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1 ARTES III 2 ARTES III ÍNDICE DANÇA...................................................................................................................................3 CAPOEIRA..............................................................................................................................6 CONGADA............................................................................................................................10 CINEMA................................................................................................................................14 TEATRO................................................................................................................................25 REFERÊNCIAS........................................................................................................................29 3 DANÇA O que é dança? A dança é um tipo de manifestação artística que utiliza o corpo como instrumento criativo. Geralmente, essa forma de expressão vem acompanhada por música. Entretanto, também é possível dançar sem o apoio musical. Na dança, as pessoas realizam movimentos ritmados, seguindo uma cadência própria ou coreografada, originando harmonias corporais. História da dança A dança foi uma das primeiras demonstrações expressivas do ser humano. Surgiu ainda na pré-história, como consequência de experimentações corporais, como bater os pés no chão e bater palmas. A partir das descobertas de novos sons, ritmos e intensidades sonoras, as pessoas foram combinando movimentos do corpo. São as chamadas danças primitivas. Portanto, é muito provável que a dança tenha surgido ao mesmo tempo que a música, também como uma forma de comunicação. Além disso, estava bastante relacionada a cerimônias ritualísticas e espirituais. Há registros de pinturas rupestres do período paleolítico que representam figuras humanas realizando movimentos que foram interpretados como danças. As danças milenares são aquelas que ocorreram em civilizações da antiguidade, como Índia, Egito, Grécia e Roma. Para esses povos, dançar tinha um caráter sagrado e seu maior objetivo era reverenciar as divindades. 4 Já na Idade Média, a dança não tinha tanto destaque devido à moralidade imposta pela Igreja Católica. Nesse contexto, as manifestações corporais foram consideradas profanas, ou seja, imorais. De qualquer forma, a população do campo continuou exercendo as danças camponesas. No renascimento, a dança retoma sua importância, sendo valorizada pela nobreza. Nesse momento, ela torna-se mais complexa e surgem estudos e organizações de modo a sistematizá-la; é quando surge o balé. Depois, aparece a dança moderna, um estilo mais livre e espontâneo, mais relacionado com a vida real e cotidiana. Essa vertente ganhou impulso com o trabalho de uma bailarina norte-americana chamada Isadora Duncan (1877-1927). Outro grande nome da dança moderna é a dançarina Martha Graham (1894-1991), também nascida nos EUA. Com o tempo, outras maneiras de se expressar corporalmente foram criadas e hoje temos a chamada dança contemporânea. Nesse estilo não existe uma estruturação clara, importando mais as ideias, conceitos e emoções do que propriamente a estética. Tipos de dança Há diversos tipos de danças e maneiras de dançar. Podemos classificar essa expressão artística a partir de alguns critérios, a saber: 5 Danças solo - quando o dançarino apresenta-se desacompanhado. Danças folclóricas - como Bumba meu boi, frevo, maracatu, carimbó. Dança performática - como o balé, dança contemporânea, sapateado, flamenco, etc. Danças em dupla - danças de casais, como tango, samba, forró, valsa, entre outras. Danças cerimoniais - como algumas danças circulares, danças indígenas, etc. Dança social - como a dança de salão. Danças em grupo - quando várias pessoas compõem uma coreografia, como nas danças circulares, sapateado, etc. Danças étnicas - quando são de um lugar específico. Dança religiosa - como a dança sufi. 6 CAPOEIRA A capoeira é um tipo de luta que teve origem no Brasil a partir do século XVI. De grande expressividade para a cultura brasileira, tem como principais características a defesa pessoal, além de movimentos corporais bem ágeis. Nesse esporte, os praticantes exercitam bastante os pés e a cabeça. Um