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A disfunção sistólica ocorre quando o coração é incapaz de impulsionar sangue para o organismo. Os mecanismos que levam a insuficiência cardíaca sistólica pode ser insuficiência miocárdica, sobrecarga de volume ou sobrecarga de pressão. A insuficiência miocardica deprime a capacidade do coração de compensar a diminuição do debito cardíaco. Estenose subaortica e a hipertensão arterial sistêmica no lado esquerdo, dilofilariose e a estenose pulmonar do lado direito. da ativação do sistema reninaangiotensina- aldosterona e da liberação do hormônio antidiurético (vasopressina). > A função do sistema cardiovascular é manter a pressão arterial e o fluxo sanguíneo normal, enquanto mantém normais as pressões do sangue venoso e dos capilares. > A manutenção da pressão do sangue arterial e do debito cardíaco é necessária para providenciar uma adequada oxigenação do fluxo sanguíneo e distribuição de nutrientes vitais para os tecidos, bem como pra remover os tecidos metabólicos destes. > Insuficiência valvar é uma das causas mais comuns de disfunção sistólica encontrada em veterinária, pois permite a ejeção retrógrada (regurgitação) de sangue ao átrio correspondente durante a sístole, diminuindo Não podendo bombear sangue para a aorta ou para a artéria pulmonar o suficiente para manter a pressão arterial (insuficiência cardíaca de baixo débito); não podendo esvaziar de forma adequada os reservatórios venosos (insuficiência cardíaca congestiva); Introdução > Doença cardíaca é uma anomalia estrutural do coração que pode ou não resultar em insuficiência cardíaca. > Insuficiência cardíaca é o estado fisiopatológico que ocorre quando o coração não consegue manter um ritmo apropriado requerido pelo metabolismo tecidual ou somente funciona em elevadas funções. > O coração, como qualquer bomba, possui apenas duas formas de tornar-se insuficiente: > Os mecanismos neurormonais também têm efeitos de grande importância, a síndrome clinica da insuficiência cardíaca congestiva resultam da ativação crônica e excessiva de diversos mecanismos neurormonais compensatórios. > Alterações neurormonais mais importantes na insuficiência cardíaca incluem aumento no tônus nervoso simpático, da atenuação do tônus vagal, Laís Ohogusiku França InsuficiênciaInsuficiênciaInsuficiência CardíacaCardíacaCardíaca Clínica Médica Veterinária Insuficiência de miocárdio Cardiomiopatia dilatada Cardiomiopatia de sobrecarga Sobrecarga de volume Endocardiose valvular Endocardite infecciosa Doenças congênitas com comunicação anormal (persistência do ducto arterioso, defeito do septo ventricular) Tireotoxicose Sobrecarga de pressão Dirofilariose Doenças congênitas com aumento de pressão na via de saída ventricular (estenose subaórtica, estenose pulmonar) Insuficiência diastólica Cardiomiopatia hipertrófica Cardiomiopatia restritiva Tamponamento pericárdico necessita, diminuindo o volume ejetado e dificultando o retorno venoso. Há diminuição do débito cardíaco e o coração não supre as demandas metabólicas dos tecidos. Causas principais de IC o avanço do fluxo sanguíneo e reduzindo o debito cardíaco. > As disfunções diastólicas estão associadas varias doenças ou desordens com por exemplo a cardiomiopatia dilatada hipertrófica e isquemia. Renina-Angiotensina- Aldosterona > O sistema renina-angiotensina-aldosterona é um complexo sistema neurohormonal compensatório que tem como função manter normal a pressão sanguínea e a perfusão dos tecidos, quando o debito cardíaco for reduzido. > A redução da perfusão renal é detectado pelo barorreceptor renal resultando na liberação de renina. > A renina inicia uma cascata que resulta na formação de angiotencina II, um potente vaso constritor, ela também leva a ativação do sistema nervoso simpático e aumento na síntese de e liberação de aldosterona da zona glomerular do córtex adrenal. > A aldosterona causa retenção de sódio nos túbulos renais distais, promovendo a retenção de líquidos, ela promove