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2022 1. Uma mulher com 51 anos de idade, em tratamento para osteoporose com bifosfonato, comparece ao ambulatório de infectologia de um hospital escola para receber o resultado da investigação diagnóstica de quadro de lesão crônica oro-cérvico-facial à direita. Segundo a paciente, a lesão iniciou-se há cerca de 18 meses como um endurecimento inflamatório logo abaixo da mandíbula, bem ao nível de seu ângulo; ao longo de alguns dias, a lesão tornou-se um nódulo endurecido que, posteriormente, se ulcerou, dando saída a secreção purulenta contendo granulações amareladas por 2 tratos fistulosos. Conta que procurou assistência médica, tendo realizado tratamento antibiótico por algumas vezes, sempre por 7 a 14 dias, com melhora inicial do quadro, mas retorno da drenagem de material nas semanas seguintes. Acrescenta que, há 4 semanas, foi submetida a procedimento de biópsia local, tendo retornado ao ambulatório para saber o resultado da investigação diagnóstica. O laudo histopatológico revelou a presença de granulações contendo material inflamatório linfo-histiocitário associado a camadas densas de neutrófilos, no interior das quais são observadas massas de bactérias gram- positivas com filamentos ramificados, além de material sugestivo de depósitos de fosfato de cálcio. As culturas do material drenado isolaram, além de Actinomyces israelli, Eikenella corrodens e espécies de Staphylococcus. Ao exame físico, a paciente apresenta 2 elementos molares da arcada dentária inferior, bem adjacentes à lesão cérvico-facial, em péssimo estado de conservação, com processo inflamatório inequívoco. Nesse caso, o fármaco adequado, de uso prolongado, para a conduta terapêutica antimicrobiana é A) oxacilina. B) cefalexina. C) clindamicina. D) levofloxacina. QUESTÃO ANULADA Temos aqui um caso clínico complexo da prova do Revalida de 2022, que, ao final, aborda o tópico de antimicrobianos. Infelizmente, a questão acabou anulada, pois nenhuma resposta era apropriada. Mesmo assim, vamos analisar o caso? Nossa paciente está em tratamento para osteoporose com bisfosfonatos, e é importante você lembrar que esses medicamentos têm como efeito colateral característico a osteonecrose mandibular. A apresentação dessa condição pode cursar com dor, dificuldade de mobilização, edema e eritema. O diferencial nesse caso clínico é perceber que a osteonecrose propiciou a formação de um micetoma cervicofacial. O micetoma cervicofacial se comporta exatamente como descrito no enunciado: uma lesão nodular que, posteriormente, se torna ulcerada, com saída de secreção amarelada e granulada - característica da espécie Actinomyces israelli. O laudo histopatológico justamente reforça: há a presença de infiltrado inflamatório associado à massas de bactérias gram- positivas com filamentos - de novo o Actinomyces!. Por fim, via cultura, confirma-se a presença de Actinomyces israelli, Eikenella corrodens - um bacilo gram negativo anaeróbico, muito frequentemente associado ao Actinomyces - e espécies de Staphylococcus. E qual antibioticoterapia utilizar? No caso do micetoma pelo Actinomyces, o tratamento “de uso prolongado”, como o solicitado na questão, seria idealmente a penicilina G por via intravenosa por algumas semanas, seguida de penicilina oral, com tempo total de tratamento de 12 meses. Nos casos graves, pode-se lançar mão de Imipenem (500 mg) EV de 6/6h. Note que nenhuma das alternativas fornece essas opções, motivo pelo qual foi anulada. Vamos então analisá-las individualmente: Alternativa A - Incorreta: A Oxacilina é uma droga com cobertura específica para estafilococos produtores de penicilinase. Não surtiria efeito contra o Actinomyces ou Eikenella. Alternativa B - Incorreta: A Cefalexina é uma cefalosporina de primeira geração, com espectro limitado. É utilizada em infecções superficiais de pele e não oferece cobertura. Alternativa C - Incorreta: A Clindamicina não seria a primeira indicação para uso prolongado. Seu uso é controverso, pois algumas referências mostram ação in vitro, mas ela deve ser evitada pela alta resistência do Actinomyces. Alternativa D - Incorreta: O Levofloxacino não possui nenhuma indicação nesse caso, pois não cobre apropriadamente nenhuma bactéria encontrada na cultura, além de apresentar alta taxa de resistência pelo Actinomyces. Também, dificilmente as fluoroquinolonas são antibióticos de escolha para uso contínuo por seus efeitos adversos osteocondrais. 2. Um paciente com 72 anos de idade, tabagista, vem se queixando de icterícia, acolia, colúria e prurido há cerca de 2 meses de forma progressiva. Ao exame físico, apresenta icterícia +++/4 e massa palpável, de consistência amolecida e indolor no hipocôndrio direito, mais precisamente no ponto cístico. Os exames laboratoriais apresentam os seguintes resultados: hemograma com discreta anemia, AST de 64 U/l, AlT de 88 U/l, bilirrubina total de 32 mg/dl, sendo 24 mg/dl de bilirrubina direta e 8 mg/dl de bilirrubina indireta. Com base nos dados apresentados, entre os diagnósticos a seguir, qual é o mais provável? A) Coledocolitíase. B) Adenocarcinoma de vesícula biliar. C) Adenocarcinoma de cabeça de pâncreas. D) Colangiocarcinoma da confluência dos ductos hepáticos. CCQ: Idoso com síndrome colestática progressiva + massa palpável em ponto cístico = adenocarcinoma de cabeça de pâncreas A respeito de paciente de 72 anos, tabagista, com queixa de icterícia, acolia, colúria e prurido progressivos, há cerca de dois meses, com icterícia +++/4 e massa palpável indolor em região de ponto cístico, com exames demonstrando hiperbilirrubinemia de 32 mg/dl, às custas de bilirrubina direta. Qual o diagnóstico mais provável? Adenocarcinoma de cabeça de pâncreas, correto? É o tumor periampular mais comum e que justifica as alterações clínicas apresentadas pelo paciente. Bora avaliar as alternativas!!! Alternativa A - Incorreta: Coledocolitíase não cursaria com síndrome colestática tão progressiva e nem com massa palpável abdominal compatível com vesícula biliar escleroatrófica; Alternativa B - Incorreta: Adenocarcinoma de vesícula biliar não cursa com colestase, visto que não temos uma obstrução de colédoco; Alternativa C - Correta: Conforme explicação acima; Alternativa D - Incorreta: Tumor de Klatskin, também conhecido como tumor da confluência dos ductos hepáticos, não cursa com palpação de vesícula biliar indolor ao exame físico. 3. Um menino com 5 anos de idade, acompanhado da mãe, é atendido em unidade de saúde. A mãe relata o aparecimento abrupto de manchas arroxeadas indolores nos membros inferiores da criança há 2 dias, sem outras queixas. Há 1 mês, conta que o filho apresentou quadro de resfriado comum, para o qual fez uso somente de soro fisiológico para lavagem nasal. Nega uso recente de medicamentos ou antecedentes familiares relevantes. Ao exame clínico, o menino apresenta regular estado geral, corado, hidratado, anictérico, acianótico, afebril e eupneico; baço palpável ao nível de rebordo costal esquerdo, presença de petéquias e equimoses indolores em membros inferiores. Exame de Fundo de Olho sem sinais de sangramento. Sem evidência de outros sangramentos ou outros achados clínicos relevantes. Os exames laboratoriais iniciais evidenciaram hemoglobina de 12,3 g/dl (valor de referência [VR]: 12,6 g/dl); hematócrito de 38% (VR: 37%); contagem de 5.700 leucócitos/mm3 (VR: 5.000-15.000/mm3), com 37% de segmentados, 44% de linfócitos, 1% de monócitos e contagem de plaquetas de 64.000/mm3 (VR: 150.000- 450.000/mm3). Coagulograma com um tempo de tromboplastina de 12,5 segundos (VR: 10-14 segundos), 100% deatividade de protrombina e um tempo de tromboplastina ativada de 31 segundos (VR: 25-36 segundos). Considerando a principal hipótese diagnóstica para esse caso, qual deve ser a conduta terapêutica inicial? A) Terapia com corticosteroide. B) Internação para esplenectomia. C) Observação clínica ambulatorial. D) Administração de imunoglobulina. CCQ: Petéquias e equimoses + plaquetopenia, especialmente após IVAS, pense na púrpura trombocitopênica idiopática, onde na criança, o tratamento tende a ser a observação clínica Ei pessoal, tudo joia? Questãozinha sobre distúrbios da hemostasia na pediatria. Vamos rever juntos? Temos na questão uma criança que após um quadro de IVAS começou a apresentar púrpuras (essas manchas arroxeadas) na pele. Quando pedimos os exames laboratoriais, notamos: uma anemia leve com hematócrito levemente aumentado. O resto normal exceto pelo principal que nos guiará para o diagnóstico: a plaquetopenia. Sempre que tiver um quadro de petéquias e equimoses + plaquetopenia, especialmente após IVAS, pense na púrpura trombocitopênica idiopática ou autoimune. Esse quadro ocorre por deposição de anticorpos na membrana plaquetária. Quando o baço identifica essas plaquetas, elas são destruídas (por isso podemos ter um aumento do baço também). O quadro clássico é o de plaquetopenia e mais nada, mas fique atento, pois algumas questões, como essa, tentam lhe desviar do caminho certo ao colocar anemia, por exemplo. E o tratamento? É feito com prednisona e indicado quando as plaquetas estão < 20.000/mm³ ou < 30.000/mm³ associadas a um sangramento mucoso. Em crianças, o tratamento convencional e sugerido como mais adequado hoje em dia é a observação clínica e laboratorial, uma vez que 80% das crianças melhoram espontaneamente em até 6 meses. Vamos ver o que as alternativas dizem sobre o tratamento da condição: Alternativa A - Incorreta: Não, pois as plaquetas não estão abaixo de 20.000. Alternativa B - Incorreta: Não, esse é um tratamento possível quando houve refratariedade do quadro após conduta conservadora e medicamentosa. Alternativa C - Correta: Opa, exatamente!! Dada a história natural da doença na maior parte dos casos na criança, vamos observar. Alternativa D - Incorreta: Consideramos a imunoglobulina em casos muito graves, apenas. 4. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o rastreamento do câncer de mama organizado por mamografia de rotina (em que se convida formalmente as mulheres na faixa etária alvo para os exames periódicos), além de garantir controle de qualidade, seguimento oportuno e monitoramento em todas as etapas do processo, apresenta melhores resultados e menores custos que o rastreamento oportunístico. Considerando as informações apresentadas, para qual faixa etária e em que periodicidade, respectivamente, o INCA recomenda o rastreamento do câncer de mama organizado por mamografia de rotina? A) 45 aos 69 anos de idade; anualmente. B) 50 aos 79 anos de idade; anualmente. C) 40 aos 69 anos de idade; a cada 2 anos. D) 50 aos 69 anos de idade; a cada 2 anos. CCQ: O rastreio de câncer de mama é preconizado pelo INCA dos 50 aos 69 anos de idade com exame realizado bianualmente caso normalidade Olá, pessoal! Fala, aluno Aristo! Mais uma questão sobre câncer de mama devido à relevância desse tema, uma vez que sabemos que ele representa o segundo câncer mais comum no mundo e é o mais frequente entre as mulheres. Diante disso, é importante ter domínio sobre alguns tópicos, sendo um deste os fatores de risco associados a essa neoplasia. Por isso, vamos revisar os principais: • Sexo feminino. • Raça branca. • Antecedente pessoal de câncer de mama. • Lesões histológicas que indicam risco como hiperplasia ductal ou lobular. • Nuliparidade e primiparidade idosa. • História familiar de câncer de mama em parentes de primeiro grau. • Sedentarismo. • Exposição à radiação ionizante. Referente ao diagnóstico, sabe-se que o exame clínico das mamas é uma das ferramentas adotadas e necessita ser realizada pelo profissional de saúde. Essa abordagem demonstrou-se efetiva em reduzir a mortalidade por câncer de mama. Todavia, a mamografia é o método de escolha dos programas de rastreamento, sendo recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos, a cada dois anos pelo Ministério da Saúde e INCA. Agora, vamos analisar as alternativas: Alternativa A - Incorreta: Tanto a faixa etária quanto a periodicidade descritas não são as preconizadas pelo INCA. Alternativa B - Incorreta: É apenas até os 69 anos e o exame é bianual. Alternativa C - Incorreta: É preconizado idade a partir dos 50 anos. Alternativa D - Correta: Exato! Conforme justificado no texto acima. 5. Um homem com 48 anos de idade é obeso, tabagista e hipertenso há 6 anos, quando, devido a esse quadro, foi-lhe recomendada mudança do estilo de vida e prescrita farmacoterapia. Procura hoje a Unidade Básica de Saúde (UBS) com níveis tensionais elevados, glicemia alterada e referindo ter deixado de usar os medicamentos anti- hipertensivos prescritos dizendo "eles estão me fazendo sentir doente". O paciente relata que, durante a pandemia da COVID-19, deixou de seguir as orientações alimentares, de atividade física e de cessação do tabagismo. Para esse caso, a conduta a ser adotada pela equipe da UBS é A) construir um projeto terapêutico singular e pactuar com o paciente as propostas de ações para a mudança do estilo de vida e a adesão medicamentosa. B) esclarecer o paciente, no projeto terapêutico singular, sobre as consequências da não adesão ao tratamento, destacando o perigo dos potenciais danos clínicos e reiterando firmemente o aconselhamento. C) utilizar, no projeto terapêutico singular, a negação do paciente aos problemas apresentados e a adesão ao tratamento como formas de pressão para obtenção da mudança do estilo de vida. D) condicionar, na construção do projeto terapêutico singular, a adesão às mudança do estilo de vida e ao tratamento farmacológico e comunicar ao paciente que, se não seguir as orientações da equipe, não poderá mais ser atendido na UBS. CCQ: Saber que o Projeto Terapêutico Singular, um projeto interprofissional e holístico, é a abordagem ideal para problemas complexos na APS Querido aluno Aristo, questão não tão Pareto acerca de uma abordagem de alto envolvimento da equipe de Atenção Primária, e que destina um volume de recursos humanos alto, em um determinado período de tempo, para o paciente. O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é a elaboração de um plano conjunto entre diversas áreas da saúde presentes no serviço, de modo a abordar o quadro do paciente com um ponto de vista interprofissional e holístico. Tal abordagem é extremamente benéfica para a longitudinalidade, visto que aborda o paciente e o seu meio de diversas formas, com diversas ações distribuídas no tempo, por meio de vários atores da prestação de cuidado. Como é um projeto que compartilha metas e objetivos, este geralmente aborda as problemáticas do paciente sob diversos pontos de vista, dando também ao paciente mais conhecimento acerca do seu quadro de saúde e firmando pactuações com diversos profissionais para que os planos terapêuticos sejam seguidos. A criação de um vínculo de corresponsabilização, com a divisão clara de tarefas entre os profissionais e o paciente, é a abordagem preferencial. Uma abordagem paternalista, onde o profissional “manda” e o paciente “obedece” geralmente acaba desmotivando o paciente e impedindo que este seja protagonista nas mudanças de estilo de vida e na adesão terapêutica que a equipe planejou junto com o paciente. Agora que você já sabe sobre o PTS, quetal avaliarmos nossas alternativas? Alternativa A – Correta: Exatamente! O PTS vai ser um projeto de acompanhamento longitudinal, com o propósito final de desenvolver propostas de mudanças de estilo de vida e de adesão medicamentosa para o paciente ou para seu ambiente. Alternativa B – Incorreta: A abordagem pelo medo das complicações é uma abordagem pouco eficaz, uma vez que o paciente não parece ser sintomático. Dessa forma, a educação em saúde acerca da sua condição de saúde e da importância das medicações e dos hábitos passa a ter muito mais validade. Alternativa C – Incorreta: Não. Utilizar a negação do paciente como maneira de pressionar não é uma alternativa de promoção de saúde, ainda mais para um problema crônico, que exige mudança de estilo de vida. Alternativa D – Incorreta: Não! Essa alternativa fere totalmente os atributos do acesso e da integralidade, além do princípio da equidade, visto que é um paciente com uma condição de difícil abordagem, e que precisa de mais recursos para que seja feita alguma mudança no seu estilo de vida. 6. Um homem com 64 anos de idade chega ao serviço de emergência, conduzido pelos familiares, por confusão mental e sonolência. O paciente tem história de hipertensão arterial sistêmica com difícil controle. Ao exame, apresenta edema de papila ao fundo de olho, pressão arterial (PA) de 220 x 130 mmHg, presença de 4ª bulha na ausculta cardíaca. O restante do exame físico não apresenta alterações. A tomografia de crânio sem contraste não evidenciou sinais de isquemia cerebral. O tratamento de primeira escolha a ser proposto para esse paciente é iniciar A clonidina, via oral, com o objetivo de reduzir a PA em até 50% em 24 horas ou para uma PA na faixa de 140 x 90-85 mmHg. B nitroprussiato endovenoso com o objetivo de reduzir a PA em até 25% em 2 horas ou para uma PA na faixa de 160 x 100-110 mmHg. C nitroglicerina endovenosa com o objetivo de reduzir a PA em até 25% em 2 horas ou para uma PA na faixa de 160 x 100-110 mmHg. D captopril, via sublingual, com o objetivo de reduzir a PA em 50% em 8 horas ou para uma PA na faixa de 140 x 90-85 mmHg. QUESTÃO ANULADA Dae querido aluno! Tranquilo? Temos aqui uma questão clássica de Encefalopatia Hipertensiva (EH), que, infelizmente, acabou sendo anulada pela banca de forma inadequada. Mesmo assim, vamos revisar esse tema tão importante! As emergências hipertensivas devem conter duas condições: hipertensão + lesão de órgão alvo. No caso, temos um paciente com alteração no nível de consciência e papiledema - dois sinais clínicos da EH, que também pode cursar com cefaleia. Aqui devemos nos atentar no diagnóstico diferencial com os acidentes vasculares: a ausência de sinais focais também fala a favor da EH, e, a TC de crânio afasta ainda mais a possibilidade de AVC. Sendo definido o diagnóstico, como manejamos a EH? As recomendações gerais de redução da PA na EH são: • Diminuir a PA em 25% na 1ª hora; • Alcançar PA 160/100 -110 mmHg em 2-6 h • PA 135/85 mmHg em 24-48 h do início do tratamento. Lembre-se que, quedas maiores que isso podem ser danosas, levando à hipoperfusão de órgãos nobres. Por fim, para alcançar esses objetivos, podemos lançar mão de anti- hipertensivos EV, sendo os principais: • Nitroprussiato de sódio • Nicardipina • Betabloqueadores: labetalol/metoprolol Essas são as medicações de escolha para tratamento de uma encefalopatia hipertensiva. Assim, vamos analisar alternativa por alternativa: Alternativa A - Incorreta: Reduzir a PA em 50% significaria chegar em valores próximos à 110x65 mmHg, sendo que o mínimo recomendado é 135x85 mmHg. Essa seria uma redução drástica, que poderia levar à hipoperfusão e instabilidade hemodinâmica. Alternativa B - Correta: Tanto a medicação quanto a redução descritas nessa alternativa podem ser aceitas, e, essa seria a primeira escolha. Alternativa C - Incorreta: Foi essa alternativa que gerou a iniciativa de anulação da questão, mas repare que o enunciado deixa bem explícito, ele pergunta qual a primeira escolha. Dessa forma, não podemos negar que é o nitroprussiato. A nitroglicerina fica mais reservada para emergência hipertensiva associada a síndrome coronariana e não é muito usada na encefalopatia, devido à queda da PA ser pouco previsível. Alternativa D - Incorreta: Primeiramente, a via sublingual não é adequada, sendo a via EV preferida em emergências hipertensivas. Também, a redução de 50% em 24h é brusca, e poderia ser danosa pelos mesmos motivos descritos na alternativa A. Gabarito da banca: questão anulada. 