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2022 
1. Uma mulher com 51 anos de idade, 
em tratamento para osteoporose com 
bifosfonato, comparece ao ambulatório 
de infectologia de um hospital escola 
para receber o resultado da 
investigação diagnóstica de quadro de 
lesão crônica oro-cérvico-facial à 
direita. Segundo a paciente, a lesão 
iniciou-se há cerca de 18 meses como 
um endurecimento inflamatório logo 
abaixo da mandíbula, bem ao nível de 
seu ângulo; ao longo de alguns dias, a 
lesão tornou-se um nódulo endurecido 
que, posteriormente, se ulcerou, dando 
saída a secreção purulenta contendo 
granulações amareladas por 2 tratos 
fistulosos. Conta que procurou 
assistência médica, tendo realizado 
tratamento antibiótico por algumas 
vezes, sempre por 7 a 14 dias, com 
melhora inicial do quadro, mas retorno 
da drenagem de material nas semanas 
seguintes. Acrescenta que, há 4 
semanas, foi submetida a 
procedimento de biópsia local, tendo 
retornado ao ambulatório para saber o 
resultado da investigação diagnóstica. 
O laudo histopatológico revelou a 
presença de granulações contendo 
material inflamatório linfo-histiocitário 
associado a camadas densas de 
neutrófilos, no interior das quais são 
observadas massas de bactérias gram-
positivas com filamentos ramificados, 
além de material sugestivo de 
depósitos de fosfato de cálcio. As 
culturas do material drenado isolaram, 
além de Actinomyces israelli, Eikenella 
corrodens e espécies de 
Staphylococcus. Ao exame físico, a 
paciente apresenta 2 elementos 
molares da arcada dentária inferior, 
bem adjacentes à lesão cérvico-facial, 
em péssimo estado de conservação, 
com processo inflamatório inequívoco. 
Nesse caso, o fármaco adequado, de 
uso prolongado, para a conduta 
terapêutica antimicrobiana é 
A) oxacilina. 
B) cefalexina. 
C) clindamicina. 
D) levofloxacina. 
QUESTÃO ANULADA 
Temos aqui um caso clínico complexo 
da prova do Revalida de 2022, que, ao 
final, aborda o tópico de 
antimicrobianos. Infelizmente, a 
questão acabou anulada, pois nenhuma 
resposta era apropriada. Mesmo assim, 
vamos analisar o caso? 
Nossa paciente está em tratamento 
para osteoporose com bisfosfonatos, e 
é importante você lembrar que esses 
medicamentos têm como efeito 
colateral característico a 
osteonecrose mandibular. A 
apresentação dessa condição pode 
cursar com dor, dificuldade de 
mobilização, edema e eritema. O 
diferencial nesse caso clínico é perceber 
que a osteonecrose propiciou a 
formação de um micetoma 
cervicofacial. 
O micetoma cervicofacial se comporta 
exatamente como descrito no 
enunciado: uma lesão nodular que, 
posteriormente, se torna ulcerada, com 
saída de secreção amarelada e 
granulada - característica da espécie 
Actinomyces israelli. O laudo 
histopatológico justamente reforça: há 
a presença de infiltrado inflamatório 
associado à massas de bactérias gram-
positivas com filamentos - de novo o 
Actinomyces!. Por fim, via cultura, 
confirma-se a presença de Actinomyces 
israelli, Eikenella corrodens - um bacilo 
gram negativo anaeróbico, muito 
frequentemente associado ao 
Actinomyces - e espécies de 
Staphylococcus. 
E qual antibioticoterapia utilizar? 
No caso do micetoma pelo 
Actinomyces, o tratamento “de uso 
prolongado”, como o solicitado na 
questão, seria idealmente a penicilina 
G por via intravenosa por algumas 
semanas, seguida de penicilina oral, 
com tempo total de tratamento de 12 
meses. Nos casos graves, pode-se 
lançar mão de Imipenem (500 mg) EV 
de 6/6h. 
Note que nenhuma das alternativas 
fornece essas opções, motivo pelo qual 
foi anulada. 
Vamos então analisá-las 
individualmente: 
Alternativa A - Incorreta: A Oxacilina é 
uma droga com cobertura específica 
para estafilococos produtores de 
penicilinase. Não surtiria efeito contra o 
Actinomyces ou Eikenella. 
Alternativa B - Incorreta: A Cefalexina 
é uma cefalosporina de primeira 
geração, com espectro limitado. É 
utilizada em infecções superficiais de 
pele e não oferece cobertura. 
Alternativa C - Incorreta: A 
Clindamicina não seria a primeira 
indicação para uso prolongado. Seu uso 
é controverso, pois algumas referências 
mostram ação in vitro, mas ela deve ser 
evitada pela alta resistência do 
Actinomyces. 
Alternativa D - Incorreta: O 
Levofloxacino não possui nenhuma 
indicação nesse caso, pois não cobre 
apropriadamente nenhuma bactéria 
encontrada na cultura, além de 
apresentar alta taxa de resistência pelo 
Actinomyces. Também, dificilmente as 
fluoroquinolonas são antibióticos de 
escolha para uso contínuo por seus 
efeitos adversos osteocondrais. 
 
2. Um paciente com 72 anos de idade, 
tabagista, vem se queixando de 
icterícia, acolia, colúria e prurido há 
cerca de 2 meses de forma progressiva. 
Ao exame físico, apresenta icterícia 
+++/4 e massa palpável, de consistência 
amolecida e indolor no hipocôndrio 
direito, mais precisamente no ponto 
cístico. Os exames laboratoriais 
apresentam os seguintes resultados: 
hemograma com discreta anemia, AST 
de 64 U/l, AlT de 88 U/l, bilirrubina total 
de 32 mg/dl, sendo 24 mg/dl de 
bilirrubina direta e 8 mg/dl de bilirrubina 
indireta. 
Com base nos dados apresentados, 
entre os diagnósticos a seguir, qual é o 
mais provável? 
A) Coledocolitíase. 
B) Adenocarcinoma de vesícula biliar. 
C) Adenocarcinoma de cabeça de 
pâncreas. 
D) Colangiocarcinoma da confluência 
dos ductos hepáticos. 
 
CCQ: Idoso com síndrome colestática 
progressiva + massa palpável em 
ponto cístico = adenocarcinoma de 
cabeça de pâncreas 
A respeito de paciente de 72 anos, 
tabagista, com queixa de icterícia, 
acolia, colúria e prurido progressivos, há 
cerca de dois meses, com icterícia +++/4 
e massa palpável indolor em região de 
ponto cístico, com exames 
demonstrando hiperbilirrubinemia de 
32 mg/dl, às custas de bilirrubina direta. 
Qual o diagnóstico mais provável? 
Adenocarcinoma de cabeça de 
pâncreas, correto? É o tumor 
periampular mais comum e que justifica 
as alterações clínicas apresentadas pelo 
paciente. 
Bora avaliar as alternativas!!! 
Alternativa A - Incorreta: 
Coledocolitíase não cursaria com 
síndrome colestática tão progressiva e 
nem com massa palpável abdominal 
compatível com vesícula biliar 
escleroatrófica; 
Alternativa B - Incorreta: 
Adenocarcinoma de vesícula biliar não 
cursa com colestase, visto que não 
temos uma obstrução de colédoco; 
Alternativa C - Correta: Conforme 
explicação acima; 
Alternativa D - Incorreta: Tumor de 
Klatskin, também conhecido como 
tumor da confluência dos ductos 
hepáticos, não cursa com palpação de 
vesícula biliar indolor ao exame físico. 
 
 
3. Um menino com 5 anos de idade, 
acompanhado da mãe, é atendido em 
unidade de saúde. A mãe relata o 
aparecimento abrupto de manchas 
arroxeadas indolores nos membros 
inferiores da criança há 2 dias, sem 
outras queixas. Há 1 mês, conta que o 
filho apresentou quadro de resfriado 
comum, para o qual fez uso somente de 
soro fisiológico para lavagem nasal. 
Nega uso recente de medicamentos ou 
antecedentes familiares relevantes. Ao 
exame clínico, o menino apresenta 
regular estado geral, corado, hidratado, 
anictérico, acianótico, afebril e 
eupneico; baço palpável ao nível de 
rebordo costal esquerdo, presença de 
petéquias e equimoses indolores em 
membros inferiores. Exame de Fundo 
de Olho sem sinais de sangramento. 
Sem evidência de outros sangramentos 
ou outros achados clínicos relevantes. 
Os exames laboratoriais iniciais 
evidenciaram hemoglobina de 12,3 g/dl 
(valor de referência [VR]: 12,6 g/dl); 
hematócrito de 38% (VR: 37%); 
contagem de 5.700 leucócitos/mm3 
(VR: 5.000-15.000/mm3), com 37% de 
segmentados, 44% de linfócitos, 1% de 
monócitos e contagem de plaquetas de 
64.000/mm3 (VR: 150.000- 
450.000/mm3). Coagulograma com um 
tempo de tromboplastina de 12,5 
segundos (VR: 10-14 segundos), 100% 
deatividade de protrombina e um 
tempo de tromboplastina ativada de 31 
segundos (VR: 25-36 segundos). 
Considerando a principal hipótese 
diagnóstica para esse caso, qual deve 
ser a conduta terapêutica inicial? 
 
A) Terapia com corticosteroide. 
B) Internação para esplenectomia. 
C) Observação clínica ambulatorial. 
D) Administração de imunoglobulina. 
CCQ: Petéquias e equimoses + 
plaquetopenia, especialmente após 
IVAS, pense na púrpura 
trombocitopênica idiopática, onde na 
criança, o tratamento tende a ser a 
observação clínica 
Ei pessoal, tudo joia? Questãozinha 
sobre distúrbios da hemostasia na 
pediatria. Vamos rever juntos? 
Temos na questão uma criança que 
após um quadro de IVAS começou a 
apresentar púrpuras (essas manchas 
arroxeadas) na pele. Quando pedimos 
os exames laboratoriais, notamos: uma 
anemia leve com hematócrito 
levemente aumentado. O resto normal 
exceto pelo principal que nos guiará 
para o diagnóstico: a plaquetopenia. 
Sempre que tiver um quadro de 
petéquias e equimoses + 
plaquetopenia, especialmente após 
IVAS, pense na púrpura 
trombocitopênica idiopática ou 
autoimune. 
Esse quadro ocorre por deposição de 
anticorpos na membrana plaquetária. 
Quando o baço identifica essas 
plaquetas, elas são destruídas (por isso 
podemos ter um aumento do baço 
também). O quadro clássico é o de 
plaquetopenia e mais nada, mas fique 
atento, pois algumas questões, como 
essa, tentam lhe desviar do caminho 
certo ao colocar anemia, por exemplo. 
E o tratamento? É feito com prednisona 
e indicado quando as plaquetas estão < 
20.000/mm³ ou < 30.000/mm³ 
associadas a um sangramento mucoso. 
Em crianças, o tratamento 
convencional e sugerido como mais 
adequado hoje em dia é a observação 
clínica e laboratorial, uma vez que 80% 
das crianças melhoram 
espontaneamente em até 6 meses. 
Vamos ver o que as alternativas dizem 
sobre o tratamento da condição: 
Alternativa A - Incorreta: Não, pois as 
plaquetas não estão abaixo de 20.000. 
Alternativa B - Incorreta: Não, esse é 
um tratamento possível quando houve 
refratariedade do quadro após conduta 
conservadora e medicamentosa. 
Alternativa C - Correta: Opa, 
exatamente!! Dada a história natural da 
doença na maior parte dos casos na 
criança, vamos observar. 
Alternativa D - Incorreta: 
Consideramos a imunoglobulina em 
casos muito graves, apenas. 
 