também, fibrose do miocárdio e da musculatura lisa vascular. > A ativação do SNS: o sistema nervoso autonômico possui um papel crucial na compensação da insuficiência cardíaca. > Porque o coração falha? Resumidamente: IC ocorre quando o coração bombeia menos sangue do que o organismo Laís Ohogusiku França Clínica Médica Veterinária IC pode advir por diminuição da contratilidade cardíaca (insuficiência de miocárdio), aumento da pressão na via de saída do ventrículo (sobrecarga de pressão), aumento crônico de volume nas câmaras cardíacas (sobrecarga de volume) ou por dificuldade no enchimento ventricular (insuficiência diastólica). Independente do mecanismo, a ICC é o resultado da diminuição crônica do DC e da resposta do organismo visando a normalização da PA. Porque a IC é uma doença progressiva? > Os mecanismos compensatórios ativados durante a IC são os principais responsáveis pela progressão da doença 1ª pois causam morte das células cardíacas. > Vasoconstricção, taquicardia e aumento da contratilidade aumentam o consumo de oxigênio pelo miocárdio, diminuindo a vida útil das células. > A ativação neuroendócrina (sistema renina- angiotensina-aldosterona e noradrenalina) interfere com a síntese proteica intracelular causando hipertrofia e morte celular, que pelo menos em parte é devida a apoptose (morte celular programada). > Cada célula que morre, aumenta o trabalho das que sobrevivem, acelerando a morte das células remanescentes. Isto gera um ciclo vicioso com agravamento progressivo e constante da doença cardíaca até a morte do paciente. > As células remanescentes estarão fadadas a morrer por apoptose ou necrose. > Nodradrenalina, angiotensina II e aldosterona estão envolvidas no processo de morte celular das células cardíacas na IC. Como avaliar a severidade da IC? > Avaliação da severidade de IC é importante para a escolha da terapia a ser utilizada. > A classificação desenvolvida pelo International Small Animal Cardiac Health Council, parece ser a mais adequada para uso em animais de companhia. Estes mecanismos causam primariamente a vasoconstricção, taquicardia e retenção de sódio e água. A taquicardia aumenta o DC (e a PA, que é o produto do DC pela resistência vascular periférica), enquanto a vasoconstricção aumenta a resistência vascular, e consequentemente também a PA. O aumento do volume circulante também eleva a PA e o DC, favorecendo a perfusão tissular. Como o organismo responde a IC? > A diminuição crônica do DC, causa diminuição da PA levando a ativação de mecanismos compensatórios que tentam restabelecê-la. > Os mecanismos compensatórios que aumentam a PA, quando ativados cronicamente, contribuem para os sinais clínicos observados nos pacientes com IC. > A retenção de sódio e água leva a congestão, ascite, efusão pleural, edema pulmonar e de membros. > Outros sinais incluem dispneia (por edema pulmonar ou efusão pleural), taquicardia e outras alterações na auscultação como presença de ritmo de galope, sopros e arritmias. Laís Ohogusiku França Clínica Médica Veterinária A baixa do DC causa cansaço, intolerância ao exercício, pulso fraco e extremidades frias. Fármacos que modulam a intensidade da compensação (por exemplo, diuréticos para contrabalançar a retenção de sódio e água) são utilizados para controlar os sinais clínicos na IC. Bloqueio farmacológico destes hromonios ou de suas vias metabólicas, prolonga a sobrevivência de pacientes com IC. Diuréticos Diuréticos são utilizados para diminuir o volume circulante e combater a retenção de sódio e água existente na ICC. Os principais diuréticos utilizados em cardiologia são os diuréticos de alça (furosemida), as tiazidas (hidroclortiazida e clortalidona) e os antagonistas de aldosterona (espironolactona). Furosemida: É o diurético de primeira escolha em pacientes com ICC. Quando administrada IV no cão, inicia a sua ação em 5 minutos com pico de 30 minutos, a duração de efeito é de 2 horas. É rapidamente absorvida por VO, iniciando sua ação em 60 minutos, compico em 1 a 2 