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Problema 1 “Vai nascerrr!”: Fechamento I Acadêmica: Juliana Rabelo da Silva Sousa PERGUNTAS 1. Quais as possíveis causas de amenorreia? 2. Quais os sintomas específicos da gestação? 3. Como se dá o diagnóstico definitivo da gravidez? 4. Quais os diagnósticos de presunção\probabilidade? 5. Quando é utilizado o sonar? Para que serve? 6. Quais nutrientes precisam ser suplementados? 7. Qual a conduta de pré-natal? 8. Qual o padrão de crescimento uterino de acordo com IG? 9. O que significam os achados da US? Quando deve ser solicitada? 10. Quais os sintomas, diagnóstico e tratamento da IU? Foco na gestante. 11. Qual o risco da IU na gestação? 12. Quais são os valores de referência para hemograma da gestante? 13. O que é controle de cura negativo? 14. Como se apresenta o colo uterino durante a gestação, qual a anatomia da pelve? 15. Como é realizado o exame de cultura de Streptococcus agalactiae? Qual a importância? 16. Como é realizado o toque uterino? Como interpretá-lo? 17. Quais os mecanismos do trabalho de parto? 18. Quais são as posições fetais? 19. Quais os sinais de alerta para que a gestante procure o hospital? 20. O que é, e quais são os planos de De Lee? 21. Quais sinais indicam que é autorizado a realização do parto? 22. O que é a manobra de Leopold? 23. O que é partograma ? 24. O que é parto humanizado? 25. Quais as medidas não farmacológicas para alívio da dor? 26. Quais as diferentes formas de analgesia do parto? Quando são indicadas? 27. O que é episiotomia? Quando indicado? 28. Quais são os tipos de parto? Quando são indicados? Objetivo I: Definir causas de amenorreia e sua classificação. AMENORRÉIA PRIMÁRIA: ausência de menarca. Critério cronológico: ausência de menstruação aos 14 anos na inexistência de caracteres sexuais secundários ou ausência de menstruação aos 16 anos mesmo com o desenvolvimento sexual normal. AMENORRÉIA SECUNDÁRIA: ausência de menstruação durante 3 ciclos consecutivos em mulheres que possuem ciclo regular, ou por 6 meses, se o ciclo for irregular. CAUSAS Alterações genéticas Alterações endócrinas Alterações neurológicas Alterações psíquicas Alterações anatômicas Desenvolvimento gonadal O sexo genético determina o sexo gonadal e este o sexo fenotípico. A masculinização fetal é determinada por hormônios produzidos nos testículos em desenvolvimento. Na ausência de testículos, o desenvolvimento fenotípico é feminino, mesmo na ausência de ovários. Alterações nesse desenvolvimento podem levar a quadros de amenorreia, como a síndrome de Morris (incapacidade parcial ou total da célula para responder aos andrógenos), síndrome de Rokitansky (ausência congênita do útero e 2/3 superiores da vagina em mulheres que apresentam caracteres sexuais secundários normais e cariótipo normal 46,XX), disgenesia gonadal (gônadas não diferenciadas ou diferenciadas irregularmente com comprometimento funcional parcial ou completo das mesmas. Apresentam fenótipo variável, com genitália feminina, masculina ou ambígua, ex:.Síndrome de Turner) e etc. Classificação das amenorreias Compartimento I: Desordem dos tratos de saída do fluxo menstrual (uterovaginais). Compartimento II: Desordens gonádicas (ovarianas). Compartimento III: desordens hipofisárias. Compartimento IV: desordens hipotalâmicas. Quadros sistêmicos: interferência da tireóide, adrenais, fígado e metabolismo periférico. Investigação das amenorreias Investigação da amenorreia secundária 1. Exclusão de gravidez 2. Dosagem de TSH: simples e de baixo custo – exclusão de hipotireoidismo subclínico (TSH elevado e T4 normal). O TRH (hipotálamo) induz produção de TSH (adenohipófise) e estimula a produção de prolactina. 3. Dosagem de Prolactina (simples e de baixo custo – exclusão de hiperprolactinemia: prolactina inibe GnRH) 4. Teste da progesterona – Adm de acetato de medroxiprogesterona 10mg\dia durante 5 dias. Função Menstrual Meio ambiente Compart. IV Compart. III Compart. II Compart. I SNC Hipotálamo Hipófise anterior Ovário Útero e vagina GnRH Prog. Estr. FSH LH Menstruação https://pt.wikipedia.org/wiki/Andr%C3%B3geno Resultados: Sangramento 2-7 dias após o termino do esquema indica anovulação (o estrogênio endógeno foi capaz de proliferar o endométrio, mas não havia antagonização pela progesterona). Ausência de sangramento: suspeitar de deficiência estrogênica, resposta endometrial inadequada ou fator obstrutivo no trato de saída. 5. Teste do estrogênio – Adm de estrogênios conjugados 1,25mg\dia ou 2mg de estradiol VO por 21 dias associado a acetato de medroxiprogesterona 10mg\dia durante os últimos 5 dias (ciclo artificial). Resultados: Teste positivo (sangramento): exclui alterações uterovaginais. Teste negativo (ausência de sangramento): anomalia do trato genital – causas de amenorreia primária. 6. Dosagem de FSH: Quando há sangramento no teste do estrogênio é necessário investigar os outros compartimentos. Hipogonadismo hipogonadotrófico (pouco FSH, estrógeno e progesterona – falha central) Hipogonadismo hipergonadotrófico (elevado FSH e pouco estrógeno e progesterona). 7. Teste de GnRH – Quando ocorre hipogonadismo hipogonadotrófico. Coleta-se amostra de sangue para avaliar níveis basais de FSH e LH e se adm 100mg de GnRH IV, com posterior avaliação dos níveis de FSH e LH. Resultados: Teste positivo: aumento de LH e FSH no mínimo de 200% - Indica causa hipotalâmica Teste negativo: repetir o teste em 7 dias – possível dessensibilização. 8. Em ultimo caso RM, TC ou RX, respectivamente para investigação de tumores que atuem no eixo. Investigação da amenorreia primária Propedêutica das amenorreias primárias Caracteres sexuais ausentes FSH e LH altos FSH e LH baixos Disgenesia gonádica Teste de GnRH Cariótipo Negativo (Hipófise) Positivo (Hipotálamo) Presença de caracteres sexuais secundários Presença de vagina Ausência de vagina\vagina curta Testes diagnósticos Anomalias Mullerianas Pseudo-hermafroditismo masculino Ex de imagem pélvicos cariótipo\cromatina Objetivo II: Explicar sinais e sintomas da gravidez e seus métodos diagnósticos. Diagnóstico da gestação 1. Laboratorial (hormonal) Se baseia na produção de hCG. Uma semana após a fertilização, o trofoblasto, implantado no endométrio, começa a elaborar hCG em quantidades crescentes que podem ser identificados no plasma e urina. a) Dosagem de beta-hCG Pode ser detectado em 8-11 dias após a fecundação. Pico de beta-hCG em 10-12 semanas. Teste negativo: inferior a 5mUI\ml e teste positivo: acima de 25mUI\ml Biossíntese da hCG È uma glicoproteína produzida pelo sinciciotrofoblasto, que previne a involução do corpo lúteo, principal produtor de progesterona durante as primeiras 6-7 semanas. É formada por duas subunidades: alfa comum a outros hormônios (LH, FSH, TSH) e beta específica. Motivos para dosagem da subunidade beta: Possui menor reação cruzada com LH Grande sensibilidade Por ser quantificável, facilita a estimativa da idade gestacional b) Testes para identificação do hCG Imunológicos (urina) Produção de anticorpos produzidos por determinados animais contra o hCG injetado neles. Esses anticorpos são adicionados a urina para identificar o hormônio. Devem ser solicitados após 10-14 dias de atraso menstrual. São apenas qualitativos. Tipos: Prova de inibição da aglutinação do látex; prova de inibição da hemaglutinação; hemaglutinação passiva reversa. Radioimunológicos (RIA-sangue) Competição do hormônio com traçador adequado (o próprio hCG marcado com radioiodo) em face a quantidade fixa de antissoro. Enzima imunoensaio (ELISA-sangue) O hormônio ligado à enzima atua sobre um substrato incolor, dandoorigem a um produto colorido. A intensidade da cor obtida tem intima correlação com a concentração do hormônio. È um teste quantitativo. 2. Clínico Atraso menstrual superior a 12 semanas, não é necessário exames laboratoriais. Diagnóstico clínico: identificação de sinais e sintomas identificados na anamnese, inspeção, palpação, toque vaginal e ausculta. Sintomas iniciais Náuseas e vômitos – Surge entre 6-14 semanas, ocorrem tipicamente na manha, podem ser acompanhadas de episódios eméticos. Possível resultado da adaptação materna ao hCG. Potencializadas pela gestação gemelar, insegurança materna devido a gestação não planejada e hipertireodismo. Se persistir após 12 semanas, avaliação complementar, pois não é comum. Espectro clínico mais grave: hiperêmese gravídica. Sialorréia ou ptialismo – causa inexplicável Aumento da sensibilidade álgica mamária – Acredita-se que a congestão ou o estímulo do hCG nas glândulas secretoras cause dor. Polaciúria (aumento da frequência urinária) e nictúria (aumento da frequência durante a noite) – Aumento da produção urinária total, em torno da 6º semana. O útero em crescimento promove compressão vesical, no segundo trimestre quando este começa a crescer para a cavidade abdominal este sintoma diminui. Nas últimas semanas retorna devido a compressão do polo cefálico na bexiga. Distensão abdominal e constipação intestinal – O aumento da progesterona diminui a motilidade intestinal. Isso pode se agravar com o a suplementação de ferro. Tonteiras – Queda da RVP, aparece em posição ortostática e se atenua em decúbito lateral esquerdo. Sonolência e fadiga - Devido ao aumento de progesterona, que também promove mudanças hemodinâmicas que cuminam no aumento do DC Desejos alimentares e perversão do apetite (PICA) Labilidade emocional Dor hipogástrica do tipo cólicas Pirose Aversão a odores Alterações da acuidade auditiva e visual Sintomas tardios Dispnéia – suave, de aparecimento gradual e não está associado a outros sintomas pulmonares. Devido ao efeito da progesterona no centro respiratório e percepção