4. Segundo o Instituto Nacional do 
Câncer (INCA), o rastreamento do 
câncer de mama organizado por 
mamografia de rotina (em que se 
convida formalmente as mulheres na 
faixa etária alvo para os exames 
periódicos), além de garantir controle 
de qualidade, seguimento oportuno e 
monitoramento em todas as etapas do 
processo, apresenta melhores 
resultados e menores custos que o 
rastreamento oportunístico. 
Considerando as informações 
apresentadas, para qual faixa etária e 
em que periodicidade, 
respectivamente, o INCA recomenda o 
rastreamento do câncer de mama 
organizado por mamografia de rotina? 
A) 45 aos 69 anos de idade; anualmente. 
B) 50 aos 79 anos de idade; anualmente. 
C) 40 aos 69 anos de idade; a cada 2 
anos. 
D) 50 aos 69 anos de idade; a cada 2 
anos. 
CCQ: O rastreio de câncer de mama é 
preconizado pelo INCA dos 50 aos 69 
anos de idade com exame realizado 
bianualmente caso normalidade 
Olá, pessoal! Fala, aluno Aristo! Mais 
uma questão sobre câncer de mama 
devido à relevância desse tema, uma 
vez que sabemos que ele representa o 
segundo câncer mais comum no mundo 
e é o mais frequente entre as mulheres. 
Diante disso, é importante ter domínio 
sobre alguns tópicos, sendo um deste 
os fatores de risco associados a essa 
neoplasia. Por isso, vamos revisar os 
principais: 
• Sexo feminino. 
• Raça branca. 
• Antecedente pessoal de câncer 
de mama. 
• Lesões histológicas que indicam 
risco como hiperplasia ductal ou 
lobular. 
• Nuliparidade e primiparidade 
idosa. 
• História familiar de câncer de 
mama em parentes de primeiro 
grau. 
• Sedentarismo. 
• Exposição à radiação ionizante. 
Referente ao diagnóstico, sabe-se que o 
exame clínico das mamas é uma das 
ferramentas adotadas e necessita ser 
realizada pelo profissional de saúde. 
Essa abordagem demonstrou-se efetiva 
em reduzir a mortalidade por câncer de 
mama. Todavia, a mamografia é o 
método de escolha dos programas de 
rastreamento, sendo recomendada na 
faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois 
anos pelo Ministério da Saúde e INCA. 
Agora, vamos analisar as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Tanto a faixa 
etária quanto a periodicidade descritas 
não são as preconizadas pelo INCA. 
Alternativa B - Incorreta: É apenas até 
os 69 anos e o exame é bianual. 
Alternativa C - Incorreta: É 
preconizado idade a partir dos 50 anos. 
Alternativa D - Correta: Exato! 
Conforme justificado no texto acima. 
 
5. Um homem com 48 anos de idade é 
obeso, tabagista e hipertenso há 6 anos, 
quando, devido a esse quadro, foi-lhe 
recomendada mudança do estilo de 
vida e prescrita farmacoterapia. 
Procura hoje a Unidade Básica de Saúde 
(UBS) com níveis tensionais elevados, 
glicemia alterada e referindo ter 
deixado de usar os medicamentos anti-
hipertensivos prescritos dizendo "eles 
estão me fazendo sentir doente". O 
paciente relata que, durante a 
pandemia da COVID-19, deixou de 
seguir as orientações alimentares, de 
atividade física e de cessação do 
tabagismo. 
Para esse caso, a conduta a ser adotada 
pela equipe da UBS é 
A) construir um projeto terapêutico 
singular e pactuar com o paciente as 
propostas de ações para a mudança do 
estilo de vida e a adesão 
medicamentosa. 
B) esclarecer o paciente, no projeto 
terapêutico singular, sobre as 
consequências da não adesão ao 
tratamento, destacando o perigo dos 
potenciais danos clínicos e reiterando 
firmemente o aconselhamento. 
C) utilizar, no projeto terapêutico 
singular, a negação do paciente aos 
problemas apresentados e a adesão ao 
tratamento como formas de pressão 
para obtenção da mudança do estilo de 
vida. 
D) condicionar, na construção do 
projeto terapêutico singular, a adesão 
às mudança do estilo de vida e ao 
tratamento farmacológico e comunicar 
ao paciente que, se não seguir as 
orientações da equipe, não poderá mais 
ser atendido na UBS. 
CCQ: Saber que o Projeto Terapêutico 
Singular, um projeto interprofissional 
e holístico, é a abordagem ideal para 
problemas complexos na APS 
Querido aluno Aristo, questão não tão 
Pareto acerca de uma abordagem de 
alto envolvimento da equipe de 
Atenção Primária, e que destina um 
volume de recursos humanos alto, em 
um determinado período de tempo, 
para o paciente. 
O Projeto Terapêutico Singular (PTS) 
é a elaboração de um plano conjunto 
entre diversas áreas da saúde presentes 
no serviço, de modo a abordar o quadro 
do paciente com um ponto de vista 
interprofissional e holístico. Tal 
abordagem é extremamente benéfica 
para a longitudinalidade, visto que 
aborda o paciente e o seu meio de 
diversas formas, com diversas ações 
distribuídas no tempo, por meio de 
vários atores da prestação de cuidado. 
Como é um projeto que compartilha 
metas e objetivos, este geralmente 
aborda as problemáticas do paciente 
sob diversos pontos de vista, dando 
também ao paciente mais 
conhecimento acerca do seu quadro de 
saúde e firmando pactuações com 
diversos profissionais para que os 
planos terapêuticos sejam seguidos. 
A criação de um vínculo de 
corresponsabilização, com a divisão 
clara de tarefas entre os profissionais e 
o paciente, é a abordagem preferencial. 
Uma abordagem paternalista, onde o 
profissional “manda” e o paciente 
“obedece” geralmente acaba 
desmotivando o paciente e impedindo 
que este seja protagonista nas 
mudanças de estilo de vida e na adesão 
terapêutica que a equipe planejou junto 
com o paciente. 
Agora que você já sabe sobre o PTS, quetal avaliarmos nossas alternativas? 
Alternativa A – Correta: Exatamente! 
O PTS vai ser um projeto de 
acompanhamento longitudinal, com o 
propósito final de desenvolver 
propostas de mudanças de estilo de 
vida e de adesão medicamentosa para o 
paciente ou para seu ambiente. 
Alternativa B – Incorreta: A 
abordagem pelo medo das 
complicações é uma abordagem pouco 
eficaz, uma vez que o paciente não 
parece ser sintomático. Dessa forma, a 
educação em saúde acerca da sua 
condição de saúde e da importância das 
medicações e dos hábitos passa a ter 
muito mais validade. 
Alternativa C – Incorreta: Não. Utilizar 
a negação do paciente como maneira 
de pressionar não é uma alternativa de 
promoção de saúde, ainda mais para 
um problema crônico, que exige 
mudança de estilo de vida. 
Alternativa D – Incorreta: Não! Essa 
alternativa fere totalmente os atributos 
do acesso e da integralidade, além do 
princípio da equidade, visto que é um 
paciente com uma condição de difícil 
abordagem, e que precisa de mais 
recursos para que seja feita alguma 
mudança no seu estilo de vida. 
 
6. Um homem com 64 anos de idade 
chega ao serviço de emergência, 
conduzido pelos familiares, por 
confusão mental e sonolência. O 
paciente tem história de hipertensão 
arterial sistêmica com difícil controle. 
Ao exame, apresenta edema de papila 
ao fundo de olho, pressão arterial (PA) 
de 220 x 130 mmHg, presença de 4ª 
bulha na ausculta cardíaca. O restante 
do exame físico não apresenta 
alterações. A tomografia de crânio sem 
contraste não evidenciou sinais de 
isquemia cerebral. 
O tratamento de primeira escolha a ser 
proposto para esse paciente é iniciar 
A clonidina, via oral, com o objetivo de 
reduzir a PA em até 50% em 24 horas ou 
para uma PA na faixa de 140 x 90-85 
mmHg. 
B nitroprussiato endovenoso com o 
objetivo de reduzir a PA em até 25% em 
2 horas ou para uma PA na faixa de 160 
x 100-110 mmHg. 
C nitroglicerina endovenosa com o 
objetivo de reduzir a PA em até 25% em 
2 horas ou para uma PA na faixa de 160 
x 100-110 mmHg. 
D captopril, via sublingual, com o 
objetivo de reduzir a PA em 50% em 8 
horas ou para uma PA na faixa de 140 x 
90-85 mmHg. 
QUESTÃO ANULADA 
Dae querido aluno! Tranquilo? Temos 
aqui uma questão clássica de 
Encefalopatia Hipertensiva (EH), que, 
infelizmente, acabou sendo anulada 
pela banca de forma inadequada. 
Mesmo assim, vamos revisar esse tema 
tão importante! 
As emergências hipertensivas devem 
conter duas condições: hipertensão + 
lesão de órgão alvo. No caso, temos 
um paciente com alteração no nível de 
consciência e papiledema - dois sinais 
clínicos da EH, que também pode cursar 
com cefaleia. Aqui devemos nos 
atentar no diagnóstico diferencial com 
os acidentes vasculares: a ausência de 
sinais focais também fala a favor da EH, 
e, a TC de crânio afasta ainda mais a 
possibilidade de AVC. 
Sendo definido o diagnóstico, como 
manejamos a EH? 
As recomendações gerais de redução 
da PA na EH são: 
• Diminuir a PA em 25% na 1ª 
hora; 
• Alcançar PA 160/100 -110 mmHg 
em 2-6 h 
• PA 135/85 mmHg em 24-48 h do 
início do tratamento. Lembre-se 
que, quedas maiores que isso 
podem ser danosas, levando à 
hipoperfusão de órgãos nobres. 
Por fim, para alcançar esses objetivos, 
podemos lançar mão de anti-
hipertensivos EV, sendo os principais: 
• Nitroprussiato de sódio 
• Nicardipina 
• Betabloqueadores: 
labetalol/metoprolol 
Essas são as medicações de escolha 
para tratamento de uma encefalopatia 
hipertensiva. 
Assim, vamos analisar alternativa por 
alternativa: 
Alternativa A - Incorreta: Reduzir a PA 
em 50% significaria chegar em valores 
próximos à 110x65 mmHg, sendo que o 
mínimo recomendado é 135x85 mmHg. 
Essa seria uma redução drástica, que 
poderia levar à hipoperfusão e 
instabilidade hemodinâmica. 
Alternativa B - Correta: Tanto a 
medicação quanto a redução descritas 
nessa alternativa podem ser aceitas, e, 
essa seria a primeira escolha. 
Alternativa C - Incorreta: Foi essa 
alternativa que gerou a iniciativa de 
anulação da questão, mas repare que o 
enunciado deixa bem explícito, ele 
pergunta qual a primeira escolha. 
Dessa forma, não podemos negar que é 
o nitroprussiato. A nitroglicerina fica 
mais reservada para emergência 
hipertensiva associada a síndrome 
coronariana e não é muito usada na 
encefalopatia, devido à queda da PA ser 
pouco previsível. 
Alternativa D - Incorreta: 
Primeiramente, a via sublingual não é 
adequada, sendo a via EV preferida em 
emergências hipertensivas. Também, a 
redução de 50% em 24h é brusca, e 
poderia ser danosa pelos mesmos 
motivos descritos na alternativa A. 
Gabarito da banca: questão anulada. 
 
