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@elavairevalidar. – Dra. Scarlat Ohara MATERIAL MENTORIA INTENSIVA @elavairevalidar Material de apoio direcionado exclusivamente ao mentorandos 2021. PEDia tria Dra, Scarlat Ohara @elavairevalidar cirurgia NEONATOLOGIA Neonatologia: é uma área de atuação dentro da Pediatria que visa a assistência ao Recém- Nascido em seu Período Neonatal que transcorre desde o primeiro atendimento em sala de parto até o 28° dia de vida. A importância desta área para o médico generalista e principalmente para nós em processo de revalidação vem do seguinte motivo. A alta mortalidade, cerca de 70% dos óbitos do primeiro ano de vida ocorrem no período neonatal, e grande maioria de suas causas são evitáveis por meio de uma boa assistência ao parto, e o Recém-nascido neste período. Sendo assim o médico generalista deve ter a competência básica para realizar desde o primeiro atendimento do RN em sala de parto, até o acompanhamento dele no transcorrer deste período. Dito isso vamos resgatar 2 conceitos primordiais da neonatologia em questões médico-legais. Que são as definições que devemos dominar para o preenchimento das Declarações de Nascido vivo, e Óbito fetal. Nascido vivo Caracterizado quando existe a expulsão completa do produto do corpo materno, independente da duração da gravidez, ou peso, consideramos a presença de quaisquer sinal de vida: Respira, Chora, Pulsação do cordão umbilical, Movimentos efetivos ou contrações musculares, batimento cardíaco constatado pelo médico mesmo que seja por 1 segundo. Neste caso devemos preencher a Declaração de Nascido Vivo. Óbito fetal É o óbito de um produto da concepção antes da expulsão ou extração completa do corpo materno, após as 20 semanas de gestação, e com peso maior a 500gramas, sem a constatação de nenhum sinal de vida. Neste caso deve ser preenchida é a Declaração de Óbito fetal. P.S se menor a 20 semanas de idade gestacional e com peso inferior a 500gr. Devemos considerar ABORTO e não óbito fetal. Classificamos nosso RN de acordo ao seu peso e idade gestacional, e tais classificações nos trazem um prognóstico quanto ao risco de vida do RN, e as principais patologias que devemos buscar e suspeitar para cada caso. A seguir analisaremos as classificações do RN de acordo a OMS. PESO AO NASCER RN com baixo peso ao nascer Menor a 2.500gr (1.500gr a 2.499 gr.) RN com muito baixo peso ao nascer Menor a 1.500gr (1.000gr. a 1.499gr) RN com extremo baixo peso ao nascer Menor a 1.000 gr. Macrossômico Maior a 4.000 gr PEDIATRIA IDADE GESTACIONAL PRÉ-TERMO Menor a 37 semanas completas de Gestação Obs.: Pré-termo tardio: 34 a 36 semanas e 6 dias de IG Pré-termo extremo: menor de 28 semanas de IG. A TERMO De 37 semanas a 41 semanas e seis dias de IG. PÓS-TERMO Maior a 42 semanas de gestação PESO CORRELACIONADO A IDADE GESTACIONAL Adequado para idade gestacional (AIG) Entre os percentis Z entre 10 e 90 Pequeno para idade gestacional (PIG) Percentil Z abaixo a 10 Grande para idade gestacional (GIG) Percentil Z acima a 90 Nas classificações citadas acima, as variantes encontradas de maior risco para o RN, são: prematuridade, e o baixo peso ao nascer sendo elas inversamente proporcional a sua sobrevida, quanto mais prematuro, e com menor peso ao nascer, maior o risco de óbito e complicações. Escores na sala de parto Com toda certeza os mais badalados e que vocês devem conhecer são: APGAR SILVERMAN-ANDERSEN CAPURRO/ NEW BALLARD Deixarei na sequencia ambos os Escores e seu uso para cada situação... porém atualmente tanto na prática médica diária quanto nas provas seja de residência médica ou revalidação, seu uso vem decaindo e sendo menos cobrados. O fato é que diferente do que ocorria a alguns anos atrás, atualmente eles não são mais usados para a decisão de condutas em sala de parto e diagnósticos, na realidade o grande valor deles é refletido em diagnósticos retrospectivos, e na avaliação da atenção perinatal, e até mesmo pré- natal, já que como citei anteriormente um bom seguimento pré-natal e uma boa assistência ao RN em sala de parto, diminuem significativamente complicações e risco de óbito. - Escore de apgar – É uma avaliação clínica do recém-nascido (RN), proposta pela anestesista Virginia Apgar, na década de 1950, mas muito utilizada até os dias atuais, devido à facilidade de aplicá-la. É utilizado para demonstrar as condições do nascimento, e consiste na avaliação da respiração, frequência cardíaca, cor, resposta a estímulos e tônus ao nascimento. Esse escore não definirá a necessidade ou não de manobras de reanimação neonatal, mas também será importante para avaliação da resposta e da eficácia dessas manobras, caso tenham sido utilizadas. Mas como ele é calculado e por quais parâmetros? No 1º e 5º minutos de vida. Cada parâmetro clínico recebe uma pontuação de 0, 1 ou 2 e, com isso, a pontuação mínima é 0 e a pontuação máxima é 10. Mas como interpretar o Escore? Um escore baixo indica a presença de asfixia neonatal, e um escore alto , indica a ausência dessa asfixia. Mas é possível que o resultado da escala apresente falso-positivos e falso-negativos. A pontuação do primeiro minuto está relacionada ao pH do cordão umbilical, sendo um índice de depressão Intraparto, isso poderá acarretar complicações deletérias a se a pontuação do 1º minuto for baixa, e permanecer baixa após o 5º minuto, longo prazo. Há um consenso de que um escore de Apgar de 7 a 10 significa uma criança sadia e, quando menor que 7, é um sinal de alerta para atenção especial. Se o escore for menor ou igual a 6, deverá continuar a ser calculado com intervalos de 5 minutos, até o 20º minuto de vida. Um Apgar baixo no 20º minuto é compatível com mau prognóstico, como mortalidade ou alguma disfunção neurológica. SINAL 0 1 2 Esforço respiratório Respiração ausente Respiração irregular Respiração regular; choro Frequência cardíaca Ausente Menor que 100 bpm Maior que 100 bpm Tônus muscular Totalmente flácido Alguma flexão de extremidades Movimentos ativos Irritabilidade reflexa Sem resposta Alguma reação Tosse ou espirro Cor Cianose central ou palidez Cianose de extremidades Róseo - Triagem Neonatal - Todo bebê que nasce atualmente no Brasil tem o direito de ser submetido, gratuitamente, à realização de quatro exames muito importantes para a sua saúde. São os chamados “exames da triagem neonatal”, sendo eles: teste do pezinho, teste do olhinho, teste da orelhinha e teste do coraçãozinho. O Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), instituído pelo Ministério da Saúde desde 2001, tem como objetivo promover, implantar e implementar ações com foco na prevenção, no diagnóstico em fase pré-sintomática, na intervenção precoce e no acompanhamento permanente dos pacientes com as doenças incluídas no Programa. Os exames de triagem neonatal são capazes de diagnosticar doenças que, quanto mais cedo identificadas, apresentam melhores chances de tratamento, podendo prevenir sequelas graves e/ou óbitos. Em Saúde Pública, triar significa avaliar uma população assintomática e identificar, nessa população, indivíduos sob risco de desenvolver determinada doença ou um distúrbio, os quais se beneficiariam de investigação adicional, ação preventiva ou intervenção terapêutica imediata. Identificando-se condições através de testes específicos, pode-se iniciar o tratamento adequado, visando minimizar riscos ou complicações decorrentes da condição diagnosticada. Conheça um pouco mais sobre cada um dos exames de triagem neonatal. Teste do Pezinho: triagem metabólica Trata-se de uma triagem neonatal para a identificação de distúrbios congênitos e hereditários em geral transtornos raros, porém graves, e com grande repercussãona vida do RN caso diagnosticados de forma tardia. O teste do pezinho, não tem valor diagnóstico, já que com eles podemos apenas suspeitar e triar as doenças já que tem um alta sensibilidade, e confirma-las por meio de outros exames mais específicos. A pergunta queridinha das provas neste tema são com certeza, as doenças que são rastreadas: - Hipotiroidismo congênito - Deficiência de biotinidase - Hiperplasia de adrenal congênita - Fenilcetonúria - Fibrose cística - Anemia falciforme. PLUS: - Deficiência de G6PD - Galactosemia Deve ser realizado do 3° ao 5° dia de vida em Unidade Básica de Saúde. O pezinho do recém- nascido, sobretudo a região lateral do calcanhar, é uma região bastante irrigada, o que facilita o acesso ao sangue para a coleta da amostra; é um procedimento pouco invasivo e bem menos incômodo do que a coleta de sangue venoso com seringa e agulha. Os resultados alterados devem ser comunicados ao responsável pela coleta no ponto de origem da amostra. A família deve ser notificada e orientada a comparecer com urgência na Unidade de Saúde para a realização de exame de confirmação através de uma nova coleta. O Sistema Único de Saúde (SUS) garante o atendimento do RN triado com médicos especialistas, incluindo tratamento gratuito adequado por toda a vida para as seis doenças detectadas no programa. Fenilcetonúria – É um dos erros inatos do metabolismo de herança genética. O defeito metabólico gerado leva ao acúmulo do aminoácido Fenilalanina (FAL) no sangue. Sem o diagnóstico precoce e do tratamento antes dos 3 meses de vida, a criança com Fenilcetonúria apresenta um quadro clínico clássico, caracterizado por atraso global do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), deficiência mental, comportamento agitado ou padrão