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Aula 9 - direitos reais r1

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Aula 2 – pessoa natural
18.8.2020LEGENDA
Conceito
Prazo
Destaque
Cai em prova
Jurisprudência/súmula
Direitos reais
Posse: conceito de possuidor
· Teoria subjetiva de Savigny: poder físico sobre a coisa (corpus) com intenção de tê-la para si (animus domini).
· Elementos da posse:
· Corpus (objetivo): poder físico sobre a coisa, disponibilidade
· Animus domini (subjetivo): vontade de dono, de ser proprietário, ter a coisa para si
· Possuidor seria aquele que tem poder físico sobre a coisa ou a vontade de dono
· Crítica: deixa de fora o locatário, comodatário, que seriam meros detentores.
· Teoria objetiva de Ihering: manifestação/exteriorização dos poderes inerentes da posse. Adotada nos arts. 1.196 c/c 1.228, CC.
· Elementos da posse:
· Corpus (objetivo): poder físico, disponibilidade
· Animus tenendi (subjetivo): vontade de ter a coisa sobre o seu poder físico (diferente da vontade de dono)
· Possuidor é aquele que externa os poderes inerentes à propriedade
· Adotada pelo Código Civil
*o Código Civil adotou a teoria objetiva de Ihering com relação à posse, mas com relação à usucapião, foi adotada a teoria subjetiva = precisa de animus domini
*também se considera possuidor uma coletividade desprovida de personalidade jurídica.
Efeitos da posse: ius possessionis x ius possidendi
· Ius possessionis: direitos da posse = direitos conferidos ao possuidor
· Defender a posse de terceiros
· Conservar os frutos percebidos durante o período da posse
· Retenção e indenização pelas benfeitorias úteis e necessárias
· Ius possidendi: direito à posse, direito de ter posse = decorre da aquisição de uma propriedade
· Proprietário que nunca teve posse tem direito a ingressar (ação de imissão na posse)
Desdobramento da posse: posse direta x posse indireta
· Posse direta: recebe a coisa temporariamente em razão de direito pessoal ou real
· Posse indireta: transfere a posse temporariamente para outrem
Detenção: posse desqualificada, precária
· Servidor da posse ou fâmulo da posse: relação de subordinação com o legítimo possuidor, cumprindo ordens.
· Detentor pode exercer a legítima defesa da posse, repelindo injustas agressões, pois atua como longa manus do legítimo possuidor
· Atos de mera permissão ou tolerância: não induzem posse
· Atos violentos ou clandestinos: não induzem posse enquanto não cessar a violência ou a clandestinidade
· Bens insuscetíveis de posse: bem público
Presunção da manutenção do caráter da retenção, mas admite a conversão.
	Requisitos para conversão da detenção em posse (CJF):
· Rompimento da subordinação
· Exercício em nome próprio dos atos possessórios
Classificação da posse quanto aos vícios
· Vícios objetivos: forma pela qual a posse foi adquirida (ponto de vista externo)
· Posse justa: não viciada, não adquirida com violência, clandestinidade ou de forma precária (inadimplemento contratual, descumprimento de restituir)
· Posse injusta: proveniente da vis, clandestinidade ou precariedade = vícios objetivos. Enquanto não cessada a violência, clandestinidade ou precariedade é detenção. Quando cessa é posse injusta.
· Não inviabiliza por si só a usucapião, no caso de violência ou clandestinidade. A posse precária não induz usucapião, pois não há animus domini.
· Vícios subjetivos: análise da conduta do possuidor, sua ignorância fática ou jurídica sobre a legitimidade da posse, se se julga ou não legítimo titular da coisa
· Posse de boa-fé: ignora os vícios da posse e que a possui ilegitimamente
· É possível posse injusta de boa-fé
· Posse de má-fé: tem conhecimento dos vícios ou dos impedimentos da posse
· É possível posse justa de má-fé
Propriedade
Condomínio: geral (tradicional) e edilício.
· Duas ou mais pessoas são donas do mesmo bem
· Edilício: há áreas de uso comum e de uso exclusivo
*direito de preferência = venda a estranhos, terceiros não condôminos
Multipropriedade
Existe condomínio em multipropriedade: regime de condomínio em que cada um dos proprietários de um mesmo imóvel é titular de uma fração de tempo, à qual corresponde a faculdade de uso e gozo, com exclusividade, da totalidade o imóvel, a ser exercida pelos proprietários de forma alternada.
· Condomínio determina o compartilhamento do bem no espaço
· A multipropriedade ou time sharing determina o compartilhamento do bem no tempo.