7. Uma paciente com 35 anos de idade, 
vítima de acidente automobilístico, 
queixa-se de dor abdominal. Durante a 
admissão no setor de emergência, 
apresenta-se lúcida, cooperativa 
(Glasgow 15), pressão arterial: 100 x 60 
mmHg, frequência cardíaca: 88 
batimentos por minuto, frequência 
respiratória: 20 incursões respiratórias 
por minuto. Foi indicada tomografia de 
abdome, que evidenciou moderada 
quantidade de líquido livre na cavidade 
abdominal, hematoma subcapsular no 
lobo direito do fígado, ocupando cerca 
de 40% da superfície do órgão e 
laceração de cerca de 5 cm em lobo 
esquerdo. 
Nesse caso, qual deve ser a conduta 
para a paciente? 
A) laparotomia com rafia da laceração 
hepática e drenagem do hematoma 
subcapsular. 
B) laparotomia, hemostasia com 
compressas no fígado e reabordagem 
cirúrgica após 48 horas. 
C) Internação em Unidade de Terapia 
Intensiva com monitorização 
hemodinâmica e hematócrito seriado. 
D) Internação em Unidade de Terapia 
Intensiva com monitorização 
hemodinâmica, hematócrito seriado e 
tomografia de abdome a cada 48 horas. 
CCQ: Na ausência de 
contraindicações, o manejo do 
trauma hepático é conservador 
Aluno Aristo, questão Pareto no trauma 
abdominal, trazendo um conceito que 
não podemos deixar escapar: A conduta 
conservadora no trauma hepático. 
O fígado tem uma capacidade de 
regeneração elevada, além de ser um 
órgão de difícil abordagem, de forma 
que as condutas atuais tendem ao 
manejo não operatório, mostrando que 
há vantagem mesmo quando estamos 
diante de danos orgânicos mais 
relevantes. Isso é ainda mais verdadeiro 
em traumas fechados, como o do caso, 
na presença de alguns critérios, como a 
estabilidade hemodinâmica e a 
possibilidade de monitoramento 
seriado dos níveis de hemoglobina. 
Veja bem, é o quadro da nossa paciente, 
estabilidade hemodinâmica sem outras 
lesões abdominais que justifiquem a 
abordagem abdominal. 
O enunciado ainda traz informações 
que nos permitem classificar o trauma 
em grau III pela classificação da 
American Association for the Surgery of 
Trauma Organ Injury, mas não era 
sequer necessário, então não se prenda 
a isso. Bora dar uma olhada nas 
alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Conforme 
conversamos, paciente com trauma 
hepático fechado, com estabilidade 
hemodinâmica, sem sinais de lesões em 
outras vísceras tem indicação de 
tratamento conservador. 
Alternativa B - Incorreta: Observação 
clínica, conforme explicamos logo 
acima. 
Alternativa C - Correta: É isso, como 
explicamos, vamos internar essa 
paciente em ambiente no qual ela possa 
ser frequentemente avaliada e ter seu 
estado hemodinâmico avaliado de 
forma seriada. 
Alternativa D - Incorreta: A princípio, 
não há necessidade de repetição da 
tomografia como dito pela alternativa. 
Exames de imagem seriados não fazem 
parte do monitoramento do trauma 
hepático. 
 
8. Um menino com 11 anos de idade 
apresenta febre diária há 4 dias e 
claudicação de membro inferior direito 
e vem usando ibuprofeno desde o início 
do quadro, sem melhora. Há 1 dia, 
recusa-se a andar, referindo muita dor 
em joelho direito, onde notou inchaçoe 
vermelhidão. Refere ainda inapetência 
e indisposição geral. Tem antecedente 
de lesões crostosas de mucosa nasal e 
pele ao redor do nariz há 2 semanas, 
tendo usado pomada à base de 
corticoide, sem melhora. Ao exame 
físico apresentou regular estado geral, 
corado, hidratado, febril (temperatura = 
38 ºC), frequência cardíaca: 103 
batimentos por minuto, frequência 
respiratória: 16 incursões respiratórias 
por minuto, anictérico, acianótico, 
eupneico, pulsos cheios, boa perfusão 
periférica. lesões pustulosas e crostosas 
em vestíbulo nasal. Joelho direito com 
edema, calor e intensa dor à 
mobilização. Restante dos aparelhos 
sem alterações. 
Para a elucidação diagnóstica, quais são 
os exames/ procedimentos indicados? 
A) Antiestreptolisina O e 
ecocardiograma. 
B) Anticorpo antinuclear e fator 
reumatoide. 
C) Ultrassonografia e punção articular 
de joelho. 
D) Hemograma e provas de atividade 
inflamatória. 
CCQ: Na hipótese de artrite séptica, 
hemograma e provas de função 
inflamatória ajudam a esclarecer o 
diagnóstico 
Ei pessoal, tudo certo? Questãozinha 
sobre condições osteoarticulares na 
infância, bora rever? 
Antes de mais nada, vamos analisar o 
caso e raciocinar a partir disso: Temos 
uma que, após lesões crostosas na 
mucosa nasal e pele ao redor, provável 
impetigo, apresentou uma artrite em 
joelho direito, com comprometimento 
do estado geral. 
Sempre que tiver um quadro infeccioso 
que "migra" para uma articulação, 
pense na artrite séptica. Esse quadro 
pode ocorrer por disseminação 
hematogênica de um microrganismo 
quando o paciente tem uma infecção 
prévia. 
A doença acomete mais as articulações 
de cargas dos membros inferiores: 
quadris e joelhos e a clínica é composta 
por dor articular, limitação à 
movimentação e sinais flogísticos. 
Em relação aos exames 
complementares, precisamos primeiro 
confirmar a inflamação: o hemograma 
mostra aumento de polimorfonucleares 
com desvio à esquerda e as provas 
inflamatórias (PCR e VHS estão 
aumentadas). Depois, exames de 
imagem, como a ultrassonografia, 
podem ser úteis. 
Vamos ver as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Marcou essa 
aqui quem pensou na febre reumática, 
mas lembre-se: a febre reumática 
ocorre após uma faringoamigdalite, 
impetigo não. 
Alternativa B - Incorreta: Não, pois 
nossa suspeita é infecciosa, não 
autoimune. 
Alternativa C - Incorreta: Essa pegou 
muita gente: está errado pedir esses 
exames agora? Nâo. Mas sem nem 
sequer confirmar a inflamação, não são 
eles que vão elucidar o diagnóstico. 
Alternativa D - Correta: Exatamente, 
com o hemograma e provas de 
atividade inflamatória vamos confirmar 
nossa hipótese de inflamação e aí 
partimos para outras propedêuticas. 
9. Uma paciente com 30 anos de idade, 
gestante pela 3ª vez, comparece ao 
centro de saúde para acompanhamento 
pré-natal. Relata que os outros dois 
partos foram normais, há 10 e 8 anos, 
que não houve nenhuma intercorrência 
nas outras gestações e que não tem 
nenhuma doença diagnosticada. Refere 
sintomas típicos de início de gestação: 
enjoo matinal e sonolência. Está com 13 
semanas de gestação e apresenta os 
resultados dos exames de pré-natal 
anteriormente solicitados. Entre eles, o 
resultado da glicemia de jejum mostra 
132 mg/dl. 
Com relação a esse caso, qual é a 
conduta adequada? 
A)Encaminhar a gestante para pré-
natal de alto risco, já que se trata de 
diabetes mellitus gestacional. 
B) Encaminhar a gestante para pré-
natal de alto risco, já que se trata de 
diabetes mellitus prévio diagnosticado 
na gestação. 
C) Solicitar um teste de tolerância à 
glicose oral com 75 g imediatamente 
para elucidar o diagnóstico e avaliar 
necessidade de encaminhar a paciente 
ao ambulatório especializado. 
D) Solicitar um teste de tolerância à 
glicose oral com 75 g com 26 semanas 
para elucidar o diagnóstico e avaliar 
necessidade de encaminhar a paciente 
ao ambulatório especializado. 
CCQ: Saber que glicemia de jejum 
acima de maior/igual a 126 mg/dl 
caracteriza uma diabetes prévia 
Pessoal, tudo bem com vocês? Diabetes 
gestacional é um tema muito 
importante, devido sua prevalência 
(sendo representada por 7,6% no 
Sistema Único de Saúde), e suas 
complicações, podendo levar a uma 
macrossomia fetal, crescimento 
intrauterino restrito, polidrâmnio, 
prematuridade. 
O rastreamento está indicado em todas 
as gestantes, sendo realizado um 
exame de glicemia em jejum antes das 
20 semanas, cujo resultado normal é < 
92 mg/dl , e caso apresente um 
resultado normal, é necessário uma 
prova de tolerância oral com glicose 
entre as semanas 24ª e 28ª semanas de 
gestação. 
Sabendo disso, vamos analisar as 
alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Resultados 
de glicemia alterados, de 92 mg/dl a 125 
mg/dl representam uma diabetes 
gestacional, a nossa paciente apresenta 
um resultado de 132 mg/dl, indicando 
uma diabetes prévia. 
Alternativa B - Correta: Resultados de 
glicemia alterados, acima de 125 mg/dl, 
já caracterizam uma diabetes prévia, 
indicando um acompanhamento da 
gestante em pré-natal de alto risco 
devido às complicações que uma 
diabetes pode trazer na gestação. 
Alternativa C - Incorreta: O teste de 
tolerância oral a glicose está indicado 
apenas na 24ª a 28ª semana se a 
gestante apresentar um resultado 
normal no primeiro exame, em caso de 
uma glicemia de jejum acima dos 
valores para diabetes gestacional (92 - 
125 mg/dl) na primeira medição, já 
diagnostica como diabetes mellitus 
prévia, não havendo necessidade de 
outro exame confirmatório. 
Alternativa D - Incorreta: Como 
mencionado anteriormente, em casos 
de resultado de glicemia em jejum 
alterados na primeira medição, acima 
de 125 mg/dl, já temos diagnóstico de 
diabetes prévia, não havendo 
necessidade de exame confirmatório. 
 
