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Jornal-Correio-Popular-pag-14-e-15

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L
éo, Gabrielzinho,
Dudu, Felipinho e
Pequeno têm muitas
coisas em comum. São
crianças e amigos;
moram no bairro Parque
Floresta, na região do
Campo Grande, em
Campinas; frequentam a
escola, cuidam dos irmãos
menores. Mas, a maior
afinidade entre eles é o
encontro diário de todas as
tardes bem depois do
almoço: a partida de pelada
na rua. Sem coletes,
uniformes, caneleiras e
sempre descalços, os
meninos jogam por diversão
– o que desperta um
sentimento de nostalgia para
muitos. Existem outras
brincadeiras de rua, mas o
futebol sem compromisso é
ainda a atividade mais
presente em quase todas as
culturas do mundo. Seja no
corredor de um shopping, na
rua, no campinho ou em
qualquer lugar que exista um
objeto que lembre uma
esfera, algum grupo de
crianças estará “batendo
bola”.
No caso desse grupo de
amigos da periferia
campineira, esses meninos
fazem parte de um universo
de crianças que ainda
preserva uma época em que
os moleques jogavam
futebol de forma
improvisada: golzinho feito
com tijolo, no meio da rua e
com regras mais ou menos
estabelecidas na hora da
partida mesmo. Esse
grupinho do Parque Floresta
quer mesmo é se divertir e
passar o tempo. Claro que,
para alguns, o sonho de ser
um jogador de futebol bate
forte. Mesmo em segredo. É
o caso do garoto Gabriel de
Souza Silva, de 10 anos.
Todos da turma são
unânimes em afirmar que o
menino sonha em ser o
jogador do Barcelona, o
argentino Messi — eleito o
melhor jogador de futebol do
mundo pela terceira vez.
“Não quero ser ele, não. É
que eu bato com as duas
pernas igual a ele, fazer o
quê?”, comentou,
disfarçando a timidez. Pinta
de jogador ele tem. Com
meias até o joelho, o garoto é
cheio de jinga. As meias
brancas — encardidas da
terra do campinho, sem
grama nenhuma onde eles
jogam quando os maiores
não estão batendo a pelada
— remetem ao livro “Estrela
Solitária” do jornalista Rui
Castro sobre o jogador de
futebol Garrincha. Em um
trecho, o autor descreve:
“...conduzir a bola descalço,
sem torcer o pé num
daqueles buracos, já seria
uma façanha. Driblar perto
da ribanceira sem deixar a
bola escorrer por ela, a
façanha ainda era maior.
Garrincha praticava as duas
proezas com a maior das
facilidades. No primeiro
caso, porque tanto “topar”
com os buracos, aprendera a
driblá-los junto com o
adversário; no segundo,
porque detestava ter de
descer a pirambeira para ir
buscar a bola — onde
tentava não perdê-la...”
Gabrielzinho talvez não
tenha mesmo pretensão,
mas de repente a bola vira, o
gol é feito, a sorte muda e ele
pode se tornar (de verdade)
um jogador profissional um
dia. Mas no momento em
que ele está jogando na rua
com os seus colegas de
bairro, o garoto não pensa
no futuro. Apenas tem
energia para a próxima
tacada — o gol e nem se
importa se a bola está
murcha. Cheia ou murcha, o
fundamental das tardes —
seja no outono, no verão,
com sol quente, com vento
ou chuva — é jogar. O
essencial é o jogo. O drible, o
entusiasmo, em um cenário
improvisado mesmo.
O dono da bola é o Léo,
que não se importa em
emprestá-la aos amigos,
mesmo quando não está
jogando futebol na rua. O que
incomoda o garoto um pouco
é a divisão do campinho do
bairro com os jogadores mais
velhos. Quando eles chegam,
por volta das 16h30, os
menores têm que sair.
“Expulsos”, a opção é jogar
na rua. Eles pegam os tijolos
para demarcar o gol e vão se
divertindo até quando uma
das mães chama. No caso do
garoto Luiz Eduardo Pereira,
o Dudu, de 10 anos, o jogo
acaba quando chega a hora
de buscar a irmã menor na
escola. Ou quando as
meninas da rua querem
jogar.
