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PEDIATRIA - EMBRIOLOGIA, CRESCIMENTO INTRAUTERINO, DADOS ANTROPOMÉTRICOS ESPERADOS, SALA DE PARTO, EXAME FÍSICO, REANIMAÇÃO, IG - CAPURRO, TASNPORTE PLACENTÁRIO

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PEDIATRIA 
1. EMBRIÃO X FETO 
- Embrião – fecundação até a 8ª semana. 
- Feto – a partir da 9ª – os folhetos embriionários 
começam a formar tecidos, órgãos e sistemas. 
2. DESENVOLVIMENTO EMBRIONÁRIO 
1) FERTILIZAÇÃO 
- Ocorre na ampola da tuba, por meio que sinais 
químicos secretados pelo ovócito e células foliculares. 
Demora em torno de 24 horas e termina na metáfase I. 
- Hialuronidase do acrossoma do sptz facilita a 
passagem pela corona radiata > penetração na zona 
pelúcida (ligação por meio de receptores com 
oligossacarídeos) > reação zonal (não passa mais sptz) > 
cariogamia (fusão das membranas do sptz e ovócito) > 
termina a meiose II do ovócito e se forma o pronúcleo 
feminino e masculino > zigoto 
2) CLIVAGEM 
- Ocorre 30 horas após fecundação > divisões mitóticas 
que resultam em blastômeros totipotentes > mórula (12-
32 blastômeros) 
3) BLASTOCISTO 
- 4 dias após a fecundação > trofoblasto (camada 
externa que forma a parte embrionária da placenta) e 
embrioblasto (embrião) 
4) NIDAÇÃO 
- 6 dias após fertilização. Blastocisto adere ao 
endométrio devido as intgrinas do blastocisto que se 
ligam aos receptores de colágeno, laminina, 
fibronectina, ácido hialurônico. 
- Trofoblasto se divide em citrotrofoblasto (camada 
interna de células) e sincício (externa – invagina para o 
endométrio e produz hCG – mantem o corpo lúteo). 
3. CRESCIMENTO/PESO INTRAUTERINO (CIU) 
- O CIU corresponde ao período em que se atinge maior 
velocidade de crescimento de toda a vida → por volta 
de 20 semanas da gestação, o feto cresce 2,5 cm em 1 
semana. OBS.: compreende tanto o crescimento 
embrionário (1º trimestre; hiperplasia celular) como fetal 
(fim da embriogênese até o nascimento; hipertrofia 
celular). No ultimo trimestre de gestação, a hiperplasia 
diminui e a hipertrofia continua a aumentar. 
GANHO PONDERAL / AVALIAÇÃO DO PESO IU 
- Para avaliação do peso intrauterino, utiliza-se gráfico 
com curva relacionando peso ao nascimento e IG; 
- A curva de 
crescimento 
não é uniforme 
durante todo o 
período de 
gestação, e a 
velocidade de ganho ponderal apresenta 4 períodos → 
TABELA; 
- Considera-se como crescimento intrauterino 
adequado (CIU) quando o peso para determinada IG 
situa-se entre o percentil 10 e 90, classificando, 
consequentemente, o RN em AIG, PIG e GIG; 
- As curvas mais utilizadas são as de Lubchengo e de 
Alexander (inúmeros autores passaram a apresentar 
curvas de crescimento intrauterino, tornando-se 
clássicas as de Lubchenco, Gruenwald, Usher e Mac 
Lean, Babson e Benda, Williams). 
 
OBS.: o Crescimento Intrauterino Restrito (CIUR) é 
definido quando a curva de peso fetal afasta-se do 
percentil 10. 
- Frequentemente os termos CIUR e PIG são usados 
como sinônimos, mas essa prática é incorreta: 
 O termo PIG indica RN com peso abaixo do percentil 
10 → medida estática, que leva em consideração 
apenas o peso de uma determinada IG após o 
nascimento; 
 O RN com CIU apresenta uma curva de peso abaixo 
do percentil 10 decorrente de processo patológico 
intra-útero → medida evolutiva, secundária a um 
processo de doença que prejudica o ganho ponderal 
fetal, que pode ser de origem materna – doença 
hipertensiva específica da gravidez ; placentária – 
placenta prévia; ou do próprio feto – anomalias 
cromossômicas. 
- De modo simplificado pode-se dizer que a maioria dos 
RN com CIUR é PIG, mas nem todo PIG é um CIU; 
- O CIUR pode ser classificado de acordo com a 
patologia: 
 Tipo I – Simétrico ou intrínseco ou proporcional ou 
hipoplásico: ocorre em 20% dos casos, sendo 
decorrente de fatores etiológicos que atuam no início 
da gravidez, na fase de hiperplasia celular, reduzindo o 
número de células dos órgãos. os principais fatores 
etiológicos são as infecções maternas (TORCH), as 
alterações cromossômicas e as malformações 
congênitas. Fetos pequenos e Geralmente não 
apresentam hipóxia neonatal; 
 Tipo II – Assimétrico ou desproporcional: ocorre em 75% 
dos casos, sendo geralmente decorrente de 
insuficiência placentária. A agressão ocorre desde o 
início do 3º trimestre da gravidez, na fase de hipertrofia 
celular, determinando déficit no crescimento celular 
(hipotrofia). Como consequência observa-se 
desproporção entre o crescimento do polo cefálico e 
do tronco e membros. Essa desproporção resulta da 
redução da circunferência abdominal, uma vez que o 
fígado, principal órgão afetado tem seu crescimento 
Arthur Rodrigues | @arthurnamedicina | Problema 01 
prejudicado pelo maior consumo de glicogênio, 
caracterizando os fetos como magros, com estatura 
normal e polo cefálico proporcionalmente grande. 
Nessa fase de hiperplasia ocorre redução da oferta de 
nutrientes que determina redistribuição dos fluxos 
sanguíneos para privilegiar órgãos como cérebro, 
coração e suprarrenais. Podem apresentar hipóxia e 
hipoglicemia; 
 Tipo III – Intermediário ou misto: responde por 5% a 10% 
dos casos, sendo consequente a processos de agressão 
tanto na fase de hiperplasia quanto na de hipertrofia do 
crescimento celular. Os principais fatores etiológicos são 
desnutrição materna e consumo de drogas ilícitas, 
álcool, fumo e cafeína. O diagnóstico clínico do tipo III é 
difícil, sendo geralmente os RN classificados como tipo I 
ou II. 
CRESCIMENTO EM COMPRIMENTO 
- É influenciado pelo estado nutricional, pelo tamanho 
do útero e pelo ambiente metabólico: 
 Hormônios como o IGF-1 e suas proteínas ligadoras têm 
importância fundamental no crescimento do feto; 
 O GH e hormônios tireoidianos não parecem ter 
importante participação no crescimento do feto → 
evidenciado por crianças com deficiência congênita de 
GH ou hipotireoidismo, que apresentam peso e estatura 
normais ao nascimento (> influência no crescimento 
pós-natal). 
- A fase de maior crescimento do indivíduo acontece no 
período pré-natal, com velocidade de crescimento 
(VC) média de: 
 1,5cm/semana no 1º trimestre; 
 2,5cm/semana no 2º trimestre; 
 0,5cm/semana no 3º trimestre. 