7. Uma paciente com 35 anos de idade, vítima de acidente automobilístico, queixa-se de dor abdominal. Durante a admissão no setor de emergência, apresenta-se lúcida, cooperativa (Glasgow 15), pressão arterial: 100 x 60 mmHg, frequência cardíaca: 88 batimentos por minuto, frequência respiratória: 20 incursões respiratórias por minuto. Foi indicada tomografia de abdome, que evidenciou moderada quantidade de líquido livre na cavidade abdominal, hematoma subcapsular no lobo direito do fígado, ocupando cerca de 40% da superfície do órgão e laceração de cerca de 5 cm em lobo esquerdo. Nesse caso, qual deve ser a conduta para a paciente? A) laparotomia com rafia da laceração hepática e drenagem do hematoma subcapsular. B) laparotomia, hemostasia com compressas no fígado e reabordagem cirúrgica após 48 horas. C) Internação em Unidade de Terapia Intensiva com monitorização hemodinâmica e hematócrito seriado. D) Internação em Unidade de Terapia Intensiva com monitorização hemodinâmica, hematócrito seriado e tomografia de abdome a cada 48 horas. CCQ: Na ausência de contraindicações, o manejo do trauma hepático é conservador Aluno Aristo, questão Pareto no trauma abdominal, trazendo um conceito que não podemos deixar escapar: A conduta conservadora no trauma hepático. O fígado tem uma capacidade de regeneração elevada, além de ser um órgão de difícil abordagem, de forma que as condutas atuais tendem ao manejo não operatório, mostrando que há vantagem mesmo quando estamos diante de danos orgânicos mais relevantes. Isso é ainda mais verdadeiro em traumas fechados, como o do caso, na presença de alguns critérios, como a estabilidade hemodinâmica e a possibilidade de monitoramento seriado dos níveis de hemoglobina. Veja bem, é o quadro da nossa paciente, estabilidade hemodinâmica sem outras lesões abdominais que justifiquem a abordagem abdominal. O enunciado ainda traz informações que nos permitem classificar o trauma em grau III pela classificação da American Association for the Surgery of Trauma Organ Injury, mas não era sequer necessário, então não se prenda a isso. Bora dar uma olhada nas alternativas: Alternativa A - Incorreta: Conforme conversamos, paciente com trauma hepático fechado, com estabilidade hemodinâmica, sem sinais de lesões em outras vísceras tem indicação de tratamento conservador. Alternativa B - Incorreta: Observação clínica, conforme explicamos logo acima. Alternativa C - Correta: É isso, como explicamos, vamos internar essa paciente em ambiente no qual ela possa ser frequentemente avaliada e ter seu estado hemodinâmico avaliado de forma seriada. Alternativa D - Incorreta: A princípio, não há necessidade de repetição da tomografia como dito pela alternativa. Exames de imagem seriados não fazem parte do monitoramento do trauma hepático. 8. Um menino com 11 anos de idade apresenta febre diária há 4 dias e claudicação de membro inferior direito e vem usando ibuprofeno desde o início do quadro, sem melhora. Há 1 dia, recusa-se a andar, referindo muita dor em joelho direito, onde notou inchaçoe vermelhidão. Refere ainda inapetência e indisposição geral. Tem antecedente de lesões crostosas de mucosa nasal e pele ao redor do nariz há 2 semanas, tendo usado pomada à base de corticoide, sem melhora. Ao exame físico apresentou regular estado geral, corado, hidratado, febril (temperatura = 38 ºC), frequência cardíaca: 103 batimentos por minuto, frequência respiratória: 16 incursões respiratórias por minuto, anictérico, acianótico, eupneico, pulsos cheios, boa perfusão periférica. lesões pustulosas e crostosas em vestíbulo nasal. Joelho direito com edema, calor e intensa dor à mobilização. Restante dos aparelhos sem alterações. Para a elucidação diagnóstica, quais são os exames/ procedimentos indicados? A) Antiestreptolisina O e ecocardiograma. B) Anticorpo antinuclear e fator reumatoide. C) Ultrassonografia e punção articular de joelho. D) Hemograma e provas de atividade inflamatória. CCQ: Na hipótese de artrite séptica, hemograma e provas de função inflamatória ajudam a esclarecer o diagnóstico Ei pessoal, tudo certo? Questãozinha sobre condições osteoarticulares na infância, bora rever? Antes de mais nada, vamos analisar o caso e raciocinar a partir disso: Temos uma que, após lesões crostosas na mucosa nasal e pele ao redor, provável impetigo, apresentou uma artrite em joelho direito, com comprometimento do estado geral. Sempre que tiver um quadro infeccioso que "migra" para uma articulação, pense na artrite séptica. Esse quadro pode ocorrer por disseminação hematogênica de um microrganismo quando o paciente tem uma infecção prévia. A doença acomete mais as articulações de cargas dos membros inferiores: quadris e joelhos e a clínica é composta por dor articular, limitação à movimentação e sinais flogísticos. Em relação aos exames complementares, precisamos primeiro confirmar a inflamação: o hemograma mostra aumento de polimorfonucleares com desvio à esquerda e as provas inflamatórias (PCR e VHS estão aumentadas). Depois, exames de imagem, como a ultrassonografia, podem ser úteis. Vamos ver as alternativas: Alternativa A - Incorreta: Marcou essa aqui quem pensou na febre reumática, mas lembre-se: a febre reumática ocorre após uma faringoamigdalite, impetigo não. Alternativa B - Incorreta: Não, pois nossa suspeita é infecciosa, não autoimune. Alternativa C - Incorreta: Essa pegou muita gente: está errado pedir esses exames agora? Nâo. Mas sem nem sequer confirmar a inflamação, não são eles que vão elucidar o diagnóstico. Alternativa D - Correta: Exatamente, com o hemograma e provas de atividade inflamatória vamos confirmar nossa hipótese de inflamação e aí partimos para outras propedêuticas. 9. Uma paciente com 30 anos de idade, gestante pela 3ª vez, comparece ao centro de saúde para acompanhamento pré-natal. Relata que os outros dois partos foram normais, há 10 e 8 anos, que não houve nenhuma intercorrência nas outras gestações e que não tem nenhuma doença diagnosticada. Refere sintomas típicos de início de gestação: enjoo matinal e sonolência. Está com 13 semanas de gestação e apresenta os resultados dos exames de pré-natal anteriormente solicitados. Entre eles, o resultado da glicemia de jejum mostra 132 mg/dl. Com relação a esse caso, qual é a conduta adequada? A)Encaminhar a gestante para pré- natal de alto risco, já que se trata de diabetes mellitus gestacional. B) Encaminhar a gestante para pré- natal de alto risco, já que se trata de diabetes mellitus prévio diagnosticado na gestação. C) Solicitar um teste de tolerância à glicose oral com 75 g imediatamente para elucidar o diagnóstico e avaliar necessidade de encaminhar a paciente ao ambulatório especializado. D) Solicitar um teste de tolerância à glicose oral com 75 g com 26 semanas para elucidar o diagnóstico e avaliar necessidade de encaminhar a paciente ao ambulatório especializado. CCQ: Saber que glicemia de jejum acima de maior/igual a 126 mg/dl caracteriza uma diabetes prévia Pessoal, tudo bem com vocês? Diabetes gestacional é um tema muito importante, devido sua prevalência (sendo representada por 7,6% no Sistema Único de Saúde), e suas complicações, podendo levar a uma macrossomia fetal, crescimento intrauterino restrito, polidrâmnio, prematuridade. O rastreamento está indicado em todas as gestantes, sendo realizado um exame de glicemia em jejum antes das 20 semanas, cujo resultado normal é < 92 mg/dl , e caso apresente um resultado normal, é necessário uma prova de tolerância oral com glicose entre as semanas 24ª e 28ª semanas de gestação. Sabendo disso, vamos analisar as alternativas: Alternativa A - Incorreta: Resultados de glicemia alterados, de 92 mg/dl a 125 mg/dl representam uma diabetes gestacional, a nossa paciente apresenta um resultado de 132 mg/dl, indicando uma diabetes prévia. Alternativa B - Correta: Resultados de glicemia alterados, acima de 125 mg/dl, já caracterizam uma diabetes prévia, indicando um acompanhamento da gestante em pré-natal de alto risco devido às complicações que uma diabetes pode trazer na gestação. Alternativa C - Incorreta: O teste de tolerância oral a glicose está indicado apenas na 24ª a 28ª semana se a gestante apresentar um resultado normal no primeiro exame, em caso de uma glicemia de jejum acima dos valores para diabetes gestacional (92 - 125 mg/dl) na primeira medição, já diagnostica como diabetes mellitus prévia, não havendo necessidade de outro exame confirmatório. Alternativa D - Incorreta: Como mencionado anteriormente, em casos de resultado de glicemia em jejum alterados na primeira medição, acima de 125 mg/dl, já temos diagnóstico de diabetes prévia, não havendo necessidade de exame confirmatório. 