da paciente à hiperventilação da gravidez, que aumenta o volume corrente e diminui a paCO2, resultando em alcalose respiratória compensada. Lombalgia – geralmente após o primeiro trimestre, devido a modificação do centro de gravidade materno e efeitos dos hormônios. Sinais Atraso menstrual – suspeitar de gravidez quando acima de 10-14 dias. Alterações cutâneas – estrias, cloasma gravídico (deriva da hiperpigmentação da face), linha nigra (aumento da concentração de melanina na linha alba), sinal de Halban (aumento da lanugem nos limites do couro cabeludo). Alterações mamárias – 5º semana, congestão das mamas e aumento da sensibilidade álgica. A partir da 8º semana aréolas mais pigmentadas e surgem 12-15 tubérculos de Montgomery (glândulas sebáceas hipertróficas). Com 16 semanas já é possível extração do colostro e surge a rede de Haller (aumento da vascularização). Na 20º semana é possível visualizar o sinal de Hunter (hiperpigmentação dos mamilos, tornando seus limites imprecisos). Aumento do volume abdominal – inespecífico Aumento do volume uterino – Nas primeiras semanas, aumento do diâmetro anteroposterior. Posteriormente assume forma globosa. Na 12º semana palpável acima da sínfise púbica, no abdome. Na 16º semana se encontra entre a sínfise púbica e cicatriz umbilical, 20º semana, cicatriz umbilical e 40º semana, apêndice xifoide. Sinal ligado à implantação embrionária – sinal de Hartman – sangramento que pode ocorrer no 7-8 dia após implantação do blastocisto. Sinais ligados ao desenvolvimento uterino inicial: a. Sinal de Hegar – em torno de 6-8 semanas o útero torna-se amolecido e elástico, quando realizado o toque bimanual pode ocorrer a flexão do corpo sobre o colo uterino. b. Sinal de Osandier – Percepção do pulso da artéria vaginal ao toque. c. Sinal de Hozapfel – devido a congestão o peritoneo torna-se rugoso permitindo a preensão uterina. d. Sinal de Piskacek – assimetria uterina, abaulamento e amolecimento do sítio de implantação. e. Sinal de Nobile-budin – percepção pelo toque bimanual, do preenchimento do fundo de saco vaginal pelo útero gravídico. f. Regra de Goodel – amolecimento do colo uterino percebido ao toque vaginal. Sinais ligados à alteração da coloração da mucosa vaginal e vulvar a. Sinal de Jacquemier ou chadwick – coloração violácea da mucosa vulvar, vestíbulo e meato urinário observada na palpação. b. Sinal de Kluge – tonalidade violácea da mucosa vaginal devido à congestão. Alterações do muco cervical – o aumento da progesterona diminui a concentração de sódio no muco, alterando sua avaliação microscópica. Ausculta dos batimentos cardiofetais – através do estetoscópio de pinard em grávidas não obesas a partir de 19-20 semanas. Outra técnica é o sonar doppler que detecta a partir de 10-12 semanas. FCF = 120-160 bpm Percepção de partes e movimentos fetais – a partir de 18-20 semanas através da palpação abdominal. a. Sinal de Puzos – a partir da 14º semana, ao toque vaginal ocorre o rechaço do feto (impulso no útero, distanciamento do feto do dedo do examinador) Sinais de presunção ou possibilidade: sistêmico e que são percebidos pela mãe. Sinais de probabilidade: modificações uterinas, vaginais e vulvares. hCG menor que 1000mUI\ml. Sinais de certeza: identificação de bcf, percepção de partes e movimentos fetais. 3. Ultrassonográfico A ecografia obstétrica pode ser realizada por via transabdominal ou transvaginal (USGTV – melhor visualização). A avaliação da IG é mais precisa entre 6-12º semana em que se emprega como parâmetro o CCN (comprimento cabeça-nádega). A partir da 14º semana a acurácia diminui com o passar das semanas, e outros métodos de avaliação são utilizados DBP (diâmetro biparietal) e CF (comprimento do fêmur). Correlação entre via de ecografia obstétrica e as estruturas embrionárias com IG USG-TV Saco gestacional 4 semanas Vesícula vitelina 5-6 semanas Eco fetal com BCF 6-7 semanas Cabeça fetal 11-12 semanas Placenta 12 smenas Como regra tudo identificado na USG transabdominal, pode ser observado na USG-TV uma semana antes, com exceção dos batimentos cardíacos embrionários que coincidem. Zona discriminatória do hCG – dosagem do hCG e visualização do saco gestacional, diagnostica gravidez tópica ou ectópica (ausência de saco gestacional e hCG maior que 1500mUI\ml). È mandatória uma ultrassonografia no primeiro trimestre. Cronologia da gestação Idade gestacional: período transcorrido entre o primeiro dia da ultima menstruação e a data atual. Divergência entre DUM e USG – intervalo de confiança da estimativa ecográfica: mais ou menos 1 semana no 1ºtri, 2 no 2ºtri e 3 no 3º tri. Caso não esteja nesse intervalo considerar a USG. Data provável do parto\ Regra de Nagele: Soma-se 9 meses e 7 dias a DUM ou meses posteriores a março subtrai-se 3 meses. Objetivo III: Compreender a fisiologia da gestação. MODIFICAÇÔES CUTÂNEAS Alterações atróficas 1. Estrias gravídicas ou vibices: traduzem o estiramento das fibras colágenas. Areas predispostas: abdome, mamas, nadegas e coxas. Alterações vasculares cutâneas (ação estrogênica) 1. Eritema palmar: evolui com a gravidez. 2. Telangiectasias, angiomas ou aranhas vasculares: diminutos vasos que se ramificam de um corpo central, aparecem principalmente na face, pescoço, parte superior do tórax e nos braços. Alterações pigmentares: O aumento da produção de estrógeno e progesterona acarreta hipertrofia do lobo intermediário da hipófise, responsável pelo metabolismo da pro-opiomelanocorticotrofina em betaendorfina e alfamelanotropina (alfa-MSH). A liberação de alfamelanotropina estimula os melanócitos. 1. Linha nigrans – pigmentação preto-acastanhada na linha média do abdome. 2. Cloasma ou melasma gravídico– manchas acastanhadas na face Hipersecreção das glândulas sebáceas (ação progestagênica): pele oleosa, predisposição a queda capilar e acnes. MODIFICAÇÔES OSTEOARTICULARES 1. Postura e marcha – O peso adicional da gravidez atua no centro de gravidade deslocando-o para a frente. Involuntariamente a gestante assume a atitude de lordose lombar, posiciona o tórax para trás e estabiliza seu centro de gravidade. Também aumenta sua base de sustentação. Essa postura modifica sua marcha (anserina – andar oscilante, passos curtos e lentos). A anatomia da coluna vertebral se altera, principalmente na região lombar, o que causa espasmos musculares e diminuição dos espaços intervertebrais resultando em compressões radiculares e lombalgia. Ao final da gravidez a permanência em flexão do pescoço pode causar dor cervical e o deslocamento posterior da cintura escapular pode tracionar os nervos ulnar e mediando levando a dormência em membros superiores. 2. Relaxamento dos ligamentos – frouxidão em todas as articulações, mas principalmente sacroiliacas, sacrococcígeas e do pube. A frouxidão da sínfise púbica favorece sua abertura em 12 mm, essa disjunção retorna ao normal em até 5 meses pós-parto. O estrogênio aumenta a vascularização e hidratação do tecido conectivo e a relaxina e progesterona diminuem o tônus da musculatura responsável pela estabilização dessas articulações. MODIFICAÇÔES DAS MAMAS E APARELHOS GENITAIS Mamas 1. Mastalgia: hiperplasia dos elementos glandulares com proliferação de canais glactóforos e ramificação de ductos mamários. 2. Tubérculos de Montgomery 3. Rede de Haller 4. Sinal de Hunter 5. Estrias gravídicas Preparação da mama para a lactação: O aumento das glândulas mamárias é devido à ação de diversos hormônios. Durante a evolução da gravidez, há aumento da secreção de prolactina. O estrógeno e progesterona aumenta a produção de receptores de prolactina, mas impedem sua ligação. Por isso, não há produção de leite antes do término da gestação. Ao término da gestação, cessa o estímulo hormonal placentário, predomina o efeito da prolactina. Três dias após o parto ocorre a depuração de estrógeno e progesterona possibilitando a secreção láctea. O estímulo da sucção do mamilo ativa nervos sensoriais locais e é conduzido pela raiz dorsal da medula pelos tratos espinotalâmicos para o mesencéfalo e finalmente hipotálamo. O estimulo do núcleo paraventricular conduz a liberação de ocitocina, que contraem as células mioepiteliais e ejetam os leites dos alvéolos. Útero (maior influência estrogênica) 1. Crescimento uterino 2. Hipertrofia e hiperplasia dos ligamentos redondos, uterossacros e largos 3. Aumento da vascularização (imprescindível para o fluxo uteroplacentário) e linfáticos Colo uterino 1. Cérvice amolecida e arroxeada: consistência e coloração se alteram devido ao edema e aumento da vascularização. 2. Eversão do epitélio colunar: hiperplasia e hipertrofia do epitélio glandular, torna a ectocérvice friável e sangrante. 3. Muco cervical mais espesso e viscoso 4. Tampão mucoso: protege o colo uterino e é eliminado nos dias que antecedem o parto devido ao afinamento e encurtamento da cérvice. Tubas uterinas 1. Hipertrofia das camadas musculares 2. Aumento da vascularização 3. Se desloca em direção a cavidade abdominal 4. Diminuição da motilidade (ação da progesterona) Ovários 1. Maturação folicular cessa 2. Corpo lúteo se mantem funcionante: ação do hCG produzida pelo sinciciotrofoblasto. 3. Produção de progesterona pelo corpo lúteo: por 6-7 semanas Vagina 1. Aumenta de comprimento e largura: células musculares da mucosa se hipertrofiam 2. Violácea 3. Aumento da vascularização e atividade glandular: aumento da secreção vaginal, de aspecto leitoso (células epitelias descamadas) 4. PH mais ácido: aumento da atividade de lactobacilos produzindo ácido lático Vulva: violácea, hipertrofia de meato uretral, grandes e pequenos lábios. MODIFICAÇÔES RESPIRATÓRIAS 1. Aumento da caixa torácica: cerca de 2cm em seu diâmetro transverso. 