FATORES DETERMINANTES NO CRESCIMENTO IU 
- Oferta materna de substratos – glicose, proteínas, ag, 
b9, genoma (inicialmente apenas o genoma), no fim da 
gestação estado nutricional e hormonios aumentam 
influência. 
Obs: t4 e trh passam para o feto mas não tem grande 
efeito no crescimento fetal (apenas neuronal e osseo). 
Glicocorticoides desenvolvem sistemas enzimáticos e 
surfactantes, mas provocam inibição de igf. 
1) FATOR GENÉTICO: 
2) FATOR HORMONAL 
- O crescimento pré-natal é regulado principalmente 
por mecanismos hormonais que dependem da 
disponibilidade de nutrientes e da ação parácrina e 
autócrina dos fatores de crescimento. Enquanto que o 
crescimento pós-natal é regulado principalmente pelo 
eixo hipotálamo-hipofisário. 
a) Somatotropina coriônica humana ou Hormônio 
lactogênico placentário (hCS): produzido pela 
placenta, junto com gonadotrofina coriônica humana 
(hcg). É semelhante ao GH e é responsável por estimular 
IGF, suprir demandas de glicose e aminoácidos, diminuir 
sensibilidade à insulina, liberar agl das reservas de 
gordura da mãe (energia alternativa). A placenta 
também produz fatores de crescimento IGF I e II. 
b) IGF I e desenvolvimento fetal: proliferação e 
diferenciação celular. No início da gestação, IGF2 
(estimulado por hcs) são mais altos que I. Depois IGF1 é 
mais prevalente (regulado pelo eixo glicose-insulina-igf) 
| placenta transfere glicose > estimula insulina fetal > 
aumenta igf. | Pós natal: Gh é o principal regulador de 
igf para o crescimento linear (fígado produz). Na 
circulação, o igf se liga aos igfpb. 
c) Alterações metabólicas na gestante: 1ª metade – 
estado anabólico e o feto não representa uma 
sobrecarga nutricional grave. 2ª – no terço final, os pesos 
fetal e placentário aumentam aceleradamente, 
elevando as necessidades calóricas. 
 Metabolismo glicídico – a gravidez é 
potencialmentediabetogênica com leve 
hiperinsulinemia, com consequente 
hipoglicemia em jejum e hiper pós prandial. – No 
início, a glicemia materna diminui de 10 a 20%. À 
medida que as exigências fetais vão 
aumentando, as reservas maternas de glicose 
são mobilizadas pela hiperinsulinemia: não pode 
ser explicada por alterações do seu metabolismo 
(pois a semi-vida 
não está 
alterada) 
 acredita-se que o 
estrogênio, 
progesterona e lactogénio placentário humano (hCS) 
sejam responsáveis pela hipertrofia, hiperplasia e 
hipersecreção das células β na gravidez (mecanismo 
não totalmente esclarecido); como resultado da 
hiperinsulinemia: a. Em grávidas saudáveis ocorre 
hipoglicemia em jejum, possivelmente devido ao 
aumento da insulina em circulação; b. Ocorre uma 
hiperglicemia e hiperinsulinemia prolongadas, com 
maior supressão do glucagon, após uma sobrecarga 
oral de glicose → o propósito deste mecanismo é, 
provavelmente, assegurar um suprimento mantido de 
glicose ao feto no período pós-prandial. 
OU SEJA... - A grávida primeiro forma reservas lipídicas e 
de glicogênio (1ª ½ gravidez) para depois poder 
fornecer glicose para o feto (2ª ½ gravidez). 
DESENVOLVIMENTO DE DIABETES GESTACIONAL 
- a grávida alterna rapidamente de um estado pós-
prandial (↑glicose plasmática), para o estado de jejum 
(↓glicemia e aminoácidos, como a alanina); também os 
níveis de ácidos graxos livres, triglicerídeos e colesterol 
(pela ação do hCS: lipólise) são mais elevados na 
grávida durante o estado de jejum → Assim parece 
haver um desvio de substratos metabólicos, dos glicídios 
para os lipídeos; 
- Assim, a diminuição da tolerância à glicose observada 
em algumas grávidas resulta do: aumento da resistência 
periférica à insulina + incapacidade pancreática para 
se adaptar ao estado gravídico com o necessário 
aumento de produção insulínica → situação clínica 
denominada por diabetes gestacional que regride após 
a gravidez. 
3) FATOR NUTRICIONAL 
- Leva-se em conta não só o estado nutricional materno, 
mas também a capacidade placentária de transferir 
nutrientes; 
- Doenças maternas e alterações placentárias podem 
interferir nesse processo de aporte nutricional, 
interferindo também no CIU. 
a) Nutrição do embrião 
- A progesterona secretada pelo corpo lúteo ovariano 
tem efeito sobre o endométrio uterino, convertendo as 
células do estroma endometrial em grandes células 
inchadas contendo quantidades extras de glicogênio, 
proteínas lipídios e mesmo alguns minerais necessários 
ao desenvolvimento do concepto → essas células são 
agora chamadas de células decíduas, e a massa total 
de células é denominada decídua; 
- Os nutrientes armazenados na decídua são usados 
pelo embrião para crescimento e desenvolvimento: 
 Durante a primeira semana após a implantação esse é 
o único meio pelo qual o embrião consegue obter 
nutrientes; 
 Ele continua a receber parte de sua nutrição por este 
meio até a 8ª semana. 
- Uma mulher normalmente absorve cerca de 10% do 
ferro presente nos alimentos consumidos. 
- Além do mais, o feto armazena ferro durante o último 
mês ou nos dois últimos de gestação; 
- A gravidez dobra a necessidade feminina de folato 
(ácido fólico ou folacina). A deficiência em folato pode 
resultar em anemia megaloblástica, que ocorre mais 
frequentemente no último trimestre da gravidez. 
- As grávidas também têm um aumento na necessidade 
de vitamina B6 e B12. A vitamina B6 pode ser suprida 
pelo consumo de mais grãos integrais, leite, gemas e 
órgãos (fígado, rins, miolos, etc). 
- A vitamina B12 ocorre somente em alimentos de origem 
animal. Mulheres grávidas adultas necessitam de 400mg 
a mais de cálcio diariamente. Quase todo o cálcio extra 
vai para os ossos do bebê. Esta necessidade geralmente 
é suprida pelo aumento do consumo de mais produtos 
lácteos: 
 Se não houver cálcio suficiente na dieta materna, o 
feto pode retirar o cálcio dos ossos da mãe → 
osteopenia na mãe; é perdido em menor quantidade na 
urina e fezes, e a sua passagem através da placenta 
para o feto é facilitada; 
- A conduta sobre ganho de peso durante a gravidez 
mudou nos últimos anos: 
 No passado, grávidas eram instadas a ganhar cerca 
de 7,5kg. Pensava-se que um ganho maior estava 
relacionado a certo número de problemas → toxemia 
(também chamada de Hipertensão Induzida por 
Gravidez), uma condição de origem desconhecida, 
que ocorre após a 20ª semana de gravidez e que 
envolve pressão sanguínea alta + proteinúria ou 
retenção hídrica ou ambos; 
 Embora um grande ganho de peso rápido, retenção 
hídrica e elevação da pressão sanguínea continuem a 
ser reconhecidos como sinais perigosos de toxemia, a 
maioria dos médicos concordam que o ganho de peso 
por si só não causa toxemia. As consequências na 
restrição do ganho de peso, de fato, parecem ser 
potencialmente mais perigosas, particularmente ao 
feto, que o ganho de peso sem restrição, mesmo em 
mulheres que estejam com sobrepeso pré- gravidez; 
- A alimentação deve ser bem monitorada; a ingestão 
baixa em calorias pode resultar em quebra (lise) da 
gordura armazenada na mãe, conduzindo à produção 
de cetonas no seu sangue e urina → a produção 
crônica de cetonas pode resultar em uma criança com 
retardo mental. Por estes motivos, a Academia Nacional 
de Ciências dos EUA recomenda que grávidas 
consumam uma média de 150 kcal a mais por dia no 
primeiro trimestre e 350kcal a mais por dia nos dois 
trimestres subsequentes. 
