisar as 
alternativas: 
Alternativa A - Correta: A imaturidade 
do eixo hipotálamo-hipófise-ovário é 
uma das principais causas de 
sangramento uterino anormal na 
adolescência, pois a anovulação é um 
processo fisiológico comum de ocorrer 
nos primeiros dois anos de menacne. 
Alternativa B - Incorreta: A doença de 
Von Willebrand é uma coagulopatia 
hereditária, uma deficiência ou 
anomalia da proteína sanguínea fator 
von Willebrand, representada por um 
aumento do fluxo menstrual, excesso 
de sangramentos após um corte, 
sangue em fezes ou urina, hematomas 
frequentes no corpo; A paciente em 
questão não apresenta outras queixas 
além do sangramento vaginal 
abundante, nem citou algum 
antecedente familiar, portanto essa 
alternativa está incorreta. 
Alternativa C - Incorreta: O 
hipogonadismo hipogonadotrófico é 
caracterizado pela falência ovariana 
decorrente da deficiência na secreção 
de gonadotrofinas, podendo ser de 
causa congênita ou adquirida, tendo 
como apresentação clínica ausência ou 
atraso do desenvolvimento de 
caracteres sexuais secundários, 
amenorreia primária ou infertilidade. 
Alternativa D - Incorreta: A púrpura 
trombocitopênica idiopática é uma 
doença caracterizada pela destruição 
das plaquetas, se apresentando 
clinicamente com sangramentos na 
gengiva, nariz, podendo aparecer 
sangue na urina ou fezes, apresenta 
equimose, petéquias, não tendo relação 
com o quadro clínico apresentado pela 
paciente. 
 
60. Um paciente com 25 anos de idade 
procura a Unidade de Saúde da Família 
devido a unha encravada no hálux 
esquerdo. Refere que, desde que 
começou a trabalhar em um frigorífico e 
passou a usar botas, tem apresentado 
quadro recorrente de unha encravada. 
Ao examinar a região, o médico 
identifica que a margem ungueal 
medial do hálux esquerdo penetra a 
margem córnea vizinha, com a 
presença de tecido de granulação no 
local, sem sinais flogísticos ou saída de 
secreção. 
Considerando o caso apresentado e as 
orientações do Caderno de Atenção 
Básica n. 30, sobre o procedimento de 
cantoplastia, publicado pelo Ministério 
da Saúde, é correto afirmar que 
A) a ressecção da margem lateral da 
unha deve ser realizada com tesoura 
reta, preservando-se a matriz ungueal. 
B) o bloqueio digital deve ser realizado 
com lidocaína com vasoconstritor, por 
ser um procedimento muito doloroso. 
C) a introdução da tentacânula deve ser 
realizada a cerca de 3 mm da margem 
lateral, longitudinalmente até a matriz. 
D) o tecido de granulação pode ser 
preservado, não havendo necessidade 
de ressecá-lo, pois não há sinais de 
infecção. 
CCQ: Saber que na técnica da 
cantoplastia a introdução da 
tentacânula deve ser realizada a cerca 
de 3 mm da margem lateral, 
longitudinalmente até a matriz 
Fala, pessoal! Estamos diante de uma 
questão que aborda o tratamento de 
unha encravada, conforme descrito no 
Caderno de Atenção Básica n. 30. 
Vamos lá! 
Unha encravada é definida pela a 
situação em que a margem ungueal 
penetra a camada córnea vizinha com 
lesões das bordas laterais, podendo 
haver tecido de granulação ou infecção 
associado. Clinicamente, o quadro 
normalmente é acompanhado de dor 
intensa, inflamação e, às vezes, 
infecção com secreção purulenta. O 
hálux é o dedo mais comumente 
acometido. 
Para os casos agudos ou decorrentes de 
trauma, o tratamento de primeira 
escolha é a simples remoção de um 
segmento de unha, que, certamente, 
aliviará a inflamação, mas o paciente 
deve estar ciente de que o processo 
pode retornar e deve aprender a mantê-
la limpa, adequadamente aparada 
(corte reto) e hidratada, além do uso de 
sapatos confortáveis. 
No quadro abaixo, retirado do Caderno 
de Atenção Básica n. 30 você pode 
conferir a técnica da cantoplastia: 
 
Agora podemos ir às alternativas. 
Alternativa A – Incorreta: A matriz 
ungueal deve ser retirada para que a 
cantoplastia seja efetiva. 
Alternativa B – Incorreta: O bloqueio 
digital deve ser realizado com lidocaína 
sem vasoconstritor, já que trata-se de 
uma vascularização terminal, a fim de 
evitar a necrose da ponta do dedo. 
Alternativa C – Correta: Exato! A 
tentacânula, que é um instrumento 
semelhante a uma espátula, deve ser 
introduzida aproximadamente 3 mm da 
margem lateral, de maneira 
longitudinal até a matriz. 
Alternativa D – Incorreta: Se não 
houver sinais de infecção, o tecido de 
granulação deve ser retirado. 
 
 
 
 
61. Uma mulher com 54 anos de idade, 
tabagista, cujo consumo é de 30 maços 
de cigarro por ano, comparece à 
consulta por dispneia e tosse que, 
segundo relata, se iniciaram háaproximadamente 1 ano. A paciente 
traz uma espirometria com uma razão 
entre o volume expiratório forçado no 
primeiro segundo e a capacidade vital 
forçada de 0.7 e um volume expiratório 
forçado no primeiro segundo de 80% do 
predito, sem resposta ao 
broncodilatador. O exame foi realizado 
com técnica correta. 
Considerando os dados apresentados, é 
correto afirmar que 
A) a falta de resposta ao 
broncodilatador sugere o diagnóstico 
de asma nessa paciente. 
B) os resultados da espirometria 
estabelecem o diagnóstico de doença 
pulmonar obstrutiva crônica nessa 
paciente. 
C) a espirometria precisa ser repetida 
para se confirmar o diagnóstico de 
doença pulmonar obstrutiva crônica 
nessa paciente. 
D) os valores do volume expiratório 
forçado no primeiro segundo afastam o 
diagnóstico de doença pulmonar 
obstrutiva crônica nessa paciente. 
QUESTÃO ANULADA 
Que tal revisar com a gente um 
pouquinho de espirometria? Então, 
vamos já contextualizando com o caso 
apresentado, para ficar mais fácil o 
entendimento. O caso trata de uma 
mulher dispneica e com histórico de ser 
tabagista, com alta carga tabágica, o 
que já levanta nossa suspeita de uma 
possível DPOC. Ademais, temos o 
resultado da espirometria dela que 
mostra uma relação VEF1/CVF=70% e 
um VEF1 de 80%. Com esses resultados 
não conseguimos fechar um 
diagnóstico, visto que para se pensar 
em uma doença obstrutiva, como o 
DPOC, a relação VEF1/CVF precisaria 
ser inferior a 70%. Além disso, sempre 
que diagnosticarmos um distúrbio 
ventilatório no paciente devemos 
classificar a gravidade dele através do 
valor de VEF1, no caso da nossa 
paciente poderíamos classificar o 
distúrbio como leve, segundo os 
critérios publicado pelo GOLD 2021, 
pois ela apresenta um VEF1≥80%. Por 
não termos como classificar o distúrbio 
ventilatório da paciente devido ao valor 
limite da relação VEF1/CVF a questão 
foi anulada. 
Vamos às alternativas 
Alternativa A - Incorreta: Muito pelo 
contrário, pacientes asmáticos 
possuem boa resposta após o uso de 
broncodilatadores. 
Alternativa B - Incorreta: O 
diagnóstico de doença obstrutiva daria-
se caso a relação VEF1/CVF fosse <70%. 
Alternativa C - Incorreta: Outra 
espirometria poderia sim ser solicitada 
para essa paciente, porém os resultados 
da espirometria até então devem ser 
considerados normais. 
Alternativa D - Incorreta: O valor de 
VEF1 não dá diagnóstico de doença 
obstrutiva, seu valor está mais 
condicionado à gravidade da doença 
obstrutiva. 
 
62. Uma paciente com 68 anos de 
idade, tabagista de longa data, foi 
encaminhada pelo médico da Unidade 
Básica de Saúde (UBS) para 
atendimento em ambulatório de 
cirurgia. O médico da UBS forneceu 
relatório afirmando que a paciente 
apresenta dor em região superior do 
abdome, que irradia para dorso, de 
forte intensidade, há cerca de 2 meses, 
associada a perda ponderal de quatro 
quilos, queda do estado geral e início de 
diabetes nesse mesmo período. A 
paciente relata prurido no corpo e, ao 
exame, apresenta icterícia moderada 
(2+/4+). Paciente sem comorbidades 
prévias. 
Considerando o caso apresentado, qual 
a principal hipótese diagnóstica e o 
exame de imagem inicial a ser 
solicitado? 
A) Câncer de pâncreas; ultrassom de 
abdome. 
B) Câncer de vias biliares; ressonância 
nuclear magnética de abdome. 
C) Câncer de fígado; tomografia 
computadorizada de abdome com 
contraste venoso. 
D) Coledocolitíase; 
colangiopancreatografia retrógrada 
endoscópica com papilotomia. 
CCQ: Saber que paciente com dor 
abdominal + perda de peso + icterícia 
associada a prurido + diabetes recente 
= câncer de pâncreas 
Olá aluno(a) Aristo, tudo bem? Questão 
do INEP - REVALIDA de 2022 
abordando o câncer de pâncreas, 
vamos revisar? 
O termo comumente usado "câncer de 
pâncreas" geralmente se refere a um 
adenocarcinoma ductal do pâncreas 
(incluindo seus subtipos), que 
representa aproximadamente 85% de 
todas as neoplasias pancreáticas. 
Os sintomas de apresentação mais 
comuns em pacientes com câncer de 
pâncreas exócrino são dor, icterícia e 
perda de peso. Mas, outros sintomas 
podem estar associados, como: astenia, 
urina escura, náusea, diarreia, vômitos. 
A icterícia, que geralmente é 
progressiva, ocorre na maioria das 
vezes devido à obstrução do ducto biliar 
comum por uma massa na cabeça do 
pâncreas, causando 
hiperbilirrubinemia. A icterícia pode ser 
acompanhada de prurido, 
escurecimento da urina e fezes claras. 
Um início recente de diabetes mellitus 
também pode ser observado. O 
diabetes é comum na faixa etária em 
que o câncer de pâncreas ocorre, mas 
em até 25%, a doença pode ser 
anunciada por diabetes de início 
recente (dois anos ou menos). 
Visto isso, vamos analisar as 
alternativas. 
Alternativa A - Correta: O paciente 
apresenta toda a clínica clássica do 
câncer de pâncreas, dor, icterícia 
associada a prurido e a perda de peso. 
Além disso, desenvolveu diabetes 
recentemente, tudo nos leva a pensar 
em câncer de pâncreas. 
Alternativa B, C e D - Incorreta: Apesar 
dessas patologias poderem cursar com 
icterícia, nenhuma delas cursa com o 
surgimento de diabetes. E o exame 
inicial a ser feito é a ultrassom, se 
houver alterações ou ser inconclusivo, 
podemos solicitar uma TC. 
 
63. Em um recém-nascido de parto 
normal, com idade gestacional de 36 
semanas, apgar 9 no primeiro minuto e 
10 no quinto minuto, peso e 
comprimento adequados, foi realizado, 
com 26 horas de vida, o teste da 
oximetria de pulso, que apresentou 
diferença de saturação superior a 3% 
entre as medidas pré e pós-ductal. 
Nesse caso, o resultado obtido no 
referido teste é considerado 
A) alterado, uma vez que foi realizado 
de acordo com a técnica preconizada. 
B) normal, visto que a saturação pós-
ductal é superior à pré-ductal. 
C) inválido, já que foi feito antes da 
idade gestacional indicada. 
D) inválido, pois foi realizado antes do 
período preconizado. 
CCQ: O teste do coraçãozinho deve 
ser feito em todo bebe acima de 34 
semanas, entre 24h e 48h de vida. 
Lembra dos testes de triagem, caro 
aluno? Para essa questão, precisamos 
conhecer bem o teste do coraçãozinho: 
O exame é indicado para ser realizado 
em todos os recém-nascidos com mais 
de 34 semanas de idade gestacional. 
Além disso, é importante que seja feito 
entre 24 e 48 horas após o nascimento. 
Ele é realizado com oxímetro, que é 
colocado no membro superior direito 
(pré ductal) e em um dos membros 
inferiores (pós ductal). Caso haja 
saturação inferior a 95% ou diferença 
entre os dois valores em 3% ou mais, o 
teste é considerado alterado e deve ser 
repetido. Caso a alteração se 
mantenha, é necessário exame 
complementar, a saber, 
ecocardiograma. 
Alternativa A - Correta: As indicações 
foram acertadas e, portanto, o exame 
está alterado e deve ser repetido. 
Alternativa B - Incorreta: A diferença 
de acima de 3% ou saturação inferior a 
95% são critérios para repetir o exame. 
Alternativa C - Incorreta: É indicado 
para todos acima de 34 semanas. 
Alternativa D - Incorreta: O período 
preconizado é entre 24h e 48h de vida. 
 
64. Uma gestante com 35 anos de 
idade, gesta: 4, para: 3, aborto: 0 (três 
partos vaginais anteriores), iniciou pré-
natal com 11 semanas, ocasião em que 
realizou todos os exames 
recomendados e nenhuma 
anormalidade foi detectada. Com 35 
semanas, realizou novos exames, sendo 
diagnosticado HIV, com carga viral de 
2.000 cópias/ml. Nessa mesma idade 
gestacional, iniciou terapia 
antirretroviral. 
Nesse caso, a conduta a ser adotada 
para essa gestante é 
A) induzir o parto com misoprostol e/ou 
ocitocina na 38ª semana e realizar 
zidovudina endovenosa durante todo o 
procedimento. 
B) programar parto cesariana para a 38ª 
semana de gestação e iniciar 
zidovudina endovenosa pelo menos 3 
horas antes do procedimento.C) realizar parto cesariana na 40ª 
semana e prescrever zidovudina 
injetável para ser administrada 1 hora 
antes do procedimento. 
D) aguardar início espontâneo do parto 
vaginal até 40 semanas e usar 
zidovudina endovenosa durante todo o 
período do trabalho de parto. 
CCQ: Carga viral do HIV acima de 1000 
cópias/ mL após 34 semanas indica 
cesariana na 38ª semana e AZT pelo 
menos 3 horas antes da cesárea 
Ei, pessoal, tudo joia? Questão sobre 
HIV na gestação, tema importantíssimo 
para as provas e para a vida. Vamos 
rever!! 
Quando uma gestante testa positivo 
para HIV, as nossas principais 
preocupações giram em torno da 
possibilidade de transmissão vertical. E 
nesse sentido, precisamos nos 
preocupar com a via de parto! 
A decisão de qual será a via de parto é 
definida pela carga viral com 34 
semanas! Veja só o quadro abaixo no 
jeitinho Aristo, resumindo para você o 
que precisa saber: 
 
No nosso caso, temos uma paciente 
com CV detectável após 34 semanas e, 
ainda, maior que 1000 cópias e, 
portanto, existe indicação de cesárea na 
38ª semana e AZT (Zidovudina) 
intraparto. O AZT deve ser feito ao 
menos por 3 horas antes da cesárea 
eletiva e até o clampeamento do cordão 
umbilical. 
Já que citamos a zidovudina, vamos 
lembrar dos seus principais efeitos 
colaterais: anemia e mielotoxicidade. 
Vamos ver as alternativas de manejo do 
caso: 
Alternativa A - Incorreta: A via vaginal 
é contraindicada em pacientes com CV 
> 1000 cópias/mL. 
Alternativa B - Correta: Sim, como 
vimos, essa é nossa conduta. E nunca se 
esqueça que a zidovudina é o AZT. 
Alternativa C - Incorreta: O parto 
cesárea é indicada com 38 semanas de 
idade gestacional para evitar que a 
paciente entre em trabalho de parto 
espontâneo, uma vez que a presença de 
contrações e a ruptura das membranas 
ovulares aumenta o risco de 
transmissão vertical. 
Alternativa D - Incorreta: Não, pois 
como vimos na alternativa A, o parto 
não pode ocorrer por via vaginal. 
 