10. Diante da pandemia da COVID-19, e segundo o guia de vigilância epidemiológica emergência de saúde pública de importância nacional pela doença pelo coronavírus 2019 - COVID- 19 (2021), o Ministério da Saúde emitiu orientações de biossegurança durante a investigação de infecções respiratórias a partir de pacientes com suspeita de infecção por SARS-CoV-2. Nesta circunstância, para a coleta de material potencialmente gerador de aerossol, constitui a primeira linha de proteção destinada aos profissionais da saúde, os seguintes equipamentos de proteção individual (EPI): A) gorro descartável, protetor facial, máscara PFF2 e avental de pano. B) óculos de proteção, máscara cirúrgica e avental de mangas compridas. C) gorro descartável, óculos de proteção ou protetor facial, máscara PFF2 (N95 ou equivalente), avental de mangas compridas, luva de procedimento e calçados fechados. D) gorro descartável, óculos de proteção ou protetor facial, máscara de pano/tecido (dupla camada), avental de mangas compridas, luva de procedimento e calçados fechados. CCQ: Saber que a máscara PFF2 e o avental de mangas compridas fazem parte da primeira linha de proteção dos profissionais de saúde na coleta de material potencialmente gerador de aerossol no contexto da COVID-19 Fala, pessoal! Estamos diante de uma questão que aborda o uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) em situação de coleta de material potencialmente gerador de aerossol, como swab de vias aéreas ou aspirado de vias aéreas de um paciente com COVID-19. Vamos lá! As medidas de prevenção e controle de infecção devem ser implementadas pelos profissionais que atuam nos serviços de saúde para evitar ou reduzir ao máximo a transmissão de microrganismos durante qualquer assistência à saúde realizada. Voltado para o contexto da questão, considerando profissionais de saúde que realizam procedimentos geradores de aerossóis, não podemos esquecer da importância da máscara N95/PFF2. Ela sedifere das demais máscaras como a cirúrgica e as de pano devido a seu alto poder de filtragem e de proteção contra partículas que podem ficar no ar por várias horas. N95 é a sigla utilizada para a PFF2 (“peça facial filtrante”) nos Estados Unidos, de modo que as duas siglas representam a mesma máscara. Agora podemos ir às alternativas. Alternativa A – Incorreta: Não está indicado o uso de avental de pano, além de ser indispensável o uso de luvas de procedimento. Alternativa B – Incorreta: Não é indicado a utilização de máscara cirúrgica, e sim de máscara PFF2, já que trata-se de uma situação de coleta de material potencialmente gerador de aerossol. Alternativa C – Correta: Exato! Essa alternativa cita todos os equipamentos de proteção individual que devem ser usados em situação de coleta de material potencialmente gerador de aerossol: gorro descartável, óculos de proteção ou protetor facial, máscara PFF2 (N95 ou equivalente), avental de mangas compridas, luva de procedimento e calçados fechados. Alternativa D – Incorreta: Como visto anteriormente, o indicado é o uso da máscara PFF2, e não de máscara de pano/tecido. 11. Uma paciente com 22 anos de idade dá entrada na unidade de emergência de hospital de média complexidade com quadro de asma descompensada. A paciente, que se apresenta taquicárdica (frequência cardíaca: 110 batimentos por minuto), taquipneica (frequência respiratória: 28 incursões respiratórias por minuto) e febril (38,3 ºC), relata descompensação do quadro respiratório há 2 dias, tendo utilizado medicação de resgate (beta 2 agonista adrenérgico inalatório) por diversas vezes ao longo desse período, sem obter melhora. Diagnosticada com asma ainda na infância, ela conta que sua doença vem sendo classificada como asma moderada persistente, estando em uso regular de beta 2 agonista de longa duração (salmoterol) e corticoide inalatório (budesonida) em baixa dose, além da medicação de resgate. Ao exame físico, nota-se também leve cianose e sibilância inspiratória e expiratória; a hemodinâmica encontra-se estável bem como o nível de consciência. A paciente é submetida a administração de nebulização com beta 2 agonista adrenérgico inalatório e anticolinérgico de ação rápida (brometo de ipratrópio). A despeito da oxigenioterapia sob máscara nasal com reservatório, repetição da nebulização e da administração de metilprednisolona intravenosa, a paciente continua com algum grau de desconforto respiratório. Exames laboratoriais indicam a presença de possível processo infeccioso bacteriano (leucocitose com leve desvio à esquerda e aumento da proteína C reativa [PCR]), confirmado na radiografia de tórax, que indica padrão de condensação segmentar no lobo inferior direito. A gasometria arterial revelou o seguinte padrão: pH: 7,44 (valor de referência [VR]: 7,35- 7,45); PaO2: 65 (VR para idade: 95); PaCO2: 44 (VR: 35-45); HCO3 : 22 (VR: 24 +/- 2); SaO2: 91% (VR > 94%). Completada essa avaliação inicial, o médico opta por indicar a realização de intubação orotraqueal preventiva. A principal razão para a tomada dessa decisão A) foi o nível reduzido da PaO2 à gasometria arterial. B) foi o nível normal da PaCO2 à gasometria arterial. C) foram as evidências de pneumonia à radiografia de tórax, hemograma e PCR. D) foi a presença de sibilância inspiratória e expiratória associada à taquipneia. QUESTÃO ANULADA Fala aluno Aristo! Temos aqui uma questão sobre Asma que deu o que falar! Basicamente, foi indicada intubação orotraqueal (IOT) precoce nessa paciente, e a banca solicitava o porquê. A questão justamente foi anulada pois nenhuma alternativa trazia uma justificativa plausível. Vamos tentar entender o que a banca queria: Primeiramente, a decisão de intubar um paciente asmático é difícil: a IOT aumenta ainda mais a reatividade brônquica, causando mais constrição. Por isso, a técnica de IOT precoce pode ser benéfica, pois um preparo apropriado diminui os efeitos deletérios, sendo a IOT tardia muito mais difícil. Para ajudar nessa decisão, utilizamos o mnemônico ABC: • A) paciente apresenta alteração do estado mental. • B) breathing: esforço respiratório, fadiga respiratória, hipóxia e hipercapnia • C) curso desfavorável: pacientes que estão deteriorando No nosso caso, a paciente não apresentava alteração do estado mental mas, mesmo após as medidas iniciais com fornecimento de oxigênio, nebulização e corticoide, ainda mantinha algum grau de desconforto respiratório. Também, foi descrita cianose discreta, PaO2: 65, PaCO2 no limite superior e SaO2: 91% (VR > 94%) - o que pode ser interpretado como um curso desfavorável. Portanto, o que banca gostaria? Que o candidato assinalasse a alternativa A. Justificando subjetivamente que a hipóxia e cianose, em asma refratária, podem ser indicações de IOT precoce. No entanto, devemos sempre analisar a clínica do paciente. Além disso, se formos falar de valores, segundo o GINA (principal referência no tema), os critérios para falência respiratória são: PaO2 < 60 mmHg e PaCO2 normal ou aumentado (> 45 mmHg) após as medidas iniciais. Portanto, podemos tirar daí a indicação de intubação. Visto isso, vamos concluir que o principal motivo da indicação da intubação aqui é a refratariedade às medidas iniciais com sinal de falência respiratória. Basicamente, as alternativas não foram bem formuladas mas, vamos analisá- las: Alternativa A - Incorreta: Se formos levar em conta estritamente o valor da PaO2, seria correto considerar se a PaO2 fosse menor que 60 mmHg, que não é o caso. Alternativa B - Incorreta: Níveis normais de PaCO2 nesse contexto justificariam a intubação orotraqueal, mas veja que seria uma resposta incompleta, não seria a principal razão, como pergunta o enunciado. A principal razão é a refratariedade às medidas terapêuticas iniciais com evolução para falência respiratória. Alternativa C - Incorreta: Pneumonia não é indicação de IOT. Alternativa D - Incorreta: A presença de sibilância e taquipneia não é indicação de IOT. 12. Uma paciente com 43 anos de idade, sem comorbidades, vem apresentando quadro de dor em hipocôndrio direito, febre, colúria e acolia fecal há 48 horas. Ao exame, mostra-se lúcida, orientada no tempo e espaço, com icterícia +/4, temperatura axilar 39 ºC e pressão arterial de 130 x 90 mmHg. No exame do abdome apresenta dor à palpação profunda do ponto cístico, sem massas e/ou visceromegalias. Realizou ultrassonografia que mostrou vesícula biliar com paredes levemente espessadas, com cálculos pequenos em seu interior; dilatação das vias biliares com colédoco medindo 1 cm. Diante desse quadro, quais são, respectivamente, a principal hipótese diagnóstica e o tratamento inicial adequado? A) Colecistite aguda; antibioticoterapia venosa. B) Colangite aguda; antibioticoterapia venosa. C) Colecistite aguda; colecistectomia de emergência. D) Colangite aguda; drenagem cirúrgica das vias biliares. CCQ: Icterícia obstrutiva + dor em hipocôndrio direito + febre = colangite aguda Salve salve família Aristo, tudo bem com vocês? Questãozinha do INEP- REVALIDA-DF de 2022 trazendo um tema frequente nas provas, sendo abordado de forma inteligente e sem muitas complicações, concordam? A respeito de paciente de 43 anos com quadro de dor em hipocôndrio direto, febre, colúria e acoli fecal há 48 h, com exame físico denotando febre de 39°C, PA de 130 x 90 mmHg, com dor à palpação profunda do ponto cístico. USG demonstrou vesícula biliar com paredes levemente espessadas, com cálculos pequenos em seu interior e colédoco dilatado, com 1 cm de diâmetro. Qual o diagnóstico e conduta inicial? Icterícia obstrutiva+ dor em hipocôndrio direito + febre (podendo ter calafrios associados) = colangite aguda, certo!? Tal paciente apresenta a tríade de Charcot e fecha nossa hipótese principal. Inicialmente, a conduta é internação, estabilização clínica e início de antibioticoterapia, com programação de CPRE eletiva, caso se mantenha estável. Caso piore, com instabilidade hemodinâmica e confusão mental, devemos pensar que o paciente está evoluindo com a pêntade de Reynolds e, nesse caso, deve-se fazer CPRE com urgência para exploração da via biliar. Bora avaliar as alternativas!!! Alternativa A - Incorreta: Colecistite aguda não cursa com icterícia, colúria e acolia fecal; Alternativa B - Correta: Conforme explicação acima; Alternativa C - Incorreta: Nos casos de colecistite, não se realiza colecistectomia de forma imediata; Alternativa D - Incorreta: Não se indica drenagem cirúrgica das vias biliares como tratamento inicial de colangite aguda não-supurativa. 