10. Diante da pandemia da COVID-19, e 
segundo o guia de vigilância 
epidemiológica emergência de saúde 
pública de importância nacional pela 
doença pelo coronavírus 2019 - COVID-
19 (2021), o Ministério da Saúde emitiu 
orientações de biossegurança durante a 
investigação de infecções respiratórias 
a partir de pacientes com suspeita de 
infecção por SARS-CoV-2. 
Nesta circunstância, para a coleta de 
material potencialmente gerador de 
aerossol, constitui a primeira linha de 
proteção destinada aos profissionais da 
saúde, os seguintes equipamentos de 
proteção individual (EPI): 
A) gorro descartável, protetor facial, 
máscara PFF2 e avental de pano. 
B) óculos de proteção, máscara 
cirúrgica e avental de mangas 
compridas. 
C) gorro descartável, óculos de 
proteção ou protetor facial, máscara 
PFF2 (N95 ou equivalente), avental de 
mangas compridas, luva de 
procedimento e calçados fechados. 
D) gorro descartável, óculos de 
proteção ou protetor facial, máscara de 
pano/tecido (dupla camada), avental de 
mangas compridas, luva de 
procedimento e calçados fechados. 
CCQ: Saber que a máscara PFF2 e o 
avental de mangas compridas fazem 
parte da primeira linha de proteção 
dos profissionais de saúde na coleta 
de material potencialmente gerador 
de aerossol no contexto da COVID-19 
Fala, pessoal! Estamos diante de uma 
questão que aborda o uso de 
equipamentos de proteção individual 
(EPIs) em situação de coleta de material 
potencialmente gerador de aerossol, 
como swab de vias aéreas ou aspirado 
de vias aéreas de um paciente com 
COVID-19. Vamos lá! 
As medidas de prevenção e controle 
de infecção devem ser implementadas 
pelos profissionais que atuam nos 
serviços de saúde para evitar ou reduzir 
ao máximo a transmissão de 
microrganismos durante qualquer 
assistência à saúde realizada. 
Voltado para o contexto da questão, 
considerando profissionais de saúde 
que realizam procedimentos geradores 
de aerossóis, não podemos esquecer da 
importância da máscara N95/PFF2. Ela 
sedifere das demais máscaras como a 
cirúrgica e as de pano devido a seu alto 
poder de filtragem e de proteção 
contra partículas que podem ficar no ar 
por várias horas. N95 é a sigla utilizada 
para a PFF2 (“peça facial filtrante”) nos 
Estados Unidos, de modo que as duas 
siglas representam a mesma máscara. 
Agora podemos ir às alternativas. 
Alternativa A – Incorreta: Não está 
indicado o uso de avental de pano, 
além de ser indispensável o uso de luvas 
de procedimento. 
Alternativa B – Incorreta: Não é 
indicado a utilização de máscara 
cirúrgica, e sim de máscara PFF2, já que 
trata-se de uma situação de coleta de 
material potencialmente gerador de 
aerossol. 
Alternativa C – Correta: Exato! Essa 
alternativa cita todos os equipamentos 
de proteção individual que devem ser 
usados em situação de coleta de 
material potencialmente gerador de 
aerossol: gorro descartável, óculos de 
proteção ou protetor facial, máscara 
PFF2 (N95 ou equivalente), avental de 
mangas compridas, luva de 
procedimento e calçados fechados. 
Alternativa D – Incorreta: Como visto 
anteriormente, o indicado é o uso da 
máscara PFF2, e não de máscara de 
pano/tecido. 
 
11. Uma paciente com 22 anos de idade 
dá entrada na unidade de emergência 
de hospital de média complexidade 
com quadro de asma descompensada. 
A paciente, que se apresenta 
taquicárdica (frequência cardíaca: 110 
batimentos por minuto), taquipneica 
(frequência respiratória: 28 incursões 
respiratórias por minuto) e febril (38,3 
ºC), relata descompensação do quadro 
respiratório há 2 dias, tendo utilizado 
medicação de resgate (beta 2 agonista 
adrenérgico inalatório) por diversas 
vezes ao longo desse período, sem 
obter melhora. Diagnosticada com 
asma ainda na infância, ela conta que 
sua doença vem sendo classificada 
como asma moderada persistente, 
estando em uso regular de beta 2 
agonista de longa duração (salmoterol) 
e corticoide inalatório (budesonida) em 
baixa dose, além da medicação de 
resgate. Ao exame físico, nota-se 
também leve cianose e sibilância 
inspiratória e expiratória; a 
hemodinâmica encontra-se estável 
bem como o nível de consciência. A 
paciente é submetida a administração 
de nebulização com beta 2 agonista 
adrenérgico inalatório e anticolinérgico 
de ação rápida (brometo de ipratrópio). 
A despeito da oxigenioterapia sob 
máscara nasal com reservatório, 
repetição da nebulização e da 
administração de metilprednisolona 
intravenosa, a paciente continua com 
algum grau de desconforto respiratório. 
Exames laboratoriais indicam a 
presença de possível processo 
infeccioso bacteriano (leucocitose com 
leve desvio à esquerda e aumento da 
proteína C reativa [PCR]), confirmado 
na radiografia de tórax, que indica 
padrão de condensação segmentar no 
lobo inferior direito. A gasometria 
arterial revelou o seguinte padrão: pH: 
7,44 (valor de referência [VR]: 7,35-
7,45); PaO2: 65 (VR para idade: 95); 
PaCO2: 44 (VR: 35-45); HCO3 : 22 (VR: 
24 +/- 2); SaO2: 91% (VR > 94%). 
Completada essa avaliação inicial, o 
médico opta por indicar a realização de 
intubação orotraqueal preventiva. A 
principal razão para a tomada dessa 
decisão 
A) foi o nível reduzido da PaO2 à 
gasometria arterial. 
B) foi o nível normal da PaCO2 à 
gasometria arterial. 
C) foram as evidências de pneumonia à 
radiografia de tórax, hemograma e 
PCR. 
D) foi a presença de sibilância 
inspiratória e expiratória associada à 
taquipneia. 
QUESTÃO ANULADA 
Fala aluno Aristo! Temos aqui uma 
questão sobre Asma que deu o que 
falar! Basicamente, foi indicada 
intubação orotraqueal (IOT) precoce 
nessa paciente, e a banca solicitava o 
porquê. 
A questão justamente foi anulada pois 
nenhuma alternativa trazia uma 
justificativa plausível. Vamos tentar 
entender o que a banca queria: 
Primeiramente, a decisão de intubar um 
paciente asmático é difícil: a IOT 
aumenta ainda mais a reatividade 
brônquica, causando mais constrição. 
Por isso, a técnica de IOT precoce pode 
ser benéfica, pois um preparo 
apropriado diminui os efeitos 
deletérios, sendo a IOT tardia muito 
mais difícil. Para ajudar nessa decisão, 
utilizamos o mnemônico ABC: 
• A) paciente apresenta alteração 
do estado mental. 
• B) breathing: esforço 
respiratório, fadiga respiratória, 
hipóxia e hipercapnia 
• C) curso desfavorável: pacientes 
que estão deteriorando 
No nosso caso, a paciente não 
apresentava alteração do estado 
mental mas, mesmo após as medidas 
iniciais com fornecimento de oxigênio, 
nebulização e corticoide, ainda 
mantinha algum grau de desconforto 
respiratório. Também, foi descrita 
cianose discreta, PaO2: 65, PaCO2 no 
limite superior e SaO2: 91% (VR > 94%) 
- o que pode ser interpretado como um 
curso desfavorável. 
Portanto, o que banca gostaria? 
Que o candidato assinalasse a 
alternativa A. Justificando 
subjetivamente que a hipóxia e cianose, 
em asma refratária, podem ser 
indicações de IOT precoce. No entanto, 
devemos sempre analisar a clínica do 
paciente. Além disso, se formos falar de 
valores, segundo o GINA (principal 
referência no tema), os critérios para 
falência respiratória são: PaO2 < 60 
mmHg e PaCO2 normal ou aumentado 
(> 45 mmHg) após as medidas iniciais. 
Portanto, podemos tirar daí a indicação 
de intubação. 
Visto isso, vamos concluir que o 
principal motivo da indicação da 
intubação aqui é a refratariedade às 
medidas iniciais com sinal de falência 
respiratória. 
Basicamente, as alternativas não foram 
bem formuladas mas, vamos analisá-
las: 
Alternativa A - Incorreta: Se formos 
levar em conta estritamente o valor da 
PaO2, seria correto considerar se a 
PaO2 fosse menor que 60 mmHg, que 
não é o caso. 
Alternativa B - Incorreta: Níveis 
normais de PaCO2 nesse contexto 
justificariam a intubação orotraqueal, 
mas veja que seria uma resposta 
incompleta, não seria a principal razão, 
como pergunta o enunciado. A principal 
razão é a refratariedade às medidas 
terapêuticas iniciais com evolução para 
falência respiratória. 
Alternativa C - Incorreta: Pneumonia 
não é indicação de IOT. 
Alternativa D - Incorreta: A presença 
de sibilância e taquipneia não é 
indicação de IOT. 
 
12. Uma paciente com 43 anos de 
idade, sem comorbidades, vem 
apresentando quadro de dor em 
hipocôndrio direito, febre, colúria e 
acolia fecal há 48 horas. Ao exame, 
mostra-se lúcida, orientada no tempo e 
espaço, com icterícia +/4, temperatura 
axilar 39 ºC e pressão arterial de 130 x 90 
mmHg. No exame do abdome 
apresenta dor à palpação profunda do 
ponto cístico, sem massas e/ou 
visceromegalias. Realizou 
ultrassonografia que mostrou vesícula 
biliar com paredes levemente 
espessadas, com cálculos pequenos em 
seu interior; dilatação das vias biliares 
com colédoco medindo 1 cm. 
Diante desse quadro, quais são, 
respectivamente, a principal hipótese 
diagnóstica e o tratamento inicial 
adequado? 
A) Colecistite aguda; antibioticoterapia 
venosa. 
B) Colangite aguda; antibioticoterapia 
venosa. 
C) Colecistite aguda; colecistectomia de 
emergência. 
D) Colangite aguda; drenagem cirúrgica 
das vias biliares. 
CCQ: Icterícia obstrutiva + dor em 
hipocôndrio direito + febre = colangite 
aguda 
Salve salve família Aristo, tudo bem 
com vocês? Questãozinha do INEP-
REVALIDA-DF de 2022 trazendo um 
tema frequente nas provas, sendo 
abordado de forma inteligente e sem 
muitas complicações, concordam? 
A respeito de paciente de 43 anos com 
quadro de dor em hipocôndrio direto, 
febre, colúria e acoli fecal há 48 h, com 
exame físico denotando febre de 39°C, 
PA de 130 x 90 mmHg, com dor à 
palpação profunda do ponto cístico. 
USG demonstrou vesícula biliar com 
paredes levemente espessadas, com 
cálculos pequenos em seu interior e 
colédoco dilatado, com 1 cm de 
diâmetro. Qual o diagnóstico e conduta 
inicial? 
Icterícia obstrutiva+ dor em 
hipocôndrio direito + febre (podendo 
ter calafrios associados) = colangite 
aguda, certo!? Tal paciente apresenta a 
tríade de Charcot e fecha nossa 
hipótese principal. Inicialmente, a 
conduta é internação, estabilização 
clínica e início de antibioticoterapia, 
com programação de CPRE eletiva, 
caso se mantenha estável. Caso piore, 
com instabilidade hemodinâmica e 
confusão mental, devemos pensar que 
o paciente está evoluindo com a 
pêntade de Reynolds e, nesse caso, 
deve-se fazer CPRE com urgência para 
exploração da via biliar. 
Bora avaliar as alternativas!!! 
Alternativa A - Incorreta: Colecistite 
aguda não cursa com icterícia, colúria e 
acolia fecal; 
Alternativa B - Correta: Conforme 
explicação acima; 
Alternativa C - Incorreta: Nos casos de 
colecistite, não se realiza 
colecistectomia de forma imediata; 
Alternativa D - Incorreta: Não se indica 
drenagem cirúrgica das vias biliares 
como tratamento inicial de colangite 
aguda não-supurativa. 
 