2. Elevação do diafragma: cerca de 4cm, os ângulos subcostais se alargam 3. Aumento da circunferência torácica: cerca de 6cm 4. Aumento de volume corrente: maior movimentação do tórax e diafragma 5. Expiração mais demorada: o espaço morto, frequência ventilatória e a capacidade vital se alteram. 6. Diminuição da complacência: devido essas alterações anatômicas Consequências: aumento da paO2 no sangue materno e diminuição da paCO2 facilitando o transporte placentário de CO2 fetal para a circulação materna. Dispnéia fisiológica: efeitos da progesterona no centro respiratório e percepção da paciente à hiperventilação que culmina no aumento do volume corrente e diminuição da paCO2 resultando em alcalose respiratória compensada. Nas VAS ocorre vasodilatação, edema da mucosa, congestão nasal e aumento das secreções. EQUILÍBRIO ÁCIDO BÁSICO A gestante hiperventila, causando desvio do Ph para limite superior do normal, o que é compensado pela queda do bicarbonato plasmático, configurando uma alcalose respiratória compensada. Esse aumento do PH, promove desvio na curva de dissociação da hemoglobina para a esquerda, levando a maior afinidade da hemoglobina materna pelo oxigênio, diminuindo sua liberação para o feto. Dessa forma, concomitantemente, é facilitado o transporte de CO2 do feto para a mãe, mas a mãe retém o O2. Para compensar esse efeito, é estimulada a síntese de 2,3-DPG (difosfoglicerato) que se une a hemoglobina e impede a ligação do O2, diminuindo a afinidade da hemácia materna pelo oxigênio – efeito Bohr. Agora, há desvio da curva de dissociação da hemoglobina para a direita. Assim, a saturação do sangue fetal é maior que o da mãe. No inicio do trabalho de parto, a parturiente hiperventila ainda mais, o que acarreta aumento do PH e diminuição da pCO2, até o período de dilatação. No período expulsivo, os esforços maternos desencadeiam episódios de apnéia que aumenta a pCO2 e devido a intensa atividade muscular libera lactose gerando uma acidose metabólica. MODIFICAÇÕES HEMODINÂMICAS Coração 1. Síndrome hipercinética 2. FC aumenta 10-15bpm 3. Deslocamento do coração: diafragma se eleva e o desloca para esquerda e para cima 4. Sopros sistólicos: devido a síndrome hipercinética e aumento da viscosidade sanguínea 5. Extrassistóles e desdobramento de B1 Débito cardíaco: aumento do DC a partir de 10-12 semanas, com pico em 20-24 semanas. Ao fim da gestação o DC é maior quando: Gestante em decúbito lateral: em posição supina, o útero comprime a veia cava inferior e diminui o retorno venoso. Durante trabalho de parto e puerpério: as metrossístoles e diminuição volumétrica do útero no secundamento provocam auto-hemotransfusão e aumento do retorno venoso. Resistência vascular periférica: Diminuição no início da gravidez, devido a circulação uteroplacentária e ação de estrógeno, progesterona e prostaglandinas sob a parede dos vasos. Nível mínimo na 20º semana e retorno até o termo. A vasodilatação periférica tem certa refratariedade aos agentes constritores (sistema renina-angiotensina-aldosterona). O fluxo regional permanece inalterado no cérebro, fígado e músculos e aumenta na pele (dissipação de calor), rins, útero e diminui no MMII. Pressão arterial: Redução marcante na 20º semana, devido a RVP e desenvolvimento placentário (funciona como uma fístula arteriovenosa). A PA diastólica é a mais alterada. A PA sistólica diminui menos porque a queda da RVP é compensada pelo aumento do DC. PA sistólica cai 3-4 mmHg PA diastólica cai 10-15 mmHg Pressão venosa: o útero comprime as veias pélvicas e veia cava inferior, diminuindo o retorno venoso e aumentando em 3x a Pvenosa nos MMII (causa de edema, varicoses vulvares e hemorroidas). MODIFICAÇOES HEMATOLÓGICAS 1. Aumento do volume plasmático: hipervolemia (resposta compensatória exigidapelo sistema hipertrofiado do útero e necessidade de equilíbrio devido a diminuição do retorno venoso por compressão da VCI) com aumento da viscosidade sanguínea. Retorna ao normal 3 semanas antes do parto. 2. Aumento de eritrócitos: 20-30% devido a demanda aumentada de O2. È precedido por aumento de eritropoietina e é admissível reticulose leve após 20 semanas de gravidez. 3. Anemia fisiológica da gestação: aumento maior de volume plasmático do que massa eritrocitária, levando a queda do hematócrito em 2-3 pontos (30%) – hemodiluição. Suplementação de ferro: 40mg\dia de ferro elementar na forma de sulfato ferroso (200mg), especialmente no 2º e 3º trimestre e durante lactação. 4. Leucocitose relativa: mas diminuição da quimiotaxia e aderência dos leucócitos (feto como aloenxerto), o que torna a gestante susceptível a infecções urinárias e pneumonias, no entanto, melhora o quadro clínico de algumas doenças autoimunes. 5. Fatores de coagulação: aumento em 50% dos níveis de fibrinogênio, aumento de agentes pró- coagulantes, atividade aumentada dos fatores de coagulação VII, VIII, IX e fator de Von Willebrand, redução do sistema fibrinolítico e fatores XI e XII (estabilizadores da fibrina) contribuindo para hipercoagubilidade, aumenta a resistência dos anticoagulantes, diminui a proteína S e cofator de proteína C – essas alterações ajudam a combater o risco de hemorragia na dequitação placentária , em contrapartida aumenta a incidência de fenômenos tromboembólicos. MODIFICAÇÕES METABÓLICAS 1. Ganho ponderal: 12,5 kg – útero e conteúdo, crescimento das mamas, aumento de volume sanguíneo e liquido extravascular além de alterações metabólicas. 2. Metabolismo hídrico: retenção hídrica. 3. Metabolismo protéico: aumenta a necessidade protéica devido as demandas do feto, mamas, útero, placenta e volume sanguíneo. Ocorre diminuição dos AA, e aumento de protéinas, mas estas se encontram hemodiluidas. 4. Metabolismo dos carboidratos: leve hiperinsulinemia, hipoglicemia de jejum e hiperglicemia pós- prandial. O estrógeno e progesterona estimulam a secreção de insulina, na segunda metade da gestação aumentam-se os hormônios contrainsulinicos (cortisol, hormônio lactogenico placentário), eles estimulam a lipólise, aumentando os AG livres. Porém, eles poupam glicose, em virtude do desenvolvimento de resistência periférica insulínica. Verifica-se diminuição da resposta da insulina a glicose, supressão da reposta ao glucagon, e redução do consumo periférico de glicose, garantido um aporte constante desse nutriente ao feto e caracterizando um estado diabetogênico. 5. Metabolismo lipídico: lipoproteínas, apolipoproteinas e lipídios totais aumentam na corrente sanguínea, colesterol aumenta em 50% e triglicérides pode triplicar. Ácidos graxos e glicerol diminuem na primeira metade da gravidez, mas aumenta no final com o intuito de fornecer aporte a mãe e ao feto e evitar jejum prolongado. 6. Metabolismo eletrolítico: Retenção de sódio em função do aumento do líquido amniótico, expansão do LEC e crescimento fetal. Diminuição dos níveis de Ca (diminuição da albumina) e Mg, aumento das necessidades de ferro e diminuição do iodo. MODIFICAÇÕES ENDÓCRINAS 1. Prolactina: ascende continuamente com hiperplasia das células produtoras na hipófise anterior, diminue pós-parto com padrão de produção em pulsos devido ao estimulo de sucção. 2. Hormônios tireoidianos: estimulo da glândula pelo hCG e aumento de TBG (globulina carreadora de hormônios tireoidianos) devido a ação estrogênica que diminui sua metabolização hepática. Isso é compensado pelo aumento de T3 e T4 afim de manter uma quantidade circulatória adequada (pico em 20 semanas e posterior queda) – hipertireoidismo subclínico. MODIFICAÇÕES GASTROINTESTINAIS 1. Constipação intestinal: O útero em crescimento desloca estomago e intestinos. O esvaziamento gástrico e transito instestinal tornam-se mais lentos. 2. Pirose: devido a diminuição do tônus e relaxamento do esfíncter esofagiano inferior, deslocamento do estômago e aumento da pressão intrabdominal.. 3. Sangramento gengival: Hiperemia e amolecimento gengival. 4. Aumento da litíase biliar: Comprometimento da contração vesical – estase (ação da progesterona). MODIFICAÇÕES URINÁRIAS 1. Rim: aumento do seu peso e tamanho, aumento do fluxo plasmático e vascularização com redução RV, aumento da taxa de filtração (perda de nutrientes – AA e vitaminas hidrossolúveis), redução da concentração de ureia e creatinina, glicosúria (diminuição da capacidade de reabsorção da glicose), dilatação ureteral e pielocalicial. 2. Ureteres: sofrem compressão pelo crescimento uterino e congestão do plexo venoso ovariano, principalmente a direita. Progesterona causa relaxamento da musculatura lisa com redução da peristalse ureteral. A hidronefrose e dilatação do ureter pode persistir ate 4 meses pós-parto. 