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L éo, Gabrielzinho, Dudu, Felipinho e Pequeno têm muitas coisas em comum. São crianças e amigos; moram no bairro Parque Floresta, na região do Campo Grande, em Campinas; frequentam a escola, cuidam dos irmãos menores. Mas, a maior afinidade entre eles é o encontro diário de todas as tardes bem depois do almoço: a partida de pelada na rua. Sem coletes, uniformes, caneleiras e sempre descalços, os meninos jogam por diversão – o que desperta um sentimento de nostalgia para muitos. Existem outras brincadeiras de rua, mas o futebol sem compromisso é ainda a atividade mais presente em quase todas as culturas do mundo. Seja no corredor de um shopping, na rua, no campinho ou em qualquer lugar que exista um objeto que lembre uma esfera, algum grupo de crianças estará “batendo bola”. No caso desse grupo de amigos da periferia campineira, esses meninos fazem parte de um universo de crianças que ainda preserva uma época em que os moleques jogavam futebol de forma improvisada: golzinho feito com tijolo, no meio da rua e com regras mais ou menos estabelecidas na hora da partida mesmo. Esse grupinho do Parque Floresta quer mesmo é se divertir e passar o tempo. Claro que, para alguns, o sonho de ser um jogador de futebol bate forte. Mesmo em segredo. É o caso do garoto Gabriel de Souza Silva, de 10 anos. Todos da turma são unânimes em afirmar que o menino sonha em ser o jogador do Barcelona, o argentino Messi — eleito o melhor jogador de futebol do mundo pela terceira vez. “Não quero ser ele, não. É que eu bato com as duas pernas igual a ele, fazer o quê?”, comentou, disfarçando a timidez. Pinta de jogador ele tem. Com meias até o joelho, o garoto é cheio de jinga. As meias brancas — encardidas da terra do campinho, sem grama nenhuma onde eles jogam quando os maiores não estão batendo a pelada — remetem ao livro “Estrela Solitária” do jornalista Rui Castro sobre o jogador de futebol Garrincha. Em um trecho, o autor descreve: “...conduzir a bola descalço, sem torcer o pé num daqueles buracos, já seria uma façanha. Driblar perto da ribanceira sem deixar a bola escorrer por ela, a façanha ainda era maior. Garrincha praticava as duas proezas com a maior das facilidades. No primeiro caso, porque tanto “topar” com os buracos, aprendera a driblá-los junto com o adversário; no segundo, porque detestava ter de descer a pirambeira para ir buscar a bola — onde tentava não perdê-la...” Gabrielzinho talvez não tenha mesmo pretensão, mas de repente a bola vira, o gol é feito, a sorte muda e ele pode se tornar (de verdade) um jogador profissional um dia. Mas no momento em que ele está jogando na rua com os seus colegas de bairro, o garoto não pensa no futuro. Apenas tem energia para a próxima tacada — o gol e nem se importa se a bola está murcha. Cheia ou murcha, o fundamental das tardes — seja no outono, no verão, com sol quente, com vento ou chuva — é jogar. O essencial é o jogo. O drible, o entusiasmo, em um cenário improvisado mesmo. O dono da bola é o Léo, que não se importa em emprestá-la aos amigos, mesmo quando não está jogando futebol na rua. O que incomoda o garoto um pouco é a divisão do campinho do bairro com os jogadores mais velhos. Quando eles chegam, por volta das 16h30, os menores têm que sair. “Expulsos”, a opção é jogar na rua. Eles pegam os tijolos para demarcar o gol e vão se divertindo até quando uma das mães chama. No caso do garoto Luiz Eduardo Pereira, o Dudu, de 10 anos, o jogo acaba quando chega a hora de buscar a irmã menor na escola. Ou quando as meninas da rua querem jogar. O grupo de quatro meninas que moram