horas e duração de efeito é de 6 horas. A dose no cão varia de 1 mg/kg SID até 4 mg/kg TID. A dose de furosemida no gato varia de 0,5 mg/kg a cada 48/72 horas até 2 mg/kg BID. Animais com edema pulmonar requerem doses IV mais altas. Tiazidas: São diuréticos que atuam no túbulo contorcido distal. Ao contrario do que gatos com IC, se adequadamente tratados e alimentados, não perde peso. > A dieta para cardiopatas deve, além de conter poucas quantidades de sódio, ser balanceada e conter níveis adequados de taurina. Perda de peso em um paciente com ICC é sinal que a dieta não esta propiciando a quantidade de calorias necessárias e que o paciente não esta sendo tratado adequadamente. I – assintomático Ia – sinais de doença cardíaca sem cardiomegalia Ib – sinais de doença cardíaca com cardiomegalia II – insuficienca cardíaca leve a moderada – sinais clínicos de IC são evidentes em repouso ou com exercícios leves, comprometendo a qualidade de vida III – insuficiência cardíaca severa – sinais clínicos de IC são imediatamente óbvios IIIa – terapia em casa é possível IIIb – hospitalização é recomendável (choque cardiogênico, edema pulmonar, efusão pleural, ascite) Dieta Restrição de sódio na dieta é uma forma de diminuir o volume circulante em pacientes com IC. O maior beneficio do uso de dietas com restrição de sódio é a diminuição da dose de diuréticos. Várias dietas comerciais e caseiras possuem concentração de sódio abaixo de 0,25% da matéria seca em cães e abaixo de 0,3% em gatos. Os pacientes que mais se beneficiam da dieta são os com insuficiência cardíaca refratária. A dieta com restrição de sódio não deve ser iniciada em pacientes sem congestão e edema. A caquexia cardíaca não deve ser considerada como uma alteração inevitável. A maioria dos cães e > Pacientes com sinais de doença cardíaca (por exemplo, sopro) sem sinais de IC (sinais decorrentes do baixo DC ou congestão e edema) são classificados na classe funcional I. Tratamento da IC Laís Ohogusiku França Clínica Médica Veterinária São fármacos que tratam os sinais clínicos de congestão, edema e efusões cavitárias. Vasodilatadores arteriais e mistos Vasodilatadores arteriais revertem a vasoconstricção causada pela ativação neuroendócrina, diminuindo o gasto de energia do coração durante a ejeção de sangue pelo ventrículo. Com exceção dos Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA), todos os demais vasodilatadores ativam o sistema renina- angiotensina, favorecendo a progressão da doença. Hidralazina; Bloqueadores de cálcio: Amlodipina é o único bloqueador de cálcio que não aumenta a mortalidade em pacientes humanos com IC. Amlodipina reduz os sinais de IC e melhora a tolerância ao exercício. Amlodipina tem uma meia vida de 30 horas e precisa de 4 a 7 dias para atingir o platô de concentração. A dose de amlodipina em cães com IC é 0,05 mg/kg VO BID, podendo ser elevada até 0,2 mg/kg. Amlodipina pode ser usada em pacientes com IC refratária ou no tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Ditiazem é outro bloqueador de cálcio usado em cardiologia para controle da frequência ventricular em pacientes com fibrilação atrial. Inibidores da ECA: simpatomiméticas (dopaima e dobutamina) ou inibidores da fosfodiesterase III (amrinona e milrinona). Todas estas drogas precisam ser administradas através de infusão continua. Elas tem propriedades arritmogênicas e as aminas simpatomiméticas (especialmente dopamina) podem causar hipertensão. Estas drogas não devem ser usadas sem monitoração eletrocardiográfica e de pressão arterial. Espironolactona: É um inibidor competitivo da aldosterona que atua nas porções distais dos túbulos contorcidos distais e nos ductos coletores. O seu efeito é mínimo em animais normais, porque as concentrações de aldosterona estão baixas. Quanto maior o aumento da aldosterona, maior o efeito diurético da espironolactona. Como os maiores aumentos na concentração de aldosterina ocorrem em cães com ICC, a espironolactona é mais eficaz no bloqueio sequencial