4. DADOS ANTROPOMÉTRICOS ESPERADOS AO NASCER 
PESO AO NASCER (PN) 
- é a primeira 
medida de peso do 
feto ou RN obtido 
preferencialmente 
durante a primeira 
hora pós-
nascimento, antes 
que ocorra 
significativa perda 
de peso pósnatal; 
- Além da 
classificação 
relacionada à 
idade gestacional 
(IG), os RN também podem ser classificados de acordo 
com o PN, sendo considerados, independentemente da 
IG: 
a) RN de baixo peso ao nascer (BPN): entre 1,5- 2,499kg; 
o CID-10 (1995) classifica dois subgrupos: 
- RN de muito baixo peso (MBP): de 1-1,5kg; 
- RN de extremo baixo peso (EBP): PN < 1kg. 
b) RN de peso adequado ao nascer: entre 2,5-4,499kg, 
que se subdivide em: 
- Peso insuficiente: 2,5-2,999kg; 
- Peso normal: 3,0-3,999kg; 
- Peso elevado: 4,0-4,499kg; 
c) RN de tamanho excessivamente grande: PN ≥ 4,5kg 
PESO x IG 
a) Adequados para a idade gestacional (AIG): quando 
o peso se encontra entre os percentis 10 e 90. 
b) Pequenos para a idade gestacional (PIG): abaixo do 
percentil 10; 
c) Grandes para a idade gestacional (GIG), quando o 
peso está acima do percentil 90 para IG. 
- O RN pode ser PIG em consequência de: constituição 
genética, infecções crônicas durante a gravidez, 
hipertensão materna, disfunções placentárias, 
malformações congênitas, síndromes cromossômicas, 
dentre outras. O grupo de RN PIG, conforme 
denominação do CID-10, compreende dois subgrupos: 
 P05.0 (RN PIG): com PN abaixo do percentil 10, porém 
com estatura acima do percentil 10 para a IG; 
 P05.1 (RN PIG): peso e estatura ao nascer abaixo do 
percentil 10. 
- O RN pode ser GIG por: constituição genética ou em 
consequência de diabetes materno. O filho de mãe 
diabética apresenta um risco aumentado para 
mortalidade perinatal, prematuridade, asfixia, 
hipoglicemia precoce, distúrbios respiratórios, 
tocotraumatismos, infecções e malformações 
congênitas. O CID-10 subdivide o grupo em: 
 P08.1: outros RN GIG (exclui RN > 4.500 g). 
 P70.0: RN de mães com diabete gestacional; 
 P70.1: RN de mães diabéticas. 
COMPRIMENTO 
- O termo 
“comprimento” 
é usado para 
determinar o 
crescimento 
linear em 
crianças até 2 
anos; a partir 
de então utiliza-
se o termo 
“altura”. A 
“estatura”, por 
sua vez, se 
refere a ambos os termos; 
- Medida do comprimento/altura: 
 Até os 2 anos: o comprimento é medido com a criança 
deitada, colocando-sea régua em contato com o 
vértice da cabeça e sobre a sola dos pés em ângulo de 
90° (pernas bem estendidas e pé em posição neutra) → 
medida cabeça-calcanhar; 
 Após os 2 anos: a altura é medida com a criança de 
pé, apoiando-se a região occipital e os calcanhares 
sobre a régua vértice (estadiômetro). 
- O comprimento do RN é de aproximadamente 50cm. 
 PERÍMETROS 
a) cefálico 
1) O PC é obtido com o uso 
de uma fita métrica que 
passa entre a glabela e a 
protuberância occipital 
externa, com cuidado para 
não se passar pelo pavilhão 
auricular; 
2) Deve-se ter cautela na 
medida do perímetro 
cefálico quando a criança tem cabelos espessos ou 
orelhas proeminentes ou ainda quando está usando 
grampos nos cabelos, para que esses não aumentem 
falsamente a medida; 
- A medida deve ser realizada prioritariamente durante 
os 3 primeiros anos de vida, pois reflete o crescimento 
cerebral; nos primeiros meses de vida é útil para 
identificação de desvios do desenvolvimento 
neurológico; 
- Valores: 
 Para a definição de microcefalia, o MS adotou desde 
o início da investigação, visando a identificar o maior 
número de recém-nascidos (RN), o parâmetro mais 
sensível (PC 33 cm), posteriormente 32 cm; 
 Em agosto de 2016, o MS alinhou-se às recomendações 
da OMS, que passou a considerar para as primeiras 24 a 
48 horas de vida os parâmetros da tabela de referência 
InterGrowth, para ambos os sexos e 37 semanas de 
gestação, o perímetro cefálico de 30,24cm (ou 31,5) 
para meninas e 30,54cm (ou 31,9) para meninos. 
- O PC aumenta aproximadamente 10cm no primeiro 
ano, ocorrendo, a partir daí, uma desaceleração (esse 
aumento coincide com a grande velocidade de 
crescimento do SNC nos primeiros meses de vida). 
b) PERÍMETRO TORÁCICO (PT) 
- é a circunferência torácica medida no nível dos 
mamilos. A medida entre os mamilos chama-se distância 
intermamilar, que pode estar aumentada na síndrome 
de Turner, por exemplo; 
- Ao nascimento: em torno de 30-33cm, sendo 2-3cm 
menor que o PC; 
c) PERÍMETRO ABDOMINAL 
- deve ser aferido logo acima do umbigo; 
- Ao nascimento: em torno de 30cm, sendo 1-2cm menor 
que o PT. 
- A aferição dos dados antropométricos é realizada 
após a primeira hora do nascimento, podendo ser 
postergados e realizados no momento antes do primeiro 
banho e comparar essas medidas com curvas padrões; 
- Essa primeira avaliação do RN realizada na sala de 
parto tem como objetivos determinar a vitalidade, 
fatores de risco, detecção precoce de malformações 
congênitas, traumas obstétricos e distúrbios 
cardiorrespiratórios que possam comprometer a saúde 
do neonato. 
CLASSIFICAÇÃO QUANTO IDADE GESTACIONAL - RN 
 Pré-termo: RN < 37 semanas; em virtude de diferenças 
marcantes, encontradas no que diz respeito às 
manifestações clínicas e ao desfecho prognóstico após 
o nascimento (morbimortalidade), dois grupos de RN 
pré-termo apresentam denominação específica: 
o Pré-termo extremo: RN < 28 semanas; 
o Pré-termo precoce: RN entre 28-33 semanas e 6 dias; 
o Pré-termo tardio: RN entre 34-36 semanas e 6 dias; 
 A termo: RN entre 37 e 41 semanas e 6 dias: 
o A termo precoce: RN entre 37-38 semanas e 6 dias; 
o A termo adequado: RN entre 39-40 semanas e 6 dias; 
o A termo tardio: RN entre 41-41semas e 6 dias; 
 Pós-termo: RN ≥ 42 semanas 
OBS: PREMATURO (OBJETIVO 9): A OMS recomenda a 
nomenclatura de pré-termos para crianças que nascem 
com idade gestacional menor que 37 semanas. 