65. Uma mulher com 63 anos de idade, 
professora da educação infantil, 
procura atendimento para realização de 
um check-up. Ela não tem nenhuma 
queixa e diz estar se sentindo bem. 
Apresenta hipertensão arterial 
sistêmica e dislipidemia controladas. É 
tabagista, com consumo de 20 cigarros 
por dia há 30 anos, e é sedentária. Seu 
peso é 80 Kg e tem 1,60 metros de 
altura. Ao ser questionada sobre sua 
percepção em relação aos fatores de 
risco cardiovasculares e propensão à 
mudança comportamental, a paciente 
diz que, eventualmente, considera 
alterar seu estilo de vida, apesar de 
sentir dificuldades. 
Nesse caso, a melhor abordagem 
utilizando entrevista motivacional é 
com foco 
A) nos benefícios de uma mudança, 
buscando pressionar a paciente a iniciar 
um novo estilo de vida. 
B) na resistência à mudança, 
confrontando e debatendo com a 
paciente sobre a importância de novos 
hábitos. 
C) nas consequências dos fatores de 
risco atuais, explicando com detalhes os 
malefícios da não mudança de hábitos. 
D) na ambivalência de emoções, 
abordando discrepâncias entre o 
comportamento atual e objetivos mais 
amplos da paciente. 
CCQ: Saber que a ambivalência de 
emoções ocorre quando o indivíduo se 
posiciona de maneiras opostas 
mediante um problema, sendo um 
conceito central da Entrevista 
Motivacional 
Aluno Aristo, tudo bem com você? 
Questão que nos exige interpretação do 
caso para saber como aplicar a 
entrevista motivacional na abordagem 
de um paciente. Dessa forma, também 
era importante saber o que seria essa 
entrevista motivacional, tema que tem 
aparecido com frequência no revalida. 
A entrevista motivacional é uma 
abordagem capaz de auxiliar o 
indivíduo a reconhecer suas condições 
de saúde atuais e motivá-lo a adotar 
uma postura de mudança de 
comportamento em prol de resolver 
algum problema. Ela é muito útil para 
atendermos pacientes com algum tipo 
de vício, como etilismo e tabagismo, 
hábitos que exigem intervenções 
devido a seus malefícios à saúde. Uma 
das das características desse método é 
explorar a ambivalência que é um 
estado em que a pessoa se posiciona de 
duas maneiras opostas mediante uma 
situação. Por exemplo “doutor, eu 
quero melhorar minha saúde, mas sou 
tabagista pesado, etilista, acima do 
peso e não pratico atividade física”. 
Perceberam? Nesse exemplo, o 
indivíduo reconhece a necessidade de 
hábitos saudáveis de vida mas não tem 
hábitos condizentes com seu 
pensamento, de forma que temos uma 
oposição de ideias. Saiba que essa 
ambivalência é uma condição muito 
comum e intrínseca ao ser humano, de 
forma que explorá-la na entrevista 
motivacional pode ser uma chave para a 
mudança de hábitos, visto que pode 
mudar a perspectiva da pessoa sem que 
ela seja forçada ou “obrigada” a tomar 
determinado caminho. 
No caso do enunciado temos uma 
mulher de 69 anos, que procura 
atendimento querendo fazer um “chek-
up”, não apresentando nenhuma queixa 
clínica. Essa característica mostra uma 
preocupação da paciente com sua 
saúde, porém no seu atendimento, o 
médico percebe que ela é tabagista, 
sedentária, e está acima do peso. 
Claramente temos uma situação de 
ambivalência, que fica ainda mais 
evidente no fato da paciente considerar 
alterar seu estilo de vida, apesar de 
sentir dificuldades. Dessa forma, fica 
bem claro que devemos explorar essa 
situação para auxiliá-la na mudança. 
Agora vamos analisar as alternativas. 
Alternativa A – Incorreta: Não pessoal! 
Não cabe aos médicos pressionarem 
ninguém a mudar o estilo de vida de 
niguém. Diante dessas situações o 
importante é orientar e elucidar os 
malefícios de determinada prática para 
que o próprio paciente reconheça a 
necessidade da mudança. 
Alternativa B – Incorreta: Também 
não! Se não devemos pressionar os 
pacientes também não devemos 
confrontá-los! Lembrem-se que 
mudanças são difíceis, sobretudo 
envolvendo vícios e estilos de vida de 
anos e anos. Devemos agir com 
empatia com o paciente propondo 
reflexões e terapias individualizadas 
conforme a realidade de cada um. 
Alternativa C – Incorreta: Não! Essa 
alternativa até pode ter causado 
confusão, visto que é importante 
explicar e orientar os malefícios de 
hábitos de vida não saudáveis às 
pessoas. No entanto, a paciente do caso 
reconhece o problema e diz considerar 
mudar seu estilo de vida, ou seja, ela 
apresenta noção desses riscos, estando 
em um estágio mais a frente do que 
essa alternativa propõe. 
Alternativa D – Correta: Exato! Temos 
uma paciente que apresenta hábitos de 
vida ruins para a saúde e que considera 
mudar seu estilo de vida. Isso 
caracteriza a ambivalência, de forma 
que nossa intervenção tem que focar 
nessa dimensão, abordando 
discrepâncias entre o comportamento 
atual e objetivos mais amplos da 
paciente, como uma estratégia de 
forma a fazer a própria paciente se 
motivar para a mudança. 
 
66. Um homem com 26 anos de idade 
comparece à consulta na atenção 
básica por "impinge". Ele refere que seu 
cachorro também está com lesões 
descamativas de pele, apresentando 
inclusive áreas de alopecia. Ao exame 
físico, verificam-se manchas 
eritematosas descamativas em forma 
de anel, que poupam a região central, 
localizadas em tronco, face e braços. O 
paciente relata ter usado clotrimazol, 
sem ter obtido melhora. 
Para esse paciente, a conduta imediata 
deve ser 
A) investigar possível infecção fúngica 
por meio da avaliação de KOH a 10% ou 
cultura fúngica por raspagem da pele; 
se o teste for positivo, tratar com 
terbinafina oral por 14 dias. 
B) investigar possível infecção fúngica 
por meio da avaliação de KOH a 10% ou 
cultura fúngica por raspagem da pele; 
se o teste for positivo, tratar com 
fluconazol 200 mg, dose única. 
C) tratar com clotrimazol tópico por 3 
semanas, visto que, pelas 
características das lesões depele, muito 
sugestivas de lesão fúngica, não há 
necessidade de investigação adicional. 
D) investigar possível infecção fúngica 
por meio da avaliação de KOH a 10% ou 
cultura fúngica por raspagem da pele; 
se o teste for positivo, tratar com 
betametazona e cetoconazol tópicos 
por 14 dias. 
CCQ: Saber que na Tinea corporis 
disseminada o tratamento sistêmico 
com terbinafina é o preferencial 
Pessoal, tudo bem com vocês? Questão 
bem direta do revalida sobre 
dermatologia. 
Você sabe o que é “impinge?”? Impinge 
é um sinônimo para Tinea corporis, que 
é uma dermatofitose causada pelos 
fungos Trichophyton ou Microsporum. 
A característica clínica marcante é a 
formação de manchas anelares, de base 
eritematosa rósea ou avermelhada, 
com bordas avermelhadas e por vezes 
descamativa. Um termo que costuma 
aparecer para descrever a lesão é: 
eritema circinado e descamativo. Essa 
doença tende a acometer 
principalmente face, tronco e 
extremidades. Para diagnosticar 
utilizamos a clínica e o exame 
micológico com hidróxido de potássio 
(KOH). Já o tratamento pode ser tanto 
tópico quanto sistêmico, que deverá ser 
feito em casos disseminados. No caso 
da terapia local temos os imidazólicos e 
a terbinafina como opções, e na terapia 
oral podemos utilizar cetoconazol, 
itraconazol e terbinafina, 
principalmente. 
Se repararmos bem a descrição do 
paciente do caso bate com um aspecto 
mais disseminado da lesão, afetando 
tronco, face e braços. Nesse caso, o 
tratamento sistêmico é mais 
interessante. 
Agora podemos ir às alternativas. 
Alternativa A – Correta: Sim! Primeiro 
podemos confirmar a etiologia por 
meio do exame micológico com KOH ou 
raspagem. Além disso, como se trata de 
Tinea corporis disseminada 
utilizaremos tratamento sistêmico, 
sendo a terbinafina por 14 dias uma 
ótima opção. 
Alternativa B – Incorreta: Não. A 
primeira parte da investigação está sim 
correta, no entanto a preferência da 
terapia é com terbinafina. Além disso, 
caso optemos pelo fluconazol é feita 
uma dose de 150mg semanal por 2 a 4 
semanas, e não em dose única 
conforme propõe a alternativa. 
Alternativa C – Incorreta: Também 
não. Como vimos, nesse caso lançamos 
mão do tratamento sistêmico, e não 
tópico. 
Alternativa D – Incorreta: Não, não! 
Vimos que o tratamento tópico não é o 
mais indicado para esse caso. Além 
disso, não se usa corticoide no 
tratamento da tinea corporis. 
 
67. Uma paciente com 19 anos de idade 
apresenta-se no ambulatório com 
queixa de "caroço no pescoço". Nega 
comorbidades ou uso de medicações. 
Ao exame, há nódulo palpável em lobo 
esquerdo da tireoide, medindo 
aproximadamente 2,5 x 2 cm, 
endurecido, não pulsátil, sem frêmito, 
indolor, aderido à musculatura infra-
hioidea. Há, ainda, alguns linfonodos 
cervicais palpáveis à esquerda. Sem 
outras queixas. 
Diante desse quadro clínico, qual é o 
diagnóstico mais provável e o exame 
inicial a ser solicitado? 
A) Bócio; tomografia computadorizada 
de pescoço, com contraste. 
B) Tireoidite de Hashimoto; ressonância 
nuclear magnética de pescoço. 
C) Cisto de conduto tireoglosso; 
cintilografia da tireoide com iodo 
radioativo. 
D) Câncer de tiréoide; ultrassonografia 
de pescoço com Doppler da tireoide e 
punção aspirativa por agulha fina. 
 
CCQ: Pensar em câncer de tireóide 
quando houver fatores de risco para 
malignidade, como extremos de 
idade, nódulo único e endurecido, 
sexo masculino e linfadenopatia 
associada 
Fala aluno Aristo, tudo bem? Pega seu 
cafezinho, e vamos para mais uma! 
Questão interessante, que abordou o 
tema dos nódulos tireoidianos. 
Primeiro, precisamos nos lembrar que 
há várias etiologias possíveis para os 
nódulos tireoidianos, e que a maioria 
delas é benigna. Dentre os fatores de 
risco para malignidade, estão: 
• Idade <30 e >60 anos; 
exposição à radiação; sexo 
masculino; nódulo 
solitário/sólido; história 
familiar; crescimento rápido; 
associação com dispneia, 
disfagia e disfonia; 
linfadenopatia. 
Sobre a etiologia, as principais causas 
são: tireoidites (com destaque para a de 
Hashimoto), cistos, nódulo 
colóide/bócio multinodular e 
neoplasias. 
Ao depararmos com um nódulo 
tireoidiano, é necessário definir a 
funcionalidade da tireoide e descartar 
malignidade. Segue abaixo um 
esquema, para ajudar a organizar o 
raciocínio clínico: 
 
Fonte: Autor 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Bócio é o 
aumento da glândula tireóide, e pode 
ter várias etiologias. A investigação 
inicial adequada seria com 
ultrassonografia ou cintilografia (se 
hipertireoidismo). 
Alternativa B - Incorreta: A Tireoidite 
de Hashimoto é uma a principal 
etiologia de hipotireoidismo em locais 
onde não há deficiência de iodo. A 
investigação também seria feita com 
ultrassonografia de tireoide. 
Alternativa C - Incorreta: O cisto 
tireoglosso é um anomalia congênita, 
devido ao fechamento incorreto do 
ducto tireoglosso. Normalmente, 
apresenta-se como um cisto cervical 
medial, abaixo do osso hióide. O exame 
de escolha é a ultrassonografia cervical. 
Alternativa D - Correta: É exatamente 
isso! Note que a nossa paciente tem 
vários fatores de risco para malignidade 
(19 anos; nódulo > 1cm, endurecido e 
aderido; presença de linfonodos). Com 
essa suspeita, deve-se fazer 
investigação com ultrassonografia e 
PAAF. 
Portanto, o gabarito é a letra D! CCQ: 
Pensar em câncer de tireóide quando 
houver fatores de risco para 
malignidade, como extremos de 
idade, nódulo único e endurecido, 
sexo masculino e linfadenopatia 
associada 
Fala aluno Aristo, tudo bem? Pega seu 
cafezinho, e vamos para mais uma! 
Questão interessante, que abordou o 
tema dos nódulos tireoidianos. 
Primeiro, precisamos nos lembrar que 
há várias etiologias possíveis para os 
nódulos tireoidianos, e que a maioria 
delas é benigna. Dentre os fatores de 
risco para malignidade, estão: 
• Idade <30 e >60 anos; 
exposição à radiação; sexo 
masculino; nódulo 
solitário/sólido; história 
familiar; crescimento rápido; 
associação com dispneia, 
disfagia e disfonia; 
linfadenopatia. 
Sobre a etiologia, as principais causas 
são: tireoidites (com destaque para a de 
Hashimoto), cistos, nódulo 
colóide/bócio multinodular e 
neoplasias. 
Ao depararmos com um nódulo 
tireoidiano, é necessário definir a 
funcionalidade da tireoide e descartar 
malignidade. Segue abaixo um 
esquema, para ajudar a organizar o 
raciocínio clínico: 
 
Fonte: Autor 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Bócio é o 
aumento da glândula tireóide, e pode 
ter várias etiologias. A investigação 
inicial adequada seria com 
ultrassonografia ou cintilografia (se 
hipertireoidismo). 
Alternativa B - Incorreta: A Tireoidite 
de Hashimoto é uma a principal 
etiologia de hipotireoidismo em locais 
onde não há deficiência de iodo. A 
investigação também seria feita com 
ultrassonografia de tireoide. 
Alternativa C - Incorreta: O cisto 
tireoglosso é um anomalia congênita, 
devido ao fechamento incorreto do 
ducto tireoglosso. Normalmente, 
apresenta-se como um cisto cervical 
medial, abaixo do osso hióide. O exame 
de escolha é a ultrassonografia cervical. 
Alternativa D - Correta: É exatamente 
isso! Note que a nossa paciente tem 
vários fatores de risco para malignidade 
(19 anos; nódulo > 1cm, endurecido e 
aderido; presença de linfonodos). Com 
essa suspeita, deve-se fazer 
investigação com ultrassonografia e 
PAAF. 
 
 
68. Uma escolar com 8 anos de idade, 
acompanhada da mãe, chega à 
emergência com dor abdominal 
intensa, iniciada há 2 dias, com piora 
progressiva. A paciente apresenta 
vômitos biliosos, que não melhoram 
com a medicação, e distensão 
abdominal. A mãe relata que, há 1 
semana, a filha eliminou verme e está 
em tratamento de anemia. O exame 
físico mostrou massa cilíndrica na 
região periumbilicale ausculta débil da 
peristalse. O resultado da radiografia do 
abdome apresentou níveis hidroaéreos 
no intestino delgado e sombra 
radiolúcida com forma e aparência de 
"feixe de charuto". 
Diante desses dados, considerando a 
principal hipótese diagnóstica para o 
caso, a conduta imediata, além da 
hidratação da criança, é 
A) realizar descompressão gástrica com 
sonda nasogástrica e administrar óleo 
mineral. 
B) realizar enema com solução salina 
hipertônica e administrar ivermectina. 
C) instalar sonda nasogástrica aberta, 
para drenagem, e administrar 
piperazina. 
D) suspender a ingestão oral e indicar o 
tratamento cirúrgico. 
 
CCQ: Obstrução intestinal por 
ascaridíase pode ocorrer em situações 
de alta carga parasitária. 
Pense comigo, aluno Aristo: temos um 
quadro típico de obstrução intestinal, 
com dor, vômitos, distensão e 
diminuição dos ruídos hidroaereos. 
Para ajudar na hipótese etiológica, há a 
descrição de que a criança está anemica 
e possui uma parasitose intestinal, 
chegando a eliminar vermes! Esse 
quadro, apesar de cada vez mais 
incomum, é bem conhecido por nós. 
Trata-se do “bolo de ascaris” gerando 
obstrução intestinal. Ocorre em 
situações de alta carga parasitária e a 
descrição da imagem na radiografia 
descrita como “feixe de charuto” 
corrobora com a hipótese. Sabendo 
disso, observe as questões para 
discutirmos o tratamento: 
Alternativa A - Correta: O objetivo não 
é gerar a morte em massa dessa carga 
de parasitas, pois pode haver 
repercussões ao paciente. O objetivo é 
facilitar a eliminação dos mesmos. Por 
isso, o óleo mineral é indicado. 
Alternativa B - Incorreta: A morte 
maciça de tantos vermes libera toxinas 
que lesam a parede intestinal, podendo 
agravar a situação. 
Alternativa C - Incorreta: A piperazilina 
foi retirada do mercado por sua 
toxicidade, portanto, não é mais usada. 
Alternativa D - Incorreta: A causa base 
é uma parasitose, não havendo 
indicação cirúrgica. 
 
69. Uma paciente secundigesta, com 25 
anos de idade, 28 semanas de 
amenorreia, vem à Unidade Básica de 
Saúde para receber as vacinas que viu 
em uma campanha na televisão. Em seu 
cartão de vacinas consta vacinação 
contra influenza e administração da 
dTpa há 2 anos, durante sua primeira 
gestação. 
Com relação à vacinação dessa paciente 
contra influenza e coqueluche, deve-se 
A) realizar a vacinação contra influenza 
em dose única imediata e administrar 
nova dose de dTpa. 
B) administrar nova dose de dTpa, não 
havendo necessidade de nova 
vacinação contra influenza. 
C) realizar vacinação contra influenza 
em 2 doses (imediata e após 30 dias) e 
administrar nova dose de dTpa. 
D) realizar vacinação contra influenza 
em dose única imediata, não havendo 
indicação de nova dose da dTpa. 
 
 
CCQ: dTpa é aplicada a partir da 20ª 
semana de idade gestacional em 
todas as gestações 
Olá, aluno Aristo! Vacinação em 
gestante é um tema cobrado com certa 
frequência nas provas de residência e 
revalidação. Vamos revisar quais 
vacinas são recomendadas na 
gestação? 
 
Lembrando que as vacinas contendo 
microrganismos vivos são 
contraindicadas durante a gestação 
(febre amarela é contraindicação 
relativa). 
Alternativa A - Correta: Nosso 
gabarito, aluno Aristo! Devemos 
realizar a vacinação contra influenza em 
dose única imediata e administrar nova 
dose de dTpa (A tríplice bacteriana 
acelular do tipo adulto deve ser aplicada 
a partir da 20ª semana de idade 
gestacional em todas as gestações; 
assim, mesmo que a paciente tenha 
feito dTpa na gestação prévia, ela deve 
ser realizada novamente). 
Alternativa B - Incorreta: A vacina 
contra influenza é feita durante 
campanhas sazonais; logo, ela deve ser 
tomada anualmente, sempre que uma 
nova campanha surgir. 
Alternativa C - Incorreta: A vacina de 
influenza é dose única em gestantes. 
Devemos realmente administrar uma 
nova dose de dTpa. 
Alternativa D - Incorreta: Há indicação 
de realizar uma nova dose de dTpa 
 
70. Uma criança de 18 meses de idade 
vem à consulta médica em uma unidade 
de saúde para puericultura. O médico 
observa que as vacinas que a criança 
deveria ter recebido aos 15 meses estão 
em atraso, mas recebeu todas as 
vacinas anteriores recomendadas pelo 
calendário de imunização atual do 
Ministério da Saúde. A mãe justifica o 
atraso vacinal porque ficou com medo 
de sair de casa devido à pandemia da 
COVID-19. 
Entre as vacinas a serem recomendadas 
a essa criança, está(ão) 
A) a tríplice viral juntamente com a 
tetraviral. 
B) o reforço da pneumocócica 
conjugada. 
C) o reforço da meningocócica C 
conjugada. 
D) a segunda dose da tríplice viral + 
varicela. 
 