do nefron em pacientes com ascite refratária. A dose oral é de 2 a 4 mg/kg SID. Ela é bem absorvida por VO, mas demora até 72 horas para atingir o pico de ação. Agentes inotrópicos positivos: Pacientes com insuficiência miocárdica grave que correm risco de vida iminente, podem receber inotrópicos injetáveis. Estas drogas são usualmente aminas acontece em medicina humana, as tiazidas não são usadas isoladamente em cães e gatos com IC. O seu uso é sempre associado à furosemida em pacientes que não estão respondendo a terapia com um único diurético. As tiazidas tem um efeito sinérgico com os diuréticos de alça. Como as tiazidas agem em uma porção mais distal do néfron do que a furosemida, esta manobra é conhecida como bloqueio sequencial do nefron, usada especialmente em cães com edema pulmonar refratário. A dose inicial de hidroclortiazida é de 2 a 4 mg/kg a cada 72 horas a fim de evitar uma depleção de volume muito intensa. O intervalo de administração pode ser diminuído para até 12 horas em pacientes que não responderam nas doses iniciais. Em gatos a hidroclortiazida é usada na dose de 1 a 2 mg/kg, na mesma frequência que no cão. Laís Ohogusiku França Clínica Médica Veterinária É um aminoácido sulfurado que é essencial para a manutenção da função miocárdica em mamíferos. Deficiência de taurina é a principal causa de cardiomiopatia dilatada em gatos. A taurina é um aminoácido essencial no gato, mas não no cão. Apesar disto, deficienca de taurina é uma das causas de cardiomiopatia dilatada em cães, especialmente em raças não predispostas a cardiomiopatia dilatada. Cocker spaniel americano com cardiomiopatia dilatada costuma melhorar quando recebem suplementação com taurina e L-carnitina. Taurina é melhor administrada em gatos e cães na dose oral de 250 mg BID por aproximadamente 4 meses. Melhora clinica é evidenciada em 2 semanas. . Inibidores da ECA são usados em todos os cães e gatos com insuficiência cardíaca congestiva. Fármacos que diminuem a progressão da IC > Os mecanismos compensatórios ativados durante a IC, especialmente a ativação neuroendócrina, são os principais responsáveis pela progressão da doença cardíaca primaria. > O sistema renina-angiotensina-aldosterona e o sistema nervoso simpático levam a morte celular e deterioração da função cardíaca. Estratégia terapêutica na IC São os vasodilatadores mais usados porque apresentam menos efeitos colaterais e prolongam o tempo de sobrevivência do paciente. Os principais inibidores da ECA: Enalapril, captopril, benazepril e lisinopril. Em doses equivalentes, eles possuem ações similares, embora o captopril causa mais anorexia que as demais drogas deste grupo. Venodilatadores: Drogas com ação venodilatadora diminuem a pressão venosa por causarem ao dilatarem as veias. São usadas no tratamento emergencial do edema pulmonar (nitroglicerina) ou no tratamento da IC refratária (isossorbide). O dinitrato de isossorbide é um venodilatador que pode ser usado oralmente em cães. É um fármaco utilizado em cães com IC refrataria. O maior problema com o uso crônico de nitratos é o desenvolvimento de tolerância. A dose recomendada em cães varia de 0,25 a 2 mg/kg dados por VO BID a QID. Nutricêuticos Carnitina: L-carnitina é uma amina quaternária sintetizada no cão a partir da lisina e da metionina. Carnitina é importante na produção de energia no miocárdio por transportar ácidos-graxos através da membrana mitocondrial. Ela também auxilia na detoxificação mitocondrial ao ligar-se a grupos químicos potencialmente tóxicos (especialmente grupos acil) e transportá-los para a mitocôndria como ésteres de carnitina. Taurina Laís Ohogusiku França Clínica Médica Veterinária Os inibidores da ECA foram as primeiras drogas que propiciaram um aumento significativo da expectativa de vida em cães com IC avançada. A dose utilizada deve ser a mínima eficaz (0,5 a 1,0 mg/kg SID ou BID). Inibidores da ECA podem ser utilizados mesmo em pacientes sem congestão.A dieta com restrição de sódio também pode ser