no mesmo bairro não tem bola e os meninos não são muito “fãs” da ideia de jogar junto com as garotas. “O problema é que elas pedem falta toda hora. A gente não pode nem encostar nelas, que elas já querem parar o jogo”, comentou Léo. Isabela Sousa da Silva, de 12 anos, nem liga para o comentário. Conseguindo a bola emprestada e jogando com as três amigas é o suficiente. Entre as quatro, Isa e a amiga Talita Santos, de 13 anos, pensam em se tornarem jogadoras profissionais. A inspiração é a atleta Marta. A brasileira Marta Vieira da Silva atua como atacante e atualmente joga na Suécia. Ela já foi escolhida como melhor futebolista do mundo por cinco vezes consecutivas — um recorde entre mulheres e homens. Marta ganhou destaque nos Jogos Pan-americanos de 2007 quando chegou a ser comparada a Pelé — sendo chamada pelo mesmo de o “Pelé de Saias”. Futebol de rua desperta sentimento de nostalgia 783 120 450 Para muitos, quando o as- sunto é futebol de rua, o sen- timento de nostalgia é des- pertado. É o caso do agente da Vara da Infância e da Ju- ventude Carlos Roberto Lon- guini, de 53 anos, que guar- da boas memórias dos cam- pinhos de pelada no bairro Jardim Chapadão. O agente tem lembranças de como os amigos — todos moradores do mesmo bairro — capina- vam os terrenos para servi- rem de campo de futebol. “Pegávamos enxada para ca- pinar o mato, fazíamos tra- ves de madeira ou bambu e passávamos as tardes jogan- do. Nem sei quantos campi- nhos tivemos.” Há alguns anos, Longuini tentou manter a tradição da infância, reunindo os ami- gos para jogos informais em clubes da cidade. “Por um período deu certo, mas com o passar do tempo os encon- tros começaram a esfriar”. Se isso acontece com os adultos, algumas crianças também não sabem o que é brincar na rua e preferem o videogame ou a internet. “Os pais, muitas vezes, têm medo de deixarem os filhos brincando na rua pela violên- cia. Atividades como video- game ou internet acabam ocupando o tempo livre da criança em casa, pois é o am- biente considerado mais se- guro”, disse a coordenadora do curso de graduação da Fa- culdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Elaine Prodócimo. (GS/AAN) METROS A tradição das peladas Gláucia Santinello CLUBES GRAMAS Não há UNIFORMES, nem campos oficiais. Os TIMES são divididos na hora e a duração da partida é estabelecida pelo número de GOLS: metade no 1º tempo e metade depois do ‘vira’, no 2º. Nem sempre a BOLA é perfeita, mas isso não importa. Assim como não importa se o SOL está forte ou se a NOITE vem caindo. A PAIXÃO pelo futebol fala mais alto, e o IMPROVISO é o principal ingrediente para manter... glaucia.santinello@rac.com.br Profissionais disputam campeonatos em todo o Brasil. É a medida máxima entre os gols de campo de futebol oficial. REPORTAGEM ESPECIAL Brincando com a bola É o peso máximo da bola defutebol oficial. O mínimo é 410. Garoto bate bola em campo de cimento na região do Campo Belo, em Campinas: clima de final de tarde é mais ameno e desgaste com o sol tem menos impacto Foto: Leandro Ferreira/AAN A14 CORREIO POPULAR CIDADES Campinas, domingo, 13 de maio de 2012 Livro retrata prática em várias partes do mundo Pequeno jogador tem que dar lugar aos ‘grandões’ Futebol sem fronteiras é o tí- tulo do livro do geógrafo, jornalista e fotógrafo brasi- leiro Caio Vilela. Publicado pela editora Panda Books, o material dá uma noção de como o futebol é pratica- do sem compromisso em várias partes do mundo. Em 120 páginas, o livro reúne imagens que mos- tram como uma partida po- de ser improvisada em qualquer lugar do mundo como, por exemplo, na Mu- ralha da China ou