CCQ: Saber que aos 15 meses a criança 
deve receber a segunda dose da 
tríplice viral + varicela 
Fala aluno Aristo, como vai? Questões 
sobre imunizações são sempre comuns 
nas provas, principalmente aquelas que 
dizem respeito ao calendário vacinal, 
contraindicações e complicações. Dito 
isto, vamos analisar essa questão em 
específico. 
Temos uma criança com 18 meses que 
está com as vacinas de 15 meses em 
atraso. Todas anteriores estão em dia, 
então é necessário saber apenas quais 
as vacinas deveriam ter sido aplicadas 
aos 15 meses. 
Além da vacina de Influenza que deve 
ser aplicada anualmente, aos 15 meses 
a criança deve receber: Reforço da 
tríplice bacteriana (DTp) e da 
poliomielite; 2º da Tríplice Viral e da 
Varicela. 
Dito isto, vamos as alternativas: 
Alternativa A- Incorreta: Na verdade, o 
Programa Nacional de Imunizações 
(PNI) adotou a vacina SCR-V (tetraviral) 
aos 15 meses, como segunda dose da 
SCR (tríplice) e primeira da varicela. 
Alternativa B- Incorreta: O reforço da 
pneumocócica é dado aos 12 meses. 
Alternativa C- Incorreta: O reforço da 
meningococica é aos 12 meses. 
Alternativa D- Correta: Exatamente, 
aos 15 meses vamos aplicar a segunda 
dose da SCR (tríplice) e a primeira da 
varicela. O que acontece é que, para 
esse esquema, basta ser feita a 
tetraviral. 
 
71. Uma mulher com 33 anos de idade 
procura o ambulatório de clínica médica 
devido a dores articulares há 3 meses. 
Refere o acometimento de mãos 
(interfalangeanas proximais e 
metacarpofalangeanas), punhos e 
joelhos. Ao exame físico, apresenta 
sinais de artrite nessas articulações. 
Foram solicitados exames laboratoriais 
para a investigação diagnóstica e os 
resultados são apresentados a seguir. 
Diante desses achados clínicos e 
laboratoriais, quais são, 
respectivamente, o autoanticorpo 
relacionado ao FAN apresentado e o 
diagnóstico pertinente ao caso? 
A) AntiDNA nativo; lúpus eritematoso 
sistêmico. 
B) AntiCCP; artrite reumatoide. 
C) AntiScl-70; esclerose sistêmica. 
D) AntiRo; síndrome de Sjõgren. 
 
QUESTÃO PASSÍVEL DE RECURSO 
Olá, aluno Aristo! Temos aqui uma 
questão sobre a artrites e seu 
diagnóstico diferencial. Vamos utilizar a 
análise das alternativas para rever um 
pouco sobre o assunto? 
Alternativa A – Incorreta: O AntiDNA 
nativo é o 2 º anticorpo mais específico 
para o diagnóstico de lúpus, o que 
corrobora com a hipótese diagnóstica 
de lúpus eritematoso sistêmico. Outra 
característica que apoia a suspeita 
diagnóstica de lúpus é a epidemiologia 
da doença: mulheres em idade fértil. 
Entretanto, caracteristicamente a 
artrite lúpica costuma acometer 
pequenas articulações (mãos, punhos e 
joelhos) com padrão poliarticular, 
assimétrico, migratório e sem caráter 
aditivo, ou seja, a inflamação costuma 
durar poucos dias em cada articulação, 
o que não é o caso da nossa paciente 
que apresenta artrite somatória e de 
duração aproximada de 03 meses. 
Alternativa B – Correta: A artrite 
reumatóide é uma doença inflamatória 
crônica caracterizada por erosões 
articulares autoimunes e, por isso, 
deformidades fixas. Esta patologia 
possui preferência por mulheres entre 
35 a55 anos, idade próxima à da 
paciente da questão. A doença mais 
comumente acomete articulações 
distais (mão, pé e punho) de forma fixa. 
Nas mãos as articulações 
caracteristicamente afetadas são as 
metacarpofalangianas (deformidade 
em “pescoço de cisne”) e as 
interfalangianas proximais 
(deformidade em “abotadura”). Um 
grande marco sorológico da doença é o 
anticorpo anti CCP, que possui 95% de 
especificidade. Lembra bastante o caso 
da nossa paciente, não é mesmo? 
Alternativa C – Incorreta: A esclerose 
sistêmica é a forma disseminada da 
esclerodermia, doença que se 
caracteriza por fibrose da pele e demais 
órgãos devido à uma superprodução de 
colágeno. Os anticorpos AntiScl-70 
fazem parte de seu diagnóstico estando 
presente em 31% dos pacientes com sua 
forma cutânea. Em sua manifestação 
clínica a poliartralgia é incomum. 
Alternativa D – Incorreta: O antiRo é 
um anticorpo presente no LES e na Sd. 
De Sjögren. Geralmente associado ao 
rash malar por fotossensibilidade , 
bloqueio cardíaco congênito e lúpus 
neonatal. A questão abre possibilidade 
para selecionarmos esta alternativa 
devido ao anticorpo especificado, 
entretanto peca ao colocar a Sd. De 
Sjögren como hipótese diagnóstica. 
Não há dados suficientes para 
levantarmos esta suspeita. 
 
72. Cabe ao médico assistente, quando 
indicar um procedimento cirúrgico a um 
paciente, comunicar-se de forma clara 
com ele, explicando detalhadamente os 
procedimentos a serem realizados, seus 
riscos e benefícios, resultados e 
possíveis complicações. Todas essas 
informações devem ficar armazenadas 
no prontuário médico, nos diversos 
formulários que o compõem. 
Considerando as informações 
apresentadas, é correto afirmar que o 
prontuário médico deve conter todos os 
A) documentos referentes aos 
procedimentos administrativos, que 
são de guarda, responsabilidade e 
propriedade do hospital. 
B) documentos técnicos e 
administrativos referentes à 
internação, que são de 
responsabilidade, guarda e propriedade 
do hospital. 
C) documentos técnicos e 
administrativos referentes à internação 
hospitalar, que são de guarda e 
responsabilidade do hospital, mas de 
propriedade do paciente. 
D) documentos técnicos referentes 
somente aos atos médicos executados, 
que são de guarda e responsabilidade 
do hospital, mas de propriedade do 
paciente. 
 
 
CCQ: Saber que o prontuário médico 
contém documentos técnicos e 
administrativos, que são de guarda e 
responsabilidade do serviço de saúde, 
mas de propriedade do paciente 
Fala, pessoal! Estamos diante de uma 
questão sobre prontuário médico. 
Vamos lá! 
O prontuário médico corresponde a 
um conjunto de documentos e 
informações organizadas dos 
pacientes, de forma a mostrar o 
histórico de atendimentos do paciente. 
Um dado importante é que ele é um 
documento de propriedade do 
paciente, de forma que ele pode 
solicitar acesso ao prontuário ou até 
mesmo uma cópia. Entretanto, sua 
elaboração e armazenamento é de 
responsabilidade do médico e dos 
serviços de saúde, de maneira que 
ambos devem elaborar esse documento 
contendo todos os dados clínicos 
importantes da história do indivíduo. 
Isso é tão importante, que o código de 
ética médica veda o médico de deixar 
de elaborar prontuário legível para cada 
paciente, devendo ele conter os dados 
clínicos necessários para a boa 
condução do caso, sendo preenchido 
em ordem cronológica com data, hora, 
assinatura e número de registro do 
médico no CRM. 
Vale lembrar que existem diferentes 
formas de se registrar as informações 
no prontuário. Temos a tradicional 
forma de QP, HDA, Interrogatório 
Sintomatológico, HPP, HF, HS que 
descreve uma história do paciente. 
Temos também um mais direto que é 
utilizado com mais frequência em 
ambiente hospitalar nas evoluções de 
internação. Além do SOAP que é 
bastante utilizado na atenção primária, 
o qual permite que além da queixa 
outras informações sejam trazidas. E 
por aí vai! No geral, saibam que o 
prontuário é um registro resumido da 
história clínica do indivíduo, que 
pertence ao paciente, sendo de 
responsabilidade e guarda do serviço 
de saúde e que pode ser feito de 
diversas formas. 
Agora podemos ir às alternativas. 
Alternativa A – Incorreta: O prontuário 
também contém documentos técnicos, 
e não apenas administrativos, além de 
ser de propriedade do paciente. 
Alternativa B – Incorreta: O prontuário 
é de guarda e responsabilidade do 
hospital, porém é de propriedade do 
paciente, tanto que a qualquer 
momento a pessoa pode pedir uma 
cópia. 
Alternativa C – Correta: Exatamente! 
O prontuário contém dados técnicos, 
como informações sobre problemas de 
saúde do paciente e cirurgias 
realizadas, quanto dados 
administrativos, como data de 
internação, sendo a guarda e 
responsabilidade do hospital, mas a 
propriedade pertence ao paciente. 
Alternativa D – Incorreta: O prontuário 
também contém dados 
administrativos, como data de entrada, 
data de alta, autorização de internação 
hospitalar, entre outros. 
 
73. Uma criança com 3 anos de idade, 
sexo masculino, iniciou, segundo relato 
de sua mãe, febre há cerca de 5 dias. 
Durante o exame clínico, o pediatra 
observou conjuntivite bilateral, 
exantema polimorfo, língua em 
framboesa, lábios avermelhados, 
fissurados e secos, edema duro dos 
dedos de pés e mãos e adenopatia 
cervical, além de descamação das 
extremidades. 
Considerando a descrição desse caso, a 
principal hipótese diagnóstica é 
A) escarlatina. 
B) mononucleose. 
C) eritema infeccioso. 
D) doença de Kawasaki. 
 
 
CCQ: Febre ≥ 5 dias + conjuntivite 
bilateral não supurativa + exantema 
poliformo + alterações de 
lábios/cavidade oral + linfadenopatia 
cervical não supurativa ≥ 1,5cm = 
Doença de Kawasaki 
E aí galerinha, tudo beleza? Vamos lá 
para mais uma questão abordando uma 
das principais doenças exantemáticas 
das provas, que é a doença de Kawasaki. 
É caracterizada por vasculite 
multissistêmica aguda que afeta 
principalmente, artérias de médio 
calibre. Acomete predominantemente 
menores de 5 anos. 
O diagnóstico da Doença de Kawasaki é 
feito quanto ocorre a presença de febre 
com duração maior ou igual a 5 dias, 
associada a pelo menos 4 das 
manifestações a seguir: 
• Hiperemia conjuntival, sem 
exsudato e bilateral 
• Alterações dos lábios e cavidade 
oral, como eritema e fissura dos 
lábios, língua em "morango" ou 
"framboesa" e/ou eritema de 
mucosa oral e faríngea. Lesões 
aftosas não estão inclusas 
• Exantema polimorfo podendo 
manifestar-se como um rash 
maculopapular, eritema 
multiforme ou escarlatiniforme, 
acometendo inicialmente o 
tronco e posteriormente as 
extremidades 
• Alterações nas extremidades 
como eritema palmoplantar 
e/ou edema endurado em mãos 
e pés na fase aguda, e 
descamação periungueal na fase 
subaguda 
• Linfadenopatia cervical aguda 
NÃO supurativa com linfonodos 
com diâmetro ≥ 1,5 cm, 
geralmente unilateral 
Na questão, temos um paciente de 3 
anos com febre há 5 dias, conjuntivite 
bilateral, exantema polimorfo, 
ressecamento e rachadura de lábios, 
edema e descamação em extremidades 
e adenomegalia cervical. Então 
estamos diante de um paciente que 
apresenta os critérios necessários para 
fecharmos o diagnóstico de doença de 
Kawasaki! 
Lembre-se que a principal complicação 
dessa doença é a formação de 
aneurismas coronariano, sendo 
mandatório a realização de um 
ecocardiograma no momento do 
diagnóstico. 
Revisado isso, vamos às alternativas! 
Alternativa A - Incorreta: A escarlatina 
é caracterizada por odinofagia, febre 
alta e mal-estar, exantema eritematoso 
puntiforme, palidez perioral (Sinal de 
Filatov), linhas marcadas nas dobras de 
flexão (Sinal de Pastia) e língua em 
framboesa. Apesar de também ser uma 
doença exantemática, a clínica 
presente no enunciadofecha o 
diagnóstico para a doença de Kawasaki. 
Alternativa B - Incorreta: A 
mononucleose infecciosa é causada 
pelo vírus Epstein-Barr (EBV). O quadro 
clínico característico é febre, faringite, 
linfadenopatia e fadiga; nosso paciente 
não tem faringite e apresenta outros 
sinais e sintomas que fecha diagnóstico 
para Kawasaki. Na mononucleose, a 
esplenomegalia é observada em 50 a 
60% dos pacientes e geralmente 
começa a regredir na terceira semana 
da doença. No entanto, pode ocorrer 
ruptura esplênica. A hepatomegalia 
está presente em 10% dos casos. 
Alternativa C - Incorreta: O eritema 
infeccioso é causado pelo Parvovírus 
Humano B19 (HPV B19) e acomete 
principalmente pré-escolares. 
Apresenta um achado muito 
característico: erupções avermelhadas 
na pele, em especial, na região das 
bochechas (“face esbofeteada”). 
Ocorre exantema nas extremidades e 
no tronco. Dito isto, esse quadro não 
condiz com o do paciente em questão. 
Alternativa D - Correta: Isso mesmo, 
galera! Como acabamos de revisar, o 
paciente fecha critérios diagnósticos de 
doença de Kawasaki. 
 
74. Uma paciente com 26 anos de 
idade, gesta: 2, para: 2, aborto: 0, 
utilizando contraceptivo oral 
combinado regularmente, comparece à 
Unidade Básica de Saúde para 
verificação do resultado de exame de 
citologia oncótica cérvico-vaginal 
realizado há 1 mês. Não há queixas ou 
alterações descritas no prontuário do 
atendimento anterior quando do exame 
ginecológico. No laudo, descreve-se a 
presença de lesão intraepitelial 
escamosa de baixo grau (lSIl). 
Em relação ao resultado do exame de 
citologia oncótica cérvico-vaginal da 
paciente, segundo o Instituto Nacional 
do Câncer/Ministério da Saúde, qual 
deve ser a conduta? 
A) Repetir a coleta para exame da 
citologia em 6 meses. 
B) Realizar nova coleta da citologia em 
1 ano. 
C) Solicitar pesquisa do tipo e da classe 
viral. 
D) Encaminhar para colposcopia e 
biópsia. 
CCQ: Saber que o achado de lesão 
intraepitelial escamosa de baixo grau 
(LSIL) em citopatológico de paciente 
com 25 anos ou mais possui indicação 
de repetir o exame em 6 meses 
Fala, aluno Aristo! Tudo certo? Temos 
aqui uma questão que aborda um tema 
muito frequente nas provas, o 
rastreamento do câncer de colo uterino. 
Conhecer os achados alterados e as 
respectivas condutas é fundamental 
para a prova (e para a vida médica!). 
Vamos a uma breve revisão: 
O exame citopatológico, também 
conhecido como Papanicolau, é o 
método de rastreamento do câncer do 
colo do útero e de suas lesões 
precursoras. Segundo o Ministério da 
Saúde, deve ser realizado em mulheres 
que tiveram ou têm atividade sexual 
entre 25 a 64 anos. Após dois exames 
anuais consecutivos negativos, os 
próximos devem ser realizados a cada 3 
anos. 
Como tudo aqui na Aristo, pensaremos 
de forma a facilitar o seu estudo. 
Portanto, o que você precisa lembrar é 
que de todos os achados alterados do 
exame, apenas dois deles não irão ser 
encaminhados diretamente à 
colposcopia: o achado de células 
escamosas atípicas de significado 
indeterminado possivelmente não 
neoplásicas (ASC-US) e de lesão de baixo 
grau (LSIL). 
Em caso de LSIL, portanto, em paciente 
com menos de 25 anos, o exame deve 
ser repetido em 3 anos; em paciente 
com mais de 25 anos, repete-se em 6 
meses. 
Analisando as alternativas, temos: 
Alternativa A - Correta: Diante de LSIL 
em paciente com 25 anos ou mais, a 
conduta preconizada é repetir o exame 
em 6 meses. 
Alternativa B - Incorreta: Repetir a 
citopatologia em 1 ano não é a conduta 
indicada para esse caso. 
Alternativa C - Incorreta: Não há 
indicação de solicitação de tipo e classe 
viral no rastreamento de câncer de colo 
uterino em nosso país. 
Alternativa D - Incorreta: Como vimos, 
o achado de LSIL, da mesma forma que 
o achado de ASC-US, não possuem 
indicação imediata de 
encaminhamento para colposcopia e 
biópsia. 
 
75. Na sua primeira semana em uma 
Unidade Básica de Saúde (UBS), o 
médico de família se reúne com os 
outros profissionais da equipe e realiza 
visitas no bairro para conhecer melhor o 
território. Descobre que na região da 
UBS há várias indústrias de extração 
mineral, que produzem poeira de sílica 
e talco. Revisando alguns prontuários 
clínicos, o médico constata que há uma 
prevalência bastante elevada de 
doenças respiratórias, principalmente a 
silicose. 
Entre as medidas de prevenção 
secundária, o médico deve recomendar 
para todas as pessoas da sua 
comunidade que apresentarem silicose 
a realização de exames para 
A) leucemia. 
B) tuberculose. 
C) câncer de bexiga. 
D) câncer de cabeça e pescoço. 
 