O grupo de quatro
meninas que moram no
mesmo bairro não tem bola
e os meninos não são muito
“fãs” da ideia de jogar junto
com as garotas. “O problema
é que elas pedem falta toda
hora. A gente não pode nem
encostar nelas, que elas já
querem parar o jogo”,
comentou Léo. Isabela Sousa
da Silva, de 12 anos, nem liga
para o comentário.
Conseguindo a bola
emprestada e jogando com
as três amigas é o suficiente.
Entre as quatro, Isa e a amiga
Talita Santos, de 13 anos,
pensam em se tornarem
jogadoras profissionais. A
inspiração é a atleta Marta. A
brasileira Marta Vieira da
Silva atua como atacante e
atualmente joga na Suécia.
Ela já foi escolhida como
melhor futebolista do
mundo por cinco vezes
consecutivas — um recorde
entre mulheres e homens.
Marta ganhou destaque nos
Jogos Pan-americanos de
2007 quando chegou a ser
comparada a Pelé — sendo
chamada pelo mesmo de o
“Pelé de Saias”.
Futebol de rua desperta
sentimento de nostalgia
783 120 450
Para muitos, quando o as-
sunto é futebol de rua, o sen-
timento de nostalgia é des-
pertado. É o caso do agente
da Vara da Infância e da Ju-
ventude Carlos Roberto Lon-
guini, de 53 anos, que guar-
da boas memórias dos cam-
pinhos de pelada no bairro
Jardim Chapadão. O agente
tem lembranças de como os
amigos — todos moradores
do mesmo bairro — capina-
vam os terrenos para servi-
rem de campo de futebol.
“Pegávamos enxada para ca-
pinar o mato, fazíamos tra-
ves de madeira ou bambu e
passávamos as tardes jogan-
do. Nem sei quantos campi-
nhos tivemos.”
Há alguns anos, Longuini
tentou manter a tradição da
infância, reunindo os ami-
gos para jogos informais em
clubes da cidade. “Por um
período deu certo, mas com
o passar do tempo os encon-
tros começaram a esfriar”.
Se isso acontece com os
adultos, algumas crianças
também não sabem o que é
brincar na rua e preferem o
videogame ou a internet.
“Os pais, muitas vezes, têm
medo de deixarem os filhos
brincando na rua pela violên-
cia. Atividades como video-
game ou internet acabam
ocupando o tempo livre da
criança em casa, pois é o am-
biente considerado mais se-
guro”, disse a coordenadora
do curso de graduação da Fa-
culdade de Educação Física
da Universidade Estadual de
Campinas (Unicamp) Elaine
Prodócimo. (GS/AAN)
METROS
A tradição
das peladas
Gláucia
Santinello
CLUBES GRAMAS
Não há UNIFORMES, nem campos oficiais. Os TIMES são divididos na hora e a duração da partida é
estabelecida pelo número de GOLS: metade no 1º tempo e metade depois do ‘vira’, no 2º. Nem sempre
a BOLA é perfeita, mas isso não importa. Assim como não importa se o SOL está forte ou se a NOITE
vem caindo. A PAIXÃO pelo futebol fala mais alto, e o IMPROVISO é o principal ingrediente para manter...
glaucia.santinello@rac.com.br
Profissionais disputam
campeonatos em todo o Brasil.
É a medida máxima entre os
gols de campo de futebol oficial.
REPORTAGEM
ESPECIAL Brincando
com a bola É o peso máximo da bola defutebol oficial. O mínimo é 410.
Garoto bate bola em campo de cimento na região do Campo Belo, em Campinas: clima de final de tarde é mais ameno e desgaste com o sol tem menos impacto
Foto: Leandro Ferreira/AAN
A14 CORREIO POPULAR CIDADES
Campinas, domingo, 13 de maio de 2012
Livro retrata prática em
várias partes do mundo
Pequeno jogador tem que dar lugar aos ‘grandões’
Futebol sem fronteiras é o tí-
tulo do livro do geógrafo,
jornalista e fotógrafo brasi-
leiro Caio Vilela. Publicado
pela editora Panda Books,
o material dá uma noção
de como o futebol é pratica-
do sem compromisso em
várias partes do mundo.