iniciada. Nesta fase é mais fácil para o paciente adaptar-se uma mudança da dieta, porque os sinais não são tão intensos e a ocorrência de anorexia é menor do que em estágios mais avançados da IC. Digitálicos podem ser utilizados em pacientes na classe funcional II, especialmente em animais com miocardiopatia dilatada. Drogas que previnem o remodelamento cardíaco e prolongam a sobrevivência devem ser iniciadas nesta fase. Os pacientes com IC classe funcional II devem ser exercitados. A atividade física rotineira é benéfica, porque diminui a FC, aumenta a reserva cardiovascular, aumenta o fluxo sanguíneo e diminui o acumulo de lactato durante o esforço. Deve-se manter um programa de exercícios que aumente gradativamente a capacidade aeróbica do paciente. Paciente com IC severa (classe funcional IIIa) Pacientes com classe funcional IIIa não necessitam de hospitalização e podem ser tratados em casa. Estes pacientes devem receber dieta com restrição de sódio, digitálicos, furosemida e inibidores da ECA. Nesta classe funcional a furosemida também deve ser usada na dose mínima eficaz, que costuma ser mais alta que nos pacientes Pacientes assintomático (classe funcional I) Deveriam, a principio, receber drogas que prolongassem a sobrevivência. Infelizmente, não existem estudos comprovando que a adição de inibidores da ECA, beta-bloqueadores ou inibidores de aldosterona aumentem a sobrevida de cães e gatos com IC classe funcional I. Inibidores da ECA retardam o aparecimento de sinais de ICC em um grupo de dobermanns com cardiomiopatia dilatada. Em cães com endocardiose de mitral a adição de inibidores da ECA nesta fase, não retarda o aparecimento de IC. Animais com endocardite bacteriana devem ser tratados com antibióticos que atuem contra as bactérias presentes do endocárdio. Pacientes com cardiomiopatia hipertensiva e tireotoxicose também precisam de tratamento da causa 1ª. É importante que não se use dietas com restrição de sódio ou diuréticos nesta fase. Como não existe congestão e edema, não há necessidade de diminuição do volume circulante. Paciente com IC leve a moderada (classe funcional II) Pacientes com sinais de congestão ou edema devem receber drogas que diminuam a retenção de sódio e água. Diuréticos são as drogas mais eficazes no combate a congestão e edema. Laís Ohogusiku França Clínica Médica Veterinária O diurético de eleição em pacientes nesta classe é a furosemida. Além disso, diuréticos e dieta com restrição de sódio ativam o sistema renina-angiotensina, potencialmente diminuindo a expectativa de vida do paciente. Sempre que um cardiopata receber dieta com restrição de sódio ou diuréticos, é imperativo que seja associado um inibidor da ECA para bloquear o sistema renina-angiotensina. Inibidores da ECA devem ser utilizados em todos os pacientes na classe funcional IIIa, porque além do efeito cardiovascular, eles aumentam a expectativa de vida de cães com ICC nesta fase. A dieta com restrição de sódio é recomendada na classe funcional IIIa, porque pode diminuir as necessidades diárias de furosemida. Os digitálicos são usados em todos os pacientes nesta fase, porque as suas ações neuroendócrinas são benéficas durante a ICC. Paciente com IC severa (classe funcional IIIb) Necessitam de hospitalização!!! As medidas iniciais devem ser dirigidas a estabilização do paciente, melhora da respiração, diminuição do edema e da efusão e aumento do DC. Recebem furosemida, inibidor da ECA, digitálico e dieta. Recebem furosemida, inibidor da ECA, digitálico e dieta. A sobrevivência do animal vai depender inicialmente do diurético, de venodilatadores e de oxigênio. com classe funcional II (usualmente 1,0 a 2,0 mg/kg BID ou TID). São classificados como IIIb animais com dispneia severa, por edema pulmonar ou efusão pleural graves e que ponham em risco a vida do paciente. Devem ter restrição de exercícios até que os sinais melhorem. Deve ser tratado como emergência. A furosemida deve ser administrada por via parenteral (1 a 2 mg/kg IV ou SC, BID ou