13. Uma menina com 11 meses de idade 
comparece à consulta de puericultura 
na Unidade Básica de Saúde. A mãe 
questiona como deve seguir a 
vacinação, especificamente no caso do 
sarampo, uma vez que a criança 
recebeu uma dose dessa vacina aos 8 
meses de idade, quando teve contato 
com um caso suspeito da doença. 
De acordo com o estabelecido pelo 
Ministério da Saúde, essa criança deve 
receber uma dose da vacina 
A) tríplice viral aos 12 meses e uma dose 
da vacina tetraviral aos 15 meses. 
B) tríplice viral aos 12 meses e uma dose 
da vacina tetraviral aos 18 meses. 
C) antissarampo aos 12 meses e uma 
dose da vacina tríplice viral aos 15 
meses. 
D) antissarampo aos 18 meses e outra 
dose da vacina tetraviral aos 18 meses. 
CCQ: Mesmo após a dose zero da 
vacina contra Sarampo, a criança deve 
receber uma dose da tríplice viral aos 
12 meses e uma da tetra viral aos 15 
meses 
Ei pessoal, tudo joia? Questão simples, 
direta e muito possível de ser recorrente 
dada a nova realidade que estamos 
vivendo, de aumento de casos de 
sarampo. Vamos rever a imunização 
dessa doença? 
A vacina contra Sarampo é composta de 
vírus vivo atenuado e deve ser 
administrada em duas doses: aos 12 
meses pela tríplice viral e aos 15 meses 
pela tetra viral. Mas a criança da 
questão tomou uma vacina aos 8 
meses, o que houve? 
Diante da epidemia de Sarampo em 
2019, houve uma recomendação de 
uma dose adicional, chamada de dose 
zero, para os lactentes de 6 meses até 
11 meses e 29 dias. Essa dose NÃO 
entra na conta das vacinas: é uma extra, 
então a criança do caso ainda deve 
tomar a tríplice aos 12 e a tetra aos 15 
meses. 
E um algo a mais sobre a vacina do 
Sarampo é que ela pode ser feita para 
pacientes expostos, não imunizados e 
imunocompetentes como forma de 
bloqueio. A vacina pode ser 
administrada em até 72h após o contato 
com um caso suspeito. 
Vamos ver as alternativas: 
Alternativa A - Correta: Exatamente o 
que comentamos!! 
Alternativa B - Incorreta: Aqui, o erro 
está na idade de aplicação da tetra viral. 
Alternativa C - Incorreta: Não, a dose 
da tríplice é aos 12 meses. 
Alternativa D - Incorreta: Aqui está 
tudo errado!! 
14. Uma paciente chega à unidade de 
emergência com idade gestacional de 
37 semanas e 6 dias, gesta: 2, para: 1, 
aborto: 0 (um parto cesariana anterior), 
com contrações uterinas presentes, 
colo não pérvio, pressão arterial de 160 
x 110 mmHg, já com duas aferições 
intervaladas por 10 minutos. 
Para esse caso, a conduta correta é 
solicitar 
A) acesso venoso e decúbito lateral 
esquerdo, além de encaminhar a 
paciente para cesariana de urgência. 
B) decúbito lateral esquerdo e exames 
laboratoriais, além de reavaliar a 
pressão arterial da paciente e proceder 
a resolução da gestação. 
C) acesso venoso e exames 
laboratoriais, além de iniciar sulfato de 
magnésio e proceder a resolução da 
gestação. 
D) acesso venoso e exames 
laboratoriais, além de encaminhar a 
paciente para cirurgia devido a 
cesariana anterior. 
[QUESTÃO ANULADA] 
Olá Aluno! Nos deparamos aqui com 
uma questão sem resposta certa! A 
questão nos cobra a conduta mais 
adequada em casos de pico 
hipertensivo grave na gestação. Vamos 
conversar um pouco sobre? 
A gravidez representa um 
"experimento" para a reserva 
cardiovascular da paciente no que 
tange à hipertensão. Pacientes com 
tendência a hipertensão desenvolvem 
a DHEG (Doença Hipertensiva 
Específica da Gravidez). Pacientes 
com hipertensão prévia podem 
apresentar uma DHEG superajuntada 
à hipertensão prévia, cursando com 
descompensação da comorbidade de 
base. 
Dentre as principais complicações da 
DHEG, devemos nos atentar à pré-
eclâmpsia e eclâmpsia. A pré-eclâmpsia 
consiste em medidas de pressão arterial 
alteradas, podendo ser leve ou grave. 
Observe abaixo: 
 
Fonte: www.rmmg.org 
Já a eclâmpsia é um fenômeno grave, 
caracterizado por uma crise convulsiva 
tônico-clônica generalizada e pode ser 
precedida de sinais que indica a 
iminência de eclâmpsia (cefaleia + 
epigastralgia + escotomas visuais). 
No casos dos picos hipertensivos, eles 
devem ser manejados com anti-
hipertensivos de rápida ação. A 
escolha principal é a hidralazina 
seguida do nifedipino e, em último 
caso, o uso de nitroprussiato de sódio, 
que deve ser evitado pois podem causar 
intoxicação fetal. Já a iminência de 
eclâmpsia e a eclâmpsia são tratadas 
com Sulfato de Magnésio em 
esquema de Pritchard. 
Na questão acima, a paciente apresenta 
um pico hipertensivo. Não há evidência 
de sofrimento fetal e nem sinais de 
eclâmpsia ou iminência de eclâmpsia. 
Portanto, o tratamento deveria ter sido 
feito com Hidralazina, Nifedipino ou 
Nitroprussiato de sódio. Nenhuma 
dessas opções está presente nas 
alternativas. 
 
15. Primigesta com 36 anos de idade e 
com 26 semanas de gestação 
comparece à consulta de rotina de pré-
natal na Unidade de Saúde da Família 
(USF). A paciente nega queixas, 
apresenta situação vacinal atualizada, 
sorologias de segundo trimestre 
negativas e procura checagem do 
resultado do teste oral de tolerância à 
glicose, realizado há 1 semana. O 
resultado da glicemia de jejum de 
primeiro trimestre foi de 90 mg/dl. O 
médico de Família e Comunidade 
identifica, no teste oral de tolerância à 
glicose, glicemia de jejum de 85 mg/dl e 
http://rmmg.org/artigo/detalhes/1194
encontra o valor de 192 mg/dl na 
dosagem após 1 hora de sobrecarga e o 
de 180 mg/dl na dosagem após 2 horas. 
Com relação a esse caso, quais são, 
respectivamente, o diagnóstico e a 
conduta corretos? 
A) Diabetes mellitus gestacional não 
detectado; manter seguimento na 
rotina de pré-natal de risco habitual na 
USF. 
B) Diabetes mellitus gestacional; 
solicitar início, na USF, da 
insulinoterapia (2,5 UI/Kg/dia) e avaliar 
glicemia capilar em 15 dias. 
C) Diabetes mellitus gestacional; 
manter acompanhamento longitudinal 
na USF e encaminhar a paciente para 
pré-natal de alto risco. 
D) Diabetes mellitus; suspender 
acompanhamento do pré-natal de risco 
habitual na USF e encaminhar a 
paciente ao pré-natal de alto risco. 
 
CCQ: TOTG entre 24 e 28 sem com 
jejum entre 92 a 125 mg/dL, ≥ 180 
mg/dL na 1 hora ou entre 153 e 199 
mg/dL após 2 horas é DMG 
Fala, aluno Aristo! Tudo tranquilo? 
Temos aqui uma questão que aborda 
um assunto garantido na sua prova! 
Diabetes na gestação é um tema 
recorrente e devemos estar com os 
conceitos dominados. Vamos revisar 
juntos: 
O diabetes mellitus (DM) é 
caracterizado por hiperglicemia 
consequente à deficiência insulínica, que 
pode ser decorrente da produção 
pancreática reduzida, de inadequada 
liberação e/ou da resistência periférica 
ao hormônio. A hiperglicemia deve ser 
categorizada e diferenciada em DM 
diagnosticado na gestação (do inglês, 
overt diabetes) ou em diabetes mellitus 
gestacional, como descrito abaixo:• Diabetes mellitus gestacional 
(DMG): hiperglicemia detectada 
pela primeira vez durante a 
gravidez, com níveis glicêmicos 
sanguíneos que não atingem os 
critérios diagnósticos para DM; 
• Diabetes mellitus 
diagnosticado na gestação 
(overt diabetes): mulher sem 
diagnóstico prévio de DM, com 
hiperglicemia detectada na 
gravidez e com níveis glicêmicos 
sanguíneos que atingem os 
critérios da OMS para o DM em 
não gestantes; 
O rastreamento do DM é feito através 
da medida da glicemia de jejum na 
primeira consulta pré-natal < 20 
semanas). Em caso de glicemia ≥ 126 
mg/dL, temos diagnóstico de DM na 
gestação; se glicemia 92 a 126 mg/dL, 
considera-se DM gestacional. Se 
glicemia < 92 mg/dL, aplica-se o TOTG 
75g entre 24 e 28 semanas de gestação. 
Nesse caso, o diagnóstico de DM 
gestacional é confirmado se ao menos 
um valor de: 
• Jejum entre 92 a 125 mg/dL; 
• 1 hora ≥ 180 mg/dL; 
• 2 horas entre 153 e 199 mg/dL. 
Por outro lado, o diagnóstico de DM na 
gestação é firmado em caso de haver 
ao menos um valor de: 
• Jejum ≥ 126 mg/dL; 
• 2 horas ≥ 200 mg/dL. 
O tratamento do DMG inclui medidas 
não farmacológicas como cuidados 
com a alimentação, prática de exercício 
físico e farmacológicas como uso de 
medicamentos, além de 
monitorizações metabólica e obstétrica 
continuadas. 
O tratamento farmacológico padrão 
para o DMG é a insulina. O tratamento 
com insulina é indicado nas gestantes 
que não atingem as metas de controle 
glicêmico com dieta, que apresentam 
falha do tratamento com medicação VO 
ou naquelas com indicadores de provável 
falha do tratamento VO (glicemia de 
jejum > 140 mg/dL ou glicemia em 2 h 
no TOTG > 200 mg/dL). 
A banca nos apresenta uma paciente 
com os seguintes resultados no TOTG: 
glicemia de jejum de 85 mg/dl, que não 
fecha o diagnóstico de DM, mas valores 
de 192 mg/dl na dosagem após 1 hora de 
sobrecarga e o de 180 mg/dl na dosagem 
após 2 horas, ambos valores fechando o 
diagnóstico de DM gestacional. 
Vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Os valores 
encontrados no TOTG indicam 
diagnóstico de DM gestacional e a 
paciente deve ser encaminhada para 
pré-natal de alto risco. 
Alternativa B - Incorreta: O 
diagnóstico é de DM gestacional e a 
terapêutica inicial deve ser feita com 
medidas não farmacológicas, 
inicialmente, e encaminhamento ao 
pré-natal de alto risco. 
Alternativa C - Correta: Como 
discutido, os valores fecham o 
diagnóstico de DM gestacional e a 
paciente deve ser encaminhada ao pré-
natal de alto risco, com a USF habitual 
mantendo o cuidado longitudinal e 
coordenação do cuidado. 
Alternativa D - Incorreta: O 
diagnóstico de é DM gestacional. A 
paciente deve ser encaminhada ao pré-
natal de alto risco, mas seguir o 
acompanhamento na USF habitual. 
 