13. Uma menina com 11 meses de idade comparece à consulta de puericultura na Unidade Básica de Saúde. A mãe questiona como deve seguir a vacinação, especificamente no caso do sarampo, uma vez que a criança recebeu uma dose dessa vacina aos 8 meses de idade, quando teve contato com um caso suspeito da doença. De acordo com o estabelecido pelo Ministério da Saúde, essa criança deve receber uma dose da vacina A) tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina tetraviral aos 15 meses. B) tríplice viral aos 12 meses e uma dose da vacina tetraviral aos 18 meses. C) antissarampo aos 12 meses e uma dose da vacina tríplice viral aos 15 meses. D) antissarampo aos 18 meses e outra dose da vacina tetraviral aos 18 meses. CCQ: Mesmo após a dose zero da vacina contra Sarampo, a criança deve receber uma dose da tríplice viral aos 12 meses e uma da tetra viral aos 15 meses Ei pessoal, tudo joia? Questão simples, direta e muito possível de ser recorrente dada a nova realidade que estamos vivendo, de aumento de casos de sarampo. Vamos rever a imunização dessa doença? A vacina contra Sarampo é composta de vírus vivo atenuado e deve ser administrada em duas doses: aos 12 meses pela tríplice viral e aos 15 meses pela tetra viral. Mas a criança da questão tomou uma vacina aos 8 meses, o que houve? Diante da epidemia de Sarampo em 2019, houve uma recomendação de uma dose adicional, chamada de dose zero, para os lactentes de 6 meses até 11 meses e 29 dias. Essa dose NÃO entra na conta das vacinas: é uma extra, então a criança do caso ainda deve tomar a tríplice aos 12 e a tetra aos 15 meses. E um algo a mais sobre a vacina do Sarampo é que ela pode ser feita para pacientes expostos, não imunizados e imunocompetentes como forma de bloqueio. A vacina pode ser administrada em até 72h após o contato com um caso suspeito. Vamos ver as alternativas: Alternativa A - Correta: Exatamente o que comentamos!! Alternativa B - Incorreta: Aqui, o erro está na idade de aplicação da tetra viral. Alternativa C - Incorreta: Não, a dose da tríplice é aos 12 meses. Alternativa D - Incorreta: Aqui está tudo errado!! 14. Uma paciente chega à unidade de emergência com idade gestacional de 37 semanas e 6 dias, gesta: 2, para: 1, aborto: 0 (um parto cesariana anterior), com contrações uterinas presentes, colo não pérvio, pressão arterial de 160 x 110 mmHg, já com duas aferições intervaladas por 10 minutos. Para esse caso, a conduta correta é solicitar A) acesso venoso e decúbito lateral esquerdo, além de encaminhar a paciente para cesariana de urgência. B) decúbito lateral esquerdo e exames laboratoriais, além de reavaliar a pressão arterial da paciente e proceder a resolução da gestação. C) acesso venoso e exames laboratoriais, além de iniciar sulfato de magnésio e proceder a resolução da gestação. D) acesso venoso e exames laboratoriais, além de encaminhar a paciente para cirurgia devido a cesariana anterior. [QUESTÃO ANULADA] Olá Aluno! Nos deparamos aqui com uma questão sem resposta certa! A questão nos cobra a conduta mais adequada em casos de pico hipertensivo grave na gestação. Vamos conversar um pouco sobre? A gravidez representa um "experimento" para a reserva cardiovascular da paciente no que tange à hipertensão. Pacientes com tendência a hipertensão desenvolvem a DHEG (Doença Hipertensiva Específica da Gravidez). Pacientes com hipertensão prévia podem apresentar uma DHEG superajuntada à hipertensão prévia, cursando com descompensação da comorbidade de base. Dentre as principais complicações da DHEG, devemos nos atentar à pré- eclâmpsia e eclâmpsia. A pré-eclâmpsia consiste em medidas de pressão arterial alteradas, podendo ser leve ou grave. Observe abaixo: Fonte: www.rmmg.org Já a eclâmpsia é um fenômeno grave, caracterizado por uma crise convulsiva tônico-clônica generalizada e pode ser precedida de sinais que indica a iminência de eclâmpsia (cefaleia + epigastralgia + escotomas visuais). No casos dos picos hipertensivos, eles devem ser manejados com anti- hipertensivos de rápida ação. A escolha principal é a hidralazina seguida do nifedipino e, em último caso, o uso de nitroprussiato de sódio, que deve ser evitado pois podem causar intoxicação fetal. Já a iminência de eclâmpsia e a eclâmpsia são tratadas com Sulfato de Magnésio em esquema de Pritchard. Na questão acima, a paciente apresenta um pico hipertensivo. Não há evidência de sofrimento fetal e nem sinais de eclâmpsia ou iminência de eclâmpsia. Portanto, o tratamento deveria ter sido feito com Hidralazina, Nifedipino ou Nitroprussiato de sódio. Nenhuma dessas opções está presente nas alternativas. 15. Primigesta com 36 anos de idade e com 26 semanas de gestação comparece à consulta de rotina de pré- natal na Unidade de Saúde da Família (USF). A paciente nega queixas, apresenta situação vacinal atualizada, sorologias de segundo trimestre negativas e procura checagem do resultado do teste oral de tolerância à glicose, realizado há 1 semana. O resultado da glicemia de jejum de primeiro trimestre foi de 90 mg/dl. O médico de Família e Comunidade identifica, no teste oral de tolerância à glicose, glicemia de jejum de 85 mg/dl e http://rmmg.org/artigo/detalhes/1194 encontra o valor de 192 mg/dl na dosagem após 1 hora de sobrecarga e o de 180 mg/dl na dosagem após 2 horas. Com relação a esse caso, quais são, respectivamente, o diagnóstico e a conduta corretos? A) Diabetes mellitus gestacional não detectado; manter seguimento na rotina de pré-natal de risco habitual na USF. B) Diabetes mellitus gestacional; solicitar início, na USF, da insulinoterapia (2,5 UI/Kg/dia) e avaliar glicemia capilar em 15 dias. C) Diabetes mellitus gestacional; manter acompanhamento longitudinal na USF e encaminhar a paciente para pré-natal de alto risco. D) Diabetes mellitus; suspender acompanhamento do pré-natal de risco habitual na USF e encaminhar a paciente ao pré-natal de alto risco. CCQ: TOTG entre 24 e 28 sem com jejum entre 92 a 125 mg/dL, ≥ 180 mg/dL na 1 hora ou entre 153 e 199 mg/dL após 2 horas é DMG Fala, aluno Aristo! Tudo tranquilo? Temos aqui uma questão que aborda um assunto garantido na sua prova! Diabetes na gestação é um tema recorrente e devemos estar com os conceitos dominados. Vamos revisar juntos: O diabetes mellitus (DM) é caracterizado por hiperglicemia consequente à deficiência insulínica, que pode ser decorrente da produção pancreática reduzida, de inadequada liberação e/ou da resistência periférica ao hormônio. A hiperglicemia deve ser categorizada e diferenciada em DM diagnosticado na gestação (do inglês, overt diabetes) ou em diabetes mellitus gestacional, como descrito abaixo:• Diabetes mellitus gestacional (DMG): hiperglicemia detectada pela primeira vez durante a gravidez, com níveis glicêmicos sanguíneos que não atingem os critérios diagnósticos para DM; • Diabetes mellitus diagnosticado na gestação (overt diabetes): mulher sem diagnóstico prévio de DM, com hiperglicemia detectada na gravidez e com níveis glicêmicos sanguíneos que atingem os critérios da OMS para o DM em não gestantes; O rastreamento do DM é feito através da medida da glicemia de jejum na primeira consulta pré-natal < 20 semanas). Em caso de glicemia ≥ 126 mg/dL, temos diagnóstico de DM na gestação; se glicemia 92 a 126 mg/dL, considera-se DM gestacional. Se glicemia < 92 mg/dL, aplica-se o TOTG 75g entre 24 e 28 semanas de gestação. Nesse caso, o diagnóstico de DM gestacional é confirmado se ao menos um valor de: • Jejum entre 92 a 125 mg/dL; • 1 hora ≥ 180 mg/dL; • 2 horas entre 153 e 199 mg/dL. Por outro lado, o diagnóstico de DM na gestação é firmado em caso de haver ao menos um valor de: • Jejum ≥ 126 mg/dL; • 2 horas ≥ 200 mg/dL. O tratamento do DMG inclui medidas não farmacológicas como cuidados com a alimentação, prática de exercício físico e farmacológicas como uso de medicamentos, além de monitorizações metabólica e obstétrica continuadas. O tratamento farmacológico padrão para o DMG é a insulina. O tratamento com insulina é indicado nas gestantes que não atingem as metas de controle glicêmico com dieta, que apresentam falha do tratamento com medicação VO ou naquelas com indicadores de provável falha do tratamento VO (glicemia de jejum > 140 mg/dL ou glicemia em 2 h no TOTG > 200 mg/dL). A banca nos apresenta uma paciente com os seguintes resultados no TOTG: glicemia de jejum de 85 mg/dl, que não fecha o diagnóstico de DM, mas valores de 192 mg/dl na dosagem após 1 hora de sobrecarga e o de 180 mg/dl na dosagem após 2 horas, ambos valores fechando o diagnóstico de DM gestacional. Vamos às alternativas: Alternativa A - Incorreta: Os valores encontrados no TOTG indicam diagnóstico de DM gestacional e a paciente deve ser encaminhada para pré-natal de alto risco. Alternativa B - Incorreta: O diagnóstico é de DM gestacional e a terapêutica inicial deve ser feita com medidas não farmacológicas, inicialmente, e encaminhamento ao pré-natal de alto risco. Alternativa C - Correta: Como discutido, os valores fecham o diagnóstico de DM gestacional e a paciente deve ser encaminhada ao pré- natal de alto risco, com a USF habitual mantendo o cuidado longitudinal e coordenação do cuidado. Alternativa D - Incorreta: O diagnóstico de é DM gestacional. A paciente deve ser encaminhada ao pré- natal de alto risco, mas seguir o acompanhamento na USF habitual. 