em um mosteiro budista em Mian- mar. Durante cinco anos, Vilela viajou pelos quatro cantos do planeta e regis- trou descompromissadas partidas em diferentes cul- turas. Uma das imagens inusitadas, por exemplo, mostra cambojanos baten- do bola ao lado de “elefan- tes-táxis”. Em seu site, o fotógrafo explica que a ideia de tirar fotos de futebol de rua em todos os lugares do mundo ocorreu em uma tarde en- solarada no centro do Irã, em 2004. Depois de levar um tiro acidental vindo de uma brincadeira de crian- ças que estavam em frente de uma fachada islâmica impressionante, ele perce- beu o quanto seria interes- sante iniciar a fotografar momentos de lazer univer- sais e efêmeros, que aconte- cem em todos os tipos de lugares. “Eu fiz a maioria das imagens com o foco no fo- tojornalismo,sempre ten- tando capturar o futebol, de preferência na frente de paisagens e ícones marcan- tes dos países retratados. Outras imagens foram fei- tas com uma visão mais ar- tística e conceitual. O obje- tivo foi o de construir uma rica variedade de imagens, mostrando o futebol como uma forma de arte e o ex- pondo como uma lingua- gem universal, nobre ex- pressão de uma cultura glo- bal e uma ferramenta de paz para o futebol mun- dial”, explicou Vilela. (GS/ AAN) Coordenadora de pedagogia da Unicamp Empresário Jornalista e escritor Diariamente no campinho do bairro Parque Floresta, na re- gião do Campo Grande, em Campinas, por volta das 16h30, os pequenos são expul- sos pelo grupo dos maiores, li- teralmente. A expulsão não é violenta. Não existe truculên- cia ou agressividade. É uma re- tirada forçada — como toda a ação que o verbo representa, mas ao mesmo tempo ela é si- lenciosa. É como um pacto que foi sendo firmado ao lon- go da convivência entre os dois grupos que cultivam a mesma paixão: a pelada diária da tarde. Quando os maiores chegam, os menores saem do campinho e vão para a rua, ao lado do campo de futebol co- munitário. É simples. No jogo dos maiores — que já é tradicional no bairro, especialmente aos finais de se- mana — cada partida tem 10 minutos, sendo que no primei- ro jogo, o tempo não conta. “O primeiro é só para aque- cer. Depois de terminado, o ti- me vencedor fica em campo; o que perdeu sai e o novo ad- versário entra para a disputa”, explicou Cesar Rafael Dalcico, de 21 anos. Os que estão espe- rando a vez de jogar ficam es- perando atrás da trave do cam- pinho. Nesses casos, os jogado- res que ficam esperando pela vez ficam como gandulas. Co- nhecido também como apa- nha-bolas, o gandula é a pes- soa responsável por buscar as bolas que são jogadas para fo- ra do campo em uma partida de futebol. Diz a sabedoria po- pular que essa função surgiu depois da construção do Mara- canã — é que muitas bolas caíam no fosso e precisavam ser apanhadas por alguém. As regras do futebol são re- plicadas nos jogos do campi- nho do Parque Floresta, com exceção de algumas. No cam- pinho não existe impedimen- to, por exemplo, pelo próprio espaço do lugar. Juiz também não existe, tudo é negociado. E em caso de empate, é o time que venceu primeiro que tem a vez da jogada para o desem- pate. No campo, o que vale é a brincadeira e a paixão pelo es- porte, garante Renan Lopes Cláudio, de 17 anos. No jogo entre os maiores, a idade dos jogadores começa aos 12 anos e vai até os 25. “Somos todos amigos, a maioria nasceu e cresceu no bairro. Até mesmo com os menores, a relação é tranquila. Muito difícil ter bri- ga. Discussão é normal em to- da a partida de futebol que se preze, mas é normal”, comen- tou Cláudio. As partidas aca- bam por volta de 18h30 ou 19h porque muitos frequen- tam