autista, convulsões, alterações eletroencefalográficas e odor característico na urina. Hipotireoidismo congênito – É uma emergência pediátrica causada pela incapacidade da glândula tireóide do recém-nascido em produzir quantidades adequadas de hormônios tireoideanos, que resulta numa redução generalizada dos processos metabólicos. Sem o diagnóstico tratamento precoce, a criança terá o crescimento e desenvolvimento mental seriamente comprometidos. O tratamento da doença consiste na reposição dos hormônios tireóideos deficitários, no caso, reposição de levotiroxina sódica (hormônio sintético). Doença falciforme e outras hemoglobinopatias – A Doença Falciforme (DF) é causada por um defeito na estrutura da Hemoglobina, que leva as hemácias a assumirem forma de lua minguante, quando exposta a determinadas condições como febre alta, baixa tensão de oxigênio, infecções etc. As alterações genéticas na hemoglobina são transmitidas de geração em geração. O paciente afetado apresenta as seguintes alterações clínicas: anemia hemolítica, crises vaso-oclusivas, crises de dor, insuficiência renal progressiva, acidente vascular cerebral, maior susceptibilidade a infecções e sequestro esplênico. O ideal é que o tratamento seja iniciado antes do 4° mes de vida. As principais medidas preconizadas são: administração de antibióticoterapia profilática (esquema especial de vacinação), suplementação com ácido fólico, além do seguimento clínico especializado. Fibrose cística – A Fibrose Cística (FC), é uma das doenças hereditárias consideradas graves e afeta especialmente os pulmões e o pâncreas, num processo obstrutivo causado pelo aumento da viscosidade do muco. Nos pulmões, esse aumento na viscosidade bloqueia as vias aéreas propiciando a proliferação bacteriana, o que leva à infecção crônica, à lesão pulmonar e ao óbito por disfunção respiratória. No pâncreas, quando os ductos estão obstruídos pela secreção espessa, há uma perda de enzimas digestivas, levando à má nutrição. Sintomas mais graves e complicações incluem a desnutrição, o diabetes, a insuficiência hepática e a osteoporose. Dentre os sintomas podem estar incluídos: dificuldade de ganho de peso, problemas respiratórios, perda de sal pelo suor, dor abdominal recorrente, icterícia prolongada, pancreatite recorrente ,cirrose biliar e retardo no desenvolvimento somático. O tratamento consiste em acompanhamento médico regular, suporte dietético, utilização de enzimas pancreáticas, suplementação vitamínica (vitaminas A, D, E, K) e fisioterapia respiratória. Em presença complicações infecciosas, está indicada a antibióticoterapia de amplo espectro. Além do esquema vacinal habitual, as crianças devem receber também imunização anti-pneumocócica e anti-hemófilos. Hiperplasia adrenal congênita – A denominação hiperplasia adrenal congênita (HAC) engloba um conjunto de síndromes transmitidas geneticamente, que se caracterizam por diferentes deficiências enzimáticas na síntese dos esteroides adrenais. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado melhoram o padrão de crescimento podendo normalizá-lo na maior parte dos casos. As manifestações clínicas na HAC dependem da enzima envolvida e do grau de deficiência enzimática (total ou parcial). O diagnóstico precoce e o tratamento adequado melhoram o padrão de crescimento podendo normalizá-lo na maior parte dos casos. Deficiência de biotinidase – A deficiência de biotinidase (DBT) é uma doença metabólica hereditária na qual há um defeito no metabolismo da biotina. Clinicamente, manifesta-se a partir da sétima semana de vida com distúrbios neurológicos e cutâneos tais como crises epiléticas, hipotonia, microcefalia, atraso do desenvolvimento neuropsicomotor, alopecia e dermatite eczematóide. Nos pacientes com diagnóstico tardio observam-se, distúrbios visuais, auditivos assim como atraso motor e de linguagem. O tratamento medicamentoso é muito simples, de baixo custo e consiste na utilização de biotina (vitamina) em doses diárias. Teste da Orelhinha: triagem auditiva Triagem neonatal realizada ainda na maternidade, idealmente antes da alta da maternidade, o ideal é que seja realizado entre o 2° e 3° dia de vida, mas é tolerado que seja feito até o 3° mês de vida. Consiste na produção de um estímulo sonoro e na captação do seu retorno por meio de uma delicada sonda introduzida na orelhinha do recém-nascido, vale lembrar que é um teste indolor que pode ser realizado até durante o sono do bebe. Para o teste, usam-se emissões otoacústicas evocadas durante o sono natural do bebê, identificando-se uma possível deficiência auditiva. Usamos este teste para avaliar a via condutiva do estimulo sonoro, também conhecida como pré neural. Se identificada alguma alteração, o bebê deve ser encaminhado para uma avaliação com fonoaudiólogo e otorrinolaringologista, e o próximo passo a ser tomado é avaliar a surdez neurosensorial, pelo BERA (Potêncial evocado auditivo de Tronco Encefálico). A deficiência auditiva pode resultar em deficiências de fala e de aprendizado, mas a instituição do tratamento precoce para a criança, sobretudo antes dos seis meses de vida, apresenta grandes chances de desenvolvimento da linguagem e de melhor adaptação psicossocial. Teste do Olhinho: triagem ocular Triagem neonatal para a identificação de qualquer obstrução do eixo visual, incluindo: catarata congênita, glaucoma congênito, retinoblastoma, retinopatia da prematuridade e outros transtornos oculares congênitos e hereditários. É um teste simples, rápido e indolor que consiste na identificação de um reflexo vermelho quando os olhos do bebê são iluminados por um feixe de luz e este deve atravessar o eixo visual,caso isso não ocorra estamos frente a Leucocoria, popularmente conhecida como ‘’olho branco’’, ou seja o reflexo não pode atravessar, pois algo obstrui o eixo, sendo o exame feito em um olho por vez. Também deve ser realizado ainda na maternidade; de preferência, o pediatra deve realizar o exame logo após o nascimento do bebê, e idealmente realizado anualmente até o3° ano de vida Teste da linguinha O teste da linguinha é realizado em recém-nascidos para detectar alterações do freio da língua, como a língua presa, cientificamente chamada de anquiloglossia. Esta alteração é muito comum e ocorre quando a membrana que prende a língua na parte de baixo da boca é muito curta, dificultando os movimentos da língua. Além disso, o teste da linguinha é feito para avaliar a espessura e de que forma o freio da língua está fixado, além de analisar como o bebê movimenta a língua e se apresenta dificuldades para sugar o leite materno. Assim, é importante que o teste da linguinha seja feito o mais cedo possível, de preferência nos primeiros meses de vida do bebê, pois dessa forma é possível identificar alterações do freio da língua o quanto antes para evitar consequências como dificuldades na amamentação ou para comer alimentos sólidos, alteração na estrutura dos dentes e na fala. Vale lembrar que apesar de simples, rápido e barato, ele é preconizado pelos manuais do ministério da saúde, porém não defendido pela SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria). Teste do Coraçãozinho: oximetria de pulso Com toda a certeza este é o mais badalado para as provas, devido a sua enorme importância. Cerca de 1 a 2 de cada 1000 recém-nascidos vivos apresentam cardiopatia congênita crítica. Em torno de 30% destes recém-nascidos recebem alta hospitalar sem o diagnóstico, e evoluem para choque, hipóxia ou óbito precoce, antes de ter a oportunidade de receber tratamento adequado. Cardiopatias congênitas críticas: São consideradas cardiopatias congênitas críticas aquelas onde a apresentação clínica decorre do fechamento do canal ou seja cardiopatias canal- dependentes, tais como : Cardiopatias com fluxo pulmonar dependente do canal arterial Atresia pulmonar e similares Cardiopatias com fluxo sistêmico dependente do canal arterial Síndrome de hipoplasia do coração esquerdo, coartação de aorta crítica e similares Cardiopatias com circulação em paralelo. transposição das grandes artérias Diagnóstico de cardiopatia congênita crítica: Na maioria das Unidades Neonatais, a alta hospitalar é realizada entre 36 e 48 horas de vida. Nesta fase, a manifestação clínica das cardiopatias críticas pode ainda não ter ocorrido, principalmente nas cardiopatias com fluxo sistêmico dependente de canal arterial. Além disso, a ausculta cardíaca pode ser aparentemente normal nesta fase. O diagnóstico precoce é fundamental, pois pode evitar choque, acidose, parada cardíaca ou agravo neurológico antes do tratamento da cardiopatia. As cardiopatias congênitas representam cerca de 10% dos óbitos infantis e cerca de 20 a 40% dos óbitos decorrentes de malformações. Melhorar o diagnóstico destas cardiopatias poderá reduzir a taxa de mortalidade neonatal em nosso meio. O método ideal para o diagnóstico de cardiopatia congênita é o ecocardiograma com mapeamento de fluxo em cores seja fetal ou pós-natal, porém a sua utilização como ferramenta de triagem é inviável. No grupo das cardiopatias congênitas críticas, ocorre um mistura de sangue entre as circulações sistêmica e pulmonar, o que acarreta uma redução da saturação periférica de O2. Neste sentindo, a aferição da oximetria de pulso de forma rotineira em recém-nascidos aparentemente saudáveis com idade gestacional > 34 semanas, tem mostrado uma elevada sensibilidade e especificidade para detecção precoce destas cardiopatias. O