16. Uma jovem com 19 anos de idade chega para consulta na Unidade de Pronto Atendimento por icterícia e desconforto no quadrante superior direito do abdome. A paciente refere que vem se sentindo cansada há aproximadamente 10 dias, acrescentando que, nos primeiros 2 dias desse quadro, apresentou febre (38 ºC na região axilar) e artralgia, coriza, tosse seca, perda de apetite, náuseas e dois episódios de vômitos. Conta ainda que, quando a icterícia apareceu, os sintomas melhoraram bastante e que agora sente apenas um pouco de desconforto no quadrante superior direito do abdome e leve diminuição do apetite. Ao exame físico, a paciente apresenta regular estado geral, ictérica e com fígado palpável 2 cm abaixo do rebordo costal; o baço não é palpável. Considerando o quadro clínico e os dados apresentados, a principal hipótese diagnóstica dessa paciente é A) leptospirose. B) mononucleose. C) colecistite aguda. D) hepatite aguda viral. CCQ: Saber que diante de um quadro com um período prodrômico com sintomas inespecíficos seguido do aparecimento de icterícia e hepatomegalia dolorosa devemos suspeitar do diagnóstico de hepatite viral aguda Fala, aluno Aristo! Aqui nos deparamos com mais uma questão sobre gastroenterologia, focando nas hepatites virais. Não se preocupe se não conseguiu acertar. Vamos aprender esse CCQ e acertar a partir de agora! As hepatites agudas virais são doenças causadas por diferentes agentes etiológicos e que possuem relevância para a saúde pública, devido ao grande número de indivíduos atingidos e a possibilidade de complicações. É importante saber que o quadro clínico da doença pode ser oligossintomático/assintomático ou sintomático. No primeiro caso, os sintomas estão ausentes ou são leves e atípicos, simulando um quadro gripal. Já no segundo caso, as manifestações clínicas são típicas como febre, icterícia e colúria. Na hepatite aguda, três fases podem ser evidenciadas na evolução do quadro. Há um período prodrômico ou pré-ictérico em que ocorre a incubação do vírus e ainda não está evidente a icterícia. Nesse período, é comum aparecerem manifestações inespecíficas como anorexia, náuseas, vômitos, febre baixa, mialgia, artralgia e fadiga. Posteriormente, há o aparecimento da icterícia, na fase ictérica, e, em geral, os sintomas prodrômicos tendem a diminuir. O paciente pode apresentar hepatomegalia dolorosa e esplenomegalia. Há hiperbilirrubinemia intensa e progressiva, às custas principalmente de bilirrubina direta. As aminotransferases podem aumentar de 10 a 100 vezes o limite superior da normalidade. Por fim, há o período de convalescença, em que ocorre o desaparecimento da icterícia e melhora do bem-estar geral. Caso haja sintomas por mais de seis meses, devemos pensar na cronificação do quadro. Os vírus B, C e D podem cronificar. Nesses casos, há inflamação e fibrose contínua do fígado, podendo levar a sintomas dependendo do grau de lesão hepática. Está relacionado com uma evolução desfavorável, com complicações como cirrose hepática. Agora que discutimos um pouco sobre essa doença, vamos analisar as alternativas abaixo. Alternativa A - Incorreta: A leptospirose geralmente se apresenta com um período precoce com sintomas inespecíficos como febre, dor de cabeça, dor muscular, perda de apetite, náuseas e vômitos. Em 15% dos casos, pode evoluir para a apresentação mais grave, cuja principal manifestação é a síndrome de Well, com icterícia, insuficiência renal e hemorragias. Assim, não pensamos nessa condição como diagnóstico mais provável. Alternativa B - Incorreta: Deve-se suspeitar de mononucleose em caso de febre, dor de garganta, fadiga e linfoadenomegalia importante. Dessa forma, apresenta quadro típico diferente do apresentado pela paciente. Alternativa C - Incorreta: A colecistite aguda se apresenta geralmente com um quadro de dor contínua em abdome superior, pior após a ingestão de alimentos gordurosos. O paciente pode apresentar náuseas, vômitos, anorexia e febre. Não cursa com icterícia, a não ser quando associada a outras complicações, como coledocolitíase, não sendo pensada como diagnóstico mais provável. Alternativa D - Correta: Como vimos, as hepatites virais agudas cursam com um período de sintomas inespecíficos e, posteriormente, aparecimento da icterícia e da hepatomegalia dolorosa e ocasional esplenomegalia, sendo compatível com o quadro acima descrito. 17. Um homem com 33 anos de idade chega para atendimento no Pronto- Socorro de hospital de nível secundário. Relata vômitos com sangue assim como fezes escurecidas e fétidas há 1 dia. Ao exame físico, encontra-se descorado, taquicárdico, hipotenso. Realizou endoscopia digestiva alta que evidenciou úlcera péptica pré-pilórica (tipo III de Johnson), com sangramento em jato proveniente da lesão (Classificação Ia de Forrest), sendo realizada hemostasia da ulceração com solução de adrenalina. Doze horas após aterapêutica endoscópica, apresentou novamente vômitos com sangue em grande quantidade, frequência cardíaca de 110 batimentos por minuto e pressão arterial de 80 x 40 mmHg. Com base na história clínica do paciente e nos dados do exame físico, o tratamento adequado deve ser A) reposição volêmica e nova endoscopia para terapêutica endoscópica. B) terapia intensiva, inibidor de bomba de prótons e tratamento operatório. C) transferência para angiografia terapêutica e embolização em hospital terciário. D) terapia intensiva e dobrar a dose de inibidor de bomba de prótons endovenoso. CCQ: Saber que em pacientes com hemorragia digestiva alta e perda importante de volume é necessário realizar reposição volêmica e tratamento endoscópico Olá, aluno Aristo. Temos aqui mais uma questão sobre hemorragia digestiva alta. Não se preocupe se errou. Vamos aprender esse CCQ e acertar a partir de agora. Dizemos que há hemorragia digestiva alta (HDA) quando há sangramentos no trato gastrointestinal acima do ligamento de Treitz. Ela pode ser manifestada por meio de hematêmese, em que há vômitos com sangue, ou melena, em que o sangue encontra-se digerido nas fezes, dando-lhes o aspecto escurecido e fétido. Diante de um paciente com HDA a prioridade do tratamento é a estabilização hemodinâmica em caso de sangramento agudo. Em pacientes com perdas menores que 15% de volume não há sintomas como hipotensão e taquicardia. Perdas entre 15 a 30% geram taquicardia em repouso e hipotensão postural e, no caso de PAS < 90 mmHg, alterações de consciência e extremidades frias, devemos suspeitar de choque hipovolêmico, em que a perda sanguínea é maior que 40% do volume. Nos casos em que há sintomatologia diante do sangramento, é necessário realizar reposição volêmica. Após estabilização hemodinâmica e medidas iniciais como monitorização e solicitação de exames laboratoriais, deve-se realizar endoscopia digestiva alta (EDA) precocemente, entre 12 a 24 horas após a admissão, para se identificar a origem do sangramento e inclusive tratá-lo em alguns casos. A doença ulcerosa péptica é uma das causas da HDA. Ela pode ser classificada, de acordo com sua localização, pela classificação de Johnson: • Tipo I - localizada no corpo gástrico; • Tipo II - associada à úlcera duodenal; • Tipo III - pré-pilórica; • Tipo IV - próxima à junção esofogogástrica, considerada alta. Além disso, a classificação de Forrest, permite avaliar o sangramento presente na úlcera e guia a terapia endoscópica a ser escolhida. Podemos visualizar essa classificação na tabela abaixo. Em casos de sangramentos visíveis ou vaso visível, deve ser realizado tratamento endoscópico. Disponível em: GIORDANO-NAPPI, José; MALUF FILHO, Fauze. Aspectos endoscópicos no manejo da úlcera péptica gastroduodenal. Rev. Col. Bras. Cir., Rio de Janeiro , v. 35, n. 2, p. 124- 131, Apr. 2008 . Diante disso, vamos analisar as alternativas abaixo. Alternativa A - Correta: O paciente acima apresenta sinais de instabilidade hemodinâmica e precisa de reposição volêmica. Além disso, está indicada realização de EDA para identificação da origem do sangramento e tratamento. Alternativa B - Incorreta: O tratamento cirúrgico está indicado em pacientes com choque hipovolêmico, que não respondem a outros métodos e aqueles que necessitem de mais de 6 unidades de concentrado de hemácias, o que não é o caso. Alternativa C - Incorreta: A angiografia terapêutica e a embolização não são tratamentos indicados para úlceras pépticas. Alternativa D - Incorreta: Os inibidores de bomba de prótons devem ser usados para tratamento da úlcera péptica, podendo utilizar o omeprazol ou pantoprazol, 80mg em bolus com manutenção de 8mg/h durante 72 horas para aumentar a estabilidade do coágulo. Apesar disso, nesse paciente em questão é necessário prioritariamente a estabilização hemodinâmica e abordagem endoscópica inicialmente. 