 
 
16. Uma jovem com 19 anos de idade 
chega para consulta na Unidade de 
Pronto Atendimento por icterícia e 
desconforto no quadrante superior 
direito do abdome. A paciente refere 
que vem se sentindo cansada há 
aproximadamente 10 dias, 
acrescentando que, nos primeiros 2 dias 
desse quadro, apresentou febre (38 ºC 
na região axilar) e artralgia, coriza, tosse 
seca, perda de apetite, náuseas e dois 
episódios de vômitos. Conta ainda que, 
quando a icterícia apareceu, os 
sintomas melhoraram bastante e que 
agora sente apenas um pouco de 
desconforto no quadrante superior 
direito do abdome e leve diminuição do 
apetite. Ao exame físico, a paciente 
apresenta regular estado geral, ictérica 
e com fígado palpável 2 cm abaixo do 
rebordo costal; o baço não é palpável. 
Considerando o quadro clínico e os 
dados apresentados, a principal 
hipótese diagnóstica dessa paciente é 
A) leptospirose. 
B) mononucleose. 
C) colecistite aguda. 
D) hepatite aguda viral. 
CCQ: Saber que diante de um quadro 
com um período prodrômico com 
sintomas inespecíficos seguido do 
aparecimento de icterícia e 
hepatomegalia dolorosa devemos 
suspeitar do diagnóstico de hepatite 
viral aguda 
Fala, aluno Aristo! Aqui nos deparamos 
com mais uma questão sobre 
gastroenterologia, focando nas 
hepatites virais. Não se preocupe se não 
conseguiu acertar. Vamos aprender 
esse CCQ e acertar a partir de agora! 
As hepatites agudas virais são doenças 
causadas por diferentes agentes 
etiológicos e que possuem relevância 
para a saúde pública, devido ao grande 
número de indivíduos atingidos e a 
possibilidade de complicações. 
É importante saber que o quadro clínico 
da doença pode ser 
oligossintomático/assintomático ou 
sintomático. No primeiro caso, os 
sintomas estão ausentes ou são leves e 
atípicos, simulando um quadro gripal. 
Já no segundo caso, as manifestações 
clínicas são típicas como febre, 
icterícia e colúria. 
Na hepatite aguda, três fases podem 
ser evidenciadas na evolução do 
quadro. Há um período prodrômico ou 
pré-ictérico em que ocorre a incubação 
do vírus e ainda não está evidente a 
icterícia. Nesse período, é comum 
aparecerem manifestações 
inespecíficas como anorexia, náuseas, 
vômitos, febre baixa, mialgia, artralgia 
e fadiga. 
Posteriormente, há o aparecimento da 
icterícia, na fase ictérica, e, em geral, os 
sintomas prodrômicos tendem a 
diminuir. O paciente pode apresentar 
hepatomegalia dolorosa e 
esplenomegalia. Há hiperbilirrubinemia 
intensa e progressiva, às custas 
principalmente de bilirrubina direta. As 
aminotransferases podem aumentar de 
10 a 100 vezes o limite superior da 
normalidade. 
Por fim, há o período de convalescença, 
em que ocorre o desaparecimento da 
icterícia e melhora do bem-estar geral. 
Caso haja sintomas por mais de seis 
meses, devemos pensar na cronificação 
do quadro. Os vírus B, C e D podem 
cronificar. Nesses casos, há inflamação 
e fibrose contínua do fígado, podendo 
levar a sintomas dependendo do grau 
de lesão hepática. Está relacionado com 
uma evolução desfavorável, com 
complicações como cirrose hepática. 
Agora que discutimos um pouco sobre 
essa doença, vamos analisar as 
alternativas abaixo. 
Alternativa A - Incorreta: A 
leptospirose geralmente se apresenta 
com um período precoce com sintomas 
inespecíficos como febre, dor de 
cabeça, dor muscular, perda de apetite, 
náuseas e vômitos. Em 15% dos casos, 
pode evoluir para a apresentação mais 
grave, cuja principal manifestação é a 
síndrome de Well, com icterícia, 
insuficiência renal e hemorragias. 
Assim, não pensamos nessa condição 
como diagnóstico mais provável. 
Alternativa B - Incorreta: Deve-se 
suspeitar de mononucleose em caso de 
febre, dor de garganta, fadiga e 
linfoadenomegalia importante. Dessa 
forma, apresenta quadro típico 
diferente do apresentado pela paciente. 
Alternativa C - Incorreta: A colecistite 
aguda se apresenta geralmente com 
um quadro de dor contínua em abdome 
superior, pior após a ingestão de 
alimentos gordurosos. O paciente pode 
apresentar náuseas, vômitos, anorexia 
e febre. Não cursa com icterícia, a não 
ser quando associada a outras 
complicações, como coledocolitíase, 
não sendo pensada como diagnóstico 
mais provável. 
Alternativa D - Correta: Como vimos, 
as hepatites virais agudas cursam com 
um período de sintomas inespecíficos e, 
posteriormente, aparecimento da 
icterícia e da hepatomegalia dolorosa e 
ocasional esplenomegalia, sendo 
compatível com o quadro acima 
descrito. 
 
17. Um homem com 33 anos de idade 
chega para atendimento no Pronto-
Socorro de hospital de nível secundário. 
Relata vômitos com sangue assim como 
fezes escurecidas e fétidas há 1 dia. Ao 
exame físico, encontra-se descorado, 
taquicárdico, hipotenso. Realizou 
endoscopia digestiva alta que 
evidenciou úlcera péptica pré-pilórica 
(tipo III de Johnson), com sangramento 
em jato proveniente da lesão 
(Classificação Ia de Forrest), sendo 
realizada hemostasia da ulceração com 
solução de adrenalina. Doze horas após 
aterapêutica endoscópica, apresentou 
novamente vômitos com sangue em 
grande quantidade, frequência cardíaca 
de 110 batimentos por minuto e pressão 
arterial de 80 x 40 mmHg. 
Com base na história clínica do paciente 
e nos dados do exame físico, o 
tratamento adequado deve ser 
A) reposição volêmica e nova 
endoscopia para terapêutica 
endoscópica. 
B) terapia intensiva, inibidor de bomba 
de prótons e tratamento operatório. 
C) transferência para angiografia 
terapêutica e embolização em hospital 
terciário. 
D) terapia intensiva e dobrar a dose de 
inibidor de bomba de prótons 
endovenoso. 
 
CCQ: Saber que em pacientes com 
hemorragia digestiva alta e perda 
importante de volume é necessário 
realizar reposição volêmica e 
tratamento endoscópico 
Olá, aluno Aristo. Temos aqui mais uma 
questão sobre hemorragia digestiva 
alta. Não se preocupe se errou. Vamos 
aprender esse CCQ e acertar a partir de 
agora. 
Dizemos que há hemorragia digestiva 
alta (HDA) quando há sangramentos no 
trato gastrointestinal acima do 
ligamento de Treitz. Ela pode ser 
manifestada por meio de hematêmese, 
em que há vômitos com sangue, ou 
melena, em que o sangue encontra-se 
digerido nas fezes, dando-lhes o 
aspecto escurecido e fétido. 
Diante de um paciente com HDA a 
prioridade do tratamento é a 
estabilização hemodinâmica em caso 
de sangramento agudo. Em pacientes 
com perdas menores que 15% de 
volume não há sintomas como 
hipotensão e taquicardia. Perdas entre 
15 a 30% geram taquicardia em repouso 
e hipotensão postural e, no caso de PAS 
< 90 mmHg, alterações de consciência e 
extremidades frias, devemos suspeitar 
de choque hipovolêmico, em que a 
perda sanguínea é maior que 40% do 
volume. Nos casos em que há 
sintomatologia diante do sangramento, 
é necessário realizar reposição 
volêmica. 
Após estabilização hemodinâmica e 
medidas iniciais como monitorização e 
solicitação de exames laboratoriais, 
deve-se realizar endoscopia digestiva 
alta (EDA) precocemente, entre 12 a 24 
horas após a admissão, para se 
identificar a origem do sangramento e 
inclusive tratá-lo em alguns casos. 
A doença ulcerosa péptica é uma das 
causas da HDA. Ela pode ser 
classificada, de acordo com sua 
localização, pela classificação de 
Johnson: 
• Tipo I - localizada no corpo 
gástrico; 
• Tipo II - associada à úlcera 
duodenal; 
• Tipo III - pré-pilórica; 
• Tipo IV - próxima à junção 
esofogogástrica, considerada 
alta. 
Além disso, a classificação de Forrest, 
permite avaliar o sangramento 
presente na úlcera e guia a terapia 
endoscópica a ser escolhida. Podemos 
visualizar essa classificação na tabela 
abaixo. Em casos de sangramentos 
visíveis ou vaso visível, deve ser 
realizado tratamento endoscópico. 
 
Disponível em: GIORDANO-NAPPI, 
José; MALUF FILHO, Fauze. Aspectos 
endoscópicos no manejo da úlcera 
péptica gastroduodenal. Rev. Col. Bras. 
Cir., Rio de Janeiro , v. 35, n. 2, p. 124-
131, Apr. 2008 . 
Diante disso, vamos analisar as 
alternativas abaixo. 
Alternativa A - Correta: O paciente 
acima apresenta sinais de instabilidade 
hemodinâmica e precisa de reposição 
volêmica. Além disso, está indicada 
realização de EDA para identificação da 
origem do sangramento e tratamento. 
Alternativa B - Incorreta: O 
tratamento cirúrgico está indicado em 
pacientes com choque hipovolêmico, 
que não respondem a outros métodos e 
aqueles que necessitem de mais de 6 
unidades de concentrado de hemácias, 
o que não é o caso. 
Alternativa C - Incorreta: A angiografia 
terapêutica e a embolização não são 
tratamentos indicados para úlceras 
pépticas. 
Alternativa D - Incorreta: Os inibidores 
de bomba de prótons devem ser usados 
para tratamento da úlcera péptica, 
podendo utilizar o omeprazol ou 
pantoprazol, 80mg em bolus com 
manutenção de 8mg/h durante 72 horas 
para aumentar a estabilidade do 
coágulo. Apesar disso, nesse paciente 
em questão é necessário 
prioritariamente a estabilização 
hemodinâmica e abordagem 
endoscópica inicialmente. 
 