teste da oximetria: Realizar a aferição da oximetria de pulso, em todo recém-nascido aparentemente saudável com idade gestacional > 34 semanas, antes da alta da Unidade Neonatal. Local de aferição: membro superior direito e em um dos membros inferiores Para a adequada aferição, é necessário que o recém-nascido esteja com as extremidades aquecidas e o monitor evidencie uma onda de traçado homogêneo. Momento da aferição: Entre 24 e 48 horas de vida, antes da alta hospitalar. Resultado normal: Saturação periférica maior ou igual a 95% em ambas as medidas (membro superior direito e membro inferior) e diferença menor que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior. Resultado anormal: Caso qualquer medida da SpO2 seja menor que 95% ou houver uma diferença igual ou maior que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior,uma nova aferição deverá ser realizada após 1 hora. Caso o resultado se confirme, um ecocardiograma deverá ser realizado dentro das 24 horas seguintes. Limitações: Este teste apresenta sensibilidade de 75% e especificidade de 99%. .. Sendo assim, algumas cardiopatias críticas podem não ser detectadas através dele, principalmente aquelas do tipo coartação de aorta. A realização deste teste não descarta a necessidade de realização de exame físico minucioso e detalhado em todo recém-nascido, antes da alta hospitalar. CIUR SIMÉTRICO → é o bebê “todo pequeno” (peso, perímetro cefálico e comprimento) – em geral é resultado de algo que afetou o crescimento fetal precocemente (no 1º trimestre) – ex.: infecções congênitas de 1º trimestre, anomalias cromossômicas... CIUR ASSIMÉTRICO → criança cujo perímetro cefálico é desproporcionalmente grande em relação ao restante do corpo (o PC é normal para a IG, mas é maior que o restante do corpo) – geralmente é resultado de uma insuficiência placentária de 3º trimestre (o crescimento cerebral é preservado, mas o crescimento do restante do corpo é comprometido) Um dos principais efetores do crescimento na vida intraútero é a insulina – por isso diante de um GIG, devemos pensar se esse feto era hiperinsulinêmico; a grande preocupação é apresentar hipoglicemia nas primeiras horas de vida devido ao excesso de insulina. Bebê a termo <2 kg → PEQUENO PARA A IG INFECÇÕES CONGÊNITAS São aquelas que se estabelecem por VIA HEMATOGÊNICA TRANSPLACENTÁRIA Quando suspeitar? Maioria das crianças: assintomáticas Suspeita com doença ou sorologia materna ATENÇÃO: IgM no RN = INFECÇÃO IgG no RN = PODE SER MATERNA SINTOMÁTICAS Quadro antenatal (abortamento, CIUR, prematuridade) Quando inespecífico ou específico Visceral (hepatomegalia) – Ocular (coriorrenitite, catarata, microftalmia) – Neurológico – Cutâneo (icterícia, exantema maculopapular, exantema petequial ou purpúrico) – Medula (plaquetopenia) Sequelas (neurológica / visual / auditiva) SÍFILIS – Treponema pallidum A transmissão pode ocorrer em qualquer estágio da doença materna. Risco maior na sífilis 1ª e 2ª! SÍFILIS PRECOCE (<2 anos) RINITE SIFILÍTICA = obstrução nasal intensa e secreção sanguinolenta LESÕES CUTÂNEAS E MUCOSAS Placas mucosas Condiloma plano – lesão úmida ao redor de orifícios (ânus, p.ex.) Pênfigo – exantema vesico-bolhoso, geralmente palmo-plantar LESÕES ÓSSEAS - Periostite – porção longa de ossos longos e também nos ossos planos - Rx com sinal de duplo-contorno (reação periosteal) o Osteocondrite – reação inflamatória na articulação + metáfise. São lesões dolorosas, a criança chora durante a manipulação ou movimentação o Pseudoparalisia de Parrot: ↓mobilidade secundária à dor presente na sífilis congênita Avaliação do RN Para todo RN o qual a mãe teve diagnóstico de sífilis durante a gestação - Avaliação clínica cuidadosa - VDRL de sangue periférico – avalia a atividade da doença e grau de lesão tecidual. Os anticorpos avaliados pelo VDRL são IgM e IgG. Pode representar apenas a passagem de AC maternos. Hemograma Anemia plaquetas ou WBC Punção lombar VDRL Celularidade aumentada (>25/mm³) Proteínas (> 150mg/dL) Raio-x de ossos longos Osteocondrite / periostite Tratamento Como foi o tratamento da gestante? Saber caracterizar o tratamento inadequado! TRATAMENTO INADEQUADO Tratamento não penicilínico Inadequado para a fase Incompleto < 30 diasantes do parto Parceiro não tratado Mãe NÃO TRATADA / INADEQUADAMENTE TRATADA Realizar todos os exames e tratar todos os casos! LÍQUOR ALTERADO Penicilina cristalina IV 10 dias LÍQUOR NORMAL E OUTRA ALTERAÇÃO Penicilina cristalina IV 10 dias OU Penicilina procaína IM 10 dias ASSSINTOMÁTICO E TODOS OS EXAMES NORMAIS (VRDL NR) Penicilina benzatina em dose única (acompanhamento) (*) Se não houver certeza de acompanhamento, tratar por 10 dias, uma vez que a dose única pode não erradicar completamente o Treponema. MÃE ADEQUADAMENTE TRATADA VDRL do RN sempre! RN SINTOMÁTICO ou VDRL > materno Todos os exames e tratar Penicilina cristalina ou penicilina procaína RN ASSINTOMÁTICO e VDRL menor ou igual ao materno Acompanhamento Sem acompanhamento: exames + tratamento RN ASSINTOMÁTICO e VDRL não reagente Acompanhamento ou Penicilina benzatina (sem acompanhamento) ACOMPANHAMENTO Acompanhamento clínico VDRL seriado Punção lombar a cada 6 meses (se alterado) Avaliação auditiva e visual (semestralmente nos primeiros dois anos de vida) TOXOPLASMOSE Toxoplasma gondii A doença aguda pode se resolver sozinha, mas o paciente não fica curado, estabelecendo uma infecção latente, a qual não transmite para o feto, exceto se reativação em imunodeprimida. A transmissão para o feto ocorre durante a infecção aguda! Diagnóstico da gestante IgM IgG Índice de avidez de IgG* Alguns dias após a infecção = IgM (+) → pode permanecer detectável por até 1 ano Cerca de 2 semanas após a infecção = IgG (+) → permanece positiva pelo resto da vida (*) IgG com alto índice de avidez → indica que a infecção ocorreu há mais de 3 - 4 meses (12 - 16 semanas) Investigação do feto USG Amniocentese (PCR do LA – identificação do DNA do toxoplasma no líquido amniótico) TRATAMENTO NA GESTANTE No momento do diagnóstico ESPIRAMICINA Principal objetivo: evitar a infecção fetal Infecção fetal documentada SULFADIAZINA + PIRIMETAMINA + ÁCIDO FOLÍNICO (após 1º trimestre) MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS INVESTIGAÇÃO DO RN TRÍADE DE SABIN --- Coriorretinite Hidrocefalia Calcificações difusas Sorologia Fundo de olho Imagem do SNC Avaliação LCR Tratamento Sulfadiazina + Pirimetamina + ácido folínico → durante o 1º ano de vida, para reduzir a circulação do T. gondii. Corticoide – se reação inflamatória acentuada (coriorretinite grave, proteína LCR > 1g/dL) Citomegalovirose – CMV da família dos herpes-vírus O vírus permanece para sempre no organismo, na forma de infecção latente. A transmissão geralmente ocorre na infecção aguda, porém é possível ocorrer pela reativação de uma infecção latente. O bebê em 90% dos casos de citomegalovirose é assintomático. Existem 3 manifestações inespecíficas que podem aparecer com mais frequência: Microcefalia PIG Exantema petequial purpúrico MANIFESTAÇÕES ESPECÍFICAS CALCIFICAÇÕES PERIVENTRICULARES TRATAMENTO Ganciclovir IV por 6 semanas O tratamento reduz o risco de sequelas neurológicas e surdez neurossensorial. Infecção congênita pelo CMV é a principal causa de surdez neurossensorial não hereditária na infância Rubéola Congênita Só irá transmitir o vírus da rubéola a mulher que é primoinfectada durante a gestação. A mulher que é infectada no primeiro trimestre neste caso tem grandes chances de infectar o concepto, e, o problema é que infecções nesse período tem grandes chances também de repercussões clínicas, com consequências graves. CLÍNICA Catarata → pesquisa do reflexo vermelho (alteração: reflexo assimétrico / reflexo branco / leucocoria) Surdez (é uma das manifestações mais frequentes nas crianças sintomáticas) Cardiopatia congênita (só estará presente quando a infecção tiver ocorrido nas primeiras semanas de gestação – particularmente nas primeiras 8 semanas) → principais: PCA e estenose de artéria pulmonary Tratamento: manejo de sequelas (corrigir catarata, etc...) Evitar transmissão! RN / lactente com síndrome da rubéola congênita tem excreção prolongada do vírus (essa criança não pode ter contato com uma gestante suscetível) DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO RN HISTÓRIA Idade gestacional Forma de parto (vaginal / cesárea eletiva ou após TP) Fatores específicos (ex.: mecônio no líquido amniótico) CLÍNICA Achados inespecíficos Desconforto respiratório: Taquipneia Tiragem (retração) / batimento de asa nasal / gemidos / cianose EVOLUÇÃO DO QUADRO Algumas doenças pioram e outras melhoram nas primeiras horas de vida RADIOGRAFIA Padrão do infiltrado Expansibilidade pulmonary Doença da Membrana Hialina Diminuição da concentração de surfactante alveolar O surfactante é composto por lipídeos e proteínas, e começa a ser sintetizado a partir de 20-24 semanas de gestação pelos pneumócitos II, atingindo quantidade suficiente no interior dos alvéolos com 34 semanas. A função do surfactante é reduzir a tensão superficial na interface ar-líquido no interior dos alvéolos, impedindo o colapso alveolar na expiração. O colapso alveolar causa hipoxemia e hipercapnia. INSTABILIDADE ALVEOLAR Diminuição do tempo de troca gasosa Aumento do trabalho respiratório Diminuição do tempo de troca gasosa → o RN rapidamente desenvolve hipoxemia Aumento do trabalho respiratório → é muito mais trabalhoso encher um alvéolo colabado; o