3. Bexiga: elevação do trígono vesical e diminuição do tônus vesical Objetivo IV: Discutir a assistência do pré-natal de risco habitual. Objetivos do pré-natal: Diagnosticar ou confirmar gravidez Diagnosticar doenças maternas preexistentes, tratando-as Aconselhar, educar e apoiar a gestante e seus familiares Identificar e minimizar pequenos distúrbios da gravidez Identificar e tratar precocemente intercorrências gestacionais, encaminhando os casos de alto risco. Deve ser realizado no mínimo 6 consultas da seguinte forma: 1 consulta no 1º tri 2 consultas no 2º tri 3 consultas no 3º tri Manual MS (2012): Até a 28º semana – mensalmente 28-36º semana – quinzenalmente 36-41º semana – semanalmente Obs: O término do pré-natal só ocorre com o nascimento do concepto. Ações que devem fazer parte do pré-natal (MS): Estimulo do parto normal, resgate deste como ato fisiológico Anamnese e exame clínico-obstétrico Imunização antitetânica Avaliação do estado nutricional Prevenção e tto de distúrbios nutricionais Prevenção ou diagnóstico precoce de câncer de colo uterino e mama Atenção a mulher e RN na primeira semana pós-parto e nova consulta puerperal até 42º dia pós parto Exames fundamentais Hemograma: 1º consulta, repetir no 3ºtri Tipagem sanguínea e fator Rh Coombs indireto, repetido com 28, 32,36 e 40 semanas se Rh negativo Glicemia de jejum: 1º consulta, repetir no 3ºtri EAS e urocultura: 1º consulta, repetir no 3ºtri Teste rápido para triagem para sífilis e\ou VDRL: 1º consulta, repetir no 3ºtri Teste rápido diagnóstico anti-HIV: 1º consulta Sorologia para toxoplasmose IGM e IGG, repetido a cada 3 meses se pct susceptível HbsAg (sorologia para Hepatite B): 1º consulta, repetir no 3ºtri Teste de tolerância a glicose com 75g entre 24-28 semanas, se glicemia estiver acima de 85mg\dl ou houver fator de risco Protocolo mínimo Anamnese atual e suscinta e exame físico direcionado Verificação do calendário de vacinação Avaliação do resultado de exames complementares, atualizando o cartão da gestante e ficha de pré-natal Controles maternos: IG, peso, IMC, PA, edema e exame ginecológico Controles fetais: ausculta dos BCF e movimentos fetais Avaliação do risco gestacional: permanente, em toda consulta (pesquisar os critérios de avaliação). Anamnese Importante questionar sobre o desejo de gravidez, se foi ou não planejada, antecedentes patológicos. Idade: melhores condições biológicas entre 18-35 anos HGO: menarca, características do ciclo, DUM, coitarca, numero de parceiros, métodos contraceptivos, DSTS, GPA (GESTA: numero de gestações - nuligesta, primigesta, multigesta e PARA: gestações com viabilidade fetal excluindo aborto - feto com menos de 20 semanas ou 500g, não se leva em consideração o numero de fetos nascidos ou que sobreviveram), via de partos anteriores, intercorrências gestacionais, intervalo interpartal (menor que 2 anos é prejudicial, recuperaras reservar nutricionais e condições orgânicas, superior a 10 anos é como se nunca tivesse parido). Exame físico: IMC e acompanhamento de ganho ponderal, dados vitais, tórax e extremidades e inspeção de mamas. Palpação abdominal: Manobra de Leopold-Zweifel em 4 tempos – 1º tempo: de frente e ao lado direito da pct, com as mãos encurvadas delimitar o fundo do útero e identificar qual polo fetal o ocupa. 2º tempo: determinar a posição fetal, desliza-se as mãos do fundo ao polo inferior para identificar o dorso fetal e membros. 3º tempo: exploração da mobilidade da apresentação e estreito superior da pelve. Apreende-se o polo entre polegar e indicador ou médio movendo-o para a lateral para verificar o grau de penetração na bacia e confirmar o diagnóstico da apresentação. 4º tempo: voltar as costas para a paciente, colocar a mão sobre as fossas ilíacas, caminhando-as em direção ao hipogastro, afastadas uma da outra em 10cm. Com a ponta dos dedos procura-se penetrar na pelve abrcando o polo para verificar o grau de penetração do concepto no estreito superior. Media da altura do fundo uterino: fita métrica fixando seu marco 0 na sínfise púbica estendendo-a no maior eixo uterino e com a mão esquerda que delimita o fundo apreendendo a fita. 10-12 semanas, útero acima da sínfise púbica 16 semanas, entre a sínfise púbica e cicatriz umbilical 20 semanas, nível da cicatriz umbilical A partir da 20ºsemana, 1 cm para cada semana Obs: É necessário que a pct esteja de bexiga vazia. BCF Audível a partir de 10-12 semanas com o sonardopller Audível a partir de 20 semanas com o estetoscópio de pinard Toque vaginal, exame especular e Papanicolau quando considerada de risco – adolescentes, solteiras, múltiplos parceiros, história de DST e HIV positiva. Exames complementares Sangue Hemograma completo Tipagem sanguínea Fator Rh: se negativo, acrescenta-se o coombs indireto e tipagem do conjugue. Teste sorológico para sífilis Suspeita de HAS: dosagem sérica de creatinina, se alterado sugere lesão de órgão-alvo. Rastreamento do diabetes gestacional: fatores de risco e glicemia em jejum. Se glicemia inferior a 85 mg\dl e ausência de fatores de risco, o rastreamento é negativo, deve ser realizado o pré-natal de rotina, com repetição de glicemia no 3ºtri. Glicemia de jejum superior a 110 mg\dl deve ser repetida imediatamente e caso se mantenha acima desse valor o diagnóstico de diabetes gestacional é confirmado sem necessidade de exames laboratoriais. Glicemia de jejum entre 85-110 mg\dl + fatores de risco: idependente do resultado encaminhar para teste de tolerância a glicose com 75g de glicose (TOTG 75g) entre 24-28 semanas com aferição de glicemia em jejum e após duas horas. O diagnóstico de diabetes gestacional é confirmado no TOTG 75g quando a glicemia em jejum for maior que 110 mg\dl ou quando glicemia após 2 horas for superior a 140mg\dl. Rastreio de rubéola e citomegalovírus: só em imunossuprimidos. Toxoplasmose: pacientes infectadas em outras gestações não infectam o feto, com pequena excessão em imunossuprimidas. Infecção durante a gestação: 40% risco de infecção fetal, causa de abortamento, catarata, estrabismo, icterícias, calcificações intracranianas difusas, microcefalia, microftalmia, CIUR, hidropsia fetal, surdez e hepatoesplenomegalia. Quanto mais precoce a infecção materna, maior risco de acometimento fetal grave. Porém, quanto mais tardia a infecção aguda, maior risco de transmissão vertical. Assintomática ou sintomas inespecíficos: rash cutâneo, febre, mialgia e adenomegalia. Como a anamnese fornece poucos indícios recomenda-se que essa doença seja considerada em todos os processo febris ou adenomegálicos que acometem a gestante, especialmente se houver histórico de contato com felinos, manuseio de terra ou carne crua. 1º consulta: identificação de anticorpos IGM e IGG Manual MS (2012) IGG surge em 2 semanas após infecção, pico em 6-8 semanas e declinam nos 2 anos seguintes. IGM surge na 1º semana e declina em meses, algumas vezes persiste por anos. Portanto IGM sugere mas não confirma infecção aguda IGA surge 7 dias após infecção e desaparece em 4 meses. 4 perfis sorológicos: 1. IGG e IGM - : paciente susceptível – sorologia a cada 3 meses e no parto. Orientação: evitar contato com gatos, incinerar as fezes, ingerir carnes bem cozidas, lavar as frutas, legumes e verduras, evitar contato com terras sem luvas, evitar ingerir agua não filtrada, ovos crus ou leite integral. 2. IGG + e IGM - : paciente imune\infecção crônica – infecção passada e não há risco de reativação em imunocompetentes. 3. IGG – e IGM + : infecção aguda ou falso positivo – infecção recente que ainda não produziu IGG ou falso-positivo (Solução: pesquisa de IGA) 4. IGG e IGM + : infecção aguda ou crônica – teste de avidez do IGG (força de ligação antígeno- anticorpo) Marcadores de infecção aguda: IGA+, baixa avidez para IGG,soroconversão (IGM positiva após exame negativo), aumento de 4x nos títulos Ultrassonografia US Deve ser realizada uma US transvaginal após confirmação laboratorial da gravidez para determina IG e definição do local de implantação ovular. Outra US no 1º tri (11-14 semanas) – Objetivo: calcular IG através da medida do comprimento cabeça- nádega e diâmetro do saco gestacional (rastrear alterações cromossômicas por meio da determinação da translucência nucal e atestar vitalidade fetal pela ausculta do BCF) Outra US no 2º tri (18-20 semanas) US entre 18-24 semanas, denominada morfológica por objetivar visualizar a morfologia do feto. Se não for possível realizar as US, optar por 1 entre 18-22 semanas. Nutrição IMC: 25-29 sobrepeso (ganho de 7 – 11,5 Kg) Maior ou igual a 30 obesidade (ganho de 5 – 9 Kg) 18,5-24,9 ideal (ganho de 11,5 – 16 Kg) Menor que 18,5 baixo peso (12,5 – 1 Kg) Dieta deve ser hiperproteica, hipoglicidica e hipolipidica. Suplementação de ferro: gestação e amamentação. Hemoglobina de 11 g\dl: 40mg de Fe elementar a partir da 20º semana. Hemoglobina entre 11-8 g\dl: 120 – 240 mg\dia de Fe elementar (tto da ferropriva) – 5 drágeas de sulfato ferroso, manter o tto até hemoglobina atingir 11 Hemoglobina menor que 8 g\dl: anemia grave, encaminhar para pré-natal de alto risco Ácido fólico: 0,2 mg\ml (40 gotas que corresponde aa 2 ml, ou seja, 0,4 mg) 3 meses antes da gestação até o fim do 1º tri ou durante toda a gestação. Objetivo V: Explicar o mecanismo de infecção urinária, seu diagnóstico e principais agentes etiológicos. As modificações da gestação facilitam o surgimento de infecções urinárias devido a estase urinária provocada pela diminuição da peristalse ureteral, aumento da produção de urina, glicosúria e aminoacidúria que fovorecem o crescimento bacteriano e infecções. Rastreamento de bacteriúria assintomática: urinocultura no 1º e 3º tri. Crescimento na cultura da urina de uma contagem de colônias de pelo menos 105 UFC\ml. Deve ser tratada, pois 25% evolui para infecção aguda que pode causar abortamento, parto prematuro ou baixo peso. Cistite: disúria, polaciúria e urgência. Pielonefrite: febre alta, calafrios, e dor na loja renal além dos sintomas de infecção baixa. É necessária antibioticoterapia venosa e internação. Agente etiológico mais frequente: Escherichi coli. Como também Proteus mirabilis, Klebsiella pneumoniae e Enterobacter. Tratamento: Nitrofurantoina, amoxicilina ou cefalexina e nova urocultura em 2 semanas. Profilaxia antibiótica em casos de 2 infecções do trato urinário baixo ou pielonefrite: nitrofurantoína ou amoxicilina ate o fim da gestação. Problema 1 “Vai nascerrr!”: Fechamento II Acadêmica: Juliana Rabelo da Silva Sousa Objetivo VI: Entender a fisiologia do trabalho de parto (sinais e sintomas), critérios diagnósticos, acompanhamento e assistência. O trajeto: bacia óssea, seu revestimento musculoaponeuróticoe vagina. O objeto: feto e estática