TID). A 1ª dose hospitalar da furosemida pode ser alta (2 a 4 mg/kg IV), porque ela precisa ser secretada nos túbulos renais. Venodilatadores, especialmente a nitroglicerina, são uteis no tratamento agudo do edema pulmonar. Toracocentese deve ser feita em todos os pacientes com efusão pleural severa o suficiente para estar comprometendo a respiração. Pacientes com classe funcional IIIb estão utilizando toda a reserva cardiovascular durante o repouso. Consequentemente, qualquer exercício, por menor que seja, pode exacerbar os sinais clínicos. Estes pacientes devem ter restrição absoluta de exercícios. Animais nesta fase estão usualmente anoréticos. É muito mais importante nesta fase a ingestão de calorias do que a restrição de sódio. Dietas hipercalóricas são ideais, porque é improvável que o animal ingira de outra forma a quantidade de calorias necessárias durante a crise. Inibidores da ECA são mantidos, mas b- bloqueadores estão contraindicados nestes pacientes, porque causam inicialmente uma diminuição do DC. Espironolactona pode ser usada como segundo diurético, especialmente nos pacientes com IC direita. Laís Ohogusiku França Clínica Médica Veterinária Pacientes com IC refratária > Pacientes que continuem com sinais clínicos de congestão e edema apesar de estarem sendo tratados com os 4 D’s, são considerados pacientes com IC refratária. > O primeiro passo nestes pacientes é tentar identificar complicações cardíacas ou extra- cardíacas que possam estar dificultando a terapia. > As principais causas cardiovasculares de descompensação da IC são a fibrilação atrial, a ruptura de cordas tendíneas em cães com insuficiência de mitral e a hipertensão arterial. > Causas não cardiovasculares de resistência a terapia incluem todas as situações em que haja ativação do sistema nervoso simpático. Fibrilação atrial > É uma arritmia frequente em cães com cardiomiopatia dilatada e que ocasionalmente acomete cães com endocardiose de mitral. > Durante a fibrilação atrial, as células atriais não despolarizam de uma forma sequencial, fazendo com que a contração atrial desapareça. > Além disso, ocorre estimulação do nodo AV quase constante, resultando em uma frequência ventricular muito alta e irregular. . Em cães e gatos as principais complicações não cardiovasculares são: anemia, infecções, estresse e hipertireoidismo. > Enquanto o ritmo não for normalizado ou a frequência ventricular diminuída, a IC persistirá. > Em cães e gatos, o objetivo da terapia é diminuir a frequência ventricular. Nestes pacientes, a lesão cardíaca está tão avançada que a conversão do ritmo para ritmo sinusal não é uma meta realista. > A diminuição da resposta ventricular pode ser obtida aumentando-se o período refratário do nodo AV através do uso de digitálicos (por seu efeito de parassimpatomimético), b-bloqueadores ou bloqueadores de canais de cálcio (especialmente o diltiazem). > Em cães e gatos, o ideal é manter a FC abaixo de 150 bpm. > Digitálicos devem ser usados em todos os pacientes com fibrilação atrial, pois além do controle da resposta ventricular, eles uamentam a força de contração cardíaca sem aumentar a mortalidade e tem efeitos neuroendócrinos vantajosos. > B-bloqueadores (atenolol ou propranolol) ou diltiazem são usualmente associados aos digitálicos para o controle da resposta ventricular em cães e gatos com fibrilação atrial. o diltiazem é utilizado durante a IC, porque ele diminui menos a contratilidade que os b-bloqueadores. Compressão do brônquio principal esquerdo > Compressão do brônquio principal esquerdo ocorre em cães em todas as situações em que o AE esteja muito aumentado. > Alguns pacientes, especialmente na endocardiose de mitral, apresentam sinais de compressão muito antes de apresentarem IC. Laís Ohogusiku França Clínica Médica Veterinária > A terapia visa diminuir o tamanho do átrio e consequentemente a compressão. > Em pacientes sem ICe que não estejam sendo tratados, a droga de eleição para o inicio do tratamento é um dos inibidores da