importante atributo da capoeira para as outras artes marciais consiste na sua musicalidade. Além de aprender a lutar e jogar, os participantes tocam instrumentos de origem afro-brasileira como o atabaque, berimbau e o agogô, além de cantar as músicas típicas. Para ser um capoeirista completo, o praticante deve lutar de acordo com a musicalidade da luta. A capoeira além de ser um exercício que desenvolve a coordenação motora, como outros esportes, melhora o aumento da frequência cardíaca, o desenvolvimento muscular, a queima de gordura, assim como a flexibilidade e a resistência física. História da capoeira A história da capoeira está bastante associada à escravidão do Brasil. A arte marcial começou do século XVI, no período em que o Brasil era colônia de Portugal. Trazidos dos países da África para o Brasil, os negros vinham para trabalhar nos engenhos de cana-de- açúcar, sobretudo na região do Nordeste, bem como nas fazendas de café, roças ou nas casas dos senhores. A capoeira iniciou como uma luta para expressar resistência dentro das senzalas. Os escravos criaram a capoeira como uma forma de se proteger da violência e punição dos colonizadores brasileiros. Eles eram frequentemente alvos de agressões e atrocidades dos senhores de engenho. Os africanos, quando conseguiam fugir das fazendas, eram perseguidos pelos capitães do mato (um tipo de serviçal feitoria, designado pela captura de escravos fugitivos) que tinham uma maneira de caça muito cruel. Os ricos senhores de engenho impediam de forma rigorosa que os escravos executassem qualquer tipo de luta. Por conta disso, os africanos utilizavam do ritmo e dos 7 movimentos de danças africanas de forma que se adequasse a um tipo de luta. Dessa forma começou a surgir a capoeira, uma combinação de arte marcial e luta camuflada de dança. A modalidade foi um importante recurso da resistência cultural, sobretudo corporal dos escravos brasileiros. Geralmente as lutas eram realizadas em terreiros próximos das senzalas e era uma forma de distração devido ao estresse gerado pelo trabalho pesado, bem como a própria manutenção da cultura. A abolição da escravatura no Brasil ocorreu no ano de 1888. Vários escravos quando foram soltos não tinham como sobreviver e acabaram na marginalidade. Em Salvador (BA), por exemplo, muitos organizaram gangues e provocaram rebeliões. Talvez muitos não saibam, mas até o ano de 1930 a capoeira era impedida de ser realizada no Brasil. A prática era vista como uma luta violenta. Por conta disso, a polícia era orientada a prender os praticantes. Também no ano de 1930, mestre Bimba, importante capoeirista brasileiro, expôs a luta para o presidente Getúlio Vargas. Vargas gostou bastante da arte e resolveu transformá-la em um promissor esporte nacional brasileiro. Hoje, o mais natural é associar a prática como jogo de capoeira ou roda de capoeira, uma vez que os movimentos fundamentam-se em simulações de defesa, ataque e esquiva disputador entre dois praticantes. O intuito da modalidade é expressar superioridade em relação à força, habilidade e autoconfiança especialmente por meio do gingado durante a prática. 8 Mestre Bimba Manoel dos Reis Machado, também conhecido como mestre Bimba, nasceu em Salvador em 1899 e foi o fundador da capoeira regional. Ficou conhecido pelos serviços comunitáriose sociais que prestava, principalmente com crianças e adolescentes. Mestre Bimba foi o criador do núcleo de documentação, com mais de 5000 títulos sobre capoeira e assuntos relacionados. Ele foi um lutador de grande referência, além um exímio educador. Sua história foi bastante marcada por ter conseguido tirar a capoeira da marginalidade. Bimba entendia que a arte marcial estava perdendo seu valor cultural e, principalmente, estava enfraquecida enquanto luta, por isso decidiu reunir elementos da capoeira tradicional com o batuque (tipo de luta da região Nordeste do Brasil que acabou com o passar do tempo) que resultou, assim, em um novo estilo de luta que apresentava movimentos mais rápidos e era acompanhada de música. Essa nova forma conquistou todas as classes da sociedade. Tipos Existem vários estilos de capoeira, mas as três principais são: Capoeira Angola – modalidade mais antiga. Consiste em mais golpes próximos ao solo, possui ritmo musical mais lento e durante a roda os praticantes não batem palmas. Capoeira Regional - criada pelo famoso mestre Bimba, possui um ritmo musical mais rápido e seco, além de movimentos mais suaves. Enquanto alguns integrantes jogam capoeira, os outros participantes ficam em pé batendo palmas. Capoeira Contemporânea – é uma prática mais recente, surgiu na década de 70. Reúne algumas características da Capoeira Angola e Regional. A finalidade dessa categoria é realizar movimentos mais rápidos e mais enérgicos. 