fetal. O motor: força que impulsiona o feto – musculatura uterina. Fenômenos mecânicos – mecanismo do parto: conjunto de movimentos que o feto é levado a exercer. Fenômenos clínicos – assistência clínica do parto: fases (período de dilatação, expulsão do feto e secundamento, saída da placenta). TERMINOLOGIA A termo: 37 semanas completas a 42 incompletas Pré-termo ou prematuro: entre 20-37 semanas Abortamento: antes de 20 semanas ou 500g Pós-termo, prolongada, protaida ou serotina: acima de 42 semanas Pós-datismo: ultrapassou as 40 semanas. Pós-maturidade: RN com características clinicas de uma gravidez prolongada (descamação da pele, impregnação por mecônio, unhas longas, pouco ou nenhum vérnix, pregas palmares e plantares bem desenvolvidas, muito cabelo e pouca gordura subcutânea) Parto espontâneo (sem intervenções), induzido (desencadeado por medicamentos ou manobras) e dirigido (obstetra participa ativamente), operatório (efetuada alguma operação para concluir – fórceps), eutócico (ocorre de forma fisiológica) e distócico (perturbado por condições anômalas ou patologicas). Objetivo VII: Rever a anatomia da pelve materna e craniofetal. ESTUDO DO TRAJETO – do útero a fenda vulvar Pelve feminina: órgãos genitais externos (vulva e períneo) e internos (vagina, útero, trompas de falópio e ovários). Três estreitos anulares Orifício cervical Diafragma pélvico (urogenital) Óstio vaginal (fenda vulvovaginal) As partes moles do canal do parto são sustentadas pela bacia óssea e tem o formato de um J. Trajeto mole – segmento inferior do útero, vagina e região vulvoperitoneal Segmento inferior: se origina no istmo uterino (porção intermediaria do corpo uterino e colo) se estende ate o orifício interno do colo. Durante a gravidez o istmo se distende e no trabalho de parto o colo dilata se incorporando ao segmento inferior. O colo uterino possui dois orifícios, interno e externo. Ele sofre duas alterações: apagamento – diminuição da espessura do colo (de 3 cm para 0,5 cm) e dilatação (0-10 cm). Vagina: é uma estrutura cilíndrica, achatada e musculomembranosa que adquire elasticidade por isso não ocorre lacerações importantes. Irrrigação: artéria vaginal, ramos da artéria uterina, retal média, pudenda média. Abaixo das paredes vaginais tem um plexo venoso que acompanha o curso das artérias e drenam para as veias ilíacas internas. Inervação: na sua porção inferior pelo nervo pudendo, e o restante pelo plexo uterovaginal. Região vulvoperineal: composta por músculos e aponeuroses que devem conter as vísceras pélvicas e abdominais. Vulva: do pube ao corpo perineal (monte pubiano, grandes e pequenos lábios,clitóris, vestíbulo, orifício uretral e glândulas de Bartholin e Skene). Períneo: tecido muscular e aponeurótico, contenção dos órgãos situados entre vagina e reto. Pequena bacia, escavação, pelve verdadeira ou bacia obstétrica. Grande bacia, pelve falsa. A grande bacia é separada da pequena pelo anel do estreito superior (se estende do promontório até a borda superior da sínfise púbica). Trajeto duro – canal ósseo do parto Dois ossos ilíacos, sacro, coccige (coccix), pube e suas articulações (sínfise púbica, sacroiliacas, sacrococcigea). Promontório: vértice da articulação entre a 5º vértebra lombar e sacro. PEQUENA BACIA: seus diâmetros devem ser compatíveis com a biometria fetal. È dividida em 3 estreitos (regiões mais angustiadas). Estreito superior: limite anterior: pube; limite lateral: linha terminal; limite posterior: promontório Diâmetro anteroposterior (conjugata vera obstétrica): menor distância entre promontório e sínfise púbica = 10,5cm Conjugata anatômica ou vera anatômica: une a borda superior da sínfise púbica e promontório = 11cm Conjugata obstétrica ou vera obstétrica: distância entre promontório e face interna da sínfise púbica (espaço real da passagem da cabeça fetal) = 10,5 cm. Conjugata diagonal ou diagonallis: une o promontório e borda inferior do osso púbico = 12cm. Avaliada no toque vaginal (A partir desta se determina a conjugata obstétrica subtraindo-se 1,5cm) Diâmetros oblíquos: das eminências iliopectica as articulações sacroiliacas = 12,5 cm Diâmetro transverso: da linha terminal de um lado a outro da pelve = 13cm PELVIMETRIA: Avaliação do estreito superior Toque vaginal bidigital determina a distância entre promontório e borda inferior da sínfise púbica, obtendo a conjugata diagonalis (-1,5 conjugata obstetrica). Se maior que 11,5 ou promontório inatingível é adequado o canal do parto. Estreito médio: delimitado pela borda inferior do osso púbico e espinhas ciáticas. Diâmetro antero-posterior: nível das espinhas ciáticas = 12cm Diâmetro transverso ou biespinha ciática: menor diâmetro da pelve = 10cm Espinhas ciáticas = plano 0 de De Lee PELVIMETRIA: Avaliação do estreito médio Espinhas ciáticas e paredes pélvicas Diâmetro interespinhoso: menor que 8cm impossibilita o parto. Estreito inferior: limitado pelos músculos sacrociáticos e isqueococcigeo Limite anterior = borda inferior do osso púbico, limite lateral = músculos sacroilíacos, limite posterior = musculo isqueococcigeo Diâmetro anteroposterior (Conjugata Exitus): boda inferior do osso púbico ao coccige = 9,5 cm Diâmetro transverso ou bi-isquiático ou intertuberoso: tuberosidades isquiáticas = 11 cm PELVIMETRIA: Avaliação do estreito inferior Diametro entre as tuberosidades ciáticas: normal = ou maior que 8. Avalia-se colocando o punho cerrado do obstetra contra o períneo. Morfologia da pelve Classificação dos tipos de bacias Caldweel e Moloy (1933) Bacia ginecoide: pelve feminina típica (50%). Estreito superior arredondado, porção posterior espaçosa. O diâmetro bi-isquiático é amplo, possui melhor prognóstico no parto. Bacia androide: característica de bacia masculina (20%). Estreito superior triangular e reduzido. Não tem bom prognóstico. Bacia antropoide: 25%. Estreito superior elíptico e alongado. Diâmetro transverso diminuído. Bacia platipelóide: 5%. Forma achatada, estreito superior ovalado. Diametros transversos maiores que os anteroposteriores. Pelves assimétricas: nenhum desses tipos. Planos da bacia Planos de De Lee: forma de definir a altura da apresentação. O diâmetro biespinha esquiática corresponde ao plano 0 de De Lee ou 3º plano de Hodge. A partir daí é estimada em centímetros positivos caso tenha ultrapassado ou negativos caso não tenha alcançado. ESTÁTICA FETAL Pólo cefálico: crânio (ossos do crânio, suturas e fontanelas) e face. Ossos do crânio: 2 parietais, 2 frontais, 2 temporais, occiptal, esfenoide e etmoide. Suturas: interfrontal ou metópica (separa os frontais), sagital (entre parietais), coronal (entre frontal e parietal), lambdoide (entre parietal e occiptal), temporal (entre parietal e temporal). Fontanelas: grande fontanela, ou anterior ou bregmática, pequena fontanela, posterior ou lambdoide, esfenoidal e mastoidea. Diâmetros importantes: Diâmetro occiptofrontal: 11cm Diâmetro occiptomentoniano: 13,5 cm Diâmetro subocciptobregmático: 9,5 cm Atitude ou postura fetal: relação das partes fetais entre si. Geralmente flexão generalizada (ovóide fetal). Situação: relação entre o maior eixo fetal (crânio-nadegas) e o maior eixo uterino (canal cervical-corpo uterino). Longitudinal Transversa Obliqua (instável, de transição) Posição: relação do dorso fetal com pontos de referência do abdome. Na situação longitudinal pode ser direita (dorso do feto a direita do abdome materno) ou esquerda (dorso do feto a esquerda do abdome materno), e na transversa, anterior (dorso do feto voltado para diante do abdome materno) ou posterior (dorso do feto voltado para trás do abdome materno) em relação à coluna da mãe. Variedades de posição Apresentação: relação entrepolo fetal e estreito superior. Situação longitudinal, a apresentação pode ser cefálica ou pélvica. Na situação transversal, o ponto de referência é o acrômio e a apresentação é denominada córmica (ombro em contato com o estreito superior da bacia). Outras estruturas no estreito superior = procidência (ex. procidência de mão) Atitude do polo cefálico na apresentação cefálica Eixo anteroposterior: flexão e deflexão – mento próximo à face anterior do tórax (apresentação de vértice ou occiptal) 1º grau ou bregma: cabeça parcialmente fletida com apresentação da fontanela anterior 2º grau ou fronte: posição parcialmente estendida 3º grau ou face: pescoço fetal muito estendido, o occiptal e dorso ficam em contato. Eixo latero-lateral: sinclitismo ou assinclitismo – afastamento do mento da face anterior do tórax em diversos graus. Sinclitismo: sutura sagital equidistante do pube e sacro, sem qualquer inclinação lateral. Assinclitismo: encaixamento da cabeça fetal desnivelada com o estreito superior (inclinação lateral) Atitude do polo pélvico na apresentação pélvica Pélvica completa: pernas e coxas fletidas com os pés juntos as nádegas. Pélvica incompletada: coxas fletidas sobre a bacia e pernas estendidas sobre a superfície anterior do tronco. Diagnóstico de apresentação e posição do feto: manobra de Leopold-Zweifel Continuação Objetivo VI ESTUDO DO MOTOR Tocometria: mensuração das contrações uterinas. Características das metrossístoles Tono: menor valor registrado entre dus contrações. Frequência: numero de contrações em 10min. Intensidade: elevação da pressão amniótica acima do tono. Atividade uterina: intensidade x frequência (mmHg\10 min = Unidade montevidéu) Trabalho uterino: soma de todas as intensidades das contrações. Tríplice gradiente descendente: característica mais importante. Propagação, intensidade e duração do fundo para o colo Evolução da contratibilidade uterina Gravidez: contrações incoordenadas, frequentes, focais, de baixa intensidade e sem