RN evolui com falência e fadiga respiratória, de maneira que os alvéolos acabam ficando permanentemente fechados, causando microatelectasias, impedindo a ventilação e retendo CO2, causando acidose respiratória. Fatores de risco Prematuridade - quanto mais prematuro maior o risco e maior a gravidade Asfixia Sexo masculino – a maturação no sexo masculino é mais lenta do que no sexo feminino Diabetes materna – a insulina retarda a maturação pulmonar Clínica Início nas primeiras horas Taquipneia, retrações costais, gemido, batimento de asa nasal, cianose Piora nas primeiras 24-48h. A partir do 3º. dia de vida espera-se que ocorra uma melhora Radiografia Infiltrado reticulogranular difuso (aerobroncograma) Padrão de vidro fosco / moído São regiões de microatelectasias justapostas a áreas ainda insufladas Tratamento Oxigênio por capacete (hood/campânula) – não é o ideal! CPAP nasal (Continuous Positive Air Pressure) – evita o colapso alveolar e estabiliza o alvéolo o Pronga nasal Ventilação mecânica (se CPAP não resolveu) Surfactante exógeno o Via tubo traqueal Antibióticos Prevenção: Corticoide antenatal Pneumonia / Sepse Neonatal SEPSE PRECOCE Nas primeiras 48h de vida Ascendente Intraparto Estreptococo do grupo B (S. agalactiae) – a sepse pelo GBS é doença muito grave, Enterobactérias (E. coli) SEPSE TARDIA Manifesta-se a partir do 7º dia Nosocomial Comunitária Estafilococos (coagulase negativo e S. aureus), Enterobactérias Fatores de risco Ruptura prolongada de membranas (bolsa rota > 18 horas) Corioamnionite Colonização materna por germes patogênicos Prematuridade Clínica – pode ser assintomático nas primeiras horas de vida Desconforto respiratório Distermia Alteração do estado de alerta, cardiocirculatório e gastrointestinal Avaliação complementar Radiografia de tórax – igual a SDRN Hemograma (relação I/T) e PCR o A relação I/T é feita através dos neutrófilos imaturos e os totais. o Relação I/T > 0,2 sugere infecção bacteriana e indica antibioticoterapia Identificação do agente o Hemocultura o Punção lombar e cultura do LCR o Urocultura (infecção tardia) Tratamento Ampicilina + aminoglicosídeo o Cobertura para GBS + gram-negativos! Na sepse tardia, o ATB depende do perfil de resistência bacteriana da UTI. o Geralmente um agente com coberturapara staphylococcus e outros agentes. TTRN – Taquipneia Transitória do Recém-Nascido Também chamada de SDR tipo II ou Síndrome do Pulmão Único Ocorre pelo retardo da absorção do líquido pulmonar! As catecolaminas liberadas durante o parto sinalizam a reabsorção do líquido, e neste RN isto não acontece. Ocorre por: Ausência de TP Cesariana Termo Clínica Início nas primeiras horas de vida Desconforto respiratório moderado Rápida resolução Radiologia Congestão hilar Aumento da trama vascular Líquido cisural; derrame Cardiomegalia Hiperinsuflação (arcos c. retificados) Tratamento – suporte! Oxigenoterapia (FiO2 até 40%) Suporte geral! Síndrome de Aspiração Meconial Ocorre pela eliminação e aspiração de mecônio intraútero. A asfixia fetal causa um relaxamento do esfíncter anal do feto, provocando a liberação de mecônio. A peristalse fetal é desorganizada na maior parte da gestação, sendo não-propulsiva. Por mais que o mecônio chegue na ampola retal, o esfíncter anal está contraído. A asfixia promove o relaxamento e, caso a ampola retal tenha mecônio, este será eliminado. A asfixia aumenta o número de incursões respiratórias, fazendo com que o mecônio chegue na traqueia, podendo atingir as vias aéreas inferiores e causando a SAM. Ocorre então um bloqueio mecânico expiratório, fazendo aprisionamento de ar e hiperinsuflação. O mecônio também desencadeia uma pneumonite química e uma infecção secundária, diminuindo a complacência pulmonar, necessitando de muita força para insuflar os pulmões. Ocorre em RN termo e pós-termo Sofrimento fetal predispõe a SAM LA meconial deve ser evidenciado Clínica Início nas primeiras horas Desconforto respiratório grave Radiologia Infiltrados alveolares grosseiros Pneumotórax Volume pulmonar aumentado Tratamento Ventilação mecânica Antibioticoterapia Surfactante o RN consome surfactante, deve-se repor! Como evitar a SAM? RN AT sem sinais de asfixia o Nenhuma medida especial – colo materno! RN deprimido o Passos iniciais: APAS (aquecer, posicionar, aspirar boca e narina, secar)! o Se necessário, VPP! o IOT apenas após ventilar! REANIMAÇÃO NEONATAL Não significa o atendimento feito dentro da UTIN, mas o atendimento ao RN na sala de parto! 1 a cada 10 RN necessita de ajuda para respirar após o parto. A mortalidade de crianças menores de 5 anos caiu drasticamente no mundo, com 3,6 milhões a menos de mortes em 2013, comparada ao ano 2000. Essa redução é atribuída à prevenção e tratamento de doenças infecciosas no período pós-neonatal. As três principais causas de mortes neonatais a cada ano no mundo são: Complicações da prematuridade Eventos relacionados ao parto Infecções O Brasil, com uma população ao redor de 200 milhões e 3 milhões de nascimentos por ano, reduziu as mortes de crianças abaixo de 5 anos em 78% entre 1990 e 2013, atingindo a Meta de Desenvolvimento do Milênio preconizada pela OMS. Em 2013 a mortalidade neonatal no Brasil correspondeu a 69% dos óbitos infantis e, 76% ocorreram entre 0-6 dias após o nascimento (1° semana). A maior parte dessas mortes aconteceu no primeiro dia de vida. As intervenções para reduzir a morbidade e a mortalidade neonatal associadas à asfixia perinatal e à síndrome de aspiração de mecônio incluem: 1) Medidas de prevenção primária, com melhora da saúde materna, reconhecimento de situações de risco no pré-natal, disponibilização de recursos humanos capacitados para atender ao parto e reconhecer complicações obstétricas. 2) Tratamento do evento, que consiste na reanimação neonatal imediata. 3) Tratamento das complicações do processo asfíxico, compreendendo o reconhecimento da asfixia e suas complicações. A reanimação, definida de forma ampla como o apoio especializado para uma transição bem sucedida ao nascer, tem sido um foco maior dentre os esforços para diminuir a mortalidade neonatal precoce. No Brasil, nascem cerca de três milhões de crianças ao ano. A maioria delas nasce com boa vitalidade, entretanto manobras de reanimação podem ser necessárias de maneira inesperada. Sendo essencial o conhecimento e a habilidade em reanimação neonatal para todos os profissionais que atendem ao RN em sala de parto. Estima-se que, a cada ano, 300.000 RN necessitem ajuda para iniciar e manter a respiração ao nascer. 1:10 RN necessitam de Ventilação por pressão positiva (VPP) no 1° minuto de vida. 1:100 RN necessitam de intubação e/ou massagem cardíaca em sala de parto. 1:1000 RN necessitam além das manobras acima, de medicações especificas. PREPARO PARA A ASSISTÊNCIA AO RN. Os pilares desta preparação: Anamnese Materna. Separação de materiais para RCP neonatal. *SELECIONAR – TESTAR – ORGANIZAR – LOCAL DE FÁCIL ACESSO* Equipe treinada em Reanimação Neonatal PREFERENCIALMENTE 1 PEDIATRA NA EQUIPE. Temperatura da sala de parto • Ambiente: 23° a 26° C. Antissepsia e uso de EPI’S para Biossegurança da Equipe. Algumas condições perinatais chamam a atenção para a possibilidade de o RN precisar de ajuda para fazer a transição respiratória e cardiocirculatória ao nascer. Fatores antenatais Fatores perinatais Idade materna <16 / >35 Parto cesáreo Diabetes Uso de fórceps Síndromes hipertensivas Parto taquitócico Infecção materna Corioaminiótico Isoimunização RH Hipertonia uterina Uso de drogas e/ou medicamentos Trabalho de parto >24horas Falta de controle pré natal Rotura de membranas >18 horas Gestação Multipla Prolapso ou rotura de cordão Rotura prematura de membranas Uso de opioides <4horas Oligo/Polidramnios Anestesia Geral Sangramentos maternos Sangramento materno Hidropsia Trabalho de parto prematuro Malformações Sofrimento fetal Todo material necessário para a reanimação deve ser preparado, testado e estar disponível em local de fácil acesso, antes do nascimento. Esse material é destinado à avaliação do paciente, manutenção da temperatura, aspiração de vias aéreas, ventilação e administração de medicações. Fonte de calor Material para cateterismo umbilical Fonte de oxigênio umidificado Material de proteção pessoal Aspirador com manômetro Estetoscópio Sondas para aspiração traqueal e gástrica Saco plástico para RNs pré-termo Balão auto inflável Relógio com contador de segundos Máscaras faciais para RN pré- termo e a termo. Aparato de sucção funcionando Laringoscópio com lâminas retas nº 0 e 1 Pilhas sobressalentes Tubos endotraqueais nº 2,5 – 3,0 – 3,5 Medicações: adrenalina, naloxone, bicarbonato e NaCl 0,9% Logo após o nascimento, a equipe deve estar voltada exclusivamente aos cuidados com o RN, sem perder tempo ou dispersar a atenção com a busca e/ou o ajuste do material. Verificar de modo sistemático e padronizado todo material que pode ser necessário antes de cada nascimento. Considerando-se a frequência de RN que precisam de algum procedimento de reanimação e a rapidez com que tais manobras devem ser iniciadas, é fundamental que pelo menos um profissional de saúde capaz de realizar os passos iniciais e a ventilação com pressão positiva por meio de máscara facial esteja presente em todo parto. A única responsabilidade desse profissional deve ser o atendimento ao RN. AVALIAÇÃO DA VITALIDADE AO NASCER SIM para as 3 perguntas... Estou a frente de um RN de Boa vitalidade. Não há necessidade de manobras de Reanimação. Estou apta a realizar os PASSOS INICIAIS. 