a escola à tarde. Para Maria Márcia Sigrist Malavasi, coordenadora do curso de Pedagogia da Facul- dade de Educação da Universi- dade Estadual de Campinas (Unicamp), as atividades cole- tivas, especialmente na infân- cia e na adolescência, são im- portantes para o aprendizado do indivíduo se socializar, a se relacionar. “Esses espaços co- letivos — seja no campinho, na rua ou em uma viagem em grupo — servem para que as pessoas aprendam muito do que é o relacionamento huma- no, principalmente o respeito ao outro, além de aprender a saber ganhar e perder”, afir- mou. (GS/AAN) Bom motorista e passeio à tarde ajudam a achar os jogos As lembranças mais saudosas da minha infância são as peladas com a molecada da rua. O jogo era improvisado; o nosso campo de futebol era um canteiro na Avenida dos Esportes (hoje, a Avenida é a Ayrton Senna da Silva), no Jardim Proença – bairro onde nasci e morei por muitos anos. Comecei a jogar bola já com 8 anos de idade e me lembro que uma chuva arrasou com o nosso canteiro, que acabou sofrendo uma erosão e um buraco se formou. Mas não nos importamos e jogávamos dentro do buraco mesmo. Em uma das tardes, nos deparamos com um fogão velho no lugar e nada nos fazia parar. Era uma alegria e pura diversão. Mesmo com as brigas e discussões nas partidas, nos reuníamos todos os dias e outro dia era outro dia e tudo voltava ao normal. Muitos apelidos, especialmente aos pernas de pau. Como a escolha dos times era no par ou ímpar; quem sabia jogar melhor era escolhido primeiro. E era bem desconfortável ser escolhido por último. Ninguém queria ser o último. Acho que todo o menino quer ser (e se acha) o melhor com a bola no pé. E acredito que todo garoto sonha em ser jogador de futebol. Na minha época, os meus ídolos eram o Dicá, o Oscar e o Marco Aurélio. Para mim, o futebol me ensinou a lidar com as minhas próprias frustrações, porque aprendi que – assim como na vida – existem as perdas e os ganhos. Não recrimino as crianças que preferem jogar videogame ou navegar na internet. Só acho que, além da importância do exercício físico na vida de qualquer pessoa, a infância é única. Essa fase da vida é para estar junto de amigos para se divertir. Tenho saudades da minha infância e me lembro nitidamente das brincadeiras de rua que eu participava. Ao passar pela rua onde nasci e cresci, me emociona muito. ‘Lembro que uma chuva arrasou com o nosso canteiro, que acabou sofrendo erosão, e um buraco se formou. Não nos importamos e jogávamos dentro do buraco. Em uma das tardes, nos deparamos com um fogão velho no lugar. Mas nada nos fazia parar’ ‘Conduzir a bola descalço, num daqueles buracos, já seria uma façanha. Driblar perto da ribanceira sem deixar a bola escorrer por ela, a façanha ainda era maior. Garrincha praticava as duas proezas com a maior das facilidades’ ‘Esses espaços coletivos, seja no campinho, na rua ou em uma viagem em grupo, servem para que as pessoas aprendam muito do relacionamento humano, principalmente o respeito ao outro, além de aprender a saber ganhar e perder’ Luis Gustavo Lopes, empresário, 42 anos LUIZ GUSTAVO LOPES RUI CASTRO A coordenadora do curso de gra- duação da Faculdade de Educa- ção Física da Universidade Esta- dual de Campinas (Unicamp), Elaine Prodócimo, afirma que a preservação de uma atividade que vai sendo transmitida de pais para filhos e que já fez parte do lúdico de diferentes gerações — como as brincadeiras de rua — gera benefí- cios motores, sociais e pessoais para as crianças. “É importante que os pais compreendam que criança precisa de tempo para ser criança. Os pais devem buscar es- tar presentes na vida do