tríplice gradiente descendente – Contrações de Braxton Hicks. Ao se aproximar do parto, tornam-se mais coordenadas e frequentes. Trabalho de parto: frequência de 2-3 em 10 min e intensidade 30-40 mmHg e duração de 30-40 segundos. Período expulsivo: 5-6 contrções em 10 min com intensidade de 50-60 mmHg durando 60-80 segundos. Secundamento: 2-3 contrações pós-parto para descolar a placenta. Funções da contratilidade uterina Manutenção da gravidez: o útero se contrai durante toda a gestação devido à distensão constante. As características incoordenadas e irregulares não permitem o desencadeamento do trabalho de parto. A placenta produz progesterona que diminui a sensibilidade da fibra uterina e propagação do estimulo contrátil – Bloqueio progesterônico subplacentário. Dilatação e apagamento do colo uterino, formação do segmento uterino inferior: a contração encurta o corpo uterino e exerce tração no segmento uterino inferior e colo. O segmento se reduz, o colo apaga e dilata. A dilatação do colo depende da coordenação das contrações e eficiência do tríplice gradiente descendente. Descida e expulsão fetal: A tração nos ligamentos uterinos, deslocam o fundo uterino para a frente e seu eixo longitudinal para pelve materna, o que auxilia na descida fetal. As contrações por encurtarem o corpo uterino expulsam o feto. Descolamento da placenta Hemostasia puerperal: elimina coágulos, comprime os vasos, reduz a perda sanguínea. MECANISMO DO PARTO São movimentos passivos corporais fetais com o intuito de colocar os menores diâmetros do feto em concordância com os menores diâmetros da pelve. Tempos do parto Isinuação: passagem do maior diâmetro transverso da apresentação pelos limites do estreito superior. Tempo acessório: flexão Descida: a cabeça preenche a escavação. Tempo acessório: rotação interna. Desprendimento: desprendimento fetal. Tempo acessório: flexão ou deflexão dependendo da apresentação. Restituição (Rotação externa): desprendimento dos ombros. Período premonitório ou pré-parto: não é de fato uma fase clinica. Ocorre o aumento da frequência e intensidade das contrações, saída de secreções e do tampão mucoso endocervical, amolecimento, centralização e apagamento do colo uterino. Esse período não inidica que se iniciou o trabalho de parto. Fases clínicas do parto Dilatação – de 3-5 cm determina o inicio do trabalho de parto e termina quando dilatação atinge 10 cm Expulsão – dilatação se completa e ocorre a expulsão do feto Secundamento, delivramento, decedura, dequitação ou dequitadura – saída da placenta e membranas fetais Primeira hora pós-parto: importante avaliar hemorragia Assistência clínica ao parto Proteção do períneo Episiotomia: media e media-lateral, Indicações: Parto operatório (fórcipe ou vácuoextração), períneos rígidos, exaustão materna, feto grande, período expulsivo prolongado, insuficiência cardíaca materna, sofrimento fetal agudo e apresentação pélvica. Partograma Objetivo VIII: Explicar dor, suas vias anatômicas e analgesia farmacológica e não-farmacológica do parto. Os receptores de dor são terminações nervosas livres. Existem duas vias principais: 1. Via neoespinotalãmica – trato espinotalamico lateral 2. Via paleoespinotalãmica – trato espinoreticular Via neoespinotalâmica – dor aguda e bem localizada (em pontada) Composta por três neurônios I: no gânglio espinhal na raiz dorsal. O prolongamento periférico se liga ao receptor através dos nervos espinhais. O prolongamento central penetra na medula e faz sinapse com o segundo neurônio na coluna posterior. II: Cruza o plano mediano pela comissura branca, ganham o funículo lateral do lado oposto e se inflectem cranialmente para formar o trato espinotalamico lateral. Na ponte, essas fibras se unem ao trato espinotalâmico anterior formando o lemnisco espinhal que termina no tálamo fazendo sinapse com o neurônio III. III: No núcleo ventral posterolateral do tálamo. Formam radiações talâmicas que pela capsula interna e coroa radiada chegam a área somestesica do córtex, no giro pós-central (3,1,2 de Brodmann) Via paleoespinotalamica – dor profunda e pouco localizada (em queimação) Composta de três neurônios: I: igualmente aos da via neoespinotalâmica. II: na coluna posterior, dirigem-se ao funico lateral do mesmo lado e do lado oposto, e se inflectem cranialmente para formar o trato espino-reticular. Sobe na medula junto ao trato espinotalâmico e termina fazendo sinapse com neurônios III em vários níveis da formação reticular. III: Na formação reticular e dão origem as fibras reticulotalâmicas que terminam nos núcleos do grupo medial do tálamo (intralaminares). Alguns desses neurônios projetam para as amigdalas dando componente afetivo a dor. Técnicas de analgesia: PALESTRA Problema 2 “Discussão de casos, apresentação de histórias”: Fechamento I Acadêmica: Juliana Rabelo da Silva Sousa PERGUNTAS 1. Quais são as manobras de rotina da sala de parto? 2. Qual é o segundo tempo de clampeamento do cordão? 3. Como ocorre a classificação do peso de acordo com a idade gestacional? 4. O que é o APGAR e o que ele avalia? 5. Quais as manobras de reanimação neonatal? 6. Qual a importância do tempo de bolsa rota? 7. Quais fatores aumentam a morbimortalidade neonatal? 8. Quais os achados normais do exame físico do RN? 9. Quais os parâmetros de rotina após nascimento? 10. O que é enleamento? 11. O que é credê e kanakion ? 12. Quais as vacinas adm na sala de parto? 13. O que é alojamento conjunto e tempo de alta hospitalar? 14. Qual a importância do aleitamento materno, tem contraindicações? 15. Quais os componentes do leite materno? 16. Qual a posição e pega correta do aleitamento? 17. Quais as alterações fisiológicas do RN? 18. O que é incterícia ? 19. Quais as principais causas de hiperbilirrubinemia indireta? 20. Quaissão as triagens neonatais e sinais de alerta? Objetivo I: Descrever o exame físico do RN e suas principais nuances. Exame físico sumário: na sala de parto, avalia a vitalidade do RN (FR, FC, cor, tônus e atividade espontânea). Após clampeamento do corsão, deve ser apresentado a mãe, estimulando o aleitamento materno e posteriormente alojamento conjunto. PELE Instabilidade vasomotora e lentidão circulatória periférica leva a cor vermelho-escura ou violácea durante o choro. Acrocianose: cianose em extremidades no frio. Pele mais fina e lisa quanto mais prematura. Lanugem: pelos finos, macios e imaturos encontrados em prematuros. Posteriormente substituídos. Tufos de pelos na região lombossacra sugerem espinha bífida oculta, fístula ou tumor. Palidez: pode representar asfixia, anemia, choque ou edema. Pletora: aparência vermelha intensa – policitemia. Cor de arlequim: divisão do corpo em duas metades, uma vermelha e uma pálida. Vernix ou verniz caseoso: substancia graxenta que recobre a superfície cutânea. Pérolas de Epstein: acumulo de células epiteliais no palato duro, desaparece espontaneamente. Manchas mongólicas: pigmentação cinza-azulada no dorso e nas nádegas devido a presença de melanócitos na derme que ainda não migraram para a epiderme. Hemangiomas: numero aumentado de capilares. Manchas salmão: róseas ou vermelhas, que piora durante o choro. É devido a ectasia capilar. Petéquias e Equimoses: na cabeça, devido ao aumento da pressão durante o parto. Eritema tóxico (exantema benigno): erupção cutânea (pápulas), surge 1-3 dias após o nascimento. Melanose pustulosa: autolimitada e de causa desconhecida. Grupamento de pústulas. Milium sebáceo: pápulas devido a obstrução dos folículos pilossebáceos. Miliária: vesicopápulas devido a obstrução de glândulas sudoríparas. Acne neonatal: pápulas eritematosas e pústulas CRÂNIO Fontanela bregmática fecha em 9-18 meses. Fontanela posterior: 0,5-0,7cm fechando-se aos 2 meses. Craniotabes: amolecimento do ossso parietal devido a compressão pelo osso pélvico da mãe. Bossa serossanguinolenta: abaulamento do tecido subcutâneo que ultrapassa as linhas de sutura. Edema decorrente de trauma no parto. Cefalematoma: abaulamento que não ultrapassa as suturas, sem equimose. Craniossinostose: fechamento prematuro de suturas. Fontanelas muito amplas: permanência das fontanelas associado a algumas patologias. Hemorragias subconjuntivais e retinianas: pequenos pontos hemorrágicos nas conjuntivas petéquias em face e pescoço FACE Olhos: se abrem espontaneamente quando o neonato é inclinado para a frente pelo reflexo labiríntico. Córneas maiores que 1 cm, lacrimejamento e fotofobia deve-se investigar glaucoma congênito. O reflexo vermelho indica transparência de cristalino e corpo vítreo. Leucocoria, deve-se investigar catarata, retinoblastoma e retinopatia de prematuridade Pesquisa de pregas epicânticas. Conjuntivite infecciosa ou pelo colírio de nitrato de prata. Microftalmia devido toxoplasmose ou rubéola. Estrabismo comum até 6 meses. Orelhas: pavilhão auricular completo, implantação normal (hélice no plano dos olhos), membrana timpânica visível. Audição. Boca: comum lingua grande com frênulo curto, pérolas de Epstein, aftas de Bednar, dentes neonatais. Nariz: simetria, narinas pervias, atresia de coanas, coriza intensa (mães tratadas com reserpina). Coriza mudossanguinolenta sugere sífilis congênita. Aparelho cardiovascular: FC do RN: 120-160bpm após 12h de vida. PA sistólica: 70mmmHg. Saturação arterial de O2: 90% entre 30-80min. Pulsos amplos em caso de persistência do canal arterial, pulsos reduzidos em MMII, PA deve ser aferida nos 4 membros. Pulsos femorais podem não estar tão diminuídos na coarctação da aorta. Podem ser auscultados sopros transitórios. Aparelho respiratório: FR do RN em torno de 50 IRPM, prematuros podem apresentar valores maiores. Padrão respiratório abdominal. Esforço