1. PASSOS INICIAIS. 2. CLAMPEAMENTO DO CORDÃO. 3. AMAMENTAÇÃO NA 1° HORA DE VIDA. 4. CONTATO PELE A PELE MATERNA. PASSOS INICIAIS AQUECER a criança em unidadede calor radiante. Receber o RN em campos aquecidos. Se RN <34 semanas – aquecer com envoltório plástico de polietileno e touca dupla. O RN não tem o centro termorregulador maduro por este motivo tem uma grande tendência a perder calor para o ambiente. Além do mais ele nasce banhado em líquido amniótico que se assemelha ao álcool em relação a temperatura e volatilidade. Se deixamos o RN entrar em hipotermia, é bem provável que ele saia da sala de reanimação para uma UTI neonatal, já que ele gera uma resposta compensatória a perca de calor, promovendo um esgotamento adrenérgico, e chegando a um estado de coma ou alteração dos níveis de consciência. POSICIONAR a cabeça do RN com leve extensão, realizando LEVE CEFALODECLIVE. O médico, pediatra idealmente deve estar posicionado com a cabeça do RN voltada para si. Já que dentro de poucos segundos ele pode necessitar de manobras, e esta posição irá auxilia-lo nesses processos. E também para auxiliar que as vias aéreas continuem pérvias para a entrada de ar. No RN pré termo <34 semanas, pode ser necessário o uso de coxins adequados para a estabilização cervical, devido a imadurez neuromuscular. ASPIRAR vias aéreas do RN se houver necessidade. (EX: indicação de VPP, liquido meconial, excesso de secreções.) Não se deve aspirar sem necessidade, já que a aspiração pode promover uma manobra vagal, e bradicardizar o RN. Primeiramente boca e depois o nariz. SECAR vigorosamente realizando estimulo tátil, RETIRAR campos úmidos. Evitar a perca de calor. Estes passos devem ser feitos em 30 segundos. Simultaneamente aos passos iniciais devemos realizar a aferição de: Frequência Cardíaca Ritmo respiratório Já que estes são os parâmetros que iremos utilizar para decidir as próximas condutas. CLAMPEAMENTO DO CORDÃO UMBILICAL Logo após a extração completa do produto da cavidade uterina, se avaliam as 3 perguntas de ouro citadas a cima. E em caso de SIM para as 3... podemos realizar o clampeamento tardio do cordão umbilical. Estudos afirmam que esta prática melhora os índices hematimétricos do RN em torno dos 3- 6 meses de vida, o que contribui para que não haja uma acentuação do período fisiológico de anemia que o RN passa nessa fase. Alguns outros estudos dizem que esta pratica pode aumentar o requerimento de fototerapia, já que o grande volume sanguíneo recebido, pode gerar uma hemólise acentuada, levando a uma Icterícia patológica. No RN >34 semanas pode ser realizado entre 1-3 minutos de vida. Já no RN <34 semanas o tempo estipulado, é de 30- 60 segundos, o que é considerado um clampeamento precoce. Em casos que o RN responda NÃO a mais de 2 perguntas devemos passar o RN imediatamente para os passos iniciais e reanimação. Por conta disso, devemos realizar o clampeamento imediato do cordão levando o RN para a mesa de Reanimação. Outro caso onde o cordão deve ser clampeado imediatamente é se a circulação placentária não estiver intacta (EX: descolamento de placenta, placenta prévia, rotura, prolapso ou nó de cordão). SE RESPONDEMOS NÃO A MAIS DE 2 PERGUNTAS... Devemos realizar em 30 seg. CLAMPEAMENTO PASSOS INICIAIS AFERIÇÃO SIMULTANEA DE FREQUÊNCIA CARDIACA E RITMO RESPIRATÓRIO. Se neste momento constatamos FC >100 BPM RITMO RESPIRATÓRIO REGULAR Este RN não necessita dos proximos passos e pode estar junto a mãe. Embora se constatamos que exista uma FC <100 BPM A frequência cardíaca deve se aferida de maneira sistemática, com estetoscópio no précordio, no tempo de 6 segundos e multiplicada por 10 para obtenção de resultado. RITMO RESPIRATÓRIO IRREGULAR Este paramêtro constatamos apenas pela simples visualização dos movimentos respiratórios. (Desconforto respiratório- Gemencia expiratória, retrações costais, batimento de asa nasal, gasping, head bobbing) Neste RN devemos iniciar ainda no 1° MINUTO DE VIDA (Golden Minute) A PRINCIPAL MEDIDA DA REANIMAÇÃO QUE É A VPP ( VENTILAÇÃO POR PRESSÃO POSITIVA). VENTILAÇÃO POR PRESSÃO POSITIVA É o procedimento mais importante e efetivo da reanimação neonatal em sala de parto. Deve ser iniciada no 1° minuto de vida (The Golden minute). Simultaneamente ao Inicio da VPP, a equipe deve acoplar um Oxímetro de pulso no membro superior direito para avaliação da SAT O2 pré ductal. Também deve ser acoplado um Monitor Cardíaco (com 3 eletrodos) para avaliação continua da Frequência Cardíaca durante as manobras. O dispositivo mais usado e conhecido para a realização da VPP é o reservório auto inflável e máscara. O principal parâmetro para avaliação da eficácia da VPP e da manobras de ventilação é : - Frequência cardíaca - Portanto a mesma deve ser monitorada constante e estritamente. Esperamos com a VPP o aumento de FC, o que nos indica manobras adequadas.. Quanto a concentração de O2 que devemos passar. VPP com mascára para RN >/= 34 SEMANAS: Ventilar Inicialmente com ar ambiente, oferecer FiO2 DE 21% Em geral estes RN’s não precisam da Suplementação de O2. VPP com máscara para RN < 34 SEMANAS: Ventilar com Fio2 suplementar DE 30% desde o início. Em ambos os casos a oferta de O2 so pode se aumentada após a checagem da técnica e da saturação de O2 pré-ductal. Quanto a técnica a ser utilizada nas manobras. Frequência: 40 A 60 vezes por minuto. Ritmo – ‘’ APERTA, SOLTA, SOLTA ... ‘’ MINIMO 2 PROFISSIONAIS DE SAÚDE Balão autoinflável com válvula de escape limitada: Entre 30 – 40 mmHg. A VPP apesar de ser a principal manobra apresenta contraindicações Ventilação com máscara facial não efetiva, e/ou prolongada. Necessidade de Compressões Cardiacas. Hérnia Diafragmática. • Abdome excavado, ictus cardíaco a direita, ausência de murmúrio vesicular, ruídos hidroaéreos no tórax. • (Diante deste caso inserção imediata de sonda gástrica) Ambas situações acima são indicações absolutas para Intubação Orotraqueal. AVALIAÇÃO DA SATURAÇÃO PRÉ- DUCTAL. O sangue pré-ductal tem maior conteúdo de oxigênio irriga o cérebro, o coração e as adrenais, os orgão diana do RN. O sangue pós-ductal, que apresenta menor quantidade de oxigênio porque se mistura com o sangue proveniente do ventrículo direito através do canal arterial, é responsável por irrigar os demais órgãos. A avaliação deste paramêtro é fundamental durante a VPP ou qualquer outro tipo de ventilação e admistração de O2. Para avaliar isso devemos instalar um Oximetro de pulso em Membro Superior direito no inicio das manobras de VPP. Já que as titulações oferecidas de O2 irão ser decididas atraves deste parametro. De acordo com os minutos de vida temos uma SAT 02 pré ductal esperada, se esses valores estiverem a baixo do normal, deveremos aumentar a nossa oferta de oxigênio. Este aumento deverá ser realizado de 20% em 20% até chegar a oferta máxima de 100%. Se chegarmos a este valor e o nosso RN seguir em desconforto respiratório, temos uma VPP ineficaz e/ou prolongada, e isso nos indica INTUBAÇÃO OROTRAQUEAL COM VENTILAÇAO MECÂNICA. Deixo abaixo a tabela de SAT O2 pré ductal esperada. MASSAGEM CARDÍACA EXTERNA Segundo processo mais importante da RCP NEONATAL. Só pode ser iniciada após a Intubação Orotraqueal. Iremos inicia-la se após o primeiro ciclo de 30 segundos de VPP ,se a Frequência Cardíaca diminuir ou continuar abaixo de 60 bpm, e após a checagem da técnica. A MCE reduz a eficácia da ventilação, portanto só pode ser iniciada uma vez que expansão e ventilação pulmonares estiverem bem estabelecidas. Ainda que na 1° avaliação da FC ela esteja Bradicardica <60 bpm, iremos iniciar a VPP primeiro, e após 1 ciclo a MCE. TÉCNICA ADEQUADANo RN a técnica mais adequada e mais utilizada são as compressões de DOIS POLEGARES. Nesta técnica o médico responsável pela realização destas manobras devem abracar o torax do RN com suas mãos e colocar os dedos na região précordial, JUSTAPOSTOS, e nunca sobrepostos. Já que a utlização da técnica de dedos sobrepostos causa lesóes como Pneumotoráx e lesões hepaticas. O mesmos deve atentar-se a força aplicada, e pressionar o tórax do RN no maximo 1/3 na compressão. E deixa-lo expandir por si só. RELAÇÃO VENTILAÇÃO-COMPRESSÃO: 3 Massagens para 1 ventilação 1,2,3 ventilo... 