9 Principais Golpes Armada: chute realizado com a parte externa do pé, no qual o corpo dá um giro de 360 graus por trás. Aú: popularmente conhecido como "estrela", é um movimento utilizado para esquivar-se contra golpes de rasteira. Meia-lua: chute com a canela, no qual o corpo dá um giro de 360 graus por trás. Benção: é um chute realizado de frente no qual o capoeirista atinge o rival com a sola do pé. Cabeçada: como o próprio nome induz, é um golpe executado com a cabeça contra o oponente de forma que o desequilibre. Ginga: é considerado um dos principais movimentos da capoeira. É um movimento seguido de colocar a mão direita para frente e a perna direita para trás (na diagonal), da mesma forma com o lado esquerdo do corpo. É importante estar em sincronia com o ritmo do berimbau. Negativa: movimento no qual o capoeirista se esquiva, abaixando até que fique bem próximo do chão, com uma perna estendida e a outra flexionada para desviar do adversário. Rabo de arraia: o jogador executa uma cambalhota no ar e golpeia o rival com os calcanhares. Rasteira: um dos golpes mais comuns. É aplicado com o pé como se estivesse “varrendo” a perna de apoio do oponente para provocar o desequilibrá-lo. Tesoura: envolve o rival com as pernas e movimenta elas em sentidos contrários para que derrube o rival. Voo do morcego: o lutador salta e golpeia o adversário com os dois pés. 10 CONGADA Congada, congado ou congo, é uma expressão cultural e religiosa que envolve o canto, dança, teatro e espiritualidades cristã e de matriz africana. Nesta festa, se louva Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia, lembrando da proteção que esses santos deram aos escravos negros. Em algumas congadas, se recorda a figura de Chico Rei e da luta entre cristãos e mouros. A congada é celebrada de norte a sul do Brasil. Não há um dia fixo, mas os meses de maio e outubro consagrados a Nossa Senhora, costumam ser escolhidos para a festa. Em algumas partes do Brasil, a congada é celebrada em dezembro. Origem da Congada A congada é mistura das festas trazidas pelos negros escravizados com a religiosidade cristã praticada na colônia. No entanto, suas origens remontam à própria África, quando os súditos faziam o Cortejo aos Reis Congos, a fim de agradecer os seus governantes. Ao chegar à colônia, os negros se reconheceram imediatamente com santos negros como são Benedito, o Africano, santa Efigênia, uma princesa etíope, e Nossa Senhora do Rosário. Todos esses santos foram identificados com os ancestrais africanos e eram homenageados com cultos e igrejas construídas com o trabalho e o dinheiro de alforriados e escravizados. Outra figura saudada na festa é a da princesa Isabel, por seu papel na libertação dos escravos. Cruza-se a tradição de uma figura da monarquia africana com a brasileira. Destacamos duas lendas que explicam a origem da congada: a vida de Chico Rei e a aparição de Nossa Senhora no mar. História de Chico Rei Diz a lenda que Galanga, nome verdadeiro de Chico Rei, era o monarca de sua tribo no Congo, e foi capturado com toda sua gente. Batizado, recebeu o nome de Francisco e durante a travessia para a colônia da América Portuguesa, o Brasil, houve uma grande tempestade. Os marinheiros, com medo que o navio virasse, jogaram ao mar a esposa e a filha de Chico, para que as águas se acalmassem. 