Portanto, o nascimento prematuro é definido como 
todo nascimento que ocorre antes de 37 semanas de 
idade gestacional ou menos de 259 dias, contados a 
partir do primeiro dia do último período menstrual da 
mulher. 
Principais causas: Has gestacional, dm gestacional, 
parto prematuro anterior, doenças uterinas (miomas, 
mal formação, insuficiência do colo, infecções 
maternas (itu, vaginal, sistêmicas). 
5. SALA DE PARTO 
CUIDADOS INICIAIS – PREPARO PARA A ASSISTÊNCIA 
1) Anamnese materna: condições clínicas (dm, has), 
intercorrências, gestação múltipla, alterações de 
volume (amnion), problemas com vitalidade fefal > 
chamam atenção para possibilidade de 
reanimação. 
2) Disponibilização e preparo de material necessário e 
equipe treinada para reanimação neonatal: 
a) Todo material necessário para a reanimação 
deve ser preparado, testado e estar disponível, 
em local de fácil acesso, antes do nascimento. 
Esse material é destinado à manutenção da 
temperatura, aspiração de vias aéreas, 
ventilação e administração de medicações; 
b) É fundamental que pelo menos um profissional 
capaz de iniciar de forma adequada a 
reanimação neonatal esteja presente em todo 
parto. Quando se antecipa o nascimento de um 
concepto de alto risco, podem ser necessários 
dois a três profissionais treinados e capacitados a 
reanimar o RN de maneira rápida e efetiva; 
c) No caso do nascimento de gemelares, deve-se 
dispor de m aterial e equipe próprios para cada 
criança. 
- Para a recepção do RN, utilizar as precauções-padrão 
que compreendem a lavagem/higienização correta 
das mãos e o uso de luvas, aventais, máscaras ou 
proteção facial para evitar o contato do profissional com 
material biológico do paciente. 
AVALIAÇÃO DA VITALIDADE 
- Imediatamente após o nascimento, a necessidade de 
reanimação depende da avaliação rápida de quatro 
situações referentes à vitalidade do concepto, sendo 
feitas as seguintes perguntas: 
1) Gestação a termo? 
2) Respirando ou chorando? 
3) Tônus muscular bom? 
- Se a resposta é sim a todas as perguntas → RN com boa 
vitalidade e não necessita de manobras de reanimação; 
- Atualmente, a avaliação independe do aspecto do 
líquido amniótico (meconial ou não). 
- A reanimação depende da avaliação simultânea da 
respiração e da frequência cardíaca (FC) → VER 
FLUXOGRAMA: 
 A FC é o principal determinante da decisão de indicar 
as diversas manobras de reanimação. Logo após o 
nascimento, o RN deve respirar de maneira regular, 
suficiente para manter a FC > 100 bpm; 
 A FC deve ser avaliada por meio da ausculta do 
precórdio com estetoscópio. Se há necessidade de 
qualquer procedimento de reanimação, a avaliação 
da FC é feita por meio do monitor cardíaco com 3 
eletrodos; 
 A ausculta precordial, a palpação do cordão e o sinal 
de pulso na oximetria podem subestimar a FC. 
BOLETIM DE APGAR 
- Não é utilizado para determinar o início da reanimação 
(que podem ser iniciada antes do 1º minuto de vida) 
nem as manobras a serem instituídas no decorrer do 
procedimento. No entanto, sua aplicação permite 
avaliar a resposta do RN às manobras realizadas e a 
eficácia dessas manobras: 
 Podem receber notas entre 0 e 2, somando um total 
de 10 pontos; 
  Realizada no 1º e no 5º minuto de vida do RN, sendo 
que o 5º minuto orienta à intensidade de qualquer 
agravo sofrido pelo RN; 
 Se o escore é inferior a 7 no 5º minuto, recomenda-se 
realizá-lo a cada 5 minutos, até 20 minutos de vida; 
 Um escore de APGAR < 7 no 5º minuto de vida indica 
depressão do SNC, e < 4, depressão grave do SNC. 
CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL 
- Se, ao nascimento, o RN é de termo, está respirando ou 
chorando, com tônus muscular em flexão, 
independentemente do aspecto do líquido amniótico 
meconial, indica-se o CLAMPEAMENTO TARDIO do 
cordão umbilical: 
 Clampeamento precoce: definido como aquele feito 
até 60 segundos após a extração completa do 
concepto; 
 Clampeamento tardio: tem definição variável, com 
mínimo de 60 segundos até alguns minutos após cessar 
a pulsação do cordão: 
 o Para RN a termo, o clampeamento tardio melhora as 
reservas de ferro nos primeiros meses, sendo benéfico 
com relação aos índices hematológicos na idade de 3 
a 6 meses (período que normalmente se desenvolve 
anemia), embora possa elevar a necessidade de 
fototerapia por hiperbilirrubinemia indireta na primeira 
semana de vida peloaumento dos níveis de 
hemoglobina no RN; 
 o Recomenda-se, portanto, que, no RN a termo, 
saudável e com boa vitalidade ao nascer, o 
clampeamento seja efetuado 1 a 3 minutos depois da 
extração do concepto do útero materno 
(preferencialmente entre 30-60 segundos segundo a 
American College of Obstetricians and Gynecologists - 
ACOG). 
- Até que seja feito o clampeamento, o neonato pode 
ser posicionado no abdome ou tórax materno durante 
esse período. 
COMO É REALIZADO? 
 Coloca-se uma pinça a 2-3cm do abdome do bebê e 
outra a 3 cm de distância da primeira, cortando-se entre 
ambas; 
 Envolve-se o coto com gaze embebida em álcool 
etílico 70% ou clorexidina alcoólica 0,5%. Em RN de 
extremo baixo peso utiliza-se soro fisiológico; 
 Verificar a presença de duas artérias e de uma veia 
umbilical, pois a existência de artéria umbilical única 
pode associar-se a anomalias congênitas. 
OBS.: Estudo recente sugere que, em neonatos que não 
iniciam a respiração ao nascer, o clampeamento tardio 
do cordão pode retardar o início da ventilação com 
pressão positiva, com maior chance de admissão em 
unidade de cuidados intermediários/intensivos ou morte 
no primeiro dia de vida. Assim, não existem evidências 
do benefício do clampeamento tardio nessas situações. 
Vale notar que, também, não existem evidências da 
segurança e eficácia da ordenha de cordão em 
comparação ao clampeamento precoce ou tardio de 
cordão, no RN a termo → pode levar à 
hiperbilirrubinemia. 