 
CCQ: Saber que é indicado o 
rastreamento da tuberculose em 
pacientes com silicose 
Fala, galera! Estamos diante de uma 
questão sobre medicina ocupacional, 
trazendo como assunto a silicose. 
Vamos lá! 
Silicose é o nome dado à fibrose 
pulmonar causada pela inalação de 
poeira contendo sílica cristalina, 
sendo a mais frequente das 
pneumoconioses. A silicose é a principal 
causa de invalidez entre as doenças 
respiratórias ocupacionais, tendo como 
sintoma predominante a tosse crônica. 
O pó de sílica é o elemento principal que 
constitui a areia, fazendo com que a 
doença acometa principalmente 
mineiros, cortadores de arenito e de 
granito, operários das fundições e 
oleiros. A exposição a micropartículas e 
sua deposição no parênquima pulmonar 
leva a um quadro de fibrose. que é 
nodular na silicose. 
Além disso, a silicose pode predispor o 
indivíduo à tuberculose. Dessa forma, 
a tuberculose faz parte do diagnóstico 
diferencial dessa doença, sendo 
necessário o rastreamento de 
tuberculose em pacientes que possuem 
a queixa de tosse crônica. Em pacientes 
com silicose, caso o PPD>10mm, 
possuem indicação de realizar 
tratamento para tuberculose latente. 
Vale lembrar que pacientes com silicose 
possuem risco aumentado para outras 
doenças além da tuberculose, como 
esclerose sistêmica e artrite reumatoide. 
Agora podemos ir às alternativas. 
Alternativa A - Incorreta: Leucemia 
não corresponde a diagnóstico 
diferencial da silicose e nem tem seu 
risco aumentado devido à presença 
dessa doença. 
Alternativa B – Correta: Exato! A 
Prevenção secundária está relacionada 
à realização de rastreios, a fim de 
identificar doenças em seu estágio 
inicial, sendo essencial o rastreio da 
tuberculose em pacientes com silicose, 
já que possuem risco aumentado para 
essa doença. Além disso, como ambas 
doenças cursam com tosse crônica 
como principal sintoma, corresponde a 
um diagnóstico diferencial. 
Alternativa C – Incorreta: Câncer de 
bexiga não corresponde a diagnóstico 
diferencial da silicose e nem tem seu 
risco aumentado devido à presença 
dessa doença. 
Alternativa D - Incorreta: Câncer de 
cabeça e pescoço não corresponde a 
diagnóstico diferencial da silicose e nem 
tem seu risco aumentado devido à 
presença dessa doença. 
 
 
76. Uma mulher com 23 anos de idade é 
atendida em consulta médica e relata 
ter realizado teste rápido (TR) para 
sífilis porque seu companheiro foi 
diagnosticado com a doença. Ela refere 
não apresentar qualquer sintoma. O 
resultado do teste rápido foi positivo 
(reagente). 
Com relação a esse caso, a conduta a ser 
adotada é solicitar 
A) tratamento da paciente com 
esquema para sífilis secundária, não 
havendo necessidade de realização de 
outro teste. 
B) teste treponêmico e aguardar o 
resultado antes de iniciar tratamento da 
paciente. 
C) teste não treponêmico e tratar a 
paciente com esquema de sífilis latente 
tardia. 
D) teste de rastreamento para HIV e 
tratar a paciente com esquema para 
sífilis primária. 
 
 
CCQ: Em pacientes com teste rápido 
para sífilis positivo, sem história de 
tratamento prévio, solicitamos um 
teste não treponêmico e iniciamos 
tratamento de acordo coma fase 
evolutiva da doença 
Fala, aluno Aristo, tudo joia? 
Questãozinha sobre como conduzir 
quando temos um teste rápido positivo 
para sífilis. 
Pessoal, estamos diante de uma 
paciente de 23 anos que realizou um 
teste treponêmico (teste rápido) para 
sífilis com resultado positivo. Ela não 
refere tratamento anterior para sífilis, 
além de ser assintomática! 
Nesses casos, devemos solicitar um 
teste não treponêmico, como o VDRL, 
para podermos confirmar o diagnóstico 
e acompanhar a queda dos títulos após 
a instituição do tratamento. 
 
Mas qual esquema de tratamento 
realizar? Depende da fase da doença! 
• Sífilis primária: surgimento de 
úlcera genital rica em 
treponemas; geralmente trata-
se de lesão única, indolor e com 
bordas elevadas. Desaparece 
em 3 - 8 semanas, 
independentemente da 
instituição ou não de 
tratamento. Nesta fase, os 
testes não treponêmicos 
geralmente são negativos, uma 
vez que demoram até 3 semanas 
para positivar após o contato 
com a bactéria. O tratamento é 
feito com penicilina benzatina 
2,4 milhões de UI dose única. 
• Sífilis secundária: acontece de 6 
semanas - 6 meses após o 
contágio inicial. As 
manifestações clínicas são 
variadas, mas, de forma geral, as 
questões trazem um paciente 
com erupção macular 
eritematosa, que habitualmente 
atinge a região plantar e palmar, 
com um colarinho de 
descamação característico, não 
pruriginosa. O tratamento é 
feito com penicilina benzatina 
2,4 milhões de UI dose única. 
• Sífilis latente: aqui, os 
pacientes são completamente 
assintomáticos e o diagnóstico é 
feito apenas com base na 
sorologia. A sífilis latente é 
dividida em latente recente (até 
um ano de infecção) e latente 
tardia (mais de um ano de 
infecção). Na sífilis latente 
recente, o tratamento é feito 
com penicilina benzatina 2,4 
milhões de UI dose única; já na 
latente tardia, penicilina 
benzatina 2,4 milhões UI, IM, 
1x/semana (1,2 milhão UI em 
cada glúteo) por 3 semanas. 
• Sífilis terciária: quando, após 
um período indeterminado de 
latência, os treponemas causam 
destruição tecidual, 
principalmente no sistema 
nervoso central e sistema 
cardiovascular. 
Só para lembrar… e na gestação? 
Quando temos uma infecção durante a 
gestação, nossa grande preocupação é 
a possibilidade de transmissão vertical. 
Especialmente em doenças que podem 
causar condições graves, como a sífilis. 
E é por isso que evitamos ao máximo 
esse risco!! 
Dessa forma, em gestante, quando 
temos um teste rápido positivo, 
devemos instituir imediatamente o 
tratamento com a penicilina. Não 
esperamos o resultado do outro teste 
para começar o tratamento, mas veja 
bem: devemos pedir sim o outro teste, 
somente não dependemos dele para 
começar a tratar. 
Alternativa A - Incorreta: Sempre 
devemos solicitar o teste não 
treponêmico para acompanhar a queda 
de títulos após o tratamento. 
Alternativa B - Incorreta: O teste 
rápido é um teste treponêmico; e a 
indicação do Ministério da Saúde seria 
repetir um teste não treponêmico. 
Alternativa C - Correta: Sim, 
exatamente o que vimos. 
Alternativa D - Incorreta: Vamos sim 
rastrear HIV, mas o esquema de 
tratamento é o da sífilis tardia, pois não 
sabemos quando a infecção aconteceu. 
 
77. Um lactente com 2 anos de idade foi 
levado à Unidade Básica de Saúde de 
seu bairro por apresentar um aumento 
súbito de volume de região inguinal há 
cerca de 30 dias, mas que desapareceu 
logo a seguir. Como a tumoração tem 
aparecido e desaparecido repetidas 
vezes, a mãe procurou atendimento 
médico. Na consulta, ao exame físico, a 
criança estava eupneica, hidratada e 
afebril, com ausculta cardiopulmonar e 
exame abdominal normais. Na inspeção 
e palpação da região inguinal, não 
foram encontradas massas ou 
tumorações, mas o médico examinador 
identificou a presença de espessamento 
do cordão espermático a direita. 
Considerando as informações 
apresentadas, o diagnóstico inicial e a 
conduta a ser adotada são, 
respectivamente, 
A) hérnia inguinal indireta; 
encaminhamento ao cirurgião para 
correção cirúrgica eletiva. 
B) hérnia inguinal direta; 
encaminhamento ao cirurgião para 
correção cirúrgica de urgência. 
C) hidrocele comunicante à direita; 
encaminhamento ao cirurgião para 
correção cirúrgica eletiva. 
D) hidrocele septada à direita; 
encaminhamento ao cirurgião para 
correção cirúrgica de urgência. 
 
 
CCQ: A hérnia inguinal possui 
correção cirúrgica eletiva. 
Tudo bem, aluno? Vamos discutir esse 
caso: temos uma criança com 
abaulamento em região inguinal 
intermitente - que aparece e some 
repetidas vezes. Isso é uma descrição 
característica das hérnias. Nas crianças, 
as hérnias são indiretas e ocorrem por 
persistência do conduto 
peritoniovaginal, que pode permitir a 
passagem de vísceras abdominais. 
Devido o risco de encarceramento e 
mesmo isquemia da víscera ali 
aprisionada, há indicação de correção 
cirúrgica das hérnias, porém de forma 
eletiva. 
Alternativa A - Correta: É a principal 
hipótese e, de fato, a conduta é 
cirúrgica. 
Alternativa B - Incorreta: A hérnia 
direta, por defeitos na parede, ocorre 
em idades mais avançadas. 
Alternativa C - Incorreta: Na hidrocele 
há uma tumoração intra-escrotal, não 
na região inguinal. 
Alternativa D - Incorreta: A hidrocele 
não apresentaria esse quadro 
intermitente tão rápido quanto o 
descrito pela mãe. 
Interessante saber que a correção 
cirúrgica da hérnia inguinal é o 
procedimento cirúrgico mais comum 
nas crianças. A hérnia é mais comum 
nos prematuros, acomete mais o sexo 
masculino e proximadamente 60% das 
hérnias são do lado direito. 
 
78. Um recém-nascido com 28 dias de 
vida, portador de síndrome de Down, 
comparece ao setor de emergência por 
apresentar distensão abdominal 
importante, irritabilidade e baixo ganho 
ponderal. O teste do pezinho não 
apresentou alterações. Segundo a mãe, 
alimenta-se com leite materno 
exclusivo e, desde o nascimento, 
evacuou duas vezes: na segunda e na 
terceira semana. Foi realizado toque 
retal com saída de fezes explosivas. 
Considerando esse quadro clínico, 
assinale a opção que associa correta e 
respectivamente o exame 
complementar e o resultado esperado 
para a caracterização da principal 
hipótese diagnóstica. 
A) Manometria anorretal; relaxamento 
do esfíncter anal interno. 
B) Biópsia retal; presença ou diminuição 
do número de células ganglionares. 
C) Enema contrastado; dilatação do 
segmento colônico com a inervação 
preservada. 
D) Radiografia simples do abdome; 
calibre do reto maior que o do 
segmento colônico à montante. 
 
CCQ: A biópsia demonstrando 
diminuição ou ausência de gânglios 
nervosos é o padrão ouro para o 
megacólon congênito. 
Aluno, atenção ao que a questão pede! 
Aqui, é pedido a conduta que irá ajudar 
a CARACTERIZAR A HIPÓTESE 
DIAGNÓSTICA. Não é pedido o exame 
padrão ouro para confirmação. Com o 
quadro descrito, de constipação 
crônica, associado ao exame físico com 
toque retal, podemos ter em mente o 
megacólon congênito como principal 
suspeita. Um exame pouco invasivo e 
de baixo custo que corrobora é o 
enema, onde podemos ver clara 
transição entre a região corretamente 
inervada e a região colônica com 
alteração de inervação. 
Alternativa A - Incorreta: Não há 
indicação de manometria nesse caso. 
Alternativa B - Incorreta: A biópsia é o 
padrão ouro para confirmação do 
megacólon congênito. 
Alternativa C - Correta: O exame 
rápido, barato e com achado 
característico é o enema. 
Alternativa D - Incorreta: A radiografia 
simples poderá mostrar distensão de 
alças, porém esse é um achado muito 
inespecífico. 
 
79. Uma paciente com 37 anos de idade, 
primigesta, em atendimento pré-natal 
em unidade ambulatorial secundária, 
apresenta amenorreia de 12 semanas. 
Tem história de hipertensão arterial 
crônicae refere uso irregular de 
captopril. Na consulta médica, 
apresenta-se sem queixas, com pressão 
arterial de 150 x 100 mmHg, mantida 
após 30 minutos de decúbito lateral 
esquerdo; a proteinúria de fita é 
negativa. O exame obstétrico está 
compatível com 12 semanas de 
gestação. 
Nesse caso, a conduta adequada em 
relação à pressão arterial da paciente é 
A) solicitar internação e administração 
de hidralazina endovenosa. 
B) orientar o uso regular do captopril e 
fazer curva pressórica. 
C) orientar dieta hipossódica e iniciar 
metildopa via oral. 
D) orientar dieta hipossódica e fazer 
curva pressórica. 
 
CCQ: A metildopa é o anti-
hipertensivo de escolha na 
hipertensão crônica na gestação 
Pessoal, os distúrbios hipertensivos da 
gravidez podem ser classificados em 4 
categorias: hipertensão gestacional, 
pré-eclâmpsia, hipertensão crônica e 
pré-eclâmpsia sobreposta à 
hipertensão subjacente. 
A hipertensão crônica é definida como 
uma PA ≥140/90 mmHg, registrada 
antes da gravidez e antes de 20 
semanas de gestação, como no caso da 
nossa paciente. A hipertensão crônica 
aumenta a morbidade da gestação e 
está associada a pré-eclâmpsia 
sobreposta, descolamento de placenta, 
prematuridade e restrição de 
crescimento. 
As pacientes hipertensas crônicas 
devem ter o seu esquema anti-
hipertensivo adaptado às drogas 
seguras na gestação: os agentes anti-
hipertensivos considerados seguros na 
gravidez incluem metildopa, diuréticos, 
carvedilol, bloqueadores dos canais de 
cálcio e hidralazina. Os IECAs, como o 
captopril, e BRAs são considerados 
teratogênicos e devem ser 
interrompidos. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Pessoal, 
valores pressóricos > 160/110mmHg na 
gestação são extremamente 
preocupantes, principalmente nos 
quadros de hipertensão gestacional e 
pré-eclâmpsia. No entanto, estamos 
diante de uma paciente hipertensa 
crônica com tratamento irregular, ou 
seja, esperamos medidas pressóricas 
mais elevadas. O que fazer? Vamos 
começar um anti-hipertensivo, solicitar 
uma curva pressórica e iniciar medidas 
de profilaxia de pré-eclâmpsia (cálcio e 
AAS). 
Alternativa B - Incorreta: Pessoal, os 
inibidores da enzima conversora de 
angiotensina (IECAs), como o captopril, 
são contraindicados na gestação. 
Alternativa C - Correta: Exatamente, 
pessoal! E sem esquecer da profilaxia de 
pré-eclâmpsia com AAS e carbonato de 
cálcio! 
Alternativa D - Incorreta: Já temos 
uma paciente com níveis pressóricos 
acima de 140/90 em duas medidas e, 
portanto, devemos ajustar os anti-
hipertensivos para aqueles seguros na 
gestação, não sendo necessária curva 
pressórica. 
 
80. Em uma reunião da equipe de 
Unidade Básica de Saúde, localizada em 
zona rural da região Nordeste, onde a 
esquistossomose é endêmica, é 
apresentado recente inquérito 
coproscópico censitário mostrando 
24% de positividade para ovos de 
Schistosoma mansoni. 
Nessa situação, de acordo com a 
orientação do Ministério da Saúde, a 
conduta correta é tratar 
A) somente os casos positivos. 
B) coletivamente a comunidade. 
C) os casos positivos e conviventes. 
D) somente os casos confirmados por 
meio de um segundo exame. 
 
CCQ: Quando a prevalência de 
positividade para portadores de S. 
mansoni é entre 15 e 25%, deve-se 
tratar os indivíduos com exame 
parasitológico de fezes positivo e os 
conviventes 
E aí pessoal, focados nos estudos? 
Temos aqui uma questão sobre a 
Vigilância da Esquistossomose 
Mansoni. Vamos aproveitar esse 
contexto para revisar o ciclo de vida do 
parasita causador da Esquistossomose? 
Observe: 
 
Ilustração: Centers for Disease Control 
and Prevention (CDC). 
Agora ... Vamos as alternativas! 
Alternativa A – Incorreta: Tratamos 
somente os casos positivos quando a 
prevalência é menor que 15%. 
Alternativa B – Incorreta: Só tratamos 
coletivamente quando a prevalência é 
maior que 25%. 
Alternativa C – Correta: Isso mesmo! 
Quando a prevalência de positividade é 
entre 15 e 25%, deve-se tratar os 
indivíduos com exame parasitológico 
de fezes positivo e os conviventes. 
Alternativa D – Incorreta: Para se 
definir a estratégia de tratamento de 
controle de doenças, não é necessário 
repetir os exames. 
Em resumo, observe o quadro do 
Ministério da Saúde: 
 
 
 
 
81. Um homem com 61 anos de idade, 
hipertenso, atendido em unidade de 
saúde, tem febre, tosse com secreção 
amarelada, dor torácica à direita 
ventilatório-dependente, dispneia aos 
esforços moderados e hiporexia há 3 
dias. É adequadamente vacinado para 
pneumococo e não tem história de 
internações no último ano. Ao primeiro 
exame, apresentou-se orientado, 
hidratado, com temperatura axilar = 
38,5 ºC, frequência cardíaca (FC) = 90 
batimentos por minuto (bpm), pressão 
arterial (PA) = 130 x 80 mmHg, 
frequência respiratória (FR) = 22 
incursões respiratórias por minuto 
(irpm), sem esforço respiratório, 
frêmito toracovocal diminuído e 
estertores crepitantes no terço inferior 
de hemitórax direito. O resultado da 
oximetria de pulso em ar ambiente foi 
de 96% e o da radiologia simples de 
tórax mostrou infiltrado em lobo 
inferior direito com derrame pleural de 
2 cm em decúbito lateral. Foi-lhe 
prescrito amoxicilina + clavulanato para 
tratamento ambulatorial e solicitada 
punção de líquido pleural. No terceiro 
dia de tratamento, o paciente relatou 
melhora da febre e da dispneia, mas 
manutenção da tosse, da dor torácica e 
da hiporexia, e apresentou os seguintes 
resultados: temperatura axilar = 37,2 ºC, 
FC = 80 bpm, PA = 130 x 70mmHg, FR = 
18 irpm, oximetria de pulso em ar 
ambiente = 98%. O resultado da punção 
torácica, guiada por ultrassom, estimou 
o derrame em 200 ml, cuja análise 
mostrou líquido amarelo-citrino, 2.300 
células com predomínio de neutrófilos, 
pH = 7,3, glicose = 60 mg/dl, lHD = 300 
U/l, proteína = 4 g/l, Gram: não se 
visualizaram bactérias. A amostra 
sérica colhida no dia da punção mostrou 
glicose = 80 mg/dl (valor de referência 
[VR]= 60-99 mg/dl), proteínas totais = 
6,6 g/dl (VR = 6,4-8,3 g/dl), lDH = 400 
(VR = 180-450 U/l). 
Diante desse quadro clínico e dos dados 
apresentados, a abordagem adequada 
para o paciente é 
A) referenciar o paciente para a 
assistência hospitalar para drenagem 
de tórax. 
B) manter o tratamento com 
amoxicilina + clavulanato e repetir o 
estudo radiológico em 1 semana. 
C) suspender a amoxicilina + 
clavulanato, prescrever levofloxacina e 
reavaliar o paciente em 3 dias. 
D) manter o tratamento com 
amoxicilina + clavulanato, colher 
bacilos álcool-ácido resistente (BAAR) 
em escarro e reavaliar o paciente no 
final do tratamento. 
 