18. Um médico de plantão em uma unidade de saúde materno- infantil de hospital secundário recebe a informação de parto de uma gestante com antecedente de tratamento de sífilis primária no segundo trimestre da gestação, com penicilina benzatina 2.4000.000 UI, dose única, via intramuscular. O parto foi normal, sem intercorrências, com recém-nascido (RN) a termo, capurro de 39 semanas e 4 dias, peso: 3.450 g, estatura: 49 cm e apgar: 9-10; ele está assintomático e com exame físico sem alterações. Houve a coleta de sorologias da mãe e do RN. Os resultados do VDRl mostram títulos maternos de 1:4 e títulos do RN de 1:32. Em relação ao recém-nascido, a conduta a ser adotada é A) fazer seguimento ambulatorial com novas coletas de VRDl nas consultas de rotina. B) solicitar radiografia de ossos longos e hemograma e notificar sífilis congênita se exames alterados. C) notificar sífilis congênita, solicitar líquor, radiografia de ossos longos, hemograma e iniciar tratamento. D) notificar sífilis congênita e iniciar tratamento com penicilina cristalina endovenosa por 10 dias. CCQ: Se títulos de VDRL do RN forem pelo menos duas diluições maiores que os da mãe, notificar sífilis congênita, solicitar líquor, radiografia de ossos longos, hemograma e iniciar tratamento Ei pessoal, tudo certo por aí? Questãozinha sobre infecções congênitas, mais especificamente a sífilis. Bora rever? Sempre que temos uma gestante diagnosticada com sífilis, precisamos nos atentar à possibilidade de uma transmissão vertical e ao fato de que o recém-nascido pode ter uma sífilis congênita. A criança da questão é uma criança exposta à sífilis e nesse caso não sabemos se a mãe foi ou não tratada adequadamente, pois não temos os títulos de VDRL anteriores. Se supormos que não, temos uma criança exposta a sífilis com tratamento inadequado da mãe: notificamos sífilis congênita, solicitamos exames e tratamos. Os exames solicitados são: Teste não-treponêmico em amostra de sangue periférico da puérpera e do RN; radiografia de ossos longos; análise do líquido cefalorraquidiano (VDRL, celularidade e proteinorraquia) e hemograma completo. Se supormos que sim, temos uma criança com mãe adequadamente tratada, mas com teste não treponêmico pelo menos duas diluições MAIOR que o materno: notificamos sífilis congênita, solicitamos exames e tratamos. Veja esse fluxograma que resume bem o que dissemos e também pode ser encontrado na página 36 da sua apostila sobre Infecções Congênitas. Vamos ver as alternativas: Alternativa A - Incorreta: A sífilis congênita pode trazer inúmeras consequências, precisamos tratar, não apenas observar o caso. Alternativa B - Incorreta: Como vimos, já consideramos sífilis congênita e notificamos. Os exames nos ajudarão a guiar o tratamento, não a diagnosticar. Alternativa C - Correta: Exatamente o que vimos. Alternativa D - Incorreta: O que vai guiar o tipo de penicilina usada serão os exames. Líquor normal, posso usar a procaína, por exemplo. 19. Uma mulher com 38 anos de idade comparece ao pronto atendimento com dor em baixo ventre de forte intensidade há algumas horas. A paciente refere que vinha sentindo um leve incômodo em baixo ventre, mas há algumas horas sente dor de forte intensidade em abdome, mais localizada em baixo ventre. Não tem fatores de melhora e piora ao caminhar. Refere náuseas e um episódio de vômito. Nega febre. Como antecedentes já teve uma doença inflamatória pélvica há alguns anos, tratada com antibióticos. Está casada há 10 anos, não utiliza método anticoncepcional hormonal e não usa preservativo em todas as relações. Tem dois filhos que nasceram de parto normal. Nega patologias clínicas. A data da última menstruação foi há aproximadamente7 semanas. Ao exame, apresenta regular estado geral, lúcida e contactuante, afebril, descorada (++/++++), com pressão arterial de 100 x 55 mmHg e pulso de 110 batimentos por minuto. Exame cardiopulmonar sem anormalidades. Abdome distendido, doloroso, descompressão brusca presente em fossa ilíaca direita. Ruídos hidro aéreos presentes, mas diminuídos. Exame especular sem sangramento, presença de discreta leucorreia fluida sem sinais de vulvovaginite. Toque vaginal com muita dor, dificultando o exame, mas o útero está de tamanho, forma e consistência normal; sente muita dor à palpação de fundo de saco. Considerando o quadro clínico apresentado, assinale a opção que apresenta, respectivamente, a principal hipótese diagnóstica e a conduta correta a ser realizada. A) Apendicite aguda; cirurgia. B) Gestação ectópica rota; cirurgia. C) Doença inflamatória pélvica; antibioticoterapia parenteral. D) Aborto ou ameaça de aborto; internação para observação. CCQ: Mulheres com gravidez ectópica tendem a cursar com sintomas de dor abdominal, atraso menstrual e sangramento genital Olá, pessoal! Questão bem interessante porque requer conhecimento não apenas da ginecologia e obstetrícia mas também ter um bom leque de diagnósticos diferenciais se tratando de dor abdominal. Nesse caso, trata-se de uma paciente com DUM há 7 semanas e apresentando um quadro que já indica uma instabilidade. O exame físico revela descompressão brusca presente em fossa ilíaca direita como um sinal de irritação peritoneal e o toque vaginal doloroso. A história de dor a abdominal com atraso menstrual e sinais de choque é um forte indicativo de gravidez ectópica rota. Sendo resultado de implantação e desenvolvimento do ovo fora da cavidade uterina, o local mais acometido por essa patologia são as tubas uterinas (90%-95% dos casos), porém podem ocorrer em diferentes locais como na porção intersticial da tuba, cérvice uterina, no ovário, cavidade do abdômen e, até mesmo, na cicatriz da cesárea. Nesses casos, a dor é o principal sintoma, tendo caráter sincopal e lancinante na ruptura tubária e possui caráter de cólicas no aborto. Ao estabelecimento do hemoperitônio, a dor se acentua e generaliza para todo o abdome associado à ocorrência de náuseas e vômitos. Pode ocorrer dor escapular decorrente de dor referida por irritação diafragmática pelo hemoperitônio. Durante o exame físico da paciente, podem ser notados sinais como palidez cutaneomucosa sem perda sanguínea visível, taquicardia e hipotensão arterial devido ao estado de hipovolemia instalado devido a condição. Além disso, pode-se observar dor à descompressão brusca, redução dos ruídos hidroaéreos intestinais, intensa dor durante a palpação do fundo de saco posterior (classificado como Sinal de Proust) - como apresentado pela paciente. Agora, vamos às alternativas: Alternativa A - Incorreta: Embora o dado de descompressão brusca presente em fossa ilíaca direita possa levar a cogitar apendicite, outros dados da história clínica da paciente como amenorreia, toque vaginal doloroso e os sinais vitais podem não torná-lo o principal diagnóstico. Alternativa B - Correta: Exato! Conforme justificado no texto. Alternativa C - Incorreta: A paciente não possui os critérios para fechar diagnóstico de DIP. Alternativa D - Incorreta: A paciente não apresenta história compatível com ameaça de aborto. 20. O médico de uma Equipe de Saúde da Família (ESF) está presente em uma reunião com moradores da área adstrita que discute sobre o papel da ESF no planejamento de um projeto de intervenção coletiva para promoção da saúde local. Um dos moradores pergunta sobre a possibilidade e importância da participação do controle social no projeto. Com relação ao aspecto questionado, o médico deve esclarecer que A) não há espaço para a participação do controle social no desenvolvimento do projeto de intervenção. B) a participação do controle social é legalmente permitida e muito importante para o desenvolvimento do projeto. C) a participação do controle social no desenvolvimento do projeto seria importante, mas não é permitida pela legislação brasileira. D) a participação do controle social no desenvolvimento do projeto só é permitida após aprovação pelo poder legislativo do município. CCQ: Saber que a participação do controle social é instituída legalmente Fala, galera! Estamos diante de uma questão que aborda a participação social, princípio definido pela Lei Orgânica da Saúde (8.080/90) e sistematizado pela lei 8142/90. Observe que há uma tendência das provas em não perguntar diretamente o que diz determinada lei, mas sim mesclar em situações do cotidiano. Vamos rever sobre esses princípios, já que trata-se de um tema recorrente: • Universalidade: significa que todos os cidadãos têm acesso ao sistema, incluindo os estrangeiros. • Integralidade: as ações de saúde estão presentes em todas as possíveis esferas, promoção de saúde, prevenção de doenças, cura e reabilitação. • Equidade: esse princípio existe devido a necessidade de redução das disparidades sociais e regionais que temos no Brasil. Ele se relaciona ao conceito de Justiça Social. Em se tratando de SUS visa ações e serviços de saúde, de forma a garantir atendimento ao cidadão em qualquer lugar, da forma que ele precisar, sem distinção de classe, sem privilégios, sem nada do tipo. Ele se materializa oferecendo mais recursos a quem mais precisa e menos recursos a quem menos precisa. Logo, percebemos que equidade é diferente de igualdade, já que igualdade não envolve diminuição de heterogeneidade. • Descentralização: significa uma redistribuição das responsabilidades das ações e dos serviços de saúde entre os 3 níveis de poder. • Regionalização: municipalização do cuidado, mediante maior autonomia e autoridade dos municípios, já que cada município conhece melhor sua realidade. • Hierarquização: organização da atenção em diferentes níveis de atenção, primária, secundária e terciária. • Participação Social: garante participação da própria população na formulação de políticas e ações em saúde. Ocorre mediante os Conselhos e as Conferências de Saúde. • Resolubilidade: o sistema deve ser resolutivo, ou seja, de alguma forma o problema do usuário/paciente deve ser solucionado! • Complementaridade: é possível contratar o serviço privado. Em caso de insuficiência do setor público, pode haver necessidade de contratação do serviço privado de forma complementar. Agora podemos ir às alternativas. Alternativa A – Incorreta: Há espaço para a participação do controle social no desenvolvimento do projeto de intervenção, assim como está previsto na legislação. Alternativa B – Correta: Exato! A participação do controle social é assegurada pela Lei 8142 e é essencial no desenvolvimento do projeto. Alternativa C – Incorreta: A participação do controle social no desenvolvimento do projeto é permitida pela legislação brasileira. Alternativa D – Incorreta: Não é necessário a aprovação do poder legislativo para que a participação social ocorra, ela pode ocorrer por meio de participação ativa da população nas atividades da saúde, nos Conselhos e Conferências de saúde. 