respiratório leve representado por tiragem intercostal discreta em prematuros, na ausência de doença. Alterações hematológicas: Volemia do RN é de 85ml\kg e hemoglobina em torno de 16-17g% Alterações metabólicas: glicemia cai nas primeiras horas de vida, fica em torno de 50mg% até a primeira alimentação (50-70mg%). Abdômen: o fígado costuma ser palpável 2cm abaixo do rebordo costal. Sistema glicuroniltransferase não está maduro gerando icterícia fisiológica. O baço normalmente não é palpável. A eliminação de mecônio ocorre normalmente entre 10-12h e não pode ultrapassar 24h. A patência do anus deve ser avaliada. O coto umbilical mumifica na primeira semana e cai entre o 7-10 dias. Aparelho urinário: 90% dos RNs urinam em 24h e 100% em até 48h. Com 10 dias o volume urinário produzido é em torno de 100-300ml. Aparelho genital: Comum aderência do prepúcio à glande, raramente precisando de tratamento. Pode ocorrer hidrocele não comunicante, que desaparece em geral em 4 meses. Hipertrofia de glândulas mamárias comuns em ambos os sexos. Pode ocorrer sinéquia de pequenos lábios e secreção sanguinolenta pela vagina. Sistema nervoso (reflexos): Ressalta-se os mais relevantes: Reflexo de Moro ou do abraço: desaparece completamente aos 6 meses. Reflexo tônico cervical assimétrico (Magnus de Kleijn): desaparece aos 3-4 meses. Reflexo de preensão palmar: desaparece aos 6 meses. Reflexo de preensão plantar: desaparece aos 15 meses Reflexo do apoio plantar e marcha: desaparece aos 2 meses. Reflexo de sucção: desaparece aos 3 meses em vigília e aos 6 durante o sono. Reflexo de procura: desaparece aos 2 meses. Reflexo do paraquedista: Surge aos 8 meses e permanece. Sistema endócrino: pode haver algum grau de ingurgitamento mamário e liberação de secreções devido ação hormonal. Sistema Ortopédico: manobra de Barlow para diagnósticar displasia de quadril. Não é mais realizada a manobra de Ortolani. AINDA NA SALA DE PARTO: Instilação de gotas de nitrato de prata 1% nos olhos do RN com o intuito de prevenir infecção gonocócica Adm Vitamina K hidrossolúvel 1mg IM, evitando doença hemorrágica do RN. Exame do coto umbilical Medidas antropométricas Avaliação da IG Aleitamento materno sob livre demanda Vacinação contra Hep B Vacinação contra o BCG Objetivo II: Explicar triagem neonatal. Para ser incluída na triagem uma doença deve: Ser frequente, incidência > 1:6000 Não apresentar manifestações clinicas precoces O teste deve ter elevada sensibilidade e especificidade A introdução do teste deve reduzir a morbimortalidade FASES DO PROGRAMA DE TRIAGEM I: Feniceltonúria e hipotireoidismo congênito II (Amapá e Tocantins): fase I + Doença falciforme e outras hemoglobinopatias III (Norte, nordeste e centro-oeste): fase III + Fibrose cística IV (Sul, sudeste, Bahia e DF): fase IV + hiperplasia Adrenal congênita e deficiência de biotinidase Diversas outras patologias estão disponíveis para triagem na rede particular. Triagem neonatal biológica - Teste do pezinho: Ideal entre 5-7 dias de vida, nunca antes de 48h de amamentação ou depois de 30 dias. Pequena punção no pé da criança, o sangue é abs em paple filtro, até completa secagem (2h) e depois encaminhado para o laboratório. Rastreia as seguintes doenças: Fenilcetonúria Hipotireoidismo Doença falciforme e outras hemoglobinopatias Fibrose Cística Hiperplasia Adrenal CongÊnita Deficiência de Biotinidase Triagem Neonatal Auditiva – Teste da orelhinha 50% das perdas auditivas são causas genéticas e destas 70% não são identificáveis ao exame morfológico Alguns fatores perinatais que aumenta o risco de perda auditiva: APGAR < 6 no 5º min História familiar de surdez congênita TORCHS Hiperbilirrubinemia >15mg\dl a termo e 12 no pré-termo Espinha bífida Peso ao nascimento < 1.500g A intensidade da fala situa-se ente 40-80 decibéis e uma perda> que 35db já caracteriza déficit auditivo. O déficit auditivo pode ser leve, moderado ou grave. Quando não corrigido acarreta prejuízo na aquisição de linguagem, comunicação e desenvolvimento cognitivo. A detecção tardia pode ultrapassar o momento ideal de intervenção. Nos EUA, a média de detecção pelos familiares e pediatras é de 14 meses e no BR 3 anos. TEMPO IDEAL DE DIAGNÓSTICO: 3 meses TEMPO IDEIAL DE INICIO DO TRATAMENTO: < 6 meses DOIS MÉTODOS: EOA – Emissões Otoacústicas Evocadas: com o sono natural do bebê coloca-se um fone externo ao seu ouvido, é emitido um estimulo sonoro e na captação do seu retorno (eco) é registrado no computador e formado um gráfico. Avalia apenas sistema de condução e cóclea. Resultado alterado: REPETIR ATÉ 3 MESES Melhor opção: rápido, barato, fácil e avalia as perdas mais comuns. BERA – Potencial Auditivo do Tronco Encefálico: Sedado, fones de emissão sonora são colocados nos ouvidos do bebê, eletrodos são colocados na cabeça e tem objetivo de captar ondas eletrofisiológicas geradas pelos estímulos sonoros. Detecta alterações na via neural até o tronco encefálico. Resultado alterado: REPETIR ATE 4 MESES Triagem Neonatal Ocular – Teste do olhinho ou do reflexo vermelho (Teste de Bruckner) Oftalmoscópio ou reitnoscópio deve ser segurado pelo examinador a um braço de distância dos olhos do bebê. A resposta normal é um reflexo vermelho brilhante quando a luz incide sobre a pupila. O encontro de qualquer anormalidade indica necessidade de dilatação pupilar e acompanhamento pelo oftalmologista. Leucocoria – reflexão branco pupilar – catarata, retinoblastoma... Teste do coração – oximetria de pulso Cardiopatias congênitas correspondem a 10% dos óbitos infantis Detectar a possiblidade de cardiopatia antes dos sinais clínicos Deve ser realizado em todo neonato com > 34 semanas de IG após 24h de vida e antes da alta da maternidade (48h) Local: Extremidade do MSD (saturação pré-ductal) e do MI (saturação pós-ductal). É necessário que as extremidades estejam aquecidas no momento da avaliação. Normal: saturação > ou = 95% em ambos e diferença de 3% entre MS e MI Anormal: saturação < 95% ou diferença = ou > que 3%. Diante de resultado anormal é necessário outra ferição após 1h. Ainda assim, se manteve, realizar ecocardiograma nas próximas 24h. Objetivo III: Discutir o plano de alta hospitalar. Ver anexo: Documento científico publicado pelo departamento de neonatologia – SBP: Tempo de permanência hospitalar do RN a termo saudável. Objetivo IV: Discutir as causas de hiperbilirrubinemia indireta e seu tratamento. Icterícia neonatal: Coloração amarelada de pele e mucosas devido ao aumento da bilirrubina indireta (> 7mg\dl) ou da sua fração direta menos frequentemente, ocorre em 60% dos RN a termo e 80% dos pré- termos. Complicação: em níveis muito elevados, que bilirrubina indireta pode cruzar a barreira hematoencefálica produzindo efeito tóxico nos neurônios desenvolvendo quadro de encefaloátia bilirrubínica ou kernicterus. Hiperbilirrubinemia direta indica desordem de extrema gravidade (patológica). Etiologia: o metabolismo da bilirrubina em um RN está em transição do estágio fetal, durante a qual a placenta é a principal via de eliminação da bilirrubina lipossolúvel (indireta), para o estágio adulto, no qual a forma conjugada (direta) hidrossoluvel e excretada pelos hepatócitos no sistema biliar e depois no TGI. A bilirrubina é o produto da degradação do grupo heme da hemoglobina e de outras proteínas. METABOLISMO DA BILIRRUBINA 1. Sistema reticuloendotelial 1º Reação Hemoglobina Hemeoxigenase Biliverdina 2º Reação Biliverdina Biliverdina redutase Bilirrubina 2. Sangue Bilirrubina indireta + Albumina 3. Fígado Citoplasma dos hepatócitos liga-se a ligandina Reticulo endoplasmático liso BI Uridilglucoroniltransferase BD Bile 4. Intestino delgado BD Estercobilina BD Betaglicuronidase BI Reabs. Enterohepática No RN, a flora intestinal está ausente para converter BD em estercobilina e a betaglicuronidase está presente de forma ativa. Fatores bioquímicos que aumentam a bilirrubina indireta no período neonatal: 1. Hemacias fetais tem com menor sobrevida – aumento da carga de bilirrubina a ser metabolizada 2. Imaturidade enzimática 3. Competição pela glicuroniltransferase 4. Defeitos genéticos – ausência ou diminuição da glicuroniltransferase 5. Exacerbação da circulação enterohepática QUADRO CLINICO Zonas de Kramer Progressão da icterícia de maneira cefalocaudal com níveis de: 5 mg\dl: face 15 mg\dl: parte média do abdome 20 mg\dl: + mãos e pés = todo o corpo Apenas o exame físico não é parâmetro confiável. Avaliação: hemograma completo com reticulócitos, tipagem sanguinea, teste de Coombs, esfregaço e avaliação de deficiência de glicose-6-fosfato. Indicações dos exames complementares: Inicio nas primeiras 24 h Sinais de hemólise: palidez e hepatoesplomegalia Ictericia até abdome Incompatibilidade Rh ou ABO Irmão que necessitou de fototerapia Cefaloematoma ou sangramento significativo ICTERICIA FISIOLOGICA Bilirrubina indireta no cordão umbilical em torno de 1-3 mg\dl que se eleva no 2ºdia para 5mg\dl e pico entre 4-7dias. Fatores de risco: Filhos de mãe diabética Raça oriental Prematuridade Altitude Policitemia Drogas Vit.K3 Eliminação tardia de mecônio Irmão que teve icterícia fisiológica ICTERICIA ASSOCIADA AO LEITE MATERNO PRECOCE: ICTERICIA DO ALEITAMENTO MATERNO – 2-3 dias de vida Aumento da circulação enterohepática por ingestão insuficiente de leite relacionada as dificuldades (pega\posição incorreta) de amamentação e menor quantidade de eliminação de mecônio. TARDIA: ICTERICIA DO LEITE MATERNO – 4º dia Concentração de bilirrubina sobe até o 14º dia podendo alcançar 20-30mg\dl Se o aleitamento é continuado os níveis caem em até 12 semanas Aleitamento suspenso – caem em 48 h Fatores do leite materno que interferem no metabolismo