 
CCQ: Diante de um quadro de 
derrame parapneumônico não 
complicado a conduta é 
antibioticoterapia 
Fala pessoal tudo certo? Estamos 
diante de uma questão de derrame 
pleural e que nos exige alguns 
conhecimentos acerca do tema, vamos 
aproveitar para revisá-los? 
Temos um paciente com quadro 
sugestivo de derrame parapneumônico, 
ou seja, é o acúmulo de fluido pleural 
exsudativo, associado à pneumonia e 
ocorre quando a produção do líquido 
pleural excede a capacidade de 
drenagem linfática da pleura parietal. 
Diante do resulta de uma punção 
torácica é importante avaliar a 
diferenciação entre transudato e 
exsudato (que sugere derrame 
parapneumônico). Isso pode ser feito 
pelos critérios de Light: 
 
A presença de qualquer um dos três 
critérios indica exsudato. 
• Nosso paciente possui a relação 
de proteína no líquido pleural e 
sérica de 4/6,6 = 0,6. 
• Nosso paciente possui a relação 
de LDH no líquido pleural e 
sérica de 300/400 = 0,75. 
• LDH pleural maior do que dois 
terços do limite superior do 
normal da LDH sérica, o LHD 
pleural é 300 e o limite superior 
do LDH sérico é 450 a relação é 
exatamente 2/3. 
Como ele tem dois critérios, sugere 
exsudatoe derrame parapneumônico. 
Diante de um derrame 
parapneumônico, devemos avaliar se 
há sinais de complicação: como pH < 
7,20, Gram / cultura positiva, Glicose < 
60 mg/dL e LDH > 1000 U/L. Nosso 
paciente não apresenta nenhum 
critério. 
E como fica o tratamento? Nesse caso, 
vamos as alternativas! 
Alternativa A – Incorreta: A drenagem 
de tórax estaria indicada no derrame 
parapneumônico complicado. 
Alternativa B – Correta: Exatamente! A 
conduta e manter a antibioticoterapia 
nos casos não complicados. A 
radiologia vai ajudar a avaliar a resposta 
do paciente. 
Alternativa C – Incorreta: Penicilinas + 
inibidores de betalactamase são boas 
opções. Devemos reservar drogas com 
atividade antipseudomonas para 
quadro mais graves. 
Alternativa D – Incorreta: Não há 
indicação para colher bacilos álcool-
ácido resistente (BAAR). 
 
82. Uma criança com 10 anos de idade, 
do sexo masculino, foi vítima de 
ferimento em região mentoniana após 
queda de skate no asfalto, há cerca de 
90 minutos. Ao exame físico apresenta 
ferimento corto-contuso, transversal, 
na região submentoniana, com 3,0 cm 
de extensão, sangrante. 
Para fins de conduta médica imediata e 
mediata, trata-se de ferida 
A) limpa. 
B ) infectada. 
C ) contaminada. 
D) potencialmente contaminada. 
 
 
CCQ: As feridas contaminadas são 
aquelas acidentais ou traumáticas. 
Questão abordando uma classificação 
conhecida nossa! A classificação da 
ferida quanto à contaminação. 
Relembre rapidamente e vamos às 
alternativas: 
• Limpa: ferida cirúrgica 
consequente de uma cirurgia 
eletiva, não traumática, não 
infectada, não havendo 
penetrado no trato digestivo, 
respiratório, genito-urinário e 
nem na cavidade orofaríngea. 
• Limpa-contaminada: ferida 
cirúrgica onde há penetração no 
sistema digestivo, respiratório 
ou genito-urinário, em 
condições controladas. 
• Contaminada: inclui feridas 
traumáticas com penetração no 
aparelho respiratório, digestivo 
ou genito-urinário, além de 
feridas acidentais. 
Alternativa A - Incorreta: Temos um 
trauma e contato da pele lesada com o 
asfalto, logo, não se aplica. 
Alternativa B - Incorreta: A ferida 
infectada é aquela onde há presença de 
sinais infecciosos, com proliferação de 
bactérias que outrora contaminaram a 
lesão. 
Alternativa C - Correta: A ferida 
acidental é uma das situações 
classificadas como ferida contaminada. 
Alternativa D - Incorreta: Trata-se de 
feridas onde sistemas com alta carga 
bacteriana são penetrados por via 
cirúrgica, em ambiente controlado. 
 
83. Um escolar do sexo masculino, 
residente em área rural, é encaminhado 
para um hospital de referência para 
investigação de quadro de febre 
irregular e prolongada, palidez, 
hepatoesplenomegalia e 
emagrecimento, insidiosos e 
progressivos, associados ao 
comprometimento do estado geral. 
Esteve internado em sua cidade de 
origem por 24 horas após apresentar 
epistaxe de grande intensidade e 
gengivorragia. Ao exame admissional, 
observam-se prostração, petéquias 
disseminadas em tronco e edema de 
membros inferiores. Em sua cidade de 
origem, foram realizados os exames 
inespecíficos, que demostraram 
anemia, leucopenia e plaquetopenia. 
Informa que o pai teve quadro 
semelhante há alguns meses. 
Entre os exames a serem realizados 
para se estabelecer o diagnóstico, é 
correto afirmar que 
A) o exame sorológico por 
imunofluorescência indireta é o mais 
vantajoso no que se refere a custo e 
efetividade, sendo considerados 
positivos os títulos a partir da diluição 
1:80. 
B) a punção aspirativa esplênica é o 
método que oferece maior 
sensibilidade e menor risco, sendo o 
mais utilizado para a técnica de 
visualização direta do parasita. 
C) a reação em cadeia da polimerase 
(PCR), técnica molecular, é de baixa 
sensibilidade quando comparada a 
técnicas por visualização direta. 
D) a dosagem de proteínas, na qual há 
forte inversão da relação 
albumina/globulina, é exame de alta 
sensibilidade e especificidade. 
CCQ: A leishmaniose visceral deve ser 
suspeitada em todo paciente com 
quadro crônico de febre associado a 
hepatoesplenomegalia. 
Atenção, aluno! Estamos falando de 
uma doença infecto-parasitária. Então, 
vamos pensar: febre irregular, palidez e 
hepatoesplenomegalia em morador de 
área rural, dentre outras possibilidades, 
nos faz pensar em Leishmaniose 
visceral! Além disso, já é observada 
alteração no sistema de coagulação, 
com a criança apresentando 
manifestações hemorrágicas e 
indicando a gravidade do caso. As 
alterações laboratoriais inespecíficas 
incluem a inversão na relação 
albumina/globulinas e uma 
pancitopenia. Vamos avaliar as 
alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Apesar do 
custo mais baixo, a sorologia pode 
permanecer positiva por longos 
períodos, não sendo um método 
específico. 
Alternativa B - Incorreta: É um método 
com excelente sensibilidade, porém 
alto risco de sangramentos. 
Alternativa C - Incorreta: O PCR é um 
método sensível, mas não muito 
específico. 
Alternativa D - Incorreta: A inversão é 
uma alteração marcante na doença, 
porém é inespecífico. 
 
84. Uma paciente com 28 anos de 
idade, nulípara, usuária de 
anticoncepcional hormonal combinado 
oral, relata, em consulta, que há 3 dias 
iniciou com dor em baixo ventre, de 
forte intensidade, associada a náuseas e 
vômitos, que piorou nas últimas 8 
horas. Ao exame físico, apresenta 
pressão arterial = 100 x 60 mmHg, 
temperatura = 39,1ºC, abdome com dor 
intensa à palpação no andar inferior e à 
descompressão brusca em fossas 
ilíacas. Ao exame especular, verifica-se 
a presença de conteúdo purulento 
exteriorizando-se pelo orifício do colo 
uterino. O toque vaginal evidencia dor à 
mobilização do colo uterino e à 
palpação dos anexos, bilateralmente. 
Diante dessa situação, a conduta 
imediata indicada é 
A) identificar o agente etiológico da 
secreção cervical antes de iniciar o 
tratamento medicamentoso. 
B) encaminhar a paciente para 
tratamento em ambiente hospitalar 
com antibioticoterapia injetável. 
C) instituir tratamento clínico 
ambulatorial de imediato para a 
paciente, com retorno em 48 horas para 
reavaliação. 
D) encaminhar a paciente para 
tratamento cirúrgico a fim de melhor 
avaliar o comprometimento do sistema 
reprodutivo. 
 
 
CCQ: Saber que a doença inflamatória 
pélvica manifesta-se com dor em 
baixo ventre associada a náuseas, 
vômitos e febre e que paciente em 
estado geral grave possui indicação de 
tratamento hospitalar com 
antibioticoterapia endovenosa 
Fala, aluno Aristo! Tudo tranquilo? 
Questão em que a banca nos apresenta 
um caso clínico sobre um assunto 
bastante frequente nas provas de GO! 
Diante de uma paciente jovem com dor 
em baixo ventre associada a febre, 
náuseas e vômitos e achados 
específicos ao exame físico, devemos 
sempre pensar em doença inflamatória 
pélvica como diagnóstico diferencial. 
Vamos a uma breve revisão sobre o 
tema: 
A doença inflamatória pélvica (DIP) é 
uma síndrome clínica que ocorre devido 
à ascensão de microorganismos do 
trato genital inferior, podendo 
acometer o útero, tubas uterinas, 
ovários, superfície peritoneal e/ou 
estruturas contíguas do trato genital 
superior. A DIP possui etiologia 
polimicrobiana e os principais agentes 
etiológicos relacionados à doença são a 
Chlamydia trachomatis e a Neisseria 
gonorrhoeae, sendo que a maioria dos 
casos de DIP é causada por 
microorganismos sexualmente 
transmissíveis ou associados à vaginose 
bacteriana. 
A maioria dos casos de DIP são 
assintomáticos. Quando DIP 
sintomática, os sinais e sintomas mais 
frequentes são sangramento vaginal 
anormal em pouca quantidade 
(spotting), dispareunia, corrimento 
vaginal, dor pélvica ou dor no abdome 
inferior, além de dor à mobilização do 
colo do útero ao toque. O diagnóstico é 
clínico e éfeito com base em critérios 
maiores, menores e elaborados, os 
quais estão descritos na tabela abaixo. 
Para o diagnóstico, é necessária a 
presença de três critérios maiores 
MAIS um critério menor OU um 
critério elaborado. 
 
O tratamento da DIP pode ser feito de 
forma ambulatorial ou hospitalar, a 
depender das condições clínicas 
apresentadas pela paciente. Os 
critérios para indicação de tratamento 
hospitalar são abscesso tubo-ovariano, 
gravidez, ausência de resposta clínica 
após 72h do início do tratamento com 
antibioticoterapia oral, intolerância a 
antibióticos orais ou dificuldade para 
seguimento ambulatorial, estado geral 
grave (náuseas, vômitos e febre), 
dificuldade na exclusão de emergência 
cirúrgica (como apendicite ou gestação 
ectópica). 
• Escolha terapêutica de primeira 
linha para tratamento 
ambulatorial: ceftriaxona 
500mg, IM, dose única MAIS 
doxiciclina 100mg, VO, 2x/dia, 
por 14 dias MAIS metronidazol 
250mg, 2 comprimidos, VO, 
2x/dia, por 14 dias; 
• Escolha terapêutica de primeira 
linha para tratamento hospitalar: 
ceftriaxona 1g, IV, 1x/dia, por 14 
dias + doxiciclina 100mg, VO, 
2x/dia, por 14 dias MAIS 
metronidazol 400mg, IV, de 
12/12h. 
Voltando ao caso da paciente 
apresentada pela banca, podemos fazer 
o diagnóstico de DIP pela presença de 
três critérios maiores (dor em hipogástrio, 
dor à palpação dos anexos e dor à 
mobilização do colo) + outros critérios 
menores como febre e exteriorização de 
conteúdo purulento pelo colo uterino. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O 
tratamento da DIP é feito de forma 
empírica, com cobertura para os 
principais germes envolvidos nesse 
processo infeccioso. 
Alternativa B - Correta: Como vimos, a 
paciente possui DIP e seu estado geral é 
grave (febre, náuseas, vômitos), 
necessitando de antibioticoterapia 
endovenosa em regime de internação 
hospitalar. 
Alternativa C - Incorreta: A paciente 
possui indicação de internação 
hospitalar, não sendo o tratamento 
ambulatorial uma alternativa viável 
neste caso. 
Alternativa D - Incorreta: Neste 
momento, a paciente não apresenta 
evidência de nenhuma complicação da 
doença que exija tratamento cirúrgico. 
 
85. Uma mulher com 90 anos de idade, 
acamada, recebeu alta após internação 
por dor abdominal há 3 dias. O médico 
de família é chamado para realizar um 
atendimento domiciliar por queixa de 
dispneia. No relatório de alta está 
descrito diagnóstico de melanoma com 
metástases hepáticas, em estágio 
terminal, prescritos morfina e plano 
restrito de cuidados paliativos. 
No contexto descrito, quanto aos 
cuidados paliativos, deve-se 
A) solicitar tomografia de tórax para 
investigar metástases pulmonares. 
B) exercer a demora permitida e 
orientar familiares sobre sinais de 
alarme. 
C) encaminhar para emergência 
hospitalar se não houver melhora da 
dispneia com oxigenioterapia. 
D) instituir terapia de sedação paliativa 
se os sintomas físicos forem 
intoleráveis, graves e refratários. 
 
 
CCQ: No contexto de cuidados 
paliativos, pode-se fazer a terapia de 
sedação paliativa para aliviar o 
sofrimento 
Olá pessoal, como vão? Estamos diante 
de uma questão sobre um tema que 
volta e meia aparece nas provas, os 
cuidados paliativos. Mas ... você 
conhece os princípios propostos pela 
Organização Mundial da Saúde? 
1. Promover o alívio da dor e de 
outros sintomas. 
2. Afirmar a vida e considerar a 
morte como um processo 
natural. 
3. Não acelerar nem adiar a morte. 
4. Integrar os aspectos 
psicológicos e espirituais no 
cuidado ao paciente. 
5. Oferecer um sistema de suporte 
que possibilite ao paciente viver 
tão ativamente quanto possível, 
até o momento da sua morte. 
6. Oferecer sistema de suporte 
para auxiliar os familiares 
durante a doença do paciente e 
a enfrentar o luto. 
7. Promover a abordagem 
multiprofissional para focar nas 
necessidades dos pacientes e de 
seus familiares, incluindo 
acompanhamento no luto. 
8. Melhorar a qualidade de vida e 
influenciar positivamente o 
curso de vida. 
9. Ser iniciado o mais 
precocemente possível, 
juntamente com outras medidas 
de prolongamento da vida, 
como a quimioterapia e a 
radioterapia, e incluir todas as 
investigações necessárias para 
melhor compreender e controlar 
situações clínicas estressantes. 
Agora que você sabe mais sobre o tema, 
vamos ver as alternativas? 
Alternativa A – Incorreta: Já sabemos 
que o paciente tem metástase no 
fígado. Descobrir metástases 
pulmonares não mudará a conduta. 
Assim, não temos benefícios em expô-
lo a uma tomografia. 
Alternativa B – Incorreta: Cuidados 
Paliativos não significa ser privado dos 
recursos diagnósticos e terapêuticos 
que a medicina pode oferecer. Logo não 
faz sentido usar da “demora permitida”. 
Além disso, orientar a família sobre 
sinais de alarme não faz sentido em um 
paciente terminal. 
Alternativa C – Incorreta: O uso da 
oxigenoterapia é discutível no contexto 
de dispneia em cuidados paliativos. 
Além disso, temos outras opções de 
tratamento, como fisioterapia e uso de 
opioides. Logo, a falha da 
oxigenioterapia não indica internação 
hospitalar. 
Alternativa D – Correta: Isso mesmo!! 
No contexto de cuidados paliativos uma 
das estratégias é a terapia de sedação 
paliativa. Essa terapia ocorre com o uso 
de medicamentos sedativos específicos 
para aliviar sofrimento intolerável por 
sintomas refratários, por redução da 
consciência do paciente. 
 