 
 
18. Um médico de plantão em uma 
unidade de saúde materno- infantil de 
hospital secundário recebe a 
informação de parto de uma gestante 
com antecedente de tratamento de 
sífilis primária no segundo trimestre da 
gestação, com penicilina benzatina 
2.4000.000 UI, dose única, via 
intramuscular. O parto foi normal, sem 
intercorrências, com recém-nascido 
(RN) a termo, capurro de 39 semanas e 
4 dias, peso: 3.450 g, estatura: 49 cm e 
apgar: 9-10; ele está assintomático e 
com exame físico sem alterações. 
Houve a coleta de sorologias da mãe e 
do RN. Os resultados do VDRl mostram 
títulos maternos de 1:4 e títulos do RN 
de 1:32. 
Em relação ao recém-nascido, a 
conduta a ser adotada é 
A) fazer seguimento ambulatorial com 
novas coletas de VRDl nas consultas de 
rotina. 
B) solicitar radiografia de ossos longos e 
hemograma e notificar sífilis congênita 
se exames alterados. 
C) notificar sífilis congênita, solicitar 
líquor, radiografia de ossos longos, 
hemograma e iniciar tratamento. 
D) notificar sífilis congênita e iniciar 
tratamento com penicilina cristalina 
endovenosa por 10 dias. 
CCQ: Se títulos de VDRL do RN forem 
pelo menos duas diluições maiores 
que os da mãe, notificar sífilis 
congênita, solicitar líquor, radiografia 
de ossos longos, hemograma e iniciar 
tratamento 
Ei pessoal, tudo certo por aí? 
Questãozinha sobre infecções 
congênitas, mais especificamente a 
sífilis. Bora rever? 
Sempre que temos uma gestante 
diagnosticada com sífilis, precisamos 
nos atentar à possibilidade de uma 
transmissão vertical e ao fato de que o 
recém-nascido pode ter uma sífilis 
congênita. 
A criança da questão é uma criança 
exposta à sífilis e nesse caso não 
sabemos se a mãe foi ou não tratada 
adequadamente, pois não temos os 
títulos de VDRL anteriores. Se 
supormos que não, temos uma criança 
exposta a sífilis com tratamento 
inadequado da mãe: notificamos sífilis 
congênita, solicitamos exames e 
tratamos. Os exames solicitados são: 
Teste não-treponêmico em amostra de 
sangue periférico da puérpera e do RN; 
radiografia de ossos longos; análise do 
líquido cefalorraquidiano (VDRL, 
celularidade e proteinorraquia) e 
hemograma completo. 
Se supormos que sim, temos uma 
criança com mãe adequadamente 
tratada, mas com teste não 
treponêmico pelo menos duas diluições 
MAIOR que o materno: notificamos 
sífilis congênita, solicitamos exames e 
tratamos. Veja esse fluxograma que 
resume bem o que dissemos e também 
pode ser encontrado na página 36 da 
sua apostila sobre Infecções 
Congênitas. 
Vamos ver as alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: A sífilis 
congênita pode trazer inúmeras 
consequências, precisamos tratar, não 
apenas observar o caso. 
Alternativa B - Incorreta: Como vimos, 
já consideramos sífilis congênita e 
notificamos. Os exames nos ajudarão a 
guiar o tratamento, não a diagnosticar. 
Alternativa C - Correta: Exatamente o 
que vimos. 
Alternativa D - Incorreta: O que vai 
guiar o tipo de penicilina usada serão os 
exames. Líquor normal, posso usar a 
procaína, por exemplo. 
 
19. Uma mulher com 38 anos de idade 
comparece ao pronto atendimento com 
dor em baixo ventre de forte 
intensidade há algumas horas. A 
paciente refere que vinha sentindo um 
leve incômodo em baixo ventre, mas há 
algumas horas sente dor de forte 
intensidade em abdome, mais 
localizada em baixo ventre. Não tem 
fatores de melhora e piora ao caminhar. 
Refere náuseas e um episódio de 
vômito. Nega febre. Como 
antecedentes já teve uma doença 
inflamatória pélvica há alguns anos, 
tratada com antibióticos. Está casada 
há 10 anos, não utiliza método 
anticoncepcional hormonal e não usa 
preservativo em todas as relações. Tem 
dois filhos que nasceram de parto 
normal. Nega patologias clínicas. A 
data da última menstruação foi há 
aproximadamente7 semanas. Ao 
exame, apresenta regular estado geral, 
lúcida e contactuante, afebril, 
descorada (++/++++), com pressão 
arterial de 100 x 55 mmHg e pulso de 
110 batimentos por minuto. Exame 
cardiopulmonar sem anormalidades. 
Abdome distendido, doloroso, 
descompressão brusca presente em 
fossa ilíaca direita. Ruídos hidro aéreos 
presentes, mas diminuídos. Exame 
especular sem sangramento, presença 
de discreta leucorreia fluida sem sinais 
de vulvovaginite. Toque vaginal com 
muita dor, dificultando o exame, mas o 
útero está de tamanho, forma e 
consistência normal; sente muita dor à 
palpação de fundo de saco. 
Considerando o quadro clínico 
apresentado, assinale a opção que 
apresenta, respectivamente, a principal 
hipótese diagnóstica e a conduta 
correta a ser realizada. 
A) Apendicite aguda; cirurgia. 
B) Gestação ectópica rota; cirurgia. 
C) Doença inflamatória pélvica; 
antibioticoterapia parenteral. 
D) Aborto ou ameaça de aborto; 
internação para observação. 
CCQ: Mulheres com gravidez ectópica 
tendem a cursar com sintomas de dor 
abdominal, atraso menstrual e 
sangramento genital 
Olá, pessoal! Questão bem interessante 
porque requer conhecimento não 
apenas da ginecologia e obstetrícia mas 
também ter um bom leque de 
diagnósticos diferenciais se tratando de 
dor abdominal. 
Nesse caso, trata-se de uma paciente 
com DUM há 7 semanas e apresentando 
um quadro que já indica uma 
instabilidade. O exame físico revela 
descompressão brusca presente em 
fossa ilíaca direita como um sinal de 
irritação peritoneal e o toque vaginal 
doloroso. A história de dor a abdominal 
com atraso menstrual e sinais de 
choque é um forte indicativo de 
gravidez ectópica rota. 
Sendo resultado de implantação e 
desenvolvimento do ovo fora da 
cavidade uterina, o local mais 
acometido por essa patologia são as 
tubas uterinas (90%-95% dos casos), 
porém podem ocorrer em diferentes 
locais como na porção intersticial da 
tuba, cérvice uterina, no ovário, 
cavidade do abdômen e, até mesmo, na 
cicatriz da cesárea. 
Nesses casos, a dor é o principal 
sintoma, tendo caráter sincopal e 
lancinante na ruptura tubária e possui 
caráter de cólicas no aborto. Ao 
estabelecimento do hemoperitônio, a 
dor se acentua e generaliza para todo o 
abdome associado à ocorrência de 
náuseas e vômitos. Pode ocorrer dor 
escapular decorrente de dor referida 
por irritação diafragmática pelo 
hemoperitônio. 
Durante o exame físico da paciente, 
podem ser notados sinais como palidez 
cutaneomucosa sem perda sanguínea 
visível, taquicardia e hipotensão arterial 
devido ao estado de hipovolemia 
instalado devido a condição. Além 
disso, pode-se observar dor à 
descompressão brusca, redução dos 
ruídos hidroaéreos intestinais, intensa 
dor durante a palpação do fundo de 
saco posterior (classificado como Sinal 
de Proust) - como apresentado pela 
paciente. 
Agora, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: Embora o 
dado de descompressão brusca 
presente em fossa ilíaca direita possa 
levar a cogitar apendicite, outros dados 
da história clínica da paciente como 
amenorreia, toque vaginal doloroso e os 
sinais vitais podem não torná-lo o 
principal diagnóstico. 
Alternativa B - Correta: Exato! 
Conforme justificado no texto. 
Alternativa C - Incorreta: A paciente 
não possui os critérios para fechar 
diagnóstico de DIP. 
Alternativa D - Incorreta: A paciente 
não apresenta história compatível com 
ameaça de aborto. 
 
20. O médico de uma Equipe de Saúde 
da Família (ESF) está presente em uma 
reunião com moradores da área adstrita 
que discute sobre o papel da ESF no 
planejamento de um projeto de 
intervenção coletiva para promoção da 
saúde local. Um dos moradores 
pergunta sobre a possibilidade e 
importância da participação do controle 
social no projeto. 
Com relação ao aspecto questionado, o 
médico deve esclarecer que 
A) não há espaço para a participação do 
controle social no desenvolvimento do 
projeto de intervenção. 
B) a participação do controle social é 
legalmente permitida e muito 
importante para o desenvolvimento do 
projeto. 
C) a participação do controle social no 
desenvolvimento do projeto seria 
importante, mas não é permitida pela 
legislação brasileira. 
D) a participação do controle social no 
desenvolvimento do projeto só é 
permitida após aprovação pelo poder 
legislativo do município. 
CCQ: Saber que a participação do 
controle social é instituída legalmente 
Fala, galera! Estamos diante de uma 
questão que aborda a participação 
social, princípio definido pela Lei 
Orgânica da Saúde (8.080/90) e 
sistematizado pela lei 8142/90. Observe 
que há uma tendência das provas em 
não perguntar diretamente o que diz 
determinada lei, mas sim mesclar em 
situações do cotidiano. Vamos rever 
sobre esses princípios, já que trata-se de 
um tema recorrente: 
• Universalidade: significa que 
todos os cidadãos têm acesso ao 
sistema, incluindo os 
estrangeiros. 
• Integralidade: as ações de saúde 
estão presentes em todas as 
possíveis esferas, promoção de 
saúde, prevenção de doenças, 
cura e reabilitação. 
• Equidade: esse princípio existe 
devido a necessidade de 
redução das disparidades sociais 
e regionais que temos no Brasil. 
Ele se relaciona ao conceito de 
Justiça Social. Em se tratando de 
SUS visa ações e serviços de 
saúde, de forma a garantir 
atendimento ao cidadão em 
qualquer lugar, da forma que ele 
precisar, sem distinção de 
classe, sem privilégios, sem 
nada do tipo. Ele se materializa 
oferecendo mais recursos a 
quem mais precisa e menos 
recursos a quem menos precisa. 
Logo, percebemos que 
equidade é diferente de 
igualdade, já que igualdade não 
envolve diminuição de 
heterogeneidade. 
• Descentralização: significa uma 
redistribuição das 
responsabilidades das ações e 
dos serviços de saúde entre os 3 
níveis de poder. 
• Regionalização: 
municipalização do cuidado, 
mediante maior autonomia e 
autoridade dos municípios, já 
que cada município conhece 
melhor sua realidade. 
• Hierarquização: organização da 
atenção em diferentes níveis de 
atenção, primária, secundária e 
terciária. 
• Participação Social: garante 
participação da própria 
população na formulação de 
políticas e ações em saúde. 
Ocorre mediante os Conselhos e 
as Conferências de Saúde. 
• Resolubilidade: o sistema deve 
ser resolutivo, ou seja, de 
alguma forma o problema do 
usuário/paciente deve ser 
solucionado! 
• Complementaridade: é possível 
contratar o serviço privado. Em 
caso de insuficiência do setor 
público, pode haver necessidade 
de contratação do serviço 
privado de forma 
complementar. 
Agora podemos ir às alternativas. 
Alternativa A – Incorreta: Há espaço 
para a participação do controle social no 
desenvolvimento do projeto de 
intervenção, assim como está previsto 
na legislação. 
Alternativa B – Correta: Exato! A 
participação do controle social é 
assegurada pela Lei 8142 e é essencial 
no desenvolvimento do projeto. 
Alternativa C – Incorreta: A 
participação do controle social no 
desenvolvimento do projeto é 
permitida pela legislação brasileira. 
Alternativa D – Incorreta: Não é 
necessário a aprovação do poder 
legislativo para que a participação 
social ocorra, ela pode ocorrer por meio 
de participação ativa da população nas 
atividades da saúde, nos Conselhos e 
Conferências de saúde. 
 