ASSISTÊNCIA AO RN A TERMO COM BOA VITALIDADE 
- Em situações de boa vitalidade ao nascer (sem 
necessidade de reanimação), o RN deve continuar junto 
de sua mãe depois do clampeamento do cordão 
umbilical; nesse momento, deve-se: 
 Prover calor: para manter a temperatura corporal 
entre 36,5-37,5ºC (normotermia) deve-se garantir a 
temperatura ambiente na sala de parto entre 23-26ºC, 
secar o corpo e o segmento cefálico com compressas 
aquecidas e deixar o RN em contato pele-a-pele com a 
mãe, coberto com tecido de algodão seco e aquecido; 
 Cuidar para manter as vias aéreas pérvias: sem flexão 
ou hiperextensão do pescoço, verificando se não há 
excesso de secreções na boca e nariz; 
 Avaliar a vitalidade do RN de maneira continuada: 
avaliar, inicialmente, a frequência cardíaca (FC) com o 
estetoscópio no precórdio, o tônus muscular e a 
respiração/choro. Depois, de maneira continuada, 
observar a atividade, o tônus muscular e a 
respiração/choro do RN; 
 Estimular o contato da mãe com o bebê: O contato 
pele a pele com a mãe imediatamente após o 
nascimento reduz o risco de hipotermia em RN a termo 
com boa vitalidade, desde que cobertos com campos 
pré-aquecidos; Nesse momento, pode-se iniciar a 
amamentação. A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) recomenda que o aleitamento materno seja 
iniciado na primeira hora de vida, pois se associa a um 
período maior de amamentação, melhor interação 
mãe-bebê e menor risco de hemorragia materna. 
MÉTODO DE CREDÉ, VIT. K E ANTROPOMETRIA 
- Quando as condições clínicas do RN forem satisfatórias, 
os seguintes procedimentos devem ser realizados: 
a) Profilaxia antigonocócica obrigatória com nitrato de 
prata a 1%: 
a. Retirar o vérnix da região ocular com gaze seca ou 
umedecida com água, sendo contraindicado o uso de 
soro fisiológico ou qualquer outra solução salina; 
b. Afastar as pálpebras e instilar uma gota de nitrato de 
prata a 1% no fundo do saco lacrimal inferior de cada 
olho e massagear suavemente as pálpebras deslizando-
as sobre o globo ocular para fazer com que o nitrato de 
prata banhe toda a conjuntiva; 
c. Se o nitrato cair fora do globo ocular ou se houver 
dúvida, repetir o procedimento; 
d. Limpar com gaze seca o excesso que ficar na pele 
das pálpebras; 
e. A profilaxia deve ser realizada na primeira hora após 
o nascimento, tanto no parto vaginal quanto cesáreo. 
b) Administração de 1mg de vitamina K hidrossolúvel via 
IM (vasto lateral da perna esquerda): 
a. Catalisa a síntese de protrombina no fígado, 
necessária a coagulação sanguínea, prevenindo a 
doença hemorrágica do RN; 
b. Realizar ao nascimento; 
c) Antropometria: realizar exame físico simplificado, 
incluindo peso, comprimento e os perímetros cefálico, 
torácico e abdominal. 
EXAME FÍSICO 
- dividido nas seguintes etapas: 
1) PELE 
- deve-se observar descamações fisiológicas que 
acometem principalmente os pés e mãos de recém-
nascidos pós-maturos. Além disso, deve-se avaliar a (01) 
presença de Nevus pigmentosus (mancha mongólica), 
semelhante à pequena equimose comum na região 
sacra, que desaparece durante a infância; (02) 
escleredema ou edema endurecido não depressível, 
mais frequentemente visto em infecções neonatais 
graves e cardiopatias com débito cardíaco diminuído; 
(03) presença de petéquias que não desaparecem à 
digitopressão e são de etiologia mecânica 
(traumatismo), fragilidade capilar (infecção) ou 
plaquetopenia; (04) e hemangioma plano, que são 
manchas vermelho-violáceas mais comumente 
observadas na nuca, região frontal e pálpebras 
superiores, que desaparece em alguns meses. 
2) CRÂNIO: 
- deve-se medir o perímetro cefálico para observar 
microcrania (sugestivo de anencefalia ou microcefalia) 
e macrocrania (sugestivo de hidrocefalia). Além disso, 
deve-se observar a (01) presença de céfalo-
hematomas, de consistência mais elástica que aparece 
em horas ou meses após o parto, sendo consequência 
de traumatismo e possuindo localização parietal; (02) as 
fontanelas devem medir de 1 a 4 cm, avaliando-se 
também a tonicidade da fontanela; (03) avaliar a 
consistência dos ossos do crânio; (04) e observar se há 
presença de encefalocele, que é a exteriorização do 
tecido nervoso por defeito nos ossos do crânio, mais 
comum em nível occipital. 
3) FACE: 
- observar simetria, aparência sindrômica, implantação 
das orelhas, distância entre os olhos (hipertelorismo ou 
hipotelorismo, respectivamente, aumento e diminuição 
da distância entre os olhos), tamanho do queixo e 
aspecto do nariz e língua. Nos ouvidos, o exame físico 
consiste em avaliar a forma, tamanho, implantação da 
orelha, audição e observar a presença de apêndices 
pré-auriculares. Nos olhos, deve-se observar se o RN 
consegue abrir os olhos, além de ser necessário palpar o 
globo ocular e verificar o reflexo vermelho usando o 
oftalmoscópio; além disso, o exame dos olhos é 
complementado pela observação de pupila branca 
(sugestivo de catarata congênita, retinoblastoma, etc.), 
estrabismo, secreção ocular e opacificação da córnea. 
No nariz, o exame físico consiste em avaliar forma, 
tamanho, permeabilidade, canal nasolacrimal e 
secreção nasal (se for sanguinolenta, deve-se pensar 
em sífilis congênita). Por fim, na boca, deve-se observar 
coloração dos lábios, integridade do palato e dos 
lábios, consistência da língua, presença de dentes e 
úvula bífida. 
4) PESCOÇO: 
- deve-se pesquisar massa, fístulas, mobilidade e excesso 
de pele ao exame físico. Além disso, é de vital 
importância observar a presença de bócio congênito 
no RN, geralmente de causa idiopática ou por 
suplementação de iodo pela mãe durante a gestação; 
esse bócio geralmente é de consistência elástica em 
forma de colar cervical e pouco móvel, podendo 
causar obstrução respiratória. Há também a pesquisa de 
torcicolo congênito, observando a contratura do 
músculo esternocleidomastóideo que se estende até a 
2ª semana de vida, possuindo resolução rápida e 
espontânea na maioria dos casos 
5) TÓRAX: 
- deve-se medir o perímetro torácico do RN a termo que, 
em média, é de 1cm a 2cm menor que o perímetro 
cefálico. Discretas retrações subcostais e intercostais são 
comuns em RNs sadios pela elasticidade das paredes 
torácica, enquanto que retrações supraclaviculares são 
sempre patológicas. Nas clavículas, deve-se observar a 
presença de fraturas e nas mamas, verificar a assimetriae distância intermamilar, além de mamilos 
supranumerários. 
6) AVALIAÇÃO CARDÍACA: 
- deve-se obedecer à seguinte ordem: (01) na inspeção, 
observar a presença de cianose, abaulamento 
precordial, turgência jugular, localização e tamanho do 
ictus cordis e o padrão respiratório (taquipneia, dispneia 
e a amplitude respiratória); (02) na palpação, aferir os 
pulsos nos 4 membros e comparar os pulsos entre 
membros superiores e inferiores; (03) aferição da pressão 
arterial em braço e perna direita, tendo como pressão 
normal no RN atermo os valores entre 25 mmHg e 30 
mmHg, enquanto que no RN prematuro esse valor gira 
em torno de 15 mmHg a 25 mmHg; (04) ausculta 
cardíaca, observando a presença de B1 e B2, avaliar 
som, intensidade, ritmo, frequência e presença de 
desdobramentos fisiológicos de acordo com cada foco; 
(05) e identificar a presença de sopros, se é sistólico, 
diastólico ou contínuo, e informar o timbre (suave, rude 
ou aspirativo). 