Em 120 páginas, o livro
reúne imagens que mos-
tram como uma partida po-
de ser improvisada em
qualquer lugar do mundo
como, por exemplo, na Mu-
ralha da China ou em um
mosteiro budista em Mian-
mar. Durante cinco anos,
Vilela viajou pelos quatro
cantos do planeta e regis-
trou descompromissadas
partidas em diferentes cul-
turas. Uma das imagens
inusitadas, por exemplo,
mostra cambojanos baten-
do bola ao lado de “elefan-
tes-táxis”.
Em seu site, o fotógrafo
explica que a ideia de tirar
fotos de futebol de rua em
todos os lugares do mundo
ocorreu em uma tarde en-
solarada no centro do Irã,
em 2004. Depois de levar
um tiro acidental vindo de
uma brincadeira de crian-
ças que estavam em frente
de uma fachada islâmica
impressionante, ele perce-
beu o quanto seria interes-
sante iniciar a fotografar
momentos de lazer univer-
sais e efêmeros, que aconte-
cem em todos os tipos de
lugares.
“Eu fiz a maioria das
imagens com o foco no fo-
tojornalismo,sempre ten-
tando capturar o futebol,
de preferência na frente de
paisagens e ícones marcan-
tes dos países retratados.
Outras imagens foram fei-
tas com uma visão mais ar-
tística e conceitual. O obje-
tivo foi o de construir uma
rica variedade de imagens,
mostrando o futebol como
uma forma de arte e o ex-
pondo como uma lingua-
gem universal, nobre ex-
pressão de uma cultura glo-
bal e uma ferramenta de
paz para o futebol mun-
dial”, explicou Vilela. (GS/
AAN)
Coordenadora de pedagogia da Unicamp Empresário Jornalista e escritor
Diariamente no campinho do
bairro Parque Floresta, na re-
gião do Campo Grande, em
Campinas, por volta das
16h30, os pequenos são expul-
sos pelo grupo dos maiores, li-
teralmente. A expulsão não é
violenta. Não existe truculên-
cia ou agressividade. É uma re-
tirada forçada — como toda a
ação que o verbo representa,
mas ao mesmo tempo ela é si-
lenciosa. É como um pacto
que foi sendo firmado ao lon-
go da convivência entre os
dois grupos que cultivam a
mesma paixão: a pelada diária
da tarde. Quando os maiores
chegam, os menores saem do
campinho e vão para a rua, ao
lado do campo de futebol co-
munitário. É simples.
No jogo dos maiores —
que já é tradicional no bairro,
especialmente aos finais de se-
mana — cada partida tem 10
minutos, sendo que no primei-
ro jogo, o tempo não conta.
“O primeiro é só para aque-
cer. Depois de terminado, o ti-
me vencedor fica em campo;
o que perdeu sai e o novo ad-
versário entra para a disputa”,
explicou Cesar Rafael Dalcico,
de 21 anos. Os que estão espe-
rando a vez de jogar ficam es-
perando atrás da trave do cam-
pinho. Nesses casos, os jogado-
res que ficam esperando pela
vez ficam como gandulas. Co-
nhecido também como apa-
nha-bolas, o gandula é a pes-
soa responsável por buscar as
bolas que são jogadas para fo-
ra do campo em uma partida
de futebol. Diz a sabedoria po-
pular que essa função surgiu
depois da construção do Mara-
canã — é que muitas bolas
caíam no fosso e precisavam
ser apanhadas por alguém.
As regras do futebol são re-
plicadas nos jogos do campi-
nho do Parque Floresta, com
exceção de algumas. No cam-
pinho não existe impedimen-
to, por exemplo, pelo próprio
espaço do lugar. Juiz também
não existe, tudo é negociado.
E em caso de empate, é o time
que venceu primeiro que tem
a vez da jogada para o desem-
pate. No campo, o que vale é a
brincadeira e a paixão pelo es-
porte, garante Renan Lopes
Cláudio, de 17 anos. No jogo
entre os maiores, a idade dos
jogadores começa aos 12 anos
e vai até os 25. “Somos todos
amigos, a maioria nasceu e
cresceu no bairro. Até mesmo
com os menores, a relação é
tranquila. Muito difícil ter bri-
ga. Discussão é normal em to-
da a partida de futebol que se
preze, mas é normal”, comen-
tou Cláudio. As partidas aca-
bam por volta de 18h30 ou
19h porque muitos frequen-
tam a escola à tarde.