11 Quando chegaram aqui, em 1740, Chico e seu filho foram comprados e levados para a região das minas, a Vila Rica, atual Ouro Preto. Desta maneira, Chico se põe trabalhar dia após dia e reúne uma grande quantidade de metal, o suficiente para comprar sua alforria, a do filho e a de mais de 200 escravos. Os escravos que foram libertos por ele passaram a tratá-lo como rei, ao mesmo tempo que se levantava a igreja de Santa Efigênia. Todos os anos, antes da missa dedicada a Nossa Senhora do Rosário, no dia 7 de outubro, acontecia o cortejo onde se cantava, dançava e se honrava Chico Rei. Embora esta lenda não tenha nenhuma evidência histórica, o conto faz parte das tradições orais de Minas Gerais e sobreviveu ao longo do tempo entre os congadeiros. Aparição de Nossa Senhora Durante o Reinado do Rosário, em Ouro Preto, os participantes exibem os estandartes com imagens de São Benedito e Nossa Senhora do Rosário Outra lenda que faz parte da fundação mística da congada é a aparição de uma imagem de Nossa Senhora no mar. Conta-se que vários grupos foram tentar buscá-la, cantando e dançando. A santa se aproximava, mas nunca se movia muito. O último grupo a tentar foi justamente os de Moçambique, que eram escravos e traziam cadeias aos tornozelos. Com seus lamentos, conseguem trazer a imagem para a costa e desde então, Moçambiques e Congadeiros tornaram-se os guardiões da imagem da Virgem do Rosário. Enredo da Congada Basicamente, a congada conta a história do embaixador de Angola que, em nome da Rainha Ginga, visita o Rei do Congo num dia de festa e quase causa uma guerra. Há luta, mas os cristãos vencem. Igualmente, um casal de escravos costumava ser coroado para serem os "reis" da festa e o som de batuques na igreja era tolerado pelas autoridades católicas. Personagens da Congada Uma congada pode ter de 50 a 200 ou mais participantes divididos em cinquenta personagens. 12 Os grupos são repartidos em dois: a Congada de Cima e a Congada de Baixo. Na Congada de Cima temos Rei, Rainha, Príncipes, Cacique, Fidalgos ou Vassalos e crianças que são chamadas de "conguinhos". Na Congada de Baixo temos o Embaixador e o Secretário, o cortejo e os guerreiros. A festa do congo está longe de ser algo uniforme, pois cada região foi acrescentando suas tradições e vivências. Dança da Congada A dança representa a coroação do rei do Congo, acompanhado de um cortejo denominado terno ou guarda. Para cada terno existe um líder, o "capitão". Igualmente, as lutas entre os mouros e cristãos, ou pagãos e batizados são apresentadas em forma de coreografias. Estes, ficam perfilados de frente e “combatem” entre si com varas, com seus golpes marcam o compasso da música e da festa. Abaixo um exemplo deste "combate" realizado durante a congada de são Benedito, em Motor Cunha/SP: Instrumentos Musicais da Congada Os instrumentos musicais utilizados são a cuíca, a caixa, o pandeiro, o reco-reco, o cavaquinho,a viola, o violão, o tarol, o tamborim, o ganzá, a sanfona, rabeca (ou o violino) ou acordeom. Esses instrumentos acompanham o canto que é entoado com letras em português, mas também com palavras do idioma banto. Na melhor tradição oral, o canto é puxado por uma pessoa e a multidão acompanha o refrão. As letras falam do sofrimento da escravidão, dos lamentos de um povo arrancado de sua terra. Contudo, através da invocação dos santos e das forças do alto, são também cantos de esperança, redenção e na espera de uma vida melhor. Figurinos e Adereços da Congada As roupas são muito importantes na congada porque representam a hierarquia e os personagens nas festas. Camisas, capas, chapéus, espadas e lenços fazem parte dos trajes que devem ser feitos de tecidos confortáveis para não inibir os movimentos. 13 Além disso, há uma série de fitas e bandeiras coloridas que trazem a imagem dos santos e identificam os diferentes grupos do cortejo. As joias e as coroas dos reis são enormes, mostrando a opulência dos soberanos africanos. 14 CINEMA Quem não se encantou quando foi pela primeira vez ao cinema assistir a um filme? Imagine então como ficaram as pessoas que assistiram o primeiro filme do mundo. Até o início do século XVIII, as únicas formas encontradas pelo homem para conservar a imagem de uma paisagem ou pessoa era guardando-a na memória ou sendo retratada em tela por um pintor. Essa realidade mudou quando, na França, em 1826, o inventor Nicephóre Niepce conseguiu registrar uma paisagem sem pintá-la, demorou 14 horas para alcançar o feito. A imagem foi registrada com o auxílio de uma câmera escura numa placa de vidro. O filme fotográfico só foi inventado em 1879, por Ferrier e aperfeiçoado pelo americano George Eastman. Algum tempo depois os irmãos Lumière criaram o cinematógrafo, que era uma câmera de filmar e projetar imagens em movimento. Com o cinematógrafo em mãos, os