1,2,3 ventilo... Neste ritmo oferecemos ao RN uma FC: 90 BPM FR: 30 TOTALIZANDO 120 MOVIMENTOS SINCRONICOS POR MINUTO. Para a realização da MCE devemos ter no minímo 3 profissionais treinados em RCP neonatal. Onde 1 irá ficar responsável pelas compressões, outro pela ventilação e outro para neste momento estar monitorizando FC e ritmo respiratório, preparando drogas que podem ser utilizadas nos próximos passos, assim como tambem garantindo um VIA para administração, a ideal neste caso seria a cateterização da via umbilical. Os ciclos aqui já não são mais de 30 segundos como na VPP. São de 60 segundos completos, ao final de cada ciclo devemos checar ao paramêtros de eficácia e a técnica adequada. Se após 1 ciclo de VPP e MCE de 60 segundos com técnica adequada não houver melhoria. Passamos ao 3° passo. USO DE MEDICAÇÕES Nossa principal droga aqui é a ADRENALINA/EPINEFRINA Está indicada após a falha da ventilação mecânica e MCE. A melhor via para ser administrada em mais rápida de drogas durante a reanimação é a veia umbilical. O cateter deve ser inserido 2- 3 cm apenas até o ponto de refluxo de sangue. Apenas a primeira dose pode ser realizada por via ENDOTRAQUEAL (pelo próprio tubo de IOT) A dose nestes casos é maior, já que a absorção por via endotraqueal é menor e mais incerta. DOSES. ADRENALINA (1:1000): 1ML + 9 ML S.F0,9%: • DOSE: 0,01 – 0,03 mg/kg (0,1 ml – 0,3 ml/kg) • REPETIR a cada 3 – 5 minutos se FC <60. EXPANSOR DE VOLUME Se não houver resposta após a 1ª dose de adrenalina e houver suspeita de hipovolemia deve ser administrado EXPANSOR DE VOLUME. Qual expansor? Solução cristaloide S.F 0,9% (10ml/kg) Quando suspeitar de Hipovolemia no RN? (descolamento de placenta, placenta prévia, hematoma retroplacentario, hemorragia vaginal, transfusão feto- fetal, ou alterações de perfusão significativas como palidez, pele marmórea.) LIQUIDO MECONIAL NÃO COMPOE MAIS OS PARÂMETROS DE VITALIDADE DO RECÉM NASCIDO. Já que inicialmente o fato do RN nascer banhado em mecônio não muda as condutas iniciais independente da sua vitalidade. Se RN banhado em liquido meconial + Boa vitalidade ( A TERMO, RESPIRANDO, BOM TONUS) PASSOS INICIAIS + JUNTO A MÃE. RN banhado em liquido meconial com vitalidade comprometida ( 1 ou mais ‘NÃO’ as 3 perguntas ) Passos iniciais em 30seg. CLAMP imediato de cordão. Se FC <100 bpm, ou Respiração irregular, apneia: - VPP por 30 seg. e Reavaliar FC. - Se não houver melhoria ou sinais francos de obstrução - Realizar IOT. Aspirar Hipofaringe e traqueia sob visualização direta com o próprio tubo e extubar. - Realizar este processo 1 única vez. APGAR NA SALA DE PARTO. Utiliza-se o índice de Apgar para descrever a condição cardiorrespiratória e neurológica do recém-nascido. O índice NÃO é uma ferramenta para orientar a reanimação ou condutas tratamento subsequente e não determina o prognóstico de um dado paciente. O classificação de Apgar atribui pontos de 0 a 2 a cada uma das 5 medidas da saúde neonatal (Aspecto, Pulso, Irritabilidade Reflexa, Atividade, Respiração). A pontuação depende da maturidade fisiológica e peso ao nascimento, terapia materno-perinatal e das condições cardiorrespiratórias e neurológicas fetais. A nota de 7 a 10 aos 5 minutos é considerada normal; 4 a 6, intermediária; e 0 a 3, baixa. Um baixo índice de Apgar é um achado clínico e não um diagnóstico.Atualmente a escala de apgar nos serve para avaliar o RN de forma RETROSPECTIVA, e entender os problemas passados pelo mesmo em sala de parto. E assim também avaliar a qualidade do atendimento e manobras que este RN recebeu ali. ICTERÍCIA NEONATAL A icterícia é uma coloração amarelada da pele das mucosas como consequência do aumento sérico das bilirrubinas. Na maior parte das vezes relaciona-se a um processo patológico, porém 60% dos RN a termo ficam ictéricos na primeira semana de vida, e este geralmente é um processo fisiológico. A hemoglobina é degradada e forma bilirrubina indireta (BI), a qual é hidrossolúvel e deve ser eliminada, e para isso precisa ser transformada em lipossolúvel. A BI liga-se a albumina, é captada pelo hepatócito e nele sofre conjugação com 1 ou 2 moléculas de ácido glicurônico, formando um mono ou diglicurinídeo (BD), através da glicuroniltransferase. A BD lipossolúvel pode ser excretada na bile e ser retirada do organismo pelo intestino. Na vida fetal a bilirrubina é excretada pela placenta - apenas na sua forma indireta (BI) - logo, a captação e conjugação do RN é diminuída ao nascimento. O RN tem produção exagerada de bilirrubinas pois possui: Produção exagerada de bilirrubina → a Bb é proveniente da degradação do heme da Hb (que leva à formação da bilirrubina indireta) – o RN possui muitas hemácias (pelo reflexo da hipóxia intra-uterina) e a meia-vida de suas hemácias é mais curta Captação e conjugação deficientes (pela diminuição da atividade da glicuroniltransferase) → durante a vida fetal quem excreta a bilirrubina é a placenta (e a placenta excreta a bilirrubina indireta), logo, os mecanismos de captação / conjugação precisam amadurecer nos primeiros dias de vida, pois na vida intra- útero, a conjugação não é útil, uma vez que a Bb é excretada em sua forma indireta Aumento do ciclo êntero-hepatico (aumento da atividade da betaglicuronidase) → nos primeiros dias de vida, o trânsito intestinal é mais lento, o que proporciona maior tempo para a ação da betaglicuronidase Todos estes mecanismos aumentam a BI, o qual leva à icterícia fisiológica! Porém nem toda icterícia é fisiológica! Provável icterícia não fisiológica Início < 24h de vida – a bilirrubina aumenta 3mg/dL/dia, e para detectar icterícia o nível sérico deve ser >5! Aumento > 5mg/dL/dia Nível elevado de bilirrubina (> 12-13mg/dL à termo; > 14-15mg/dL prematuro) Outra alteração clínica Icterícia persistente (por mais de 7 – 10 dias à termo; mais de 10 – 14 dias em prematuros) Colestase - ↑BD, colúria, acolia... Zonas de Kramer – a progressão da icterícia é crânio-caudal I – Face (6 mg/dL) II – Tronco até o umbigo (9 mg/dL) III – umbigo até joelhos (> 12 mg/dL) passou do umbigo, sinal de perigo! IV – Joelhos até tornozelos e cotovelos até punhos (15 mg/dL) V – Mãos e pés (16 mg/dL) ICTERÍCIA PRECOCE Anemia hemolítica (causa mais frequente) Incompatibilidade materno-fetal o Incompatibilidade RH. É a mais grave. A mãe é Rh- e o RN Rh+ A mãe produz Ac Anti-Rh que atravessam a placenta e destroem as hemácias fetais. Ocorre nas mulheres sensibilizadas (multíparas) Solicitar coombs indireto, que será positivo (detecta Ac Anti-Rh) O coombs direto será positivo o Incompatibilidade ABO: menos comum Mãe O e RN A ou B Coombs direto – detecta Ac nas hemácias – pode ser positivo ou negativo, porque pode ser uma doença mais branda Esferocitose Deficiência de G6PD Avaliação complementar BT e frações Hemograma e reticulócitos Hematoscopia – avaliar policromasia (reticulocitose), esferocitose, corpúsculos de Heinz ICTERÍCIA PERSISTENTEOU TARDIA Icterícia do leite materno (BI) o Inicia em torno do 4º dia e permanece até a 2ª semana de vida, RN em AME e que permanece ictérico o Resolve-se após alguns dias/semanas ou após suspender amamentação e aguardar bilirrubinas caírem (48h). Ao retornar amamentação as bilirrubinas sobem novamente, nunca ao mesmo valor anterior. Icterícia do Aleitamento: dificuldade na amamentação leva a um trânsito intestinal diminuído, com aumento da circulação entero-hepática da bilirrubina. Início precoce (2º – 3º dia). o Corrigir amamentação. Atresia de vias biliares → BD (colestase): o Urgência diagnóstica! o Tratamento → Portoenterostomia de Kasai – nas primeiras 8 semanas de vida! Tratamento Fototerapia – fotoisomerização da BI, tornando-se hidrossolúvel e sendo excretada via renal Exsanguineotransfusão Crescimento e desenvolvimento CRESCIMENTO Aumento da massa corporal do indivíduo. A avaliação do crescimento é quantitativa, pelo peso e altura ao longo da vida. O crescimento é um processo esperado e fisiológico. Possui 4 fases com seus determinantes: Intrauterina - ambiente Lactente – nutrição / fatores extrínsecos o Crescimento intenso, porém, desacelerado Infantil – potencial genético o Crescimento estável Puberal – esteroides sexuais o Aceleração (pico do estirão) / desaceleração (parada) O crescimento pode ainda ser classificado em tipos. O crescimento descrito acima é o geral. Geral Neural – máximo nos primeiros 2 anos de vida Linfoide Genital Como avaliar o crescimento? - 1º Passo: obter valores (parâmetros) Peso Estatura (comprimento x altura): < 2 anos avaliar deitado com régua; > 2 anos usar altura (em pé) Perímetro cefálico – importante nos primeiros 2 anos de vida - 2º Passo: interpretar valores Comparar com outras crianças Observar curva de crescimento – percentil e escore-Z o Percentil indica a posição que um determinado valor ocupa em uma distribuição ordenada de valores o Todos os valores entre os percentis 3 e 97 são considerados normais; o p50 é a mediana PESO RN a termo costuma nascer com cerca de 3,4kg, podendo perder até 10% do peso, recuperando até o 10º dia de vida 1º tri: 700g/mês 3º tri: 500g/mês 2º tri: 600g/mês 4º tri: 400g/mês O peso duplica com 4-5m; triplica com 1 ano ESTATURA RN costuma nascer com 50cm. Durante o primeiro ano de vida costuma ganhar 25cm 1º sem: 15cm Pré-escolar (2-6a): 7-8cm/ano 2º sem: 10cm Escolar (6-10a): 6-7cm/ano 2º e 3º ano: 10cm/ano --- PERÍMETRO CEFÁLICO No primeiro ano de vida o PC aumenta 12cm 1º tri: 2cm/mês 2º semestre: 0,5cm/mês 2º tri: 1cm/mês --- Exercício: RN 3300g, 51cm, PC 35. Qual o valor esperado em 6 meses? 