7) PULMONAR 
- deve-se prosseguir da seguinte forma: (01) na 
inspeção, avaliar o padrão respiratório quanto à 
frequência respiratória do RN, a amplitude dos 
movimentos respiratórios, retração xifoidiana, 
batimentos de asas do nariz, estridor respiratório e 
gemidos; (02) na ausculta bilateral e comparativa, 
deve-se auscultar as regiões axilares e avaliar a 
presença de crepitações, roncos e diminuição do 
murmúrio vesicular normal. 
8) ABDOMINAL 
- deve-se prosseguir da seguinte forma: (01) na 
inspeção, observar a presença de abaulamento 
supraumbilical (atrésia duodenal ou distensão gástrica), 
abaulamento infraumbilical (distensão da bexiga) e a 
presença de circulações colaterais; (02) na palpação, 
deve-se avaliar o fígado, baço, rins, bexiga e massas, 
além de pesquisar a presença de ascites; (03) e na 
ausculta abdominal, pesquisar a presença dos ruídos 
hidroaéreos nos quatro quadrantes superiores e 
inferiores do abdominal, pois sua ausência significa íleo 
paralítico. No exame da coluna vertebral, colocar o RN 
em decúbito ventral para a procura de tumores, 
hipertricose, manchas hipercrômicas e seio pilonidal, 
correndo os dedos pela coluna. 
9) APARELHO GENITAL 
- deve-se prosseguir da seguinte forma: (01) para RNs do 
sexo masculino, verificar o comprimento do pênis, o 
orifício uretral, prepúcio, testículos na bolsa escrotal e a 
presença de hérnias e hidroceles; (02) para RNs do sexo 
feminino, verificar o tamanho do clitóris, fusão dos 
grandes lábios, orifício da vagina e da uretra e a 
distância entre o ânus e a vagina, além da presença de 
fístulas. 
REANIMAÇÃO DO RN – passos iniciais 
- Indicação: pacientes com IG diferente do termo (< 37 
semanas ou ≥ 42 semanas) e aqueles de qualquer idade 
gestacional que não iniciam movimentos respiratórios 
regulares e/ou aqueles cujo tônus muscular está flácido 
precisam ser conduzidos à mesa de reanimação; 
- Passos: indica-se os seguintes passos: (1) prover calor, 
(2) posicionar a cabeça em leve extensão, (3) aspirar 
boca e narinas, se necessário, e secar o paciente. Esses 
passos devem ser executados em, no máximo, 30 
segundos. 
1) Manter a temperatura entre 36,5-37,5. 
 É importante pré-aquecer a sala de parto e a sala em 
que serão realizados os procedimentos de reanimação, 
mantendo temperatura ambiente de 23 a 26°C; 
 Após o clampeamento do cordão o RN é 
recepcionado em campos aquecidos e colocado sob 
calor radiante: 
 o RN com IG < 34 semanas: recomenda-se o uso do 
saco plástico transparente de polietileno de 30 x 50 cm 
→ após posicionar o RN sob fonte de calor radiante e 
antes de secar, introduz-se o corpo, exceto a face, 
dentro do saco plástico e, a seguir, realizam-se as 
manobras necessárias. Essa prática deve ser 
suplementada pelo emprego de touca dupla (plástico 
e lã/algodão) para reduzir a perda de calor na região 
da fontanela; 
 o RN com IG ≥ 34 semanas: após a colocação sob 
fonte de calor radiante e a realização das medidas para 
manter as vias aéreas permeáveis, secar o corpo e a 
região da fontanela e desprezar os campos úmidos. 
2) MANTER A PERMEABILIDADE DAS VAS/I > LEVE 
EXTENSÃO DO PESCOÇO 
- As vezes é necessário colocar um coxim sob os ombros 
do paciente. 
3) se houver excesso de secreções nas vias aéreas, a 
boca e depois as narinas são aspiradas delicadamente 
com sonda traqueal conectada ao aspirador a vácuo, 
sob pressão máxima aproximada de 100 mmHg. A 
aspiração da hipofaringe deve ser evitada, pois pode 
causar atelectasia, trauma e prejudicar o 
estabelecimento de uma respiração efetiva. 
- Avaliação da respiração e FC: Se houver vitalidade 
adequada, com respiração rítmica e regular e FC > 100 
bpm → os cuidados de rotina na sala de parto; Se o 
paciente, após os passos iniciais, não apresenta 
melhora → indica-se a VPP, a colocação dos eletrodos 
do monitor cardíaco e do sensor neonatal do oxímetro 
de pulso. 
- VPP – VENTILAÇÃO COM PRESSÃO POSITIVA: 
- Após os cuidados para manter a temperatura e a 
permeabilidade das vias aéreas, a presença de apneia, 
respiração irregular e/ou FC < 100 bpm indica a VPP, que 
precisa ser 
iniciada 
nos 
primeiros 
60 
segundos 
de vida 
(“minuto de ouro”). 
- oxigênio suplementar: 
Quando é indicada no RN ≥ 34 semanas: 
 Deve-se iniciar com ar ambiente (O2 a 21%), e 
monitorar a oferta de O2 com oximetria de pulso; 
 Caso o RN não melhore e/ou não atinge valores 
desejáveis de SatO2 com a VPP em ar ambiente, 
verifica-se se há erros na técnica para corrigir antes de 
oferecer oxigênio suplementar; 
 Deve-se esperar cerca de 30 segundos para ocorrer 
equilíbrio da concentração de oxigênio oferecida pela 
ventilação por toda a área pulmonar do RN; 
Em relação aos nascidos com IG < 34 semanas: 
as pesquisas ainda não responderam qual a 
concentração de oxigênio ideal para sua reanimação. 