da bilirrubina Duvida diagnóstica: Prova terapêutica – suspende-se o aleitamento por 24h deixando o RN com complemento, bilirrubina cai rapidamente e pode haver aumento discreto com a reintrodução. ICTERICIA PATOLOGICA Em neonatos com IG = ou > 35 semanas deve-se considerar causar patológica se: Surge nas primeiras 24h Além da parte media abdominal Associada a sinais clínicos de anemia, sepse, dificuldade respiratória, hepatoesplenomegalia Níveis de bilirrubina que ascendem rapidamente a uma velocidade superior a 0,5mg\kg\h Não diminui com fototerapia Níveis elevados de bilirrubina direta Icterícia que persiste além de 3 semanas TRATAMENTO FOTOTERPIA – luz alta e com espectro visível na cor azul EXSANGUINEOTRANSFUSÃO – quando a fototerapia é ineficaz Problema 2 “Discussão de casos, apresentação de histórias”: Fechamento II Acadêmica: Juliana Rabelo da Silva Sousa Objetivo V: Definir a classificação do RN de acordo com o peso. Peso de nascimento: primeiro peso do recém-nascido (RN) obtido após o nascimento. Nos casos onde o contato pele a pele da primeira hora de vida foi estabelecido, realizar a pesagem a posteriori. Baixo peso: peso ao nascer inferior a 2500 gramas. Muito baixo peso: peso ao nascer inferior a 1500 gramas. Extremo baixo peso: peso ao nascer inferior a 1000 gramas. Relação do peso de nascimento com idade gestacional: reflete a qualidade de crescimento fetal e permite a determinação de risco para problemas perinatais. O ideal seria colocar o peso de nascimento em gráficos de percentis construídos com base racial, étnica, socioeconômico-cultural e ambiental semelhantes. Entretanto, um grande número de serviços de neonatologia utiliza a curva de crescimento intrauterino de Alexander et al. como padrão de referência para o crescimento fetal.Se o peso de nascimento se encontra entre o 10º e 90º percentil, para determinada idade gestacional, o RN é considerado adequado à idade gestacional (AIG), se abaixo do 10º percentil, ele é pequeno para idade gestacional (PIG) e, se acima do 90º percentil, ele é grande para idade gestacional (GIG). Para determinar se o peso de nascimento está adequado é necessário exatidão na avaliação da idade gestacional. Objetivo VI: Reconhecer os fatores de risco que influenciam na morbimortalidade do RN. Anualmente nascem 130 milhões de crianças no planeta, cerca de 4 milhões morrem nas primeiras quatro semanas de vida (período neonatal). Um número similar de crianças nascem mortas, isto é, vão a óbito no útero durante os últimos três meses de gestação. A maioria dos óbitos perinatais (99%) ocorrem nos países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Apesar da mortalidade infantil estar diminuindo progressivamente em todas as regiões, as alterações na mortalidade neonatal tem sido mínimas. Aproximadamente dois terços dos recém-nascidos morrem na primeira semana de vida em decorrência de causas perinatais, manejo inadequado dos problemas durante o parto e da asfixia. No Brasil, no ano de 2010, a taxa da mortalidade infantil foi de 16,2 por 1.000 nascidos vivos. Dessas mortes, o número de óbitos no período neonatal concentrou 70%. Um entre quatro falecimentos em menores de 1 ano ocorreu nas primeiras 24 horas após o nascimento. Destaca-se a alta proporção de óbitos de recém-nascidos prematuros entre as mortes ocorridas no primeiro dia de vida que chega a 70%. Por essa razão, a mortalidade neonatal tem-se colocado como uma preocupação crescente para a saúde pública do país ao passar a representar o principal componente da mortalidade infantil, depois da redução importante da mortalidade pós-neonatal, que apresentou queda de quase 50% nas últimas décadas. A redução da mortalidade perinatal e neonatal tem sido mais difícil e lenta do que a diminuição da mortalidade pós-neonatal. Esta última é mais vulnerável à maioria das melhorias nas condições de vida e das intervenções no setor de saúde. A mortalidade infantil é reconhecida como um indicador de condições de vida e de saúde de uma população; a mortalidade perinatal é um sensível indicador da assistência obstétrica e neonatal adequadas e do impacto de programas de intervenções na área. Enquanto que nas crianças maiores, mais de 70% morrem de pneumonia, diarreia e desnutrição, as crianças menores, morrem principalmente de: 1. Primeiro dia (24 horas): prematuridade (32,3%), asfixia/hipóxia (19,3%) e malformações congênitas (18,7%); 2. Neonatal precoce (menor de 7 dias): prematuridade (28,7%), asfixia/hipóxia (16,7%) e malformações congênitas (16,6%); 3. Neonatal tardio (de 7 a 27 dias): infecções específicas perinatais (27,9%), malformações congênitas (21,1%) e prematuridade (15,4%); 4. Pós-Neonatal (de 28 a 365 dias): infecções (26,2%), malformações congênitas (23,2%) e causas externas (8,4%). Assim, a prematuridade é a principal causa dos óbitos infantis ocorridos na primeira semana de vida no Brasil. Mortes que podem ser evitadas com políticas simples de promoção e atenção integral à saúde, como um pré-natal de qualidade. Com base em conhecimentos técnicos atualizados, elaborou-se uma descrição da forma de atender às crianças desde o nascimento até os 2 meses de idade, mediante uma série de normas específicas para cada doença, complementando com materiais de capacitação para ensinar os profissionais de saúde que atendem a criança, no processo de atenção integrada. Os profissionais de saúde geralmente têm experiência no tratamento das doenças que as crianças apresentam desde o nascimento até 2 meses de idade, mas a capacitação recebida frequentemente utiliza normas específicas para cada doença (por exemplo, para o tratamento da hipoglicemia ou icterícia). Quando não se dispõe de muito tempo ou medicamentos suficientes, os profissionais de saúde podem encontrar dificuldades para diagnosticar e tratar todos os problemas de saúde da criança, para os quais se devem levar em consideração as relações entre as doenças. Por exemplo, a asfixia ao nascimento pode produzir hipoglicemia, que pode ser agravada por períodos de hipotermia. Objetivamente, para atendermos às necessidades de cada caso de forma eficaz, é necessário considerar todos os sintomas e sinais apresentados pela criança. As normas de atenção de casos incluem modelos atuais da Organização Pan-Americana da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), relativos ao tratamento de cada doença e as referentes à vacinação. Além disso, um aspecto importante do processo de atenção da criança menor de 2 meses de idade seria ensinar os familiares quando devem buscar atendimento oportuno e com o profissional adequado. A implantação do modelo de Atenção Integrada ao menor de 2 meses de idade representa uma mudança substancial da forma como os serviços de saúde estão funcionando até o momento. O atendimento tem sido organizado por programas que respondem a problemas de saúde específicos: classicamente para o problema da dificuldade respiratória, por exemplo, acreditamos numa resposta organizada em torno de uma série de objetivos, normas, procedimentos, recursos, capacitações e pessoal relacionado a esse tema. As infecções e a asfixia são as causas mais importantes de doença e morte de crianças menores de 2 meses de idade, associado a uma grande percentagem de prematuros e baixo peso ao nascer. Essas doenças constituem a maior ameaça à sobrevivência e saúde de crianças na região das Américas. Essas ameaças podem diminuir com outras intervenções-chaves, por exemplo, a atenção adequada imediata ao parto e a prevenção e tratamento da dificuldade respiratória, dos transtornos metabólicos e das infecções, que não só representam um elevado risco de morte, mas também têm repercussões a longo prazo no desenvolvimento neurológico integral. Objetivo VII: Explicar as manobras de reanimação do RN. A necessidade de procedimentos de reanimação é menor quanto menor a IG e peso ao nascer As práticas de reanimação em sala de parto se baseiam nas recomendações publicadas pelo ILCOR – International Liaison Committee on Resuscitation, esse grupo inclui especialistas de 5 continentes que são responsáveis por revisar as melhores evidencias cientificas disponíveis nos procedimentos de reanimação e são renovados a cada 5 anos. PREPARO PARA A ASSISTENCIA Anamnese materna Disponibilidade do material necessário – deve ser preparado, testado e estar disponível em local de fácil acesso. Ele é destinado a: Manutenção de temperatura Aspiração de vias aéreas Ventilação Adm de medicamentos Equipe treinada - é essencial pelo menos 1 profissional treinado, de preferencia o pediatra Avaliação da vitalidade ao nascer Avaliação simultânea de respiração e FC Após nascimento o RN deve manter respiração regular o suficiente para manter a FC acima de 100bpm Avaliação da FC Palpação do cordão Oximetria Ausculta do precórdio com estetoscópio Monitor cardíaco com 3 eletrodos – se necessidade de procedimento de reanimação APGAR não é utilizado como parâmetro para iniciar manobras, ele serve para avaliar a eficácia do procedimento realizado. Escore inferior a 7 no quinto minuto, recomenda-se realiza-lo a cada 5 minutos, até 20 minutos de vida. Assistência do RN a termo com boa vitalidade Não necessita de manobra quando o RN é de termo, esta respirando ou chorando em tônus de flexão independente do aspecto do liquido amniótico meconial. Campleamento tardio: é benéfico com relação aos índices hematológicos de 3-6 meses embora aumente a hiperbilirrubinemia indireta Recomendação de clampeamento em 1-3min depois da extração do concepto. Contato pele a pele com a mãe reduz o risco de hipotermia desde que sejam cobertos com campos pre- aquecidos.
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