filho, pro- curando dar qualidade ao tempo dedicado a ele”, afirmou. PONTO DE VISTA Fotos: Leandro Ferreira/AAN MARIAMÁRCIASIGRISTMALAVASI ‘A criança precisa de tempo para poder ser uma criança’ Momento de expectativa em uma das partidas disputadas no campinho de chão batido de uma área pública do Parque Floresta: nada de juiz ou impedimento nas regras Meninas do Parque Floresta mostram que a paixão não é só deles Um dos desafios do fotógrafo Caio Vilela é encontrar as crianças jogando bola. Ele conta em seu site que o procedimen- to é simples: o ideal é chegar em uma nova cidade no meio do dia. O primeiro passo é conversar com quatro ou mais motoristas de táxi para saber onde exis- tem as partidas da tarde de todos os dias. Depois disso, é hora de escolher o motorista mais comunicativo para um passeio de carro, a partir das 16h30. “Is- so nunca falha”. Pelo menos na África, Oriente Médio, América Latina e Ásia. Não é tão fácil no Hemisfério Norte. Visi- tar clubes profissionais e amadores ou estádios lotados nos dias de jogo tam- bém são as “táticas”. Para Vilela, com al- gum planejamento e um bom motorista, um material abrangente e completo po- de ser produzido em três ou quatro dias. FUTEBOL DE RUA As regras A BOLA O GOL O CAMPO - Pode ser qualquer coisa que lembre uma esfera e que seja do tamanho de uma bola de futebol. Na falta de uma de verdade - ou se o dono dela não quiser emprestar a dele - pode ser usada uma latinha, uma pedrinha ou algum outro objeto. A bola pode até estar murcha. - Pode ser demarcado com tijolos, pedras,chinelos, sapatos e até camisetas emboladas. O importante é manter o mesmo tamanho dos dois lados e para isso, o mesmo jogador deve marcar com uma sequência de passos de seus pés de um lado e aplicar a mesma medida do outro. Três ou quatro "pezadas" , dependendo do tamanho do pé do jogador. - Pode ser leito de uma rua plana em um lugar de pouco tráfego. Se a rua estiver numa viela sem saída, melhor ainda. No entanto, o campo também pode incluir uma ou até as duas calçadas, dependendo da importância do jogo. O JUIZ DURAÇÃO OS TIMES - No futebol de rua, não tem juiz. Apito nem pensar. - Normalmente 5 minutos vira e 10 minutos acaba a partida. Mas isso pode ser mais ou menos. Ou o jogo pode acabar quando a mãe do dono da bola chamar. Ou quando a mãe da maioria dos jogadores de um time chamar. Ou ainda quando algum vizinho ameaçar chamar a polícia. Em algumas turminhas de futebol de rua mais democráticas, por assim dizer, o tempo nem é contado. O que vale é a pontuação. Dois gols acabam a partida e entra o próximo time, se tiver esperando para o jogo. - O número de jogadores varia. O mínimo é de dois por time, mas não é regra fixa. Nem sempre os dois times precisam ter a mesma quantidade de atletas. INTERRUPÇÕES SUBSTITUIÇÕES REGRAS - Se a bola quebrar uma janela ou um vaso, por exemplo. Ou quando passar uma vizinha bonita. Ou quando passarem carros ou ônibus. Ou ainda, quando as meninas querem jogar. Os meninos preferem emprestar a bola, esperar elas jogarem e retornar a partida depois. - Só no caso de a mãe de algum jogador chamá-lo mais cedo para casa. - Se a bola for para a calçada é fora; lateral do time adversário; Bola prensada é da defesa; Pediu falta, parou; Pênalti e gol é gol; Um time joga sem camisa e o outro, com, mas nem sempre; O goleiro pode jogar na linha; Bola na mão não é falta; Não tem impedimento; A saída depois de um gol pode ser dada como se fosse um tiro de meta; Não precisa esperar o time comemorar o gol para dar a nova saída; Editoria de Arte/AAN CIDADES CORREIO POPULAR A15 Campinas, domingo, 13 de maio de 2012