irmãos Lumière começaram a produzir seus filmes, cuja apresentação pública foi realizada pela primeira vez em 1895, na França. Para o público que assistiu ao filme aquilo era algo maravilhoso e surpreendente, pois até aquele momento a fotografia ainda era novidade. Foi pelo fato dos filmes não terem sons que surgiu a expressão “cinema mudo”, os atores falavam e em seguida surgia a legenda na tela. Um dos grandes destaques do cinema mudo foi Charles Chaplin. O cinema com som surgiu em 1926, com o filme "The Jazz Singer", da Warner Brothers, recurso criado com o auxílio de um sistema de som Vitaphone, porém o som do filme não era totalmente sincronizado. Somente em 1928 a Warner Brothers obteve sucesso com a sincronização entre o som e a cena, no filme “The Lights of New York". A partir desse momento o cinema passou por um processo de evolução até chegar aos dias atuais, com todo seu glamour e encantamento aliado à sofisticação e modernidade. 15 Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, Hollywood não é o maior produtor de filmes, a maior indústria cinematográfica do mundo na verdade é a Índia. Origem do Cinema A origem do Cinema está associada à invenção do cinematógrafo, no século XIX, um aparelho capaz de capturar “imagens-movimento”. Um dos fenômenos tecnológicos mais impressionantes de nossa história é a capacidade de captação (ou captura) da “imagem-movimento”, isto é, da apreensão de imagens dinâmicas da realidade, e não estáticas, como é o caso da fotografia. A captura da “imagem-movimento” foi possível a partir de 1889 com a criação do cinetoscópio por William Dickson, assistente do cientista e inventor americano Thomas Edison. Esse invento e os modelos que o sucederam na década seguinte contribuíram para o desenvolvimento do cinema tal como o compreendemos hoje, ou seja, a arte cinematográfica. O cinema, portanto, teve origem no cinetoscópio, que, todavia, não projetava as imagens em telões. O espectador do cinetoscópio tinha de observar (durante um tempo-limite de 15 minutos) as imagens no interior de uma câmara escura por meio de um orifício em que colocava um dos olhos. Nesse sentido, a experiência visual proporcionada pelo cinetoscópio não podia ser feita coletivamente. Edison não chegou a patentear o invento, o que abriu portas para outros inventores, sobretudo da Europa, aperfeiçoarem o modelo. No ano de 1892, o francês Léon Bouly conseguiu, a partir do cinetoscópio, desenvolver o cinematógrafo, um modelo que conseguia gravar e projetar a luz das imagens-movimento em tela, em quadros por segundo. Contudo, Bouly não possuía dinheiro para registrar a patente do invento. O cinematógrafo acabou por ser patenteado pelos irmãos Lumière, que passaram, a partir de 1895, a fazer várias produções cinematográficas de pequena capacidade e a exibi-las em sessões especiais para isso. A primeira exibição de filme feito por Auguste e Louis Lumière ocorreu em 22 de março de 1895. O filme era intitulado “La Sortie de L'usine Lumière à Lyon” (A saída da Fábrica Lumière em Lyon) e registrava a saída dos funcionários do interior da empresa Lumière, na cidade de Lyon, na França. Foi ainda com os irmãos Lumière que começaram as primeiras “direções cênicas” para o cinema. O cinematógrafo logo passou a registrar não apenas cenas 16 do cotidiano, mas também cenas dramáticas, elaboradas com certo nível de teatralidade, como bem atesta o sociólogo Edgar Morin na obra “O Cinema, ou O homem imaginário”: “Mas, por sua própria natureza, e desde o seu aparecimento, o cinematógrafo era essencialmente espetáculo: ele exibia suas cenas a espectadores, para espectadores, e implicava assim a teatralidade que ele desenvolveria em seguida através da direção, da mise- en-scène. De resto, os primeiros filmes do cinetoscópio já apresentavam lutas de boxe, atrações de music-hall e pequenas cenas. O próprio cinematógrafo, desde seu primeiro dia, já mostrava o homem que regava as plantas sendo regado pela mangueira. A 'espetacularidade cênica' aparece assim ao mesmo tempo que o cinematógrafo.” Mas seria nas três primeiras décadas do século XX que o cinema afirmar-se-ia enquanto arte. E isso ocorreu sobretudo pela ação de artistas interessados em teatro, mágica (e ilusionismo) e todo tipo possível de efeito cênico. Um dos principais nomes dessa fase do cinema foi Georges Meliès, que dirigiu “Viagem à Lua”, em 1902, conseguindo com esse filme efeitos visuais verdadeiramente impressionantes para a época. 