86. Uma mulher com 35 anos de idade, 
com asma moderada, é atendida em 
pronto atendimento e relata dispneia e 
sibilos há 1 dia. Refere que, em casa, 
inalou 2 jatos de salbutamol de 4/4 
horas, sem melhora clinicamente 
relevante. Nega febre, cefaleia, dor 
torácica, rinorreia ou gotejamento pós-
nasais e relata tosse seca intermitente. 
No pronto atendimento, está 
inicialmente agitada, frequência 
cardíaca (FC) = 115 batimentos por 
minuto (bpm), pressão arterial (PA) = 
140 x 80 mmHg, frequência respiratória 
(FR) = 32 incursões respiratórias por 
minuto (irpm), sibilos difusos, oximetria 
de pulso = 91% em ar ambiente; peak 
flow < 50% do previsto. Após receber 
O2 suplementar 1 l/min, 3 aplicações de 
4 jatos de salbutamol por via inalatória 
em intervalos de 20 minutos + 
prednisona 60 mg por via oral, continua 
agitada, apresentando FC = 100 bpm, 
PA = 120 x 70 mmHg, FR = 28 irpm, e 
mantendo sibilos difusos em ambos os 
hemitórax; oximetria de pulso = 89% 
em ar ambiente e 93% com O2, peak 
flow mantém-se abaixo de 50%. 
O próximo passo adequado à 
abordagem dessa paciente é 
A) mantê-la em observação no pronto 
atendimento e associar ipratrópio 4 
jatos de 20/20 minutos e sulfato de 
magnésio 2 g intravenoso. 
B) mantê-la em observação no pronto 
atendimento e administrar nova dose 
de salbutamol, 4 jatos, em 1 hora. 
C) admiti-la em enfermaria com 
salbutamol + ipratrópio inalatórios, 4 
jatos de cada um de 1/1 hora até a 
estabilização. 
D) realizar intubação orotraqueal com 
sequência rápida e mantê-la em 
ventilação mecânica até estabilização 
clínica. 
 
 
CCQ: Diante de uma crise de asma 
refratária ao tratamento inicial, pode-
se usar Ipratrópio e considerar sulfato 
de magnésio 
Fala pessoal, tudo certo? Temos aqui 
um tema quente para nossas provas, a 
crise de asma. Vamos revisar pontos 
importantes sobre isso? 
• Classificação da crise de asma: 
 
• Conduta na crise asmática: 
Casos leves e moderados: 
• SABA; 
• Corticoide oral 
• Oxigenioterapia: objetivo de 
SatO2 93%-95% no adulto, 
94%-98% na criança. 
• Considerar ipratrópio; 
Casos graves: Associar 
• Ipratrópio; 
• Corticoide endovenoso ou oral; 
• Oxigenioterapia; 
• Considerar sulfato de magnésio; 
• Considerar altas doses de CI. 
Agora ... Vamos as alternativas! 
Alternativa A – Correta: Já tentamos 
dilatar a vias aéreas da nossa pacientecom um beta agonista. Então, uma boa 
estratégia é associar um agente 
colinérgico, como o Ipratrópio. Além 
disso, podemos considerar o uso de 
sulfato de magnésio. 
Alternativa B – Incorreta: Continuar 
com um beta agonista e com um 
intervalo tão grande como 1 horas não 
trará tantos efeitos positivos para nossa 
paciente. 
Alternativa C – Incorreta: Devemos 
manter a paciente em observação e o 
intervalo das doses deve ser menor. 
Alternativa D – Incorreta: Em geral, 
deixamos a intubação para o paciente 
asmático que apresenta sonolência, 
confusão ou tórax silencioso. 
 
87. Um paciente com 58 anos de idade, 
branco, trabalhador rural, refere 
cansaço aos esforços, que estão ficando 
mais intensos, e dor abdominal 
esporádica, em cólica, localizada em 
flanco direito, há 1 mês. Refere 
apresentar sangramento esporádico 
nas fezes, tipo hematoquezia. Exames 
realizados na Unidade Básica de Saúde 
apresentaram: hemoglobina: 8,5 mg/dl 
(valor de referência [VR]: 13 a 16 mg/dl); 
hematócrito: 25% (VR: 38% a 52%). 
Observa-se perda ponderal de 16% em 
relação ao peso habitual. Ao exame 
físico, mostra-se afebril, emagrecido, 
com dor à palpação profunda em flanco 
direito e fossa ilíaca direita. 
Nesse caso, a hipótese diagnóstica mais 
provável é de 
A) tumor de cólon direito. 
B) tuberculose intestinal. 
C) doença diverticular do cólon. 
D) doença inflamatória intestinal. 
 
 
CCQ: Os tumores de cólon direito 
cursam com dor à palpação e massa 
palpável em flanco direito, pois são 
tumores exofíticos ("crescem para 
fora") 
E aí, pessoal! Tudo certo? Aqui temos 
uma questão que aborda algumas 
afecções intestinais nas alternativas. 
Entre elas, temos o tumor de cólon. 
Vamos revisar alguns pontos 
importantes sobre esse câncer? 
O câncer colorretal é aquele que pode 
surgir desde o ceco, parte inicial do 
intestino grosso, até o reto e ânus. São 
tumores tratáveis, se detectados 
precocemente, e geralmente iniciam-se 
como pólipos. 
Alguns dos fatores de risco para 
desenvolvimento desse câncer são: 
idade > 50 anos, obesidade, hábitos 
alimentares ruins (consumo de carnes 
processadas, dieta pobre em fibras etc), 
história familiar de câncer de intestino, 
tabagismo e etilismo, doenças 
inflamatórias intestinais (retocolite 
ulcerativa, doença de Crohn), polipose 
adenomatosa familiar etc. 
Os sinais e sintomas mais associados a 
um câncer de intestino são: sangue nas 
fezes, dores abdominais, anemia, 
fraqueza, perda ponderal, 
visceromegalia e alteração nos hábitos 
intestinais. 
O rastreamento dos cânceres 
colorretais são realizados a partir da 
pesquisa de sangue oculto nas fezes e 
da colono ou retossigmoidoscopia com 
biópsia, para posterior análise 
histopatológica. 
Uma informação importante, 
principalmente a nível de prova, é a 
diferenciação entre o câncer de cólon 
ascendente do de cólon descendente 
através do quadro sintomatológico 
apresentado. O câncer de cólon direito 
(ascendente) costuma ser exofítico 
(cresce para fora, formando uma massa 
abdominal) e aparece já em estágios 
avançados, conferindo menor 
sobrevida aos pacientes. Já o câncer de 
cólon esquerdo (descendente) 
costuma ser mais brando em 
comparação ao direito, além de ser 
infiltrativo (por essa característica, é um 
câncer que cursa frequentemente com 
obstrução intestinal). 
Fonte: clique aqui e aqui. 
Agora, vamos analisar o enunciado. 
Temos um paciente de 58 anos, com dor 
abdominal esporádica, em cólica, em 
flanco direito, hematoquezia, anemia e 
perda ponderal. Está afebril. A partir 
dessas informações, conseguimos 
raciocinar em cima das alternativas. 
Bora? 
Alternativa A - Correta: Exatamente! 
Tumores de cólon direito cursam com 
massa exofítica em flanco direito, que 
pode pressionar e tensionar a parede 
abdominal, causando dor à palpação. 
Além disso, também pode causar 
sangramento intestinal e, por ser um 
câncer, aumenta a perda ponderal do 
paciente. 
Alternativa B - Incorreta: O paciente 
esteve afebril, o que ajuda a descartar 
um quadro infeccioso. 
Alternativa C - Incorreta: A doença 
diverticular, epidemiologicamente 
falando, é muito mais comum no cólon 
esquerdo (descendente), diferente da 
queixa do paciente. 
Alternativa D - Incorreta: As doenças 
inflamatórias intestinais costumam 
aparecer em uma faixa etária mais 
https://www.inca.gov.br/tipos-de-cancer/cancer-de-intestino
https://www.scielo.br/j/abcd/a/zvtKYcN89fLYpSmbxLqvXkN/?lang=pt
nova. Além disso, teríamos alterações 
dos hábitos intestinais (diarreia, 
mucorreia etc) e alterações 
extraintestinais também. 
 
88. Uma adolescente com 13 anos de 
idade é atendida no setor de 
emergência de um hospital com dor 
abdominal intensa, além de vômitos 
repetitivos que se iniciaram há 2 horas. 
Ela relata que, no dia anterior, surgiu 
inchaço bilateral no pescoço, com dor 
que se intensificava quando comia 
alimentos ácidos. Refere ainda que, há 3 
dias, já vinha apresentando febre baixa 
(38 ºC), cefaleia e otalgia, e que colegas 
do colégio tiveram os mesmos 
sintomas. Ao exame físico, apresenta 
dor abdominal que dificulta a palpação, 
verificando-se também impossibilidade 
de ver ou palpar os ângulos 
mandibulares, que estão encobertos 
por tumorações amolecidas, móveis e 
dolorosas e que deslocam os lobos das 
orelhas para cima e para fora. 
Em face desse quadro, qual é o principal 
exame para se estabelecer o 
diagnóstico dessa complicação da 
doença de base? 
A) Tomografia computadorizada. 
B) Endoscopia digestiva alta. 
C) Ressonância magnética. 
D) Ultrassonografia. 
CCQ: Saber que a pancreatite aguda é 
uma das principais complicações da 
parotidite infecciosa, e sua 
abordagem diagnóstica por imagem 
tem como principal exame a 
tomografia computadorizada 
Olá, aluno Aristo! 
Questão sobre a abordagem das 
complicações da parotidite infecciosa. 
A parotidite infecciosa é uma doença 
viral aguda, que se manifesta com 
febre, aumento de uma ou mais 
glândulas salivares (em geral, a 
parótida), mialgia e otalgia. Em um 
terço das pessoas acometidas é possível 
visualizar clinicamente aumento da 
glândula, como em nossa paciente, 
relatado como "inchaço bilateral no 
pescoço". Além disso, esse aumento da 
glândula pode provocar deslocamento 
do pavilhão auricular, apagamento do 
ângulo mandibular e dor que se 
intensifica com abertura da cavidade 
oral e/ou ingestão de alimentos ácidos. 
Entre as complicações da doença 
destacam-se pancreatite aguda, 
orquite, ooforite, meningite e 
meningoencefalite. Devido ao sintomas 
de nossa paciente ao chegar na 
emergência (quadro agudo com dor 
abdominal intensa e vômitos) 
pensamos na pancreatite como 
complicação. Segundo o tratado de 
pediatria, para o diagnóstico de 
pancreatite são usados achados 
clínicos, laboratoriais e de imagem. 
Devem estar presentes dois dos três 
critérios a seguir: 
1. Dor abdominal. 
2. Nível sérico de amilase ou lipase 
3x o valor de referência. 
3. Sinais radiológicos 
característicos. 
Para o abordagem diagnóstico no que 
tange o exame de imagem, a 
ultrassonografia pode ser utilizada para 
avaliação preliminar sendo um bom 
método para avaliação de cálculos na 
vesícula, e todo paciente com 
pancreatite deve receber esta 
avaliação. Entretanto, é um exame 
limitado para visualização do pâncreas 
e da região peripancreática, neste 
momento destaca-se a tomografia 
computadoriza, que permite excelente 
delineamento do pâncreas e 
visualização de possíveis 
anormalidades associadas à pancreatite 
aguda. 
Com isso, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Correta: Como dito 
acima, a TC é o exame mais indicado 
para o diagnóstico de pancreatite 
aguda, complicação da doença de base 
da paciente, a parotidite infecciosa. 
Alternativa B - Correta: A endoscopia 
digestiva alta não é o exame de escolha 
para o diagnóstico depancreatite 
aguda. 
Alternativa C - Correta: A ressonância 
magnética é que pode ser utilizado, 
porém seu uso está indicado quando há 
contra-indicações ao uso do contraste 
da TC. 
Alternativa D - Incorreta: Como dito 
acima, a ultrassonografia é um bom 
exame inicial, porém não é o principal 
para visualização do pâncreas. 
 
89. Uma paciente com 46 anos de 
idade, gesta: 2, para: 2, aborto: 0, 
relata, em consulta em unidade de 
saúde, que há 8 meses vem 
apresentando aumento progressivo do 
volume e do número de dias de 
sangramento menstrual. Refere que 
atualmente sangra por cerca de 10 dias 
a cada ciclo. Queixa-se de indisposição 
física geral. Ao exame físico, está 
descorada +/4+. Ao exame 
ginecológico, a vulva, a vagina e o colo 
uterino apresentam-se normais, e o 
útero tem volume compatível com a 
idade e a paridade da paciente. 
No contexto clínico apresentado, 
considerando a maior redução de 
sangramento, qual a terapêutica a 
longo prazo recomendada? 
A) Ácido tranexâmico. 
B) Anti-inflamatório não esteroide. 
C) Anticoncepcional oral combinado. 
D) Sistema Intrauterino (SIU) com 
liberação de levonorgestrel. 
 
 
CCQ: Saber que o sistema intrauterino 
liberador de levonorgestrel é um 
método mais efetivo para o controle 
de sangramento uterino anormal do 
que o tratamento oral 
Mais uma questão de GO, pessoal! 
Dessa vez, vamos focar em um dos 
principais temas que a banca gosta de 
cobrar, sangramento uterino anormal! 
Estamos diante de uma paciente de 46 
anos com a queixa de aumento do 
volume e dias da menstruação, 
atualmente sangrando cerca de 10 dias 
a cada ciclo. Opa! Nesse momento, já 
podemos classificar essa menstruação 
como sangramento uterino anormal 
(SUA), não é? Você lembra das 
referências de normalidade na 
menstruação? 
• Duração de 21 a 35 dias 
• Duração do fluxo de 2 a 6 dias 
O que está fora desse padrão, como a 
nossa paciente, que apresenta fluxo 
menstrual abundante por até 10 dias, 
deve ser classificado como SUA. Além 
disso, a paciente queixa-se de 
indisposição e encontra-se descorada 
no momento da consulta. Tudo a ver, 
né? 
Pensando em tratamento de SUA, 
confira esse fluxograma construido pelo 
Tratado de Ginecologia da Febrasgo. 
 
Vamos discutir quais alternativas 
podemos lançar mão para ajudar a 
nossa paciente a melhorar o quadro 
clínico dela a longo prazo: 
Alternativa A - Incorreta: O ácido 
tranexâmico é um antifibrinogênio que 
atua no tratamento não hormonal 
para controle do sangramento agudo 
e acentuano, o que não se aplica ao caso 
da nossa paciente em questão. 
Alternativa B - Incorreta: O AINE é 
utilizado no contexto de SUA como um 
tratamento mais coadjuvante para 
cessar o sangramento ativo. 
Alternativa C - Incorreta: O 
anticoncepcional oral combinado 
contendo estrogênio e progestagênio 
reduzem a perda sanguínea menstrual 
em 35% a 72%, sendo uma opção 
terapêutica para a maioria das causas 
de SUA sem alteração estrutural. No 
entanto, a questão foi bem enfática em 
pedir o método que mais reduz 
sangramento a longo prazo, portanto, 
essa não é a melhor escolha para a 
paciente da nossa questão! 
Alternativa D - Correta: Isso mesmo! O 
sistema intrauterino liberador de 
levonorgestrel, segundo as referências, 
reduz em cerca de 71 a 96% o volume de 
sangramento vaginal, sendo 
considerado o método mais efetivo 
para o controle do SUA do que os 
tratamentos orais. Mas lembre-se: O 
método não deve ser usado quando a 
cavidade uterina não é regular, devido 
ao risco aumentado de expulsão! 
 
90. Uma mulher com 30 anos de idade 
vem a primeira consulta na Unidade 
Básica de Saúde queixando-se de 
tonturas, tremores, tensão muscular e 
relata que há 1 mês apresentou três 
crises de palpitações repentinas, 
acompanhadas de dor em hemitórax 
esquerdo, com duração de até meia 
hora e resolução espontânea. Nega 
doenças pregressas, tabagismo, 
etilismo ou uso de outras drogas. Relata 
que procurou serviços de emergência 
três vezes achando que teria um infarto. 
Traz resultados recentes e normais de 
hemograma, TSH, perfil lipídico 
completo, glicemia, troponina e CPK e 
eletrocardiograma. Acredita que esses 
exames foram insuficientes e pede 
outros exames para ver se o coração 
está bem. Por exercer a prostituição 
desde a adolescência, faz exames 
rotineiramente para infecções 
sexualmente transmissíveis, últimos há 
15 dias e com resultados negativos. Usa 
Dispositivo Intrauterino (DIU) de cobre 
há 5 anos e preservativo. Não teve filhos 
ou abortamento. Apresenta sono 
reparador, exceto quando tem as crises. 
Nega ideação suicida. Desde o início da 
pandemia da COVID-19 não faz mais 
programas. Exame físico inalterado. 
Nesse caso, a melhor abordagem é 
A) referenciar a paciente ao serviço de 
urgência e emergência para realização 
de novos eletrocardiogramas (ECG) e 
enzimas cardíacas e solicitar avaliação 
de especialistas focais. 
B) solicitar novos exames para descartar 
outras doenças orgânicas de base e 
iniciar tratamento farmacológico com 
betabloqueador e benzodiazepínico. 
C) explicar que novos exames são 
desnecessários, indicar atividades 
físicas, apoio psicológico e retorno, em 
um continuum de complexidade de 
tratamento. 
D) explicar que novos exames são 
desnecessários, iniciar 
benzodiazepínico nas crises e 
antidepressivo tricíclico; indicar apoio 
psicológico e retorno em 6 semanas. 
CCQ: Saber que o tratamento de 
crises de ansiedade envolve 
atividades físicas, apoio psicológico e 
retorno 
Fala pessoal! Questão bem interessante 
do INEP-Revalida, bora lá rever um 
pouco sobre o assunto. 
O transtorno da ansiedade 
generalizada (TAG) é caracterizado por 
preocupação excessiva, que leva a 
prejuízos no paciente. Este podendo 
inclusive, apresentar sintomas físicos e 
psicológicos. 
Os sintomas mais comuns são: 
• Fadiga; 
• Tensão muscular; 
• Irritação; 
• Alterações no sono; 
• Inquietação; 
• Dificuldade de concentração; 
• Cefaleia; 
• Hiperatividade autonômica 
(taquicardia, palpitação...); 
• Sintomas gastrointestinais. 
Note que nossa paciente não fecha 
critérios para definirmos um TAG, mas, 
apresenta claramente algumas crises de 
ansiedade. Ela nos cita que apresentou 
3 episódios de palpitações 
acompanhadas de dor em hemitórax 
esquerdo, a mesma, apresenta todos os 
exames e achados clínicos normais, 
além de ausência de histórico de risco 
para doenças cardiovasculares. 
Aqui nossa principal hipótese deve ser 
de crise de ansiedade (nos afastamos de 
crise de pânico pela ausência de medo 
extremo, sensação de morte, etc...). 
Esta, deve ser manejada principalmente 
com psicoterapia associada a atividades 
físicas, além de tranquilizarmos a 
paciente quanto a não necessidade de 
realização de exames adicionais. Por 
último, devemos nos lembrar também 
do acompanhamento contínuo. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta Doença 
cardiovascular não é nossa principal 
hipótese, por isso, podemos eliminar 
esta alternativa. 
Alternativa B - Incorreta Pessoal, não 
vamos sair dando betabloqueador e 
benzodiazepínicos assim, a paciente 
apresenta exames normais e além 
disso, benzodiazepínicos podem viciar, 
então vamos evitar estes 
medicamentos para uso contínuo. 
Alternativa C - Correta Exato! Esta é a 
nossa conduta correta. 
Alternativa D - Incorreta Vamos tentar 
manejar esta paciente com psicoterapia 
primeiro, se esta falhar, podemos até 
pensar em algum tratamento 
medicamentoso. 
 