21. Uma jovem com 14 anos de idade 
procura atendimento em Unidade 
Básica de Saúde (UBS) devido a crises 
recorrentes de lombalgia há, pelo 
menos, 4 anos. Relata que a dor é 
intensa, de início agudo, sem fator 
desencadeante que tenha identificado e 
que já havia precisado ser levada a 
pronto atendimento em algumas 
dessas crises para administração de 
analgésicos endovenosos. Conta que, 
em algumas dessas ocasiões, realizou 
exames laboratoriais, informandoque 
apenas era detectada a presença de 
anemia. Acrescenta que, no último 
atendimento, também foi realizada 
uma radiografia da coluna lombar, que 
evidenciou a presença de vértebras em 
"H", tendo sido orientada a procurar o 
médico da UBS para prosseguimento 
de investigação. 
Diante desse histórico, o médico da 
UBS deve considerar a hipótese de 
A) hiperparatireoidismo e solicitar 
dosagem de paratormônio. 
B) anemia falciforme e solicitar 
eletroforese de hemoglobina. 
C) fraturas vertebrais secundárias e 
solicitar tomografia computadorizada. 
D) espondilite anquilosante e solicitar 
ressonância magnética de sacroilíacas. 
CCQ: Saber que a anemia falciforme 
pode se apresentar com crises álgicas 
acompanhada de anemia recorrente e 
ter como imagem radiológica na 
radiografia de coluna vertebral o 
padrão de "vértebra em H” 
Olá, aluno Aristo! 
Questão sobre anemia falciforme. 
Vamos relembrar? 
Segundo o Tratado de Pediatria 4ª 
Edição, doença falciforme é o termo 
utilizado para definir um grupo de 
alterações genéticas caracterizadas 
pelo predomínio da hemoglobina S 
(HbS). Essas alterações incluem a 
anemia falciforme (HbSS), cujas 
manifestações clínicas dependem do 
genótipo e é caracterizada por 
episódios de dores osteoarticulares, 
dores abdominais, infecções e sintomas 
respiratórios (taquipneia, dispneia, 
tosse e dor torácica), além de retardo do 
crescimento e da maturação sexual, 
complicações oftalmológicas, acidente 
vascular cerebral e comprometimento 
crônico de múltiplos órgãos. 
A anemia falciforme pode acarretar em 
infartos ósseos que, na coluna 
vertebral, podem causar deformações 
chamadas de “vértebras em H”. 
Ainda, segundo o tratado, o diagnóstico 
laboratorial completo da doença 
falciforme no período pós‐natal inclui a 
realização de hemograma com 
contagem de reticulócitos, além da 
detecção da HbS e da sua associação 
com outras frações pela a eletroforese 
de hemoglobina. Vale lembrar que o 
diagnóstico em geral é realizado por 
meio do teste do pezinho, durante a 
triagem neonatal. 
Com isso, vamos às alternativas: 
Alternativa A - Incorreta: O 
hiperparatireoidismo não se apresenta 
com anemia e imagem óssea como 
descrita no caso. 
Alternativa B - Correta: Exato! A 
paciente apresenta quadro típico de 
crise álgica, muito característica de 
anemia falciforme, acompanhada de 
anemia persistente. Além disso, 
apresenta imagem radiográfica 
característica da doença. A técnica mais 
eficaz para o exame diagnóstico é a 
eletroforese de hemoglobina. 
Alternativa C - Incorreta: Farturas 
vertebrais secundarias não justificariam 
as crises álgicas como descritas e nem a 
anemia. 
Alternativa D - Incorreta: A espondilite 
anquilosante é um tipo de artrite e não 
cursa com anemia, além de não se 
apresentar com a imagem radiológica 
descrita no caso. 
 
 
22. Um homem com 22 anos de idade, 
atendido no Pronto-Socorro de 
hospital, apresentava um ferimento por 
projétil de arma de fogo no hemitórax 
direito. Ao exame físico, foram 
constatados: frequência respiratória de 
24 incursões respiratórias por minuto, 
frequência cardíaca de 110 batimentos 
por minuto, preenchimento capilar 
maior que 2 segundos, pressão arterial 
de 80 x 40 mmHg, estase jugular 
bilateral, desvio da traqueia para a 
esquerda, murmúrio vesicular abolido e 
timpanismo aumentado no hemitórax 
direito. 
Com base nesses dados, a conduta 
adequada é realizar 
A) radiografia do tórax e toracocentese 
no segundo espaço intercostal direito. 
B) radiografia do tórax e drenagem 
pleural fechada no quarto espaço 
intercostal direito. 
C) toracocentese inicialmente e 
drenagem pleural fechada no quarto 
espaço intercostal direito. 
D) toracocentese inicialmente e 
drenagem pleural aberta no segundo 
espaço intercostal direito. 
 
QUESTÃO ANULADA 
Fala, galera! Temos aqui uma questão 
bem interessante sobre trauma 
torácico. Trata-se de um paciente 
vítima de trauma por arma de fogo em 
hemitórax direito. Clinicamente ele 
apresenta sinais de choque: 
taquicardia, tempo de enchimento 
capilar aumentado, hipotensão. Além 
disso, ao exame físico conseguimos 
identificar turgência jugular + desvio da 
traqueia + timpanismo à percussão. 
Diante disso, nossa hipótese 
diagnóstica será de pneumotórax 
hipertensivo, concordam? 
O diagnóstico de pneumotórax 
hipertensivo é essencialmente clínico, 
não precisamos de exames 
complementares. O tratamento 
imediato é a punção torácica, ou 
toracocentese de alívio, no 5º espaço 
intercostal na linha axilar média. 
Porém, a conduta terapêutica definitiva 
é a drenagem torácica em selo d'água, 
também no 5º espaço intercostal. 
Algo a mais: Fiquem atentos na 
localização da toracocentese, pois 
costuma ser pegadinha de prova. De 
acordo com a nova edição do ATLS, a 
toracocentese não é mais feita no 2º 
espaço intercostal, e sim no 5º 
igualmente a drenagem. 
Alternativa A - Incorreta: 
Comentamos que o diagnóstico de 
pneumotórax hipertensivo é clínico, 
portanto a solicitação de radiografia de 
tórax se faz desnecessária. 
Alternativa B - Incorreta: Novamente o 
que discutimos, não é conduta de rotina 
a solicitação da radiografia, já que o 
diagnóstico é clínico. Além disso, a 
drenagem torácica é feita no quinto 
espaço intercostal. 
Alternativa C - Incorreta: A alternativa 
traz a toracocentese como conduta 
inicial seguida de drenagem, que está 
correta. Porém, de acordo com o ATLS, 
o local de inserção do dreno de tórax é 
no 5º espaço intercostal. Algumas 
bancas trazem como referência o 4º 
espaço intercostal como nesse caso, 
fiquem do olho. 
Alternativa D - Incorreta: Como já 
discutimos, o local tanto da 
toracocentese de alívio como da 
drenagem torácica, é o 5º espaço 
intercostal. 
 
23. Um lactente com 18 meses de idade 
é atendido em Unidade Básica de Saúde 
em virtude de a mãe ter notado "algo 
duro" na barriga do filho durante o 
banho há 1 semana. A mãe fez uso de 
laxativo por 2 dias, mas não houve 
desaparecimento da tumoração. Nesse 
período, ela notou que a criança estava 
mais apática e inapetente. Ela nega 
sintomas respiratórios e febre. Relata 
que o filho nasceu de parto cesárea a 
termo, sem intercorrências neonatais e 
que recebeu aleitamento materno 
exclusivo por 6 meses. Observa-se bom 
ganho pondero-estatural e vacinação 
em dia. A mãe traz exame de urina 
realizado há 3 dias, que mostra 
hematúria. Ao exame físico, apresenta 
regular estado geral, apático, hipoativo, 
descorado 1+/4+, afebril, acianótico, 
frequência cardíaca de 104 batimentos 
por minuto, frequência respiratória de 
32 incursões respiratórias por minuto, 
pressão arterial no percentil 95 para a 
idade e estatura. Ausência de 
linfoadenomegalias. Abdome com 
presença de massa de consistência 
endurecida no andar superior, sem 
ultrapassar linha média. Membros sem 
edema ou lesões. 
Considerando esse caso clínico, a 
principal hipótese diagnóstica e o 
exame indicado para elucidar o 
diagnóstico são, respectivamente, 
A) linfoma; ultrassonografia de abome. 
B) tumor de Wilms; ultrassonografia de 
abdome. 
C) glomerulonefrite difusa aguda; 
complemento sérico. 
D) neuroblastoma; tomografia 
computadorizada de abdome. 
CCQ: Saber que o tumor de Wilms é o 
tumor renal mais comum em crianças 
Olá, pessoal! Temos aqui uma questão 
com um caso clínico que aborda o 
diagnóstico diferencial de massas 
tumorais. Vamos analisar juntos: 
Trata-se de um lactente de 18 meses, 
previamente hígido, com uma massa 
tumoral no andar superior do 
abdome. Além disso, ele apresenta-se 
apático, hipoativo, hipocorado e com 
alterações que sugerem 
comprometimento renal: hematúria e 
aumento pressórico (PA no percentil 
95). 
Diante desse cenário, devemos pensar 
nos principais tumores da faixa etária 
pediátrica e associá-lo a alteração renal. 
Agora ficou

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