17 Após os filmes de Meliès, surgiram as produções de D. W. Griffith, nos Estados Unidos, as do expressionismo e do “Movimento de Câmera”, na Alemanha, do surrealismo, na Espanha, e o cinema soviético, sobretudo com nomes como Vertov e Eisenstein. Luz, câmera, ação e dinheiro: as cifras bilionárias da indústria do cinema Mais um Oscar aconteceu e só se fala de cinema. Em 2021, a premiação foi realizada em 25 de abril e arrebatou uma legião de fãs (e críticos) ligados em tudo: dos looks do tapete vermelho às piadas infames dos apresentadores. Para além do encanto que os filmes proporcionam, o cinema é negócio sério – e movimenta dinheiro sério. Em 2019, antes da pandemia impactar o setor, a indústria cinematográfica girou US$ 40 bilhões só em bilheteria no mundo, de acordo com a ComScore. Ano após ano, os filmes batem recordes de bilheteria e também de custos. Franquias como Os Vingadores e Star Wars custaram cifras assustadoras para os estúdios e renderam ainda muito mais em bilheterias. A gente separou alguns dos números mais impressionantes. Top 3 filmes mais caros da história Nos últimos anos, os orçamentos dos filmes de grande circuito – entenda-se, Hollywood – têm sido cada vez mais generosos. Os filmes de super-heróis da Marvel têm destaque na lista divulgada pela Forbes de obras mais custosas, mas Piratasdo Caribe ainda é o grande campeão, com folga. 1. Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas (2011) 18 Com um custo de produção de US$ 410 milhões, o filme protagonizado por Johnny Depp e Penélope Cruz segura a coroa de filme mais caro da história. Boa parte dos custos foi direto para o elenco. Segundo a Forbes, Johnny Depp sozinho faturou US$ 55 milhões pelo papel de Jack Sparrow. 2. Vingadores: Ultimato (2019) A conta final do filme, que marca o encerramento de uma sequência iniciada em 2012, fechou em US$ 350 milhões. O investimento na produção valeu a pena – afinal, o filme também teve a maior arrecadação da história do cinema, de US$ 2,8 bilhões. 3. Vingadores: Guerra Infinita (2018) 19 A franquia tem uma tradição em orçamentos volumosos: o filme Vingadores: Guerra Infinita custou US$ 321 milhões. A lista de atores – Scarlett Johansson, Robert Downey Jr. e Chris Hemsworth, entre outros – dá uma pista de onde foi parar boa parte desse dinheiro. Os filmes mais lucrativos do cinema Se os filmes gastam milhões para serem feitos, algumas bilheterias geram bilhões. Isso mesmo, bilhões. E as superproduções também lideram essa lista. 1. Vingadores: Ultimato (2019) Olha ele aí de novo. O segundo filme mais caro é o primeiro mais lucrativo. As cifras mostram que o último filme da saga de heróis da Marvel foi um grande sucesso para os estúdios. O filme rendeu um total de US$ 2,8 bilhões em bilheterias. Só os Estados Unidos foram responsáveis por 30%: US$ 858,4 milhões. No Brasil, a produção rendeu US$ 85,7 milhões. 2. Avatar (2009) Avatar passou 10 anos como a maior bilheteria da história, com US$ 2,79 bilhões. Quebrou o recorde de 12 anos do próximo da lista – do mesmo diretor. 20 3. Titanic (1997) Titanic trouxe um nível de produção nunca antes visto no cinema. O filme clássico rendeu US$ 2,47 bilhões em bilheteria. Os atores e atrizes mais bem pagos hoje em dia Atores e atrizes de Hollywood normalmente são muito caros e isso explica grande parte dos custos das produções. Porém, alguns são mais bem pagos do que outros. A disparidade salarial entre gêneros é alta – a mulher mais bem paga da atualidade tem um salário menor que o oitavo da lista dos homens. 10 atores mais bem pagos do mundo • Dwayne Johnson (The Rock) – US$ 87,5 milhões; • Ryan Reynolds – US$ 71,5 milhões; • Mark Wahlberg – US$ 58 milhões; • Ben Affleck – US$ 55 milhões; • Vin Diesel – US$ 54 milhões; • Akshay Kumar – US$ 48,5 milhões (Bollywood); • Lin-Manuel Miranda – US$ 45,5 milhões • Will Smith – US$ 44,5 milhões; • Adam Sandler – US$ 41 milhões; • Jackie Chan – US$ 40 milhões. 