91. Um homem com 32 anos de idade, 
usuário de drogas ilícitas injetáveis (DII), 
comparece à consulta ambulatorial em 
clínica médica com queixa de fadiga 
importante e dor abdominal no 
hipocôndrio direito que teve início há 1 
semana. Refere que, 2 dias antes do 
início desses sintomas, apresentou 
febre, artralgias e um exantema leve, 
que desapareceram,ficando em 
seguida com os olhos amarelados e a 
urina escura. Relata que esses últimos 
sinais apareceram simultaneamente à 
melhora da febre, que persistiu por 
alguns dias, e que, nos últimos dias, 
passou a ter apenas fadiga e dor 
abdominal. Nega náuseas, vômitos, 
diarreia ou sangramentos, e afirma 
conseguir ingerir líquidos e alimentos 
por via oral de forma normal. Nega 
comorbidades prévias significativas, e 
sua história familiar não é relevante. 
Além do uso de DII, o paciente é 
tabagista (10 maços/ano) e etilista 
social de fermentados. Ao exame físico, 
encontra-se em regular estado geral, 
com fácies de doença aguda, levemente 
ictérico nas escleras; corado, hidratado, 
acianótico, afebril, sem equimoses ou 
petéquias. Aparelhos cardiovascular e 
respiratório sem anormalidades. 
Abdome doloroso à palpação do 
hipocôndrio direito, sendo o fígado 
palpável a 3 cm do rebordo costal 
direito, na linha hemiclavicular, de 
borda romba e consistência habitual; 
espaço de Traube livre. Não há edemas 
em membros inferiores. Os resultados 
dos exames complementares 
solicitados nessa consulta são 
apresentados na tabela a seguir. 
Considerando as informações 
apresentadas, a principal hipótese 
diagnóstica e o tratamento indicado 
são, respectivamente, 
A) hepatite B aguda; iniciar tratamento 
sintomático, evitando-se fármacos 
hepatotóxicos e de metabolismo 
hepático. 
B) hepatite alcoólica aguda; prescrever 
corticoide, evitar novos insultos 
hepáticos e encaminhar o paciente para 
o Centro de Atenção Psicossocial 
(Álcool e Drogas). 
C) hepatite C aguda; prescrever 
antivirais combinados (como 
ledipasvir/sofosbuvir), conforme 
resultado do teste de genotipagem. 
D) hepatite B crônica agudizada; 
prescrever tenofovir ou entecavir, 
evitando-se fármacos hepatotóxicos e 
de metabolismo hepático. 
QUESTAO NÃO TEM COMENTARIO 
 
 
92. Uma mulher com 20 anos de idade é 
atendida no Pronto-Socorro de um 
hospital. Seu acompanhante relata que, 
há cerca de 20 minutos, ela bateu a 
cabeça após tropeçar em um degrau e 
sofrer uma queda. Houve perda da 
consciência e um episódio de vômito. 
Ao exame físico, a paciente apresenta 
abertura ocular espontânea, responde 
de forma confusa e obedece às ordens 
solicitadas, movimentando 
corretamente os membros superiores e 
inferiores; as pupilas encontram-se 
isocóricas e fotorreagentes. 
Considerando a história clínica da 
paciente e os dados do exame físico, 
assinale a opção que apresenta, 
respectivamente, a principal hipótese 
diagnóstica e a conduta adequada ao 
caso. 
A) Traumatismo leve; solicitar 
tomografia de crânio e avaliação clínica 
seriada. 
B) Traumatismo moderado; solicitar 
tomografia de crânio e avaliação clínica 
seriada. 
C) Traumatismo leve; solicitar avaliação 
clínica seriada e tomografia de crânio se 
a pontuação na escala de Glasgow for 
menor que 15 após 2 horas. 
D) Traumatismo moderado; solicitar 
avaliação clínica seriada e tomografia 
de crânio se a pontuação na escala de 
Glasgow for menor que 15 após 2 horas. 
 
 
QUESTÃO COM POSSIBILIDADE DE 
RECURSO 
Meu caro aluno Aristo, questões sobre 
trauma cranioencefálico (TCE) são 
muito comuns nas provas. Aqui, a banca 
cobrou uma classificação bem clássica. 
Vamos revisar juntos? 
Dividimos o TCE em 3 grandes grupos: 
• TCE leve → entre 13 e 15 
pontos na escala de coma de 
Glasgow. 
• TCE moderado → entre 9 e 12 
pontos na escala de coma de 
Glasgow. 
• TCE grave → entre 3 e 8 pontos 
na escala de coma de Glasgow. 
Baseado nisso, vamos calcular o 
Glasgow da nossa paciente? Veja a 
escala completa abaixo: 
 
• Abertura ocular: Espontânea → 
4 pontos 
• Resposta verbal: Confusa → 4 
pontos 
• Resposta motora: Obedece a 
comandos → 6 pontos 
Ou seja, o paciente tem 14 pontos na 
escala de coma de Glasgow → TCE 
leve! Ela tem indicação de tomografia 
de crânio? Não! Reveja as indicações 
abaixo: 
• Glasgow menor que 15 duas 
horas após o trauma; 
• Suspeita de fratura de crânio; 
• Mais de 2 episódios de vômito; 
• Idade superior a 65 anos; 
• Uso de anticoagulante; 
• Perda de consciência maior que 
5 minutos; 
• Amnésia superior a 30 minutos; 
• Mecanismo perigoso. 
Ou seja, trata-se de uma paciente com 
TCE leve e que não tem indicação de 
neuroimagem de acordo com o ATLS! 
Um algo a mais: Desde 2018 tivemos 
uma atualização na escala de Glasgow. 
A tendência é que com o passar do 
tempo as bancas passem a cobrar essa 
nova escala. 
Qual é a novidade? agora avaliamos a 
reatividade pupilar à luz dos pacientes! 
Com isso, fazemos o seguinte ajuste na 
"nota" do paciente: 
• Nenhuma pupila do doente 
reage ao estímulo da luz: 
subtraio 2 pontos da nota na 
escala! 
• Apenas uma pupila do doente 
reage ao estímulo da luz: 
subtraio 1 ponto da nota na 
escala! 
• As duas pupilas reagem ao 
estímulo luminoso: não preciso 
subtrair nenhum ponto da nota 
do paciente! 
Alternativa A - Incorreta: A paciente 
não preenche nenhum critério do ATLS 
para realização de tomografia de crânio 
no TCE leve. Embora tenha ocorrido um 
episódio de perda de consciência, só 
indicamos TC caso esse episódio tenha 
duração superior a 5 minutos e a banca 
não descreveu isso! 
Alternativa B - Incorreta: A paciente 
tem 14 pontos na escala de coma de 
Glasgow e isso a classifica como TCE 
leve. 
Alternativa C - Correta: Isso mesmo. 
Essa alternativa está de acordo com o 
disposto na última edição do ATLS! 
Alternativa D - Incorreta: A paciente 
tem 14 pontos na escala de coma de 
Glasgow e isso a classifica como TCE 
leve. 
Gabarito oficial: A 
Gabarito Aristo: C 
 
93. Um recém-nascido a termo com 6 
horas de vida encontra-se internado na 
maternidade, evoluindo com cianose 
progressiva. É filho de mãe diabética, 
nasceu com 4.200 Kg, obteve apgar 7 e 
8. Ao exame, apresenta regular estado 
geral e cianose 3+/4+. A saturometria foi 
de 50% em ar ambiente. Os pulsos 
estão normopalpáveis, simétricos. 
Apresenta ainda sopro sistólico suave 
+/6+ em borda esternal esquerda alta. 
Foi realizado ecocardiograma, que 
apresentou transposição simples das 
grandes artérias (TGA) e comunicação 
interatrial ampla. 
Nessa situação, a conduta imediata é 
A) realizar atriosseptostomia por balão. 
B) iniciar a administração de 
prostaglandina. 
C) encaminhar o paciente para cirurgia 
corretiva. 
D) ventilar o paciente com uma FiO2 
entre 80 a 100%. 
 
 
CCQ: Saber que a conduta imediata na 
transposição de grandes artérias é a 
administração de prostaglandina, 
para a manutenção da abertura do 
canal arterial e a consequente 
garantia de fluxo de sangue 
oxigenado para o corpo 
Fala, galera boa da Aristo! Tudo bem? 
Venham conosco novamente para mais 
uma questão de cardiopatias 
congênitas! 
Ao analisarmos o caso em questão, o 
conjunto de sinais e sintomas é 
bastante consistente com o achado do 
ecocardiograma: a patologia se 
manifestou no recém-nascido com 
apenas seis horas de vida; há cianose 
progressiva e saturação muito abaixo 
do limite inferior, embora os pulsos 
estejam normopalpáveis e simétricos. 
De fato, a TGA é a cardiopatia 
congênita que mais precocemente se 
manifesta. 
Nessa doença há a discordância entre 
artérias e ventrículos: a artéria 
pulmonar se origina do ventrículo 
esquerdo e a artéria aorta, do ventrículo 
direito. Tendo isso em vista, o sangue 
da circulação sistêmica nunca passa 
pelos pulmões para ser oxigenado. O 
suprimento de oxigênio para os tecidos 
ocorre somente por meio do canal 
arterial, mas após as primeiras horas do 
nascimento da criança, logo quando o 
citado canal se fecha, começa a ocorrer 
a cianose e a queda da oxigenação, já 
que a única via de “mistura” do sangue 
insaturado com o saturado se perde. 
Isso explica o achado dos pulsos 
normais, embora haja cianose: não é o 
fluxo sanguíneo que está prejudicado, esim a sua oxigenação. 
Aqui temos a oportunidade de nos 
lembrarmos de um CCQ importante: a 
transposição de grandes artérias é 
considerada uma cardiopatia 
congênita canal-dependente, 
justamente em decorrência do que foi 
explicado acima. 
Por fim, é importante destacar que a 
conduta que mais precocemente deve 
ser adotada é a administração de 
prostaglandina E1, na tentativa de 
manter o canal aberto e estabilizar o 
paciente, para a posterior cirurgia de 
Jatene, para a correção da discordância 
entre artérias e ventrículos. 
Diante disso, vamos analisar as 
alternativas: 
Alternativa A – Incorreta: A 
atriosseptostomia com cateter balão 
tem como objetivo manter a 
comunicação interatrial, em casos em 
que ela é necessária para a manutenção 
da homeostasia do paciente. Ocorre 
que o paciente já apresenta essa 
comunicação, e em grande medida, e 
mesmo assim, apresenta cianose e 
baixa oxigenação. A medida nesse caso, 
portanto, não teria potencial para 
alterar a situação clínica. 
Alternativa B – Correta: Como 
explicado, a conduta imediata deve ser 
a administração de prostaglandina no 
intuito de estabilizar o paciente até que 
seja possível realizar a cirurgia. 
Alternativa C – Incorreta: A cirurgia 
corretiva deve ser feita, mas não se 
pode esperar por ela sem a 
administração da prostaglandina. 
Alternativa D – Incorreta: A oferta de 
oxigênio não vai alterar a situação 
clínica do paciente, já que não importa 
o volume de oxigênio que inspirar, o 
sangue nunca será oxigenado se não 
passar pelos pulmões. 
 
94. Uma paciente com 42 anos de 
idade, gesta: 4, para: 3, aborto: 1, que 
fez laqueadura tubárea há 5 anos, 
comparece ao ambulatório com 
resultado de exame de citologia 
oncótica cérvico-vaginal sugestiva de 
lesão de alto grau. A colposcopia é 
satisfatória e pode ser observada área 
de mosaico grosseiro localizada no colo 
uterino, a 12 horas com 0,7 cm de 
diâmetro, visível em toda sua extensão. 
Em face desse contexto clínico, a 
conduta correta é indicar 
A) exérese da zona de transformação 
com alça de alta frequência. 
B) conização a frio do colo uterino com 
margem de segurança. 
C) repetição da coleta da citologia 
oncótica em 6 meses. 
D) amputação do colo uterino com 
eletrocauterização. 
 
 
CCQ: Saber que a indicação diante de 
lesão intraepitelial de alto grau (HSIL) 
e colposcopia com achados maiores é 
a exérese da zona de transformação 
(EZT) 
Fala, aluno Aristo! Rastreamento de 
câncer de colo uterino e suas lesões 
precursoras é assunto garantido na sua 
prova! A banca nos apresenta uma 
paciente com achado de lesão 
intraepitelial de alto grau, investigada 
com colposcopia que evidenciou achados 
anormais maiores, com extensão de 0,7 
cm e solicita a conduta correta. Vamos a 
uma breve revisão: 
De acordo com o Ministério da Saúde, o 
rastreamento do câncer cervical e 
suas lesões precursoras é feito através 
do exame citopatológico, dos 25 aos 64 
anos. O exame deve ser repetido a cada 
3 anos após dois exames anuais 
consecutivos negativos. 
As mulheres que apresentarem laudo 
citopatológico de HSIL deverão ser 
encaminhadas à unidade de referência 
para realização de colposcopia: 
• Na presença de achados 
anormais maiores, junção 
escamocolunar (JEC) visível, 
lesão restrita ao colo e ausente 
suspeita de invasão ou doença 
glandular, deverá ser realizada a 
exérese da zona de 
transformação (EZT); 
• Na colposcopia com JEC visível e 
achados anormais menores, 
deve-se realizar biópsia. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Correta: A EZT é o 
procedimento destinado a tratar a 
doença ectocervical ou que não se 
estende mais de 1 cm no canal 
endocervical, como é o caso dessa 
paciente. 
Alternativa B - Incorreta: A conização à 
frio está indicada para o tratamento de 
lesões maiores ou em suspeita de 
microinvasão. Não está indicada para 
essa paciente. 
Alternativa C - Incorreta: Diante de 
achado de lesão de alto grau, a 
repetição da citologia é inaceitável 
como conduta inicial. 
Alternativa D - Incorreta: Amputação 
do colo com eletrocauterização não é o 
tratamento de escolha para a lesão 
apresentada pela paciente. 
 
 
 
95. Uma médica da Estratégia de Saúde 
da Família percebeu que, nas consultas 
de Puericultura, houve um aumento das 
queixas de agitação, irritabilidade e 
tristeza nas crianças, durante o período 
da pandemia da COVID-19. Muitos 
genitores, preocupados com as 
mudanças comportamentais dos filhos, 
estão solicitando a prescrição de 
medicamentos e encaminhamentos 
para consulta com Psicólogos. 
Nesse cenário, atenta à situação, a 
médica, em conjunto com a equipe de 
saúde, deve planejar e executar ações 
de saúde no território que contemplem 
esse novo momento. 
Considerando as informações 
apresentadas e com base na Educação 
Popular em Saúde, a principal ação a ser 
realizada com as famílias dessas 
crianças é a 
A) promoção de reuniões com 
profissionais do Centro de Atenção 
Psicossocial infantil e familiares para 
esclarecer o manejo medicamentoso 
dos casos. 
B) escuta ativa das queixas trazidas 
pelos familiares, para a compreensão 
do problema e construção dialogada da 
solução. 
C) utilização pelos profissionais da 
Unidade Básica de Saúde de uma série 
de técnicas de convencimento dos 
familiares para evitar a medicalização 
do sofrimento das crianças. 
D) elaboração de uma série de palestras 
informativas, com exposição das 
melhores evidências científicas para o 
tratamento das doenças 
neurodegenerativas da infância. 
CCQ: A escuta ativa é o primeiro passo 
na abordagem acolhedora de 
demandas psicológicas. 
Questão que traz um lado da 
puericultura que ganhou força com a 
pandemia: o acolhimento das queixas 
psicoemocionais. A pandemia afetou as 
crianças de diferentes faixas etárias, 
gerando atrasos na aquisição de 
habilidades, isolamento do convívio de 
outras crianças, alto tempo de 
exposição a telas e outros. Algumas das 
consequências são abordadas pela 
questão: agitação, irritabilidade e 
tristeza. Essas queixas devem ser 
valorizadas em toda consulta e a forma 
primária de abordagem é através da 
escuta ativa, onde se faz o acolhimento 
e mostra-se ao paciente empatia pelo 
ocorrido. A partir de então, criando 
vínculo com o paciente e a família, 
discute-se as indicações de psicoterapia 
ou mesmo uso de medicamentos, de 
forma individualizada. 
Alternativa A - Incorreta: O uso de 
medicação é individualizado. Situações 
possíveis de manejo na Atenção 
Primária, devem ser resolvidos no 
próprio serviço. 
Alternativa B - Correta: A escuta ativa 
é a base das consultas, especialmente 
de puericultura. Só através dela será 
possível pensar na melhor conduta. 
Alternativa C - Incorreta: Os casos com 
indicação de medicamento, podem 
recebê-lo. Os casos sem indicação, 
receberão outras orientações e a 
relação criada entre médico e família 
possibilitará que os responsáveis 
confiem na conduta. 
Alternativa D - Incorreta: Os sintomas 
descritos no enunciado não são 
compatíveis com doenças 
neurodegenerativas. 
 