21. Uma jovem com 14 anos de idade procura atendimento em Unidade Básica de Saúde (UBS) devido a crises recorrentes de lombalgia há, pelo menos, 4 anos. Relata que a dor é intensa, de início agudo, sem fator desencadeante que tenha identificado e que já havia precisado ser levada a pronto atendimento em algumas dessas crises para administração de analgésicos endovenosos. Conta que, em algumas dessas ocasiões, realizou exames laboratoriais, informandoque apenas era detectada a presença de anemia. Acrescenta que, no último atendimento, também foi realizada uma radiografia da coluna lombar, que evidenciou a presença de vértebras em "H", tendo sido orientada a procurar o médico da UBS para prosseguimento de investigação. Diante desse histórico, o médico da UBS deve considerar a hipótese de A) hiperparatireoidismo e solicitar dosagem de paratormônio. B) anemia falciforme e solicitar eletroforese de hemoglobina. C) fraturas vertebrais secundárias e solicitar tomografia computadorizada. D) espondilite anquilosante e solicitar ressonância magnética de sacroilíacas. CCQ: Saber que a anemia falciforme pode se apresentar com crises álgicas acompanhada de anemia recorrente e ter como imagem radiológica na radiografia de coluna vertebral o padrão de "vértebra em H” Olá, aluno Aristo! Questão sobre anemia falciforme. Vamos relembrar? Segundo o Tratado de Pediatria 4ª Edição, doença falciforme é o termo utilizado para definir um grupo de alterações genéticas caracterizadas pelo predomínio da hemoglobina S (HbS). Essas alterações incluem a anemia falciforme (HbSS), cujas manifestações clínicas dependem do genótipo e é caracterizada por episódios de dores osteoarticulares, dores abdominais, infecções e sintomas respiratórios (taquipneia, dispneia, tosse e dor torácica), além de retardo do crescimento e da maturação sexual, complicações oftalmológicas, acidente vascular cerebral e comprometimento crônico de múltiplos órgãos. A anemia falciforme pode acarretar em infartos ósseos que, na coluna vertebral, podem causar deformações chamadas de “vértebras em H”. Ainda, segundo o tratado, o diagnóstico laboratorial completo da doença falciforme no período pós‐natal inclui a realização de hemograma com contagem de reticulócitos, além da detecção da HbS e da sua associação com outras frações pela a eletroforese de hemoglobina. Vale lembrar que o diagnóstico em geral é realizado por meio do teste do pezinho, durante a triagem neonatal. Com isso, vamos às alternativas: Alternativa A - Incorreta: O hiperparatireoidismo não se apresenta com anemia e imagem óssea como descrita no caso. Alternativa B - Correta: Exato! A paciente apresenta quadro típico de crise álgica, muito característica de anemia falciforme, acompanhada de anemia persistente. Além disso, apresenta imagem radiográfica característica da doença. A técnica mais eficaz para o exame diagnóstico é a eletroforese de hemoglobina. Alternativa C - Incorreta: Farturas vertebrais secundarias não justificariam as crises álgicas como descritas e nem a anemia. Alternativa D - Incorreta: A espondilite anquilosante é um tipo de artrite e não cursa com anemia, além de não se apresentar com a imagem radiológica descrita no caso. 22. Um homem com 22 anos de idade, atendido no Pronto-Socorro de hospital, apresentava um ferimento por projétil de arma de fogo no hemitórax direito. Ao exame físico, foram constatados: frequência respiratória de 24 incursões respiratórias por minuto, frequência cardíaca de 110 batimentos por minuto, preenchimento capilar maior que 2 segundos, pressão arterial de 80 x 40 mmHg, estase jugular bilateral, desvio da traqueia para a esquerda, murmúrio vesicular abolido e timpanismo aumentado no hemitórax direito. Com base nesses dados, a conduta adequada é realizar A) radiografia do tórax e toracocentese no segundo espaço intercostal direito. B) radiografia do tórax e drenagem pleural fechada no quarto espaço intercostal direito. C) toracocentese inicialmente e drenagem pleural fechada no quarto espaço intercostal direito. D) toracocentese inicialmente e drenagem pleural aberta no segundo espaço intercostal direito. QUESTÃO ANULADA Fala, galera! Temos aqui uma questão bem interessante sobre trauma torácico. Trata-se de um paciente vítima de trauma por arma de fogo em hemitórax direito. Clinicamente ele apresenta sinais de choque: taquicardia, tempo de enchimento capilar aumentado, hipotensão. Além disso, ao exame físico conseguimos identificar turgência jugular + desvio da traqueia + timpanismo à percussão. Diante disso, nossa hipótese diagnóstica será de pneumotórax hipertensivo, concordam? O diagnóstico de pneumotórax hipertensivo é essencialmente clínico, não precisamos de exames complementares. O tratamento imediato é a punção torácica, ou toracocentese de alívio, no 5º espaço intercostal na linha axilar média. Porém, a conduta terapêutica definitiva é a drenagem torácica em selo d'água, também no 5º espaço intercostal. Algo a mais: Fiquem atentos na localização da toracocentese, pois costuma ser pegadinha de prova. De acordo com a nova edição do ATLS, a toracocentese não é mais feita no 2º espaço intercostal, e sim no 5º igualmente a drenagem. Alternativa A - Incorreta: Comentamos que o diagnóstico de pneumotórax hipertensivo é clínico, portanto a solicitação de radiografia de tórax se faz desnecessária. Alternativa B - Incorreta: Novamente o que discutimos, não é conduta de rotina a solicitação da radiografia, já que o diagnóstico é clínico. Além disso, a drenagem torácica é feita no quinto espaço intercostal. Alternativa C - Incorreta: A alternativa traz a toracocentese como conduta inicial seguida de drenagem, que está correta. Porém, de acordo com o ATLS, o local de inserção do dreno de tórax é no 5º espaço intercostal. Algumas bancas trazem como referência o 4º espaço intercostal como nesse caso, fiquem do olho. Alternativa D - Incorreta: Como já discutimos, o local tanto da toracocentese de alívio como da drenagem torácica, é o 5º espaço intercostal. 23. Um lactente com 18 meses de idade é atendido em Unidade Básica de Saúde em virtude de a mãe ter notado "algo duro" na barriga do filho durante o banho há 1 semana. A mãe fez uso de laxativo por 2 dias, mas não houve desaparecimento da tumoração. Nesse período, ela notou que a criança estava mais apática e inapetente. Ela nega sintomas respiratórios e febre. Relata que o filho nasceu de parto cesárea a termo, sem intercorrências neonatais e que recebeu aleitamento materno exclusivo por 6 meses. Observa-se bom ganho pondero-estatural e vacinação em dia. A mãe traz exame de urina realizado há 3 dias, que mostra hematúria. Ao exame físico, apresenta regular estado geral, apático, hipoativo, descorado 1+/4+, afebril, acianótico, frequência cardíaca de 104 batimentos por minuto, frequência respiratória de 32 incursões respiratórias por minuto, pressão arterial no percentil 95 para a idade e estatura. Ausência de linfoadenomegalias. Abdome com presença de massa de consistência endurecida no andar superior, sem ultrapassar linha média. Membros sem edema ou lesões. Considerando esse caso clínico, a principal hipótese diagnóstica e o exame indicado para elucidar o diagnóstico são, respectivamente, A) linfoma; ultrassonografia de abome. B) tumor de Wilms; ultrassonografia de abdome. C) glomerulonefrite difusa aguda; complemento sérico. D) neuroblastoma; tomografia computadorizada de abdome. CCQ: Saber que o tumor de Wilms é o tumor renal mais comum em crianças Olá, pessoal! Temos aqui uma questão com um caso clínico que aborda o diagnóstico diferencial de massas tumorais. Vamos analisar juntos: Trata-se de um lactente de 18 meses, previamente hígido, com uma massa tumoral no andar superior do abdome. Além disso, ele apresenta-se apático, hipoativo, hipocorado e com alterações que sugerem comprometimento renal: hematúria e aumento pressórico (PA no percentil 95). Diante desse cenário, devemos pensar nos principais tumores da faixa etária pediátrica e associá-lo a alteração renal. Agora ficou
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