21 10 atrizes mais bem pagas do mundo • Sofia Vergara – US$ 43 milhões; • Angelina Jolie – US$ 35,5 milhões; • Gal Gadot – US$ 31,5 milhões; • Melissa McCarthy – US$ 25 milhões; • Meryl Streep – US$ 24 milhões; • Emily Blunt – US$ 22,5 milhões; • Nicole Kidman – US$ 22 milhões; • Ellen Pompeo – US$ 19 milhões; • Elisabeth Moss – US$ 16 milhões; • Viola Davis – US$ 15,5 milhões. A indústria cinematográfica brasileira O Brasil tem uma produção audiovisual significativa e o cinema é um dos principais segmentos da economia da cultura. Os números não são comparáveis aos de Hollywood e, por aqui, como na maior parte do mundo, é comum que filmes estrangeiros tenham performances melhores em bilheteria do que os filmes nacionais. Veja os cinco filmes de maior bilheteria da história do cinema nacional, segundo a Agência Nacional de Cinema (Ancine). 1. Minha mãe é uma Peça 3 (2019) Protagonizado pelo ator Paulo Gustavo, o filme entrou para a história como o mais rentável. A arrecadação total foi de R$ 143,9 milhões. Porém, em número de espectadores o filme perde para o segundo colocado, já que levou 11,5 milhões de pessoas às salas de cinema. 22 2. Nada a Perder (2018) O filme faturou mais de R$120 milhões e bateu recorde de público, com mais de 12 milhões de espectadores. 3. Os 10 mandamentos (2016) A adaptação da novela de mesmo nome foi o terceiro maior sucesso em bilheteria no Brasil, rendendo R$ 116,4 milhões e com um público significativo de mais de 11 milhões de espectadores. 23 O cinema e a publicidade O cinema sempre ditou tendências no mundo e existem diversos casos em que produtos divulgados nos filmes ou roupas usadas por personagens se tornaram febre entre as pessoas. Um setor que é diretamente impulsionado pelo cinema é o dos brinquedos. A indústria dos brinquedos gira mais de US$ 20 bilhões por ano e o impacto do cinema é grande. Só no ano de 2017, por exemplo, 25 filmes infantis com brinquedos foram exibidos. Existem alguns exemplos de publicidade muito bem sucedidos nos filmes. 1- Toy Story e Etch-A-Sketch O que poderia ser só um brinquedo num universo de outros brinquedos, como Woody, Buzz e companhia virou mania. Trata-se da tela mágica Etch-A-Sketch que teve um aumento de vendas em 4.500% depois de aparecer no filme. 2- 007 e BMW No filme 007 Contra GoldenEye de 1995, James Bond trocou o então clássico carro Aston Martin por um Z3. Isso refletiu em um retorno de US$ 240 milhões para a BMW apenas em vendas antecipadas após a estreia do filme. 3- ET e Reese’s Uma semana após o lançamento do filme ET, um clássico da ficção científica, houve um aumento de 40% na venda dos chocolates Reese’s, que foram a isca usada por um dos personagens para atrair o protagonista. Além de Hollywood: a força do cinema de Bollywood A Índia tem mais de 1 bilhão de habitantes e exerce uma influência significativa em diversos países da Ásia – isso se traduz em uma potência do cinema chamada Bollywood O crescimento do circuito de Bollywood é tão significativo que falar dele virou sinônimo de falar de cinema indiano. Em 2017, quase 2 mil longas-metragens foram lançados, o que classifica, de longe, Bollywood como a indústria que mais produz filmes no mundo. São vendidos, em média, mais de 3 bilhões de ingressos para longas indianos por ano. De acordo com a Statista, a receita gerada atualmente por Bollywood é de US$4.4 bilhões. 24 O streaming e a pandemia Depois de mais de um ano do início da pandemia do Covid-19, se alguém ganhou na indústria do cinema, não foram as salas de cinemas em si, mas o streaming. Dentro de casa, as pessoas também precisam de entretenimento. De acordo com a Kantar IBOPE Media, 58% dos usuários de internet disseram que viram mais vídeos e TV online em streaming pago durante os períodos de isolamento. O total de assinaturas globais das plataformas chegou a US$ 1,1 bilhão em 2020. O aumento na receita foi de 34%, em relação ao ano anterior, com uma arrecadação de US$ 14,3 bilhões. 25 TEATRO História do teatro A história do teatro teve início na Grécia Antiga, em torno do século VI a.C. Nessa época, eram realizados rituais em louvor ao deus mitológico Dionísio, divindade relacionada à fertilidade, vinho e diversão. Assim, o teatro surge nesse contexto e em consequência dessas festas. O teatro na pré-história Apesar de ser um consenso que o teatro ocidental teve origem na Grécia Antiga, é importante frisar que essa manifestação já era presente na humanidade desde tempos remotos, mesmo que de forma rudimentar. Na pré-história, os seres humanos possuíam maneiras distintas de comunicação, e a imitação era uma delas. Muito provavelmente, os homens das cavernas desenvolveram gestos que se assemelhavam aos animais. Além disso, encenavam caçadas para contar aos seus pares como as situações ocorreram. Assim como a dança, a música e o desenho, a linguagem teatral também teve sua importância na época pré-histórica. 