Para Maria Márcia Sigrist
Malavasi, coordenadora do
curso de Pedagogia da Facul-
dade de Educação da Universi-
dade Estadual de Campinas
(Unicamp), as atividades cole-
tivas, especialmente na infân-
cia e na adolescência, são im-
portantes para o aprendizado
do indivíduo se socializar, a se
relacionar. “Esses espaços co-
letivos — seja no campinho,
na rua ou em uma viagem em
grupo — servem para que as
pessoas aprendam muito do
que é o relacionamento huma-
no, principalmente o respeito
ao outro, além de aprender a
saber ganhar e perder”, afir-
mou. (GS/AAN)
Bom motorista e passeio à
tarde ajudam a achar os jogos
As lembranças mais saudosas
da minha infância são as
peladas com a molecada da
rua. O jogo era improvisado; o
nosso campo de futebol era um
canteiro na Avenida dos
Esportes (hoje, a Avenida é a
Ayrton Senna da Silva), no
Jardim Proença – bairro onde
nasci e morei por muitos anos.
Comecei a jogar bola já com 8
anos de idade e me lembro que
uma chuva arrasou com o
nosso canteiro, que acabou
sofrendo uma erosão e um
buraco se formou. Mas não nos
importamos e jogávamos
dentro do buraco mesmo. Em
uma das tardes, nos
deparamos com um fogão
velho no lugar e nada nos fazia
parar. Era uma alegria e pura
diversão. Mesmo com as brigas
e discussões nas partidas, nos
reuníamos todos os dias e
outro dia era outro dia e tudo
voltava ao normal. Muitos
apelidos, especialmente aos
pernas de pau. Como a escolha
dos times era no par ou ímpar;
quem sabia jogar melhor era
escolhido primeiro. E era bem
desconfortável ser escolhido
por último. Ninguém queria ser
o último. Acho que todo o
menino quer ser (e se acha) o
melhor com a bola no pé. E
acredito que todo garoto sonha
em ser jogador de futebol. Na
minha época, os meus ídolos
eram o Dicá, o Oscar e o Marco
Aurélio. Para mim, o futebol me
ensinou a lidar com as minhas
próprias frustrações, porque
aprendi que – assim como na
vida – existem as perdas e os
ganhos. Não recrimino as
crianças que preferem jogar
videogame ou navegar na
internet. Só acho que, além da
importância do exercício físico
na vida de qualquer pessoa, a
infância é única. Essa fase da
vida é para estar junto de
amigos para se divertir. Tenho
saudades da minha infância e
me lembro nitidamente das
brincadeiras de rua que eu
participava. Ao passar pela rua
onde nasci e cresci, me
emociona muito.
‘Lembro que uma
chuva arrasou com
o nosso canteiro,
que acabou sofrendo
erosão, e um buraco
se formou. Não nos
importamos e
jogávamos dentro do
buraco. Em uma das
tardes, nos
deparamos com um
fogão velho no lugar.
Mas nada nos
fazia parar’
‘Conduzir a bola
descalço, num
daqueles buracos,
já seria uma
façanha. Driblar
perto da ribanceira
sem deixar a bola
escorrer por ela, a
façanha ainda era
maior. Garrincha
praticava as duas
proezas com a
maior das
facilidades’
‘Esses espaços
coletivos, seja no
campinho, na rua
ou em uma viagem
em grupo, servem
para que as pessoas
aprendam muito do
relacionamento
humano,
principalmente o
respeito ao outro,
além de aprender
a saber ganhar
e perder’
Luis Gustavo Lopes,
empresário, 42 anos
LUIZ GUSTAVO LOPES RUI CASTRO
A coordenadora do curso de gra-
duação da Faculdade de Educa-
ção Física da Universidade Esta-
dual de Campinas (Unicamp),
Elaine Prodócimo, afirma que a
preservação de uma atividade que
vai sendo transmitida de pais para
filhos e que já fez parte do lúdico
de diferentes gerações — como as
brincadeiras de rua — gera benefí-
cios motores, sociais e pessoais
para as crianças. “É importante
que os pais compreendam que
criança precisa de tempo para ser
criança. Os pais devem buscar es-
tar presentes na vida do filho, pro-
curando dar qualidade ao tempo
dedicado a ele”, afirmou.