Se, por um lado, o uso de ar ambiente na ventilação de 
prematuros, durante a reanimação em sala de parto, 
pode não ser suficiente para que esses pacientes 
atinjam uma oxigenação adequada,14 o emprego de 
oxigênio a 100% pode ser excessivo e deletério, 
contribuindo para lesões inflamatórias em pulmões e 
sistema nervoso central. Recomenda-se, atualmente, 
utilizar a concentração inicial de 30%, aumentando-a ou 
reduzindo-a por meio de um blender, 
- Massagem cardíaca: 
- A asfixia pode desencadear vasoconstrição periférica, 
hipoxemia tecidual, diminuição da contratilidade 
miocárdica, bradicardia e, eventualmente, parada 
cardíaca. A ventilação adequada reverte esse quadro 
na maioria dos pacientes. Quando não reversão, apesar 
da VPP parecer efetiva, pode ser que a hipoxemia e a 
acidose metabólica estejam deprimindo o miocárdio de 
tal maneira que o fluxo sanguíneo pulmonar esteja 
comprometido e o sangue não seja adequadamente 
oxigenado pela VPP; 
- Indicação: a massagem cardíaca só é indicada se, 
após 30 segundos de VPP, a FC estiver < 60 bpm → a 
massagem cardíaca diminui a eficácia da ventilação e 
esta é a ação mais efetiva na reanimação neonatal, por 
isso as compressões só devem ser iniciadas quando a 
expansão e a ventilação pulmonares estiverem bem 
estabelecidas; 
- Técnica: é realizada no terço inferior do esterno, onde 
se situa a maior parte do VE; há 2 técnicas, a dos 2 
polegares e dos 2 dedos → a técnica dos 2 polegares é 
mais eficiente, pois gera > pico de pressão sistólica e de 
perfusão coronariana, além de ser menos cansativa; os 
polegares podem 
ser sobrepostos e 
justapostos: os 
sobrepostos 
geram maior pico 
de pressão e 
pressão de pulso, 
enquanto os polegares justapostos aumentam a 
chance de lesão dos pulmões e do fígado; 
- Posição do profissional: o que realiza a massagem 
cardíaca fica atrás da cabeça do RN, enquanto o que 
realiza a VPP fica em um dos lados; 
- Massagem x VPP: ambas são realizadas 
sincronicamente na proporção de 3:1, ou seja, 3 
movimentos de massagem cardíaca para 1 movimentode ventilação, com frequência de 120 eventos por 
minuto (90:30): 
 Deve-se aplicar a massagem cardíaca coordenada à 
ventilação por 60 segundos antes de reavaliar a FC 
(tempo mínimo para que a massagem efetiva possa 
restabelecer a perfusão coronariana): 
o Caso FC < 60 bpm → continuar massagem cardíaca e 
VPP; 
o Caso FC > 60 bpm → suspende massagem cardíaca, 
porém permanece VPP; 
o Caso FC > 100 bpm e respirações regulares → VPP 
também pode ser suspensa; 
o Se o paciente persistir com FC < 60 por um tempo → 
deve-se considerar cateterismo venoso umbilical de 
urgência e indica-se adrenalina. 
- MEDICAÇÕES 
- A bradicardia neonatal é resultado da insuflação 
pulmonar insuficiente e/ou da hipoxemia profunda; 
- Indicação: quando a FC permanece < 60 bpm, a 
despeito de ventilação efetiva por cânula traqueal com 
oxigênio a 100% acompanhada de massagem cardíaca 
adequada por no mínimo 60 segundos → indica-se o 
uso de adrenalina e, eventualmente, do expansor de 
volume; 
- Vias: 
 A via preferencial para a infusão de medicações na 
sala de parto é a endovenosa (EV), sendo a veia 
umbilical de acesso fácil e rápido. O cateter venoso 
umbilical deve ser inserido apenas 1 ou 2 cm após o 
ânulo, mantendo-o periférico, de modo a evitar sua 
localização em nível hepático; 
 A administração de medicações por via traqueal só 
pode ser usada para a adrenalina, uma única vez, 
enquanto o cateter venoso está sendo inserido, 
sabendo-se que a absorção por via pulmonar é lenta e 
imprevisível e a resposta, em geral, é insatisfatória. 
a) ADRENALINA 
- Indicação: a adrenalina está indicada quando a 
ventilação adequada e a massagem cardíaca efetiva 
não elevaram a FC acima de 60 bpm; 
- Ação: aumenta a perfusão coronariana 
principalmente por meio de vasoconstrição periférica; 
- Administração: via preferencial é EV; 
 Enquanto o cateterismo venoso umbilical está sendo 
realizado, pode-se administrar única dose via traqueal; 
 Caso a via traqueal não tenha efeito, realiza-se a 
endovenosa por ter absorção mais rápida. 
- Doses: recomenda-se sua administração por via 
endovenosa na dose de 0,01 a 0,03 mg/kg. Doses 
elevadas de adrenalina (> 0,1 mg/ kg) não devem ser 
empregadas, pois levam à hipertensão arterial grave, 
diminuição da função miocárdica e piora do quadro 
neurológico; 
- Quando não há reversão da bradicardia com o uso da 
adrenalina → pode-se repeti-la a cada 3 a 5 minutos 
(sempre por via endovenosa) e considerar o uso do 
expansor de volume caso o paciente esteja pálido ou 
existam evidências de choque. 
b) EXPANSOR DE VOLUME 
- Indicação: pode ser necessário para reanimar RN com 
hipovolemia → utilizado em caso de perda de sangue 
ou sinais de choque hipovolêmico, como palidez, má 
perfusão e pulsos débeis; 
- Administração e dose: EV, realizada com soro 
fisiológico na dose de 10 mL/kg de maneira lenta 
durante 5 a 10 minutos, podendo ser repetida a critério 
clínico; 
- Espera-se aumento da FC e melhora dos pulsos e 
palidez; se não houver resposta, deve-se verificar a 
posição da cânula traqueal, a técnica da ventilação e 
da massagem e a permeabilidade da via de acesso 
vascular. 
 
FLUXOGRAMA - REANIMAÇÃO 
 
7. CALCULO DA IG - CAPURRO 
Usando parâmetros somáticos e neurológicos, esse 
método estima a idade gestacional do recém-nascido. 
Ele é aplicável para recém-nascidos de 29 semanas ou 
mais. O Método de Capurro Somático utiliza 5 
características somáticas, enquanto que o Capurrro 
Somático e Neurológico utiliza 4 parâmetros somáticos 
e 2 neurológicos. Cada parâmetro conta com 
diferentes opções que recebem pontuações distintas. A 
avaliação da idade gestacional em semanas, é feita 
com a soma do total de pontos obtidos, mais 204, e o 
resultado dividido por 7. 
 
 
PONTUAÇÕES E PARÂMETROS 
Textura da pele 
0 pontos = muito fina, gelatinosa; 
5 pontos = fina e lisa; 
10 pontos = algo mais grossa, discreta descamação 
superficial; 
15 pontos = grossa, rugas superficiais, descamação nas 
mãos e pés; 
20 pontos = grossa apergaminhada, com gretas 
profundas. 
Forma de orelha 
0 pontos = chata disforme, pavilhão não encurvado; 
8 pontos = pavilhão parcialmente encurvado na borda; 
16 pontos = pavilhão parcialmente encurvado em toda 
parte superior; 
24 pontos = pavilhão totalmente encurvado. 
Glândula mamária 
0 pontos = não palpável; 
5 pontos = palpável, menos de 5mm; 
10 pontos = entre 5 e 10mm; 
15 pontos = maior de 10mm. 
Pregas plantares 
0 pontos = sem pregas; 
5 pontos = marcas mal definidas sobre a parte anterior 
da planta; 
15 pontos = marcas bem definidas sobre a metade 
anterior, e sulcos no terço anterior; 
20 pontos = sulcos em mais da metade anterior da 
planta. 
Sinal do xale 
0 pontos = o cotovelo alcança a linha axilar anterior do 
lado oposto; 
6 pontos = o cotovelo situado entre a linha axilar anterior 
do lado oposto e a linha média; 
12 pontos= o cotovelo situado ao nível da linha média; 
18 pontos = o cotovelo situado entre a linha média e a 
linha axilar anterior do mesmo lado. 
Posição da cabeça ao levantar o RN 
0 pontos = cabeça totalmente deflexionada, ângulo 
toráxico 270%; 
4 pontos = ângulo cérvico-toráxico entre 180° e 270°; 
8 pontos = ângulo cérvico-toráxico igual a 180°; 
12 pontos = ângulo cérvico-toráxico menor de 180°. 