26 O teatrona Grécia Antiga As celebrações ao Deus Dionísio duravam vários dias e ocorriam na época da colheita, como forma de agradecimento pelo alimento e pelo vinho. A participação dos cidadãos era intensa e havia uma espécie de procissão, que levava o nome de "ditirambo". Depois surgiu o "coro", um conjunto de pessoas que cantava e dançava homenageando Dionísio. Até que aparece Téspis, uma figura de grande importância para o surgimento do teatro ocidental. Segundo consta, esse homem participava de um desses rituais quando, em dado momento, resolveu vestir uma máscara e dizer que ele era o próprio deus Dionísio, iniciando assim um diálogo com o "coro". A ousadia de tal atitude fez com que Téspis fosse reconhecido como o "criador do teatro" e primeiro ator e produtor teatral. Mais tarde, essa linguagem artística foi evoluindo e influenciou fortemente o teatro romano e outras culturas. Do ponto de vista arquitetônico, a estrutura dos primeiros teatros era parecida. As apresentações eram feitas ao ar livre, em construções de formato semicirculares. Havia um espaço para as representações, chamado de orquestra. O lugar para acomodar o público era a arquibancada, construída em encostas montanhosas, o que facilitava a acústica. Já o palco era o local onde os atores se preparavam para a apresentação e guardavam os figurinos e objetos cenográficos. 27 O teatro na Roma Antiga O teatro romano teve enorme influência do teatro grego, assim como outras manifestações culturais desse povo. A cultura etrusca também foi um fator relevante para o desenvolvimento da arte teatral romana. Entretanto, os romanos trouxeram algumas modificações nessa linguagem. A mais significativa delas é no que se refere à estrutura arquitetônica, que antes era feita em encostas de morros pelos gregos e depois passou a incorporar arcos e abóbodas pelos romanos. Os temas e objetivos do teatro romano também se modificaram um pouco, com a valorização de mais entretenimento (como lutas de gladiadores e animais) e menos assuntos religiosos. O teatro Medieval Depois que o Império Romano declinou, teve início a Idade Média, que compreende os séculos V ao XV. Na época medieval, durante muitos anos, a linguagem teatral foi banida na Europa. Isso porque era considerada pela Igreja Católica como uma atividade pecaminosa, ressurgindo apenas no século XII. Assim, a finalidade do teatro medieval era a divulgação dos preceitos religiosos e histórias bíblicas, sendo encenado por membros do clero. Surgimento do teatro no Brasil No Brasil, a origem do teatro está relacionada à chegada dos jesuítas no século XVI e seu empenho em catequizar a população, tanto os índios quanto os colonos. Dessa forma, os padres se utilizavam dessa expressão para transmitir ensinamentos da igreja católica. Uma das pessoas mais notáveis nesse contexto foi o padre Anchieta, que dedicou-se fortemente ao chamado teatro de catequese. O teatro na atualidade Hoje em dia, essa maneira de se expressar artisticamente possui características bastante diferentes daquelas que a definiam nos primórdios. 28 A manifestação evoluiu ao longo da história, passando a ser apresentada também em locais fechados, o que acabou por restringir e elitizar seu público. As formas de atuação se transformaram e o objetivo dos espetáculos também, sendo possível encontrar várias vertentes teatrais atualmente. Curiosidade Teatro é uma palavra que tem origem no termo grego theatron. Seu significado está relacionado a um conjunto de espetáculos teatrais e ao lugar onde essas apresentações ocorrem. 29 REFERÊNCIAS https://www.todamateria.com.br/ https://brasilescola.uol.com.br/ https://www.coladaweb.com/ https://mundoeducacao.uol.com.br/ https://www.geekie.com.br/ https://www.politize.com.br/ https://www.infoescola.com/ https://www.suapesquisa.com/ https://beduka.com/ https://www.pravaler.com.br/ https://descomplica.com.br/home/a/
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