PONTO DE VISTA
Fotos: Leandro Ferreira/AAN
MARIAMÁRCIASIGRISTMALAVASI
‘A criança precisa de tempo
para poder ser uma criança’
Momento de expectativa em uma das partidas disputadas no campinho de chão batido de uma área pública do Parque Floresta: nada de juiz ou impedimento nas regras
Meninas do Parque Floresta mostram que a paixão não é só deles
Um dos desafios do fotógrafo Caio Vilela
é encontrar as crianças jogando bola.
Ele conta em seu site que o procedimen-
to é simples: o ideal é chegar em uma
nova cidade no meio do dia. O primeiro
passo é conversar com quatro ou mais
motoristas de táxi para saber onde exis-
tem as partidas da tarde de todos os
dias. Depois disso, é hora de escolher o
motorista mais comunicativo para um
passeio de carro, a partir das 16h30. “Is-
so nunca falha”. Pelo menos na África,
Oriente Médio, América Latina e Ásia.
Não é tão fácil no Hemisfério Norte. Visi-
tar clubes profissionais e amadores ou
estádios lotados nos dias de jogo tam-
bém são as “táticas”. Para Vilela, com al-
gum planejamento e um bom motorista,
um material abrangente e completo po-
de ser produzido em três ou quatro dias.
FUTEBOL DE RUA As regras
A BOLA
O GOL
O CAMPO
- Pode ser qualquer coisa que
lembre uma esfera e que seja do
tamanho de uma bola de futebol.
Na falta de uma de verdade - ou
se o dono dela não quiser
emprestar a dele - pode ser usada
uma latinha, uma pedrinha ou
algum outro objeto. A bola pode
até estar murcha.
- Pode ser demarcado com tijolos,
pedras,chinelos, sapatos e até
camisetas emboladas. O
importante é manter o mesmo
tamanho dos dois lados e para
isso, o mesmo jogador deve
marcar com uma sequência de
passos de seus pés de um lado e
aplicar a mesma medida do outro.
Três ou quatro "pezadas" ,
dependendo do tamanho do pé do
jogador.
- Pode ser leito de uma rua plana
em um lugar de pouco tráfego. Se
a rua estiver numa viela sem
saída, melhor ainda. No entanto, o
campo também pode incluir uma
ou até as duas calçadas,
dependendo da importância do
jogo.
O JUIZ
DURAÇÃO
OS TIMES
- No futebol de rua, não tem juiz.
Apito nem pensar.
- Normalmente 5 minutos vira e 10
minutos acaba a partida. Mas isso
pode ser mais ou menos. Ou o jogo
pode acabar quando a mãe do
dono da bola chamar. Ou quando a
mãe da maioria dos jogadores de
um time chamar. Ou ainda quando
algum vizinho ameaçar chamar a
polícia. Em algumas turminhas de
futebol de rua mais democráticas,
por assim dizer, o tempo nem é
contado. O que vale é a pontuação.
Dois gols acabam a partida e entra
o próximo time, se tiver esperando
para o jogo.
- O número de jogadores varia. O
mínimo é de dois por time, mas
não é regra fixa. Nem sempre os
dois times precisam ter a mesma
quantidade de atletas.
INTERRUPÇÕES
SUBSTITUIÇÕES
REGRAS
- Se a bola quebrar uma janela ou
um vaso, por exemplo. Ou quando
passar uma vizinha bonita. Ou
quando passarem carros ou
ônibus. Ou ainda, quando as
meninas querem jogar. Os meninos
preferem emprestar a bola, esperar
elas jogarem e retornar a partida
depois.
- Só no caso de a mãe de algum
jogador chamá-lo mais cedo para
casa.
- Se a bola for para a calçada é
fora; lateral do time adversário;
Bola prensada é da defesa;
Pediu falta, parou;
Pênalti e gol é gol;
Um time joga sem camisa e o
outro, com, mas nem sempre;
O goleiro pode jogar na linha;
Bola na mão não é falta;
Não tem impedimento;
A saída depois de um gol pode ser
dada como se fosse um tiro de
meta;
Não precisa esperar o time
comemorar o gol para dar a nova
saída;
Editoria de Arte/AAN
CIDADES CORREIO POPULAR A15
Campinas, domingo, 13 de maio de 2012

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