Formação do mamilo 
0 pontos = apenas visível; 
5 pontos = aréola pigmentada – diâmetro menor que 7,5 
mm; 
10 pontos = aréola pigmentada, pontiaguda – diâmetro 
menor que 7,5 mm, borda não levantada; 
15 pontos = borda levantada – diâmetro maior que 7,5 
mm. 
- Levar em consideração, para recém-nascidos 
extremamente prematuros, os seguintes critérios: 
Pálpebras fundidas (recém nascido geralmente menor 
que 26 semanas), pele gelatinosa, fragilidade dos vasos 
sanguíneos e escoriações da pele; pele pegajosa, 
mamilo imperceptível e ausência de lanugem, nos 
recém-nascidos com menos de 25-26 semanas de 
gestação. 
10. TRANSPORTE PLACENTÁRIO 
- 4 mecanismos: difusão simples, facilitada, ativo e 
pinocitose. Mas existem outros 3 métodos de 
transferência: 
1) falhas microscópicas na membrana placentária 
(permite passagem de hemacias fetais para a 
circulação materna durante parto). 
2) Células e microrganismos podem cruzar a membrana 
por movimentros próprios (leucocitos maternos). 
3) lesões na membrana placentária (pode ser causada 
por protozoários – toxoplasma). 
- Transporte de gases: O2, Co2 e CO (difusão simples). 
Tabagismo causa vasoconstrição placentária e induz 
hipóxia. 
- Substâncias nutritivas: água (difusão simples)) / 
colesterol, triglicerídeos ou fosfolipídios: pouca ou 
nenhuma transferência (passa agl) / aminoácidos 
(transporte ativo – essencial para síntese proteica) / 
vitaminas – difusão simples (hidrossolúveis cruzam mais 
facilmente) / glicose (GLUT1 – difusão facilitada) – 
apenas 1/3 da glicose é absorvida pelo feto, pois 
grande quantidade é utilizada pela placenta, a 
transferência aumenta no 3º trimestre (30ª semana) para 
proporcionar ganho de peso ao feto; baixa 
transferência de glicose afeta o crescimento fetal, 
causando sofrimento fetal e consumo de reservas de 
gordura. 
- Hormônios: a placenta é impermeável aos peptídicos. 
Algumas atravessa: glicocorticoides, catecolaminas, T3 
e T4, e são neutralizados por enzimas placentárias, logo, 
não chega quantidade significativa ao feto. Os 
esteróides não conjugados atravessam livremente. 
Testosterona pode causar masculinização de feto 
feminino. 
- Eletrólitos: Na+ , K+ , Ca+ , Mg2+, Cl- , HCO3 + e HPO4 - 
são livremente trocados através da membrana 
placentária em quantidades significativas, cada um 
com sua própria velocidade dependente do número de 
canais abertos por meio dos potenciais de ação → 
quando uma mãe recebe líquidos endovenosos, estes 
também passam para o feto e afetam seu teor de água 
e eletrólitos.O transporte de ferro é feito pela transferrina 
materna, que cruza a membrana placentária por meio 
de receptores especiais. 
- ANTICORPOS MATERNOS: o feto produz pequenas 
quantidades de anticorpos. Imunidade passiva é 
conferida ao feto (Ig alfa e beta em quantidades 
pequenas). IgG (gamaglobulinas) são transportadas por 
transcitose. 
 IgGs sofrem endocitose pelo sinciciotrofoblasto → no 
endossomo, a porção Fc da IgG se liga à receptores 
FcRn (receptores Fc neonatais) contra a ação do pH 
ácido, protegendo as IgGs contra ação lisossomal → o 
endossoma se funde à lâmina basal trofoblástica → a 
IgG materna é liberada do receptor pela ação do pH 
fisiológico e ganha acesso ao endotélio fetal, e assim, à 
circulação fetal; 
 A concentração de IgG permanece baixa até o 2º 
trimestre, observando-se um aumento na média entre a 
17ª e a 22ª semanas (aproximadamente 10% da 
concentração materna) e entre a 28ª e 32ª semanas 
(aproximadamente 50%), sendo que os níveis fetais de 
IgG continuam aumentando durante o 3º trimestre; 
 Níveis de IgG de recém-nascidos a termo podem 
exceder os níveis maternos, o que pode estar associado 
com a concentração de IgG dentro do 
sinciciotrofoblasto antes da sua liberação para o 
espaço intersticial; 
 Todas as subclasses atravessam a placenta sendo, 
porém, diferentes quanto à intensidade devido às 
diferenças de afinidade pelo receptor FcRn do 
trofoblasto; a afinidade seria maior por IgG1 > IgG3 > 
IgG4 > IgG2 
- Anticorpos maternos conferem imunidade ao feto 
contra doenças como a difteria, a varíola e o sarampo; 
entretanto, não é adquirida imunidade contra pertussis 
(coqueluche) ou varicela (catapora); 
- Baixos níveis de IgG estão associados a(o): 
Hipergamaglobulinemia materna: responsável pelo 
baixo transporte de IgG devido à saturação dos 
receptores de IgG e consequente downregulation dos 
mesmos; Baixo fluxo volêmico e à prematuridade. 
IMPORTANTE! A maior velocidade de transferência é 
regulada por: Grau de lipossolubilidade da molécula 
ionizada; Espessura da barreia placentária: passagem 
facilitada no final da gravidez 
- Produtos de excreção: CO2, ureia e ácido úrico 
passam pela membrana placentária por difusão 
simples; a bilirrubina não conjugada ou indireta 
(lipossolúvel) também é facilmente retirada pela 
placenta para uma rápida depuração. 
- Drogas e seus metabólicos: a maioria das drogas e seus 
metabólitos cruzam a placenta por difusão simples 
(exceto aqueles que se assemelham estruturalmente a 
aminoácidos, como a metildopa e antimetabólitos). 
 Drogas ilícitas: algumas causam importantes 
anomalias congênitas. O uso materno de drogas como 
a heroína pode levar à dependência fetal a drogas (50% 
a 75% dos RNs apresentam sintomas de abstinência); 
dependência psíquica não se desenvolve no período 
fetal, não há risco de vício subsequente. 
 Agentes usados durante o trabalho de parto (p.ex.: 
anestésicos): maioria deles cruza prontamente. 
Dependendo da dose e do momento em que forem 
administradas no decorrer do parto, essas drogas 
podem causar depressão respiratória na criança, que 
pode levar ao ↑ácido lático e à acidose metabólica; 
 Sedativos e analgésicos: todos afetam o feto de 
alguma maneira; 
 Agentes bloqueadores neuromusculares: os que 
podem ser usados na cirurgia obstétrica cruzam a 
placenta em pequenas quantidades; 
 Drogas antiepilépticas: todas (carbamazepina, 
oxcarbazepina, valproato, hidantoína, fenitoína, 
primidona) atravessam a barreira placentária e atingem 
concentrações fetais iguais ou superiores às 
concentrações maternas, podendo causar 
anormalidade ligadas a defeitos no tubo neural, de linha 
média na face, hipoplasia digital, microcefalia e 
restrição de crescimento. Deve-se considerar a 
suspensão da ingestão da droga anticonvulsivante para 
as mulheres que desejam engravidar e que não 
apresentam convulsões por longo tempo, no mínimo 
dois anos, em uso da medicação; no entanto, se 
apresentar crises convulsivas, o tratamento durante a 
gestação é essencial, evitando-se o ácido valpróico e 
os hidantoinatos, que têm maior risco teratogênico.

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