· Natureza jurídica de direito real, podendo ser registrado, possuindo eficácia erga omnes
· Durante a fração do tempo o coproprietário pode usar e gozar da totalidade do imóvel com exclusividade
· Fração do tempo é de no mínimo 7 dias, seguidos ou intercalados e pode ser:
· Fixo e determinado, no mesmo período de cada ano
· Flutuante, caso em que a determinação do período será realizada de forma periódica, mediante procedimento objetivo que respeito, em relação a todos os multiproprietários, o princípio da isonomia, devendo ser previamente divulgado
· Misto, combinando os sistemas fixo e flutuante
· Cada fração de tempo é indivisível
· Todos os multiproprietários tem direito a uma mesma quantidade mínima de dias seguidos durante o ano
· Mas cada multiproprietário pode adquirir frações maiores que a mínima, com o correspondente direito ao uso por períodos também maiores
· A multipropriedade não se extinguirá automaticamente se todas as frações de tempo forem do mesmo multiproprietário
Transferência da multipropriedade
· Não é necessária comunicação ou concordância dos demais
· Produção de efeitos perante terceiros também não depende
· Direito de preferência: em regra não há direito de preferência na alienação de fração do tempo
· Exceção: é possível estipular direito de preferência em instrumento de instituição ou convenção de condomínio
Vedação à instituição da multipropriedade
· Imóveis – proibida ou limitada:
· Pelas convenções dos condomínios edilícios
· Pelos memoriais de loteamentos
· Pelos instrumentos de venda dos lotes em loteamentos urbanos
· Vedação pode ser alterada posteriormente, exigindo no mínimo voto da maioria absoluta dos condôminos
Propriedades temporárias
· Propriedade resolúvel: sujeita a cláusula resolutiva que se implementada resolve a propriedade
· Terceiro que adquirir bem sujeito a condição resolutiva se sujeita e perderá a coisa caso implementada a condição
· Propriedade revogável: sujeita a algum motivo resolutivo superveniente
· Terceiro não é alcançado pois não poderia ter ciência do motivo superveniente
Modalidades de usucapião
· Usucapião extraordinária: 15 anos
· Art. 1.238
· Tempo e posse
· Posse ininterrupta
· Posse sem oposição
· Posse com intenção de dono
· Sobre bem hábil a ser objeto de usucapião
· Usucapião extraordinária com função social: reduz para 10 anos
· Art. 1.238, §único
· Utilizar para fins de moradia habitual
· Realizar obras ou serviços de caráter produtivo
· (não é usucapião especial pro-moradia da constituição)
· Usucapião ordinária: 10 anos
· Art. 1.242
· Tempo e posse
· Ininterrupta
· Sem oposição
· Com intenção de dono
· Bem hábil
· Justo título e boa-fé
· Boa-fé: desconhece os vícios objetivos (clandestina, violenta ou precária) da posse (pode ser presumida pelo justo título)
· Justo título: título hábil, em tese, a transferir o domínio, não produzindo o efeito por defeito formal ou material (quem alienou não era dono)
· Usucapião ordinária com função social: 5 anos
· Art. 1.242, §único
· Tempo, posse, justo título e boa-fé +
· 3 requisitos
· Adquiriu onerosamente o bem
· Diante da ocorrência do cancelamento da transcrição do RGI
· Der função social
· Para moradia ou
· Tiver realizado investimentos de interesse social ou econômico
· Usucapião especial urbana (pro moradia): 5 anos
· Art. 183, CF c/c arts. 9 e 13, da Lei 10.257/01
· Tempo e posse
· Ininterrupta
· Sem oposição
· Com intenção de dono
· Bem hábil
· Requisitos especiais
· Área total do imóvel incluindo eventual acessão não ultrapasse 250m²
· Para moradia própria ou de sua família
· Critério para aferir se urbano ou rural: localização do bem (não a destinação)
· Usucapião coletiva: 5 anos
· Art. 10, da Lei 10.257/01
· Tempo e posse: os mesmos
· Requisitos especiais· Área urbana maior que 250m²
· Ocupada por população de baixa renda
· Com finalidade de moradia (função social)
· Mais de 5 anos
· Que se mostre impossível a identificação dos terrenos de cada possuidor
· Que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural
· Usucapião especial rural (pro labore): 5 anos
· Art. 1.239 – evitar o êxodo rural (evasão)
· Tempo e posse: os mesmos
· Requisitos especiais
· Área de terra em zona rural não superior a 50 hectares
· Não pode menor que módulo rural, que é bem indivisível
· Posse com função social
· Torna a terra mais produtiva pelo trabalho ou da família
· Tendo nela sua moradia
· Desde que não tenha outro imóvel rural ou urbano
· Usucapião por abandono do lar/pro-família/conjugal: 2 anos
· Art. 1.240-A, §1º
· Tempo e posse: os mesmos
· Posse com exclusividade
· Sobre imóvel urbano de até 250m² cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou companheiro, desde que
· Seja utilizado como moradia
· Não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural
· Abandono do lar pelo cônjuge

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