3300 + (700x3) + (600x3) = 7200g 51 + 15 = 66cm 35 + 9 = 44cm Fases do crescimento O crescimento geral, não ocorre de forma homogênea. A primeira fase que vai da vida intrauterina até os 2 anos, é influenciada pela nutrição da criança, e o peso é o melhor avaliador. A segunda fase (pré-escolar e escolar) dos 2 anos a puberdade, é a mais homogênea, e altamente influenciada pelo potencial genético, e hormônio do crescimento. A terceira fase se inicia com a puberdade, e o famoso estirão do crescimento, a velocidade de crescimento aumenta, devido a influencia da ação dos esteroides sexuais. DESENVOLVIMENTO Capacidade que o indivíduo alcança de realizar funções cada vez mais complexas. Motor: capacidade de locomoção Adaptativo: capacidade de utilizar as mãos (pinça com 1 ano de vida) Social: comportamento e interação social Linguagem: comunicação O desenvolvimento é um processo sequencial e previsível. Do ponto de vista motor, ocorre no sentido crânio-caudal. Do ponto de vista adaptativo, ocorre no sentido cubital-radial. A criança primeiro pega, depois solta. Todos os marcos do desenvolvimento relacionam-se com uma idade cronológica. o Idade média (em que um determinado marco surge) Ex.: andar sem apoio – 12 meses o Idade esperada (limite para que um determinado marco esteja presente) Ex.: andar sem apoio – 15 meses Recém-nascido - Motor: membros fletidos, postura tônico-cervical (durante o 1º tri), cabeça pende - Adaptativo: fixa a visão - Social: prefere a face humana 1º mês - Motor: PTC, levanta o queixo em prona - Adaptativo: acompanha objeto (parcialmente) - Social: sorri 2 meses - Motor: PTC, levanta a cabeça em prona - Adaptativo: segue objeto em 180° - Social: sorriso social - Linguagem: vocaliza (repete vogal) “cooing” 3 meses - Motor: PTC, levanta a cabeça e tronco em prona, sustentação pendular da cabeça - Adaptativo: estende a mão para objetos - Social: contato social - Linguagem: “aah, ngah” 4 meses - Motor: cabeça centralizada, olha p/ mãos na linha média, sustenta cabeça - Adaptativo: pega cubital - Social: ri alto 6 – 7 meses - Motor: rola, senta sem apoio por pouco tempo - Adaptativo: pega radial, transfere objetos entre as mãos - Social: prefere a mãe - Linguagem: polissílabos vogais 9 – 10 meses - Motor: senta sozinho sem apoio, engatinha - Adaptativo: segura objetos com pinça entre polegar e indicador, solta objetos se retirados - Social: estranha, acena, bate palmas, brinca de “cadê” (surgimento do sentido de permanência do objeto) - Linguagem: polissílabos (“mama, papa”) 12 meses - Motor: anda com apoio, levanta sozinho - Adaptativo: apanha objetos com pinça entre polegar e indicador, entrega objetos por solicitação - Social: interage (vestir, brincar) - Linguagem: algumas palavras (“papa, mama, auau, água”) ROTINA DE PUERICULTURA SEGUNDO O MINISTERIO DA SAUDE. De acordo ao ministério da saúde as consultas devem ocorrer com a seguinte periodicidade: 1 semana de vida, 1 mês, 2 meses, 4 meses, 6 meses, 9 meses, 12 meses, 18 meses, 24 meses. Após os 2 anos: anualmente, próximas a data de aniversario. As consultas devem ser preferencialmente feitas por um pediatra, ou serem acompanhadas na UBS. Em todas as consultas se deve avaliar: Crescimento: peso, estatura, e perímetro cefálico ( até os 2 anos). Desenvolvimento neuropsicomotor: conduta motora grosseira e fina, adaptativa, linguagem, social-emocional. Marcos do desenvolvimento. Avaliar estado nutricional e alimentação fornecida a criança. Calendário vacinal. Identificação de problemas de risco no entorno ambiental familiar, doenças, e riscos para a saúde. Orientação para a prevenção de acidentes na infância. REFLEXOS PRIMITIVOS DO RN. São respostas motoras estereotipadas deflagradas por um estimulo externo de um examinador. São chamados de primitivos porque não são aprendidos ou voluntários. Tem caráter transitório e com seu desaparecimento é permitido o surgimento de condutas motoras voluntarias aprendidas e mediadas pelo controle cortical. Seu controle e avaliação são em relação ao desaparecimento, já que a persistência dos reflexos por mais tempo do que o normal é de cunho patológico, e impede que o córtex assuma o controle de funções cognitivas e motoras. Aleitamento Materno Intervenção natural mais importante para a saúde humana. Atende todas as necessidades nutricionais, metabólicas, imunológicas da criança, alem de conferir estimulo psicoafetivo com a mãe. Deve ser iniciado imediatamente após o nascimento. (Golden hour). E mantido como base da alimentação da criança até o 2 ano de vida. Aleitamento materno exclusivo por 6 meses: Aleitamento materno Exclusivo: criança recebe apenas Leite materno (do seio ou ordenhado) e nada mais! A criança em AME deve ser amamentada em livre demanda (sem horário definido) e não deve limitar o tempo em cada mama, até esvaziar; começar pela última mama oferecida. Aleitamento Materno (predominante): Leite Materno + líquidos (chá/sucos) → não recomendado! Aleitamento misto ou parcial: alem do leite humano a criança recebe outros tipos de leite. Aos 6 meses: alimentação complementar! Os alimentos devem complementar o leite, e não substituí-lo. Aleitamento Materno Complementado: Leite Humano + sólidos/semissólidos Leite Materno:até 2 anos no mínimo Qual o problema do AM predominante: na manipulação dos alimentos temos o risco de contaminação da criança através desse alimento. Em alguns alimentos (principalmente em alguns tipos de chás), temos algumas substâncias que podem diminuir a absorção intestinal de alguns nutrientes, como por exemplo o ferro. Leite Humano Leite humano x Leite de vaca Leite humano tem MENOS PROTEÍNA (leite de vaca tem cerca de 3x mais proteína isso é vantagem, pois impõe uma menor sobrecarga renal de solutos; a qualidade da proteína também é diferente. As proteínas do leite dividem-se em dois grandes grupos: caseína e proteínas do soro – a caseína é uma proteína de digestão mais lenta e portanto, mais difícil. O leite humano tem menor 40% de caseína, com mais proteína do soro, de mais fácil digestão. O leite de vaca é o inverso, tem 80% de caseína, além de levar a um retardo no esvaziamento gástrico. A proteína do soro humano é a α-lactoalbumina (bem tolerada); do LV é a β- lactoglobulina (alergênica). Menos PROTEÍNA (menos sobrecarga renal) Menor % de caseína (LH: 40% x LV:80%) Proteína do soro: alfa-lactoalbumina Mais LACTOSE (dissacarídeo glicose + galactose). A criança que recebe o leite com mais lactose, apresenta fezes mais amolecidas, além disso, também apresenta um pH intestinal mais ácido (baixo). Para a criança que precisa evacuar deitada, ter fezes mais amolecidas/liquefeitas é uma grande vantagem. A lactose que não é digerida/absorvida é fermentada pelas bactérias que compõem a flora saprófita intestinal – o produto dessa fermentação são gases e ácidos orgânicos o Consequência: evacuações explosivas / formação de ácidos orgânicos diminuem o pH intestinal hiperemia da região perianal caso a pele fique muito tempo em contato com as fezes ácidas o Vantagem: algumas bactérias não conseguem se proliferar em um pH mais ácido Mais LACTOSE Fezes mais amolecidas pH intestinal mais baixo Mais GORDURA: o leite materno é um leite rico em colesterol – as crianças que são amamentadas tem menor risco de dislipidemia na vida adulta, pela exposição precoce a concentrações de colesterol mais alta ocorre programação metabólica e ativação de vias metabólicas; o LH tem maior quantidade de LC-PUFA (ARA/DHA) → ácidos graxos de cadeia longa fundamentais para a formação de membranas celulares, importante para mielinização e formação da retina Mais GORDURA Colesterol PUFA – ARA / DHA Mielinização / formação da retina FERRO: maior biodisponibilidade (mesma concentração que o LV; o que muda é a biodisponibilidade (% de Fe que é absorvido). O LH possui Lactoferrina, facilitando a absorção intestinal (o Fe ligado a lactoferrina é menos perdido ao longo do TGI bem como não será utilizado por algumas bactérias que fazem uso do Fe) MENOS ELETRÓLITOS (em especial Na): menor sobrecarga renal Na impossibilidade de LH → fórmula infantil As fórmulas infantis são caras. < 4 meses: não podem receber leite de vaca integral essa criança pode não conseguir excretar toda a proteína/ sódio se for necessário, esse leite deve ser diluído em água (alimento com menos calorias – 1 colher de óleo para cada 100mL de leite diluído). Porém, isso sempre deve ser evitado Fatores de Proteção Lisozima Atividade bactericida Imunoglobulinas IgA secretória Lactoferrina Efeito bacteriostático (menos ferro disponível para bactérias) Fator bífido Oligossacarídeo; substrato p/ crescimento de flora saprófita Lactoperoxidase Oxidação de algumas bactérias Modificações no Leite Durante a lactação Colostro: é o leite secretado do 3-5º dia após o nascimento da criança Leite de transição Leite maduro: começa a secretar a partir do final da 2ª semana de vida --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Colostro: mais proteínas, eletrólitos e vitaminas lipossolúveis (especialmente vitamina A) Leite maduro: mais gordura e mais lactose O colostro é produzido por uma glândula mamária ainda imatura (é o primeiro produto da glândula), com capacidade de síntese ainda limitada e muito permeável a passagem de elementos do plasma, por isso tem mais eletrólitos e proteínas (imunoglobulinas). Já no leite maduro temos maior quantidade de elementos que são produzidos pela glândula mamária (gordura e lactose). Durante a mamada Leite anterior (solução) – mais lactose Leite posterior (emulsão) – mais gorduras --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O primeiro leite que a criança recebe quando começa a mamar é o leite anterior (“aguado”), com sabor adocicado (maior quantidade de lactose); conforme a criança vai mamando, ela passa a receber o leite posterior (até 5x mais gorduras; causa saciedade e ganho de peso) é fundamental que a criança receba o leite anterior e o leite posterior. Leite anterior (solução): ralo, doce, maior quantidade de proteínas e água, sacia a sede, hidrata. Leite posterior (emulsão) –rico em gorduras, sacia a fome do bebe, aumenta o ganho ponderal. Mais gordura → saciedade e ganho de peso - Durante o dia Maior quantidade de gordura ao anoitecer (o leite que a mulher produz de manhã tem menor quantidade de gordura do que aquele produzido ao anoitecer – em teoria, seria para dar maior saciedade) A criança em AME deve ser amamentada em livre demanda (sem horário definido) e não deve limitar o tempo em cada mama, até esvaziar; começar pela última mama oferecida. ARMAZENAMENTO. Frasco: de vidro , incolor, com tampa, devem ser limpos com água e sabão e fervidos por 15 minutos. Escorridos e guardados tampados. Para manipulação as mãos devem estar limpas O leite materno pode ser armazenado por 12h na geladeira e 15 dias no freezer. Técnica de coleta: massagear as mamas com as pontas dos dedos, com movimentos circulares. Posicionar os dedos indicador e polegar em C em volta da aréola, pressionar para trás. Apertar com o polegar até a ejeção, não deslizar os dedos sobre a pele, pressionar e soltar. A manobra não deve ser dolorosa. Mudar a posição dos dedos varias vezes contornando a aréola para esvaziamento da mama. Optar sempre que possível pela ordenha manual. Oferecimento: deve ser oferecido a criança por copo, xícara ou colher. Apojadura: costuma ocorrer até 72h após o nascimento; com a queda da progesterona e estrogênio, a prolactina deixa de ser bloqueada e o leite começa a ser produzido. Independe do estímulo! Para que a produção láctea se sustente, é necessário estímulo e esvaziamento das mamas. A sucção estimula a adenohipófise a produzir prolactina, que estimula a produção de leite. Também estimula a neurohipófise a produzir ocitocina, que faz a ejeção do leite. REFLEXOS HORMONAIS IMPORTANTES TECNICA DE AMAMENTACAO CORRETA Posicionamento da amamentação Pega Criança bem apoiada Boca bem aberta Cabeça e tronco no mesmo eixo Lábio inferior evertido Corpo próximo ao da mãe Aréola mais visível acima da boca Rosto de frente para a mama Queixo toca a mama VANTAGENS DA AMAMENTACAO PARA A MAE E O BEBE. PROBLEMAS RELACIONADOS A AMAMENTACAO. PREVENCAO Pega e Posicionamento correto Manter mamilos secos, expondo os ao sol 1x ao dia. Não abafa-los com tecidos, forros úmidos. Não usar sabões, óleos e álcool para limpeza, apenas água limpa. Ao sentir a mama tensa, se não for o horário de mamada do bebe, ordenhar até diminuir a tensão do mamilo. Ao interromper a mamada, introduzir o dedo mínimo, no canto da boca do bebe, para desfazer o vedamento de sucção, e assim ele poder abri-la sem causar trauma. COMO SABER SE A CRIANÇA ESTÁ SENDO BEM ALIMENTADA Choro X (parâmetro ruim) Peso (o ganho ponderal é um marcador de nutrição) – lembrar que nos primeiros dias de vida a criança pode perder até 10% do peso de nascimento Diurese (bem alimentada = bem hidratada e com diurese satisfatória; 6 - 8 vezes ao dia) Fissuras e Traumas mamilares: para evitar, realizar a técnica correta e orientar mudança de posição. Ordenhar antes da mamada estimula o reflexo da ejeção e a criança mama menos vigorosamente. É comum na 1 semana pós parto, se após isso persistir, podemos encontrar traumas mamilares. Nestes casos devemos checar a técnica, e fazer as recomendações preventivas anteriores. Não se deve usar pomadas, antissépticos e cicatrizantes. Ingurgitamento mamário: Aumento do volume mamário; por acúmulo ou retenção de leite, ou por comprometimento da drenagem linfática levando a um edema mamário. Mama aumentada, hiperemiada e dolorosa Orientar livre demanda Ordenhar antes Esvaziar as mamas Compressas frias no intervalo entre mamadas Mastite: reação inflamatória pela estase do leite. Esvaziar mamas (pela amamentação ou ordenha) Antibióticos para cobertura de S. aureus O tratamento consiste em orientação e checagem da técnica de amamentação, e medidas preventivas. Não se deve contraindicar a amamentação, o leite não traz prejuízo nenhum a saúde do bebe, alem de a falta de drenagem do seio pode contribuir para piora do quadro. A ordenha desta mama é indicada. São utilizados analgésicos comuns no quadro. A antibioticoterapia esta indicada frente a: ausência de melhoria com tratamento não farmacológico em 24 horas. Fissuras visíveis sangrantes. Estado geral toxemico. As opções são cefalexina e amoxicilina com ac. Clavulanico. ABCESSO MAMÁRIO Complicação da mastite, relacionado a tratamento ineficiente, também causado por S.aureus. Caracteriza-se por dor intensa, febre alta, formação de nódulo palpável e flutuante de coleções purulentas. A drenagem pode ser espontânea e ocorrer por algum ducto ou para o exterior. O diagnostico é feito pela clinica e USG. É necessário para o tratamento, alem de todas as medidas anteriores. O uso de antibióticos como cefalexina. Alem disso o esvaziamento regular das mamas. E drenagem cirúrgica do sitio de coleção. Mesmo neste caso a amamentação continua sendo segura para o bebe, e benéfica para o quadro. CANDIDIASE. Infecção dos mamilos causada pelo fungo cândida albicans. O fungo se adapta a meios quentes e úmidos por isso devemos evitar abafa-los e deixa-los úmidos por muitas horas. Os sintomas são dor, e prurido intenso. A pele fica hiperemica, brilhante, com descamação fina e pode apresentar placas esbranquiçadas. O tratamento é feito com nistatina por 14 dias, e simultaneamente se trata a criança mesmo que assintomática. Em casos mais complicados se usa o fluconazol oral por 14 dias para a mãe e o bebe Contraindicações à amamentação CONTRAINDICAÇÕES – ALEITAMENTO MATERNO DOENÇAS MATERNAS ABSOLUTAS: Profilaxia para anemia ferropriva O Fe elementar equivale a 1/5 do sulfato ferroso PROFILAXIA DA ANEMIA FERROPRIVA (SBP) A TERMO ≥ 37 sem > 2,5kg < 6meses AME ou FI: não recebe > 6 meses: 1mg/kg/dia de Fe até os 2 anos (exceto se a criança continuar a receber ≥ 500mL de FI) PREMATURA ou < 2,5Kg Recebe ferro aos 30 dias até 2 anos: 1º ANO DE VIDA: < 1.000g: 4mg/kg/dia < 1.500g: 3 mg/kg/dia < 2.500g: 2mg/kg/dia 2º ANO DE VIDA: 1mg/kg/dia HIV HTLV PSICOSE PUERPERAL GRAVE Obs.: a mulher com psicose puerperal poderia manter a amamentação desde que com supervisão (e isso inclusive poderia ajudar no tratamento da puérpera) OCASIONAIS: HERPES: se lesão herpética em atividade (o risco de transmissão do vírus para a criança se estabelece quando a criança tem o contato direto com lesões em atividade) – lesões vesiculares, geralmente agrupadas sobre base hiperemiada. CITOMEGALIA (< 32 sem): quando a mulher tem infecção aguda pelo CMV existe a possibilidade de que o vírus saia pelo leite e infecte a criança. Caso a criança tenha mais de 32 sem, isso não terá nenhum problema, pois não apresentará nenhuma repercussão clínica; já, caso a criança tenha < 32 sem, o quadro de infecção pelo CMV pode ser grave. NÃO CONTRAINDICAM: TUBERCULOSE: o problema não é a secreção da micobactéria pelo leite, mas sim o contato da criança com as secreções respiratórias – mesmo a mulher bacilífera pode amamentar: basta que a amamentação seja em local arejado e com máscara – além disso, o RN deve receber isoniazida e a BCG adiada HEPATITE B: além de dar vacina, a criança também receberá a imunoglobulina – assim a criança pode ser amamentada HEPATITE A / C DOENÇAS DO LACTENTE GALACTOSEMIA – erro inato no metabolismo da galactose (não consegue metabolizar), de maneira que esta acaba se acumulando em vários tecidos. Não pode: leite humano e nenhum outro tipo de leite que contenha galactose em sua composição. É uma das raras exceções em que crianças < 6 meses são alimentadas com leite de soja FENILCETONÚRIA - erro inato no metabolismo de um aminoácido (fenilalanina), não convertendo em tirosina, com acúmulo de FEN em vários tecidos corporais e desenvolvimento de sequelas irreversíveis (por isso a fenilcetonúria faz parte da triagem neonatal). Mesmo quem tem fenilcetonúria precisa receber uma pequena quantidade de FEN em sua dieta (pois é um aa essencial), assim ele receberá pequena quantidade de LM + fórmula isenta de FEN + monitorização de níveis séricos do aminoácido USO DE MEDICAMENTOS SAIS DE OURO AMIODARONA IMUNOSSUPRESSORES e CITOTÓXICOS RADIOFÁRMACOS GANCICLOVIR E LINEZOLIDA PUBERDADE PARÂMETROS Caracteres sexuais Função reprodutora (espermatogênese e foliculogênese) Aceleração do crescimento Nos primeiros dois anos de vida a criança tem um crescimento intenso, porém desacelerado. Na fase pré-escolar e escolar, as crianças tem um crescimento constante. Assim que a puberdade tem início, observa-se uma aceleração do crescimento (pela ação dos esteroides sexuais) e, observa-se também uma aceleração da fusão epifisária. Ao final da puberdade o paciente irá alcançar sua altura final e não haverá mais cartilagem de crescimento. Tudo o que acontece durante a puberdade é o resultado da secreção de esteroides gonadais e adrenais. O primeiro evento é a ativação do eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal – começa no hipotálamo que é capaz de secretar o GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina), que atua na adeno-hipófise (gonadotrofos), que irá secretar as gonadotrofinas (LH, FSH). As gonadotrofinas irão agir nas gônadas (testículos e ovários), levando, dentre outras coisas, à secreção de testosterona e estrogênio. Nos primeiros anos de vida, esse eixo encontra-se inativo. Esse eixo será ativado em uma determinada idade cronológica que antecede o desenvolvimento puberdade. Em uma determinada idade, por uma série de fatores ainda não conhecidos, o hipotálamo passa a secretar o GnRH de forma pulsátil – esses pulsos vão aumentando em frequência e amplitude, de maneira que os receptores de GnRH serão ativados. GnRH LH e FSH TESTOSTERONA ESTROGÊNIOS ANDROGÊNIOS Nos primeiros anos de vida, a adrenal secreta essencialmente mineralocorticoides e corticoides. Em uma idade cronológica que corresponde à gonadarca, a suprarrenal começa a responder de forma diferente ao ACTH e passa a secretar os androgênios – adrenarca. A
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