96. Um homem com 72 anos de idade, 
hipertenso bem controlado, robusto, 
independente e assintomático 
apresentou, em consulta de rotina, 
próstata com volume aumentado. Não 
havia outras alterações no exame 
clínico. O paciente não tem história de 
câncer de próstata na família. O 
resultado do PSA, dosado 1 semana 
após o exame clínico, foi de 17 U/l (valor 
de referência < 3 U/l), o laudo da biópsia 
de próstata apresentou 
adenocarcinoma grupo 4: escore de 
Gleason = 8, com padrão 5+3 
(classificação da Sociedade 
Internacional de Patologia em 
Urologia). Ao ser informado do 
diagnóstico, o paciente relatou estar 
disposto a realizar o que lhe fosse 
recomendado. 
Considerando o caso clínico 
apresentado, o médico deve solicitar a 
A) realização de tomografiade pelve e 
abdome. 
B) repetição, de imediato, de biópsia de 
próstata. 
C) repetição da dosagem de PSA em 6 
meses. 
D) realização de novo PSA e de biópsia 
de próstata em 12 meses. 
CCQ: Saber que em pacientes com 
adenocarcinoma de próstata grupo 4 
de Gleason deve-se realizar uma TC de 
abdome e pelve antes de iniciar o 
tratamento 
Olá aluno(a) Aristo, tudo bem? Questão 
do INEP - REVALIDA - DF de 2022 
abordando o câncer de próstata, vamos 
revisar? 
O câncer de próstata é o segundo tipo 
de câncer mais comum em homens em 
todo o mundo, segundo dados do banco 
de dados GLOBOCAN . Em áreas 
desenvolvidas, o câncer de próstata 
está sendo cada vez mais diagnosticado 
quando o tumor está confinado à 
próstata, devido, pelo menos em parte, 
à triagem com antígeno prostático 
específico (PSA). 
O manejo inicial de homens com câncer 
de próstata recém-diagnosticado 
precisa incorporar a consideração da 
história natural prolongada da doença e 
o risco de progressão para doença 
disseminada e potencialmente fatal. 
A avaliação inicial deve incluir o 
estadiamento clínico baseado em um 
exame de toque retal por um clínico 
experiente para avaliar a extensão da 
doença, o antígeno sérico específico da 
próstata (PSA) pré-tratamento, o 
escore/grupo de grau de Gleason na 
biópsia inicial e o número e extensão do 
envolvimento do câncer nos núcleos de 
biópsia. O escore de Gleason é dividido 
dessa forma: 
• Grupo de grau 1 (pontuação de 
Gleason 3+3) 
• Grupo de grau 2 (pontuação de 
Gleason 3+4) 
• Grupo de grau 3 (pontuação de 
Gleason 4+3) 
• Grupo de grau 4 (pontuação de 
Gleason 4+4, 3+5 ou 5+3) 
• Grupo de grau 5 (pontuação de 
Gleason 4+5, 5+4 ou 5+5) 
Estudos de imagem (cintilografia óssea 
com radionuclídeos, tomografia 
computadorizada [TC] de abdome e 
pelve, ressonância magnética 
multiparamétrica [RM]) são usados 
seletivamente para avaliar extensão 
extraprostática, adenopatia regional ou 
metástases à distância, dependendo do 
estadiamento clínico inicial e da 
estimativa de risco. 
Os pacientes com escore de Gleason de 
8 a 10 (grupo de grau 4 ou 5) são 
classificados como de risco muito alto. 
Esses pacientes apresentam alto risco 
de envolvimento dos linfonodos e todos 
devem ser submetidos a exames de 
imagem da pelve como a tomografia 
computadorizada [TC] ou ressonância 
magnética [RM] antes do tratamento. 
Visto isso, vamos analisar as 
alternativas. 
Alternativa A - Correta: Como foi dito 
no texto, os pacientes com escore de 
Gleason de 8 a 10 (grupo de grau 4 ou 5) 
são classificados como de risco muito 
alto. Esses pacientes apresentam alto 
risco de envolvimento dos linfonodos e 
todos devem ser submetidos a exames 
de imagem da pelve como a tomografia 
computadorizada [TC] ou ressonância 
magnética [RM] antes do tratamento. 
Alternativa B, C e D - Incorreta: Com a 
presença do laudo de adenocarcinoma, 
não se faz necessário realizar uma nova 
biópsia. E o rastreio com o PSA não leva 
em nada, pacientes com 
adenocarcinoma devem iniciar o 
tratamento o quanto antes. 
 
97. Uma paciente com 40 anos de idade 
procura a Unidade Básica de Saúde com 
ferimento cortocontuso de 7 cm de 
extensão na face anterior da coxa 
direita, de bordas regulares, 
acometendo pele, tecido subcutâneo e 
musculatura, causado por vidro. O 
sangramento local é de pequena 
monta. Informa reforço de vacina 
antitetânica há 1 ano. 
Após antissepsia local, bloqueio 
anestésico e limpeza da ferida, tendo-
se constatado que não há corpos 
estranhos, deve-se realizar o reparo da 
ferida com 
A) fio absorvível 3-0 para a musculatura, 
fio absorvível 3-0 para o tecido celular 
subcutâneo e fio não absorvível 3-0 para 
a pele. 
B) fio absorvível 5-0 para a musculatura, 
fio absorvível 5-0 para o tecido celular 
subcutâneo e fio absorvível 4-0 para a 
pele. 
C) fio não absorvível 3-0 para a 
musculatura, fio não absorvível 3-0 para 
o tecido celular subcutâneo e fio não 
absorvível 3-0 para a pele. 
D) fio não absorvível 5-0 para a 
musculatura, fio não absorvível 5-0 para 
o tecido celular subcutâneo e fio não 
absorvível 4-0 para a pele. 
 
 
CCQ: Saber que via de regra na sutura 
da musculatura e tecido celular 
subcutâneo utilizamos fios 
absorvíveis e para a pele fios não 
absorvíveis 
Caro aluno Aristo, essa questão aborda 
um tema que temos pouco contato, 
mas que pode te render um ponto extra 
importante nas provas. Topa revisar 
com a gente? 
Os fios de sutura podem ser 
classificados de várias formas. A 
principal delas é quanto a absorção pelo 
organismo: 
• Absorvíveis: Catgute, Vicryl 
(Ácido Poliglicólico), Monocryl; 
• Não absorvíveis: Nylon, 
Polipropileno, Seda e Algodão. 
Como regra geral, em regiões 
profundas e cavidades usamos os fios 
absorvíveis (pois não realizaremos a 
retirada dos fios depois). Já em regiões 
superficiais, como a pele, utilizamos 
fios não absorvíveis! Mas lembre-se 
que quando fazemos suturas 
intradérmicas na pele utilizados fios 
absorvíveis (Monocryl). 
Um outro ponto que eventualmente 
causa dúvidas é o tamanho dos fios. 
Lembre-se que quanto maior o 
número de zeros um fio possui, menor 
é o seu diâmetro. Ou seja, um fio 3-0 é 
mais grosso que um fio 5-0, por 
exemplo! O fio mononylon 3-0 é o mais 
comumente utilizado para pele, sendo 
útil para a maior parte do organismo. 
Um fio 5-0, por sua vez, é mais utilizado 
em locais delicados como pálpebras e 
supercílio! 
Agora que já revisamos isso vamos 
procurar uma alternativa correta? 
Um algo a mais: O fio de aço é o fio com 
maior força tênsil dentre todos! 
Alternativa A - Correta: Isso mesmo! 
Utilizamos fios absorvíveis para 
musculatura e tecido celular 
subcutâneo e fio não absorvível para a 
pele. Essa é a regra geral! 
Alternativa B - Incorreta: Fios 
absorvíveis até podem ser utilizados 
para a sutura de pele, mas isso é restrito 
para regiões delicadas e tipos especiais 
de sutura. No caso da paciente trazida 
pela banca temos um ferimento grande 
na região da coxa e por isso a sutura 
com fio não absorvível 3-0 (como o 
nylon) é o mais indicado! 
Alternativa C e D - Incorretas: 
Utilizamos fio absorvível para a 
musculatura e tecido celular 
subcutâneo! 
 
98. Uma criança do sexo masculino 
com 10 meses de idade, previamente 
hígida, comparece à unidade de pronto 
atendimento com quadro de diarreia e 
vômitos há 2 dias, e oligúria há 1 dia, 
segundo relato da mãe. Ao exame 
físico, apresenta frequência respiratória 
= 55 incursões respiratórias por minuto, 
saturometria de 98%; auscultas 
cardíaca e respiratória sem alterações; 
frequência cardíaca = 140 batimentos 
por minuto; pressão arterial adequada; 
ausência de edema. Os exames 
laboratoriais mostram: sódio = 128 
mEq/l, K = 4,8 mEq/l, bicarbonato = 13 
mEq/l, ureia = 62 mg/dl, creatinina = 1,4 
mg/dl, fração de excreção de sódio < 
1%. 
Diante desse quadro, a conduta 
imediata mais adequada em relação ao 
paciente, após medidas de suporte e 
acesso venoso, é solicitar 
A) expansão volêmica endovenosa com 
cloreto de sódio (NaCl) a 0,9%. 
B) aplicação endovenosa de 
bicarbonato de sódio a 8,4%. 
C) realização de tratamento de 
substituição renal. 
D) aplicação endovenosa de 
furosemida. 
 
 
CCQ: Saber que a desidratação por 
GEA pode levar a insuficiência renal 
pré renal 
Olá, pessoal! Temos aqui uma questão 
que aborda uma criança com 
gastroenterite para avaliarmos o grau 
de hidratação e definirmos a conduta. 
Lembram dos Planos A, B e C do 
Ministério da Saúde do estado de 
hidratação do paciente? Não deixem 
de revisá-lo! 
Frente a uma criança com diarreia e/ou 
vômitos temos que avaliar o grau de 
hidratação. E como fazer isso? Avaliar: 
• estado geral (ativo, alerta, 
irritado ou comatoso); 
• os olhos (normais, fundos ou 
muito fundos e secos); 
• as lágrimas (presentes, 
reduzidas ou ausentes);• a sede (bebe normal e sem sede, 
sedento ou incapaz de beber); 
• o sinal da prega (desaparece 
rapidamente, desaparece 
lentamente ou desaparece 
muito lentamente); 
• o pulso (cheio, rápido e fraco ou 
muito fraco ou ausente). 
Assim, definimos se o paciente está 
hidratado ou desidratado e qual o grau 
dessa desidratação. 
Bom, e como se encontra nosso 
paciente? É relatado um lactente de 10 
meses, com diarreia e vômitos há dois 
dias. Ele apresenta-se com oligúria 
(sinal de alerta!), taquicardia (mais um 
sinal de desidratação) e alterações 
laboratoriais que mostram 
comprimetimento renal: 
hiponatremia, queda do bicarbonato 
(acidose metabólica) e aumento da 
cretinina. 
• Diante desse cenário, podemos 
concluir que nosso paciente 
evoluiu com um insuficiência 
renal aguda pré renal 
decorrente a hipovolemia pela 
desidratação. 
• Devemos indicar reposição 
volêmica com soro fisiológico 
0,9%, manter fluidos de 
reposição e reposição de perdas. 
Manter também o 
acompanhamento dos níveis 
séricos de Na. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Correta: Exatamente 
como discutimos acima. 
Alternativa B - Incorreta: Nesse 
momento inicial não devemos repor o 
bicarbonato. Apenas o manejo com 
soroterapia. Indica-se sua reposição em 
casos extremos, de pH < 6,9. 
Alternativa C - Incorreta: Situação 
extrema em que as medidas iniciais não 
foram efetivas. 
Alternativa D - Incorreta: A furosemida 
ia acarretar em mais alterações iônicas. 
 
99. Uma primigesta com 24 anos 
comparece à consulta médica de rotina 
de pré-natal com 38 semanas. Relata 
dores em cólica associadas às 
contrações uterinas. No exame 
obstétrico, apresentou dinâmica 
uterina positiva e, após as manobras de 
Leopold, notou-se o dorso à direita, 
com polo cefálico na pelve, conforme 
figura a seguir. 
A partir dessas informações, a situação, 
apresentação e posição do feto são, 
respectivamente: 
 
A) situação cefálica, apresentação 
longitudinal, variedade de posição 
occípito-esquerda-posterior. 
B) situação cefálica, apresentação 
longitudinal, variedade de posição 
occípito-direita-posterior. 
C) situação longitudinal, apresentação 
cefálica, variedade de posição occípito-
direita-posterior. 
D) situação longitudinal, apresentação 
cefálica, variedade de posição naso-
esquerda-anterior. 
CCQ: Saber que um polo cefálico na 
pelve implica necessariamente em 
apresentação cefálica e situação 
longitudinal e que dorso à direita 
implica em variedade occípito-direita 
Olá Aluno! Aqui estamos frente a uma 
questão que nos cobra o conhecimento 
da topografia do feto dentro do útero 
de acordo com vários aspectos. Vamos 
conversar sobre isso? 
No que tange a situação fetal, nós 
podemos ter uma situação transversa, 
longitudinal ou oblíqua. Observe: 
 
Visto a situação, veremos a 
apresentação. Na situação longitudinal, 
podemos ter a apresentação cefálica 
ou pélvica, assim como na oblíqua, 
que tende a se tornar longitudinal. A 
situação transversa possui uma 
apresentação córmica. 
 
*Fonte das duas imagens: 
www.medpri.me. 
A variedade de posição é algo mais 
complexo. Possui diversas variações e é 
mais precisamente analisada no toque 
vaginal, porém, o dorso fetal e o 
occipício devem estardo mesmo lado; 
portanto, uma palpação do dorso 
fetal nos dá uma ideia verossímil de 
onde está o occipício e portanto nos 
oferece uma noção da variedade de 
posição. 
Dito isso, vamos às alternativas! 
Alternativa A - Incorreta: Não existe 
situação cefálica. 
Alternativa B - Incorreta: Não existe 
situação cefálica. 
Alternativa C - Correta: Perfeito! Se o 
polo cefálico está na pelve, 
necessariamente é uma situação 
longitudinal e apresentação cefálica. Se 
o dorso está a direita, o occipício fetal 
também está. 
Alternativa D - Incorreta: Por 
padronização, o ponto de referência 
para variedade de posição é o occipício, 
não existindo variedade naso-esquerda. 
 
100. Uma mulher com 32 anos de idade 
comparece à consulta médica 
agendada na Unidade Básica de Saúde 
levando o resultado de exame 
citopatológico do colo uterino coletado 
há 1 mês. A paciente, muito nervosa, 
confessa que havia lido o resultado do 
exame e que pesquisou na internet 
sobre o tema. Ressaltou que segue 
corretamente às orientações do seu 
médico e que, aos 29 anos de idade, 
realizou o mesmo exame, com 
resultado normal. O resultado do 
exame citopatológico do colo uterino 
realizado no último mês apresentou 
amostra satisfatória, 
representatividade da junção escamo 
colunar, presença de células escamosas 
e glandulares e presença de ASCUS - 
(células escamosas atípicas de 
significado indeterminado). 
Considerando o caso apresentado, após 
explicar à paciente que há presença de 
um exame com alteração, o médico de 
família deve 
A) repetir o exame citopatológico do 
colo uterino no momento da consulta. 
B) solicitar novo exame citopatológico 
do colo uterino em 12 meses e, caso a 
alteração permaneça, avaliar indicação 
de cirurgia. 
C) encaminhar a paciente para o serviço 
especializado de Ginecologia para 
realização de um novo exame mais 
detalhado, a colposcopia. 
D) solicitar novo exame citopatológico 
do colo uterino em 6 meses e, caso a 
alteração permaneça, solicitar a 
realização de um exame mais 
detalhado, a colposcopia. 
 
 
CCQ: Saber que, diante de achado de 
células escamosas atípicas de 
significado indeterminado (ASC-US) 
https://medpri.me/upload/texto/texto-aula-759.html
em citopatológico de paciente ≥ 30 
anos, o exame deve ser repetido em 6 
meses 
E aí, pessoal! Tudo tranquilo? Questão 
que exige conhecimento sobre os 
achados do citopatológico e, 
consequentemente, a conduta diante 
deles. A banca nos traz uma paciente de 
32 anos com achado de ASC-US no 
exame de rastreamento para câncer de 
colo uterino e questiona sobre a 
conduta correta. Esse é um tema muito 
frequente nas provas! Sendo assim, 
vamos revisar com atenção: 
De acordo com o Ministério da Saúde, o 
exame citopatológico é o método de 
rastreamento do câncer do colo do 
útero e de suas lesões precursoras, 
devendo o início da coleta ser aos 25 
anos e seguir até os 64 anos de idade. Os 
dois primeiros exames devem ser 
realizados com intervalo anual e, se 
ambos os resultados forem negativos, 
os próximos devem ser realizados a 
cada 3 anos. 
Para facilitar, faremos o pensamento 
inverso nesse caso! De todos os achados 
alterados no exame, aqueles que NÃO 
serão encaminhados diretamente à 
colposcopia são apenas dois: o achado 
de células escamosas atípicas de 
significado indeterminado possivelmente 
não neoplásicas (ASC-US) e de lesão de 
baixo grau (LSIL). Qualquer achado 
alterado diferente disso será 
encaminhado diretamente à 
colposcopia. 
A conduta diante de um achado de 
atipia de células escamosas de 
significado indeterminado (ASC-US) no 
exame citopatológico varia de acordo 
com a idade da paciente: 
• Em mulheres < 25 anos, 
devemos repetir o exame em 3 
anos; 
• Entre 25 e 29 anos, a citologia 
deve ser repetida em 12 meses; 
• Já em pacientes ≥ 30 anos, a 
citologia deve ser repetida em 6 
meses. 
Vamos analisar cada alternativa: 
Alternativa A - Incorreta: Não há 
indicação de repetir o exame 
citopatológico no momento da 
consulta. A indicação é de que seja 
repetido em 6 meses. 
Alternativa B - Incorreta: A repetição 
do exame em 12 meses estaria correta 
se a paciente estivesse na faixa etária 
entre 25 a 29 anos. 
Alternativa C - Incorreta: Como vimos, 
os achados de ASC-US e LSIL não 
possuem indicação de colposcopia 
imediatamente. 
Alternativa D - Correta: A conduta 
correta diante de achado de ASC-US 
em paciente com 30 anos ou mais é 
repetir o exame em 6 meses. A 
colposcopia dependerá do resultado do 
segundo exame.

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