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Caracterização macro e micromorfológica de plantas com importância farmacêutica Organografia vegetal Anatomia vegetal As drogas constituídas de caules e raízes apresentam características morfológicas peculiares, de importância analítica: Formato Dimensões Aspecto geral Tipo de fratura Secção transversal Coloração Odor Sabor ORGANOGRAFIA DE CAULES E RAÍZES CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS CAULE RAIZ Definição/ função Órgão geralmente aéreo que serve para produzir e sustentar folhas, flores e frutos, para conduzir seiva nutritiva Órgão geralmente subterrâneo que fixa a planta ao solo, retira e distribui nutrientes e funciona como órgão de reserva Características principais Presença de folhas e botões vegetativos Geralmente aclorofilados Exceções: caules herbáceos Geralmente aéreos Fototropismo positivo Sem folhas e sem gemas Com coifa ou caliptra e pêlos radiculares Geralmente aclorofiladas Exceção: raízes aéreas Geralmente subterrâneas Geotropismo positivo Morfologia externa Nó, entrenó, gema lateral e terminal Zonas: meristemática, de alongamento e de maturação Origem Hipocótilo Gemas laterais Radícula Outras partes (p.e.: folhas) Morfologia Externa ZONA MERISTEMÁTICA ZONA DE ALONGAMENTO ZONA PILÍFERA ZONA DE RAMIFICAÇÃO Z O N A D E M A T U R A Ç Ã O ORIGEM Embrião Exógena Classificações do caule Caules (e raízes) podem ser classificados de diversas formas..... QUANTO À CONSISTÊNCIA Caules CLASSIFICAÇÃO QUANTO AO DESENVOLVIMENTO Erva = pouco desenvolvida, pequena consistência, pequena ou nenhuma lenhificação. Caules Subarbusto = arbusto pequeno, até 1 metro de altura (base lenhosa e o restante herbáceo), ramos tenros. Arbusto = tamanho médio inferior a 5 metros, resistente e lenhoso inferiormente e terno e suculento superiormente, sem tronco propriamente dito, porque se ramifica a partir da base. Arvoreta = com a mesma arquitetura da árvore, porém alcança no máximo 5 metros de altura. Árvore = grande tamanho, superior a 5 metros, geralmente com tronco nítido e despido de ramos, na parte inferior, a parte ramificada constitui a copa. Caules QUANTO AO HABITAT Aéreos: eretos (tronco, haste, estipe, colmo), rastejantes, trepadores, estolão. Subterrâneos: rizoma, tubérculo e bulbo. Aquático Aéreos → ereto Caules subterrâneos com importância farmacobotânica RIZOMA BULBOS TUBÉRCULOS Zingiber zerumbet Zingiber officinale ADAPTAÇÕES São as modificações dos caules normais, muitas vezes como consequência das funções que exercem ou em razão da influência do meio físico. Cladódios = caules carnudos, verdes, achatados ou até laminares, lembrando folhas que estão ausentes ou rudimentares. (ex: cactos, carqueja) Espinhos Gavinhas Acúleos Caules Classificações da raiz Raízes (e caules) podem ser classificados de diversas formas..... QUANTO AO HABITAT Aéreas: estranguladora, pneumatóforos, sugadora, suporte ou escora, grampiforme, tabular... Aquáticas Subterrâneas: pivotante; fasciculada, ramificada, tuberosa. Raiz estranguladora Pneumatóforo Raiz sugadora ou haustório Raiz suporte ou escora Raiz grampiforme Raízes Aéreas Raiz Tabular Celular da Amazônia !!!! Raízes subterrâneas Raiz tuberosa Raiz ramificada A raiz principal logo se ramifica em secundária e estas em terciárias, e assim sucessivamente. Freqüente em eudicotiledônea São hipertrofiadas devido ao acúmulo de reservas nutritivas, prodominantemente amido. Rizomas e tubérculos X Raízes tuberosas Crescimento primário Responsável pelo crescimento em extensão Ocorre em todo os vegetais Crescimento secundário Responsável pelo crescimento radial Característicos de gimnospermas e eudicotiledôneas lenhosas Inclui a formação dos tecidos vasculares secundários e da periderme Em estrutura (crescimento) primária, o CAULE é bem diferente da RAIZ ANATOMIA DE CAULES E RAÍZES Estrutura primária Basicamente, os caules e raízes consistem em 3 sistemas de tecidos: DÉRMICO, FUNDAMENTAL e VASCULAR Um corte transversal revela a nítida separação em: EPIDERME, CÓRTEX e CILINDRO VASCULAR CAULE RAIZ EPIDERME CAULE RAIZ EPIDERME Diversos tipos de pelos Cutícula Poucos estômatos EPIDERME Pelos absorventes Velame (*) Estômatos ausentes(#) CORTEX CAULE RAIZ PARENQUIMA CORTICAL Geralmente parênquima clorofiliano; Parênquima de reserva; Pode haver colênquima e esclerênquima; Presença de idioblastos ENDODERME EXODERME (*) PARENQUIMA CORTICAL Geralmente possui apenas parênquima fundamental; Presença de espaços celulares; Presença de amido ENDODERME estrias de caspary (eudicotiledôneas) Espessamento em U (monocotiledonêas) RAIZ - EXODERME Camada mais externa do córtex uma ou mais células de espessura Paredes celulósicas suberificadas e/ou lignificadas Secção transversal da raiz de Dendrobium sp Velame exoderme parênquima cortical CAULE RAIZ ENDODERME CAULE coníferas e angiospermas não possuem diferenciação Caules jovens podem apresentar bainha amilífera Poucas eudicotiledôneas possuem estrias de Caspary RAIZ Geralmente unisseriada porém em Asteraceae podem ser bisseriadas Apresentam estrias de Caspary (eudicot) ou espessamento em U (monot) na região da absorção Camada mais interna do córtex Estrias de Caspary Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides Benth.) CILINDRO VASCULAR CAULE RAIZ PERICICLO Origina as raízes adventícias, parte do câmbio interfascicular XILEMA/ FLOEMA Formam feixes vasculares MEDULA PERICICLO Origina as raízes laterais, parte do câmbio vascular e o felogênio XILEMA/ FLOEMA Formas arcos MEDULA* Nas monocotiledôneas o centro da raiz é ocupado por parênquima medular, o que raramente acontece nas dicotiledôneas, que ocupam totalmente essa zona com o xilema Eustelo eudicotiledônea Atactostelo monocotiledônea Organização do sistema vascular em CAULES (teoria estelar) ATENÇÃO!!!! A POSIÇÃO DO PROTOXILEMA É UM ELEMENTO IMPORTANTE NA IDENTIFICAÇÃO DE CAULES E RAÍZES!! No CAULE o PROTOXILEMA forma-se na porção interna dos feixes vasculares, próximo a medula. Dessa maneira, dizemos que o xilema do caule é endarco. Protoxilema X metaxilema Organização do sistema vascular em RAÍZES Triarco Tetrarco Hexarco Poliarco Eudicotiledôneas Monocotiledôneas Salssaparrilha (Smilax medica) Floema primário Periciclo Endoderme Xilema primário Corte transversal da raiz hexarca de Mandevilla velutina. ATENÇÃO!!!! A POSIÇÃO DO PROTOXILEMA É UM ELEMENTO IMPORTANTE NA IDENTIFICAÇÃO DE CAULES E RAÍZES!! Na RAIZ o PROTOXILEMA forma-se na porção externa dos tecidos vasculares, próximo ao periciclo. Dessa maneira, dizemos que o xilema da raiz é exarco. ESTRUTURA SECUNDÁRIA Desenvolvimento dos meristemas secundários: Câmbio vascular Felogênio (Câmbio da casca) CÂMBIO VASCULAR Origina xilema secundário (em direção ao centro do órgão) e floema secundário ( em direção à periferia do órgão); Isso faz com que os cordões de floema primário sejam deslocados de suas posições Grande parte do floema primário é comprimido e colapsado. Normalmente, só restam as fibras Câmbio vascular de girassol Câmbio vascular de Pinus sp Figura 11.15 - Detalhe do cilindro vascular do caule de Ricinus communis em corte transversal mostrando a região cambial em diferentes estádios de desenvolvimento.A. Diferenciação do câmbio. B. Atividade inicial. Seta branca = câmbio fascicular; seta preta = câmbio interfascicular; PX = protoxilema; MX = metaxilema. Barra = 100 mm. Caule de Pelargonium sp. Raiz de Vigna unguiculata Felogênio (câmbio da casca) Resultado da atividade do felogênio: forma-se felema ou súber para o lado externo e feloderme para o lado interno. Em conjunto, felema + felogênio + feloderme formam a PERIDERME Corte transversal de Sterculia sp.- estabelecimento da primeira periderme caulinar. Foto de Castro, N. M. Porção externa do caule Estrutura secundária CAULE RAIZ PERIDERME PERIDERME CORTEX PARÊNQUIMA CORTICAL ENDODERME PARÊNQUIMA CORTICAL ENDODERME Sem estrias de Caspary CILINDRO VASCULAR PERICICLO FLOEMA CÂMBIO XILEMA MEDULA PERICICLO FLOEMA CÂMBIO XILEMA CASCA LENHO ANÁLISE DE DROGAS CONSTITUÍDAS DE CASCAS Caracterização macroscópica das cascas: 1)Aspecto da superfície externa 2)Aspecto da superfície interna: devem ser observadas estrias, fibras, fiapos, pontos refringentes (cristais localizados na região floemática) 3)Aspecto da secção transversal: homogênea ou heterogênea 4)Forma: plana, encurvada, canaleta ou canudo Aspecto da fratura: •Fibrosa: feixes fibrosos (cajueiro, agoniada); •Granulosa: pequenas saliências de ápice arredondado (viburno, canjerana) •Nítida: lisa ou curta (angustura, romeira) •Folheada ou laminada: aspecto folheado (simaruba, castanheira- da –índia) •Esquirolosa: aspecto de fiapos (canela-do- ceilão) Secção transversal do caule de Crescentia cujete Remanescentes da epiderme degenerada periderme lenticela parênquima cortical fibras do floema primário floema primário fibras do floema secundário Xilema secundário Transição estrutura 1ária para 2ária CAULE Legenda do esquema: Sistema de revestimento Córtex Sistema Vascular: Floema Xilema Medula RAIZ
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