ECA. > Diuréticos não são tão eficazes neste caso e não devem ser usados em pacientes sem congestão ou edema. > A adição de hidralazina (0,5 mg/kg BID) resolve os sinais clínicos em quase todos os pacientes refratários aos inibidores da ECA. > Cães que ainda continuam tossindo, mesmo recebendo um inibidor da ECA e hidralazina, são candidatos a receberem drogas antitussígenas. Gatos com cardiomiopatia hipertrófica > Tem dificuldade no enchimento ventricular devido à hipertrofia concêntrica severa do VE que diminui a luz ventricular. > Pacientes com insuficiência diastólica não são beneficiados pelo uso de agentes inotrópicos positivos, como os digitálicos. > Agentes vasodilatadores devem ser usados com cuidado, porque alguns pacientes tem obstrução na vida de saída do ventrículo e podem ficar hipotensos com o uso de vasodilatadores. > Diuréticos devem ser usados com cautela, porque a diminuição do volume circulante pode comprometer ainda mais o enchimento ventricular. Furosemida deve ser usada na dose mínima eficaz (0,5 a 2,0 mg/kg SIB, BID ou TID). Dieta com restrição de sódio pode ser utilizada em pacientes com congestão ou edema. > B-bloqueadores e diltiazem podem ser utilizados na tentativa de melhorar o enchimento ventricular. B- bloqueadores diminuem a FC, isto aumenta o tempo para o enchimento ventricular e para perfusão das coronárias. > Terapia com inibidores da ECA, em associação com furosemida e diltiazem ou b-bloqueador pode ser tentada em gatos com insuficiência cardíaca refrataria, insuficiência biventricular ou aumento progressivo de átrio esquerdo. Gatos com cardiomiopatia restritiva > Tem dificuldade no enchimento ventricular devido a fibrose ventricular esquerda que diminui a distensibilidade da câmara. > Pacientes com insuficienca diastólica não são beneficiados pelo uso de agentes inotrópicos positivos, porém em alguns casos, gatos com miocardiopatia restritiva tem também insuficiência sistólica porque o tecido fibroso não contrai, diminuindo a contratilidade do VE. > Nestes pacientes, digitálicos podem ser utilizados. Digitálicos também podem ser usados em pacientes refratários ou com IC biventricular. > Diuréticos e dieta são usados da mesma forma que em gatos com cardiomiopatia hipertrófica. Inibidores da ECA são usados em todos os pacientes com ICC. Laís Ohogusiku França Clínica Médica Veterinária Tosse sonora, paroxística é o principal sinal clinico de compressão do brônquio principal esquerdo. Efusão pericárdica > É a causa mais comum de insuficiência diastólica em cães. É usualmente devida a tumores (hemangiossarcoma, linfossarcoma, tumores na base do coração) ou hemorragia idiopática. > Em gatos, as causas mais comuns são linfossarcoma e PIF. > Terapia da efusão pericárdica com tamponamento pericárdio consiste de pericardiocentese, seguida do tratamento da causa. Tromboembolismo aórtico felino > Gatos com cardiomiopatias são predispostos a formarem trombos no AE. > Fragmentos destes trombos podem se desprender embolizando usualmente a aorta distal. > Na existe consenso sobre qual a terapia ideal para o tromboembolismo aórtico em gatos. > Vasodilatadores (acepromazia ou hidralazina) são recomendados na tentativa de aumentar a circulação colateral. > Terapia tromboembolítica também pode ser tentada nestes pacientes nas primeiras 8 horas após o inicio dos sinais (ativador de plasminogênio tissular). > Agentes anticoagulantes (heparina e cumarínicos) são hoje as drogas mais utilizadas em gatos com tromboembolismo aórtico. > Embora eles não dissolvem trombos já formados, são utilizados para evitar a síntese e utilização de novos fatores de coagulação, acelerando a dissolução do trombo. > Heparina é utilizada na dose inicial de 100 a 200 U/kg IV e mantida na dose de 50 a 100 U/kg SC, TID ou QID. > Agentes antiplaquetários como o ácido acetil- salicílico também podem ser usados na dose de 25 mg/kg VO a cada 48 a 72 horas. Laís Ohogusiku França Clínica Médica Veterinária
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